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Curso Online:

Física Básica
Aplicações das Leis de Newton...........................................................................2

Movimento Circular Uniforme..............................................................................9

Ordem de Grandeza..........................................................................................13

Vetores...............................................................................................................15

Movimento Uniformemente Variado..................................................................17

O Calor e Fenômenos Térmicos........................................................................19

Oscilações e Ondas...........................................................................................24

Átomo de Bohr...................................................................................................26

Velocidade, Massa, Energia e Movimento.........................................................28

Referências bibliográficas..................................................................................41

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APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON

Leis de Newton é uma expressão designada às três leis que possibilitam e


constituem a base primária para compreensão dos comportamentos estático e
dinâmico dos corpos materiais, em escalas quer celeste quer terrestre.

As leis de Newton definem-se sobre uma estrutura vetorial, contudo essas leis
foram expressas nas mais diferentes formas nos últimos três séculos, incluso
via formulações de natureza essencialmente escalar. As formulações
de Hamilton e de Lagrange da mecânica clássica; embora em nada
acrescentem em termos de fundamentos às leis de Newton, expressam os
mesmos princípios de forma muito mais prática a certos problemas, embora
representem a primeira vista complicações frente aos problemas mais simples
usualmente encontrados em seções que visam a explicar as leis de Newton.

Newton não apenas estabeleceu as leis da mecânica como também


estabeleceu a lei para uma das interações fundamentais, a lei da Gravitação
Universal, e ainda construiu todo o arcabouço matemático necessário -
o cálculo diferencial e integral - para que hoje se pudessem projetar e
pragmaticamente construir desde edifícios até aviões, desde sistemas mais
eficientes de freios automotivos até satélites em órbita. O mundo hoje mostra-
se inconcebível sem a compreensão que vem à luz via leis de Newton.

Isaac Newton publicou estas leis em 1687, no seu trabalho de três volumes
intitulado Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica. As leis expressam os
princípios relacionados à dinâmica da matéria, ou seja, à estática ou
movimento de objetos físicos.

Conhecida como princípio da inércia, a primeira lei de Newton afirma que: se


a força resultante (o vetor soma de todas as forças que agem em um objeto) é
nula, logo a velocidade do objeto é constante. Consequentemente:

Um objeto que está em repouso ficará em repouso a não ser que uma força
resultante não nula aja sobre ele.

Um objeto que está em movimento retilíneo uniforme não mudará a sua


velocidade a não ser que uma força resultante não nula aja sobre ele.

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Newton apresentou a primeira lei a fim de estabelecer um referencial para as
leis seguintes. A primeira lei postula a existência de pelo menos um referencial,
chamado referencial newtoniano ou inercial, relativo ao qual o movimento de
uma partícula não submetida a forças é descrito por uma velocidade (vetorial)
constante.

As leis de Newton são válidas somente em um referencial inercial. Qualquer


sistema de referência que está em movimento uniforme respeitando um
sistema inercial também é um sistema referencial; o que se expressa
via Invariância de Galileu ou princípio da relatividade Newtoniana.

Ao chutar uma bola, o jogador exerce uma força sobre ela.

Ao abri a garrafa, aplica-se uma força para segurar e outra força para remover
a tampa.

Uma pessoa aplicando uma força F para empurrar um carro.

Para Newton os corpos possuem uma propriedade de resistir a mudanças ao


seu estado de movimento. Isso significa que os corpos resistem a mudanças
de velocidade, e a essa propriedade dá se o nome de Inércia.

 Se um corpo estiver em repouso, ele tende a continuar em repouso.


 Se um corpo estiver em movimento retilíneo uniforme, ele tenderá a
continuar em movimento.

Exemplos: Os passageiros de um ônibus tende a continuar em movimento


após o mesmo acionar os freios. O mesmo acontece com o piloto de uma moto
em movimento que freiando bruscamente.

A segunda lei de Newton, também chamada de princípio fundamental

da dinâmica, afirma que a força resultante em uma partícula é igual à taxa

temporal de variação do seu momento linear em um sistema de referência


inercial:

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A terceira lei de Newton, ou princípio da ação e reação, diz que a força
representa a interação física entre dois corpos distintos ou partes distintas de
um corpo. Se um corpo A exerce uma força em um corpo B, o
corpo B simultaneamente exerce uma força de mesma magnitude no corpo A—
ambas as forças possuindo mesma direção, contudo sentidos contrários. Como
mostrado no esquema ao lado, as forças que os patinadores exercem um
sobre o outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos, cada
qual sobre um patinador. Embora as forças sejam iguais, as acelerações de
ambos não o são necessariamente: quanto menor a massa do patinador maior
será sua aceleração.

As duas forças na terceira lei de Newton têm sempre a mesma natureza. A


exemplo, se a rua exerce uma força ação para frente no pneu de um carro
acelerando em virtude do atrito entre este pneu e o solo, então também é uma
força de atrito a força reação que empurra o asfalto para trás.

De forma simples: as forças na natureza aparecem sempre aos pares, e cada


par é conhecido como uma par ação-reação. O par de forças ação-reação é a
expressão física de uma interação entre dois entes físicos; há sempre um par
de forças a agir em um par de objetos, uma força em cada objeto do par; e não
há na natureza força solitária, ou seja, não há força (real) sem a sua contra-
parte.

Considere o exemplo proposto por Newton: um cavalo que arrasta um bloco


pesado por meio de uma corda. Em termos de módulo, a corda exerce sobre o
bloco a mesma força que o bloco exerce sobre ela, tensionando-a. Igualmente,
a força que a corda exerce sobre o cavalo tem módulo igual ao da força que o
cavalo exerce sobre a corda, tensionando-a. Em cada caso, o sentido da força
na corda é oposto ao da força no objeto com a qual interage.

Em uma usual aproximação, despreza-se a massa da corda, e nestes termos


as duas forças, cada qual aplicada em uma de suas extremidades, têm
módulos sempre iguais. Tal aproximação equivale a pensar que o cavalo
interage diretamente com o bloco.

É conveniente analisar por separado as forças que atuam no bloco e no cavalo,


como mostra a figura abaixo. Se a velocidade com que o cavalo arrasta o bloco
for constante, a segunda lei de Newton implicará que a soma das forças que
atuam sobre o bloco e sobre o cavalo será nula.

É a chamada leia da ação e reação.

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―Se um corpo A aplicar uma força sobre um corpo B, receberá deste uma força
de mesma intensidade, mesma direção e sentido oposto à força que aplicou
em B‖.

Ao aplicarmos a terceira lei de Newton, não podemos esquecer que as forças


de ação e reação:

• Estão associadas a uma única interação, ou seja, correspondem às forças


trocadas entre apenas dois corpos;

• Têm sempre a mesma natureza (ambas de contato ou ambas de campo),


logo, possuem o mesmo nome (o nome da interação);

• Atuam sempre em corpos diferentes, logo, não se anulam.

A lei da ação e reação pode ser observada em varias situações da vida


cotidiana.

As leis de Newton foram testadas por experimentos e observações por mais de


200 anos, e elas são uma excelente aproximação quando restritas à escalas de
dimensão e velocidades encontradas no nosso cotidiano. As leis do
movimento, a lei da gravitação universal e as técnicas matemáticas atreladas
provêm em um primeiro momento uma boa explicação para quase todos os
fenômenos físicos observados no dia-a-dia de uma pessoa normal. Do chute
em uma bola à construção de casas e edifícios, do voo de aviões ao
lançamento de satélites, as leis de Newton aplicam-se plenamente.

Contudo, as leis de Newton (combinadas com a gravitação universal


e eletrodinâmica clássica) são inapropriadas em circunstâncias que
ultrapassam os limites de velocidades e dimensões encontradas no dia-a-dia,
notavelmente em escalas muito pequenas como a atômica e em altas
velocidades como a das partículas carregadas em aceleradores de partículas.
Houve a necessidade, pois, de se expandir as fronteiras do conhecimento com
teorias mais abrangentes que as da mecânica de Newton.

Em mecânica quântica conceitos como força, momento linear e posição são


definidos por operadores lineares que operam no estado quântico. Na
mecânica quântica não relativística, ou seja, em velocidades que são muito
menores do que a velocidade da luz, as ideias de Newton mostram-se ainda
tão exatas frente a estes operadores como são para objetos clássicos. Contudo
ao considerarem-se velocidades próximas à da luz em dimensões tão
diminutas como as de fato envolvidas, tal afirmação não pode mais ser feita, e
em verdade a teoria associada à "mecânica quântica relativística" ainda não

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está completamente consolidada, sendo alvo de grandes pesquisas por parte
dos físicos atuais.

A trajetória de um ponto em movimento pode ser definida em cada instante t


através do vetor de posição do ponto:

Cada uma das três componentes, x(t), y(t) e z(t), é uma função do tempo. Num
intervalo de tempo ∆t = t2 −t1 o deslocamento do ponto é:

Onde são os vetores posição nos instantes t1 e t2. O vetor obtido

dividindo o deslocamento é o vetor velocidade média, com a

mesma direção e sentido do deslocamento . Define-se o vetor velocidade


em cada instante, igual ao deslocamento dividido por ∆t, no limite em que ∆t se
aproxima de zero.

Tomemos o gráfico da trajetória de um ponto e deslocamento entre dois


instantes t1 e t2.

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Imagem: Livro Física 1. Dinâmica. Jaime E. Villate

As três leis de Newton são a base da mecânica clássica, que permite estudar
desde o movimento dos objetos à nossa volta, até o movimento dos planetas,
estrelas e outros objetos distantes.

A primeira lei de Newton, denominada lei da inércia, foi enunciada por Newton
no seu livro assim:

Todo corpo mantém o seu estado de repouso ou de movimento uniforme


segundo uma linha reta, se não for compelido a mudar o seu estado por forças
nele impressas.

Os projéteis continuam no seu movimento, a menos que sejam retardados pela


resistência do ar ou impelidos para baixo pela força da gravidade. Um pião,
cujas partes, pela sua coesão, são continuamente desviadas dos seus
movimentos retilíneos, não cessa de rodar se não for retardado pelo ar. Os
corpos maiores — planetas e cometas — encontrando menos resistência nos
espaços livres, continuam os seus movimentos, retilíneos ou circulares, por
tempo muito maior.

Podemos considerar a segunda lei de Newton como a definição do conceito de


força na mecânica; define-se em termos do efeito que produz sobre os corpos
em que atua. O texto original do livro de Newton é:

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A mudança na quantidade de movimento é proporcional à força motora
impressa e faz-se na direção da linha reta segundo a qual a força motora é
aplicada.

Se uma força gera uma quantidade de movimento, uma força dupla gerará uma
quantidade de movimento dupla, uma força tripla gerará uma quantidade de
movimento tripla, quer a força seja impressa de uma vez e imediatamente, quer
seja impressa gradual e sucessivamente. E se o corpo já então se movia, a
nova quantidade de movimento (sempre dirigida na direção da força atuante) é
adicionada ou subtraída à quantidade de movimento inicial, conforme sejam
concordantes ou opostas uma da outra; ou juntas obliquamente de forma a
produzir uma nova quantidade de movimento composta pela determinação das
duas.

Terceira lei é a de ação e reação:

A toda a ação opõe sempre uma igual reação. Isto é, as ações mútuas de dois
corpos um sobre o outro são sempre iguais e opostas.

Aquilo que puxa ou comprime outra coisa é puxado ou comprimido da mesma


maneira por essa coisa. Se premir uma pedra com um dedo, o dedo é
igualmente premido pela pedra. Se um cavalo puxar uma pedra por meio de
uma corda, o cavalo será puxado para trás igualmente em direção à pedra.
Pois a corda esticada tanto puxa o cavalo para a pedra como puxa a pedra
para o cavalo, tanto dificulta a progressão do cavalo como favorece a
progressão da pedra. Se um corpo bater noutro e pela sua força lhe mudar a
quantidade de movimento, sofrerá igual mudança na sua quantidade de
movimento, em sentido oposto. As mudanças feitas por estas ações são iguais,
não nas velocidades, mas nas quantidades de movimento dos corpos. Isto,
suposto que os corpos não são retidos por outros impedimentos. Portanto, se
as quantidades de movimento são mudadas de igual, as mudanças de
velocidades em sentido contrário são inversamente proporcionais às massas
dos corpos.

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MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME

O movimento circular uniforme (MCU) consiste em um tipo de movimento de


trajetória circular em que o módulo da velocidade, ou velocidade escalar, é
constante. Embora a velocidade escalar não varie nesse tipo de movimento, a
partícula está acelerada em tal movimento, pois a direção e sentido do vetor
velocidade variam com o tempo.

Imagem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O somatório das forças neste tipo de movimento é nulo na


componente tangencial (componente da aceleração com direção igual à do
vetor velocidade podendo ter sentido diferente) e não nulo na
componente normal ou centrípeta (sendo esta componente direcionada para o
centro da curva) à trajetória. Como tal, o valor absoluto da velocidade (o
módulo do vetor velocidade) é constante, variando a sua direção e sentido.

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No caso do MCU, a aceleração centrípeta é constante, uma vez que o raio da
trajetória é constante por definição, e a velocidade V é também constante dado
que a aceleração tangencial é nula.

Quando o raio de curvatura R for constante, a trajetória será uma


circunferência e o movimento será circular. A trajetória num movimento circular.
Para localizar a posição na trajetória, basta um grau de liberdade, s. De forma
equivalente, podemos usar o ângulo θ, em vez da distância s, para descrever o
movimento. A relação entre o ângulo e a distância percorrida, se a origem para
as duas variáveis for o mesmo ponto, será:

Como R é constante, derivando a equação anterior obtemos:

onde ω é a velocidade angular θ˙. A equação é a mesma

equação , mas aqui foi obtida


para o caso particular em que R é constante. Repare também que na equação
anterior v e ω não têm que ser constantes; se forem constantes, o movimento
será circular uniforme, mas a equação é válida também para movimentos
circulares não uniformes.

Um movimento circular, na mecânica clássica, é aquele em que um objeto


ou ponto material se desloca numa trajetória circular. Uma força
centrípeta muda de direção o vetor velocidade, sendo continuamente aplicada
para o centro do círculo. Esta força é responsável pela chamada aceleração
centrípeta, orientada para o centro da circunferência–trajetória. Pode haver
ainda uma aceleração tangencial, que obviamente deve ser compensada por
um incremento na intensidade da aceleração centrípeta a fim de que a
trajetória não deixe de ser circular.

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Movimento circular uniforme - velocidade v e aceleração a

Imagem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Vetores velocidade no tempo t e tempo t + dt são movidos na órbita à esquerda


até novas posições onde duas caudas coincidem, à direita. Devido à
velocidade ser fixa em magnitude a v = r ω, os novos vetores velocidade são
varridos para um caminho circular com taxa angular ω. À medida em que dt →
0, o vetor aceleração a torna-se perpendicular a v, o que significa que ele
aponta em direção ao centro da órbita no cículo da esquerda. O ângulo ω dt é
o pequeno ângulo entre as duas velocidades e tende a zero à medida em
que dt→ 0.

Imagem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Bola em movimento circular - a corda provê a força centrípeta que mantém a
bola em círculo.

Imagem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A corda é cortada e a bola continua em linha reta com a velocidade do


momento de corte da corda, de acordo com a lei de Newton da inércia, uma
vez que a força centrípeta não mais está lá.

Imagem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O movimento circular ocorre quando em diversas situações que podem ser


tomadas como exemplo:

Uma pedra fixada a um barbante e colocada a girar por uma pessoa


descreverá um movimento circular uniforme.

A translação aproximada, para cálculos muito pouco precisos, da Lua em torno


do planeta Terra (a excentricidade orbital da Lua é de 0,0549).

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ORDEM DE GRANDEZA

Uma ordem de magnitude ou ordem de grandeza é a classe


de escala ou magnitude de qualquer quantidade ou grandeza, onde cada
classe contém valores de uma razão à classe que a precede. A razão mais
comumente usada é 10.

Potência Ordem de
Como se lê Decimal
de dez magnitude

Quintilionésimo 0,000000000000000001 10−18 −18

quatrilionésimo 0,000000000000001 10−15 −15

trilionésimo 0,000000000001 10−12 −12

bilionésimo 0,000000001 10−9 −9

milionésimo 0,000001 10−6 −6

centésimo de
0,00001 10−5 −5
milésimo

décimo de
0,0001 10−4 −4
milésimo

milésimo 0,001 10−3 −3

centésimo 0,01 10−2 −2

décimo 0,1 10−1 −1

um 1 100 0

dez 10 10¹ 1

cem 100 10² 2

13
mil 1.000 10³ 3

dez mil 10.000 104 4

milhão 1.000.000 106 6

bilhão 1.000.000.000 109 9

trilhão 1.000.000.000.000 1012 12

quadrilhão 1.000.000.000.000.000 1015 15

quintilhão 1.000.000.000.000.000.000 1018 18

sextilhão 1.000.000.000.000.000.000.000 1021 21

setilhão 1.000.000.000.000.000.000.000.000 1024 24

Ordens de magnitude são geralmente usadas para fazer comparações muito


aproximadas. Se dois números diferem por uma ordem de magnitude, um é
aproximadamente dez vezes maior que o outro. Se eles diferem por duas
ordens de magnitude, eles diferem por um fator de aproximadamente 100. Dois
números de mesma ordem tem aproximadamente a mesma escala: o maior
valor é menor que dez vezes o menor valor. Esse é o raciocínio que está por
trás dos algarismos significativos: a quantidade arredondada é normalmente
umas poucas ordens de magnitude menor que o total, e consequentemente,
insignificante.

A ordem de magnitude de um número é, intuitivamente falando, o número de


potências de 10 contidas no número. Mais precisamente, a ordem de
magnitude de um número pode ser definida em termos do logarítmo decimal,
usualmente como a parte inteira do logaritmo, obtida por truncamento. Por
exemplo, 4.000.000 tem um logaritmo decimal de 6,602; sua ordem de
magnitude é 6. Quando truncado, um número de sua ordem de magnitude está
entre 106 e 107. Num exemplo similar, "Ele tem sete dígitos (ou algarismos)", a
ordem de magnitude é o número de algarismos menos um, então isto é muito
facilmente determinado sem uma calculadora como sendo 6. Uma ordem de
magnitude é uma posição aproximada numa escala logarítmica.

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VETORES

Os vetores desempenham um papel importante


na física: velocidade e aceleração de um objeto e as forças que agem sobre ele
são descritas por vetores. Os componentes de um vetor dependem do sistema
de coordenadas usado para descrevê-lo. Outros objetos usados para descrever
quantidades físicas são os pseudovetores e tensores.

Os vetores têm aplicação em várias áreas do conhecimento, tanto técnico


quanto científico, como física, engenharia e economia, por exemplo, sendo os
elementos a partir dos quais se constrói o Cálculo Vetorial.

Muitas operações algébricas nos números reais possuem


formas análogas para vetores. Os vetores podem
ser adicionados, subtraídos, multiplicados por um número e invertidos. Essas
operações obedecem às conhecidas leis
da álgebra: comutatividade, associatividade e distributividade. A soma de dois
vetores com o mesmo ponto inicial pode ser encontrada geometricamente
usando a regra do paralelogramo. A multiplicação por um número positivo
(comumente chamado escalar), nesse contexto, se resume a alterar a
magnitude do vetor, isto é, alongando ou encurtando-o porém mantendo o seu
sentido. A multiplicação por -1 preserva a magnitude mas inverte o sentido.
As coordenadas cartesianas fornecem uma maneira sistemática de descrever e
operar vetores. Como não há a multiplicação nem a divisão, também não há a
potenciação nem a radiciação.

Os vetores são representados por setas e, para desenhá-los é preciso levar em


conta o seu tamanho. Por exemplo: uma grandeza de valor numérico 8 deve
ser desenhada com o dobro do tamanho de uma que valor 4.

Um bastante comum é o sistema cartesiano, por exemplo. Nele as direções do


seriam x e y são, respectivamente, as componentes horizontal e vertical.

Um vetor poderia ser escrito como V = (x, y). Desse mesmo modo, o sentido
está relacionado à ponta do vetor, indicando se é positivo ou negativo.

Existe também a possibilidade de um vetor estar inclinado. Logo, não coincide


com nenhuma das coordenadas. Entretanto é possível calcular o tamanho de
suas componentes a partir do ângulo θ. Este é formado entre o vetor e a
direção horizontal, e o módulo do vetor a.

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As distâncias d1 e d2 na figura 6.3 são designadas de braços das forças, em
relação ao ponto S onde foram deslocadas para ser somadas. Os produtos (F1

d1) e (F2 d2) denominam-se torques das forças , em relação ao


ponto S, e são designados por τ1 e τ2. 1 Uma forma mais geral e simples de
somar qualquer tipo de forças consiste em deslocá-las todas para um mesmo

ponto, mas por cada força deslocada, deverá ser adicionado um torque,
igual ao produto do módulo da força e o braço em relação ao ponto onde foi

deslocada. A mostra uma força aplicada num ponto P,


que queremos deslocar para a origem O.

O deslocamento de uma força para um ponto fora da sua linha de ação


introduz um torque τ.

Imagem: Livro Física 1. Dinâmica. Jaime E. Villate.

O vetor posição do ponto P tem módulo r e faz um ângulo θ com a força .


O braço da força em relação a O, que é a distância entre O e a linha de ação
da força, é igual a r sinθ e, portanto, o torque da força em relação a O é:

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MOVIMENTO UNIFORMEMENTE VARIADO

Movimento uniformemente variado é o movimento no qual


a velocidade escalar varia uniformemente no decorrer do tempo. O movimento
caracteriza-se por haver uma aceleração escalar constante e diferente de 0.

A equação da velocidade em função do tempo é:

Como a aceleração escalar é a mesma em todos os instantes, ela coincide com


a aceleração escalar média, qualquer que seja o intervalo de tempo
considerado.

Então escrevemos:

Essa função estabelece como varia a velocidade escalar no percorrer do tempo


no movimento uniformemente variado: e são constantes, e a cada valor
de corresponde um único valor de

Movimento Uniformimente Variado:

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No movimento uniformemente variado podemos perceber três funções
distintas:

Aceleração em função do tempo - Como a aceleração nesse movimento é


constante e diferente de zero, então apresenta-se uma função constante. Logo
o gráfico apresenta-se como uma reta paralela ao eixo das abscissas.

Velocidade em função do tempo - A função da velocidade em função do tempo


é uma função de primeiro grau. Logo apresenta-se como uma linha reta que
concorre com o eixo das abscissas.

Deslocamento em função do tempo - O deslocamento em função do tempo é


uma função de segundo grau. Logo ela se apresenta como uma parábola.

Em alguns sistemas em que aparentemente são necessárias várias variáveis


para descrever o movimento de diferentes partes, o número de graus de
liberdade pode ser menor devido à existência de ligações entre as partes.

O movimento do carrinho pode ser descrito pela variação da distância


horizontal x até o eixo da roldana fixa. O movimento do cilindro será igual ao
movimento da roldana móvel e, portanto, pose ser descrito pela expressão para
a distância vertical y entre os centros das roldanas, em função do tempo. Mas
enquanto o fio permanecer esticado e sem se quebrar existirá uma relação
entre velocidades e acelerações do carrinho e do cilindro. Para encontrar essa
relação, vamos escrever o valor do comprimento do fio, L, em função das
distâncias x e y:

Essas relações entre as posições, velocidades e acelerações implicam que o


sistema tem apenas um grau de liberdade. Se conhecermos as expressões
para a posição, velocidade e aceleração de um dos objetos, em função do
tempo, essas relações permitem calcular a posição, velocidade e aceleração
do outro objeto.

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O CALOR E FENÔMENOS TÉRMICOS

Calor é o termo associado à transferência de energia térmica de um sistema a


outro - ou entre partes de um mesmo sistema - exclusivamente em virtude da
diferença de temperaturas entre eles. Designa também a quantidade de
energia térmica transferida em tal processo. Calor não é uma propriedade dos
sistemas termodinâmicos, e por tal não é correto afirmar que um corpo possui
mais calor que outro, e tampouco é correto afirmar que um corpo "possui"
calor. Os corpos (ou sistemas) possuem energia interna, essa composta por
duas parcelas, a energia térmica e a energia potencial (energia química). Os
conceitos de energia interna ou mesmo de energia térmica não devem jamais
ser confundidos com o conceito de calor; que implica sempre energia térmica
em trânsito ou transferida devido a uma diferença de temperaturas.

O calor é geralmente simbolizado em Física pela letra Q, e, por convenção, se


um corpo recebe energia sob a forma de calor - o que leva, em ausência de
trabalho, a um aumento de sua energia interna U - o calor Q é dito positivo; e
se um corpo cede energia sob a forma de calor - o que leva, em ausência de
trabalho, a uma redução de sua energia interna - o valor de Q é negativo.

Foi o físico alemão Hermann Von Helmholtz que, em 1847, estabeleceu a


definição de calor como uma forma de energia, afirmando que para todas as
formas de energia há o equivalente em calor. A ideia foi posteriormente
corroborada por seu colega inglês James Prescott Joule. Construindo um
aparelho simples, que aproveitava o trabalho mecânico produzido pela queda
de corpos, Joule mediu a quantidade de energia mecânica necessária para
elevar por agitação a temperatura de uma certa quantidade de água, e por
comparação, estabeleceu o equivalente mecânico do calor.

O avanço que seguiu no tocante aos estudos na área, sobretudo impulsionados


pela importância histórica do advento das máquinas térmicas, mostrou
efetivamente que, assim como o movimento produz calor, o calor, por sua vez,
também pode produzir movimento. Seguindo-se o curso histórico,
gradualmente a antiga hipótese do calórico digladiou-se com a hipótese da

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atualmente bem-estabelecido energia térmica e, perdendo a batalha, a
hipótese do calórico acabou suprimida do paradigma moderno concernente à
termodinâmica dos sistemas físicos.

Embora grandezas termodinâmicas, ao contrário do que ocorre com a energia


interna e suas variações, calor e trabalho não são funções de estado; ou seja,
o calor e o trabalho envolvidos em processos termodinâmicos não dependem
apenas dos estados inicial e final do sistema em transformação.

A quantidade de calor e trabalho envolvidos em um processo são


explicitamente dependentes do caminho, no espaço de estados, associado à
transformação; literalmente da forma como o sistema evolui do estado inicial A
para o estado final B, quer via uma evolução quase-estática e reversível - a
geralmente e antes considerada - quer via processo abrupto ou irreversível.
Provido que, ao término, os estados inicial A e final B do sistema sejam sempre
os mesmos, evoluções diferentes implicam quase sempre valores diferentes
para as grandezas trabalho e calor.

Segue-se pois que é a rigor incorreta qualquer afirmativa que tente atribuir ao
sistema, ou a parte do mesmo, as posses de calor ou trabalho. Expressões
como "a água quente tem mais calor que a água fria", onde notoriamente
associa-se ao sistema uma quantidade específica de calor em cada estado - e
interpreta-se a temperatura como uma medida desse calor - são, frente aos
rigores do paradigma moderno, completamente descabidas. Da mesma forma,
visto que não se pode transferir o que não se possui, a expressão
"transferência de calor", se interpretada ao pé da letra, transmite também uma
informação inverídica frente ao paradigma moderno concernente à energia
interna, calor e trabalho. O uso de tais expressões é assim altamente
desencorajado.

Certamente contraditório, é fato que tais expressões - talvez por razões


históricas herdadas da hipótese do calórico - ainda circulam livremente entre
a população; essas não se fazendo em nada raras também no meio acadêmico
científico. Terminologias como "trocador de calor" e "dissipador de calor" são
ainda aceitas como terminologias oficiais, amplamente empregadas para
nomearem-se dispositivos cuja real função é estimular a existência de calor, e
não promover a troca de calor, entre partes do sistema ou entre o sistema e a
sua vizinhança. De forma correta, tais dispositivos são promotores de calor e
não trocadores de calor.

A calorimetria é uma ramificação da termologia que analisa os problemas


relacionados à troca de calor em sistemas de temperaturas diversas. Como
exemplo, considere a situação em que dois corpos A e B possuem
temperaturas TA e TB, sendo TA > TB. Ao serem colocados em contato

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térmico, no interior de um recipiente termicamente isolado do meio externo,
pode-se observar que após um tempo suficientemente longo, os corpos
apresentarão a mesma temperatura, i.e., TA = TB, atingindo portanto
e equilíbrio térmico. Em um sistema termicamente isolado, a temperatura de
equilíbrio entre os corpos em contato será sempre intermediária entre a maior e
a menor temperatura presente originalmente no sistema.

Em termodinâmica, calorimetria é um ramo da física que estuda as trocas


de energia entre corpos ou sistemas quando essas trocas se dão na forma
de calor. Calor significa uma transferência de energia térmica de um sistema
para outro, ou seja: podemos dizer que um corpo recebe calor, mas não que
ele possui calor.

Calor - Energia térmica que é transferida de um corpo para outro devido à


diferença de temperatura entre eles. O sentido desta transferência é sempre da
região (ou corpo) de maior para a/o de menor temperatura. Uma vez que o
calor é uma energia em processo de alteração, todo corpo pode receber ou
doar calor, que normalmente é medido em calorias; porém, o calor é uma
grandeza equivalente à energia mecânica e, portanto, pode ser medido
em joules, de acordo com o S.I.

Calor sensível - É o calor absorvido ou cedido por um corpo e que tem como
consequência a variação da energia (cinética) interna de um corpo, a qual é
observada diretamente na temperatura do corpo em questão. O nome "calor
sensível" faz referência ao fato de que tais trocas podem ser observadas
através da variação de temperatura, nunca incorrendo em transição de fase de
primeira ordem (isto é, não provocando mudança de estado, sólido-líquido-
gasoso-plasmático).

Calor latente - É o calor cedido ou absorvido por um corpo e que tem como
consequência a variação da energia potencial intermolecular. Ao absorver ou
distribuir calor latente, um corpo mantém sua temperatura constante, porém
passa por mudança de estado físico (diferente do calor sensível).

Capacidade térmica (C) - É a razão (ou relação) entre a quantidade de calor e


a variação de temperatura num sistema. A capacidade térmica de um sistema

21
(com dois ou mais corpos), corresponde à soma dos valores individuais da
capacidade térmica de cada corpo.

capacidade térmica do corpo.

quantidade de calor trocada pelo corpo.

variação de temperatura do corpo.

Obs.: A unidade de capacidade térmica no S.I. é o J/K (joule por kelvin).

Calor específico (c): É a capacidade específica de uma substância de mudar


sua temperatura ao receber ou liberar calor para cada massa unitária que esta
vier a incluir. Isto quer dizer que a Capacidade Térmica de um corpo é dada
pelo Calor Específico (c) da substância que o compõe e pela sua massa; em
outras palavras: quanto menor o calor específico de uma substância, menor
será a quantidade de calor necessária para elevar a sua temperatura. O calor
específico depende do estado de agregação do sistema, sendo maior no
estado líquido do que no estado sólido.

A unidade usual para determinar o calor específico é e no S.I. é o

22
A relação entre capacidade térmica (C) e massa (m) é expressa por

representa o calor específico de um dado material.

representa a capacidade térmica da amostra deste material.

representa a massa da amostra deste material.

Uma caloria (1 cal): é a quantidade de calor necessária para aquecer, sob


pressão normal, 1,0 g de água de 14,5 °C a 15,5 °C.

A equação fundamental da calorimetria é definida a partir de duas grandezas


importantíssimas da Termologia, que são a capacidade térmica e o calor
específico.

Princípio de Transformações Inversas: a quantidade de calor que um corpo


recebe é igual, em módulo, à quantidade de calor que um corpo cede ao voltar,
pelo mesmo processo, à situação inicial.

Princípio do Equilíbrio Térmico: quando vários corpos inicialmente a


temperaturas diferentes trocam calor entre si, e só entre si, observamos que
alguns perdem enquanto outros recebem calor, de tal maneira que decorrido
um certo tempo, todos estacionam numa mesma temperatura, chamada
temperatura de equilíbrio térmico.

Princípio da Igualdade das Trocas de Calor: quando vários corpos trocam


calor apenas entre si, a soma das quantidades de calor que alguns cedem é
igual, em módulo, à soma das quantidades de calor que os restantes recebem.

23
OSCILAÇÕES E ONDAS

Em física, uma onda é uma perturbação oscilante de alguma grandeza física no


espaço e periódica no tempo. A oscilação espacial se caracteriza por
seu comprimento de onda, enquanto que o tempo decorrido em uma oscilação
completa é denominado período da onda, e é o inverso da sua frequência. O
comprimento de onda e a frequência estão relacionadas pela velocidade com
que a onda se propaga.

Ondas mecânicas: São ondas que se propagam somente em meios materiais


e são governadas pelas leis de Newton.

Exemplos:

 Ondas oceânicas de superfície , que são perturbações que se propagam


através da água (veja também surf e tsunami);
 Som se propaga através dos gases, líquidos e sólidos, que é de uma
frequência detectada pelo sistema auditivo;
 Onda sísmica presente nos terremotos, que podem ser dos
tipos S, P e L.

Ondas eletromagnéticas: São ondas resultantes da combinação de um


campo elétrico com um campo magnético. As ondas eletromagnéticas se
propagam no vácuo com a mesma velocidade: c = 299 792 458 m/s.

 Exemplos:
 Luz;
 Ondas de rádio;
 Raio x.

Ondas de matéria

Essas ondas são utilizadas em laboratório. São ondas associadas a elétrons,


prótons e outras partículas elementares e mesmo a átomos e moléculas.

24
Ondas podem ser descritas usando um número de variáveis,
incluindo: frequência, comprimento de onda, amplitude e período, etc.

O comprimento é o tamanho de uma onda, a distância entre dois vales ou duas


cristas. É representado pela letra grega lambda (λ). O número de onda (k) é
dado pela seguinte relação:

A amplitude de uma onda é a medida da magnitude de um distúrbio em um


meio durante um ciclo de onda. Por exemplo, ondas em uma corda têm sua
amplitude expressada como uma distância (metros), ondas de som
como pressão (pascals) e ondas eletromagnéticas como a amplitude de
um campo elétrico (volts por metro). A amplitude pode ser constante (neste
caso a onda é uma onda contínua), ou pode variar com tempo e/ou posição. A
forma desta variação é o envelope da onda. A amplitude é representada pela
letra grega gama (γ).

O período é o tempo(T) de um ciclo completo de uma oscilação de uma onda.


A frequência (f) é período dividido por uma unidade de tempo (exemplo: um
segundo), e é expressa em hertz.

Quando ondas são expressas matematicamente, a frequência angular (ω;


radianos por segundo) é constantemente usada, relacionada com
frequência f em:

A equação de Schrödinger descreve o comportamento ondulatório da matéria


na mecânica quântica. As soluções desta equação são funções de onda que
podem ser usadas para descrever a densidade de probabilidade de uma
partícula.

25
ÁTOMO DE BOHR

Na física atômica, o átomo de Bohr é um modelo que descreve o átomo como


um núcleo pequeno e carregado positivamente cercado
por elétrons em órbita circular.

Imagem: Wikipédia, a enciclopédia livre

Através das descrições quânticas da radiação eletromagnética propostas


por Albert Einstein e Max Planck, o físico dinamarquês Niels Bohr desenvolve
seu modelo atômico a partir de quatro postulados:

Os elétrons que circundam o núcleo atômico existem em órbitas que têm níveis
de energia quantizados.

A energia total do elétron (cinética e potencial) não pode apresentar um valor


qualquer e sim, valores múltiplos de um quantum.

Quando ocorre o salto de um elétron entre órbitas, a diferença de energia é


emitida (ou suprida) por um simples quantum de luz (também chamado
de fóton), que tem energia exatamente igual à diferença de energia entre as
órbitas em questão.

26
As órbitas permitidas dependem de valores quantizados (bem definidos)
de momento angular orbital, L, de acordo com a equação.

onde n = 1, 2, 3, ... é chamado de número quântico principal e h é a constante


de Planck.

A regra 4 afirma que o menor valor possível de n é 1. Isto corresponde ao


menor raio atômico possível, de 0,0529 nm, valor também conhecido como raio
de Bohr. Nenhum elétron pode aproximar-se mais do núcleo do que essa
distância.

O modelo de átomo de Bohr é às vezes chamado de modelo semi-clássico do


átomo, porque agrega algumas condições de quantização primitiva a um
tratamento de mecânica clássica. Este modelo certamente não é uma
descrição mecânica quântica completa do átomo. A regra 2 diz que as leis da
mecânica clássica não valem durante um salto quântico, mas não explica que
leis devem substituir a mecânica clássica nesta circunstância. A regra 4 diz que
o momento angular é quantizado, mas não diz por quê.

A equação de Rydberg, que era conhecida empiricamente antes da equação


de Bohr, está agora na teoria de Bohr para descrever as energias de transições
entre um nível de energia orbital e outro. A equação de Bohr dá o valor
numérico da já conhecida e medida constante de Rydberg, e agora em termos
de uma constante fundamental da natureza, inclui-se a carga do elétron e
a constante de Planck. Quando o elétron é movido do seu nível de energia
original para um superior e, em seguida, recua um nível retornando à posição
original, resulta num fóton a ser emitido. Usando a fórmula derivada para os
diferentes níveis de energia de hidrogênio, determinam-se os comprimentos de
onda da luz que um átomo de hidrogênio pode emitir. A energia de um fóton
emitido por um átomo de hidrogênio é determinado pela diferença de dois
níveis de energia de hidrogênio.

O modelo do átomo de Bohr explica bem o comportamento do átomo


de hidrogênio e do átomo de hélio ionizado, mas é insuficiente para átomos
com mais de um elétron.

27
VELOCIDADE, MASSA, ENERGIA E MOVIMENTO

Velocidade é um conceito fundamental para a mecânica clássica. Foi a partir


desse que os primeiros físicos puderam desenvolver o estudo do movimento
dos corpos, tornando-se capazes de descrever trajetórias através de funções
matemáticas. Isaac Newton, pai da mecânica clássica, desenvolveu o cálculo
diferencial a partir desse estudo. Há dois tipos de movimentos considerados
mais simples: o movimento retilíneo uniforme (MRU) e o movimento retilíneo
uniformemente variado (MRUV), que são representados por equações lineares
e quadráticas respectivamente. Para outros tipos de movimento mais
complexos, utiliza-se a derivada.

Em virtude do caráter vetorial da velocidade, quando ocorre uma mudança na


direção do movimento, a velocidade muda, mesmo que a aceleração
permaneça constante.

Imagine uma corrida de fórmula 1, quando os carros de corrida fazem a curva,


sua velocidade muda de direção.

Unidades de Velocidade:

Sistema Internacional de Unidades (SI)

Metro por segundo (m/s): unidade de velocidade do SI (1 m/s = 3,6 km/h).

Sistema CGS de unidades

Centímetro por segundo (cm/s)

28
Sistema imperial de medidas

 Pé por segundo (ft/s)


 Milha por hora (mph)
 Milha por segundo (mps)

Navegação marítima e Navegação aérea

O nó é uma unidade de medida da velocidade, utilizada na navegação marítima


e aérea, equivalente a uma milha náutica por hora.

Aeronáutica

O Número de Mach (M ou Ma) é uma medida de velocidade relativa que se


define como o quociente entre a velocidade de um objeto e a velocidade do
som no meio em que se move dito objeto. É um número
adimensional tipicamente usado para descrever a velocidade dos aviões. Mach
1 equivale à velocidade do som; Mach 2 é duas vezes a velocidade do som; e
assim sucessivamente. A velocidade do som no ar é de 340 m/s (1 224 km/h).

Unidades naturais

Velocidade da luz no vácuo = 299 792 458 m/s (convencionalmente


300 000 km/s). É a maior velocidade que se pode atingir no Universo segundo
a Teoria Restrita da Relatividade de Einstein.

Outras unidades

 Quilômetro por hora (km/h)


 Quilômetro por segundo (km/s)

Velocidade e referencial a velocidade relativa do objeto em relação a


uma câmera sobre trilhos, ao lado da trajetória, movendo-se com a mesma
rapidez do objeto, é igual a 0 (pois v1 = v2). A câmera, pois, registrará o objeto
"parado" em sua frente.

29
Os conceitos científicos de massa, que diferem do conceito também científico
de quantidade de matéria, sempre se mostram de alguma forma associados ao
conceito de inércia, e mesmo em relatividade, onde energia e massa mantêm,
em acordo com a famosa equação E = mc2, íntima relação, esta associação
está presente: não só a matéria mas também a energia apresenta inércia.
Entretanto, apesar de muito bem definida dentro de cada área de estudo onde
aparece, "explicar" a massa não é uma coisa muito simples, e atualmente
existem algumas teorias que tentam elucidar nas origens o que é massa.

Massa: a massa é uma medida direta da oposição que um corpo oferece à


mudança em seu estado de movimento.

Os conceitos físicos de força e massa surgem em teorias


ou modelos destinados a estabelecer a dinâmica em sistemas compostos ou
por entes semelhantes ou por entes de natureza às vezes bem distintas.
Nestes modelos sempre figuram também dois outros conceitos fundamentais, o
conceito de momento e o conceito de energia. Os conceitos de energia
e momento são importantes porque suas definições se dão de forma que
energia e momento sempre obedeçam a leis gerais de conservação, leis estas
decorrentes da existência de regras naturais de relacionamento entre entes
e/ou sistemas que são, em princípio, estáveis e muito bem estabelecidas.

Segundo o Sistema internacional de unidades (SI), a medida da massa é


o quilograma (kg).

A unidade de medida de massa — o quilograma — encontra-se intimamente


atrelada ao quilograma-padrão, um protótipo internacional de platina iridiada
(feito de irídio e platina) que se encontra conservado no Escritório Internacional
de Pesos e Medidas (BIPM), situado no parque de Sant Cloud, nas
proximidades de Paris, França, sendo o quilograma definido como a massa
deste protótipo.

Em vista do senso comum ressalta-se que o conceito de quilograma (kg) como


unidade de massa difere completamente do conceito de quilograma-força (kgf),
uma unidade alternativa ao newton (N) na medida de força ou peso.

No ramo da física de partículas é comum medir-se a massa não em


quilogramas (kg) mas em unidades diretamente associadas às de energia,

30
dentre as quais o elétron-volt (eV) se destaca. Em acordo com a ideia de

equivalência entre massa e energia proposta por Einstein a


massa do elétron é expressa, em física de partículas, como 5,11x105 eV/c2 ou
511 keV/c2, e não como 9,11x10−31 kg.

Em química, apesar de não pertencer ao Sistema Internacional mas ser por


este aceita, uma unidade de massa muito utilizada é a unidade de massa
atômica, também conhecida por dalton. A unidade de massa atômica relativa,
abreviada por "u", "uma", ou simplesmente "Da", equivale à massa de um doze
avos (1/12) da massa do isótopo mais estável e abundante
de carbono (carbono 12) em seu estado fundamental.

Mesmo sendo o quilograma a unidade oficial do Sistema Internacional de


Unidades, unidades específicas a cada ramo de atividade ou de uso comum
em certas localidades têm uso ainda muito difundido, a citar a tonelada,
a arroba, a onça, o quilate (em joalheria e ourivesaria), e outras.

Em mecânica clássica, que encerra em si as leis da dinâmica e também a lei


da gravitação universal, ambas devidas à Isaac Newton, encontram-se duas
possíveis definições para massa: a massa inercial, associada à Segunda Lei de
Newton, e a massa gravitacional, definida em função da interação gravitacional
entre dois corpos.

Um sistema massa-mola: na medida da massa inercial forças não


gravitacionais com mesmo módulo são aplicadas a dois corpos, um dos quais
com massa já conhecida.

m1 m2

Imagem: Design Instrucional iEstudar

Isaac Newton, por preocupar-se não apenas com a dinâmica dos corpos
terrenos mas também com a dos corpos celestes, estabeleceu, juntamente
com as leis da mecânica clássica, a Lei da Gravitação Universal. A Lei da
gravitação universal suporta-se no fato experimental de que todos os corpos

31
massivos conhecidos até hoje, pelo simples fato de existirem, atraem outros
corpos massivos ao seu redor - e todos os outros do universo, uma vez que a
força gravitacional decai com o quadrado da distância, e a rigor nunca se
anula, por maior que esta seja. A força de interação em questão é a conhecida
força gravitacional, sendo esta também denominada (de fato em situações
mais específicas) força peso.

Na Lei da Gravitação Universal figura portanto uma massa, a massa


gravitacional, uma propriedade que é, assim como a massa
inercial, intrínseca a todos os corpos. A definição operacional de massa
gravitacional de um corpo é feita, assim como o ocorrido para o caso da massa
inercial, por comparação entre a massa gravitacional deste corpo e a massa
gravitacional de um corpo de referência, e são em princípio as massas
gravitacionais e não as respectivas massas inerciais que, juntamente com
a distância de separação entre os corpos, determinam a força gravitacional
entre estes.

O processo de medida da massa gravitacional deve ter por base, logicamente,


a força gravitacional. Através de uma balança de equilíbrio nota-se que
diferentes corpos são atraídos de forma diferente quando nas proximidades de
um grande corpo massivo - a exemplo de um planeta como a Terra. Em um
experimento com uma dessas balanças, observa-se que a balança "pende"
para o lado do objeto mais "pesado", ou seja, para o lado do objeto com maior
massa gravitacional. Através de uma balança de braço imersa em um campo
gravitacional constante como o criado (não obrigatoriamente) pela Terra, a
determinação da massa gravitacional de um corpo pode ser feita por
comparação a um padrão unitário de massa gravitacional verificando-se que a
massa gravitacional do objeto em teste - colocado em um dos pratos - será o
número necessário de amostras-padrão a serem colocados no outro prato a fim
de que a balança mostre-se equilibrada.

O corpo-padrão sobre o qual se define a unidade de massa gravitacional acaba


sendo, por razão simples à frente discriminada, o mesmo protótipo sobre o qual
se define a unidade de massa inercial, o quilograma-padrão. A unidade de
massa gravitacional é, portanto, a mesma unidade usada na medida de massa
inercial: o quilograma (kg).

A definição de quilograma (kg) como a unidade de massa gravitacional deve-se


à equivalência experimental entre as massas inerciais e gravitacionais
observada em todos os corpos, mas em princípio não há nada na mecânica ou
na gravitação que obrigue a existência de tal relação, e por isto elas devem ser
definidas, a priori, de formas separadas.

32
Um exemplo, hipotético e irreal, da não obrigatoriedade da equivalência entre
as massas inercial e gravitacional seria obtido caso admitíssemos que a força
gravitacional não atuasse sobre partículas carregadas eletricamente, e sim
sobre partículas estritamente neutras. Nestas condições, dois pedaços
de urânio confeccionados de forma a terem massas inerciais estritamente
iguais, mas compostos por isótopos distintos deste material, a saber urânio
U235 (usado na bomba de Hiroshima) e U238 (isótopo abundante, usado
em reatores), teriam visivelmente massas gravitacionais (e pesos) diferentes,
pois o número de nêutrons em uma amostra seria maior do que o número de
nêutrons na outra.

É fato que, conforme elaboradas por Newton, não há nada em toda a estrutura
da dinâmica e da gravitação universal que forneça uma razão teórica plausível
para a equivalência experimentalmente observada entre massa gravitacional e
massa inercial. A dinâmica newtoniana afirma apenas que as massas
gravitacionais são responsáveis pelas forças gravitacionais entre dois corpos
em interação gravitacional, sendo estas massas e não as inerciais as massas
usadas na determinação do módulo destas forças gravitacionais - um par ação
e reação. Afirma também que a massa inercial é a massa utilizada na segunda
lei da dinâmica, sendo esta massa, e não a massa gravitacional, a massa
utilizada no cálculo da aceleração apresentada pelo corpo quando solicitado
por quaisquer forças - inclusive as de origem gravitacional. A massa presente
na equação fundamental da dinâmica é, pois, a massa inercial.

Imagine um Pêndulo: diagrama mostrando a força peso (mg) e suas


componentes em direção radial e tangencial. Os pêndulos são usados em
diversos experimentos, a saber no Pêndulo de Foucault, na determinação
da gravidade local e no experimento de Newton relatado.

Imagem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

33
Newton foi o primeiro a verificar experimentalmente a equivalência entre massa
inercial e massa gravitacional. A ideia de seu experimento reside nos
resultados teóricos da aplicação das teorias gravitacional e mecânica ao estudo
de um pêndulo gravitacional simples, que, mantidas explícitas as massas
gravitacional e inercial nos cálculos, leva à seguinte equação para o período de
oscilação T de um pêndulo:

onde referem-se, respectivamente, às massas inercial e gravitacional


do corpo suspenso, L ao comprimento do pêndulo e g ao módulo da aceleração
da gravidade no local do experimento.

Nesta equação torna-se evidente que, mantidos constantes o local do


experimento - e portanto a aceleração da gravidade g no local - e
o comprimento L do pêndulo, uma troca do corpo suspenso no pêndulo por
outro qualquer que tenha, por simplicidade mas não obrigatoriedade, uma
mesma massa gravitacional mg, só levará a uma alteração no período do

pêndulo se a razão for diferente nos diversos corpos, ou seja, se não


houver uma relação fixa entre a massa gravitacional mg e a massa inercial mi.

Na sequência, Newton construiu um pêndulo fixando uma caixa oca e a


princípio vazia na ponta de uma haste com massa desprezível. O interior da
caixa foi, então, em uma sequência de experimentos, enchido com os mais
diversos materiais, tendo Newton sempre o cuidado de encher o pêndulo de
forma que este tivesse, depois de cheio, sempre a mesma massa gravitacional
mg (o pêndulo era pesado). Os períodos dos diversos pêndulos assim obtidos
foram, satisfeitos os rigores experimentais associados ao experimento, a citar a
manutenção, em valores constantes e adequados, do local, da amplitude A do
movimento, e do comprimento L da corda, então medidos.

Consideradas as incertezas experimentais inerentes, Newton não observou


qualquer alteração nos períodos dos diversos pêndulos por ele construídos e,
ao fazê-lo, estabeleceu a igualdade entre as massas inercial e gravitacional até
a terceira casa decimal (precisão de cerca de 1 parte em 103).

34
O conceito de energia é um dos conceitos essenciais da física. Nascido
no século XIX, desempenha papel crucial não só nesta área do conhecimento,
mas também em outras áreas da ciência que ,todas juntas, integram
a ciência moderna. Notoriamente relevante tanto na química quanto
na biologia, e mesmo em economia, e outras áreas de cunho social, a energia
se destaca como um ponto fundamental, uma vez que o comércio de energia
move anualmente quantidades enormes de dinheiro.

Pela sua importância, há, na física, uma subárea dedicada quase que
exclusivamente ao estudo da energia: a termodinâmica. Em termodinâmica, o
trabalho é uma entre as duas possíveis formas de transferência de energia
entre sistemas físicos; a outra forma é o calor.

O conceito científico de energia só pode ser entendido mediante a análise de


dois entes ou sistemas físicos em interação. Quando dois sistemas físicos
interagem entre si, mudanças nos dois sistemas ocorrem. A interação entre
sistemas físicos naturais dá-se, em acordo com os resultados empíricos,
sempre de forma muito regular, sendo uma mudança específica em um deles
sempre acompanhada de uma mudança muito específica no outro, embora
estas mudanças possam certamente ser de naturezas muito ou mesmo
completamente distintas.

Uma profunda e abrangente consequência da simetria presente na natureza


encontra-se expressa em um teorema conhecido por Teorema de Noether. Em
resumo, ele afirma que "toda simetria contínua no comportamento dinâmico de
um sistema - ou seja, na equação dinâmica e no potencial mecânico - implica
uma lei de conservação para aquele sistema. ... De enorme importância para
a termostática é a simetria das leis da dinâmica frente à translações temporais.
Isto é, as leis fundamentais da dinâmica (como as Leis de Newton,
as equações de Maxwell ou a Equação de Schrödinger) permanecem
inalteradas mediante a transformação t --> t' + t0 (ou seja, por uma mudança na
origem da escala de tempo). Se o potencial externo é independente do tempo,
o teorema de Noether prediz a existência de uma quantidade que se conserva.
Esta quantidade é nomeada energia.".

1 joule corresponde à energia transferida a um objeto por uma força


resultante constante de 1 N que, atuando de forma sempre paralela à trajetória
descrita, o faz durante o intervalo de tempo necessário para que este objeto
mova-se 1 metro ao longo da trajetória.

Embora a unidade oficial seja o joule, outras unidades de energia são


frequentemente utilizadas em função do contexto. Destacam-se o (quilo)watt-
hora (kWh) [Nota 5], unidade utilizada na medida do consumo de energia
elétrica residencial ou industrial, o elétron-volt (eV), muito utilizada em física

35
nuclear e de física de partículas, e o erg, unidade muito comum em países que
ainda não adotaram por completo o estabelecido pelo Sistema Internacional de
Unidades.

O watt-hora corresponde à energia transformada quando um dispositivo cuja


potencia seja de 1 watt opera durante um intervalo de tempo de 1 hora. Uma
lâmpada cuja potência nominal é 60 W transforma 720 Wh (ou seja, 0,72 kWh)
de energia elétrica em outras formas de energia a cada 12 horas de
funcionamento (720 Wh = 60 W x 12 h).

O elétron-volt corresponde à energia cinética ganha quando um elétron move-


se entre dois pontos separados por uma diferença de potencial de 1 volt.

O erg é a unidade utilizada ao empregar-se o sistema de unidade cgs, comum


em alguns países mesmo hoje em dia. Um erg equivale a um grama centímetro
quadrado por segundo quadrado, ou seja, à décima milhonésima parte do joule
(1 erg = 10−7 joules).

A unidade de energia no sistema internacional de unidades é o joule (J). O

joule é uma unidade derivada, equivalente a 1 newton metro

ainda a 1 quilograma metro quadrado por segundo quadrado

A energia potencial gravitacional entre duas massas passíveis de serem


tratadas como massas pontuais é fornecida pela Teoria da gravitação

universal, sendo expressa pela relação:

onde m1 e m2 são as respectivas massas das partículas, r a distância entre


elas, e G a Constante gravitacional universal (cuja função é estabelecer as
unidades a se usarem na expressão). Nesta expressão o sistema de referência
para o qual a energia potencial é definida como nula é aquele composto pelas
massas infinitamente afastadas. Como a força de gravidade é sempre atrativa,
a energia potencial para duas massas juntas é sempre menor do que para as

36
mesmas massas separadas: a energia potencial é, assim, negativa para
qualquer par de massas separadas por uma distância mensurável (não infinita).

Isaac Newton demonstrou de forma muito elegante, através do


desenvolvimento do cálculo integral e diferencial, que para interações como a
gravitacional e a elétrica - que dependem do inverso do quadrado da distância -
distribuições esfericamente simétricas e homogêneas de massa ou carga pode
m ser, para todos os efeitos externos à estas, consideradas como se fossem
partículas pontuais situadas nos centros das esferas, sendo a massa ou a
carga destas partículas iguais à massa ou carga totais presentes nestas
esferas. Dai o uso do raio da Terra para calcular-se o campo gravitacional em
sua superfície. Pelo mesmo motivo a Terra pode ser considerada um
excelente terra elétrico. Tal comportamento também é facilmente demonstrado
através da aplicação da Lei de Gauss aos sistemas em questão, sendo
conhecido por "teorema das cascas".

A energia potencial de interação entre dois objetos quaisquer do dia-a-dia é,


em virtude dos pequenos valores das duas massas envolvidas, muito pequena,
sendo desprezível para qualquer problema prático. A energia potencial
gravitacional é particularmente importante quando um objeto é muito massivo:
a Terra por exemplo. A energia potencial gravitacional de um objeto nas
proximidades da superfície da Terra é proporcional à altura (h) deste corpo -
medida, conforme já exposto, em relação a um dado nível de referência
previamente escolhido para o qual atribui-se uma energia potencial zero, sendo
este agora o nível do solo no local em questão e não o infinito, como no caso
anterior. Nestes termos a energia potencial de um objeto pode ser calculada
pela expressão:

onde p é o peso do objeto, P = m. g, donde:

Repare que, embora grandezas relativas à Terra não apareçam explicitamente


nesta expressão, a energia potencial encontra-se necessariamente associada
ao sistema Terra objeto e não apenas ao objeto; a Terra encontra-se
representada neste caso pelo valor do campo de gravidade g existente junto à
superfície do planeta e determinado segundo a gravitação universal.

37
Em física, movimento é a variação de posição espacial de um objeto ou ponto
material em relação a um referencial no decorrer do tempo.

No universo descrito pela física da relatividade, o movimento nada mais é do


que a variação de posição de um corpo relativamente a um ponto chamado
"referencial".

A ciência física que estuda o movimento e suas causas é a Mecânica. Ela se


preocupa tanto com o movimento em si quanto com o agente que o faz iniciar
ou cessar. Se abstraírem-se as causas do movimento e preocupar-se apenas
com a descrição do movimento, ter-se-á estudos de uma parte da Mecânica
chamada Cinemática (do grego kinema, movimento). Se, ao invés disso,
buscar-se compreender as causas do movimento, as forças que iniciam ou
cessam os movimentos dos corpos, ter-se-á estudos da parte da Mecânica
chamada Dinâmica (do grego dynamis, força). Existe ainda uma disciplina que
estuda justamente o não-movimento, corpos parados: é a Estática (do
grego statikos, ficar parado). De certo modo, a estaticidade é uma propriedade
altamente específica, pois só se apresenta para referenciais muito especiais,
de modo que o comum é que em qualquer situação, possamos atribuir
movimento ao objeto em análise.

Movimento segundo Isaac Newton

Foi Isaac Newton quem, com base nos estudos de Galileu, desenvolveu os
principais estudos acerca do movimento, traçando leis gerais, que são
amplamente aceitas hoje em dia. As leis gerais do movimento, enunciadas por
Newton são:

Primeira Lei de Newton: Também conhecida como Lei da Inércia, enuncia que:

"Todo corpo continua no estado de repouso ou de movimento retilíneo


uniforme, a menos que seja obrigado a mudá-lo por forças a ele aplicadas."

Segunda Lei de Newton: Também conhecida como Lei Fundamental da


Dinâmica, enuncia que:

"A resultante das forças que agem num corpo é igual a variação da quantidade
de movimento em relação ao tempo"

Terceira Lei de Newton: Também conhecida como Lei de Ação-Reação,


enuncia que:

38
"Se um corpo A aplicar uma força sobre um corpo B, receberá deste uma força
de mesma intensidade, mesma direção e sentido oposto à força que aplicou
em B."

Tais leis são fundamentais no estudo do movimento em Física, e são


essenciais na resolução de problemas relacionados com movimento,
velocidade, aceleração e forças, em termos físicos e reais.

Assim todas as forças físicas (forças electromotrizes) expressadas em (Nwe)


são utilizadas maioritariamente em casos de extrema necessidade, com por
exemplo: - força exercida quando feita por um electroíman; - quando feita a
polarização directa de um íman sob carga; - o simples acto de retirar a mão
após uma carga de aproximadamente 220-230 volts; - polarização do polo
norte para o sul.

Historicamente, a afirmação da física como ciência moderna está intimamente


ligada ao desenvolvimento da mecânica, que tem como pilares principais de
estudo a energia mecânica e os momentos linear e angular, suas conservações
e variações. Desde o fim da Idade Média havia a necessidade de se entender a
mecânica, e os conhecimentos da época, sobretudo aristotélicos, já não eram
mais suficientes. Galileu centrou seus estudos nos projéteis, pêndulos e
movimentos dos planetas; Isaac Newton, mais tarde, elaborou os princípios
fundamentais da dinâmica ao publicar suas leis e a gravitação universal em seu
livro Principia, que se tornou a obra científica mais influente de todos os
tempos. A termodinâmica, que estuda as causas e os efeitos de mudanças
na temperatura, pressão e volume em escala macroscópica, teve sua origem
na invenção das máquinas térmicas durante o século XVIII. Seus estudos
levaram à generalização do conceito de energia.

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Referências Bibliográficas

Wikipédia, a enciclopédia livre.Leis de Newton.

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Professor Deivd Porto.Física - Matemática -Estatística - Lógica.As Leis de


Newton no dia-dia.

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Física 1. Dinâmica. Jaime E. Villate Faculdade de Engenharia Universidade do


Porto.Versão: 7 de março de 2012.

Disponível em: http://www.villate.org/livros

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Isadora Tristão. Vetores - O que são, para que servem, como são calculados?

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