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Enfermagem de Saúde

Comunitária e Familiar
3 - ENFERMAGEM FAMILIAR
3.3 - Consulta à família: vigilância de saúde no ciclo de vida

LICENCIATURA EM ENFERMAGEM
Docentes: Clarinda Cruzeiro
Cristina Veríssimo
Irma Brito
Margarida Silva
Marília Neves
CONSULTA À FAMÍLIA: VIGILÂNCIA DE SAÚDE NO CICLO DE VIDA

CONSULTA DE ENFERMAGEM

“Estratégia para aplicar o processo de Enfermagem no contexto da identificação de


diagnósticos de Enfermagem (a partir da colheita de dados e da decisão clínica sobre os
mesmos), da prescrição e implementação de intervenções e da avaliação de ganhos em
saúde sensíveis aos cuidados de enfermagem” (Melo, 2021, p. 13)

Processo intencional e profissionalizado de organização da interação com a


pessoa e família que permite sistematizar enquanto método cientifico, o
processo de enfermagem

Licenciatura em Enfermagem. UC Enfermagem de Saúde Comunitária e Familiar, ESEnFC


CONSULTA À FAMÍLIA: VIGILÂNCIA DE SAÚDE NO CICLO DE VIDA

Plano Prévio

Introdução

(Melo, 2021)
Intervenções
Diagnósticas

Diagnóstico

Intervenção

Avaliação de
Resultados/Negociação

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CONSULTA À FAMÍLIA: VIGILÂNCIA DE SAÚDE NO CICLO DE VIDA

Preparação que antecipa o contacto com o cliente/família


Plano Prévio  Ambiente (som, temperatura)
 Privacidade, segurança
 Material necessário
 Processo Sclínico
 Processo de comunicação em consulta
 Apresentação pessoal (aparência, tom de voz, expressão facial, linguagem)
 Posição física enfermeiro e cliente/família (distancia)

Introdução Sala de espera – gabinete de consulta


“Rapport” – “conjunto de estratégias que permitem ao enfermeiro criar confiança plena
no cliente e um sentido de identificação com o próprio enfermeiro, o que torna muito
mais efetivo o processo de consulta” (p. 23)
(Melo, 2021)
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CONSULTA À FAMÍLIA: VIGILÂNCIA DE SAÚDE NO CICLO DE VIDA
Sala de espera – gabinete de consulta
“Rapport” – “conjunto de estratégias que permitem ao
Introdução enfermeiro criar confiança plena no cliente e um sentido
de identificação com o próprio enfermeiro, o que torna
muito mais efetivo o processo de consulta” (p. 23)

Comportamentos úteis no desenvolvimento do rapport

 Se o enfermeiro estiver sentado – linguagem corporal


 Olhar para o cliente 60% do tempo de consulta
 Dar feedback ao cliente enquanto o ouve
 Sorrir sem poupar, sempre que é adequado sorrir
 Usar o nome do cliente/grau académico quando existe
 Usar o feedback para resumir
 Basear-se nas ideias expostas pelo cliente de forma a garantir que o entende e que é valorizado
 Não julgar o cliente
 Quando se discorda do cliente, não usar a expressão “ não concordo” antes ”deixe-me mostrar-lhe uma perspetiva diferente”
 Usar técnica de espelhamento (Melo, 2021)

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CONSULTA À FAMÍLIA: VIGILÂNCIA DE SAÚDE NO CICLO DE VIDA

Intervenções
Diagnóstico
Diagnósticas

Avaliação de
Intervenção
Resultados/Negociação

Aula do conteúdo

3.2- Vulnerabilidade e risco em saúde familiar:


focos; diagnósticos e intervenções de enfermagem

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CONSULTA À FAMÍLIA: VIGILÂNCIA DE SAÚDE NO CICLO DE VIDA

Guião de Consulta

Plano Prévio – Contextualizar os dados relevantes para a preparação da consulta (material, ambiente, …

Introdução – Indicar os dados essenciais para introduzir a consulta: Focos e objetivos da consulta

Atividade diagnóstica – Indicar especificamente as intervenções diagnósticas que vai realizar

Intervenções – Transcrever do resumo mínimo de dados e desenvolve-las adequando-as à situação específica

Bibliografia consultada

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CONSULTA À FAMÍLIA: VIGILÂNCIA DE SAÚDE NO CICLO DE VIDA

Consulta no âmbito do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva


(DGS, 2008)

OBJETIVOS

• Promover a vivência da sexualidade de forma saudável e segura


• Regular a fecundidade segundo o desejo do casal
• Preparar para a maternidade e a paternidade responsáveis
• Reduzir a mortalidade e a morbilidade materna, perinatal e infantil
• Reduzir a incidência das ITS e as suas consequências, designadamente, a infertilidade
• Melhorar a saúde e o bem-estar dos indivíduos e da família

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CONSULTA À FAMÍLIA: VIGILÂNCIA DE SAÚDE NO CICLO DE VIDA

Consulta no âmbito do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva


(DGS, 2008)
ACTIVIDADES A DESENVOLVER

 Informar sobre os benefícios do espaçamento adequado das gravidezes


 Esclarecer sobre as vantagens de regular a fecundidade em função da idade
 Elucidar sobre as consequências da gravidez não desejada
 Informar sobre a anatomia e a fisiologia da reprodução
 Facultar informação completa, isenta e com fundamento científico sobre todos os métodos contracetivos
 Proceder ao acompanhamento clínico, qualquer que seja o método contracetivo escolhido
 Fornecer, gratuitamente, os contracetivos
 Prestar cuidados pré-concecionais tendo em vista a redução do risco numa futura gravidez
 Identificar e orientar os casais com problemas de infertilidade
 Efetuar a prevenção, diagnóstico e tratamento das ITS
 Efetuar o rastreio do cancro do colo do útero e da mama, quando estes não se encontrem organizados de forma autónoma
 Reconhecer e orientar os indivíduos/casais com dificuldades sexuais
 Promover a adoção de estilos de vida saudáveis

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CONSULTA À FAMÍLIA: VIGILÂNCIA DE SAÚDE NO CICLO DE VIDA
Consulta no âmbito do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva
(DGS, 2008)
Organização dos Serviços
As atividades de Planeamento Familiar são parte integrante dos CSP e e devem organizar-se, em cada unidade de
saúde, de modo a responder às necessidades das populações.

1. Constituição de uma equipa multiprofissional que assegure:


• Atendimento imediato nas situações em que haja um motivo expresso que o justifique;
• Encaminhamento adequado para uma consulta a efetivar no prazo máximo de quinze dias, ponderado o grau
de urgência;
• Consulta de planeamento familiar aos utentes que não disponham, à data, de resposta no âmbito da medicina
geral e familiar, como recurso complementar e concertado desta atividade.

2. Protocolos de articulação entre os CS e os serviços de ginecologia/obstetrícia - referência atempada das situações de


risco (diabetes, cardiopatias, doenças oncológicas) ou com indicação para contraceção cirúrgica, para uma consulta de
planeamento familiar hospitalar.
3. Alvo prioritário das atividades de planeamento familiar, os adolescentes - implementar medidas para atrair e fixar
este grupo etário (horários flexíveis, atendimento desburocratizado e sem restrição de áreas de influência)
4. Criar condições que facilitem o acesso dos homens, em particular dos mais jovens.

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CONSULTA À FAMÍLIA: VIGILÂNCIA DE SAÚDE NO CICLO DE VIDA

Consulta no âmbito do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva


(DGS, 2008)
Organização dos Serviços

Podem ser inscritos na consulta de planeamento familiar os indivíduos em idade fértil:


 mulheres até aos 54 anos e os homens, sem limite de idade.
 Devem ser especialmente orientadas para o planeamento familiar as mulheres:
• com doença crónica que contra-indique uma gravidez não programada;
• com paridade ≥ 4;
• com idade inferior a 20 anos e superior a 35 anos;
• cujo espaçamento entre duas gravidezes foi inferior a 2 anos;
• Puérperas;
• após a utilização de contraceção de emergência;
• após uma interrupção da gravidez.
 As consultas de planeamento familiar estão isentas de taxas moderadoras;
 Garantir acesso a imigrantes, independentemente do seu estatuto legal;
 A recusa da disponibilização de um determinado método contracetivo tem que ser feita com base em razões de ordem
médica, devidamente fundamentadas;
 Registar no Boletim de Saúde Reprodutiva/Planeamento Familiar (BSR/PF): nº embalagens contracetivos/data entrega;
 Os contracetivos podem ser dispensados através de terceiras pessoas mediante a apresentação do BSR/PF da/o utente

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CONSULTA À FAMÍLIA: VIGILÂNCIA DE SAÚDE NO CICLO DE VIDA PARA RECORDAR
Consulta no âmbito do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco
(DGS, 2015)

CONSULTA PRÉ-CONCECIONAL
CONSULTA DE VIGILÂNCIA DURANTE CONSULTA DO PUERPÉRIO
A GRAVIDEZ DE
BAIXO RISCO

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CONSULTA À FAMÍLIA: VIGILÂNCIA DE SAÚDE NO CICLO DE VIDA PARA RECORDAR
Consulta no âmbito do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco
(DGS, 2015)
1. CONSULTA PRÉ-CONCECIONAL
• Recomendada, quando uma mulher e/ou casal expressam a vontade de vir a engravidar;
• Deve ser realizada antes de parar a contraceção e deve ser programada uma consulta
subsequente para avaliação dos resultados dos exames realizados e das intervenções propostas.

OBJEIVOS:
 Contribuir para o sucesso da gravidez através da identificação precoce de fatores de risco modificáveis e promoção da
sua correção;
 Estabelecer o risco de anomalia reprodutiva, num determinado casal e propor medidas tendentes à sua minimização
ou eliminação;
 Identificar indivíduos e famílias de risco genético e referenciar para aconselhamento especializado casais com história
familiar de anomalias congénitas, como trissomia 21, síndromes polimalformativos, defeitos do tubo neural, défices
cognitivos, entre outros;
 Sistematizar e transmitir todas as recomendações pertinentes;
 Promover a participação ativa do elemento masculino do casal nas questões de saúde sexual e reprodutiva.
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Consulta no âmbito do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco

PARA RECORDAR
1. CONSULTA PRÉ-CONCECIONAL – DETERMINAR/EFETUAR (DGS, 2015)

 História clínica: determinar estado geral de saúde da mulher/casal e respetivos antecedentes pessoais e familiares;
 Avaliação física: peso e altura |índice de massa corporal / pressão arterial (PA) exame mamário/exame ginecológico (atenção à
genitália externa para deteção de situações de mutilação genital feminina);
 Avaliação laboratorial: GS e fator RhD / hemograma / glicémia jejum / rastreio das hemoglobinopatias / sífilis, hepatite B (vacinação,
se aplicável), VIH / Serologias da Rubéola (com respetiva vacinação, se aplicável), Toxoplamose e Citomegalovirus (se aplicável);
 Rastreio do cancro do colo do útero, se não foi efetuado há menos de 3 anos;
 Avaliação do estado vacinal e atualização do PNV (prioridade na vacinação contra o tétano, a difteria, a rubéola e o sarampo);
 Avaliação do estado nutricional, peso adequado e distúrbios do comportamento alimentar;
 Avaliação do consumo de tabaco, álcool e outras SPA;
 Avaliação de fatores de risco social (imigração, desemprego, refugiados, condições habitacionais precárias);
 Rastreio da violência nas relações de intimidade através de perguntas tipo, como:“Existem conflitos familiares que a estejam a
preocupar? Tem tido problemas de relacionamento com o seu companheiro? Sente-se segura na sua relação?”;
 Avaliação de fatores de risco familiar/contextos de vida;
 Preenchimento do BSR/PF (Avaliação pré-concecional).

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Consulta no âmbito do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco
1. CONSULTA PRÉ-CONCECIONAL – INFORMAR/VALIDAR/REQUISITAR
PARA RECORDAR
 Riscos consumo de álcool ou outras SPA durante a preconceção e nos primeiros momentos da gravidez;
 Riscos do consumo de tabaco durante a gravidez; (DGS, 2015)
 Riscos de infeções de transmissão sexual e adoção de comportamentos seguros;
 Estado nutricional, peso adequado, hábitos alimentares e estilos de vida saudável;
 Aspetos psicológicos, familiares, sociais e financeiros relacionados com a preparação da gravidez e da parentalidade;
 Vantagens de um início precoce e continuado da vigilância pré-natal;
 Recomendar o registo da data das menstruações;
 Recomendar a vacinação contra a gripe;
 Prevenção de toxinfeções;
 Boletim Saúde Reprodutiva/Planeamento Familiar;
 Suplemento de ácido fólico e iodo (a iniciar antes de parar a contraceção);
 Ponderar referenciação para:
 Consulta de cessação tabágica;
 Consulta especializada as mulheres que não são capazes de abandonar os consumos de álcool ou outras SPA;
 Consulta de psicologia, consulta com assistente social ou para UCC;
 HAP ou HAPD (de acordo com protocolo de cada UCF);
 Equipas para a Prevenção da Violência em Adultos (EPVA) e NACJR.
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Consulta no âmbito do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco

PARA RECORDAR
2. CONSULTA DE VIGILÂNCIA DURANTE A GRAVIDEZ DE BAIXO RISCO
(DGS, 2015)

OBJETIVOS
 Avaliar o bem-estar materno e fetal através da história clínica e dos dados dos exames complementares de
diagnóstico;
 Detetar precocemente situações desviantes do normal curso da gravidez que possam afetar a evolução da gravidez
e o bem-estar materno e fetal, estabelecendo a sua orientação;
 Identificar fatores de risco que possam vir a interferir no curso normal da gravidez, na saúde da mulher e/ou do
feto;
 Promover a educação para a saúde, integrando o aconselhamento e o apoio psicossocial ao longo da vigilância
periódica da gravidez;
 Preparar para o parto e parentalidade;
 Informar sobre os deveres e direitos parentais.

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Consulta no âmbito do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco
2. CONSULTA DE VIGILÂNCIA DURANTE A GRAVIDEZ DE BAIXO RISCO PARA RECORDAR
A) ENTREVISTA / CONSULTA
(DGS, 2015)
 Na vigilância pré-natal deve ser promovida a participação do outro progenitor, salvo impossibilidade ou oposição por
parte da grávida. Nesse caso, pode incluir-se uma pessoa significativa da escolha da grávida.
 Estabelecer uma relação de confiança entre o enfermeiro/a e a grávida/casal de modo a facilitar a expressão de ideias,
expectativas, fantasias, sentimentos (positivos e negativos) e competências inerentes à gravidez, nascimento e
parentalidade.
 Assegurar a confidencialidade e a não emissão de críticas ou juízos de valor.
B) INFORMAÇÃO
 Informar do esquema de vigilância pré-natal previsto.
 Envolver a mulher/casal na tomada de decisão, promovendo o direito a informação adequada para uma decisão livre e
esclarecida.
 Disponibilizar informação escrita sobre o local onde se dirigir em caso de emergência e, idealmente, um número de
contacto.
C) REGISTO DE DADOS E DE AVALIAÇÕES
 Registar os dados clínicos, observações e avaliações no Boletim de Saúde da Grávida (BSG) e no seu processo clínico.
 Os dados relativos à violência familiar deverão constar apenas nos registos dos profissionais, com descrição das lesões
encontradas e não no BSG, por risco de agravamento da situação por parte do agressor.

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Consulta no âmbito do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco
2. CONSULTA DE VIGILÂNCIA DURANTE A GRAVIDEZ DE BAIXO RISCO PARA RECORDAR
(DGS, 2015)
D) DETERMINAÇÃO DA IDADE GESTACIONAL
 Definida a partir da data da última menstruação [corrigida na ecografia do 1º Trimestre (11-13 semanas e 6 dias)].
 A idade gestacional e as suas correções (devem ser documentadas no processo clínico e no BSG).
 A grávida deve ser incentivada a conhecer e saber dizer de forma assertiva a idade gestacional em que se encontra,
em cada consulta de vigilância pré-natal.

ESQUEMA E PERIODICIDADE DAS CONSULTAS PRÉ-NATAIS NA GRAVIDEZ DE BAIXO RISCO

 Realizar a 1ª consulta, o mais precocemente possível e até às 12 semanas de gravidez (1ºT de gravidez);
Realizar as consultas de vigilância pré-natal, após a 1ª consulta:
 cada 4-6 semanas até às 30 semanas;
 cada 2-3 semanas entre as 30 e as 36 semanas;
 cada 1-2 semanas após as 36 semanas até ao parto.
 Todas as grávidas, entre as 36 e as 40 semanas, devem ter acesso a uma consulta no hospital onde se
prevê que venha a ocorrer o parto, programada de acordo com as especificidades estabelecidas em cada
Unidade Coordenadora Funcional (UCF).

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Consulta no âmbito do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco (DGS, 2015)

PARA RECORDAR
Consulta no âmbito do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco (DGS, 2015)

PARA RECORDAR
Consulta no âmbito do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco (DGS, 2015)

PARA RECORDAR

Licenciatura em Enfermagem. UC Enfermagem de Saúde Comunitária e Familiar, ESEnFC


Consulta no âmbito do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco (DGS, 2015)
PARA RECORDAR

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Consulta no âmbito do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco (DGS, 2015)

PARA RECORDAR

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Consulta no âmbito do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco (DGS, 2015)

PARA RECORDAR

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Consulta no âmbito do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco (DGS, 2015)

PARA RECORDAR

Licenciatura em Enfermagem. UC Enfermagem de Saúde Comunitária e Familiar, ESEnFC


Consulta no âmbito do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco (DGS, 2015)

PARA RECORDAR

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Consulta no âmbito do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco (DGS, 2015)

PARA RECORDAR

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Consulta no âmbito do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco (DGS, 2015)

3. CONSULTA DO PUERPÉRIO
Puerpério é o período que se prolonga por 6 semanas pós-parto (42 dias)
PARA RECORDAR
OBJETIVOS
 Avaliar o bem-estar físico, emocional e social da mulher/criança/família;
 Corrigir/tratar situações de dificuldade ou desvio da normalidade durante o puerpério;
 Identificar situações de luto perinatal (morte da criança ou pessoa significativa para a puérpera) ou de
internamento do recém-nascido para que recebam intervenção específica.

A) ENTREVISTA/CONSULTA
 Realizada em articulação e complementaridade com as consultas de Saúde Infantil.
 Recomenda-se a visita domiciliária durante o período do puerpério (até ao 42º dia) - importante nas famílias
ou situações identificadas como de risco.
 Após o acolhimento recomenda-se recolher informação
NOTA: Na consulta ou na visita domiciliária identificar riscos, fatores protetores e sinais de maus tratos,
nomeadamente ligados ao recém-nascido e à fratria (Utilizar documento “Maus tratos em crianças e jovens –
Guia prático de abordagem, diagnóstico e intervenção”).

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NASCIMENTO PREOCUPAÇÃO DA MÃE COM O BEBÉ
– Como foi o nascimento? O que acha do desenvolvimento do bebé e do seu bem-estar?
Como se sente agora com o seu bebé? “Pode-me explicar melhor a sua preocupação?”
Algumas questões que podem ser colocadas na consulta:

“Falou dos seus sentimentos com o pai do bebé?” “Já discutiu esse assunto com o pai do bebé? O que é que ele sente sobre isto?”
“Pode falar-me mais sobre os seus sentimentos?” “O que é que o seu companheiro pensa que poderá ser feito para melhorar o
bem-estar do bebé?”

RESPOSTA E SUPORTE DA FAMÍLIA PREOCUPAÇÃO DA MÃE COM O BEBÉ


Como é que a chegada do bebé afetou os outros membros da família? O que acha do desenvolvimento do bebé e do seu bem-estar?
Como foi a reação do pai da criança? “Pode-me explicar melhor a sua preocupação?”
“Já discutiu esse assunto com o pai do bebé? O que é que ele sente sobre isto?”
“Como foi a reação dos outros fi lhos?” “E os avós?”
“O que é que o seu companheiro pensa que poderá ser feito para melhorar o bem-estar
do bebé?”
PERCEPÇÃO DA MÃE SOBRE O SEU BEBÉ INTERACÇÃO MÃE-CRIANÇA
Como é o seu bebé? Como alimenta o seu bebé (amamentação/ alimentação a biberão)?
“Em que área é que o seu bebé tem mais dificuldade?” “Como é que a alimentação tem decorrido?”
COMUNICAÇÃO MÃE- FILHO “Quantas vezes alimenta o seu bebé?
Consegue dizer, pelo choro do seu bebé, se ele está zangado? É diferente do choro “O que pensa o seu companheiro acerca disto?
que tem quando está simplesmente desconfortável ou quando está doente? Como é o sono do bebé (durante quanto tempo, quando, qual é o padrão)?
Passa algum tempo a falar com o seu bebé? Fale-me acerca disso (Ex. Quando? “O que é que pensa que poderá ajudar o seu bebé a dormir? Já tentou encontrar alguma
Onde? Como?) solução?”
“Acha que isso é importante?” OS RECURSOS EMOCIONAIS DA MÃE PARA COM A CRIANÇA
OS RECURSOS EMOCIONAIS DA MÃE PARA COM A CRIANÇA O seu bebé chora de tal forma que é difícil confortá-lo ou acalmá--lo?
O seu bebé chora de tal forma que é difícil confortá-lo ou acalmá--lo?
“Fale-me acerca da última vez e diga-me o que é que faz quando isso acontece?”
“Há mais alguém por perto que possa ajudar?”

SITUAÇÃO FINANCEIRA - SITUAÇÃO DA HABITAÇÃO - ACONTECIMENTOS DE VIDA


A última vez que nos encontrámos você pensou que podiam (ou não) existir problemas financeiros. Como é que está a situação agora?
A última vez que nos encontrámos você estava (não estava) a ter problemas na habitação. Como é que está a situação agora?
Da última vez você disse que lhe tinha acontecido X (acontecimento de vida importante). Como é que se sente agora em relação à situação?
Aconteceu-lhe alguma coisa ainda mais importante que o nascimento do bebé desde a última vez que nós falámos?

PARA RECORDAR
Consulta no âmbito do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco (DGS, 2015)

B) REGISTO DE DADOS E DE AVALIAÇÕES PARA RECORDAR


 Referenciar a consulta hospitalar de acordo com os critérios estabelecidos em cada UCF (se necessário)
 Registar no processo clínico, no Boletim de Saúde da Grávida (BSG) e no Boletim de Saúde Reprodutiva/Planeamento
Familiar.
C) INFORMAÇÃO
Validar os conhecimentos da puérpera/casal, as suas tomadas de decisão e disponibilizar informação.
Fornecer informação escrita de forma a complementar a que foi transmitida oralmente.

D) INTERVENÇÕES
De acordo com os dados da história clínica, as necessidades da puérpera/ família,
e os protocolos de cada UCF.

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Consulta no âmbito do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco (DGS, 2015)

D) INTERVENÇÕES
PARA RECORDAR

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Consulta no âmbito do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco (DGS, 2015)

D) INTERVENÇÕES PARA RECORDAR

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Consulta no âmbito do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco (DGS, 2015)

PARA RECORDAR

ESQUEMA E PERIODICIDADE
DA CONSULTA DO PUERPÉRIO

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CONSULTA À FAMÍLIA: VIGILÂNCIA DE SAÚDE NO CICLO DE VIDA
Consulta no âmbito do Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil
(DGS, 2013)
OBJETIVOS

1. Avaliar o crescimento e desenvolvimento e registar os dados obtidos, nos suportes próprios (Sclínico,
Boletim de Saúde Infantil e Juvenil ou/eBoletim);

2. Estimular a opção, sempre que possível, por comportamentos promotores de saúde, entre os quais os
relacionados com:
 Nutrição, adequada às diferentes idades e às necessidades individuais, promovendo comportamentos
alimentares equilibrados;
 A prática regular de exercício físico;
 brincar, e outras atividades de lazer em espaços livres e ambientes despoluídos; a gestão do stress;
 Prevenção de consumos nocivos;
 Adoção de medidas de segurança, reduzindo o risco de acidentes.

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CONSULTA À FAMÍLIA: VIGILÂNCIA DE SAÚDE NO CICLO DE VIDA
Consulta no âmbito do Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil
OBJETIVOS (DGS, 2013)
3. Promover:
 Imunização contra doenças transmissíveis, conforme o PNV;
 Saúde oral;
 Prevenção das perturbações emocionais e do comportamento;
 Prevenção dos acidentes e intoxicações;
 Prevenção dos maus tratos;
 Prevenção dos riscos decorrentes da exposição solar inadequada;
 Aleitamento materno.

4. Detetar precocemente e encaminhar situações que possam comprometer a vida ou afetar a qualidade de
vida da criança e do adolescente, tais como: malformações congénitas (doença luxante da anca, cardiopatias
congénitas, testículo(s) não descido(s)), perturbações da visão, audição e linguagem, perturbações do
desenvolvimento estaturo-ponderal e psicomotor, problemas dentários, alterações neurológicas, alterações do
comportamento e do foro emocional e relacional.

5. Prevenir, identificar e saber como abordar as doenças comuns nas várias idades, nomeadamente reforçando
o papel dos pais e outros cuidadores, alertando para os sinais e sintomas que justificam o recurso aos diversos
serviços de saúde.

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CONSULTA À FAMÍLIA: VIGILÂNCIA DE SAÚDE NO CICLO DE VIDA
Consulta no âmbito do Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil

OBJETIVOS (DGS, 2013)

6. Sinalizar e proporcionar apoio continuado às crianças com doença crónica/deficiência e às suas famílias, bem
como promover a eficaz articulação com os vários intervenientes na prestação de cuidados a estas crianças.

7. Assegurar a realização do aconselhamento genético, sempre que tal esteja indicado, quer para os
progenitores, quer para os adolescentes, se necessário, através da referenciação para serviços especializados.

8. Identificar, apoiar e orientar as crianças e famílias vítimas de maus tratos e de violência, tais como:
negligência, maus tratos físicos, psicológicos, abuso sexual, bullying, práticas tradicionais lesivas, nomeadamente
a mutilação genital feminina.

9. Promover o desenvolvimento pessoal e social e a autodeterminação das crianças e dos jovens, com
progressiva responsabilização pelas escolhas relativas à saúde, prevenindo situações disruptivas ou de risco
acrescido e promovendo a equidade de género.

10. Apoiar e estimular o exercício adequado das responsabilidades parentais e promover o bem-estar familiar e
em outros ambientes específicos.

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CONSULTA À FAMÍLIA: VIGILÂNCIA DE SAÚDE NO CICLO DE VIDA
Consulta no âmbito do Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil

PERIODICIDADE (DGS, 2013)

PRIMEIRO ANO DE VIDA 1 - 3 Anos 4 - 9 Anos 10 - 18 Anos


1ª semana de vida 12 meses 4 anos 10 anos (ano do início do 2º
ciclo do ensino básico)
1 mês 15 meses 5 anos – Exame global de 12 /13 anos – Exame global
saúde de saúde
2 meses 18 meses 6 ou 7 anos (final 1º ano 15 /18 anos
de escolaridade)
4 meses 2 anos 8 anos
6 meses 3 anos
9 meses

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CONSULTA À FAMÍLIA: VIGILÂNCIA DE SAÚDE NO CICLO DE VIDA
Consulta no âmbito do Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil

(DGS, 2013)

 Preocupações dos pais, ou do próprio, no que diz respeito à saúde;


Avaliar em
 Intercorrências desde a consulta anterior, frequência de outras consultas e
todas as
consultas medicação em curso;
 Frequência e adaptação ao infantário, ama, ATL e escola;
 Hábitos alimentares, prática de atividades desportivas ou culturais e
ocupação de tempos livres;
 Dinâmica do crescimento e desenvolvimento, comentando a evolução das
curvas de crescimento e os aspetos do desenvolvimento psicossocial;
 Cumprimento do calendário vacinal, de acordo com o PNV.

Licenciatura em Enfermagem. UC Enfermagem de Saúde Comunitária e Familiar, ESEnFC


CONSULTA À FAMÍLIA: VIGILÂNCIA DE SAÚDE NO CICLO DE VIDA
Consulta no âmbito do Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil
(DGS, 2013)
Temas sugeridos poderão ser abordados individualmente ou em grupo, em diferentes contextos,
Cuidados nomeadamente nas atividades a desenvolver, por exemplo, na sala de espera (distribuição de
antecipatórios material informativo – e em sessões de informação/educação para a saúde dirigidas aos pais ou
outros prestadores de cuidados. Algumas destas ações poderão ser dinamizadas pela Saúde
Escolar, envolvendo ativamente as crianças, jovens e famílias).
Avaliação da dinâmica familiar e da rede de suporte - sempre que se contacta com a
criança/jovem/família.
No primeiro ano de vida - prestar uma especial atenção ao estado emocional da mãe (pelo risco
de depressão pós-parto) ou do principal cuidador, encaminhando precocemente os casos
identificados.
Nas consultas de adolescentes - facilitar a acessibilidade e assegurar a privacidade e
confidencialidade, permitindo, aos que o desejem, o atendimento a sós.
Licenciatura em Enfermagem. UC Enfermagem de Saúde Comunitária e Familiar, ESEnFC
CONSULTA À FAMÍLIA: VIGILÂNCIA DE SAÚDE NO CICLO DE VIDA

Consulta no âmbito do Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil


(DGS, 2013)

Consultar pg. 13 e 14 do PNSIJ


para interpretação dos
parâmetro a avaliar

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Referências Bibliográficas

 Direção Geral da Saúde (2008). Saúde Reprodutiva/ Planeamento Familiar. Orientações Técnicas. Edição
Revista e atualizada. Lisboa, DGS. Disponível em https://www.spdc.pt/files/publicacoes/11230_2.pdf

 Direção Geral da Saúde (2015). Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco. Lisboa,
DGS. Disponível em https://www.dgs.pt/em-destaque/programa-nacional-para-a-vigilancia-da-gravidez-
de-baixo-risco-pdf11.aspx

 Direção Geral da Saúde (2013). Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil. Lisboa, DGS. Disponível em:
https://www.dgs.pt/pns-e-programas/programas-de-saude/saude-infantil-e-juvenil.aspx

 Direção Geral da Saúde (2005). Promoção da Saúde Mental na Gravidez e Primeira Infância. Manual de
orientação para profissionais de saúde. Lisboa, DGS. Disponível em https://www.dgs.pt/documentos-e-
publicacoes/promocao-da-saude-mental-na-gravidez-e-primeira-infancia-manual-de-orientacao-para-
profissionais-de-saude-pdf.aspx

 Melo, P. (2020). Enfermagem de saúde comunitária e de saúde pública. Lisboa: Lídel.

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