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Vocêsabe

oqueé
usucapi
ão?
I
ntr
oduç
ão

Usucapiãodizr
espeit
oaformadedarut i
lidadesoci
ala
um bem,t r
ansf
erindosuaposs
epar aoutr
apes soaque
cuideeprezepelasuamanutenção,di
fer
ent ementedo
atualdono.

Provavelment
evocêt em algum conhecidoouj áouviu
alguém dizerque s etornou dono de um bem que
origi
nalmente não eraseu,ou então que conseguiu
“passar”umapr opr
iedadeparaopr óprionomedepoi s
de certotempo.Masvocê j áse perguntou como i
sso
funciona?

Issoéusucapião,enessee-
bookvamost econt
aroqueé,
comof unciona,quaisti
posexi
stem,eatémes mot edar
exemplos de us ucapi
ão,que é um dos dir
eitos que
incit
am mai sdúvidassobr
esualegal
idadeeexis
t ênci
a.

1
Tudosobre
usucapi
ão
ORI
GEM DOUSUCAPI
ÃO

Para concei
tuar Usucapião,vamos pri
mei ro des
cobri
rs ua
ori
gem et i
mológica.A pal avr
a“ Us
ucapião” vem do lat
im:
“us
ucapio”quequerdi zer
:“tomarouadquiri
rpelouso”
.

NaRomaant iga,haviaachamadaLeidasDozeTábuas ,sendo


queaSext at ábuai ns
tituí
aosdireit
osacercadapr opri
edade.
Assim,estabeleciaquecas oumapes s
oaus asseum bem por
determinadoper íodo,sem quehouvessereclamaçãoporparte
dodono, t
alpes soapoder i
ator
nar-s
epr opri
etári
adessebem.E
baseando-se nes satábua o Usucapião foiincluí
do na Lei
Brasi
lei
ra.

COMOFUNCI
ONAOUSUCAPI
ÃO

Muitosemelhanteàleiromanaéaat ualLei Bras


ilei
ra.
Eembor a
asduaspossuam ames maes sênci
a( direi
todeumapes s
oase
tor
narproprietár
iadeum bem quenãoes t
ejasendous adode
for
macor r
eta),aLeiBrasi
lei
raémai sel aboradaeinstit
ui,par
a
cadati
podeus ucapi
ão,um prazodiferente.

Resumindo,qualquer indiví
duo que tenha a i
ntenção de
confer
irf
unçãosocialecuidardeum bem comos efosses
eu,
tem odir
eit
odeent rarnajusti
çaparatomarpossedetalbem
porUsucapi
ãoapósdet erminadoespaçodetempo.

PORQUEEXI
STEODI
REI
TODEUSUCAPI
ÃO?

O vi
gésimoterceir
oitem doar
tigo5°daCons
tit
uiçãoFeder
al
Bras
ilei
raes
tabeleceque:

2

XXI
II–apr
opr
iedadeat
ender
áas
uaf
unçãos
oci
al”
.

Talprincí
pio def
ende que t
oda propr
iedade pri
vada deve
apres
entarumaut i
li
dadeàsoci
edadeou aum i ndiví
duo,de
for
ma que nenhuma fique abandonada ou s
em um des ti
no
adequado.

Eopar ágraf
o1°doart
igo1.
228,doCódigoCi vi
lde2002,di
zque:
Ҥ1
ºOdi rei
todepropr
iedadedeveserexerci
doem consonânci
a
com assuasfinali
dadeseconômicases oci
ais…”

Dessaf orma,podemos concl ui


r que o Us ucapião é uma
manei r
adedaraum bem umaf unçãos oci
al,tr
ans f
eri
ndos ua
posseparaal guém quei r
ácui darepr ezarporsuamanut enção,
dif
erentement e do ant igo dono. Des sa for ma, terrenos
abandonados ,res
idênciasdes ocupadas ,áreasde l at
ifúndios
desti
nadosàes peculaçãoi mobili
áriaexempl i
ficam ost iposde
bensimóvei squepodem s eradquiridosporout rospormei ode
usucapião,pornãoes tarem cumpr i
ndocom umaf unçãos ocial
.

EXEMPLOSDEUSUCAPI
ÃO

Par
ateaj
udaraent
endertudo,tedar
emosum exempl
opr
áti
co
decomofunci
onaoUsucapião:

Vamosimagi
narqueGabr
ielconstr
óiumacasaem um t
err
eno
deout
rapess
oa.El
epodefazeris
sodeduasformas
:

Com umaboai nt
enção:Acr
edit
andoqueot er
renoés
eupor
compraouher
ançadeixadaporseusf
ami
li
ares,
etc.

Oucom máint
enção:
Mes mosabendoqueoter
renonãoés
eu,
el
eacabaus
andoeusufr
uindocomos ef
oss
e.

Gabri
elconstróial
imes moas uacasa,fazocercado,pagaos
i
mpos tosetaxasemor acom suafamíli
apor30anos .Atéque
um diaJúli
avaiaol ocaledizaGabrielqueaquelet er
renoé
del
aemos tr
apar aeletodaadocument açãoquecompr ovao
queeladiz.

3
Porém,olocal
, es
tavadesabrigadoes em r
egular
izaçãohámais
det r
int
aanos .MasGabr ieldeuaot err
enoumaf unçãosoci
al,
cui
dou,cons t
r ui
us ua casa e pagou os impostos de f
orma
cor
reta.

Assi
m,de acordo com a Consti
tuição Feder
ale Códi
go Civi
l,
Gabrielt
em odir
eitodefazerum pedidodeUs ucapi
ãodaquele
ter
reno,jáqueel
eoocupahámui tot empo,deformacontí
nua,
pacíficaeindi
sputada.

REQUI
SITOSPARAUSUCAPI
ÃO

ParapedirUs ucapião deum bem,épr eciso queo i


ndivíduo
tenhapos s
eexcl usi
vades sebem,ocupedef ormacontinuae
nãoot enhaobtidodef ormai ncorret
a,violentaouclandestina.
As s
im,apes s
oapr ecis
at eraver dadeir
ai ntençãodepos suiro
bem,s em quees t
ees tej
as ubordinado aal guém es em que
alguém opeçadur anteot empoem quees teveem suapos se.

Assim,nãoépos s
ívelaut i
li
zaçãodeus ucapiãoem situações
em queapes soaqueocupaobem t enhaconhecimentodeque
obem nãoper t
enceael a,ouquet rabalhaparaoproprietári
o( o
casodel ocador es
,caseir
oseet c.
).Bem como,nãoépos s
ível
util
izardo us ucapião em bensmóvei sou imóveisques ejam
públ i
cos .O di rei
toér eservado a bens pr i
vados que s e
encont rem abandonados ,i
rregulares,ou quenão tenhas ido
registr
adosdef ormacor r
eta.

Ous ej
a,seopr opri
etári
odeum bem,cuidadomesmo,paga
suascontaseimpos t
oseadmini
str
acorret
ament
e,aschances
desteserusucapi
dos ãomui
topequenas
.

TI
POSDEUSUCAPI
ÃO–BENSI
MÓVEI
S

AsregrasparaoUs ucapi
ãodebensi móveissãodet
erminadas
pel
o Ar t
igo 1
.238 do Código Civilde 2002.De manei
ra que
i
remosus á-l
opar aes t
udarosdi f
erent
est i
posdeUsucapi
ãode
bensImóveises uascaracter
íst
icas.

4
1–Usucapi
ãoExt
raor
dinár
io

Éaquel equenãodependedeum j us
totí
tulo(
document oque
tem poderdet r
ansfer
irodomínio,masnãoof azporforçade
algum víci
o),
nem depropr
iedade,ousequerdeboa-
fé(quando
apessoapens aserdonadolocal,mesmonãos endo).Éregi
do
peloArtigo1.
238doCódigoCivi
l

Prazoser equisitosdoUsucapi ãoExtraordinári


o:
Para entrar com o pedi do de Us ucapião Extraordinári

preci
soqueapes soatenhaapos sedobem por1 5anos ,sendo
el
adef ormapací fica,s
em interrupção ou oposição do dono
ori
ginal
.Talpr azopodes erreduzidopar a10anosnocas odeo
i
móvels erut i
li
zado para moradia,se a pessoa houverf eit
o
obrasnol ocaloucas ohajaati
vidadepr oduti
vanol ocal.

2–Usucapi
ãoOr
dinár
io

Éregido pelo Ar
tigo 1
.242do Códi
go Ci
viledefineosprazos
par
aapes soaqueadqui ri
rum bem pormeio deusucapi
ão,
possui
ndoj ust
otítul
oeboa- fé.

Prazoser equisit
osdoUsucapiãoOr di
nár i
o:
Afim deent rarcom opedidodeUs ucapiãoénecessári
oquea
pessoa tenha pos se do i
móvelpor 1 0 anos i
ninterr
uptos
.
Entretanto,casoolocalsej
auti
li
zadocomomor adia,outenha
si
dof eitoalgum invest
imentoeconômiconol ocal
,esseprazo
podes erreduzidoem cincoanos.

3–Usucapi
ãoEspeci
al

OUs ucapiãoespeci
alédesti
nadoàquelesquetomam possede
bensi móveisenãos ãopropri
etár
iosdeoutrosi
móveis
.Desta
for
ma,es ta modalidade t
em o obj et
ivo de pr
oporci
onar
mor adiaesubsis
tênciaaquem usucapeobem.

EspecialRur al
Parapedi roUs ucapi
ãoEs pecialRural
,queconstanoAr ti
go1 91
daCons tituiçãoFederaleai ndanoAr tigo1.
239doCódi goCi vi
l
é necessár i
ot erpos se de um t er
reno rur
al,que possua no
máximo50 hect areseques ejauti
li
zadopar amoradiael ocal
produtivo.Sendo que quem ent ra com esse pedido de

5
Usucapi
ão,
nãopodes
erpr
opr
iet
ári
odebem nem ur
bano,
nem
rur
al.

Prazoserequi
sitosdoUsucapiãoEspecialRur al
Em casodepossedoimóveldurante5anosi ninter
ruptoseli
vre
de oposi
ção,a pess
oa poderáfazero pedi do de Usucapi
ão.
Sendoqueaár eadever
ás etor
narprodut i
vapar aesta,oupara
suafamíl
ia.

Especi
alUr
bano
Funci
onadeformasemelhant
eaorural
.Est
áprevi
stonoArti
go
183daConst
itui
çãoFeder
alenoAr
tigo1.
240doCódigoCivi
l.

Prazoser equisi
tosdoUsucapiãoEspeci
alUrbano
A áreaprecisasermoradiaeapes soanãopodeposs
uiroutr
o
i
móvel .Sendoqueopos s
uidordoimóvelpr
ecisat
ersuapos
se
porcincoanosi ni
nter
ruptoseli
vredeoposi
ção.

EspecialColetivo
É direci
onado à popul ação de baixa r
enda,que ut i
li
za do
i
móvelcomos uamor adi
a,dit
oquees s
eimóveltenhaumaár ea
superior a 250m² ,que s er
á divi
dida ent r
e o númer o de
ocupantes.Es te é defini
do pelo Ar t
igo 1
0 do Estat
uto das
Cidades.

Prazoser equi
sitosdoUsucapiãoEspeci alColeti
vo
Éneces s
ár i
oquenãos ej
apossívelident
ificarqualéot er
reno
que cada um dospos sui
dor
esocupa,s endo que es
tesnão
devem serpossuidoresdeoutrosi móveis.Assi
m,éneces sári
o
queoi móvelsejaocupadopor5anosi ni
nt er
ruptos.

EspecialFami l
iar
Consta no Arti
go 1.240 A do Códi
go Ci
vile é des
tinado aos
possuidoresquevi vem em um i móvelurbano deaté250m² ,
quef oradivi
didocom oex- cônj
ugeouex-companhei r
oeque
est
et enhaabandonadool ar .

Prazoser equi
sit
osdoUsucapiãoEspeci
alFamili
ar
Éneces s
árioqueapessoanãosejapos
suidordeoutr
oimóvel
,e
quet enhapossedir
eta,ini
nter
ruptaeli
vredeopos i
çãopor2
anos,doimóvelem questão.

6
EspecialI
ndígena
Descri
to no Art
igo 33do Es t
atuto do Í
ndio,estefunci
onade
for
ma par eci
da ao rurale extr
aordinári
o.As s
im,o indígena,
i
ncluí
do ou não na s ociedade,tem o di rei
to de usucapir
pedaçosdet err
asinfer
ioresa50hect ares.

Prazoserequisit
osdoUsucapi ãoIndí
gena
Não é necessári
ooj ust
ot í
tulo ou a boa-f
é,entret
antoo
i
ndígena,precis
aocuparoi móvelpor1 0 anoscons
ecut i
vose
i
ninterr
uptos,t
ratando-ocomos eu.

TI
POSDEUSUCAPI
ÃO–BENSMÓVEI
S

Também estãos
ujei
tosdeusucapiãobensmóvei scomo: car
ros
,
barcos
,equi
pamentos,motocicl
etas,elet
rodomésticos
,móveis
eetc.Sendoquehaveráregrasepr azosdiver
gentesaosbens
imóvei
s.

1–Ordinár
io
ConstanoAr t
igo1.
260doCódi
goCi
vil
,eexi
gequeopos
sui
dor
tenhaboa-féejus
totí
tul
odobem.

Prazoserequisi
tosdoUsucapiãoOrdi
nário
Parausucapi
rum bem móvel,énecess
árioqueapes s
oat
enha
possedestepor5anosini
nter
ruptoseindi
sputados
.

NOVOCPCEAUSUCAPI
ÃOEXTRAJUDI
CIAL

O NovoCódigodePr oces
s oCivi
l(Leinº1 3.105/
2015)decretou
algumasmudançasna ár ea j
urí
dica civi
la fim de f aci
lit
ara
resol
uçãodelit
ígi
ospormei osext r
ajudiciais.O us
ucapiãode
bensimóvei
sfoium doselementosques ofreumudanças .

O Art
igo1 .
071doNovoCPCdecretouumamudançanaLeide
Regis
tros Públi
cos
,adi
cionando a el
a o ar
tigo 21
6-A,que
deter
mi na:

“Art
.216-A.Sem pr ejuízo da viajuris
dicional,é admi ti
do o
pedidoder econheci
ment oext r
ajudici
aldeus ucapião,ques er
á
process
ado di r
etament e perante o cartóri
o do r egist
ro de
i
móvei s da comar ca em que es t
iver sit
uado o i móvel
usucapiendo,arequeriment odointeressado,repr
es entadopor

7
advogado,
ins
truí
docom:

I–At a notari
all avrada pel ot abelião,at est ando o t
empo de
pos sedo r equerent ees eusant eces s
ores ,conf or
meo cas oe
suasci rcunstâncias;
I
I–Pl anta e memor ialdes crit
ivo as si
nado porpr ofis sional
l
egal ment e habi l
itado, com pr ova de anot ação de
respons abili
dade t écnica no r es pectivo cons elho de
fiscal i
zaçãopr ofis si
onal ,epel ost i
tularesdedi reit
osreaisede
outros di rei
tos r egistrados ou aver bados na mat rícula do
i
móvelus ucapiendoenamat rículadosi móvei sconfinant es;
I
II–cer t
idões negat i
vas dos di stribuidor es da comar ca da
sit
uaçãodoi móveledodomi cíli
odor equer ent e;
I
V – Jus to tí
tulo ou quai squer out ros document os que
demons t
rem aor igem, acontinuidade, anat urezaeot empoda
pos se,taiscomoopagament odosi mpos tosedast axasque
i
nci direm sobreoi móvel ”.

O procedi
ment o ext
raj
udi
cialpara usucapirum bem imóvel
auxil
iouoprocessoparatornaropos s
uintedoi móvelem seu
legí
ti
modono. Tornandoopr oces
somai ssimpleser
ápido.

COMOENTRARCOM OPEDI
DOJUDI
CIALDEUSUCAPI
ÃO

Nem s empre a via extraj


udici
alr esol
ve t
odosospr oblemas,
assi
m,quando há di sputa pel
o bem,a úni ca maneir
a que o
possui
dorencont rapar atornar-s
el egí
ti
mopr opri
etári
odeum
bem ér ecor
reràsviasj udici
ais
.Osdonosl egít
imos,credorese
vi
zinhos,são exempl osde pes soasque podem i nterf
eri
rno
processodeus ucapião.

Dest
aforma,quandoéneces s
áriaumai nt
ervençãojudici
al,o
poss
uidordot errenopr
eci
saprocurarum advogadoeent r
ar
com um pr
oces s
opedindoqueojuizodeclarepropr
ietári
odo
bem porusucapião.

O processo pode serdemor ado,principalmente quando há


vári
aspar tesenvol
vidasnolití
gio.Ecasoopos sui
dorganhe,o
jui
zirápr ofer
irumas entençaqueafir mequeopos suidordo
imóvel é o novo dono. E as s
im a s it
uação poder á s
er
regular
izadaem cartóri
o,tor
nadoopos s
uidorlegí
timodono.

8
COMO FUNCI
ONA O USUCAPI
ÃO EM RELAÇÃO A UM I
MÓVEL
DEHERANÇA

O bem imóvelconfiguradocomoherançapodeserusucapido
porum de s eus her
deiros
,mas t
odo o proces
sotem s eus
requi
sit
os.

Em casosassi
m,i
ndependentementedonúmer odeher deir
os,
se apenas um deles vi
ve no l
ocal
,enquant o os demai s
abandonam o imóvel s em pagar os i
mpos t
os, exis
te a
possi
bil
idadedeent
rarcom opedidodeusucapi
ão.

Caso um dosher deirosatenda aosr equis


itosdes cr
itosnos
modelos de usucapião de bens imóveis,em uma s ituação
si
milaràdescri
taacima,oSuper iorTr
ibunaldeJustiçaent ende
queépos s
ívelpediraregul
arizaçãoviausucapião.

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