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BACKING VOCAL
A arte de dividir vozes
Eduardo Barros

- Breve apresentação
- Classificação vocal:
 Soprano (C3 – C5)
 Mezzosoprano (A2- A4)
 Contralto (F2 – F4)

 Tenor (C2 – C4)

 Barítono (A1 – A3)
 Baixo (E1 – E3)

- Extensão vocal x Tessitura: A extensão vocal corresponde ao número de notas,

da mais grave até a mais aguda, que um indivíduo consegue produzir, não
importando a qualidade sonora. Já a tessitura diz respeito às notas, da mais grave à
mais aguda, que o indivíduo consegue produzir com qualidade.

- Outras classificações populares: Soprano 1 / Soprano 2; Contralto 1 /

Contralto 2; Tenor 1 / Tenor 2.

- Qual a importância de saber dividir vozes? Além da questão estética, a divisão

de vozes permite que todos consigam cantar confortavelmente uma mesma
música, cada um em sua tessitura. Além de facilitar o trabalho vocal, tal questão
também proporciona maior organização para a banda, que não precisará transpor
cada música de acordo com o time de cantores, principalmente em tempos atuais
em que as músicas são comumente tocadas com VS, no tom original da gravação, o
que dificultaria tais transposições. O domínio da divisão vocal traz benefícios a
todo o grupo!

- Qual a função principal do backing vocal?

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Acompanhar um ou mais solistas em segundo plano. É um vocal de apoio!

- O que eu preciso saber para dividir vozes?

- Conhecimentos básicos de teoria musical e de instrumento harmônico

(piano/teclado), para reconhecer as notas da melodia e dos acordes utilizados na
harmonização instrumental.
- Escala: conjunto de notas sequenciais que caracterizam uma tonalidade. Ex:
Escala de Dó Maior:
Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Si – Dó

- Graus da escala: número que corresponde à distância de cada nota em relação à

nota fundamental/tônica (nota que dá nome à tonalidade). Ex:
1 2 3 4 5 6 7 1a
Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Si – Dó

- Acorde: combinação de várias notas tocadas/cantadas ao mesmo tempo. Os

acordes podem ser classificados como: maior, menor, aumentado e diminuto. São
formados, inicialmente, por três notas principais: Fundamental, 3ª e 5ª. Numa
divisão vocal, a três notas são divididas entre os cantores para que haja o efeito de
harmonização. Ex:
Dó Maior: SOL (Soprano) - 5
MI (Contralto) - 3
DÓ (Tenor) - 1

- Inversão: assim como, na Matemática, a ordem dos fatores não altera o produto,
na música a ordem das notas que compõem o acorde também pode ser alterada
sem que haja alteração no acorde. Ex:

1ª Inversão de Dó Maior:
DÓ (Soprano) - 1
SOL (Contralto) - 5
MI (Tenor) – 3
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2ª Inversão de Dó Maior:
MI (Soprano) - 3
DÓ (Contralto) - 1
SOL (Tenor) – 5

- Solfejo: saber cantar os intervalos das notas musicais. Esta prática ajuda no
desenvolvimento da percepção musical e do ouvido harmônico, essenciais para a
prática de divisão de vozes.

- Exercício 1: Tocar a tônica e tentar cantar os intervalos da escala.

- Exercício 2: Tocar uma sequência de três notas musicais e cantar a terça acima.

- Três texturas básicas para a construção do arranjo vocal:

1) Monofônica – uníssonos melódicos e rítmicos e/ou oitavas justas. Ex: primeiro

refrão de “O Espírito e a Noiva dizem: Vem” e “Eis-me aqui” (Diante do Trono)
Principalmente em músicas congregacionais, os primeiros refrões podem vir em
uníssono para que a igreja aprenda bem a melodia principal. Na repetição da
música as divisões ocorrem mais livres, partindo do pressuposto de que a igreja já
ouviu pelo menos uma vez a melodia. No caso da música “Eis-me” aqui, o backing
entra em uníssono fazendo algumas intervenções, enquanto a solista canta o refrão
na íntegra. Essa técnica dá um efeito de “contorno”
2) Homofônica – melodia principal acompanhada por blocos de acordes, em
uníssono rítmico. É a textura muito utilizada por backing vocals. Ex: “Eu confio em
Deus” (Lagoinha One)
3) Polifônica – melodias independentes melódica e/ou ritmicamente que,
cantadas ou tocadas simultaneamente, se harmonizam. Ex: “Medley Escudo e
Proteção” (Musical DT 20 anos)
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OBS: Em alguns casos, a textura polifônica será explorada, mas de maneira

homofônica e não contrapontística. Ex: “Vaso de alabastro” (Diante do Trono” e
“Sacrifício” (Thay Carta)

- Cânone como porta de entrada para a divisão vocal: exemplo de monofonia e

polifonia.

- 6 passos para estruturar o arranjo vocal:

1) Identifique a tonalidade da música. Se preciso, peça ajuda a um instrumentista.

2) Tire de ouvido as notas que compõem a melodia da canção. Escreva a melodia
utilizando os números que correspondem aos graus da escala da tonalidade
encontrada.
3) Escreva sobre a melodia os acordes utilizados na harmonização instrumental.
Identifique as notas que compõem cada acorde.
4) Escolha qual voz ficará com a melodia principal e, de acordo com os acordes,
distribua as demais notas da harmonia para os naipes restantes, obedecendo a
tessitura de cada um.
5) Defina qual ou quais texturas serão utilizadas no arranjo vocal. Elementos como
o estilo musical, o número de integrantes do backing, o arranjo instrumental e até
mesmo a letra e estrutura da música podem influenciar essa escolha!

OBS: Um arranjo vocal pode possuir apenas uma textura ou utilizar até mesmo as
três opções em momentos diferentes da música. Use o bom senso e trabalhe em
diálogo com a banda, para que haja compatibilidade com a proposta do arranjo
instrumental.

6) Defina qual formação vocal será utilizada.

Backing vocal / Grupo vocal / Coral

É ideal que todo cantor tenha a experiência de cantar em coro. Tal prática auxiliará
no desenvolvimento do ouvido harmônico de forma natural e prazerosa.
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Exemplo de harmonização vocal da música “Maravilhado”

1 2 3 4 5 6 7 1a
Escala: Lá – Si – Dó# - Ré – Mi – Fá# - Sol# - Lá

Melodia em graus + Harmonia:

E A E/G#
5g 1 7g 1 5g 5g 1 2 3 3 2
F#m D
6g 7g 1 7g 1 7g 1 2 3 1 6g

E A E/G#
S: 5g 1 7g 1 5g 5g 1 2 3 3 2
C: 2 5 5 5 3 3 5 6 1a 1a 7
T: 7g 3 2 3 1 1 3 4 5 5 5

F#m7 D
S: 6g 7g 1 7g 1 7g 1 2 3 1 6g
C: 3 5 6 5 6 5 6 7 1a 5 4
T: 1 2 3 2 3 2 3 5 5 3 1

Legenda: 1)os números acompanhados da letra “g” representam a nota

grave; 2) os números sem letra correspondem às notas no médio; 3) os
números acompanhados da letra “a” representam as notas mais agudas.

Evitar o trítono: Ex: 2 – 4 – 7

- Como movimentar as vozes dentro dos acordes. O que fazer quando o soprano
não está com a melodia. Quando o homem está com a melodia, como dividir as
vozes femininas (contralto e soprano / contralto, soprano 1 e 2)
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- Timbragem (brilho, uníssono, 2 vozes, três vozes. Brincar com “cores”)

PONTE EIS-ME AQUI: bom exemplo de construção vocal progressiva, texturas,

timbres

- Uso de vocalizes e onomatopeias no arranjo vocal, como: uh! Ah! Oh! Hum! Etc...

- Ouvir músicas que tenham divisões de vozes para construir referências, ouvir
playbacks que tenham o backing cantando...