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1 Não é o intuito desse exercício a construção de arranjos para coros. Nesse caso, recomenda-se que os
estudantes consultem material à parte, para se familiarizarem com as extensões de cada timbre vocal. O intuito
aqui é apenas se apropriar dessa estratégia para a construção de sequências harmônicas bem encadeadas,
independentemente da região do piano a ser considerada.
Para se executar as cadências tonais principais ao piano, deve-se utilizar a seguinte
estratégia:
• Se a passagem de um acorde para outro tiver alguma nota comum, então ela deve ser
mantida, como na cadência plagal (I-IV-I) abaixo, na tonalidade de Dó Maior:
C F C
No exemplo acima, as notas do soprano foram mantidas porque elas acontecem tanto
em um acorde (C) como em outro (F).
• Se a passagem de um acorde para outro não tiver nenhuma nota em comum, como
na cadência I-ii-I abaixo, então o segundo acorde deve ser tocado na mesma posição
que o acorde anterior. Exemplo:
C Dm C
No exemplo acima, não havia nenhuma nota comum entre os acordes envolvidos.
Nesse caso, a posição do segundo acorde foi mantida em relação ao primeiro, ou seja, Dó
Maior na primeira inversão e Ré Menor na primeira inversão, respectivamente.
Note que, em cada uma das execuções, a nota superior inicial (voz do soprano) muda,
em função das regras do procedimento de condução de vozes, que foram mantidas nos três
exemplos.
A escolha pelo movimento adequado das vozes leva em conta qual voz o
harmonizador irá querer utilizar na voz do soprano, já que na maioria dos casos a voz aguda
costuma ter mais destaque e pode, dessa forma, induzir a uma melodia, conforme no
primeiro exemplo (Dó, Dó, Ré, Dó), no segundo (Mi, Fá, Fá, Mi) e no terceiro (Sol, Lá, Si,
Dó).
É importante lembrar também que acordes dominantes (função V7) já vêm com uma
sétima (menor), diferentemente dos acordes I e IV, que são tríades. Assim, enquanto os
primeiros devem ser encadeados sem dobramentos, ou seja, com os graus 1, 3, 5 e 7, os
acordes de função I e IV devem ser encadeados com o dobramento do baixo, com os graus
1, 3, 5 e 8 (nota fundamental dobrada, uma ou duas oitavas acima).
Começaremos a estudar os encadeamentos em dez cadências tonais que considero as
principais, nos modos maiores e menores, ou seja, aquelas sequências de acordes que
costumam ser as mais conhecidas e utilizadas em diversas músicas nos estilos supracitados.
Para fazer uma “levada”, você pode iniciar o seu encadeamento a partir de qualquer
posição do acorde inicial (fundamental, primeira ou segunda inversão), desde que você fique
na região média do piano. Uma sugestão para essa prática é a de que você observe
atentamente quantas notas no primeiro acorde de sua cadência estão acima ou abaixo do Dó
central.
Se você gostou dos exercícios e quer se aprimorar na técnica de acompanhamento
ao piano, execute as dez cadências apresentadas em todas as tonalidades, pelo círculo das
quintas. É um ótimo exercício para o domínio dessa atividade. Bons estudos!
Referências
Adolfo, A. (2010). Harmonia e estilos para teclado. Rio de Janeiro: Lumiar.
Collura, T. (2009). Rítmicas e levadas brasileiras para o piano: novos conceitos para a rítmica pianística.
Vitória: Salvatore Collura.