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A ASSEMBLÉIA DE DEUS, A LEI E O SÁBADO

A Assembléia de Deus teve seu início na primeira onda pentecostal,


chegando ao Brasil em Belém, no Pará, através de dois missionários suecos
vindos dos EUA. A princípio, fingiram que eram membros da Igreja Batista,
denominação a que ambos pertenciam nos Estados Unidos antes de serem
excomungados. Estes dois ex. batistas fundaram uma nova igreja e
adotaram o nome de Missão de Fé Apostólica. Mais tarde, a nova igreja
passou a chamar-se Assembléia de Deus, em virtude da fundação das
Assembléias de Deus nos Estados Unidos.

Alguns ministérios cresceram de tal forma que a denominação se subdividiu


em algumas ramificações, como a “Missão” e a “Madureira”, mas todas as
partes mantêm a doutrina uniforme. Divergem apenas em questões
administrativas, como também acontece com outras denominações
evangélicas. Mas uma coisa continua sendo o elo de união entre as diversas
subdivisões dentro da Assembléia de Deus: a doutrina. A Conferência Geral
das Assembléias de Deus no Brasil (CGADB), que é constituída por várias
convenções estaduais e regionais, além de vários ministérios, cuida em
manter a doutrina em unidade e uniforme.

O QUE A ASSEMBLÉIA DE DEUS DIZ SOBRE A LEI E O SÁBADO?

Temos percebido um tanto preocupado, porém, que as pessoas se filiam a


uma placa de igreja sem a preocupação de se informarem sobre as suas
doutrinas, crenças e ensinamentos, e também não se preocupam em
conhecer os seus credos, confissões de fé e posicionamentos, quanto menos
sobre suas normas e regras. Isso é muito sério. Os membros da igreja — na
maioria dos casos — não lêem os livros que são escritos pelos seus
evangelistas, teólogos, professores, escritores ou pastores da igreja a que
pertencem, e vivem sem saber como é o seu cristianismo que levam de
qualquer jeito… Outros — e isto é de pasmar qualquer um! — não têm lido a
própria Bíblia!!! Perguntamos: Que tipo de cristianismo é esse, que não
incentiva à pesquisa do Livro Sagrado? Não era assim no tempo de Jesus,
pois Ele recomendou o exame das Escrituras (Jo.5:39). Que tipo de igreja é
essa, então, que não transmite aos membros o conhecimento das próprias
crenças e posicionamento bíblico? Vejamos o que o profeta Oséias escreveu:
“O Meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque
tu, sacerdote (líder religioso), rejeitaste o conhecimento, também Eu, te
rejeitarei, para que não sejas sacerdote (pastor) diante de Mim; visto que te
esqueceste da lei do teu Deus, também Eu Me esquecerei de teus filhos
(membros).” (Os.4:6)

Um líder religioso — pastor, professor, evangelista, teólogo, escritor — que


rejeita a Lei de Deus, está comprometido diante dEle, e comprometendo o
seu rebanho à destruição, conforme o texto do profeta Oséias, transcrito
acima. Tal líder religioso será responsável, diante de Deus, pelas almas que
vierem a perecer por falta de conhecimento! Graças a Deus os líderes da
Assembléia de Deus não negam a vigência da santa e divina Lei do Senhor!
Amém?!

Mas por falta de instrução dessa igreja, por todos os lugares, cada membro
da Assembléia de Deus pretende ter uma forma particular de entender a
Bíblia ao que lhe convém, que nem sempre se encaixa naquilo que é
ensinado pelas Escrituras e por seus teólogos, líderes, pastores, professores,
evangelistas e escritores. Por isso, chamamos a atenção para o conselho
bíblico, que diz:

“Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus. (…)
Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas
almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com
alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.” (Hb.13:7,17)

Se o conselho bíblico é que as ovelhas devem lembrar-se e sujeitar-se aos


seus pastores, quando eles ensinam a palavra de Deus, nada mais correto
do que saber o que ensinam alguns de seus pastores e estudiosos da Bíblia.
Por exemplo, o que ensinam os líderes religiosos da Assembléia de Deus a
respeito de assuntos que falam da obediência ao Senhor? O que dizem a
respeito da Lei de Deus? O que ensinam sobre os Dez Mandamentos? E
sobre o sábado? O que eles deixaram registrado oficialmente, para a sadia
orientação de seus rebanhos? Vamos conferir!
1) O que é a Lei de Deus? O que são os Dez Mandamentos?

O Pr. Carlos Johansson, famoso teólogo assembleiano, responde da seguinte


maneira:

“A lei é a vontade de Deus, no Decálogo.” — Em “Síntese Bíblica do Velho


Testamento”, p. 48.

Já o Pr. Harold J. Brokke afirma isto:

“A lei é uma parte vital do governo divino no mundo em nossos dias… a


santa lei de Deus é um pré-requisito divino para uma experiência mais
profunda da graça. (…)

“Nós não podemos compreender a salvação sem entender a lei de Deus. (…)
Deus revela Sua vontade, no tocante ao procedimento do homem, por meio
dos mandamentos que lhe apresenta. (…) O propósito da lei é fazer com que
os homens sintam sua necessidade de Jesus Cristo e do Seu evangelho de
perdão. (…) Pela lei vem o conhecimento do pecado. Os homens precisam de
buscar a Deus, reconhecendo-se pecadores, ou seja, criaturas que sabem
ter desobedecido a lei e o governo de Deus, reconhecendo-se verdadeiros
inimigos do próprios Deus pelo desrespeito às Suas leis.” — Em
“Prosperidade pela Obediência”, p. 10, 14–17.

Por sua vez, o Pr. Myer Pearlman, professor de muitos pastores, inclusive do
Pr. N. Lawrence Olson, que foi por muitos anos o orador do Programa de
Rádio “A Voz das Assembléias de Deus”, assim se expressou:

“Os mandamentos representam e expressão décupla da vontade de Jeová e


a norma pela qual governa os Seus súditos.” — Em “Através da Bíblia”, p.
27.

Conforme foi visto acima, estes pastores pentecostais da Assembléia de


Deus têm a Lei de Deus, os Dez Mandamentos, numa alta estima. E o
conselho bíblico é que se deve obedecer aos pastores que falam a palavra de
Deus. E esses líderes assembleianos estão apenas defendendo o
ensinamento bíblico sobre a Lei de Deus, os Dez Mandamentos.

2) Para que serve a lei, os Dez Mandamentos?


Já citado, o Pr. Harold J. Brokke dá várias respostas a essa pergunta. Ele
diz:

“Nós não podemos compreender a salvação sem entender a Lei de Deus. (…)
Deus revela Sua vontade, no tocante ao procedimento do homem, por meio
dos mandamentos que lhe apresenta. (…) O propósito da lei é fazer com que
os homens sintam sua necessidade de Jesus Cristo e do Seu evangelho de
perdão. (…) Pela lei vem o conhecimento do pecado. Os homens precisam de
buscar a Deus, reconhecendo-se pecadores, ou seja, criaturas que sabem
ter desobedecido a lei e o governo de Deus, reconhecendo-se verdadeiros
inimigos do próprios Deus pelo desrespeito às Suas leis.” — Op. cit., p. 14–
17.

O Pr. Emílio Conde, pentecostal, afirma o seguinte:

“A Bíblia nos mostra a sagrada Lei de Deus: ‘faça isto’, ‘não farás!’. Êxo.
cap. 20. E essa Lei deveria ser observada, cumprida rigorosamente — e até
aos nossos filhos a deveríamos fazer conhecer. Deut. 6: 1–13. A Palavra de
Deus é, sob certos aspectos, autoritária! Ela nos fala de modo imperativo.”
— Em “Lições Bíblicas”, 07/12/1966, p. 12.

Tendo consciência da necessidade do homem com relação ao cuidado e


proteção de Deus, o Pr. Myer Pearlman, atrás referido, escreveu:

“Os mandamentos de Deus são cercas, por assim dizer, que impedem ao
homem entrar em território perigoso e dessa maneira sofrer prejuízo para
sua alma.” — Em “Conhecendo as Doutrinas da Bíblia”, p. 92.

Concordando de que a lei de Deus é para o benefício do homem, o Pr. Carlos


Johansson declarou o seguinte:

“O decálogo — o fundamento do pacto e o mais essencial da lei, como


também a condição para vida e felicidade.” — Op. cit., p. 116.
Resumindo o que esses líderes assembleianos disseram, a Lei de Deus
serve, dentre outros, para:

—> compreendermos a salvação,


—> revelar a vontade de Deus,
—> fazer os homens sentirem necessidade de Cristo,
—> saber o que é o pecado,
—> ser como cerca protetora do perigo e
—> ser a condição de vida e felicidade.

Todas estas coisas são muito boas razões para um cristão obedecer ao
Senhor! Além de tudo, estão de acordo com a Palavra de Deus.

3) Desde quando existem os Dez Mandamentos, a Lei de Deus?

Também da Assembléia de Deus, o Pr. Orlando Spencer Boyer, teólogo,


professor, pastor, comentarista, escritor, e autor de muitos livros, registrou
estas palavras sobre o Decálogo:

“Não se deve pensar que não existia nada destes mandamentos antes de
Moisés. Foram escritos nas mentes e nas consciências dos homens desde o
princípio.” — Em “Pequena Enciclopédia Bíblica”, p. 198. Grifos
acrescentados.

Aí está o testemunho de alguém que estudou bastante o Livro de Deus. Pelo


que lemos dos testemunhos assembleianos, não há nenhuma dúvida entre
seus teólogos e mentores de que os Dez Mandamentos foram dados a Adão,
ANTES DA QUEDA. Portanto, a resposta a esta pergunta deve ser: DESDE A
CRIAÇÃO DO MUNDO!

4) Precisamos de outra lei, além do Decálogo, para nos indicar o que é o


pecado?

Quem responde muito bem a esta pergunta, também, é o Pr. Orlando S.


Boyer, quando diz:
“Não há pecado que não é condenado por um dos Dez Mandamentos.” —
Op. cit., p. 198.

5) Existe divisão entre a Lei Moral e a Lei Cerimonial?

Eis um comentário bíblico muito usado nos meios pentecostais, cujas “notas
e comentários são de inteira responsabilidade da Casa Publicadora das
Assembléias de Deus” (p. IV), que nos responde a questão com esta clara
definição:

“Se Jesus não veio abolir a lei, todas as leis do A.T. ainda se aplicam a nós
hoje? É preciso lembrar que havia três categorias de leis: a cerimonial, a
civil e a moral.

“(1) A Lei Cerimonial diz respeito especificamente à adoração por parte de


Israel (Levítico 1.2,3). Seu propósito primário era apontar adiante, para
Cristo, portanto, não seria mais necessária depois da morte e ressurreição
de Jesus. Mesmo não estando mais ligados à lei cerimonial, os princípios que
constituem a base da adoração — amar e adorar a Deus Santo — ainda se
aplicam. Jesus foi frequentemente acusado pelos fariseus de violar a lei
cerimonial.

“(2) A Lei Civil se aplicava à vida cotidiana em Israel (Deuteronômio


24.10,11). Pelo fato de a sociedade e a cultura modernas serem tão
radicalmente diferentes das daquele tempo, esse código como um todo não
pode ser seguido. Mas os princípios éticos contidos nos mandamentos são
atemporais, e devem guiar nossa conduta. Jesus demonstrou estes
princípios por meio de sua vida exemplar.

“(3) A Lei Moral (como os Dez Mandamentos) é a ordem direta de Deus,


exige uma obediência total (Êxodo 20.13), pois revela sua natureza e
vontade. Assim, ainda é aplicável em nossos dias. Jesus obedeceu
completamente à Lei Moral.” — Extraído de “Bíblia de Estudos e Aplicação
Pessoal”, p. 1224 do Novo Testamento. Ver comentário sobre Mateus 5:17.
Tradução de Almeida. CPAD — “Casa Publicadora das Assembléias de Deus”.
Grifos acrescentados.
Mais uma vez o Pr. Boyer nos apresenta aquilo que tem aprendido de Deus,
em anos de estudo da Palavra:

“Algumas pessoas dão ênfase à distinção entre mandamentos ‘morais’ e


mandamentos ‘cerimoniais’. As exigências ‘morais’ são aquelas que em si
mesmas são justas e nunca podem ser revogadas. Ao contrário, as leis
‘cerimoniais’ são aquelas sobre observâncias, sobre o cumprimento de certos
ritos, por exemplo: os mandamentos acerca dos holocaustos e o incenso.
(…) As leis ‘cerimoniais’ podem ser ab-rogadas na mudança de dispensação,
mas não as leis ‘morais’. É certo que existe tal distinção.” — Em “Marcos: O
Evangelho do Senhor”, p. 38–39. Grifos acrescentados.

E o Pr. Antonio Gilberto, também da Assembléia de Deus, confirma:

“A parte moral da lei é eterna e universal”. — Em “Manual da Escola


Dominical”, p. 86.

De tudo que está registrado, fica mais do que claro que esses documentos
confessionais cristãos históricos, além de mestres de outras confissões,
admitem que existam pelo menos duas leis, dentre outras, das quais fala a
Escritura Sagrada:

—> Lei Moral — sumariada nos Dez Mandamentos, e


—> Lei Cerimonial — representada pelos sacrifícios e ordenanças rituais para
Israel.

6) A que tipo de lei o apóstolo Paulo se refere em Colossenses 2:16?

O já citado Pr. Myer Pearlman responde apropriadamente a esta questão


quando escreve:

“A sua relação com a Lei Cerimonial (vers. 15, 16). As festas, os dias santos
e outras observâncias cerimoniais judaicas não passam de símbolos e figuras
representando Cristo. Agora, desde que Cristo cumpriu os símbolos, os
mesmos tornam-se desnecessários.” — Op. cit., p. 293. Grifos
acrescentados.

Mais uma questão devidamente esclarecida. E a posição oficial da


Assembléia de Deus é que Colossenses 2:16 não está falando do sábado do
quarto mandamento. Está falando da LEI CERIMONIAL, e não da Lei Moral!

7) E o sábado do quarto mandamento da Lei Moral, qual a sua origem?

Num livro preparado pela “Casa Publicadora das Assembléias de Deus”


(CPAD), para tirar algumas dúvidas sobre certos assuntos, intitulado “A
Bíblia Responde”, nós lemos esta declaração:

“O observador mais acurado vai perceber que o sábado não é um


mandamento originado na lei mosaica (Gên. 2:3), ainda que mais tarde a
ela incorporado.” — Em “A Bíblia Responde”, p. 123.

Depois dele, quem responde a esta pergunta é o Pr. Carlo Johansson. Ele
escreveu estas palavras:

“O sábado tem a sua origem na criação, Gên. 2:1–3.” — Op. cit., p. 42.
Grifos acrescentados.

E o que o assembleiano Prof. Carlos Schimdt Costa declara:

“O senhor completou sua obra de criação no sétimo dia, portanto o


abençoou.” — Em “Porque não guardamos o Sábado”, artigo do “Missão
Ômega”, página assembleiana da web que pode ser visualizada no seguinte
endereço: http://www.iadgpuava.com.br/noticias/noticias.asp?id=246 (acessado
a 26/11/2007).

Novamente o dedicado estudioso Pr. Myer Pearlman completa o que foi dito
acima, da seguinte maneira:

“O Grande Arquiteto do Universo completou em seis dias Sua obra da


criação, e descansou no sétimo dia. (…) No sétimo dia Ele descansou, dando
ao homem um exemplo, trabalhando seis dias e descansando no sétimo.” —
Op. cit., p. 14–15. Grifos acrescentados.
A origem do sábado, ao contrário do que ensinam alguns assembleianos
leigos desinformados, não é a doação da lei dos Dez Mandamentos no Monte
Sinai. Conforme os líderes assembleianos estudiosos da Bíblia, foi na
SEMANA DA CRIAÇÃO. Tanto é que o Prof. Carlos Schimdt Costa, em seu
artigo, confirma que “dentre estas leis” que já existiam antes do Sinai, já
“incluía-se o mandamento de guardar o sábado.” Seis dias de trabalho, e o
sétimo dia foi SANTIFICADO para o descanso das coisas seculares e culto
religioso, que é a posição oficial da Igreja Evangélica Assembléia de Deus.

Há razões para santificarmos o sábado?

O Pr. Harold J. Brokke é bastante enfático e categórico ao dar uma resposta


a esta questão. Ele proclama “em alto e bom som”:

“É possível que alguém imagina que a transgressão desse quarto


mandamento é menos grave do que a transgressão dos outros nove. A
verdade, porém, é que quem se dispõe a transgredir o quarto mandamento
já tem no coração a inclinação de transgredir um ou mais dos outros
mandamentos. (…)

“Por que deve o homem guardar o sábado do Senhor? Porque é justo!


Segue-se aqui o mesmo princípio de não furtar porque não é justo.” — Op.
cit., p. 58–59.

Indiscutivelmente, as autoridades e documentos religiosos da Assembléia de


Deus não concordam com a visão herética
semi-antinomista/dispensacionalista que nega a validade e vigência do
Decálogo como norma cristã, e prega o fim total do quarto mandamento,
como sendo “cerimonial”. Mesmo que o sábado seja interpretado por esses
documentos e autores como referindo-se ao primeiro dia, o “sábado cristão”
como é chamado, o que importa é que admitem oficialmente a validade e
vigência do mandamento e as origens endêmicas do princípio sabático. A
questão sobre o domingo ter tomado o lugar do sétimo dia já é outra.
9) Contra o que Jesus Se levantou com relação ao sábado?

Existem assembleianos leigos, mesmo sinceros, que acreditam que Jesus


não guardou os Dez Mandamentos e que ele combateu o sábado. O que diz
a Bíblia? Até onde vai o conhecimento deles? Caso Jesus tivesse profanado o
sábado, ou qualquer outra lei, Ele não poderia ser “um cordeiro sem defeito
nem mancha” (1Pe.1:19), nem poderia ser o Messias que tem a função de
“engrandecer a lei e torná-la gloriosa” (Is.42.21). Então, quem afirma que
Cristo violou o sábado, está negando que Ele era o Messias, tornando-O um
mero pecador e mentiroso, pois Ele mesmo disse ter observado os
mandamentos (Jo.15:10).

E o que dizem os líderes assembleianos sobre esse assunto? A “Casa


Publicadora das Assembléias de Deus” (CPAD) publicou um livro
comentando, brevemente, toda a Bíblia. Nele nós encontramos:

“O zelo dos fariseus não era pela Lei de Deus, mas das suas próprias
tradições. Tinham tornado o dia de descanso em um dia cheio de preceitos e
exigências absurdas. Jesus deliberadamente pisou-as, e estabeleceu o
princípio de que ‘é lícito fazer bem no sábado’ (v.9).” — S. E. McNair, “A
Bíblia Explicada”, p. 355. Grifos acrescentados.

Comentando sobre o capítulo 12 de Mateus, o Pr. Myer Pearlman escreveu


isto:

“O capítulo 12 registra a oposição dos fariseus a Jesus. Seus motivos para


opor-se a Ele eram os seguintes: Sua origem humilde; Sua associação com
os pecadores; e a Sua oposição às tradições. O capítulo 12 descreve a
oposição vinda pela última razão mencionada.” — Op. cit., p. 193.

10) Que tipo de trabalho Jesus e o Pai fazem no sábado?

Mais outra vez, o famoso Pr. Myer Pearlman! Ele escreveu um comentário do
Evangelho de João. Vejamos o que ele disse sobre João 5:15–20 (que é o
texto preferido de muitos assembleianos que tentam frustradamente provar
que Jesus “trabalhou” no sábado):

“‘Mas Ele [Jesus] lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho
também’. Noutras palavras, Deus trabalha no sábado, sustentando o
universo, comunicando vida, abençoando os homens, respondendo as
orações.” — Em “João — Ouro Para Te Enriquecer”, p. 59.

Então, podemos afirmar com toda convicção: Jesus não Se levantou contra
os Mandamentos, nem contra o sábado. O que Jesus fez foi não Se ajustar
às formas e aos acréscimos que os escribas e fariseus fizeram à Lei de Deus.
Jesus guardava o sábado conforme a ESSÊNCIA do quarto mandamento, e
não à moda farisaica cheia de tradições! O que fica mais do que claro que
Jesus queria confrontar os escribas e fariseus na MANEIRA deles verem o
mandamento do sábado, e não no próprio mandamento em si, para reformar
a observância sabática ao verdadeiro sentido do mandamento.

11) O sábado pode ser reinterpretado segundo a vontade de cada um?

Os assembleianos acham que eles mesmos são os que devem escolher o dia
para o descanso e culto, reinterpretando o mandamento do sábado e
aplicando-o ao domingo, chamando-o de “o sábado cristão”, supostamente
devido à ressurreição de Cristo. O fato é que esta questão está obedecendo
à conveniência das pessoas e não o que diz o claro “assim diz o SENHOR”.
Será que deve ser assim mesmo? Biblicamente, “o sétimo dia é o sábado do
SENHOR” (Ex.20:10).

Contudo, os assembleianos infelizmente fazem sua apologia à guarda do


domingo, como é expresso pelos escritos do Prof. Carlos Schimdt Costa, que
assim argumenta:

“Deus, o pai, tinha um plano, a criação do mundo, e o cumpriu em sete


dias… Cristo o filho, também veio para cumprir um plano traçado pelo pai, o
plano da Redenção da Humanidade, que… só se cumpriu no dia da sua
ressurreição”. — Op. cit., par. 4.
O raciocínio do Prof. Carlos Schimdt Costa é igual ao de todas as outras
denominações que guardam o domingo como “sábado cristão”:

“Sábado, ao contrário do que muitas pessoas pensam, não significa


literalmente sétimo dia, e sim, dia de descanso, e por providência divina, no
calendário universal”. — Idem. Grifos acrescentados.

Ou seja, ele diz que o “sábado” do cristão é uma “providência divina, no


calendário universal”, mas “não significa literalmente sétimo dia”, para
depois terminar sua apologia ao domingo aplicando o princípio sabático ao
primeiro dia da semana:

“…tornou-se o Domingo o dia do Senhor, e nós os cristãos, o temos como o


dia de descanso.

“Em resumo, nós consideramos o primeiro dia da Semana (como o santo Dia
do Senhor) e não o sétimo, por ser o dia da nossa redenção.” — Ibidem.
Grifos acrescentados.

12) A Bíblia ensina a observância do domingo no lugar do sábado?

“A falta de probidade intelectual neste assunto é deveras deplorável, mas


que deverá pensar o estudante confiado a respeito desta afirmação em que
o sábado judaico é identificado com o domingo cristão: — ‘Depois da
ressurreição de nosso Senhor, passou-se a observar o primeiro dia da
semana, em vez do sétimo, como sábado, em comemoração de Sua
ressurreição dos mortos’? Temos ouvido muito acerca de ficções lícitas, aqui
porém temos uma ficção religiosa que ultrapassa as mais ousadas ficções
lícitas… Que o sábado judaico e o domingo cristão são dois dias diferentes,
está suficientemente comprovado pelo fato de que durante um longo tempo
depois da morte de Jesus os cristãos observaram ambos os dias, não lhes
ocorrendo confundir esses dois dias, tão pouco como a nós o confundir o
natal com a festa de 4 de julho. (…) O primeiro era observado no sétimo dia,
e na manhã seguinte os cristãos celebravam uma reunião simples,
entregando-se depois aos diversos cuidados e prazeres do dia, como soíam
fazer num outro dia qualquer.” — Extraído de “The Forum”, por J. W.
Chadwick, vol. 14, p. 543–544.

Um dicionário teológico, preparado pelo teólogo Dr. Charles Buck, afirma:

“Sábado, na língua Hebraica, significa ‘cessar’, e é o sétimo dia da semana…


e devemos confessar que não há lei alguma, no Novo Testamento, com
relação ao primeiro dia.” — P. 403, art. “O Sábado”.

13) Como poderíamos resumir todo o ensinamento assembleiano que vimos


até agora?

A — A universal e eterna lei de Deus é sistematizada e expressa para o


homem na forma dos Dez Mandamentos, também universais e eternos, que
prosseguem válidos e vigentes como norma de conduta cristã. Tal fato é
oficialmente reconhecido por doutíssimas autoridades em Teologia do
presente e do passado, pertencentes às mais diferentes denominações, e é o
que sempre constituiu o pensamento geral de toda a cristandade.

B — A lei divina nas Escrituras se apresenta com preceitos morais,


cerimoniais, civis, etc., sendo que a parcela cerimonial, por ser prefigurativa
do sacrifício de Cristo, findou na cruz, mas os mandamentos de caráter
moral prosseguem válidos e vigentes para os cristãos.

C — Dentro do Decálogo há o quarto mandamento estabelecendo que um


dia inteiro entre sete de descanso deve ser santificado a Deus, princípio este
que fora instituído na fundação do mundo para benefício do homem no Éden
e deve ser mantido pelos cristãos hoje.

D — Jesus não transgrediu o quarto mandamento, muito pelo contrário, Ele


pretendia reformar sua observância de acordo com a essência do princípios
sabático e em nenhum lugar da Bíblia consta a informação de que o sábado
foi substituído do sétimo dia para o primeiro da semana.

14) O que deve fazer o cristão, numa demonstração prática de sabedoria e


amor a Deus?

Referindo-se a 1 João 2:2–6 e 5:2–3, o mesmo Pr. Myer Pearlman


apropriadamente escreveu estas palavras:

“O nosso amor a Deus encontra a sua manifestação na observância de Seus


mandamentos. (…) Obediência aos mandamentos de Deus em imitação de
Cristo. (…) Assim sendo, ele [o apóstolo João] ordena aos homens que dêem
prova do seu conhecimento de Deus. Para saberem de certo se têm ou não o
conhecimento de Deus, a prova é simples — guardam os mandamentos de
Deus?” — Op. cit., p. 344–341. Grifos acrescentados.

Isso está perfeitamente de acordo com as palavras do Senhor Jesus, que


diz:

“Se Me amardes, guardareis os Meus mandamentos. (…) Aquele que tem os


Meus mandamentos e os guarda esse é o que Me ama; e aquele que Me ama
será amado de Meu Pai, e Eu o amarei, e Me manifestarei a ele.”
(Jo.14:15,21)

15) Diante de tudo o que foi apresentado, qual deve ser a posição de cada
ovelha do rebanho da Igreja Evangélica Assembléia de Deus?

A Bíblia Viva registra Tiago 4:17 da seguinte maneira:

“Lembrem-se também de que, saber o que deve ser feito e não fazer, é
pecado.”
16) Como cristão sincero, nascido de novo pelo sangue de Cristo, qual vai
ser a sua resposta ao Senhor Jesus?

A escolha é totalmente sua!

“Aqui está a perseverança dos santos, daqueles que guardam os


mandamentos de Deus e a fé em Jesus.” (Ap.14:12)

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