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Talita Trizoli.1
Resumo:
Palavras-chave:
1
Graduada em Artes Visuais pela UFU, e pesquisadora do Núcleo de Pintura e Educação da – UFU.
2
SCOTT, Joan Wallach. Gender and the politics of history. E.U.A.: Columbia University Press, 1998, p.
42.
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Seguindo tal raciocínio, resta à mulher como espaço físico, a casa, como
espaço psicológico, a família e como atividade principal a obediência e
devoção ao masculino e suas necessidades. Mesmo com os avanços obtidos
com o movimento feminista e a rápida mudança de valores desencadeada pela
globalização no mundo, não é difícil encontrar vestígios de comportamentos
misóginos e machistas tanto nos atos, quanto no inconsciente de nossos
contemporâneos.
Sendo assim, a construção da identidade feminina, ainda se erige sobre
as estruturas da identidade de seu companheiro e/ou pai. A mulher é objecto
4
de uma operação que remete para outros. As respectivas identidades que a
sociedade “determinou” para o feminino, (isso até a mudança de valores da
revolução feminista, da revolução sexual e a massiva inserção no mercado de
trabalho no período da industrialização), estão relacionados com a necessidade
de controle sexual e de ser útil a algum homem, seja esse homem filho, pai,
marido, irmão. Segundo Basaglia:
A religião ou o mito querem-na submetida, inventando a culpa: a filosofia
considera-a inferior e chega a discutir se terá uma alma ou se será destituída dela;
a lei não a considera como pessoa jurídica e impõe-lhe uma tutela; a literatura não
sabe se a há-de vestir de anjo ou de demônio, para não lhe emprestar a máscara
da “persona”; a ciência – de modos diversos e com palavras diversas – define o
seu estado de inferioridade fisiológica. É uma orquestra de vozes que, no decurso
dos séculos, transmitem a mesma mensagem: os limites que a natureza te deu são
intransponíveis, aceita o lugar que te é reservado e serás agradável ao homem que
te quer assim. 5
3
HÉRITIER, Françoise. Masculino/Feminino, p. 11, in: EINAUDI, Op cit.
4
BASAGLIA, Franca Ongaro. Op Cit, p. 165, in: EINAUDI, Op Cit.
5
Idem, p. 175. Grifo meu.
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10
TRIZOLI, Talita. Noiva (As)Sexuadas. 2006. Trabalho apresentado no XV Encontro Regional de
História, São João Del Rey, 2006. No prelo.
11
A concepção pós-estruturalista baseia-se na negação das “verdades absolutas” dos estruturalistas. O
estruturalismo, nada mais é que uma corrente de pensamento das ciências humanas que se inspirou do
modelo da linguística, e que apreende a realidade social como um conjunto formal de relações e que
explora as respectivas inter-relações (as "estruturas") dos elementos formadores de uma cultura, e o
processo de formação de seus significados no meio ao qual pertencem. Para maiores informações vide:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Estruturalismo>. Acessado em 07 de fevereiro de 2007.
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12
PHELAN, Peggy. Survey, p. 20, in: RECKITT, Helena. Art and Feminism, U.S.A. Phaidon Press, 2006.
13
LIPPARD, Lucy. The Pink Glass Swan. Select essays on feminist art. U.S.A. WW Norton, 1995, p. 25.
14
Artista cubana radicada nos E.U.A. Falecida em 1985.
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15
LIPPARD, Lucy, Op Cit, p. 72 e 74.
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O essencialismo é a doutrina segundo a qual os particulares (pessoas, cadeiras, árvores, números,
etc.) têm pelo menos algumas propriedades essencialmente. Um particular tem uma certa propriedade
essencialmente quando esse particular não poderia existir sem ter essa propriedade.
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Essentialism&action=edit.> Acessado em 07 de
feveriro de 2007.
No contexto da arte feminista, Phelan assim define esse essencialismo na arte:
What has come to be called the essentialism debate might be better understood as a series of
investigations into the relationship that is enframed by language… The initial critique of essentialism in the
early 1980s rested on the impossibility of a ‘universal’ feminine, a central system of expression that could
be discerned across culture and across media.
PHELAN, Peggy, Op Cit, pp. 36 e 37.
17
Idem p. 30.
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encontrado em tantos discursos artísticos-históricos – não era algo que poderia ser
apontado como um exemplo de falsa consciência ou como uma forma arcaica e
portanto, suscetível à reformas. 20
20
ISAAK, Jo Anna. Op Cit, p. 48.
21
PHELAN, Peggy. Survey, p. 22, in: RECKITT, Helena. Op Cit.
22
Artista brasileiro nascido em fortaleza e integrante da geração 80. Falecido em 1993. Vide comentários
no site http://www2.uol.com.br/leonilson/ e no livro de CHIARELLI, Tadeu. Arte Internacional Brasileira.
São Paulo: Lemos Editorial, 1999, p. 121 a 127.
23
Artista cearense residente em São Paulo. Vide site http://www.nararoesler.com.br/ e livro de
CHIARELLI, Tadeu. Arte Internacional Brasileira. São Paulo: Lemos Editorial, 1999, p. 121 a 127.
24
Artista algeriano, residente em Oslo. Participou da 26ª. Bienal de São Paulo. Vide Catálogo BIENAL
DE SÃO PAULO, 26. 2004, São Paulo. Artistas Convidados. São Paulo: Hans Hamid Rasmussen, 2004.
Catálogo de exposição, p. 198. e o site http://www.du-store-verden.no/.
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25
KELLY, Mary. Imaging Desire, U.S.A. MIT Press, 1998, p. 13.
26
LIPPARD, Lucy, Op Cit, p. 83.
27
TUCKER, Marcia. Bad Girls, U.S.A. MIT Press, 1994, p. 04.
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BIBLIOGRAFIA