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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

SERVIÇO SOCIAL - CONSELHEIRO

AMANDA NOVAES DOS SANTOS


MILENE DO CARMO DE CARVALHO
NATHÁLIA CRISTINA DE SOUZA

“OS DESAFIOS DO EMPODERAMENTO FEMININO E A ANÁLISE FRENTE


AO SERVIÇO SOCIAL”

PROFº. MS. ANA LUCIA SANTOS


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

SANTOS- SP
2017
AMANDA NOVAES DOS SANTOS RA C255JJ-9
MILENE DO CARMO DE CARVALHO RA C21IDC-9
NATHÁLIA CRISTINA DE SOUZA RA C08FHJ-5

“OS DESAFIOS DO EMPODERAMENTO FEMININO FRENTE AO


CÓDIGO DE ÉTICA DA PROFISSÃO”

Trabalho de Conclusão de Curso,


apresentado a UNIP – Universidade
Paulista, como exigência parcial para a
obtenção do Título de Bacharel em
Serviço Social, sob a orientação do (a)
Profº. Ms. Ana Lucia Santos.
.

SANTOS
2017
AMANDA NOVAES DOS SANTOS
MILENE DO CARMO DE CARVALHO
NATHÁLIA CRISTINA DE SOUZA

“OS DESAFIOS DO EMPODERAMENTO FEMININO E A ANÁLISE


FRENTE AO SERVIÇO SOCIAL”
(definir qual é o nome correto do trabalho)

Trabalho de Conclusão de Curso,


apresentado a UNIP – Universidade
Paulista, como exigência parcial para a
obtenção do Título de Bacharel em
Serviço Social, sob a orientação do (a)
Profº. Ms. Ana Lucia Santos.
.

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

_____________________/__/___
Profº.
UNIVERSIDADE PAULISTA –UNIP
_____________________/__/___
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______________________/__/___
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1 – O HISTÓRICO DA OPRESSÃO DE GÊNERO....................
1.1 – A abordagem de Friedrich Engels
1.2– A abordagem de Foucault ...............................................................
CAPÍTULO 2 – A MULHER E SUA HISTÓRIA NO BRASIL......................
CAPÍTULO 3 – CONQUISTAM DO GÊNERO FEMININO E O QUE
REPRESENTAM..............................................................................................
CAPÍTULO 4 – RELAÇÃO DO EMPODERAMENTO FEMININO COM
O SERVIÇO SOCIAL ......................................................................................
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

OBS: Ajustei de acordo com as normas da ABNT. Nome de capítulo com letra
maiúscula. De tópicos, com letra minúscula. Espaço entre linhas de 1,5.
CAPÍTULO 1 – O HISTÓRICO DA OPRESSÃO DO GÊNERO
FEMININO

O presente capítulo vem descrever, historicamente, o modo como à


sociedade julgava o gênero feminino, além de expor a maneira com a qual é
utilizada a opressão e a submissão como meios de subjugar este gênero.

1.1 – Abordagem de Friedrich Engels

Karl Marx e Friedrich Engels foram os principais pensadores que


contribuíram para a compreensão, de fato, a origem da opressão da mulher.
Engels, a partir de algumas notas deixadas por Marx sobre um livro de Lewis
Henry Morgan, desenvolveu sua obra sobre o materialismo histórico que
pretendia trazer a compreensão do desenvolvimento das formas da família, da
propriedade e do Estado desde a pré-história e, até mesmo, para esboçar as
formas previstas de uma futura sociedade socialista.

No livro “A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado”


(Engels:1974), ele demonstra a passagem do matriarcalismo ou comunismo
primitivo ao patriarcalismo, correlacionando este ao início da propriedade
privada, que por sua vez se associa com o início do Estado.
Trás ainda a interiorização principalmente retratada no Capítulo II, da
família, onde o autor procura, com base nos estudos de Lewis Henry Morgan,
tratar à história da família e consequentemente a história das perdas da mulher
como ser social.

Engels (1974), afirma que esta opressão sobre o gênero feminino tem
uma origem, ou seja, não foi sempre assim. Ao tratar sobre a transcursada
organização coletiva da produção para a organização privada (processo de
formação das civilizações), ele diz:

Convertidas todas as riquezas em propriedade particular das


famílias, e aumentada depois rapidamente, assestaram um rude
golpe na sociedade alicerçada no matrimônio sindiásmico e na gens
baseadas no matriarcado… De acordo com a divisão do trabalho de
então, cabia ao homem procurar a alimentação e os instrumentos de
trabalhos necessários para isso; conseqüentemente era proprietário
dos referidos instrumentos… Assim, segundo os costumes daquela
sociedade, o homem era igualmente proprietário do novo manancial
de alimentação, o gado, e, mais adiante, do novo instrumento de
trabalho, o escravo. Mas, consoante o uso daquela mesma
sociedade, seus filhos não podiam herdar dele. (ENGELS,
1984,p.92/93)

Sendo assim a questão central para Engels é que, na passagem do


período histórico da selvageria para a barbárie, ao final do “comunismo
primitivo”, eis que surge a opressão de classe, com o surgimento da
propriedade privada e a opressão feminina com a subordinação da mulher ao
marido para que passe a existir a garantia de “bens”, transmissão de sua
linhagem e propriedade. Ele afirma então que “a derrota histórica do gênero
feminino” ocorreu com o advento da propriedade privada.

É a partir deste período, que o homem não mais “caça” e sim produz e
tudo que é produzido, além da riqueza acumulada, passa agora a lhe
pertencer. A posição do homem, logo aumentou em relação à mulher, fazendo
com que esta perca seu lugar central (matriarcado).

“O desmoronamento do direito materno foi a grande derrota do sexo


feminino em todo o mundo. O homem apoderou-se também da
direção da casa; a mulher viu-se degradada, convertida em servidora,
em escrava da luxúria do homem, em simples instrumento de
procriação”. (ENGELS, 1891, p.72)

De acordo com Morgan, aos três estágios pré-históricos de cultura


correspondem, por sua vez, a três modelos de família e Engels (1974) segue
demonstrando a evolução deste estagio de cultura e concepção de família,
fazendo com que suas as ideias principais, girem em torno dos tipos de família,
sendo:

Família consanguínea onde existe o casamento de irmãos e irmãs,


carnais e colaterais, no seio de um grupo;

Família punaluana onde temos o casamento coletivo de grupos de


irmãos e irmãs, carnais e colaterais, no seio de um grupo;

Família sindiásmica onde nota-se as uniões por casal, por um tempo


mais ou menos longo, o homem tinha uma mulher principal entre o número das
suas mulheres, e era para ela o esposo principal entre todos os outros;
Família monogâmica que é a qual conhecemos e vigente, união de um
só casal, com coabitação exclusiva dos cônjuges.

Assim, da mesma forma que o matrimônio por grupos é característica do


estado selvagem, a família sindiásmica é da barbárie e a monogamia da
civilização. Dentro desta, o homem é o centro do poder. Ele é detentor do
direito, tanto sobre si como daqueles que a ele pertence, podendo em seu
comando ordenar sua mulher e filhos, para satisfazerem seus desejos e
critérios.

Com toda esta concepção de família as relações perdiam seu caráter


primitivo por desenvolver a economia em torno da influência e poder masculino,
o que tornou as relações dentro do casamento mais opressivas para as
mulheres, pois, as mesmas tinham que desejar o matrimônio com um só
homem e renunciar o casamento por grupos, fato o qual ao homem jamais foi
legitimamente coibido.

É neste contexto que o homem detém o poder sobre a mulher. Sua


inferiorização é um acontecimento histórico que vem sendo cultivado há
milênios. A idéia da fragilidade e ingenuidade está também implicada a esse
mito histórico/social. Essa ideia machista/patriarcal vem sendo propagada e
imposta ao gênero feminino desde os tempos de outrora.
“Não se poderia sequer pensar em história da família. As ciências
históricas ainda se achavam, pintada nestes Cinco livros como maior
riqueza de minúcias do que em qualquer outro lugar, não somente era
admitida sem reservas, como nesse domínio, sob a influencia dos
Cinco Livros de Moises. A forma patriarcal da família as mais antiga,
como também se identificava – descontando a poligamia – com a
família burguesa de hoje, de modo que era como se a família não
tivesse tido evolução alguma através da história”. (ENGELS, 1974:6)

Não é um assunto somente de cunho atual que o mundo vive uma


cultura patriarcal, a cultura da inferiorização do gênero e o ato da
supervalorização do homem em relação à mulher. Este tópico é visto em todas
as camadas sociais, seja quando se vê um caso onde a mulher recebe menos
que o homem, mesmo que esteja no cargo; ou no momento em que apenas
associam a figura feminina ao lar e aos cuidados de suas crias.
O livro de Engels representa um posicionamento político diante de todas
as formas de opressão, que, para ele, possuem raízes comuns, chegando a
dizer que “na família, o homem é o burguês e a mulher o proletário”.

1.2 - Aspectos do pensamento de Foucalt

Partindo da perspectiva sobre poderes e o que eles representam,


seguimos com a linha reflexiva de Foucalt (1979), que abrange o poder e como
ele é abordado e utilizado em sociedade.

“A verdade não existe fora do poder ou sem poder. A verdade é deste


mundo; ela é produzida nele graças a múltiplas coerções e nele
produz efeitos regulamentados de poder” (FOUCALT, 1979: 12)

Foucalt (1979) defende que, o poder é uma forma de discursar verdades


e de expressar conhecimento. Para ele, poder não é algo institucional, mesmo
que sirva para suprimir e oprimir, além de argumentar que todo momento já
vivido, todo ato já praticado, todo e qualquer processo já inventado é uma
verdade, além de um saber.

“A "verdade" está circularmente ligada a sistemas de poder, que a


produzem e apoiam, e a efeitos de poder que ela induz e que a
reproduzem. "Regime" da verdade”. (FOUCALT, 1979:14)

Usar poder sobre um indivíduo é sobrepor sua verdade acima destes,


neste caso o gênero feminino, evidenciando sua vontade de opressão e
subjugação sobre as mulheres, transmitido pelos seus detentores, para que os
que não o possuem a sigam. Sendo assim o gênero feminino fica a mercê do
que é imposto pela sociedade machista/patriarcal, que é a detentora do dito
poder.

Quando buscamos livros, artigos ou textos sobre a história do gênero


feminino, em qualquer enfoque como trabalho, educação, cultura, etc, o que
encontramos é a opressão e submissão, além do constante exercício da
dominação sobre o gênero feminino.
(...) “para assinalar simplesmente, não o próprio mecanismo da
relação entre poder, direito e verdade, mas a intensidade da relação e
sua constância, digamos isto: somos forçados a produzir a verdade e
que necessita dela para funcionar, temos de dizer a verdade, somos
coagidos, somos condenados a confessar a verdade ou encontrá-la”.
(FOUCAULT, 1979:29)

Quando acima mencionamos que toda verdade é um poder absoluto, o


que nos compete mostrar é que todo tipo de verdade parte de uma
ordem/poder regente do momento. Para a sociedade civilizada, era de extrema
importância estabelecer uma subjugação sobre o gênero feminino para que
assim tanto o machismo como o patriarcado pudessem continuar em
notoriedade.

Foucault (1979) anula a visão de discurso tradicional sobre a verdade,


trazendo sua perspectiva do que é a verdade e do que ela representa, nos
apontando que nesta concepção de verdade, o gênero masculino se eleva a
uma maior importância e/ou melhor do que o feminino, criando-se o poder
sobre o último, que será empregado e transmitido através dos tempos, fazendo
com que essa subjugação se torne uma verdade absoluta.

OBS:

Seria interessante continuar falando de autores que tem produção científica


sobre a opressão de gênero, incluindo o olhar de mais algum autor que abordasse a
evolução das conquistas femininas ao longo da história da humanidade.

Isto para dar “corpo” à linha posterior de lançar o foco para figuras significativas
que protagonizaram essas conquistas em várias épocas.

De qualquer forma este capítulo precisa ganhar mais corpo.

CORRIGIDO ATÉ AQUI.

CAPÍTULO 2 - A MULHER E SUA HISTÓRIA NO BRASIL

Após analisarmos o pensamento de Foucalt (1979) sobre o poder e o


que este representa para a subjugação do gênero feminino, assim como o “por
que” dele ter uma ligação direta com esta submissão, focaremos neste capítulo
na análise de Mary del Priore (1994) em seu livro: “A Mulher na História do
Brasil”, onde discursaremos sobre o papel da mulher, mais uma vez, imposto e
as diferenças destas atribuições em alteradas raças e etnias.
É de conhecimento geral que as divisões de etnias sempre existiram,
desde a época da escravidão e ainda após, pois mesmo libertos os negros
nunca foram considerados “iguais”. Dito isso, Mary del Priore (1994) nos
mostra que os papéis que sempre foram impostos ao gênero feminino não
foram exclusivos para ambas as raças, e sim, tiveram diferenças notáveis.

A ideia de adestrar a sexualidade dentro do “tálamo conjugal” decorre


ao interesse de fazer da família o eixo irradiador da moral cristã. Mas
eis que falte a mulher ideal para casar e a igreja vai dispender
séculos de peroração para formar, fora das elites, uma mentalidade
de continência e castidade para mulheres para quem certas noções
como virgindade, casamento e monogamia eram situações de
oportunidade e ocasião, em contrapartida a realidade mais forte: a
das dificílimas condições materiais e insegurança econômica na
colônia, que ditava regras e costumes próprios. (DEL PRIORE, 1994:
16)

As mulheres brancas, de classe média alta, sofreram pelo autoritarismo


masculino e sua resolução em doutrinar o gênero, principalmente no que se
referia ao casamento. Como as mulheres deveriam se portar antes e durante o
matrimônio. Enquanto que as mulheres negras, mestiças, que viviam na
pobreza ou extrema pobreza, sofriam com a marginalização e a utilização
perversa de seus corpos.

Para que a mulher fosse considerada pura e de “bem”, elas deveriam


obedecer a seus pais e irmãos, e após o matrimônio, seu respectivo marido.
Mantendo-se casta e virginal até o dia de seu casamento, assim como
continuar com sua pureza e submissão após os votos. Já as mestiças e pobres
eram obrigadas a venderem seus corpos por questão de sobrevivência, e ainda
que os pecadores fossem os homens, a culpa desta transgressão cairia para
estas mulheres.

A hipocrisia deste sistema normativo - que quer eleger um modelo


ideal de mulher para implantar, com sucesso, a família e a fé católica
na colônia,- explicita-se claramente nos processos que desvendam as
formas de contravenção às leis civis e eclesiásticas. Quão distantes
da pregação erudita e religiosa não se encontravam as mulatas e
negras forras e as brancas empobrecidos, todas mulheres livres a
lutar contra as dificuldades do cotidiano. (DEL PRIORE, 1994: 20)

Portanto, mesmo com diferentes graus de preconceito e descriminação,


todas as mulheres viventes na sociedade civilizada sofriam com o machismo e
o patriarcado, tornando quase impossível sua elevação dentro desta mesma
sociedade, pois o poder era o que elas teriam que obedecer e seguir, não
conquistar.

Prosseguindo com a perspectiva de poder, e o que este causa e


representa para o gênero feminino, seguimos com o pensamento de Saffioti
(1994) que em seu artigo “Violência de Gênero no Brasil atual”, vem tratar
sobre a violência contra a mulher e suas diversificadas consequências.

Através da inversão provocada pela ideologia de gênero e de


violências factuais nos campos emocional, físico e sexual, a mulher
aparece como consentindo com sua subordinação, enquanto
categoria social, a uma outra categoria social constituída pelos
homens. O problema, portanto, não se põe ao nível do indivíduo, mas
de toda uma categoria de gênero. O consentimento não representa
senão a aparência do fenômeno, na medida em que a consciência
das dominadas é distinta da consciência dos dominantes. (SAFFIOTI,
1994: 445)

Cabe-nos, entretanto, informar que a violência contra a mulher não pode


ser resumida em violência física, podendo ser expressa de mais de uma
maneira. Aqui apresentamos então essas diferentes formas de violências,
definidas na Lei 11.340/2006, também conhecida como Lei Maria da Penha:

Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a


mulher, entre outras:

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que


ofenda sua integridade ou saúde corporal;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta


que lhe cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que
lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise
degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e
decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação,
manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição
contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação
do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à
saúde psicológica e à autodeterminação;

III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que


a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual
não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da
força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a
sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método
contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou
à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou
manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos
sexuais e reprodutivos;

IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta


que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus
objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens,
valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a
satisfazer suas necessidades;

V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que


configure calúnia, difamação ou injúria.

Logo, Saffioti (1994) defende que, qualquer tipo de vitimização é na


verdade uma forma ardilosa de manter a vítima sobre o microscópio do poder.
A mulher passa a sofrer, além da violência já existente (qualquer uma das já
citadas), uma represália por tentar lutar por direitos e empoderamento.

A violência masculina contra a mulher integra, assim, de forma


íntima, a organização social de gênero vigente na sociedade
brasileira. Como se pode caracterizar atos violentos sem
resvalar para a postura vitimista, sem conceber a mulher como
passiva e, por via de consequência, incapaz de romper uma
relação de violência? Fazendo-se uma leitura feminista dos
direitos humanos, parece possível pensar, simultaneamente, a
igualdade e a diferença. Efetivamente, tomando-se distância do
androcentrismo, pode-se pensar os seres humanos como
portadores de necessidades, interesses, aspirações diferentes,
cuja satisfação pode mais facilmente ocorrer se as categorias
de gênero mantiverem relações simétricas. Isto é, não só a
diferença não precisa ser suprimida como pode ser cultivada,
quando a igualdade constitui o pano de fundos, o elemento
fundamental, a argamassa das relações de gênero. (SAFFIOTI,
1994, Pag.444)

Para Saffioti (1994) as diferenças de gênero deveriam ser exaltadas e


não objetivadas na sociedade. É através das diferenças que se constituem das
mudanças, porém o que o machismo emprega é a ideologia da menoridade do
gênero feminino e a exaltação do gênero masculino, sem nenhum tipo de
embasamento além de satisfação e necessidade de poder.
VIII. Referencial Bibliográfico

ENGELS, Friedrich. A Origem Da Família, Da Propriedade Privada e Do


Estado. Capítulos 1 e 2. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira S.A.,
1984.(E outras edições acessadas online anos – 1891, 1974);

FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade: curso no Collège de


France (1975 – 1976)/Michael Foucault; tradução Maria Ermantina Galvão. –
São Paulo; Martins Fontes, 1999.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Organização e tradução de


Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.

______. As relações de poder em Michel Foucault: reflexões teóricas —


Rio de Janeiro: RAP, Revista de Administração Pública:MAR./ABR. 2010.

DEL PRIORE, Mary. A Mulher na História do Brasil / Mary Del Priore –


4ª. Ed. – São Paulo: Contexto, 1994 – (Coleção Repensando a História).

SAFFIOTI, Heleieth I. B. Violência e Assédio Sexual: Violência de


Gênero no Brasil Atual — Estudos Feministas, Rio de Janeiro,
CIEC/ECO/UFRJ, 1994

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