Apresentado pelo professor e psicólogo Carlos Renato Faria
O podcast -Papo Psi Movimento Antimanicomial trouxe um debate sobre o que foi o movimento da luta antimanicomial e como o mesmo acontece atualmente. O Movimento da Luta Antimanicomial se caracterizou então, pela luta pelos direitos das pessoas com sofrimento mental, e dentro desta luta está o combate a ideia de que se deve isolar a pessoa com sofrimento mental em nome de pretensos tratamentos. Todo o centro desse tratamento era defendido por um modelo de isolamento e práticas duvidosas e que perdurou por anos. Com o intuito de acabar com os manicômios, o projeto de reforma psiquiátrica no Brasil visava substituir, aos poucos, o tratamento dado até então por serviços comunitários. O paciente seria encorajado a um exercício maior de cidadania, fortalecendo seus vínculos familiares e sociais, e nunca sendo isolado destes. A partir da reforma, o Estado não poderia construir e nem mesmo contratar serviços de hospitais psiquiátricos. Em substituição às internações, os pacientes teriam acesso a atendimentos psicológicos, atividades alternativas de lazer, e tratamentos menos invasivos do que aqueles que eram dados. A família, aqui, teria papel fundamental na recuperação do paciente, sendo a principal responsável por ele. O Movimento de Luta Antimanicomial consistiu em um diálogo de conscientização com as instituições legais e com os cidadãos ao elaborar o discurso de que os portadores de transtornos mentais não representam ameaça ou risco ao círculo social. Ao contrário, este seria um grande componente para sua recuperação. Por outro lado, seria necessário uma reeducação no modo de compreender os transtornos mentais, não como um estigma, mas um modo alternativo de ver e estar no mundo. O respeito e a conscientização seriam armas necessárias para reformular o modo como os pacientes eram tratados até aquele momento, dentro e fora de instituições responsáveis pelo tratamento. O Movimento da Reforma Psiquiátrica resultou na aprovação da Lei nº 10.216/2.001, nomeada “Lei Paulo Delgado”, que trata da proteção dos direitos das pessoas com transtornos mentais e redireciona o modelo de assistência. Através desta luta passamos a constituir tratamentos mais dignos e humanos, através de redes de atenção, como os atuais Centros de Atenção Psicossocial( CAPS)em todo o pais, onde acolhem as pessoas com transtornos mentais e suas famílias. Sua função é prestar assistência psicológica e médica, visando a reintegração dos doentes à sociedade. O psicólogo Renato Faria trouxe claramente em sua fala , o quanto essa rede de apoio foi e tem sido um grande avanço, mas o quanto ainda precisam receber melhores investimentos, formações profissionais, capacitação e recursos para sua manutenção. Enfatizou também a importância desse atendimento acolhedor que envolvem uma equipe multiprofissional com oficinas terapêuticas, musicalização, culinária, e que não sejam apenas como modelo clínico de consultas, mas um modelo terapêutico que abarca as necessidades das pessoas com transtornos mentais e acolhe suas famílias. Acadêmica: Leni Ramos de Oliveira G Ferreira Professora: Denise dos Anjos Costa Disciplina: Psicologia comunitária – 7° período
Internação Compulsória e biopolítica: o direito fundamental à liberdade e autonomia à luz do pensamento de Michel Foucault e a política de drogas brasileira