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SANTOS - 2016
FERNANDO PEREIRA DOS SANTOS GERALDES
SANTOS – 2016
FERNANDO PEREIRA DOS SANTOS GERALDES
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Banca Examinadora
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SANTOS - 2016
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, que sempre apoiaram minhas iniciativas musicais, mesmo
cheios de insegurança e conceitos pré-concebidos sobre o caminho escolhido,
À pianista Moema Craveiro Campos, que muito inspirou minhas ideias para o
desenvolvimento deste trabalho,
Figura 1: Um dos modelos de registro gráfico propostos por Longo em seu livro
Divertimentos (LONGO 2003, p. 74) ......................................................................... 29
Figura 2: Notação gráfica proposta por Maydwell, fazendo uso de desenhos para
indicação do movimento melódico a ser executado nas teclas pretas, com um
pequeno texto para ser cantado em conjunto com a criança (MAYDWELL, 2007,
p.44) .......................................................................................................................... 29
Figura 3: Peça que faz uso de movimentos alternados e clusters usando a palma da
mão (DRUMMOND, 1988, p.18) ............................................................................... 35
Figura 4: Peça que faz uso de movimentos alternados, clusters e percussão
corporal (DRUMMOND, 1988, p. 22). ....................................................................... 35
Figura 5: Atividade de criação usando cartas para a criança reordená-las e criar
variações usando os mesmos motivos (DRUMMOND, 1988, p. 24). ........................ 36
Figura 6: Peça iniciando o mecanismo de leitura do pentagrama com uma única
linha, seguida por um pequeno acompanhamento para o professor e uma proposta
de variação (DRUMMOND, 1988, p. 35). .................................................................. 37
Figura 7: Peça dando continuidade à iniciação do mecanismo de leitura do
pentagrama com uma única linha, seguida por um pequeno acompanhamento para
o professor e uma proposta de variação (DRUMMOND, 1988, p. 35). ..................... 38
Figura 8: Peça com notação não convencional usando mínimas e semínimas
(GOSS, HOLLAND, CLARK, 2004, p 8) .................................................................... 40
Figura 9: Atividades rítmicas com texto (GOSS, HOLLAND, CLARK, 2004, p 12) .. 41
Figura 10: Atividades teóricas presentes no livro de prática, bem como propostas de
composição (GOSS, HOLLAND, CLARK, 2004, p 13). ............................................. 41
Figura 11: Atividade de numeração de dedos (GOSS, HOLLAND, BETTS, 2004, p
3) ............................................................................................................................... 42
Figura 12: Exercício de identificação do movimento melódico (GOSS, HOLLAND,
BETTS, 2004, p 4)..................................................................................................... 43
Figura 13: Peça usando o grupo de teclas pretas e iniciando os sinais de dinâmica
forte e piano (GOSS, HOLLAND, CLARK, 2004, p. 19). ........................................... 44
Figura 14: Atividades teóricas no livro de prática e propostas de composição
(GOSS, HOLLAND, CLARK, 2004, p. 21). ................................................................ 44
Figura 15: Exercício de conceituação dos símbolos apresentados através da
associação (GOSS, HOLLAND, BETTS, 2004, p 9) ................................................. 45
Figura 16: Peça apresentando a linha de oitava e a ligadura de expressão (GOSS,
HOLLAND, CLARK, 2004, p. 27). ............................................................................. 46
Figura 17: Exercícios de técnica com ligadura de expressão e leituras rítmicas com
texto (GOSS, HOLLAND, CLARK, 2004, p. 30). ....................................................... 46
Figura 18: Exercícios teóricos do livro de prática, propostas de transposição e
exercícios de composição (GOSS, HOLLAND, CLARK, 2004, p. 31). ...................... 47
Figura 19: peça com uso da pauta de duas linhas e apresentação da barra de
compasso (GOSS, HOLLAND, CLARK, 2004, p. 36). ............................................... 48
Figura 20: Exercício de com uso da pauta de duas linhas (GOSS, HOLLAND,
BETTS, 2004, p. 22). ................................................................................................. 49
Figura 21: peças que apresentam fórmula de compasso simples (GOSS, HOLLAND,
CLARK, 2004, p. 46). ................................................................................................ 50
Figura 22: Exercício teóricos propostos no livro prático trabalhando a leitura em uma
pauta de quatro linhas, construção de intervalos e propostas de composição (GOSS,
HOLLAND, CLARK, 2004, p. 52). ............................................................................. 50
Figura 23: Exercício de identificação de terças apresentado no livro teórico (GOSS,
HOLLAND, BETTS, 2004, p. 28). .............................................................................. 51
Figura 24: leituras rítmicas e exercícios de técnica apresentados no final da unidade
(GOSS, HOLLAND, CLARK, 2004, p. 57). ................................................................ 52
Figura 25: leituras rímicas com mãos alternadas e exercícios de técnica (GOSS,
HOLLAND, CLARK, 2004, p. 64). ............................................................................. 53
Figura 26: exercício de identificação e leitura usando a disposição das notas na
clave de sol e na clave de fá (GOSS, HOLLAND, BETTS, 2004, p. 41). .................. 53
Figura 27: apresentação do pentagrama com a clave de fá (GOSS, HOLLAND,
CLARK, 2004, p. 66). ................................................................................................ 54
Figura 28: apresentação do pentagrama com a clave de sol (GOSS, HOLLAND,
CLARK, 2004, p. 67). ................................................................................................ 55
Figura 29: peças apresentando os dois sistemas com clave de sol e clave de fá
(GOSS, HOLLAND, CLARK, 2004, p. 69). ................................................................ 55
Figura 30: apresentação dos personagens que acompanham as atividades (FABER,
FABER, 2006 A, p. 4) ................................................................................................ 57
Figura 31: partitura da canção para o professor tocar enquanto o aluno improvisa
sobre as imagens dispostas ao decorrer dela. (FABER, FABER, 2006 A, p. 10)...... 59
Figura 32: proposta de registro da intensidade e duração dos sons, associando a
imagem do pássaro com sons fracos, do tigre com sons fortes, da minhoca com
sons curtos e da serpente com sons longos (FABER, FABER, 2006 B, p. 7). .......... 59
Figura 33: proposta de registro da intensidade e duração dos sons, associando a
imagem do pássaro com sons fracos, do tigre com sons fortes, da minhoca com
sons curtos e da serpente com sons longos (FABER, FABER, 2006 A, p. 20). ........ 60
Figura 34: exercício técnico de independência dos dedos (FABER, FABER, 2006 B,
p. 12). ........................................................................................................................ 61
Figura 35: exercício técnico de independência dos dedos (FABER, FABER, 2006 B,
p. 13). ........................................................................................................................ 61
Figura 36: peça com notação gráfica não formal, fazendo uso da imagem do
canguru para associar com o movimento do braço (FABER, FABER, 2006 A, p. 28).
.................................................................................................................................. 62
Figura 37: peça com notação gráfica não formal usando o grupo de três teclas
pretas (FABER, FABER, 2006 A, p. 32). ................................................................... 63
Figura 38: exercícios de leitura e análise do movimento melódico na mesma
notação gráfica utilizada nas peças do livro prático (FABER, FABER, 2006 B, p. 21).
.................................................................................................................................. 64
Figura 39: peça com notação gráfica não formal iniciando a leitura de figuras
musicais com a semínima (FABER, FABER, 2006 A, p. 38). .................................... 65
Figura 40: exercício de percepção do movimento melódico usando as semínimas
(FABER, FABER, 2006 B, p. 21). .............................................................................. 65
Figura 41: peça com notação gráfica não formal iniciando a leitura da mínima e
notas musicais (FABER, FABER, 2006 A, p. 38). ..................................................... 66
Figura 42: exercício de leitura rítmica usando uma canção (FABER, FABER, 2006
B, p. 32). .................................................................................................................... 67
Figura 43: peça com notação gráfica não formal iniciando a leitura da semibreve e
apresentação da clave de fá e clave de sol referindo-se à mão esquerda e direita,
respectivamente (FABER, FABER, 2006 A, p. 58).................................................... 68
Figura 44: ditado rítmico acompanhado de uma canção (FABER, FABER, 2006 B, p.
42). ............................................................................................................................ 68
Figura 45: exercício para completar as escadas com as notas em movimento
ascendente e descendente (FABER, FABER, 2006 B, p. 46). .................................. 69
Figura 46: peça apresentando as barras de compasso (FABER, FABER, 2006 A, p.
79). ............................................................................................................................ 70
Figura 47: atividade de criação, dispondo o número de dedos para cada figura
musical (FABER, FABER, 2006 B, p. 56). ................................................................. 70
Figura 48: revisão da numeração dos dedos (FABER, FABER, 2006 C, p.9) .......... 73
Figura 49: apresentação do compositor Beethoven (FABER, FABER, 2006 D, p 9)73
Figura 50: trecho de uma peça apresentada na pauta com dois sistemas e usando o
movimento de braço (FABER, FABER, 2006 C p.23) ............................................... 74
Figura 51: atividade para traçar a linha suplementar no dó central da partitura
(FABER, FABER, 2006 D, p. 13)............................................................................... 75
Figura 52: peça para o desenvolvimento técnico das mudanças de dinâmica
(FABER, FABER, 2006 C, p.34)................................................................................ 76
Figura 53: exercício de percepção para identificação da dinâmica tocada pelo
professor (FABER, FABER, 2006 D, p. 25) ............................................................... 77
Figura 54: peça usando batidas na tampa do piano (FABER, FABER, 2006 C, p.47)
.................................................................................................................................. 78
Figura 55: peça utilizando síncopa (FABER, FABER, 2006 C, p.56) ....................... 79
Figura 56: exercício para fixação dos conceitos aprendidos (FABER, FABER, 2006
D, p.44) ..................................................................................................................... 80
Figura 57: proposta de improvisação rítmica usando o dó2 e o dó3 (FABER,
FABER, 2006 D, p.48) ............................................................................................... 81
Figura 58: exercício de saltos de terça (FABER, FABER, 2006 E, p. 12) ................ 84
Figura 59: atividade para construção de terças no teclado (FABER, FABER, 2006 F,
p. 13) ......................................................................................................................... 84
Figura 60: peça trabalhando o uso do pedal e os saltos de terça (FABER, FABER,
2006 E, p. 22) ............................................................................................................ 85
Figura 61: atividade de percepção de intervalos (FABER, FABER, 2006 F, p. 24) .. 86
Figura 62: atividade de conceituação dos símbolos (FABER, FABER, 2006 F, p. 31)
.................................................................................................................................. 87
Figura 63: proposta de improvisação usando a tríade de fá maior (FABER, FABER,
2006 F, p. 35) ............................................................................................................ 88
Figura 64: peça de introdução para a proposta de improvisação (FABER, FABER,
2006 F, p. 44) ............................................................................................................ 89
Figura 65: proposta de improvisação para completar a peça Goose Adventure
(FABER, FABER, 2006 F, p. 45) ............................................................................... 89
Figura 66: exercício de técnica para o peso do braço (FABER, FABER, 2006 E, p.
48) ............................................................................................................................. 90
Figura 67: atividade de análise de trechos melódicos (FABER, FABER, 2006 E, p.
52) ............................................................................................................................. 91
Figura 68: atividade de composição usando a tríade de dó maior (FABER, FABER,
2006 F, p. 55) ............................................................................................................ 91
Figura 69: peça usando movimento contrário no pentacorde de dó maior, seguida
por uma proposta de transposição para sol maior (FABER, FABER, 2006 E, p. 66) 92
Figura 70: proposta de composição usando ritmo predeterminado e o pentacorde de
sol maior (FABER, FABER, 2006 F, p. 59) ............................................................... 93
Sumário
Introdução ................................................................................................................ 14
Conclusão ................................................................................................................ 97
Introdução
O piano é, não só um instrumento de concerto, mas uma ferramenta
auxiliadora no processo de musicalização, entretanto seu estudo tem sido
questionado nesse novo ambiente social que preza pelo imediatismo. Segundo
Campos (2000) a pedagogia tradicional do piano tem a leitura e a reprodução da
partitura como principal objetivo, o que acaba deixando de lado a expressividade, a
observação e a percepção. Embora em outros segmentos da arte a exploração da
criatividade e individualidade do artista sejam desenvolvidas logo no início, o ensino
da performance musical ainda é visto como algo mecanicista e pouco criativo. Tal
situação, muitas vezes se repete na iniciação da criança no piano. Ao apresentar um
instrumento com tantos recursos disponíveis para a vivência, alguns métodos
insistem em trabalhar com a exploração de uma única tecla no meio do teclado,
tendo a leitura da nota como objetivo. Esse panorama provoca a frustração da
criança, estigmatizando-a por não saber decodificar os signos e traduzi-los em sons.
1“Em Basis for Music Education, Swanwick propõe uma fundamentação abrangente para a integração
das atividades através do modelo C(L)A(S)P. Nele, Swanwick enfatiza a centralidade da experiência
musical ativa através de atividades de composição - C -, apreciação - A -, e performance - P, ao lado
de atividades de suporte agrupadas sob as expressões aquisição de habilidades (skill acquisition) -
(S) -, e estudos acadêmicos (literature studies) - (L) -. Os parênteses indicam atividades subordinadas
ou periféricas – (L) e (S) – que podem contribuir para uma realização mais consistente dos aspectos
centrais – C, A e P.” (FRANÇA: SWANWICK, 2002, p. 17)
15
Koellreutter acreditava que a educação musical não era apenas para formar
instrumentistas ou músicos, mas sim seres humanos críticos que saibam associar
seu aprendizado ao seu próprio contexto, fazendo da música uma ferramenta para a
educação, considerando a diversidade presente no mundo e as diversas realidades
de cada indivíduo.
Schafer (2011) acredita que para que uma pessoa aprenda sobre som, seja
necessário produzir som, testando de maneira empírica e avaliando os resultados
obtidos. Da mesma forma que para aprender sobre música, a pessoa precisa fazer
música. Segundo Fonterrada (2008) as atividades propostas por Schafer podem ser
executadas dentro ou fora da sala de aula, com alunos de qualquer faixa etária e
com ênfase no som ambiental, não estando alinhadas com o ensino sistemático de
música, mas sim com a educação sonora.
2 O termo crianças em idade pré-escolar é usado por Bastien para se referir a crianças de quatro a
seis anos de idade, tendo em vista que os métodos desenvolvidos pelo autor são direcionados a
partir dessa faixa etária, como Piano For The Young Beginner – Primer A.
3 Foi usado o termo coordenação motora grossa para se referir a movimentos mais amplos ligados a
problemas em focar sua visão em figuras pequenas e suas emoções são expressas
de forma livre e aberta (2007). Maydwell também fala sobre as características
musicais que as crianças podem compreender, sendo elas: altura (grave e agudo),
duração (curto e longo), intensidade (forte e fraco), andamento (rápido e lento),
movimento melódico ascendente e descendente (se a melodia está ficando mais
aguda ou mais grave), além de tocar melodias dividindo-a entre as duas mãos e
manter a regularidade da pulsação (2007).
Imitação
Gráfico
27
Leitura da Partitura
Ribeiro fala sobre algo parecido nos relatos de sua experiência no livro A
Música de Todos os Tempos. A autora fala sobre um momento de transição onde os
blocos musicais trabalhados por imitação são “flagrados” pelo aluno na partitura
(RIBEIRO, 2005). Segundo Ribeiro a teoria de Piaget lança uma pergunta: “Qual é a
criança que vai aprender?” Piaget fala que essa criança é o sujeito que procura
compreender de modo ativo, o mundo que o cerca, através de suas próprias ações
sobre os objetos. Desse modo o indivíduo constrói suas próprias categorias de
pensamento, organizando o mundo ao seu redor enquanto associa o que foi tocado
com o que está escrito na partitura (apud RIBEIRO, 2005).
Ribeiro compara seu modo de ver a leitura no ensino do piano com a visão da
pedagoga argentina Emília Ferreiro, que tem como foco o sentido do que é escrito,
independente dos signos utilizados para a escrita ou erros de ortografia.
Indo de encontro a esse processo, estão os gráficos que Longo propõe para
uma notação musical alternativa (2003). Segundo Brito, a leitura e escrita musicais
tradicionais não são conteúdos pertinentes a etapa da educação infantil, entretanto a
autora coloca que o registro sonoro pode começar a ser trabalhado com crianças a
partir dos três anos, de modo que haja interação e apropriação dos sons,
28
O que Campos fala vai de encontro com o que Koellreutter fala sobre as
primeiras aulas com crianças, onde deve-se enfatizar a vivência do som, não
limitando o contato da criança com o instrumento musical. Além disso, Koellreutter
acredita que seja importante trabalhar essas propostas integrando com atividades de
improvisação, notação, audição e movimento corporal (apud BRITO, 2011).
Koellreutter considera a etapa de representar sons através de grafismo com linhas,
pontos, cunhas, etc. uma fase de conscientização do material sonoro, acreditando
que o registro gráfico conscientiza as características do som (apud BRITO, 2003).
Figura 1: Um dos modelos de registro gráfico propostos por Longo em seu livro
Divertimentos (LONGO 2003, p. 74)
Figura 2: Notação gráfica proposta por Maydwell, fazendo uso de desenhos para
indicação do movimento melódico a ser executado nas teclas pretas, com um
pequeno texto para ser cantado em conjunto com a criança (MAYDWELL, 2007, p.44)
30
Atividades de criação;
Exploração do instrumento;
Progressividade da leitura musical;
Exercícios de apreciação e escuta dirigida;
Aspectos técnicos desenvolvidos;
O método composto por um único livro tem como público alvo crianças de 5 a
7 anos de idade, segundo a introdução da autora, com composições organizadas de
forma gradual, todas com texto para ser cantado pelo aluno.
O livro se inicia com uma exploração dirigida onde explica sobre a altura das
regiões do piano, sendo elas aguda, média e grave. A seguir o livro propõe uma
série de peças utilizando clusters com a palma da mão nas regiões do piano com
movimentos simultâneos e alternados dos braços, tendo como registro para leitura
três linhas horizontais para cada região (grave, média e aguda) onde são dispostas
figuras parecidas com cabeças de uma semínima. A duração é trabalhada utilizando
de ligaduras para unir as figuras ou, quando a duração não é definida, é utilizado um
retângulo preto, sem que haja a necessidade da apresentação de figuras musicais.
Após a introdução da ligadura, há também a integração de palmas ou batidas em
outras fontes sonoras como pés, palmas, tampa do piano, etc, sendo representadas
pela letra x, também tendo ligaduras para representar batidas longas. Para finalizar
o trabalho com esse modelo de notação a autora propõe um conjunto de cartas com
motivos musicais registrados nos mesmos moldes para que a criança recorte e crie
ordens diversas para tocar esses motivos, criando variações utilizando o mesmo
material.
35
Figura 4: Peça que faz uso de movimentos alternados, clusters e percussão corporal
(DRUMMOND, 1988, p. 22).
36
notas e criar sua canção. A seguir, uma melodia é proposta para que o aluno
escreva seu texto.
como uma introdução ao método escolhido pelo professor para dar continuidade ao
trabalho.
Conteúdos abordados:
O método é proposto até o nível intermediário com cinco níveis, sendo o nível
de iniciação: preparatório (Tiempo de Comenzar), nível 1, nível 2A e nível 2B, e para
o nível intermediário: nível 3 e nível 4. Como o recorte deste trabalho se refere ao
ensino de piano em idade pré-escolar, será analisado apenas o nível preparatório
(Tiempo de Comenzar) referente a essa idade. O nível preparatório é composto por
dois livros, sendo um livro de lições práticas ao instrumento com acompanhamento
para o professor e um livro de atividades teóricas para complementar a prática
instrumental. As lições são estruturadas em nove unidades correspondentes entre
os dois livros (teórico e prático).
Figura 8: Peça com notação não convencional usando mínimas e semínimas (GOSS,
HOLLAND, CLARK, 2004, p 8)
Após o trabalho com as peças ao piano, há pequenos textos com ritmo para
serem entoados pela criança, além de ser proposto para que a criança coloque
pequenos traços abaixo das sílabas de acordo com a duração da figura (um traço
para a semínima e dois traços para a mínima). Ao final da unidade, há uma série de
atividades teóricas no livro de prática para a apresentação do nome das notas
musicais dó, ré e mi, bem como a sua localidade no teclado junto aos grupos de
duas teclas pretas, com atividade escrita para circular os grupos de duas teclas
pretas e escrever os nomes das notas. Na mesma página, há uma atividade
semelhante, trabalhando com os grupos de três teclas pretas e as notas fá, sol, lá e
Si, bem como uma atividade para trabalhar a numeração dos dedos e uma proposta
de criação para o aluno, utilizando grupos de duas teclas pretas e sugerindo
algumas fontes de inspiração presentes no ambiente sonoro, como uma rã saltando
e o som da chuva.
41
Figura 9: Atividades rítmicas com texto (GOSS, HOLLAND, CLARK, 2004, p 12)
Figura 10: Atividades teóricas presentes no livro de prática, bem como propostas de
composição (GOSS, HOLLAND, CLARK, 2004, p 13).
42
Figura 13: Peça usando o grupo de teclas pretas e iniciando os sinais de dinâmica
forte e piano (GOSS, HOLLAND, CLARK, 2004, p. 19).
Figura 17: Exercícios de técnica com ligadura de expressão e leituras rítmicas com
texto (GOSS, HOLLAND, CLARK, 2004, p. 30).
47
conceitos abordados são os elementos gráficos apresentados até então nos livros.
Esta unidade teve mais atividades relacionadas entre os livros de prática e teoria.
Figura 19: peça com uso da pauta de duas linhas e apresentação da barra de
compasso (GOSS, HOLLAND, CLARK, 2004, p. 36).
49
Figura 20: Exercício de com uso da pauta de duas linhas (GOSS, HOLLAND,
BETTS, 2004, p. 22).
Figura 21: peças que apresentam fórmula de compasso simples (GOSS, HOLLAND,
CLARK, 2004, p. 46).
Figura 22: Exercício teóricos propostos no livro prático trabalhando a leitura em uma
pauta de quatro linhas, construção de intervalos e propostas de composição (GOSS,
HOLLAND, CLARK, 2004, p. 52).
51
Figura 25: leituras rímicas com mãos alternadas e exercícios de técnica (GOSS,
HOLLAND, CLARK, 2004, p. 64).
Figura 26: exercício de identificação e leitura usando a disposição das notas na clave
de sol e na clave de fá (GOSS, HOLLAND, BETTS, 2004, p. 41).
54
Figura 29: peças apresentando os dois sistemas com clave de sol e clave de fá
(GOSS, HOLLAND, CLARK, 2004, p. 69).
56
Conteúdos abordados:
3.1.3.1 Nível A
O nível A se caracteriza pela exploração do teclado e a pré-leitura, dividindo-
se em dez unidades, tanto no livro de atividades ao piano, como o livro de suporte.
Antes da introdução das lições, há a apresentação dos personagens que
acompanham as atividades, sendo eles: Marta e Millie, Carlos, Dallas, Katie, e Mrs.
Razzl-Dazzle. No livro teórico, outros personagens são inseridos, para descrever o
tipo de atividade: Tap, acompanha todas as atividades, junto com Tucker, que
apresenta atividades de escuta, e Blinker, que apresenta atividades de observação e
análise. O livro de prática é acompanhado por um CD, que apresenta canções de
apoio para o desenvolvimento das atividades.
Figura 31: partitura da canção para o professor tocar enquanto o aluno improvisa
sobre as imagens dispostas ao decorrer dela. (FABER, FABER, 2006 A, p. 10)
Figura 34: exercício técnico de independência dos dedos (FABER, FABER, 2006 B,
p. 12).
Figura 35: exercício técnico de independência dos dedos (FABER, FABER, 2006 B,
p. 13).
62
Figura 36: peça com notação gráfica não formal, fazendo uso da imagem do canguru
para associar com o movimento do braço (FABER, FABER, 2006 A, p. 28).
63
Figura 37: peça com notação gráfica não formal usando o grupo de três teclas pretas
(FABER, FABER, 2006 A, p. 32).
64
estrutura da melodia dividida entre as duas mãos, com as notas musicais dó, ré e
mi, escritas dentro das cabeças da semínima, bem como as cinco teclas pretas (um
grupo de duas e três teclas pretas) acompanhadas por atividades do livro
complementar.
Figura 39: peça com notação gráfica não formal iniciando a leitura de figuras
musicais com a semínima (FABER, FABER, 2006 A, p. 38).
Figura 41: peça com notação gráfica não formal iniciando a leitura da mínima e notas
musicais (FABER, FABER, 2006 A, p. 38).
67
Figura 42: exercício de leitura rítmica usando uma canção (FABER, FABER, 2006 B,
p. 32).
Figura 43: peça com notação gráfica não formal iniciando a leitura da semibreve e
apresentação da clave de fá e clave de sol referindo-se à mão esquerda e direita,
respectivamente (FABER, FABER, 2006 A, p. 58).
Figura 44: ditado rítmico acompanhado de uma canção (FABER, FABER, 2006 B, p.
42).
69
A unidade 8 introduz o restante das notas musicais: fá, sol, lá e si. O livro
prático explora as teclas nomeando-as e observando sua localização em relação ao
movimento ascendente e descendente em grau conjunto. No livro de atividades, há
exercícios para completar as escadas em movimento ascendente e observar as
notas em relação as teclas pretas. As peças do livro prático possuem os conteúdos
abordados até então além do passagem de mãos, acompanhadas de exercícios
técnicos no livro de atividades complementares, recorrendo à observação e à
execução. O uso do polegar é inserido como dedo independente. Para finalizar a
unidade, há exercícios de localização de notas tanto no livro de atividades como no
prático.
Figura 47: atividade de criação, dispondo o número de dedos para cada figura
musical (FABER, FABER, 2006 B, p. 56).
71
A unidade 10 encerra o nível com uma preparação para a próxima fase, onde
apresenta o sistema com dois pentagramas com clave de sol e clave de fá,
evidenciando o movimento das notas nas linhas e espaços, para familiarizar o aluno
com o signo, sem que haja a vivência do conceito em peças.
Conteúdos abordados:
Pulsação;
Exploração do instrumento
Propriedades do som (altura, duração e intensidade):
Dedilhado;
Movimento ascendente e descendente;
Sinais de dinâmica (piano e forte)
Introdução à escala maior;
Figuras musicais (semínima, mínima e semibreve);
Leitura rítmica;
Notas musicais;
Claves de Sol e Fá;
Percepção rítmica e melódica;
Apresentação do pentagrama;
3.1.3.2 Nível B
Esse nível possui dois livros, tal como o nível anterior, divididos em 8
unidades. Antes do início das atividades práticas e teóricas, o livro prático apresenta
mais dois personagens para acompanhar o estudo do aluno: Beethoven e Mozart.
Desta forma, inicia-se o trabalho com a história além de conhecer alguns temas
criados pelos compositores presentes na canção do CD que acompanha o livro.
Figura 48: revisão da numeração dos dedos (FABER, FABER, 2006 C, p.9)
Figura 50: trecho de uma peça apresentada na pauta com dois sistemas e usando o
movimento de braço (FABER, FABER, 2006 C p.23)
75
Na unidade 3, o livro prático apresenta uma peça usando apenas a nota lá27
da quinta linha do pentagrama inferior com a clave de fá. Para acompanhar essa
peça e fixar o novo conteúdo, o livro de atividades apresenta uma proposta de
identificação de notas na pauta, com as notas dó, ré, mi e lá. A peça a seguir
evidencia padrões musicais que se repetem para que a criança comece a despertar
a consciência sobre o fraseado. A seguir o sinal de dinâmica referente à mezzo forte
é introduzido no livro prático, acompanhado por uma atividade do livro complementar
onde o aluno deve identificar em qual intensidade (piano, mezzo forte e forte) o
professor está tocando. A peça seguinte apresenta a nota si2 na clave de fá, sendo
a primeira vez nesse nível que aparecem movimentos simultâneos com as duas
mãos. A proposta de fixação para esse novo conteúdo é com atividades de
identificação das notas na pauta e improvisação com o pentacorde (5 primeiras
notas da escala) de lá menor, dividindo a escala entre as mãos. A seguir o conceito
da mínima pontuada é apresentado, como a figura que vale 3 tempos. Há exercícios
7 O sistema de numeração de escala geral adotado neste trabalho será o predominante no Brasil,
tendo o dó central como o dó 3, mesmo que a publicação analisada seja americana.
76
Figura 52: peça para o desenvolvimento técnico das mudanças de dinâmica (FABER,
FABER, 2006 C, p.34)
77
Figura 54: peça usando batidas na tampa do piano (FABER, FABER, 2006 C, p.47)
Na unidade 5 a nota sol3 na clave de Sol é apresentada, com uma peça que
trabalha o dedo polegar e o mínimo. No livro complementar há exercícios de
identificação de notas na pauta e desenho da clave de sol, trabalhando assim a nota
79
Figura 56: exercício para fixação dos conceitos aprendidos (FABER, FABER, 2006
D, p.44)
9 Essa abordagem é denominada por alguns autores como pentacorde, tal como Adolfo (2002) e Silva
(2008), podendo ser referida dessa forma no decorrer do trabalho.
81
Figura 57: proposta de improvisação rítmica usando o dó2 e o dó3 (FABER, FABER,
2006 D, p.48)
Conteúdos abordados:
Número de dedos;
Andamento;
Movimento ascendente e descendente;
História da música (Mozart e Beethoven);
Introdução ao Pentagrama;
Sinais de dinâmica (mezzo forte);
Improvisação;
Ponto de Aumento;
Fórmula de Compasso Simples;
Síncopa;
Ligadura;
Pausas de semínima;
3.1.3.3 Nível C
O nível C possui um livro prático e outro de atividades de apoio, tal como os
níveis anteriores, sendo dividido em 8 unidades.
83
Figura 59: atividade para construção de terças no teclado (FABER, FABER, 2006 F,
p. 13)
85
Figura 60: peça trabalhando o uso do pedal e os saltos de terça (FABER, FABER,
2006 E, p. 22)
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Figura 62: atividade de conceituação dos símbolos (FABER, FABER, 2006 F, p. 31)
Figura 66: exercício de técnica para o peso do braço (FABER, FABER, 2006 E, p.
48)
A unidade 8 do livro prático inicia melodias simultâneas nas duas mãos, com
uma proposta paralela para fixação dos elementos já estudados através de análise e
criação no livro complementar. A agilidade começa a ser desenvolvida através de
uma peça com andamento mais rápido. O livro prático traz também uma peça com
movimento contrário entre as duas mãos. O pentacorde de Sol maior é introduzido
no livro prático através de atividades de exploração da escala e transposição da
peça anterior que originalmente se situa no pentacorde de Dó maior. As propostas
complementares a esse conteúdo se dão por atividades de composição e
identificação das notas no teclado. A seguir, há uma peça no livro prático que
apresenta a anacruse ao aluno, além de possuir alguns conteúdos estudados no
decorrer do livro, acompanhada por uma proposta de leitura à primeira vista,
também com anacruse e exercícios de percepção para identificar qual trecho
melódico o professor tocou.
Figura 69: peça usando movimento contrário no pentacorde de dó maior, seguida por
uma proposta de transposição para sol maior (FABER, FABER, 2006 E, p. 66)
93
Conteúdos abordados:
Notas no pentagrama;
História da Música (Haydn, Brahms e Tchaikovsky);
Variações;
Ritardando;
Tríades (sem conceituação, de forma arpejada);
Forma musical;
Improvisação;
Anacruse;
94
aspectos técnicos são passados de maneira lúdica no início do método, fazendo uso
da expressão corporal para que a criança desenvolva à compreensão e consciência
de seu corpo. Esse trabalho parte dos movimentos que necessitam dos músculos
maiores para os movimentos que fazem uso de grupos musculares menores e mais
complexos, respeitando o desenvolvimento da criança nessa faixa etária.
97
Conclusão
Com esse trabalho é possível concluir que há propostas que fogem do ensino
tradicional de piano no mercado, integrando aspectos teóricos e técnicos com
atividades lúdicas que despertam a criatividade e autonomia da criança, respeitando
os estágios de seu desenvolvimento. Baseado nos métodos analisados, é possível
observar que a criação e a escuta estão sendo cada vez mais inseridas na
pedagogia do piano, mesmo com a resistência de alguns professores e autores que
ainda propõe o desenvolvimento técnico e teórico da mesma forma para todas as
faixas etárias.
Referências Bibliográficas
ADOLFO, Antônio. Música: Leitura, Conceitos e Exercícios, Rio de Janeiro, Lumiar,
2002.
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Music Co., 1988.
FABER, Nancy. FABER, Randall. My First Piano Adventures For The Young
Beginner – Lesson Book A, [place unknow], Faber Piano Institute, 2006 A
______. My First Piano Adventures For The Young Beginner – Writing Book A,
[place unknow], Faber Piano Institute, 2006 B
______. My First Piano Adventures For The Young Beginner – Lesson Book B,
[place unknow], Faber Piano Institute, 2006 C
______. My First Piano Adventures For The Young Beginner – Writing Book B,
[place unknow], Faber Piano Institute, 2006 D
______. My First Piano Adventures For The Young Beginner – Lesson Book C,
[place unknow], Faber Piano Institute, 2006 E
100
______. My First Piano Adventures For The Young Beginner – Writing Book C,
[place unknow], Faber Piano Institute, 2006 F
GAINZA, Violeta H. Palitos Chinos para la iniciación al piano. Barry Editorial, Buenos
Aires, 1987.
SILVA, Abigail. Aprender Tocar e Criar ao Piano: Repertório e Harmonia, São Paulo,
Irmãos Vitale, 2008.
SWANWICK, Keith. Keith Swanwick fala sobre o ensino de música nas escolas, São
Paulo, Revista Nova Escola, 2009, Entrevista de Ana Gonzaga. Disponível em:
<http://revistaescola.abril.com.br/arte/fundamentos/entrevista-keith-swanwick-sobre-
ensino-musica-escolas-instrumento-musical-arte-apreciacao-composicao-
529059.shtml> Acesso em: 12 abr. 2016.