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RECRUTAPOLI

CIAL Aul
ão
30/04

LEIDETORTURA(
9.455-
97)
NoBr asil
,oEstat
utodaCriançaedoAdolescent
ef oiopr i
meirodi
sposi
tiv
olegal
atipi
ficarcomoocr imeapr át
icadetor
tur
a,vej
amosoquedi zoarti
go233do
ECA,submet ercr
iançaouadolescent
esobsuaautoridade,guar
daouv i
gil
ânci
aa
tor
tur
a.

Por
ém, oti
popenalficouem aber
to,
poisatéent
ãonãohav
ianenhumadefi
nição
doqueseriat
ortura,issoger
avaquest
ionament
ossobr
eumapossí v
elvi
olação
aopri
ncí
piodalegali
dade.

Ot emachegounoSTF, queconsider
ouconstit
ucionalaredaçãodoar t
igo233do
ECA, t
endoem vist
aaquantidadedetratadosi
nternaci
onaisquer egul
am otema
como, Conv enção Contra a Tor tura adotada pel a ONU, Conv enção
Inter
ameri
canaCont r
aaTortura,
Conv ençãoAmer i
canasobreDireit
osHumanos,
etc.

Consi
der
açõespr
eli
minar
es
Tor
tur
anaConst
it
uiçãoFeder
alde1988

A Const
it
uição Feder
al,em seu ar
tigo 5º
,inciso I
II
,preconi
za que
ni
nguém será submeti
do a t
ort
ura nem a tr
atamento desumano ou
degr
adant
e.

Além di sso,a CF/ 88 ainda prevê,em seu i nciso XLIII


,que a l ei
considerarácri
mesi naf i
ançáv
eisei nsuscetívei
sdegr açaouani sti
aa
práti
cadat ort
ura,ot ráfi
coil
íci
todeent orpecentesedr ogasafins,o
terr
orismoeosdef i
nidoscomocr i
meshedi ondos, porelesrespondendo
osmandant es,
osexecut oreseosque, podendoev itá-
los,seomiti
rem.

O § 6ºdo ar
ti
go 1ºda LeidosCr
imesdeTor
tur
a possuir
edação
semel
hant
e.

Not
a-se,port
anto,que,emborasej
ainaf
iançáveleinsuscet
íveldegr
aça
ouanist
ia,
ocrimedet ort
uraNÃOÉimprescrit
ível
.

Aimprescri
ti
bil
idadeocor
renoscasosderaci
smo( ar
t.5º
,inci
soXLII
,CF)
e de ação de grupos ar
mados,civi
s ou mili
tares,contra a or
dem
const
it
ucionaleoEstadoDemocráti
co(ar
t.5º
,incisoXLIV,CF).

Ademai
s,emboraaCF/ 88mencioneapenasquesejai
nsuscetí
velde
gr
açaouanist
ia(benef
íci
ospenaispr
evi
stosnoart
igo107,inc.II
,do
RECRUTAPOLI
CIAL Aul
ão
30/04

Códi
goPenalequeexti
nguem apuni
bil
idadedoagent
e)oSTFent
ende
queoscr
imesdetor
tur
atambém sãoinsuscet
ívei
sdei
ndul
to.

Outrossi
m,i
mpor t
ant
edest
acarqueoincisoXLI
IIdaCF/
88,nav er
dade,
consist
enum chamado“
mandadoconsti
tuci
onal
decrimi
nal
ização”
.

Ou sej a, a r edação const i


tuci
onal do i nciso XLI I
I
manda/
deter
mina/
impõeaoLegi
sladorqueedit
eleicr
iminal
izandoa
pr
áti
cadator
tur
a.
Dasdi
sposi
çõesdaLei
9.455/
1997

Ar
t.1ºConst
it
uicr
imedet
ort
ura:

I– constr
angeralguém com empr
egodevi
olênci
aougr
aveameaça,
causando-
lhesof
ri
mentofísi
cooument
al:

a)com ofi
m deobteri
nfor
mação,decl
araçãoouconf
issãodav
íti
maou
deter
cei
rapessoa;

b)par
apr
ovocaraçãoouomi
ssãodenat
urezacr
imi
nosa;

c)em r
azãodedi
scr
imi
naçãor
aci
alour
eli
giosa;

II– submeteralguém,sob sua guar


da,poderou autor
idade,com
empregodev i
olênci
aougraveameaça,aintensosof
ri
mentof í
sicoou
mental
,comof ormadeaplicarcast
igopessoaloumedidadecar át
er
prev
enti
vo.

Pena–r
ecl
usão,
dedoi
saoi
toanos.

Todosost i
posdet ort
urapressupõem oempr
egodev i
olênci
aougrav
e
ameaça;
O sofr
imentoinfl
igi
doaout rem podeserouf í
sico,oument al
,oude
ambososmodos;
As condutas cri
minali
zadas como crime t
ort
ura pressupõem uma
fi
nal
idade/
motivaçãodoagent eati
vo.

Poressarazão,pode-sedi
zerqueexigem,comoel ement
osubjet
ivodo
ti
po,odol
oespecí f
ico.Aúnicaexceção,t
odav
ia,f
icaporcont
ado§1º
doart
.1º,
quecoment ar
emosaseguir.

Tor
tur
a-pr
ova

#AFARDAVEM
RECRUTAPOLI
CIAL Aul
ão
30/04

No i
nciso I
,alí
nea“a”,temosachamada“ tort
ura-pr
ova”ou “tor
tur
a
per
secutór
ia”ou“t
ort
uraprobat
óri
a”ou,
ainda,
“tor
turaconfi
ssão”
.

Notem queafinal
i
dadequeoagentepossuiéadeext
rai
rinfor
mação,
decl
araçãoouconfi
ssãodapr
ópr
iav
íti
maoudeter
cei
rapessoa.

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otort
uraofil
hodeCai
ocom af
inal
i
dadedequeCai
olhe
for
neçainformaçãoval
i
osa.

Tor
tur
a-cr
ime
Jánaal
í
nea“ b”doi
nci
soI
,temosachamada“
tor
tur
a-cr
ime”ou“
tor
tur
a
par
aaprát
icadecri
me”
.

Oempregodav i
olênci
aougr aveameaçanessecasoév
isandoaquea
v
íti
maprat
iquecondutati
pif
icadacomocri
me.

Exemplo:Tí
cio,devedordoBanco“X”,
sabendoqueCai
oéger ent
edessa
i
nsti
tui
çãofinanceira,t
ort
uraestecom afinal
i
dadedequeCai ocause
i
ncêndi
oedani fiqueopatrimôni
odoBanco( Cri
medeIncêndio–art
igo
250doCP) .

Tor
tur
adi
scr
imi
nat
óri
a
Aalí
nea“ c”doinci
soIpr
evêadenomi
nada“
tor
tur
adi
scr
imi
nat
óri
a”ou

tor
tura-
racismo”

Dessa maneir
a,aquia motiv
ação do agent
e é a de exer
cer a
di
scri
minaçãodav
íti
maem r
azãodaraçaoudarel
igi
ãodest
a.

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cioeseugr
upot
ort
uram Cai
oem r
azãodeest
eseradept
o
darel
i
gião“A”.

Tor
tur
a-cast
igo
Porsuavez,
oincisoI
Itr
azachamada“ t
ort
ura-
cast
igo”
,aqualéi
nfl
i
gida
vi
sandoàapli
caçãodecast
igopessoal
oumedidadecarát
erprev
ent
ivo.

Nestemoment o,éi
mportantequeseesclar
eçaqueapenasaquel
eque
tenha al
guém sob sua guarda,poderou autori
dadeea submetea
sofri
mentofísi
cooument alcom afi
nal
idadeacimadescr
it
aéquepode
prati
carest
et i
podetor
tur
a.

#AFARDAVEM
RECRUTAPOLI
CIAL Aul
ão
30/04

Port
anto,tr
ata-
se de um CRIME PRÓPRI O,já que o suj
eito at
ivo
(t
ort
urador
)apenas pode serpessoa que det
enha essa r
elação de
guar
da,poderouaut
ori
dadecom outr
em.

Al
ém di
sso,osujei
topassivo(
vít
ima)sópodeserquem est
ásubmet
ido
àguar
da,poderouaut
oridadedaquel
e.

Poressarazão,podemosdi zerqueestecr i
meseenquadr anoque
par
cel
adadout r
inapenaldenomi nade“cri
mebi pr
ópr
io”
,umav ezque
exi
gecondi
çãoespeci
altant
opar aosuj
eit
oat i
voquant
oparaopassi
vo.

Exempl
o:umababásubmet
ecri
ançasobsuaguardaacast
igof
ísi
co
I
NTENSOem r
azãodeomenort
ersuj
adoochãodacasa.
Condut
asequi
par
adas

Os§§1ºe2ºdoar
ti
go1ºpr
eveem condut
asequi
par
adasàt
ort
ura.

Fi
gur
aequi
par
adado§1º
:

Prevêquenamesmapenai ncor
requem submetepessoapr esaou
sujei
ta a medi
da de segur
ança a sofr
iment
of í
sico ou mental
,por
i
ntermédiodaprát
icadeat onãopr ev
ist
oem leiounãor esul
tant
ede
medidalegal
.

Esse di
sposit
ivo éimpor tantíssi
mo para a prova porque cui
da de
condutamai spassív
eldeserpr at
icadaporagentepenitenci
ári
o ou
soci
oeducati
vo,sejaem r az ãodeseroúni cotipodetort
uraquenão
prev
êf i
nal
idade/moti
vação,i ssoé,doloespecí
fi
co,bast
andoquehaj ao
sofr
imentofí
sicooument al decorr
entedeatoil
egaldoagente.
Fi
guraequiparadado§2º :

Porout rolado,o § 2ºdo ar


ti
go 1ºdispõequei ncor
renapenade
detenção de um a quatr
o anos aquel
e que se omit
e em face de
quaisquerdascondut
asacimadescrit
as,quandot
inhaodeverdeevit
á-
l
asouapur á-l
as.

Por
tant
o,t
rat
a-sedecr
imeomi
ssi
vo.

Al
ém disso,
éoúnicopuni
docom penadedetenção(
1a4anos).Todas
asout
rascondut
assãopunidascom penader
ecl
usão(2a8anos)
.

#AFARDAVEM
RECRUTAPOLI
CIAL Aul
ão
30/04

Outr
ossi
m,f az-
se i
mperioso menci
onar que a omissão dev
e ser
pr
ati
cadaporquem t
inhaodeverdeev
itá-
lasouapur
á-l
as.

A Lei9.
455/1997 prevê que,se da pr
áti
ca da t
ort
urar esul
talesão
cor
poral
denaturezagraveougr av
íssi
ma,apenaédereclusãodequatro
adezanos;
ser esul
tamorte,arecl
usãoédeoitoadezesseisanos.

Porconseguinte,t
rat
a-sedef
ormaqual
ificadadator
tur
a,j
áqueoagent
e,
al
ém deinfl
igirsofr
imentoment
aloufí
sico,causadanocor
pór
eoouvit
al
àvit
ima.

Além di
sso,aLeidosCri
mesdeTor t
uratambém pr
evêcausasde
aumentodepena(
major
ant
es)deum ⅙ (
um sext
o)a⅓ (
um t
erço)
:

I–seocr
imeécomet
idoporagent
epúbl
i
co;

I
I– se o cr i
me é comet
ido cont
ra cr
iança,gest
ante,por
tadorde
def
ici
ênci
a,adol
escent
eoumaiorde60(sessent
a)anos;

I
II–seocr
imeécomet
idomedi
ant
eseqüest
ro.

Com efei
to,éi
mpor tant
edizerqueo§5ºpreconizaqueacondenação
porcrimedetorturaacarr
etar
áaperdadocar go,funçãoouemprego
públi
coeai nt
erdiçãoparaseuexer
cíci
opel
odobr odopr azodapena
apl
icada.

Dessemodo,di f
erentement
edeout roscasosprev
ist
osnaLegisl
ação
Penal
,aper dadaf unçãopúbli
caeai nt
erdi
çãoparaseuexer
cíci

decor
rênci
aautomáticadacondenaçãoportor
tur
a.

Noqueconcer neao§7º ,embor


a,em suali
ter
ali
dade,afi
rmequeo
regimeserásempreof
echado,
nãoéissoquet
êm entendi
dooSuper
ior
Tribunal
deJusti
ça.

Par
aoSTJ,nãoháobr i
gator
iedadedeserf
ixador
egi
mei
nici
alf
echado
par
aoscondenadosporcr
imedet or
tur
a.

Trat
a-sedeentendi
mentojur
isprudencialali
cerçadonojulgamentodo
HCnº111. 840/
ESnoâmbi t
odoSupr emoTr i
bunalFeder
alem r el
ação
aoscrimeshedi
ondoseequi
parados,incluí
doaqui ocr
imedet or
tura.

#AFARDAVEM
RECRUTAPOLI
CIAL Aul
ão
30/04

Porfim,destaca-
sequeoar tigo2ºprevêaapl
icaçãodaLeimesmo
quandoocr i
menãot enhasi
docometi
doem ter
rit
órionaci
onal
,desde
queav ít
imasejabrasil
eir
aouseencontr
eoagenteat i
voem l
ocalsob
j
uri
sdiçãobr
asilei
ra.

Port
anto,t
rat
a-sedehi
pót
esedeextrater
ri
tori
ali
dadedeapli
caçãodalei
penalbr
asi
lei
ra,par
aal
ém daquel
asprevi
stasnoart.7ºdoCódi
goPenal.

LETRADALEI
LEINº9.
455,
DE7DEABRI
LDE1997.
Def
ineoscrimesdetor
tur
a edá
out
raspr
ovi
dênci
as.
O PRESI
DENTEDAREPÚBLI
CAFaçosaberqueoCongr
essoNaci
onaldecr
etaeeu
sanci
onoasegui
nteLei
:
Ar
t.1ºConst
it
uicr
imedet
ort
ura:
I-constr
angeral
guém com empr
egodev
iol
ênci
aougr
aveameaça,causando-
lhe
sof
ri
mentofísi
cooumental
:
a)com of
im deobt
eri
nfor
mação,decl
araçãoouconf
issãodav
íti
maoudet
ercei
ra
pessoa;
b)par
apr
ovocaraçãoouomi
ssãodenat
urezacr
imi
nosa;
c)em r
azãodedi
scr
imi
naçãor
aci
alour
eli
giosa;
II-submet
eral
guém, sobsuaguar da,poderouaut
ori
dade,
com empr
egodevi
olênci
a
ougr aveameaça,aint
ensosof r
imentof í
sicooumental,comofor
madeapli
carcasti
go
pessoaloumedidadecaráterpr
event
ivo.
Pena-r
ecl
usão,
dedoi
saoi
toanos.
§1ºNamesmapenai ncorrequem submetepessoapr
esaousujei
taamedi
dade
segur
ançaasofri
ment
ofí
sicooument al
,porint
ermédi
odapráti
cadeat
onãopr
evi
stoem
l
eiounãoresul
tant
edemedidalegal
.
§2ºAquelequeseomi t
eem f
acedessascondut
as,quandot
inhaodev
erdeev
itá-
las
ouapur
á-l
as,
incor
renapenadedet
ençãodeum aquatr
oanos.
§3ºSeresul
tal
esãocor
poraldenat
urezagr
aveougr
aví
ssima,apenaéder
ecl
usão
dequat
roadezanos;
seresul
tamorte,
arecl
usãoédeoi
toadezessei
sanos.
§4ºAument
a-seapenadeum sext
oat
éum t
erço:
I-seocr
imeécomet
idoporagent
epúbl
i
co;
I
I-seocr
imeécomet
idocont
racr
iança,
gest
ant
e,def
ici
ent
eeadol
escent
e;
I
I– se o cr
ime é comet
ido cont
ra cr
iança,gest
ant
e,por
tadorde def
ici
ênci
a,

#AFARDAVEM
RECRUTAPOLI
CIAL Aul
ão
30/04

adol
escent
eoumai
orde60(
sessent
a)anos; '
(Redaçãodadapel
aLeinº10.
741,
de
2003)
I
II-seocr
imeécomet
idomedi
ant
eseqüest
ro.
§5ºA condenaçãoacarret
aráaper
dadocar go,f
unçãoouempr
egopúbl
i
coea
i
nter
diçãopar
aseuexercí
ciopel
odobr
odoprazodapenaapl
icada.
§6ºOcr
imedet
ort
uraéi
naf
iançáv
elei
nsuscet
ível
degr
açaouani
sti
a.
§7ºOcondenadoporcri
mepr ev
ist
onest
aLei
,sal
voahi
pót
esedo§2º
,ini
ciar
áo
cumpr
iment
odapenaem r
egi
mefechado.
Art.2ºOdi spostonestaLeiapl
i
ca-
seaindaquandoocri
menãotenhasi
docomet i
do
em t
er r
itór
ionacional,sendoavít
imabr
asi
leir
aouencontr
ando-
seoagenteem l
ocalsob
j
uri
sdiçãobr asi
l
eira.
Ar
t.3ºEst
aLei
ent
raem v
igornadat
adesuapubl
i
cação.
Ar
t.4ºRev
oga- seoart
.233daLeinº8.
069,de13dej
ulhode1990-Est
atut
oda
Cr
iançaedoAdolescent
e.
Br
así
l
ia,
7deabr
ilde1997;
176ºdaI
ndependênci
ae109ºdaRepúbl
i
ca.
FERNANDOHENRIQUECARDOSO
NelsonA.Jobi
m

#AFARDAVEM

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