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Philippe Starck faz confissão

surpreendente. "Os portugueses são como


uma doença"

Philippe-Patrick Starck (Paris, 18 de janeiro de 1949) é um designer e arquiteto francês.

Estudou na École Nissim de Camondo. Em 1965 ganhou a competição de mobiliário de La


Vilette. Três anos depois fez parte do desenvolvimento de móveis infláveis em parceria
com L. Venturi. Foi diretor de arte da Pierre Cardin (1969) onde produziu 65 peças de
design exclusivo. Trabalhou para várias empresas como: Disform, Driade, Baleri, XO e
Idée.

Em 1979 fundou sua própria empresa, a Starck Productions. Já havia trabalhado como
designer de produtos, de mobiliário e de interiores quando foi selecionado a desenvolver a
renovação completa de apartamento pessoal do presidente de seu país.

Em 1986 tornou-se conferêncista adjunto da Domus Academy, em Milão.

É conhecido mundialmente pelo seu design leve e contemporâneo, tanto pela forma,
quanto pelos materiais que emprega em suas criações.

Em 2011 passou a viver em Cascais, Portugal[1].

Este artigo tem mais de 4 anos

Em entrevista exclusiva à revista francesa Lisboète Magazine, o


conceituado arquiteto e designer de 70 anos, que em 2011 veio viver
para Cascais, revela o que o impressionou mais em Portugal.
"Apercebi-me que é um país formidável", elogia.
De início, resistiu. Apesar da (muita) insistência de uns amigos que viviam em
Cascais e que descreviam Portugal como "o paraíso", não sentia grande
apelo para vir conhecer o país. "Já tinha casas em Veneza, em Cap Ferrat e em
Formentera e não via qualquer interesse em ir para outro lado", assume o
conceituado arquiteto e designer francês Philippe Starck, nascido há 70 anos em
Paris, em entrevista à revista Lisboète Magazine.

Um dia, acabou por vir. E apaixonou-se! "É incrível descobrir um país com a
minha idade", confidenciou à publicação. "Fiquei imediatamente rendido ao
ambiente amigável que se vive aqui", revela o criativo, que também se encantou
com "as grandes ondas, a pequena vila e o pequeno porto" de Cascais. "Tive uma
visão, como a quadratura de um círculo. Encontrei o sítio que procurava e que
nunca tinha encontrado", desabafa.

Apesar da beleza da zona, o que mais cativou Philippe Starck foram as pessoas
que foi encontrando ao longo daquela que rapidamente se transformou numa
das maiores viagens de descoberta da sua vida. "Vi-me, de repente, num dos
últimos locais do mundo onde as pessoas ainda tinham um sentido de
humanidade", elogia. "Eu saio pouco mas, quando o faço, fico feliz por constatar
que ainda há pessoas cheias de bondade, generosidade, honestidade e uma
profunda amizade. Com o tempo, pude verificar que também se pode juntar a
essas qualidades a fidelidade", enaltece o francês.

"Eu não fiquei em Portugal. Eu fiquei com os portugueses", confidencia Philippe


Starck. "Os portugueses são como uma doença que se apanha ou como uma
droga da qual ficamos aditos", elogia. "Eu dou, em média, uma volta ao mundo
por semana e conto os minutos para regressar aqui. Depois de termos conhecido
os valores destas pessoas, deixámos de compreender os valores dos outros",
assegura o arquiteto e designer.

A paixão pelo país levou Philippe Starck a percorrer Portugal e a interessar-se


pela história portuguesa. "Tenho um fascínio enorme pelo infante D. Henrique",
assume. Apesar do encanto, ainda não aprendeu a falar português, ao contrário
da mulher e da filha, que já dominam a língua com alguma facilidade. "É uma
vergonha!", admite. Além de Cascais e de Sintra, gosta de ir até a Ericeira e a
Peniche e de se perder no Alentejo.

"Vou lá pouco, mas Lisboa tem um ar formidável. E é muito diferente das outras
cidades que eu conheço. Com as suas colinas e as suas pequenas ruas inclinadas,
torna-se muito teatral. Não é uma cidade. É uma obra de arte!", descreve o
arquiteto e designer, que elegeu Grândola, no Alentejo, para construir uma nova
casa. "O que me agrada lá é que ainda nada foi profanado", justifica. "Posso
dizer que descobri lá o paraíso", confessa.

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