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MÓDULO DE VÉSPERA - ENEM

com questões comentadas


(da p. 45 à 52)
+
Redação exemplar
sobre tema relevante
+
Repertórios poderosos

SOUSA NUNES
COMENTÁRIO SOUSA NUNES

Introduz argumento de autoridade, dando


credibilidade ao texto.

Conjunção concessiva= introduz oposição,


contraste, e não explicação.

Que gás? Dióxido de carbono. Logo, aquele


(gás) retoma este (dióxido de carbono).

Como o “mas” anda acompanhado de


“também”, não tem caráter adversativo,
mas aditivo.
Comentário Sousa Nunes
A opção correta é a letra c) as expressões: 'consequências calamitosas' e 'efeitos incalculáveis', sublinhadas no texto, reforçam a ideia
que perpassa o texto sobre o perigo do efeito estufa. Essas expressões ajudam a manter a coerência temática do texto, enfatizando a
gravidade dos impactos do aumento de dióxido de carbono na atmosfera.

Explicação dos itens errados:

a) A palavra "mas", sublinhada no texto, vem acompanhada da partícula inclusiva “também”, formando o par correlato aditivo “não só
... mas também”, que indica soma (no caso, dois fatores negativos), e não contraste. Observe que ficou subentendia a primeira parte do
par correlato (“não só”).

b) A palavra "embora", sublinhada no texto, introduz uma concessão, que é uma declaração contrária ao que é dito na oração principal,
e não uma explicação.

d) A menção aos "cientistas", sublinhada no texto, é relevante, pois indica a autoridade e a origem do estudo mencionado, agregando
credibilidade à informação.

e) A palavra "gás" refere-se especificamente ao dióxido de carbono, que é o foco do texto em relação aos efeitos negativos sobre as
plantas, não diretamente aos "combustíveis fósseis" e "queimadas". Embora esses sejam fontes de emissão de gases, a palavra "gás" no
contexto específico está ligada ao dióxido de carbono, em uma relação hiponímia (hipônimo: termo específico dióxido de carbono =
gás-estufa ) e hiperonímia (hiperônimo: termo genérico gás ). Observe: todo dióxido de carbono é um gás, mas nem todo gás é
dióxido de carbono, o que caracteriza a relação hiponímia-hiperonímia).
COMENTÁRIO SOUSA NUNES

Se = conjunção condicional, que


Anáfora: repetição de “Se você” introdução condição, hipótese.
no início de cada verso.

Mas = conjunção coordenativa


adversativa = contraste, oposição.
Comentário Sousa Nunes

O trecho do poema “José”, de Carlos Drummond de Andrade, utiliza conjunções para


estabelecer relações de sentido entre as partes que o compõem. No primeiro momento,
emprega-se uma sucessão da mesma conjunção condicional “se”, constituindo-se em
anáfora essa repetição (paralelismo, estruturas paralelas) no início de cada verso
(repetição de termo sempre no início): “se você...”. Essas orações introduzem hipóteses
ou condições que não se realizam.
Já no final do trecho entra a conjunção “mas”, que estabelece uma oposição à sequência
de condições levantadas anteriormente, introduzindo a dura realidade de José, que
contrasta com as possibilidades anteriores.

A resposta correta é a letra C: condição e oposição.


Comentário Sousa Nunes

No poema “José” de Carlos Drummond de Andrade, o termo “duro” não se refere


à dureza física, mas à resistência emocional e existencial do personagem. José é
apresentado como uma figura que, apesar de enfrentar várias dificuldades —
subentendidas nas orações condicionais introduzidas pelo "se" — continua existindo,
continua “duro”, ou seja, sobrevivendo apesar das adversidades. O poema explora a
condição humana de José, representando o indivíduo comum que enfrenta o
desespero e a falta de perspectiva, mas que persiste, demonstrando uma resiliência
interna em face das vicissitudes (reveses) e complexidades da vida.
HISTÓRIA DA CRIAÇÃO DO POEMA “JOSÉ”.
COMENTÁRIO SOUSA NUNES

Ao empregar-se o pronome reto “eu” (que deve exercer


o papel de sujeito do verbo) no lugar do pronome
oblíquo “me” (que deve exercer a função de objeto do
verbo ou complemento), feriu-se a norma-padrão da
língua portuguesa.

Correção consoante o padrão da língua:

Molha-me
Seca-me
Observe ainda que há mistura tratamental no trecho da
música, ou seja, quebra da uniformidade de tratamento.
Os verbos “molhar”, “secar” e “deixar” estão na segunda
pessoa do imperativo afirmativo (tu), mas o verbo
“receber” e o pronome “seu”, que se referem ao
interlocutor e deveriam estar na segunda pessoa (tu),
estão na terceira pessoa (você): receba e seu. Para
corrigir essa violação, basta trocar “receba” por “recebe”
e “seu” por “teu”.
Crônicas de Natal, novo filme da Netfli x com Kurt
Russell, foi um dos grandes des taques da pla taforma de
streaming em novembro.

Movido pelo star power do ator, um fã combi nou a


versão de Papai Noel de Russell com um de seus papéis
mais i côni cos: o Snake Plissken de Fuga de Nova York, de
John Ca rpenter.

https://observatoriodocinema.uol.com.br/filmes/cronicas-de-natal-fa-
mistura-papai-noel-de-kurt-russell-com-personagem-de-fuga-de-nova-
york/
COMENTÁRIO SOUSA NUNES

A expressão “bem longe disso” introduz um novo


aspecto no texto, o qual contrasta com a ideia
anterior de que Russel Kurt como Papai Noel é um
atrativo do filme. A expressão inicia uma espécie
de concessão, indicando que, embora a presença
do ator seja um chamariz, o filme em si não é
extraordinário. Portanto, a opção correta é a letra
d) “bem longe disso”. Observe que a aludida
expressão tem dupla função: ao mes mo tempo que
retoma a ideia anterior por meio do pronome
demonstrativo “isso”, ela introduz um novo aspecto
(negativo) do filme, que contrasta com a
expectativa que se havia delineado anteriormente.
Comentário Sousa Nunes

A expressão “o mero fato” não introduz um novo aspecto no texto, mas reforça ou enfatiza uma ideia já
apresentada anteriormente. Neste caso, o "mero fato" de Kurt Russell, conhecido por papéis como Wyatt Earp,
interpretar o Papai Noel em "Crônicas de Natal" serve para destacar o argumento inicial de que essa escolha de
elenco é uma razão suficiente para assistir ao filme. A expressão é usada para sublinhar o contraste entre as
personas anteriores do ator e o papel inesperado que ele está desempenhando aqui, e não para apresentar um
novo argumento ou mudar o tópico de discussão. Mero = sem complexidade, sem importância; banal, trivial.

Portanto, “o mero fato” serve como um dispositivo enfático, destacando uma informação considerada
importante ou surpreendente que pode atrair o espectador, mas não desvia o curso da discussão nem
acrescenta uma nova linha de pensamento. É uma continuação da ideia de que o autor começou com a frase
“Nunca antes na história da Sétima Arte, Snake Plissken foi o Papai Noel”, indicando que a peculiaridade do
elenco (casting) é um ponto de interesse central para a resenha do filme.

Snake Plissken é um personagem fictício dos filmes de John Carpenter


Comentário Sousa Nunes
É preciso observar também que, no contexto dessa resenha crítica, a expressão
“Não é nenhuma maravilha” serve para moderar as expectativas do leitor sobre o
filme “Crônicas de Natal”. A expressão é uma forma de dizer que o filme, apesar de
ter o apelo de um ator conhecido interpretando o Papai Noel, não é excepcional ou
impressionante em termos de qualidade artística ou de entretenimento.

O crítico está sinalizando que, enquanto há algo digno de nota no filme (a atuação
de Kurt Russell como Papai Noel), a película em geral não atinge um padrão de
excelência que poderia ser considerado maravilhoso ou espetacular. Portanto, a
frase estabelece uma avaliação balanceada: reconhece um elemento positivo, mas
também aponta que o filme como um todo não se destaca de forma significativa no
panorama de filmes natalinos.
Comentário Sousa Nunes

Em “Crônicas de Natal” (The Christmas Chronicles), o ator Kurt Russell interpreta o Papai
Noel, não Wyatt Earp. A referência a Wyatt Earp no texto é uma alusão ao fato de que
Kurt Russell interpretou o famoso xerife em outro filme, “Tombstone” (1993), que é
bem conhecido e distante do papel tradicional de Papai Noel. A menção serve para criar
um contraste interessante e inesperado para os leitores que estão familiarizados com a
carreira de Russell, ressaltando que é incomum e interessante vê-lo no papel de uma
figura tão icônica e benevolente quanto o Papai Noel, em contraste com os papéis
anteriores mais duros e sérios.
COMENTÁRIO SOUSA NUNES
Comentário Sousa Nunes

O elemento de coesão “aquilo” na opção E antecipa (catáfora) a informação contida na


oração adjetiva restritiva que se lhe segue “que nos impele a criar”. Esse pronome
demonstrativo (aquilo) refere-se ao conceito que será explicado ou detalhado na oração
subsequente. Portanto, a resposta correta é a opção E: “...nos empurra para diante, aquilo
que nos impele a criar...”.

No contexto do texto, a expressão “o que nos impele a criar” refere-se à ideia de que ter
um sonho, ou uma aspiração, é a força motriz por trás da criatividade e da motivação para
a realização pessoal e a inovação. O autor está argumentando que os sonhos são
essenciais para nos mover além do cotidiano, da estagnação e da rotina, pois eles nos
inspiram a ter ambições, a formular planos e a buscar realizar algo novo ou diferente. A
criação mencionada aqui pode ser interpretada de maneira ampla, englobando não só a
arte e a inovação, mas também a capacidade de criar novos caminhos na vida, resolver
problemas e imaginar futuros possíveis.
Comentário Sousa Nunes
Observação:

A construção sintática sublinhada “...um compositor do qual não podemos afirmar


que pertença...” fere a norma-padrão da nossa língua.

Correção: “...um compositor sobre o qual não podemos afirmar que pertença...”
Explicação: Quem afirma, afirma algo sobre alguém, e não de alguém.

Alguém afirma algo sobre o compositor.


Comentário Sousa Nunes

A contração do nome do banco Bradesco com a palavra “completo”, formando “Bradescompleto”, é


um exemplo de neologismo por aglutinação ou amálgama lexical. Neologismos são palavras ou
expressões novas criadas dentro de uma língua a partir de seus recursos próprios, como a combinação
de palavras existentes, a criação de novos sufixos ou prefixos, ou a invenção completa de termos.

No caso de “Bradescompleto”, temos a fusão de duas palavras conhecidas (Bradesco + completo) para
criar uma nova, com o intuito de transmitir a ideia de que o banco oferece um conjunto completo de
serviços. É um recurso criativo e persuasivo, utilizado frequentemente na publicidade para chamar
atenção e fixar a marca na memória dos consumidores.
Essa fusão de dois radicais com perda de fonemas (perdeu-se co) chama-se composição por
aglutinação. Logo, temos um neologismo por aglutinação. É o que também acontece na formação do
neologismo “namorido” (namorado+marido).

Portanto, a resposta correta é:


e) neologismo, uma vez que foram criados novos itens linguísticos, a partir de mecanismos que o
sistema da língua disponibiliza.
Comentário Sousa Nunes

Composição por AGLUTINAÇÃO


OU
Amálgama Lexical ou cruzamento vocabular

Chama-se amálgama lexical ao tipo de composição em que se misturam de forma arbitrária e


imprevista dois ou mais lexemas (radicais ou palavras). São exemplos de amálgama lexical expoesia
(exposição de poesia) e democradura (mescla de democracia e ditadura). Millôr Fernandes criou
vários desses amálgamas, todos de caráter humorístico: velhocidade (= pressa do ancião),
repulgnante (= pulga nojenta), caligrafeia (= letra ruim), anãofabeto (= pequenininho que nem sabe
assinar o nome). Guimarães Rosa criou, entre outras formações, funebrilho (= enfeite de caixão,
compostode fúnebre + brilho), diligentil (diligente + gentil), copoanheiros (companheiros de copo) e
embriagatinhava (engatinhava embriagado). Pertencem à linguagem comercial-publicitária Nescau
(Nestlé + cacau), Chocolícia (chocolate + delícia), showmício (show + comício), Fla-Flu (Flamengo +
Fluminense), Grenal (Grêmio + Internacional).
Azeredo, José Carlos de. Fundamentos de Gramática do Português (Portuguese Edition) (p. 144). Zahar. Edição do Kindle.
Comentário Sousa Nunes

Na propaganda da revista IstoÉ Dinheiro, os adjetivos desempenham um papel fundamental na persuasão do


leitor, enfatizando as qualidades superiores da revista. A função dos adjetivos é, principalmente, descrever
substantivos, atribuindo-lhes características que podem influenciar a maneira como o leitor percebe o objeto
descrito.

No texto, os adjetivos usados para descrever a revista são:

“quente” - vinculado a notícias, transmite a ideia de que as informações são atuais e imediatamente relevantes.
“exclusivas” - sugere que a revista oferece conteúdo que não pode ser encontrado em outros lugares.
“privilegiadas” - implica que a revista tem acesso a informações que são de difícil acesso para a maioria. Portanto,
lendo-a, o leitor também terá acesso a essas informações.
“completa” - apresenta a revista como uma fonte que cobre todos os aspectos necessários, sem deixar nada de fora.
“premiada” - indica reconhecimento por excelência, aumentando a credibilidade da revista.
“imprescindível” - sugere que a revista é essencial para quem quer se manter informado sobre negócios e economia.

Esses adjetivos realçam as qualidades da revista, sugerindo que ela é uma fonte única e valiosa de informação
econômica e de negócios. Ao fazer isso, eles ajudam a construir uma imagem positiva da revista na mente do leitor e
aumentam o potencial de persuasão da propaganda.
Comentário Sousa Nunes

ASSUNTO QUE PODE SER COBRADO NA PROVA

A famosa Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, é uma exaltação da terra natal do poeta (Brasil) em detrimento da
terra do exílio (Portugal). Para alcançar o primor e a simplicidade de sua poesia, ele não usou adjetivos (como é
propício a essa finalidade), como fez o autor da publicidade da revista Dinheiro, mas substantivos, dando ao seu poema
um caráter literalmente substantivo.
O segredo de tal simplicidade reside em mais de um ponto. O principal é talvez a ausência de qualificativos. A
falta desse elemento valoriza de maneira singular os substantivos do poema, dando-lhes relevo, dilatando-lhes a
sugestão emocional.
E por que razão a ausência de qualificativos valoriza tão fortemente os substantivos do poema, conforme foi dito?
Porque o poeta usou de substantivos carregados, já por si, de um denso conteúdo sugestivo – seres e coisas da
natureza, na maioria, ou abstrações: elementos que, assim despojados, nus, ganham fundo em intensidade; que se
fazem valer melhor por si sós: terra, palmeiras, Sabiá, aves, céu, estrelas, várzeas, flores, bosques, vida, amores, noite,
prazer, primores, Deus.
Alguém poderá lembrar-me que sozinho figura no poema e é um adjetivo. Em rigor, porém, não merecerá tal
denominação: falta a sozinho (como a só, está claro) a essência pictural característica das palavras daquela categoria,
como azul, branco, bom, forte, largo, rico. Por outro lado, se alguém o considerar de fato adjetivo, será o único em meio
ao reinado dos substantivos.
“Em cismar – sozinho, à noite –”.
Leia-se na íntegra a poesia:

“Canção do Exílio”
Comentário Sousa Nunes

O pronome oblíquo átono “a”, em “...e a derrubou”,


exerce função sintática de objeto direto de
“derrubar”, devendo retomar um substantivo
feminino e singular. Acontece que há dois
antecedentes (referentes) que estão no feminino e
no singular: parede e aranha. Eis a ambiguidade.
Derrubou a parede ou a aranha?
Comentário Sousa Nunes

Na passagem:

Deixe em paz meu coração


Que ele é um pote até aqui de mágoa

O termo grifado (que = pois) é conjunção


coordenativa explicativa. Isso se dá porque
a oração que antecede essa conjunção está
no imperativo: Deixe em paz meu coração.
Logo, está correta a alternativa A.
Comentário Sousa Nunes

A hiperonímia é uma relação semântica em que um termo (hiperônimo) possui um


significado mais abrangente e pode englobar outros termos (hipônimos) sob sua
denominação. No contexto do texto de Rubem Braga, o substantivo que exerce essa
função é “sentimento”.

O substantivo “sentimento” é um hiperônimo que abrange uma gama de emoções e


estados internos, incluindo o “amor”, que é mencionado várias vezes no texto. O amor é
um tipo de sentimento, o que faz de “sentimento” um termo mais geral em relação ao
“amor”. Ao referir-se ao amor como um “sentimento de tal grandeza”, o autor está
usando a hiperonímia para estabelecer coesão e para generalizar a discussão sobre as
emoções humanas, indo além do amor para incluir outros possíveis sentimentos que
poderiam ser discutidos na crônica.
^

^ Co-hipônimos
Holônimos e merônimos

Holonímia e meronímia – relações que envolvem uma


parte em relação a um todo.

Carro x Parabrisa – a palavra carro estabelece uma


relação de holonímia com a palavra parabrisa.
Casa x Quarto – a palavra casa estabelece uma relação
de holonímia com a palavra quarto.
Rosto x Nariz – a palavra rosto estabelece uma relação
de holonímia com a palavra nariz.

Holônimo – designa o todo em relação à parte.

Merônimo – designa a parte em relação ao todo.


Comentário Sousa Nunes

Em seu poema, Carlos Drummond de Andrade explora a sonoridade e a formação de palavras para criar um ritmo e uma musicalidade próprios, além
de brincar com os significados. Ele faz uso de neologismos, que são palavras inventadas ou renovadas semanticamente, às vezes manipulando
prefixos e sufixos para criar palavras com novos sentidos.

a) “sonalha” é a junção de “som” com o sufixo “-alha” (derivação sufixal), mas sem sentido pejorativo; é uma palavra que evoca o som das
campainhas ou sinos pequenos. Definição: Cada uma das lâminas metálicas do pandeiro.

b) “sonouro” pode ser interpretado como uma junção dos radicais (composição por justaposição, pois não houve perda de) “som” e “ouro”, mas sem
sentido irônico, pois trata-se de neologismo que denota um som de alto valor musical.

c) “sona” é um neologismo com função verbal, o que se encaixa no uso criativo do poeta, que cunhou o verbo “sonar”, inexistente em português. No
contexto do poema, essa forma verbal neológica sugere uma ação relacionada a produzir ou curtir som.

d) “sonoterápico” é adjetivo derivado por sufixação ( e não aglutinação) a partir de sonoterapia que, por sua vez, é substantivo formado pelo
processo de composição por justaposição de dois radicais: sono+ terapia. Em “sonoterápico”, temos derivação sufixal (sufixo -ico): sonoterápico
(sono + teráp + ico). Definição: Relativo a sonoterapia - método de tratamento aplicado a certas doenças mentais que consiste em produzir e manter
o sono artificial medianteo uso de drogas

e) “mui” não é uma regressão de muito; é uma redução arcaica para “muito”, um advérbio de intensidade. Segundo o Dicionário Michaelis, trata-se
de um advérbio que se emprega antes de adjetivos e advérbios que começam por consoante. É a forma apocopada (que sofreu perda de
fonema no final da palavra) de muito. Regressão é diferente de redução.

Portanto, a opção correta é: c) o neologismo em “sona”, com função de verbo.


Comentário Sousa Nunes

Derivação regressiva

Derivação regressiva (ou regressão ou derivação deverbal) é um processo que consiste


em criar uma palavra mediante a supressão (eliminação) de um elemento final de
outra palavra.
Este processo é particularmente produtivo na formação de substantivos derivados de
verbos. Suprime-se a terminação verbal (-ar, -er, ou -ir ) e acrescenta-se diretamente
ao radical uma das vogais temáticas nominais, -o, -e ou -a:
de comprar deriva-se compra; de desmontar, desmonte; de atacar, ataque; de perder,
perda; de saltar, salto; de descontar, desconto; de fugir, fuga; de morrer, morte.

Observação: Âncora não é derivação regressiva de ancorar. É ancorar que deriva de


âncora.
Regressão não é Redução

A abreviação consiste em criar lexemas mediante a redução da forma de uma construção que
funciona como unidade lexical (=palavra). Há três modelos principais de abreviação:

1. Redução, geralmente ao primeiro elemento, da forma lexicalmente complexa: foto (por fotografia),
micro (por microcomputador), pré (por pré-vestibular), pós (por pós-graduação), vice (por vice-
presidente), ex (por ex-namorado, ex-marido etc.), extra (por extraordinário), lipo (por
lipoaspiração) tetra (por tetracampeão, tetracampeonato), moto (por motocicleta), mini (por
minissaia), quilo (por quilograma), bi (por bilhão), máxi (por maxidesvalorização), vídeo (por
videocassete);
2. Supressão de uma parte fonética, inicial ou final, sem significado próprio: Bonsuça (por Bonsucesso),
Mengo (por Flamengo), Flu (por Fluminense), Tina ou Cris (por Cristina), Bel ou Isa (por Isabel), Edu ou
Duda (por Eduardo), Zé (por José), Tião (por Sebastião), Bete ou Elis (por Elisabete), Filó (por Filomena).

3. Acronímia: formação de acrônimos, como USP, PT, PFL e outros podem ainda receber sufixos:
uspiano, petista, pefelista.
Azeredo, José Ca rlos de. Fundamentos de Gramática do Português (Portuguese Edition) (p. 136). Zahar. Edição do Ki ndle.
Comentário Sousa Nunes

a) “voceis” e “nóis”. Regra: ditongação, ou seja, transformação da vogal “ó” no ditongo “ói” pelo acréscimo da
semigoval “i”. Aqui se vê que a mesma regra se aplicou aos dois vocábulos.

b) “fumos” e “vortemo”. Regras diferentes: transformação ou alternância da vogal “o” em “u”; transformação
do “L” de “voltamos” em R (rotacismo), supressão do fonema final “S” e alternância da vogal “A” em “E”:
“vortemo”.

c) “Ói” e “aqui”. Regra: supressão do fonema “lh” de “olhe”, resultando na forma (ói); o vocábulo “aqui” não
sofreu alteração.

d) “tava” e “arresorvemo”. Regras diferentes: supressão da primeira sílaba de “estava” e acréscimo de fonema
“A” em “resolvemos” com transformação de “L” em “R” e perda de fonema final “S”: arresorvemo”.

e) “prá” e “traveis”. Regras diferentes: supressão da vogal intermediária “A” (por síncope) do vocábulo “para”,
resultando em “prá”; supressão da sílaba inicial do pronome indefinido “outra” e fusão desse vocábulo com o
substantivo “vez” que, por sua vez, sofreu ditongação, ganhando uma semivogal “i”, resultando em “traveis”.
Comentário Sousa Nunes

No último verso da música, ocorre um desvio da norma-padrão quando se usa o pronome


pessoal do caso reto “eu” (que só se emprega como sujeito ou predicativo) no lugar do pronome
pessoal do caso oblíquo átono “me” (que se emprega como complemento verbal):

Então deita e aceita eu...

Correção: Então deita e aceita me...

Além desse desvio, há outro concernente à quebra da uniformidade de tratamento.


Observe que o eu lírico começa tratando a pessoa amada por “tu”, que se subentende na forma verbal
do imperativo “deixa” (Lembre: do presente do indicativo “tu deixas”, surge o imperativo afirmativo:
deixa (tu), com a supressão do “S”. Depois, ele passa a tratar essa 2ª pessoa (tu) pela 3ª pessoa (você),
que se subentende na forma verbal do imperativo “aceita” (observe que a forma da 2ª pessoa de
“aceitar” é “aceite”, já que essa forma vem do presente do indicativo sem o “s”: tua aceitas.

Correção: Deixa que eu seja eu / E aceite / O que seja seu / Então deita e aceite me...
Comentário Sousa Nunes

O vocábulo “Caetanear” é um
neologismo formado por derivação
sufixal. Ao radical do nome próprio
Caetano, acrescentou-se o sufixo “-ar”
à
Comentário Sousa Nunes

A letra da música “Se”, de Djavan, utiliza o termo “se” de maneira a explorar as dúvidas e indecisões do ser amado. Esse termo
pode assumir diferentes funções na língua portuguesa, como conjunção condicional ou integrante, pronome reflexivo, pronome
apassivador e índice de indeterminação do sujeito.
Para identificar em que verso o “se” exerce uma classe morfológica distinta das demais, analisemos as opções dadas:

a) “não sabe se não” - aqui, o “se” é uma conjunção integrante, introduzindo uma oração subordinada substantiva objetiva direta que
completa o sentido do verbo “sabe”. A oração grifada equivale a isso. Não se sabe isso.

b) “Pode ser, se é assim” - neste caso, o “se” funciona como uma conjunção condicional (se= caso), introduzindo uma oração subordinada
adverbial condicional, que indica uma condição para o que é expresso na oração principal (“Pode ser”).

c) “Mas você adora um se” - o “se” foi usado como substantivo. Trata-se da substantivação da conjunção “se” para a expressão de dúvida
em si. Esta é a função distinta de pronome, pois aqui é tratado como um substantivo, materializando a ideia de incerteza.

d) “Do que você decidir se dá ou não” - aqui, o “se” é uma conjunção subordinativa integrante, introduzindo uma oração subordinada
substantiva objetiva direta que complementa o sentido do verbo “decidir”.

e) “Sei lá o que te dá” – aqui não se empregou o termo em questão.

Dentre as opções, a letra C (“Mas você adora um se”) é aquela em que o pronome o termo “se" exerce uma função diferente das demais,
por funcionar como um substantivo, e não como conjunção.
à
Comentário Sousa Nunes

O vocábulo “amigas” é retomado pelo


pronome indefinido “outras” e “algumas” na
frase:

“Quanto às amigas, algumas datam de quinze


anos, outras (amigas) de menos...”

Observe que o termo amigas fica


subentendido ou elipsado.
Vejamos os demais pronomes:
Em A, “que” retoma “amigos”; em B, a forma
verbal “restam” tem por sujeito “que”, o qual se
refere a “amigos”; em D, o vocábulo “nela”
refere-se a “mocidade”; em E, “cansativa”
qualifica “frequência”.
Comentário Sousa Nunes

A letra da canção “Quase Sem Querer”, da banda Legião Urbana, apresenta o eu lírico expressando suas reflexões pessoais, seus
sentimentos e emoções. A função de linguagem predominante é aquela que enfatiza o emissor e seus sentimentos.

Vamos analisar as opções dadas:

a) Função fática: se refere ao uso da linguagem para verificar a eficácia do canal de comunicação, não é o foco principal desta letra.

b) Função metalinguística: ocorre quando a linguagem é usada para falar dela mesma, o que também não é o caso aqui.

c) Função referencial: está ligada à transmissão objetiva de informações sobre o mundo exterior; embora haja elementos descritivos na
letra, esse não é o aspecto central.

d) Função apelativa: é caracterizada pelo uso da linguagem para persuadir ou convocar o receptor a realizar uma ação. Na letra em
questão, o eu lírico não está buscando convencer alguém de algo, e sim expressando seu próprio estado de espírito.

e) Função emotiva: é a função da linguagem em que predomina a expressão dos sentimentos, emoções e opiniões do emissor. Esta
função é claramente expressa na letra, já que o eu lírico está compartilhando suas emoções e reflexões pessoais.

Portanto, a função de linguagem que se destaca na letra da canção é a emotiva, e a alternativa correta é:

e) emotiva, porque vemos o eu lírico falando de seus sentimentos.


Comentário Sousa Nunes

A passagem apresenta uma situação em que o narrador, ao empregar uma linguagem típica de sua região, é recebido com estranheza pelos seus
colegas e pelo mestre. A linguagem específica do narrador é evidenciada através do uso de palavras ou expressões que são desconhecidas ou usadas
de forma diferente pelos outros personagens da narrativa. Vamos analisar as opções:

a) O verbo “arribar” é a forma como os meninos da rua diziam “erguer” (fala do mestre, linguagem padrão) ou “sungar” (termo regional do narrador),
não sendo característico da região do narrador.

b) A expressão “angu-de-caroço” é uma metáfora para uma situação confusa ou problemática, mas não indica especificamente a linguagem da região
do narrador.

c) As palavras “trancas” e “caçoar” são termos que, embora possam ser regionais, não pertencem à linguagem do narrador.

d) As palavras “estatalou” (possivelmente uma variação de “estalou”) e “risadagem” são típicas da região do narrador, conforme se subentende no
texto.

e) O verbo “escanchelou” é apresentado como uma tentativa de outro personagem de reinterpretar o adjetivo “azangado”, que o narrador usou para
descrever o estado do relógio. O uso desse verbo indica uma tentativa de traduzir um termo próprio da linguagem do narrador para uma variante
local que o mestre pudesse entender, sugerindo que “azangado” é próprio da linguagem do narrador.

Portanto, a opção que mais diretamente aponta para a linguagem específica da região do narrador é:

d) As palavras “estatalou” (possivelmente uma variação de “estalou”) e “risadagem” são típicas da região do narrador, conforme se subentende no
texto.
Comentário Sousa Nunes

O texto aborda a formação da identidade cultural e linguística do Brasil durante o período colonial, destacando a coexistênci a e a
interação entre a língua portuguesa e a língua tupi. De acordo com o excerto, as línguas portuguesa e tupi foram usadas conjuntamente,
com o tupi sendo a língua falada em casa e a portuguesa aprendida na escola.

Analisemos as alternativas:

a) A contribuição dos índios na escolarização dos brasileiros não é o foco do texto, ele fala sobre a língua falada em casa e a aprendida na
escola, não sobre quem contribuiu para a escolarização.

b) O texto não se concentra na diferença entre as línguas dos colonizadores e dos indígenas, mas na coexistência dessas línguas.

c) A importância do Padre Antônio Vieira para a literatura de língua portuguesa, embora seja um fato, não é o tema discutido no texto
apresentado.

d) O texto não foca a origem das diferenças entre a língua portuguesa e as línguas tupi, mas a forma como essas línguas eram utilizadas na
comunicação diária.

e) A interação no uso da língua portuguesa e da língua tupi é o ponto central do texto, que destaca como ambas as línguas foram
utilizadas lado a lado, sendo o tupi a língua de comunicação doméstica e a portuguesa aprendida na escola.

Portanto, a alternativa correta é:


e) interação pacífica no uso da língua portuguesa e da língua tupi.
Comentário Sousa Nunes

Os dois textos oferecem pontos de vi sta diferentes s obre o impacto do uso da i nternet na escrita e na a quisição da norma culta da l íngua portuguesa.

O Texto I a rgumenta que o uso excessivo da internet (“em demasia”) e a consequente adoção de uma linguagem i nformal e abreviada (i nternetês) podem prejudi ca ra capa cidade de
es crever textos l ongos e formais, i nfluenciando negativamente o desenvolvimento gramaticaldos jovens.

Por outro lado, o Texto II apresenta uma perspecti va que contradi z a primei ra , sugeri ndo que as crianças e adoles centes que crescera m comuni cando-se por mei os di gi tais podem
des envolver uma escrita mais fl uente e ri ca em detalhes, defendendo que o ato de escrever em qualquer forma é benéfico para aprimorar as habilidades l inguísticas.

Ana l isando as alternativas fornecidas:

a) O texto I é contrá rio à opinião de que a i nternet é benéfica à produção de texto em norma cul ta. Es ta opção é falsa, já que o Texto I defende que é o uso da internet em demasia
que acarreta problemas gramaticais: “O motivo é o uso da internet em demasia”.

b) O texto II concorda pa rcialmente com o uso da internet como ferra menta na melhoria na produção de texto. Esta al terna ti va é i ncorreta , pois o Texto II concorda integralmente
que o uso da i nternet pode s er benéfico para a escrita.

c) Os textos I e II discorda m quanto à opinião de que a internet é prejudicial ao aprendizado da norma cul ta da língua. Es ta opção es tá incorreta , pois os textos apresentam opiniões
opostas s obre o i mpa cto da internet na aquisição da norma culta . O texto II defende a ideia de que a internet é benéfi ca pa ra a es cri ta. Dizer que ambos os textos dis cordam quanto
a o prejuízo que i nternet faz à escrita s ignifica dizer que ambos entendem ser o uso dela benéfico à escrita, o que não é verdade, pois o texto I não vê benefício nisso.

d) O texto I aprova a i nternet como um elemento que contri bui para um melhor desenvol vi mento da es cri ta . Es ta opção é incorreta , pois o Texto I cri ti ca o i mpa cto da internet no
des envolvimento da escrita, principalmente quando usada em demasia.

e) O texto II afirma que o uso da i nternet desenvolve a habilidade da comunicação, aperfeiçoando a escrita. Esta opção está correta, refletindo a opinião do Texto II.

Ei s a alternativa correta, portanto:

e) o texto II a firma que o uso da internet desenvolve a habilidade da comunicação, aperfeiçoando a escrita.
Comentário Sousa Nunes

A) Quando Mafalda diz que está cheia desses livros, referindo-se aos livros que estão no chão, o pronome “esses” refere-se, de fato, a algo fora
do texto, externo a ele, considerando o texto sua fala no balão. Está correta, portanto, a alternativa A, pois o referente do pronome
demonstrativo (esses) é dêitico, isto é, está situado fora do texto, no mundo biossocial.
B) O pronome relativo “que”, no primeiro quadrinho, retoma “lobos e ogros”, logo seu referente é endofórico (=dentro do texto) e anafórico, ou
seja, situado dentro do texto e antes do pronome. A alternativa B está, portanto, errada.
C) O pronome reto “nós”, no segundo quadrinho, refere-se a Mafalda, que está situada fora do texto (ou seja, fora do balão, que é o espaço da
fala) e a outras pessoas como ela, Mafalda, não necessariamente ao termo “crianças” mencionado antes, sintaticamente falando. Se o “nós”
retomasse “crianças”, termo anteriormente mencionado, o pronome que resgataria esse termo não seria “nós”, mas “elas”. Veja: O futuro da
humanidade não são elas? Observe ainda que os pronomes eu-nós, tu-vós e você-vocês têm seus referentes fora do texto, pois são pronomes
dêiticos por excelência. Já os pronomes ele(s)-ele(s) e suas formas femininas correspondentes podem ser usados endoforicamente (como
anáfora ou catáfora), retomando (anáfora) ou anunciando (catáfora) um elemento dentro do texto ou podem ser usados exoforicamente
(referência dêitica, apontando para elemento ou referente fora do texto): Pedro é engenheiro. Ele formou-se no FB Uni. (ele, que retoma
Pedro, é pronome anafórico); Ele é um grande homem, Pedro cultiva altos valores morais (“ele” é pronome catafórico, pois seu referente
“Pedro” vem depois dele); Dois amigos conversam entre si em um diálogo textual e um aponta para um indivíduo que vai passando e diz: Veja
como anda ele apressado! Nesse caso, o pronome ele não tem referente endofórico, pois refere-se a alguém fora do discurso, ou seja, externo
à fala dos dois interlocutores. Logo, a alternativa C está correta.
D) O pronome demonstrativo “isso”, no último quadrinho, refere-se à metáfora insólita (incomum) “carne de imprensa”. Logo, o referente desse
pronome é anafórico, pois está dentro do texto e vem antes do pronome. Está incorreta, pois, esta alternativa.
E) O pronome “o”, que pode ser traduzido por “aquilo”, no último quadrinho, em “É isso o que nós somos”, tem seu referente na oração adjetiva
“que nós somos”. Veja a frase na ordem direta: Isso (carne de imprensa) é o que nós somos. Isso é aquilo. Aquilo o quê? Que nós somos, o que
retoma a ideia de “carne de imprensa”, em uma verdadeira circularidadesemântica. Esta alternativa está, pois, incorreta.
Respostas: A e C.
Comentário Sousa Nunes

A charge apresentada mostra um logo do “Governo Federal” com a inscrição “BRASIL - País Rico, País Sem
Pobreza”, enquanto, em contraste, uma figura desabrigada ou em situação de vulnerabilidade se esconde
atrás da faixa.

O uso do slogan “País Rico, País Sem Pobreza” é uma forma de expressar uma visão idealizada ou
promocional do Brasil, sugerindo prosperidade e ausência de pobreza. Entretanto, a presença da figura
em situação de vulnerabilidade logo abaixo desse slogan cria uma ironia, fazendo contrastar a mensagem
oficial com a realidade observada no cotidiano de muitos brasileiros.

Essa ironia é característica das charges, que utilizam imagens e palavras para comentar e criticar
situações sociais, políticas ou culturais de forma humorística e, muitas vezes, sarcástica. Portanto, o
objetivo da charge é “criticar situações importantes por meio da ironia”, como é o caso desta, que
questiona a efetividade das políticas governamentais em relação à pobreza e à desigualdade no Brasil.
Resposta: B
Questão nula por
falta do texto
verbal, que foi
cortado na
imagem.
24.
Comentário Sousa Nunes

A tirinha mostra um paciente descrevendo seus sintomas a um médico. No entanto, em vez de usar termos médicos ou
linguagem comum, o paciente usa expressões peculiares e específicas de uma região ou localidade. Os regionalismos.
Ele menciona “mucumbu” para designar “fim da coluna vertebral, acima das nádegas; “meio das pazes” para
referir-se à parte do corpo entre as escápulas; e titela, para designar peito ou tórax. Trata-se de termos que
não pertencem à língua portuguesa padrão e que, por isso, deixam o médico confuso.
A escápula é um osso importante, uma vez que fornece ponto de inserção para vários músculos do braço e do ombro.
Ela se articula também com o úmero e com a clavícula, formando a articulação glenoumeral (ombro) e a articulação
acromioclavicular, respectivamente.

Essa peculiaridade no modo de falar indica uma variação regional do idioma, ou variante diatópica (dialetal).
Variações regionais ocorrem quando diferentes regiões de um país ou falantes de uma língua em diferentes
localidades desenvolvem expressões, pronúncias ou gramáticas distintas. Isso é comum em países grandes como o
Brasil, onde a diversidade cultural e geográfica pode levar a diferenças linguísticas marcantes entre regiões.

Portanto, a tirinha destaca, de forma humorística, as dificuldades de comunicação que podem surgir devido a essas
variações regionais. O paciente usa termos que são, provavelmente, comuns ou compreensíveis em sua região de
origem, mas que são estranhos para o médico, evidenciando o contraste entre a linguagem regional e a linguagem
padrão ou comum.
Resposta: A
24.
Comentário Sousa Nunes
A charge mostra dois personagens comentando sobre a
“maioridade penal”, que é mencionada como sendo “16 anos”.
Um dos personagens diz: “Sem problemas! A gente nunca chega
até ‘lá’, mesmo!”

O advérbio “lá” está sendo usado como elemento coesivo para


evitar a repetição do termo anteriormente mencionado. Em vez
de dizer “A gente nunca chega até ‘16 anos’, mesmo!”, o
personagem utiliza o advérbio “lá” para se referir a essa idade em
que se atinge a maioridade penal, sem repetir a expressão.

Assim, o uso do advérbio “lá” serve como um substituto para “16


anos”, indicando o ponto ou a idade à qual eles acreditam que
não chegarão, fazendo referência à maioridade penal.
Comentário Sousa Nunes

Examinemos as passagens centrais dos dois textos:


Texto I
“Sou uma mulher
Preciso ser amada”

Texto II
“Que venha essa nova mulher de dentro de mim,
Com olhos felinos felizes e mãos de cetim
E venha sem medo das sombras, que rondam o meu coração,
Conquiste o direito de ser uma nova mulher”

Dentro do contexto fornecido:

Texto I: O eu lírico descreve a si mesmo como uma joia que precisa ser lapidada, uma chama que precisa de combustível, e histórias que
precisam de uma fada. Ela declara “Sou uma mulher” e “Preciso ser amada”, sugerindo uma vulnerabilidade e uma necessidade de amor
e cuidado.

Texto II: O eu lírico pede por uma “nova mulher” que venha de dentro dela mesma. Esta mulher tem “olhos felinos felizes” e “mãos de
cetim”, e não tem medo das sombras. Ela é descrita como uma figura renovada e forte, pronta para enfrentar desafios e conquistar seu
direito de ser essa nova mulher.
COMENTÁRIO SOUSA NUNES

Comparando os dois textos:

a) O Texto I não mostra a mulher como amarga, e o Texto II não especificamente como batalhadora.

b) No Texto I, não há sugestão direta de sedução. O Texto II não mostra a mulher como desiludida.

c) O Texto I pode ser interpretado como mostrando uma mulher carente. No entanto, o Texto II não sugere que a
mulher foi abandonada.

d) O Texto I sugere uma mulher que é, de certa forma, frágil ou em necessidade. O Texto II apresenta a ideia de uma
mulher que está se renovando ou transformando.

e) O Texto I sugere uma necessidade de amor, mas não necessariamente paixão. O Texto II não mostra a mulher como
triste.

Com base nessa análise, a opção correta é:

d) em I, o eu lírico é uma mulher frágil, e em II, uma mulher renovada.


Comentário Sousa Nunes

O texto discute a capacidade de todas as línguas de expressar qualquer conteúdo e ressalta que, embora todas as línguas tenham o
potencial de fazê-lo, na prática, a realização desse potencial é limitada pelo vocabulário disponível na língua. O texto sublinha que, mesmo
que uma língua não tenha tradição escrita ou esteja extinta, ela pode teoricamente ser usada para discutir qualquer assunto. No entanto,
o desafio está em desenvolver o vocabulário necessário para discutir certos temas, o que pode exigir esforço e tempo. Vamos examinar as
alternativas:

a) O texto não fala sobre a inexistência de conteúdo comum a todas as línguas.

b) O texto não sugere que línguas são limitadas na comunicação perfeita sobre qualquer conteúdo, mas destaca a questão do vocabulário.

c) O texto não compara a restrição de vocabulário e gramática de línguas indígenas com línguas de origem europeia.

d) Esta alternativa está correta. O texto aborda as diferenças de vocabulário entre as línguas e sugere que essas diferenças estão ligadas à
cultura dos falantes.

e) O texto não atribui maior importância sociocultural às línguas contemporâneas.

Com base na análise, a resposta mais adequada é:

d) existência de diferenças vocabulares entre os idiomas, especificidades relacionadas à própria cultura dos falantes de uma
comunidade.
Comentário Sousa Nunes
a) Não há um emprego inadequado de pronomes pessoais de
tratamento no trecho.

b) A palavra “coisa” é um termo genérico e não necessariamente um


desacordo com a norma-padrão.

c) “Em amor, em amar” é uma expressão poética e não viola a norma-


padrão.

d) O uso de “aqui dentro” é uma expressão coloquial e é


frequentemente usada na fala diária, mas não é um erro gramatical.

e) A expressão “pra namorar com você” viola a regência típica do verbo


“namorar”, pois, na norma-padrão, diz-se “namorar alguém”, e não
“namorar com alguém”.

Dado isso, a resposta correta é:

e) à quebra da regência verbal no trecho “pra namorar com você”.


Comentário Sousa Nunes

A placa apresenta marcas de uma ortografia antiga da língua


portuguesa, como a utilização do “ph” em “prohibido” e a
palavra “colocar” com dois “l”, que não estão em conformidade
com a ortografia atual do português brasileiro.

Dessa forma, é possível inferir que a variação evidenciada é de


natureza:

a) histórica.
REPERTÓRIOS PODEROSOS
Comentário Sousa Nunes

O pensamento do sociólogo Zygmunt Bauman sobre a importância do ato de


questionar dentro de uma sociedade chama a atenção para um ponto crucial: a
habilidade de questionar é intrínseca ao desenvolvimento e ao progresso. Este conceito
pode ser analisado em várias dimensões: social, política, econômica e até mesmo
individual.

Social e Política
No nível social e político, o ato de questionar é a base da democracia. É por meio
de questionamentos que se pode desafiar o status quo e buscar reformas ou melhorias
na governança. Quando uma sociedade perde a capacidade ou o desejo de questionar,
torna-se passível de manipulação e controle. Em regimes autocráticos, por exemplo, um
dos primeiros direitos a serem cerceados é o da liberdade de expressão, que inclui o
direito de questionar.
Comentário Sousa Nunes

Econômico

Do ponto de vista econômico, o questionamento constante pode levar a


inovações que impulsionam o crescimento e o desenvolvimento. Empresas e
indústrias que incentivam a cultura do questionamento frequentemente se
mostram mais resilientes e adaptáveis às mudanças no mercado. O inverso
também é verdadeiro; organizações que desencorajam questionamentos podem
tornar-se obsoletas.
Comentário Sousa Nunes

Individual

No nível individual, o ato de questionar está profundamente ligado ao


desenvolvimento pessoal e à autodescoberta. É através das perguntas que se
pode refletir sobre as próprias crenças, valores e comportamentos. Isso não
apenas possibilita o crescimento pessoal, mas também permite que os
indivíduos contribuam de forma mais significativa para a sociedade como um
todo.
Comentário Sousa Nunes

Educação

A educação é outra área em que a capacidade de questionar é fundamental. O


método socrático, que é baseado em fazer perguntas, é um exemplo de como o ato
de questionar pode levar ao desenvolvimento do pensamento crítico. Quando a
educação é estruturada de forma a incentivar os alunos a questionar, eles estão mais
preparados para enfrentar desafios futuros de forma independente e inovadora.
Comentário Sousa Nunes

Conclusão

Em suma, a arte de questionar é fundamental para o desenvolvimento e


bem-estar de uma sociedade em múltiplas dimensões. O pensamento de Zygmunt
Bauman serve como um lembrete oportuno de que as perguntas são, muitas
vezes, mais importantes do que as respostas imediatas que elas possam gerar. É o
processo contínuo de questionamento que mantém uma sociedade viva, dinâmica
e em constante evolução.
TEMA DE REDAÇÃO
A importância do livro como agente de transformação pessoal e social

Redação exemplar

Desde a Antiguidade clássica, o livro é reconhecido como poderoso instrumento de


conhecimento e transformação, lição que Alexandre, o Grande, aprendeu de seu
preceptor, o filósofo Aristóteles, que lhe recomendou a leitura da “Ilíada”, de Homero.
Monteiro Lobato, sugerindo uma simbiose entre educação e progresso nacional,
asseverava que um país se constrói com homens e livros. No entanto, essa ferramenta
vital encontra-se além do alcance da maioria dos brasileiros devido sobretudo ao seu
elevado custo e à escassez de bibliotecas em regiões menos privilegiadas, situação
agravada pela falta de políticas públicas eficazes que fomentem a leitura. Essa
conjuntura desfavorável constitui desafio significativo que precisa ser vencido para que o
brasileiro valorize o livro como real instrumento de transformação pessoal e social.
Efetivamente, o livro é um convite ao pensamento crítico, uma ponte para mundos
diversos e uma janela para experiências que transcendem o cotidiano e transformam o
ser humano. Castro Alves, com seu poema “O Livro e a América”, glorificava o livro pelo
poder de tornar um povo consciente e reflexivo. Reflexo do pensamento lobatiano, a
sinergia entre educação e avanço é inegável, principalmente quando se visa à melhoria
da sociedade. Não obstante, o acesso a livros no Brasil é um problema para a maioria dos
brasileiros, que encontra no preço uma das principais barreiras para sua aquisição, o que
resulta na privação do direito de acesso a esse artefato fundador da civilização, na visão
do bibliófilo José Augusto Bezerra. Em decorrência dessa conjuntura desfavorável, o
brasileiro lê, em média, 4,6 livros por ano, segundo pesquisa de Retratos da Leitura no
Brasil, ao passo que um finlandês lê 14 livros. Mudar essa realidade para se desfrutar do
livro como agente de educação e progresso é inadiável.
Ademais, a formação do cidadão do século XXI passa necessariamente pelo
desenvolvimento de habilidades, como criticidade, criatividade, colaboração e comunicação,
as quais encontram na leitura de bons livros o meio ideal para sua efetivação. É fato que ler
não só ajuda a desenvolver tais habilidades, cruciais para a inserção no mercado de trabalho
cada vez mais exigente e mutante, como defende o historiador israelense Yuval Harari, em
sua obra “21 lições para o século 21”, mas também contribui para a formação de seres
humanos mais empáticos, críticos e participativos social e politicamente. Todavia, obstáculos
de natureza sociopolítica, como falta de projetos eficientes do poder público e da sociedade
civil para ampliar o número de bibliotecas em todo o país e criar condições para o gosto pela
leitura, impedem o acesso da maioria dos brasileiros a tais fontes de saber, deixando-os à
mercê de desinformação e “hackeamento”, em um mundo cada vez mais complexo
governado por algoritmos.
Portanto, é imperativo que haja uma ação coordenada entre o poder público e a
sociedade civil para garantir que o livro cumpra seu papel de agente catalisador da
educação e do progresso. Para tanto, cabe ao Estado, principal gestor da educação
nacional, promover o acesso democrático ao livro por meio de políticas públicas
eficazes que ampliem as redes de bibliotecas em todo o país e subsidiem o mercado
editorial para tornar acessível o preço do livro. Quanto à sociedade civil, compete-lhe
potencializar essa iniciativa mediante ações, como doações de livros e criação de
clubes de leitura para estimular o ato de ler. Essas medidas conjuntas têm o poder não
apenas de escrever um novo capítulo na história da educação brasileira, mas
precipuamente de transformar cada cidadão em um protagonista da sociedade, que
se tornará mais culta e menos desigual.
Prof. Sousa Nunes
“Livros são amigos fiéis e conselheiros prudentes. Neles habitam sábios com
quem poderás conversar sempre que quiseres. Este é um exemplar da
“Ilíada” com minhas anotações. Peço que só o abras quando pisares o solo
que vais conquistar.”
De Aristóteles para Alexandre.
(Fonte: “O espírito do sucesso”, de José Augusto Bezerra, p. 18.)

Leia mais sobre a educação pelos livros em:


https://prosabersp.org.br/acesso-a-leitura-ainda-e-desafio-no-brasil-como-formar-mais-leitores/
A importância do pensamento crítico em face da onipresença dos algoritmos
Ou
O desafio do homem em um mundo governado por algoritmos

REPERTÓRIOS

A máxima “Sapere aude” é uma expressão latina que significa “Ousa saber” ou
“Atreve-te a conhecer”. Originalmente, foi utilizada por Horácio e mais tarde adotado
por Immanuel Kant, particularmente no contexto da Ilustração ou Iluminismo, como
um chamado à coragem de usar a própria inteligência e raciocínio crítico para
entender o mundo, em vez de depender cegamente da autoridade ou da tradição.
Na era da inteligência artificial e, em particular, de modelos como o GPT (Generative Pre-
trained Transformer), “Sapere aude” possui uma relevância renovada por várias razões:

Estímulo ao Pensamento Crítico

Inteligência artificial pode fornecer informações, análises e até mesmo formular


argumentos, mas cabe aos humanos o dever de pensar criticamente sobre essas saídas.
Mesmo que um algoritmo possa gerar uma resposta coerente, é imperativo questionar,
validar e contextualizar essa informação.
Autonomia Versus Dependência

Com o advento de IA sofisticada, existe o risco de tornar-se excessivamente


dependente dessas tecnologias para tomada de decisão, o que poderia inibir o
pensamento crítico e a autodeterminação que o “Sapere aude” preconiza.

Responsabilidade Ética

O uso de IA traz consigo questões éticas complexas que exigem uma aplicação
cuidadosa do raciocínio humano. Seja no desenvolvimento de algoritmos mais justos
ou na avaliação de seus impactos sociais, "ousar saber" é fundamental para navegar
nesse terreno ético de forma responsável.
Acesso ao Conhecimento

Um dos objetivos da IA, como o GPT, é democratizar o acesso ao conhecimento e


à informação. No entanto, cabe aos indivíduos fazer um uso sábio e informado
dessas ferramentas, alinhado com o espírito de “Sapere aude”.
Conhecimento Versus Sabedoria

Enquanto a IA pode armazenar e processar quantidades enormes de


informação, ela não possui sabedoria, no sentido humano do termo. “Sapere
aude” nos lembra que a verdadeira compreensão requer mais do que
apenas o acesso a dados; requer a habilidade e a coragem de sintetizar,
interpretar e aplicar esse conhecimento de forma significativa.
Imaginação e conhecimento

A frase atribuída a Albert Einstein, “A imaginação é mais importante que o


conhecimento”, fala do poder que tem a criatividade humana de transcender fatos e
detalhes concretos. Para Einstein, enquanto o conhecimento é limitado a tudo o que
já conhecemos e compreendemos, a imaginação abraça o mundo inteiro e tudo o que
ainda haverá para conhecer e entender. Eis, pois, o caminho que o homem precisa
percorrer para não ser superado pela máquina: expandir sua imaginação e
criatividade.
Tenham excelente prova!
Sousa Nunes

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