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CULTO DE NATAL ICEA – 24.12.

2023
“³⁴ Ao ouvirem dizer que Jesus havia deixado os
saduceus sem resposta, os fariseus se reuniram.
³⁵ Um deles, perito na lei, o pôs à prova com esta
pergunta:
³⁶ "Mestre, qual é o maior mandamento da Lei? "
³⁷ Respondeu Jesus: " ‘Ame o Senhor, o seu Deus de
todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o
seu entendimento’.
³⁸ Este é o primeiro e maior mandamento.
³⁹ E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu
próximo como a si mesmo’.
⁴⁰ Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e
os Profetas".
Mateus 22:34-40
Antes de entrar no texto em si, gostaria de fazer
uma consideração sobre essa data. Eu cresci em uma
família que sempre valorizou muito as festas de final
de ano. Depois de alguns anos de convertido, já
casado, diante de algumas controvérsias em relação
a comemoração do Natal (data, símbolos natalinos
etc.), decidi não comemorar mais a data. Graças a
Deus, passados mais alguns anos, notei, que
independentemente da celeuma em relação ao fato
de Jesus ter nascido ou não no período, a celebração
do Dia do Natal tem sua importância, pelo menos por
dois motivos: Primeiro, é uma oportunidade de
celebrarmos a fé no Filho de Deus em meio a um
mundo cada vez mais secularizado e averso a
religião. Segundo, na ocasião, as pessoas estão mais
empáticas, mais propícias para ouvirem a história de
Jesus, o que dá aos crentes uma grande
oportunidade de pregar o Evangelho!
A narrativa de Mateus encontra-se na semana
da Paixão, na cidade de Jerusalém. Naqueles dias,
Jesus enfrentara diversos embates com os mestres
da Lei que procuravam acusá-lo de alguma falta.
Aqui, Cristo é interpelado por um perito da Lei
sobre qual o maior dos mandamentos. Vale ressaltar
que era comum entre os estudiosos da lei judaica a
discussão sobre qual dos mais de 600 mandamentos
oriundos do decálogo era o mais importante.
Diferentemente da forma como lidou com os
Saduceus, Jesus responde sem objeções ao
questionamento, resumindo os dez mandamentos
em apenas dois. Na passagem correlata do
Evangelho de Marcos (12: 28-34), está registrado
que aquele mestre da lei ficou impressionado com a
resposta e que Cristo disse ao mesmo que ele não
estava longe do Reino dos céus.
Vale ressaltar como Jesus estava preparado para
a todo o tempo dar a razão de sua fé.
Vamos ao texto
Vs. 34 a 36 - ³⁴ Ao ouvirem dizer que Jesus havia
deixado os saduceus sem resposta, os fariseus se
reuniram. ³⁵ Um deles, perito na lei, o pôs à prova
com esta pergunta: ³⁶ "Mestre, qual é o maior
mandamento da Lei? "
- No capítulo anterior (21: 23 a 27) os mestres da lei
questionam a Jesus sobre sua autoridade e são
calados pelo mestre que lhes pergunta sobre o
batismo de João Batista. Desde o início do seu
ministério, o ensino do Messias confrontava os
religiosos, pois colocava-se em comparação com o
ensino destes (vocês ouviram o que foi dito... no
sermão do Monte (MT. 5 a 7), e tinha autoridade
reconhecida perante o povo (MT. 7: 28 e 29).
- Entre os versos 15 e 22 deste capítulo, Fariseus e
Herodianos perguntam a Jesus se é lícito pagar
imposto a Roma e mais uma vez são calados pelo
mestre.
- Entre os versículos 23 e 33, Saduceus perguntam a
Cristo sobre a ressurreição (eles não acreditavam na
ressurreição) apresentando uma história hipotética
e são prontamente refutados e calados por Jesus.
- Por fim, um perito na Lei pergunta a Cristo sobre
qual o maior dos mandamentos. Apesar de parecer
o mais simples dos questionamentos,
provavelmente esperavam que Jesus fosse
responder algo relacionado com o próximo, algo
ético ou de cunho moral.
Vs. 37 e 38 - ³⁷ Respondeu Jesus: " ‘Ame o Senhor, o
seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma
e de todo o seu entendimento’. ³⁸ Este é o primeiro
e maior mandamento.
- Jesus responde ao mestre da Lei citando parte da
Shemá judaica – Ouve, Ó Israel (Dt. 6: 4 e 5). O
chamado a adoração ao Deus único. Marcos cita de
forma completa.
- O amor a Deus deve ser integral e estar sobre todas
as coisas na vida do crente.
- Esse mandamento sintetiza os 4 primeiros
mandamentos do decálogo (Ex. 20).
- Não terás outros deuses diante de mim.
- Não fará imagem de escultura.
- Não dirás o Nome do Senhor em vão.
- Guardarás o sétimo dia para descanso.
- Jesus enfatiza que este é o primeiro e o maior dos
mandamentos.
Vs. 39 - ³⁹ E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o
seu próximo como a si mesmo’.
- Jesus havia respondido a questão levantada, mas
não se deteve em completar a resposta enfatizando
o segundo mandamento, que engloba os seis últimos
mandamentos de Moisés.
- Citando Lv. 19:18, o primor da ética na lei dos
judeus, Jesus deixa seu inquisidor em absoluto
silêncio (Marcos enfatiza que o fariseu corrobora
com a grandeza da resposta de Cristo destacando
que estes dois mandamentos são mais importantes
que sacrifícios e ofertas).
- Com essa resposta Cristo traz o ensino e a aplicação
da lei de Deus novamente para a sua essência. Os
mestres da lei tornavam a Lei um fardo cada vez
maior e mais pesado, focado apenas em aspectos
exteriores.
- Jesus alinha o ensino refutando duas vertentes que
se levantaram contra a Igreja nos seus primeiros dias
e ainda são presentes nos nossos dias. O legalismo
(Ensino de Cristo: O amor é superior aos méritos) e o
antinomismo (Ensino de Cristo: O amor é a razão
para a perfeita obediência). O amor não anula a
obediência.
Vs. 40 - ⁴⁰ Destes dois mandamentos dependem
toda a Lei e os Profetas".
- Lei e os Profetas, a Torá Judaica (A Palavra de Deus
naquele momento). No original o termo significa que
toda a lei de Deus está sustentada nestes dois
mandamentos.
- Jesus mostra que a Lei se resume ao amor,
primariamente para com Deus e
concomitantemente para com o próximo. Essa
dinâmica se repetirá por todo a Escritura com ênfase
no Novo Testamento.
¹² Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês
querem que eles lhes façam; pois esta é a Lei e os
Profetas".
Mateus 7:12

²³ Respondeu Jesus: "Se alguém me ama, guardará a


minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e
faremos nele morada.
²⁴ Aquele que não me ama não guarda as minhas
palavras. Estas palavras que vocês estão ouvindo não
são minhas; são de meu Pai que me enviou.
João 14:23,24

⁸ Não devam nada a ninguém, a não ser o amor de


uns pelos outros, pois aquele que ama seu próximo
tem cumprido a lei.
⁹ Pois estes mandamentos: "Não adulterarás", "não
matarás", "não furtarás", "não cobiçarás", e
qualquer outro mandamento, todos se resumem
neste preceito: "Ame o seu próximo como a si
mesmo".
¹⁰ O amor não pratica o mal contra o próximo.
Portanto, o amor é o cumprimento da lei.
Romanos 13:8-10

¹⁹ Nós amamos porque ele nos amou primeiro.


²⁰ Se alguém afirmar: "Eu amo a Deus", mas odiar
seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu
irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem
não vê.
1 João 4:19,20
Diante de tudo o que foi exposto surge a pergunta:
Quem pode amar a Deus e ao próximo nessa
dimensão?
Resposta: Somente Jesus Cristo pode cumprir
cabalmente tais mandamentos, perfeitamente a Lei
de Deus.
- Nele, somente nele, podemos cumprir as justas
exigências do Pai.
- Outro ponto a ser considerado é que tais
mandamentos estão entrelaçados, ou seja, como
vimos nas escrituras, não é possível amar a Deus sem
amar ao próximo e vice e versa.
- De fato, amamos de forma concreta a um Deus que
não podemos ver ou tocar, quando amamos de
maneira tangível àqueles que estão ao nosso redor.
- Jesus demonstrou tal verdade no capítulo 25 deste
mesmo livro.
³¹ Quando vier o Filho do Homem na sua majestade
todos os anjos com ele, então, se assentará no trono
da sua glória;
³² e todas as nações serão reunidas em sua
presença, e ele separará uns dos outros, como o
pastor separa dos cabritos as ovelhas;
³³ e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à
esquerda;
³⁴ então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita:
Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do
reino que vos está preparado desde a fundação do
mundo.
³⁵ Porque tive fome, e me destes de comer; tive
sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me
hospedastes;
³⁶ estava nu, e me vestistes; enfermo, e me
visitastes; preso, e fostes ver-me.
³⁷ Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi
que te vimos com fome e te demos de comer? Ou
com sede e te demos de beber?
³⁸ E quando te vimos forasteiro e te hospedamos?
Ou nu e te vestimos?
³⁹ E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos
visitar?
⁴⁰ O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos
afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus
pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
Mateus
25:31-40
Aplicação
1. Devemos estar prontos em todo tempo para na
verdade dar a razão da nossa fé (1Pe. 3: 15).

2. Somos chamados ao cumprimento da Lei do


Amor e isso só será possível por meio do Cristo.

3. Nosso amor a Deus e ao próximo precisa ser


tangível, concreto. Somos a boca, as mãos, os
pés, o abraço do Senhor que alcança ao próximo
com o Seu amor.
CONCLUSÃO
A vida encontra sentido quando vivemos com
propósito e nada mais dignificante do que nos
dispormos a servir à nossa família, à nossa
comunidade. Saibam que a tão falada felicidade
jamais será encontrada num estilo de vida
egocêntrico. Ela se encontra quando, assim como
Jesus, decidimos servir àqueles que estão ao nosso
redor. Isso nos dará senso de propósito, alegria e
paz!

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