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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

ALESSANDRA VITORIA MASCARENHAS

MOVIMENTOS POPULACIONAIS, POVOS


ORIGINÁRIOS E EDUCAÇÃO NO BRASIL

LONDRINA – 2023
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

MOVIMENTOS POPULACIONAIS, POVOS


ORIGINÁRIOS E EDUCAÇÃO NO BRASIL

AVALIAÇÃO

LONDRINA - 2023
As representações históricas das populações originais da América portuguesa evoluíram
significativamente ao longo do tempo, refletindo mudanças na historiografia, metodologias e
perspectivas. As primeiras narrativas refletiam frequentemente preconceitos eurocêntricos, no
entanto, a historiografia contemporânea tem procurado desafiar e opor-se a estas visões
tradicionais, adotando abordagens mais inclusivas e críticas.

Ao estudarmos sobre as populações originais da América, podemos perceber que a


visão eurocêntrica e etnocêntrica foram os principais motivos os quais parte de suas histórias
foram apagadas e obstruídas, além de deturpadas e colonizadas devido a representação dos
povos indígenas através das lentes europeias que promoviam estereótipos de selvageria e
primitivismo. Os relatos de exploradores, missionários e colonizadores marginalizavam a
complexidade inerente de sociedades indígenas e faziam uma exploração rasa de suas
estruturas sociais e econômicas.

Dá-se a entender que o protagonismo do povo indígena nunca teve importância pra falar
sobre a história do Brasil, e que a narrativa do colonizador era suficiente, ou seja, a afirmação
de que a população encontrada era submissa, secundária e de importância somente quando o
caminho do Português e o do índio se cruzavam, caso contrário, sua história não tem relevância
se não for sobre sofrimento, violência ou agente apoiador do colonizador.
“Predominantes em nossa historiografia e continuamente alimentadas pela
mídia e pelas narrativas históricas em escolas, colégios e universidades, essas
ideias foram facilmente incorporadas no imaginário da população brasileira,
com imensos prejuízos para todos, mas principalmente para os índios.”
(ALMEIDA, 2017, p. 20)

A fim de adotar estratégias de incorporação das vozes indígenas, a historiografia


contemporânea tem uma abordagem que procura desmantelar o eurocentrismo ao apoiar-se em
fontes indígenas, histórias orais e colaborações com estudiosos que se esforçam para que a
narrativa seja refletiva das experiências diversas das populações originárias.

Atitudes como a reavaliação das narrativas, principalmente de conflito, uma crítica


pesada sobre as fontes que descrevem a conquista e a colonização dos povos e uma resistência
ativa contra a homogeneização dos grupos indígenas, ou seja, o abandono da generalização,
são atitudes que são diretamente opostas às aproximações da historiografia conhecida no séc.
XIX e XX. Assim como o estudo da agência histórica dessas populações, pois dava-se a
entender que os acontecimentos que moldaram a história do país eram somente de agência
europeia quando, em realidade, atos de resistência, adaptação e resiliência foram os principais
vetores dessa narrativa.
Neste diálogo contínuo entre passado e presente, a historiografia navega pelas
complexidades da representação, procurando retificar injustiças históricas e oferecer uma
compreensão mais abrangente dos povos indígenas que moldaram os contornos da América
portuguesa.

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