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V.

COMO JESUS SE RELACIONOU COM O TORAH

Agora surge uma pergunta: Como é que Jesus Se relacionou com o


Torah ou a lei? Porque nosso assunto é também: Como Jesus Se
relacionou com o sábado e a lei, os Dez Mandamentos?
Torah é uma palavra usada na Bíblia, no Antigo Testamento, que é
traduzida geralmente como lei. Mas tanto eruditos judeus como eruditos
cristãos declaram que essa tradução da palavra Torah não é adequada,
porque a palavra lei no grego é NOMOS, e isto significa um código
moral. Os Dez Mandamentos são muito mais que um código moral.
No topo de tudo isso, Deus revelou muito mais do que normas e
regulamentos. A palavra Torah originalmente significava ensinamentos
de Yahweh. Os ensinamentos de Yahweh contêm muito mais do que
apenas o Decálogo. Até as cerimônias do santuário estavam incluídas no
Torah.
E o que é que Deus estava ensinando no santuário? A Sua graça, o
Seu perdão, a expiação. Portanto os ensinos de YAHWEH incluíam a lei
e a graça no santuário..
Ensinos de YAHWEH

LEI GRAÇA
Agora você tem o Torah num sentido mais amplificado. O Torah
possui dois braços: Lei e Graça.
O que ocorre se você vê no Torah apenas a lei? Você joga longe a
graça de Deus. Isso não é certo. Isso não é permissível. Então essas
pessoas, especialmente os evangélicos que falam: “A lei é ultrapassada.
A lei foi abolida!” essas coisas todas, eles não sabem nem o que significa
a palavra lei, porque eles não estudaram hebraico. E quando eles
começam a fazer isso, eles se tornam apóstatas.
E há um problema em cada um de nós que pode nos tornar um
apóstata, se não conhecemos o significado de algumas palavras
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hebraicas. Precisamos saber o que é Torah, Shalom, Selakah. Nós
precisamos conhecer alguns conceitos de hebraico. O grego do Novo
Testamento precisa ser interpretado à luz dos conceitos hebraicos do
Antigo Testamento. Se não for assim, você vai entender o conceito de lei
apenas como um código moral com regulamentação de relacionamento.
E isso conduz ao nomismo ou legalismo. Porque você tem um conceito
muito pobre da palavra Torah.
Mas Deus jamais falou apenas em lei. Deus concedeu o Torah, no
qual a Sua lei e misericórdia estão incluídos. A tradução judaica do AT
traduz sempre Torah como ensinamentos. Eles sabem isso, mas os
cristãos são ignorantes. Por isso nós precisamos captar o verdadeiro
sentido teológico dos Evangelhos. O problema deles em colocarem em
oposição lei e graça não é bíblico. Na parte seguinte em nosso estudo
hoje vamos estudar Paulo em relação com a lei. Mas isso já se iniciou no
tempo de Jesus.
Os fariseus começaram a pensar legalisticamente. Eles não mais
possuíam o conceito verdadeiro de Torah. Torah é apresentado
especialmente nos Salmos 1, 19 e 119. E em nenhum desses salmos é
dito exclusivamente a lei. Todos estes capítulos falam sobre Torah.
Encontramos uma centena de vezes a palavra Torah. Porém nunca diz
simplesmente Torah., porque sempre diz Teu Torah. O Torah de
YAHWEH. Não proclama um estatuto, uma lei isolada, independente,
mas sempre como uma expressão pessoal de Deus, na qual Deus está
presente.
Diz no Salmo 19:7: “Torah YAHWEH anima”. “A lei do SENHOR
restaura a alma.” “A lei (Torah) do SENHOR é perfeita.”
A lei é perfeita porque tem essa dinâmica de restaurar a alma. Mas
isto só pode ocorrer quando o Espírito de Deus está envolvido no Torah.
Vamos abrir Isaías 59 para vermos como a lei e o Espírito
pertencem um ao outro.
Isaías 59:21: “Quanto a mim, esta é a minha aliança com eles, diz o
SENHOR: o meu Espírito, que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus
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na tua boca, não se apartarão dela, nem da de teus filhos, nem da dos filhos
de teus filhos, não se apartarão desde agora e para todo o sempre, diz o
SENHOR.”
O que está sempre unido na aliança de Deus? E vimos isso na
segunda parte da última parte de nosso estudo anterior. O que é que unia
Jeremias e Ezequiel? O Espírito Santo. O Espírito de Deus unido à lei. É
uma unidade indissolúvel. A Bíblia chega até nós com o Espírito, dentro
dela, ao redor dela e por meio do Espírito.
Quando você estuda a Bíblia e percebe o seu conteúdo, o Espírito
está em ação para reavivar você. Quando você prega a Palavra de Deus o
Espírito atua no coração dos ouvintes para reavivá-los. E então você se
torna um instrumento nas mãos de Deus para tomar pessoas mortas e
trazê-las de volta à vida através da Palavra. Portanto remova
gradualmente sua própria idéia, seus próprios ensinamentos. Tome
menos tempo para ler mais sobre suas próprias idéias e dê mais espaço
para a Bíblia, como que a parte histórica da Bíblia. Ilustre os seus
sermões com histórias do Antigo e do Novo Testamentos. Comece com
o AT e conclua com o NT. Demonstre como Jesus era o cumprimento e a
manifestação destas coisas. Jesus conhecia o AT de cor. Ele podia citar
do AT e de todos os lugares.
Certa ocasião um fariseu estava testando a Jesus – Mateus 22. Um
fariseu se aproximou de Jesus e disse-Lhe: “Qual é o grande
mandamento no Torah ?”
O que vocês diriam? Bem, sabem o que Jesus disse? Vamos ler.
Mat. 22:37-39: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus,
de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.”
O que é que sobrou para você? Não sobrou nada para você. Você
ama ao Senhor de todo o seu coração, de toda a sua alma, de toda a sua
mente. Isso é parte da teologia. O teólogo ama ao Senhor com toda a sua
mente, o pastor ama a Deus com o seu coração. Agora tente ser o pastor
e o teólogo e você se tornará um grande pregador, porque você vai
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atingir também coração e mente. Não conte só histórias de emoção, e
não ensine apenas verdades abstratas. Envolva o ser humano inteiro.
Jesus declarou: Ame a Deus totalmente, perfeitamente, com um
coração não dividido. Agora, é preciso orar para alcançar isso.
Jesus disse: “Este é o grande e primeiro mandamento.” Mas Ele
disse: Espere um pouco. Tenho algo mais a dizer a você. Há um
segundo, que é semelhante a este: “Amarás o teu próximo como a ti
mesmo.”
O homem ficou mudo! Ninguém jamais havia unido estes dois
conceitos. E Jesus não estava fabricando estes mandamentos. O amor a
Deus e o amor ao próximo não eram novidade – já estavam contidos no
Torah. Estão contidos em Deuteronômio 6:5 e Levítico 19:18. E Jesus
uniu os dois conceitos – amor supremo a Deus e amor ao semelhante –
juntou estes dois conceitos e o colocou em nível de igualdade. Isto era
algo novo na teologia judaica.
E vocês podem ver que os dois novos mandamentos de Jesus não
substituem os Dez Mandamentos. Por que não? Porque Moisés
apresentou os dois mandamentos da lei. Para Moisés eles estavam unidos
aos Dez Mandamentos.
Como estes dois mandamentos de amor se relacionavam aos Dez
Mandamentos? Há alguns pastores que não sabem responder isso. Agora,
se eles não sabem, como é que o nosso pobre povo saberá? Assim agora
eu estou perguntando: Como é que os dois mandamentos de amor estão
relacionados com os Dez Mandamentos? Vamos ler as últimas palavras
de Jesus.
Mat. 22:40: “Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os
Profetas.”
Aqui está a resposta. Agora explique. Você sempre tem que
perguntar: O que é que isso quer dizer? Pergunte às pessoas de sua
igreja: O que isso significa? Eles olham para você. Eles não têm a
resposta. Eles não foram ensinados a pensar. Muitos deles vêm do
catolicismo. Espera-se que eles não devem pensar. O sacerdote, o bispo,
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o cardeal, o papa é que pensam. E o povo não sabe. Agora você tem que
ensiná-lo. E você pede que eles compreendam.
Muitos dizem: “Não, eu não preciso entender nada, eu só quero
obedecer.” Isto não é bom. Pessoas que simplesmente obedecem as
normas da igreja não são salvos. E você repentinamente pode perdê-los.
Não tragam simplesmente pessoas para dentro da igreja. Conduzam-nos
para dentro da Escritura e ponham as mãos deles unidas às mãos de
Jesus. Ensinem-nos a estudar corretamente a Bíblia. Desafiem os seus
membros. Perguntem a eles: “Vocês entendem o que estão lendo?” E
então expliquem a eles.
Portanto, no verso 40, o que é que Cristo quer dizer? Destes dois
mandamentos de amor penduram-se todos os demais.
Use ilustrações agora. Toda a porta tem duas dobradiças. Poderia
ser usada uma porta sem as dobradiças? Não, a porta ficaria fechada ou
aberta. As duas dobradiças são o amor a Deus e o amor ao semelhante.
Então estes dois conceitos são o poder que motiva a obediência aos Dez
Mandamentos. Eles se relacionam. Amar a Deus está revelado nos
quatro primeiros mandamentos do Decálogo. Como é que você ama os
seus semelhantes? Pelos seis últimos mandamentos.
Agora, vocês podem ver como ambos se relacionam.
E o que diríamos para pessoas que lhe dizem: “Nós não temos mais
Dez Mandamentos porque eram apenas para os judeus, nós temos dois
mandamentos conforme Cristo ordenou.” Vocês podem dizer isto:
“Vocês não estão entendendo o assunto. O amor nunca é uma lei por si
mesmo. O amor jamais substitui a lei. O amor cumpre, honra, respeita,
exalta a lei.”

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