Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MEDIAÇÕES CULTURAIS
NAS AMÉRICAS
CDD 980.5
Carlos Villarruel
Preparação e revisão de texto
Revisão de espanhol Mônica Cossalter
Diagramação Andrea Yanaguita
16
Barbara Weinstein2
3. Para uma discussão sobre essa divisão profunda nos estudos latino-ame-
ricanos, ver Wade (1997,p. 25-39).
394 Barbara Weinstein
8. Concordo com Mattos que a militância política das pessoas de cor livres
(muitas das quais foram donas de escravos) não implicou uma crítica à
instituição da escravidão nas décadas posteriores à independência, mas
realmente creio que podemos detectar alguns signos de sentimentos in-
cipientes de abolicionismo, especialmente nos ataques ao tráfico transa-
tlântico. Na minha própria pesquisa, constato que houve um considerável
deslizamento do comércio de escravos à escravidão no discurso dos adver-
sários do tráfico (cf. Weinstein, 2001).
400 Barbara Weinstein
10. Isso não implica que não houve protestos coletivos depois de 1840 ou
redes patrono-clientelares anteriores a esse momento, mas permite-nos
indicar aquilo que tendia a ser o típico meio de evadir o recrutamento
num determinado momento.
11. Sobre os romances “indianistas” de José de Alencar, ver Sommer (1991).
12. A representação do “caboclo”, uma figura de índio aculturado/camponês,
é realmente muito diferente dos retratos romantizados de Iracema e Ira-
puã, de Alencar. O caboclo pode parecer, à primeira vista, comparável à
imagem do “índio miserável”, da imaginação pós-colonial peruana, mas,
no contexto da sociedade de plantação baiana, ele representava uma clara
figura independente, não europeia, mas, ao mesmo tempo, não africana.
402 Barbara Weinstein
14. Além dos estudos já citados anteriormente, ver também Ribeiro (2002),
Grinberg (2002), Lima (2003), Souza (1998) e Kittleson (2005).
404 Barbara Weinstein
17. Para uma narrativa clássica que transforma uma rebelião política em uma
“insurgência racial”, ver Raiol (1970). Para uma análise do processo pelo
qual demandas políticas indígenas de longa data se reinterpretaram como
“guerra racial”, ver Platt (1987).
18. Skidmore (1993) e Schwarz (1993) focam acertadamente as adaptações
“científicas” do debate sobre a raça no Brasil, porém nenhum dos dois
historiza o surgimento da ciência racial em si mesma.
América indígena e América africana – uma divisão problemática? 407
24. Segundo Holt (2000), uma flagrante contradição nas políticas britânicas
em consideração às pessoas livres foi a ênfase discursiva na constituição
de bons lares burgueses, com a separação entre a esfera pública e a priva-
da, enquanto os plantadores recorreram a uma variedade de estratégias
agressivas para manter o acesso ao trabalho das mulheres liberadas.
América indígena e América africana – uma divisão problemática? 411
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
25. Para uma discussão sobre a presença de o Brasil nessa exposição, ver
Williams (2001). Sobre o lusotropicalismo, ver Freyre (1959).
414 Barbara Weinstein