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Influência da Reforma Psiquiátrica na

Terapia Ocupacional
Após a Segunda Guerra Mundial. o modelo clássico de Psiquiatria instituído por
Pinel, que concebia a intervenção asilar como método principal para o tratamento
de pessoas com doenças mentais foi criticado e repensado, dando espaço para
reformas que resultaram em novos modelos em alguns países, denominando-se
reforma psiquiátrica. Entretanto, essas mudanças foram tardias no Brasil e se
deram apenas após o contexto da ditadura militar, em que diversos âmbitos sociais
e políticos sofreram transformações.
Até a década de 70 o modelo manicomial estava presente no país. Os hospitais
psiquiátricos ofereciam leitos para a internação de pessoas com doenças mentais,
fortalecendo as práticas asilares. Entretanto, com as novas concepções, reflexões
críticas e movimentos em favor da luta pelos direitos desses pacientes, novas
práticas de cuidado para com estes foram estabelecidas, sendo essas reverberadas
em assistência em saúde mental. Como dito, novas práticas de cuidado em saúde
mental foram estabelecidas priorizando as demandas e singularidades de cada
paciente.
Nesse contexto, as concepções de saúde passavam por uma reestruturação. A
saúde, anteriormente concebida como a ausência da doença, passa a conceber o
olhar integral para com o indivíduo. De tal forma, a “loucura” também passa a ser
vista em sua complexidade e o indivíduo como ser digno de cuidado e atenção,
como ser de direitos e capaz de se integrar socialmente. Dessa forma, redes de
atenção psicossocial foram implantadas como modelo de cuidado de base
comunitária e coletiva para a inserção do indivíduo na sociedade para que goze de
seus direitos como cidadão ativo na sociedade através de programas de reabilitação
psicossocial.
A Terapia Ocupacional como uma profissão de cuidado nessas redes, possui o
papel de ampliar o cuidado desse indivíduo e auxiliá-lo na garantia e execução de
seus direitos, dessa forma ela não deve ser apenas uma ferramenta para aliviar e
tratar o sofrimento psíquico. Saúde mental é poder ser ativo, é exercer o direito de
ser. Dessa forma, o terapeuta ocupacional deve auxiliar a retomada dos papéis
ocupacionais desempenhados pelos indivíduos, compreendendo e intervindo na
preparação para a sua reinserção em seu contexto social.

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