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FICHA DE APOIO-3

NOMENCLATURA DAS CONTAS PARA A CONTABILIDADE ANAL ÍTICA

Em Moçambique nã o existe qualquer normalizaçã o a nível da contabilidade analítica. No


entanto é recomendado, nã o obrigató rio, que esta deva ter um â mbito sectorial e para os
aspectos bá sicos que fossem definidos a nível nacional.

A seguinte nomenclatura de contas para a contabilidade analítica é susceptível de adopçã o


pela generalidade das empresas:

90 (Livre)
91 Contas reflectidas
92 Reclassificaçã o de custos
93 Secçõ es/Departamentos (Centros de Custo)
94 Custos dos produtos (bens e serviços) produzidos
95 Existências
96 Encargos a repartir
97 Desvios sobre custos pré-estabelecidos
98 Diferenças de incorporaçã o
99 Resultados analíticos

Vejamos o significado de cada uma delas.

91 Contas reflectidas – Contas movimentadas apenas no sistema duplo contabilístico,


adoptam-se estas contas para registar os movimentos de custos e proveitos
contabilizados nas classes 6 e 7, por nã o poderem neste sistema ser movimentadas
contas da analítica por contrapartida de contas da geral

92 Reclassificação de custos – O PGC determina que os custos sejam classificados


segundo a sua natureza (classe 6). Para servir os propó sitos da contabilidade
analítica torna-se necessá rio classificar esses de custos de forma diferente.

93 Secções/Departamentos (Centros de Custo) – Torna-se necessá rio a


determinaçã o de custos ocasionados pelo funcionamento da empresa por centros de
custo ou centros de responsabilidade.

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94 Custos dos produtos (bens e serviços) produzidos – conta destinada ao
apuramento do custo por produto ou serviço ou obra, a sua designaçã o pode variar
conforme o tipo de actividade da empresa em questã o.

95 Existências – Contabilizaçã o das existências pelo sistema de inventá rio permanente


que se faz geralmente na contabilidade analítica.

96 Encargos a repartir – Despesas que ocorrem e que nã o podem ser consideradas


como custos dos produtos nos meses em que ocorrem, por ex. os seguros que
normalmente sã o pagos anualmente, ou o 13º mês, que é pago em Dezembro mas
têm de ser considerado um custo nos restantes meses do ano, ou encargos com a
conservaçã o de edifícios que nã o se verificam regularmente ao longo dos meses mas
apenas periodicamente e têm também de ser assegurada a sua periodizaçã o:

97 Desvios sobre custos pré-estabelecidos – Desvios sobre custos bá sicos


adoptados / orçamentados.

98 Diferenças de incorporação – contas destinadas a registar diferenças entre os


custos e proveitos registados na contabilidade geral e analítica que nem sempre sã o
coincidentes.

99 Resultados analíticos – Contas destinadas à determinaçã o dos resultados do


período contabilístico adoptado, normalmente mensal.

Questão para consolidação:


Identifique e caracterize as diferentes contas previstas para a contabilidade
analítica em Moçambique.

CONTAS A CONSTITUIR NO Â MBITO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA

Anteriormente apresentamos uma lista de contas da contabilidade analítica, que iremos


desenvolver a seguir de acordo com as respectivas normas contabilísticas e a actividade da
empresa.

Vejamos um exemplo da descriminaçã o das contas:

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EXEMPLO – EXEMPLO DE SUBDIVISÃ O DE CONTAS DA ANALÍTICA

91 Contas reflectidas
91.2 Existências
91.21 Compras
91.22 Mercadorias
91.23 Produtos acabados e intermédios
91.24 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
91.25 Produtos ou serviços em curso
91.26 Matérias-primas, auxiliares e materiais
...
91.6 Custos e Perdas
91.62 Gastos com o pessoal
91.63 Fornecimentos e serviços de terceiros
91.64 Perdas por imparidade do período
91.65 Amortizaçõ es do exercício
91.66 Provisõ es do exercício
91.67 Perdas por reduçã o do justo
91.68 Outros gastos e perdas operacionais
91.69 Gastos e perdas financeiros
91.7 Proveitos e Ganhos
91.71 Vendas
91.72 Prestaçã o de serviços
91.73 Investimentos realizados pela pró pria empresa
91.74 Reversõ es do período
91.75 Rendimentos suplementares
91.76 Outros rendimentos e ganhos
91.78 Rendimentos e ganhos
91.79 Ganhos por aumento do valor justo
92 Reclassificaçã o de custos
92.1 Custo das Compras
92.2 Mã o-de-obra directa
92.3 Gastos gerais de fabrico
92.4 Custos de transformaçã o
93 Secçõ es/Departamentos (Centros de Custo)

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93.1 Secçõ es de aprovisionamento
93.1. xx - Secçã o xx
93.2 Secçõ es fabris
93.2. xx - Secçã o xx
93.3 Secçõ es de distribuiçã o
93.3. xx - Secçã o xx
93.4 Secçõ es administrativas
93.4. xx - Secçã o xx
94 Custos dos produtos (bens e serviços) produzidos
94.1 Produtos
94.1. xx - Produto xx
94.2 Serviços
94.2. xx - Serviço xx
94.3 Obras para imobilizado
94.3. xx - Obra xx
95 Existências
95.3 Produtos acabados e intermédios
95.4 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
95.5 Produtos ou serviços em curso
95.6 Matérias-primas, auxiliares e materiais
...
(desenvolver de acordo com as necessidades)
96 Encargos a repartir
96.1 Encargos sociais
96.2 Seguros
96.3 Custos de conservaçã o e reparaçã o
96.4 Amortizaçõ es e reintegraçõ es
96.5 Custos com paragens anuais
...
(desenvolver de acordo com as necessidades)
97 Desvios sobre custos pré-estabelecidos
97.1 Desvios de compras
97.2 Desvios de secçõ es
97.3 Desvios de fabrico
98 Diferenças de incorporaçã o
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(desenvolver de acordo com as necessidades)
99 Resultados analíticos
99.1 Vendas líquidas
99.1. xx - Produto ou serviço xx
99.2 Custo das vendas
99.2. xx - Produto ou serviço xx
99.3 Custos industriais nã o incorporados
99.3. 01 Custos fixos industriais
99.3. 02 Desvios
99.4 Custos de distribuiçã o
99.4. xx - Produto ou serviço xx
99.5 Custos administrativos
99.5. xx - Produto ou serviço xx
99.6 Custos e proveitos financeiros
(desenvolver de acordo com as necessidades)
99.7 Outros custos e proveitos
(desenvolver de acordo com as necessidades)
99.8 Vendas líquidas
99.9 Imposto sobre o rendimento
Agora vamos criar as contas tendo em conta a actividade de uma empresa específica
através de um exercício.

EXERCICIO-1

A PANIFICAÇÃ O ROVUMA, fabrica e vende dois tipos de produtos: pã o e arrofadas. A


empresa ainda vende um subproduto: o Pã o Ralado. No fabrico dos seus produtos a
empresa utiliza como matérias primas a farinha, o fermento e aditivos. O organigrama da
empresa é o seguinte:

FIGURA 1– ORGANIGRAMA DA PANIFICAÇÃ O ROVUMA

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Com base no exposto Identifique as contas a constituir com base na lista de subdivisã o das
contas da Contabilidade Analítica.

ARTICULAÇÃ O DA CONTABILIDADE GERAL COM A CONTABILIDADE


ANALÍTICA

Como a Contabilidade Analítica é autó noma da Contabilidade Geral a sua articulaçã o é


feita através das contas reflectidas e usando um dos seguintes sistemas:

1. Sistema Monista:No sistema monista a movimentaçã o das contas da


contabilidade analítica é feita por contrapartida das contas da contabilidade geral.
Está dividido em:
 Sistema monista diviso
 Sistema monista radical ou ú nico indiviso
2. Sistema Dualista: Aqui as duas contabilidades encontram-se separadas, nã o se
movimentando contas de cada uma delas por contrapartida de contas da outra.
Pode ser:
 Sistema duplo contabilístico
 Sistema duplo misto

Sistema Monista Diviso

O sistema também conhecido por sistema ú nico diviso é caracterizado por a separaçã o
entre as duas contabilidades nã o ser integral, isto é as contas da analítica aparecem
sintetizadas no Razã o Geral, através de uma conta cumulativa que faz a ligaçã o entre as
duas contabilidades. Este sistema aplica-se a empresas em que a fá brica e a sede estã o
situadas em locais diferentes.

Na geral esta conta é debitada por todos os valores que a “Fá brica” recebe do exterior
(Custos com pessoal, Fornecimentos e serviços externos, matérias-primas) e pelos custos
imputá veis à exploraçã o fabril (amortizaçõ es, etc.) e creditada pelos valores entregues
pela “Fá brica” ao exterior (produtos acabados, serviços prestados, subprodutos, etc.).

Na analítica existe uma conta “Sede” onde se relevam os movimentos atrá s mencionados,
embora com o sinal contrá rio.

Sistema Monista Radical

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Neste sistema nã o existe separaçã o das duas contabilidades, há apenas uma contabilidade
que abrange quer as operaçõ es externas quer as operaçõ es internas, a contabilidade
interna encontra-se integrada na contabilidade geral. Daí que este sistema também seja
designado por sistema das contabilidades integradas. Neste sistema, quando existem
contas de custos e proveitos por natureza como é o caso do PGC os movimentos sã o feitos
naqueles e sã o reclassificados depois para as contas de contabilidade analítica, como
segue:

FIGURA 2- SISTEMA MONISTA RADICAL

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