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Aula 01

ANTT - Legislação Aplicada à Regulação


em Transportes Terrestres

Autor:
Equipe Legislação Específica
Estratégia Concursos

07 de Agosto de 2023

03037850558 - Matheus José Cabral de Souza


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Índice
1) Regulamento da ANTT
..............................................................................................................................................................................................3

2) Questões Comentadas - Regulamento da ANTT


..............................................................................................................................................................................................
39

3) Lista de Questões - Regulamento da ANTT


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44

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Olá, futuro servidor da ANTT! Seja bem-vindo à nossa última aula de Legislação Aplicada!

Hoje estudaremos o Decreto n° 4.130/2002, que trata do Regulamento da ANTT. Em alguns aspectos são
repetidos aspectos que você já estudou na aula passada, mas vou tentar simplificar ao máximo e deixar nosso
estudo bem objetivo, pois sei que você não tem muito tempo.

Bons estudos!

DECRETO Nº 4.130/2002

Este é um assunto bastante específico do seu concurso, e isso sempre traz algumas dificuldades no estudo,
principalmente porque fica muito difícil saber como a banca pensa a respeito de certos aspectos que podem
ser polêmicos.

Pela minha experiência, posso dizer a você sem medo de errar que as bancas sempre cobram normas
específicas nas provas, e geralmente não fogem muito do que está escrito na lei. Minha intenção hoje,
portanto, será ajudar você a compreender o que está escrito no Decreto, e, ao mesmo tempo, indicar o que
você precisa memorizar.

DA NATUREZA, SEDE, FINALIDADE E COMPETÊNCIA

Art. 1º A Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT, criada pela Lei nº 10.233, de 5 de junho de
2001, tem sede e foro no Distrito Federal, com personalidade jurídica de direito público, submetida ao
regime autárquico especial e vinculada ao Ministério dos Transportes, com a qualidade de órgão regulador
da atividade de exploração da infra-estrutura ferroviária e rodoviária federal e da atividade de prestação de
serviços de transporte terrestre.

Para compreender o teor desse dispositivo, você precisará relembrar alguns conceitos que estudou no
Direito Administrativo. A natureza jurídica das agências reguladoras é de autarquia, mas elas se submetem
a um regime especial que as confere maior autonomia. Essa autonomia é necessária à atividade regulatória.

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Como qualquer outra autarquia, a ANTT foi criada por lei, com personalidade jurídica de direito público.
Sua vinculação ao Ministério dos Transportes precisa ser compreendida nos termos da chamada “supervisão
ministerial” ou “vínculo finalístico”, definida pelo Direito Administrativo como uma ligação para fins de
manter a entidade voltada para suas atribuições, como definidas em lei.

Deixe-me explicar isso um pouco melhor. A ANTT foi criada com finalidades específicas, que nós estudaremos
a seguir, e no exercício dessas atividades essenciais não cabe intervenção de nenhum outro órgão público.
Por outro lado, a supervisão do Ministério dos Transportes pode se manifestar caso a ANTT extrapole suas
atribuições e “se meta onde não deve”.

Quando pensamos em transportes terrestres, vem logo à nossa mente o transporte rodoviário, não é
mesmo? Mas a ANTT regula não só a exploração da infraestrutura rodoviária, mas também da ferroviária e
da prestação de serviços de transporte terrestre, qualquer que seja o meio.

Art. 2º A ANTT tem por finalidade:

I - implementar, em sua respectiva esfera de atuação, as políticas formuladas pelo Ministério dos
Transportes e pelo Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte, segundo os princípios e as
diretrizes estabelecidos na Lei nº 10.233, de 2001;

II - regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação de serviços e de exploração da infra-


estrutura de transportes, exercidas por terceiros, com vistas a:
a) garantir a movimentação de pessoas e bens, em cumprimento a padrões de eficiência, segurança,
conforto, regularidade, pontualidade e modicidade nos fretes e tarifas;
b) harmonizar os interesses dos usuários com os das empresas concessionárias, permissionárias, autorizadas
e arrendatárias, e de entidades delegadas, preservado o interesse público; e
c) arbitrar conflitos de interesses e impedir situações que configurem competição imperfeita ou infração
contra a ordem econômica.

A partir daqui, quero dar alguns conselhos práticos para você na hora da prova. O art. 2º menciona as
finalidades da ANTT, enquanto o art. 3º trata de sua competência. Nesta parte, não só vai ser necessário
que você memorize, mas também que faça um esforço para não confundir competência com finalidade. Já
consigo até imaginar as questões da banca tentando confundir você nesse assunto...

Voltando à análise do dispositivo, perceba que não cabe à ANTT a formulação da política de transportes
terrestres. Essa atribuição é conferida ao Ministério dos Transportes e ao Conselho Nacional de Integração
de Políticas de Transporte (CONIT). Esses órgãos formulam as políticas, e a ANTT as implementa. Na
realidade, isso não é totalmente verdade, pois você verá que parte da competência da ANTT diz respeito à
realização de estudos e à proposição de medidas para os órgãos formuladores.

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Quanto às atividades regulatórias, quero que você guarde esses três verbos, que serão repetidos várias vezes
quando tratarmos do objeto das agências reguladoras: regular, supervisionar e fiscalizar. É um pouco difícil
diferenciar uma atividade da outra, mas você pode entender a regulação como algo mais amplo, enquanto
a supervisão diz respeito ao acompanhamento da atividade regulada. A fiscalização é o procedimento de
verificação direta. É o que ocorre, por exemplo, quando a ANTT manda um servidor a uma empresa regulada
para apurar uma denúncia.

O art. 3º tem vários incisos, por isso optei por agrupá-los. Vamos estudar a competência da ANTT em blocos,
e em seguida eu vou sistematizar os itens agrupando-os por palavras-chave, para facilitar a sua memorização.

Art. 3º À ANTT compete, em sua esfera de atuação:


I - promover pesquisas e estudos específicos de tráfego e de demanda de serviços de transporte;
XV - promover estudos sobre a logística do transporte intermodal, ao longo de eixos ou fluxos de produção;
XVII - promover levantamentos e organizar cadastros relativos ao sistema de dutovias do Brasil e às
empresas proprietárias de equipamentos e instalações de transporte dutoviário;
XIX - estabelecer padrões e normas técnicas relativas às operações de transporte terrestre de cargas
especiais e produtos perigosos;
II - promover estudos aplicados às definições de tarifas, preços e fretes, em confronto com os custos e os
benefícios econômicos transferidos aos usuários pelos investimentos realizados;
XXVII - organizar, manter e divulgar as informações estatísticas relativas às atividades de transporte
terrestre;
XX - promover ações educativas visando a redução de acidentes;
IV - exercer o poder normativo relativamente à exploração da infra-estrutura ferroviária e rodoviária federal
e à prestação de serviços de transporte terrestre, garantindo isonomia no seu acesso e uso, assegurando o
direito dos usuários, fomentando a competição entre os operadores e intensificando o aproveitamento da
infra-estrutura existente;
XII - disciplinar atos e procedimentos para a incorporação ou desincorporação de bens, no âmbito das
outorgas;
XXXIII - deliberar, na esfera administrativa e no âmbito de suas atribuições e competências, quanto à
interpretação da legislação pertinente às atividades de transporte terrestre;

Agrupei estas atribuições porque todas elas estão relacionadas à promoção de estudos, pesquisas,
levantamentos e relatórios, bem como à elaboração e o estabelecimento de normas e padrões para o
segmento dos transportes terrestres.

Esses estudos estão relacionados tanto à operacionalização do serviço de transportes terrestres (tráfego,
logística, transporte de cargas e produtos perigosos, etc.) quanto aos custos, tarifas, preços e fretes.

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As agências reguladoras também dispõem do que os doutrinadores costumam chamar de poder normativo:
dentro de suas competências legais, elas podem expedir normas que deverão ser obrigatoriamente
observadas pelas entidades reguladas.

O Decreto contém ainda um dispositivo tratando apenas do poder normativo. Acho interessante que você
leia, e por isso vou reproduzi-lo a seguir, mas por favor não tente memorizar tudo, senão isso vai dar um nó
na sua cabeça, ok?

Art. 6º No exercício de seu poder normativo, caberá à ANTT disciplinar, dentre outros aspectos, a outorga,
a prestação, a comercialização e o uso dos serviços, bem como:
I - estabelecer restrições, limites ou condições a empresas ou grupos empresariais, quanto à obtenção e
transferência de concessões e permissões, visando propiciar competição efetiva e impedir situações que
configurem infrações contra a ordem econômica;
II - expedir regras quanto à outorga e extinção de direito de prestação de serviços e de exploração da infra-
estrutura de transportes, inclusive as relativas à licitação, observada a política nacional de transportes;
III - disciplinar o cumprimento das obrigações de continuidade da prestação dos serviços e de exploração da
infra-estrutura de transportes atribuídas aos concessionários, permissionários e autorizados;
IV - regular a utilização de bens ou serviços de terceiros no cumprimento do contrato de concessão;
V - estabelecer o modelo da estrutura tarifária e do sistema de apropriação de custos;
VI - disciplinar o regime da liberdade tarifária, em mercados em que se inserem os serviços concedidos e
permitidos, onde exista ampla e efetiva competição;
VII - definir os termos em que serão compartilhados com os usuários os ganhos econômicos do
concessionário e permissionário decorrentes da modernização, expansão ou racionalização da prestação de
serviços, bem como de novas receitas alternativas;
VIII - definir a forma pela qual serão transferidos aos usuários os ganhos econômicos que não decorram da
eficiência empresarial daqueles que, sob qualquer regime, explorem atividade regulada pela ANTT, tais
como, diminuição de tributos ou encargos legais, ou novas regras sobre os serviços;
IX - estabelecer os mecanismos para acompanhamento das tarifas, de forma a garantir sua publicidade;
X - estabelecer os mecanismos para a concessão de descontos de tarifas que não ensejarão a revisão tarifária;
XI - disciplinar as condições de revisão de tarifa decorrente da oneração causada por novas regras sobre os
serviços, em especial pelo aumento de encargos legais ou tributos, salvo o imposto sobre a renda;
XII - disciplinar o cumprimento das obrigações de universalização e de continuidade atribuídas aos
prestadores de serviços de transporte terrestre;
XIII - fixar prazo para os detentores de outorgas anteriores à vigência deste Regulamento se adaptarem, no
que couber, às novas condições estabelecidas na Lei nº 10.233, de 2001;
XIV - disciplinar a fiscalização da prestação dos serviços e da exploração da infra-estrutura de transporte
terrestre; e

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XV - editar tabela de emolumentos, preços e multas a serem cobrados.

Agora vamos voltar ao nosso estudo da competência da ANTT? Eu sei que o volume de informações é grande,
mas se preocupe mais em compreender tudo do que em memorizar.

III - propor ao Ministério dos Transportes os planos de outorgas, instruídos por estudos específicos de
viabilidade, para exploração da infra-estrutura, bem como para a prestação de serviços de transporte
terrestre;
V - autorizar, em caráter especial e de emergência, a prestação de serviço de transporte terrestre sob outras
formas de outorga, segundo o disposto no art. 49, e seus parágrafos, da Lei nº 10.233, de 2001;
VI - celebrar atos de outorga, de transferência e de extinção do direito de exploração de infra-estrutura
ferroviária e rodoviária federal e do direito de prestação de serviços de transporte terrestre, celebrando e
gerindo os respectivos contratos e demais instrumentos administrativos, fiscalizando e aplicando sanções;
VII - assumir, sob sua administração, os instrumentos de outorga para exploração de infra-estrutura e
prestação de serviços de transporte terrestre celebrados antes da vigência da Lei nº 10.233, de 2001,
resguardando os direitos das partes;
XVIII - manter cadastro das tarifas e dos preços praticados no âmbito das outorgas;
VIII - proceder à revisão e ao reajuste de tarifas dos serviços prestados, segundo as disposições contratuais,
após prévia comunicação ao Ministério da Fazenda, com antecedência mínima de quinze dias;

Agora a palavra de ordem é outorga. Boa parte do trabalho das agências reguladoras tem relação com essa
palavrinha que você já deve ter lido dezenas de vezes.

Os doutrinadores definem outorga como a transferência da titularidade do serviço público, mas não é nesse
sentido que as agências reguladoras utilizam o termo. Na realidade, a outorga está relacionada à delegação
de serviços públicos, que você já estudou, e que é feita mediante contrato administrativo, nas modalidades
concessão e permissão.

Na realidade, o próprio Decreto menciona, no inciso V logo acima, a existência de outras modalidades de
outorga que podem ser utilizadas pela ANTT, nos termos do art. 49 da Lei n° 10.233/2001. Quer relembrar o
teor do dispositivo?

Art. 49. É facultado à Agência autorizar a prestação de serviços de transporte sujeitos a outras formas de
outorga, em caráter especial e de emergência.

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Pois bem, a outorga dos serviços públicos de transporte terrestre é de competência da ANTT, e isso inclui
não só a celebração dos contratos, mas também a definição de tarifas, a fiscalização e a propositura dos
planos de outorgas ao Ministério dos Transportes.

XIII - analisar e classificar, quanto às suas reversibilidades e indenizações, os bens das concessionárias bem
como os investimentos autorizados e por elas realizados;
XIV - tomar as medidas para que os investimentos em bens reversíveis sejam contabilizados em contas
específicas;
X - propor ao Ministério dos Transportes a declaração de utilidade pública, para fins de desapropriação ou
instituição de servidão administrativa, dos bens necessários à implantação ou manutenção dos serviços
afetos a sua competência;
XVI - habilitar o Operador do Transporte Multimodal, em articulação com as demais agências reguladoras
federais;

Aqui temos algumas competências complementares relacionadas às outorgas, especialmente com relação
aos bens das concessionárias. Você já aprendeu que, ao término do contrato, esses bens podem ser
transferidos (revertidos), e por isso é importante que a entidade reguladora tenha o controle dos bens.

A declaração de utilidade pública é o ato formal, praticado pela Administração Pública, que reconhece
determinado bem como de utilidade pública, para fins de desapropriação ou para instituir servidão
administrativa. Quando ocorre desapropriação, o Poder Público compra forçosamente o bem, enquanto na
servidão administrativa, o particular continua sendo o proprietário, mas tem que “dividir” com a
Administração os direitos sobre seu bem.

Pois bem, quando for necessário desapropriar bem ou criar servidão administrativa para manter ou
implantar serviços de transportes terrestres, caberá à ANTT propor ao Ministério dos Transportes a
declaração de utilidade pública.

O operador de transporte multimodal é a empresa que realiza transportes utilizando mais de uma
modalidade. Se a empresa utiliza o transporte rodoviário e o aquaviário, por exemplo, será necessário que
haja habilitação da ANTT e da ANTAQ.

IX - fiscalizar a prestação dos serviços e a manutenção dos bens arrendados, cumprindo e fazendo cumprir
as cláusulas e condições avençadas nas outorgas e aplicando penalidades pelo seu descumprimento;
XI - autorizar e fiscalizar projetos e a realização de investimentos, no âmbito das outorgas estabelecidas;
XXI - descentralizar o acompanhamento e a fiscalização da execução dos atos de outorga, mediante
convênios de cooperação técnica e administrativa com órgãos e entidades da Administração Pública Federal,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

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XXII - aplicar penalidades nos casos de não-atendimento à legislação, de descumprimento de obrigações


contratuais ou de má prática comercial por parte das empresas concessionárias, permissionárias, autorizadas
ou arrendatárias;
XXX - atuar na defesa e proteção dos direitos dos usuários, reprimindo as infrações e compondo ou
arbitrando conflitos de interesses;
XXXI - exercer, relativamente aos transportes terrestres, as competências legais em matéria de controle,
prevenção e repressão das infrações contra a ordem econômica, ressalvadas as cometidas ao Conselho
Administrativo de Defesa Econômica - CADE, observado o disposto na Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994;
XXXII - dar conhecimento ao CADE, à Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça ou à Secretaria
de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, conforme o caso, de fato que configure ou possa
configurar infração contra a ordem econômica;

Agora temos atribuições relacionadas com a atividade mais propriamente voltada para a fiscalização do
cumprimento dos contratos de outorga.

Chamo sua atenção para a possibilidade de descentralização mediante convênio com outros órgãos ou
entidades da Administração Pública, inclusive no âmbito dos Estados e Municípios. Esses convênios entre
agências reguladoras é bastante comum, e os Estados muitas vezes contam com agências reguladoras de
caráter geral, que podem desempenhar essas funções.

As atividades fiscalizatórias incluem também a aplicação de penalidades quando forem constatadas


irregularidades na prestação dos serviços, além da atuação para a defesa e proteção dos direitos do usuário,
na qual a ANTT deve atuar em cooperação com o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor.

Quanto a essas atribuições, é importante você conhecer o teor do §2° do art. 3° do Decreto.

§ 2º No exercício das competências em matéria de controle, prevenção e repressão das infrações contra a
ordem econômica, que lhe foram conferidas pelo art. 20 da Lei nº 10.233, de 2001, a ANTT observará as
regras procedimentais estabelecidas na Lei nº 8.884, de 1994, cabendo à Diretoria a adoção das medidas por
elas reguladas.

A Lei n° 8.884/1994 trata da prevenção e da repressão às infrações contra a ordem econômica, mas ela foi
quase totalmente revogada pela Lei n° 12.529/2008, que, além de tratar dessas infrações, estruturou o
Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência.

XXIII - representar o Brasil junto aos organismos internacionais de transporte e em convenções, acordos e
tratados, observadas as diretrizes do Ministro de Estado dos Transportes e as atribuições específicas dos
demais órgãos federais;

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XXIV - participar de foros internacionais, sob a coordenação do Ministério dos Transportes;


XXV - firmar convênios de cooperação técnica e administrativa com entidades e organismos nacionais e
internacionais;
XXVI - promover o cumprimento dos protocolos e acordos internacionais dos quais o Brasil seja signatário;

Estas são as atribuições internacionais! rs! Quando o assunto for transporte, a ANTT deve estar envolvida,
mas perceba que isso deve ocorrer sempre sob supervisão do Ministério dos Transportes.

XXVIII - dirimir administrativamente conflitos de interesses entre o Poder Concedente e os prestadores


de serviços de transporte e arbitrar disputas que surgirem entre os referidos prestadores de serviços e entre
estes e os usuários;
XXIX - decidir, em último grau, sobre matérias de sua alçada, admitido pedido de reconsideração, por
uma única vez, à Diretoria;

Eu disse a você que o poder normativo é atributo típico das entidades reguladoras. Pois bem, o mesmo
ocorre com a competência para dirimir conflitos. Esses conflitos podem ser aqueles que se dão entre
reguladas, a exemplo de desentendimentos entre empresas de transporte que operam numa mesma área,
mas também podem ocorrer entre as reguladas e os consumidores.

XXXIV - subsidiar decisões governamentais quanto à política de apoio à indústria de veículos e de


equipamentos ferroviários e rodoviários;
XXXV - elaborar o seu orçamento e proceder à respectiva execução financeira;
XXXVI - arrecadar, aplicar e administrar suas receitas;
XXXVII - adquirir e alienar bens, adotando os procedimentos legais adequados para efetuar sua incorporação
e desincorporação;
XXXVIII - administrar pessoal, patrimônio, material e serviços gerais; e
XXXIX - elaborar relatório anual de atividades e desempenho, destacando o cumprimento das políticas do
setor, a ser enviado ao Ministério dos Transportes.

Estas são as atribuições gerais e administrativas, e denotam a autonomia da ANTT, que é competente para
administrar seu próprio orçamento, pessoal, materiais, patrimônio, serviços gerais, bem como adquirir e
alienar seus próprios bens.

Perceba também que o relatório preparado anualmente tem um destinatário: o Ministério dos Transportes.

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Ufa! Terminamos as atribuições! São muitas mesmo, e você tem que compreendê-las. Para isso, fiz o quadro
resumo abaixo. Se você reler esses quadros algumas vezes antes da prova, garanto que você acertará as
questões ☺

COMPETE À ANTT...
I - promover pesquisas e estudos específicos de tráfego e de
demanda de serviços de transporte;
XV - promover estudos sobre a logística do transporte
intermodal, ao longo de eixos ou fluxos de produção;
XVII - promover levantamentos e organizar cadastros relativos
ao sistema de dutovias do Brasil e às empresas proprietárias de
equipamentos e instalações de transporte dutoviário;

PESQUISAS, ESTUDOS, XIX - estabelecer padrões e normas técnicas relativas às


LEVANTAMENTOS, operações de transporte terrestre de cargas especiais e
CADASTROS produtos perigosos;
II - promover estudos aplicados às definições de tarifas, preços
e fretes, em confronto com os custos e os benefícios
econômicos transferidos aos usuários pelos investimentos
realizados;
XXVII - organizar, manter e divulgar as informações estatísticas
relativas às atividades de transporte terrestre;
XX - promover ações educativas visando a redução de
acidentes;
IV - exercer o poder normativo relativamente à exploração da
infra-estrutura ferroviária e rodoviária federal e à prestação de
serviços de transporte terrestre, garantindo isonomia no seu
acesso e uso, assegurando o direito dos usuários, fomentando
a competição entre os operadores e intensificando o
PODER NORMATIVO aproveitamento da infra-estrutura existente;

XII - disciplinar atos e procedimentos para a incorporação ou


desincorporação de bens, no âmbito das outorgas;

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XXXIII - deliberar, na esfera administrativa e no âmbito de suas


atribuições e competências, quanto à interpretação da
legislação pertinente às atividades de transporte terrestre;

III - propor ao Ministério dos Transportes os planos de


outorgas, instruídos por estudos específicos de viabilidade,
para exploração da infra-estrutura, bem como para a prestação
de serviços de transporte terrestre;
V - autorizar, em caráter especial e de emergência, a prestação
de serviço de transporte terrestre sob outras formas de
outorga, segundo o disposto no art. 49, e seus parágrafos, da
Lei nº 10.233, de 2001;
VI - celebrar atos de outorga, de transferência e de extinção
do direito de exploração de infra-estrutura ferroviária e
rodoviária federal e do direito de prestação de serviços de
transporte terrestre, celebrando e gerindo os respectivos
OUTORGAS, TARIFAS
contratos e demais instrumentos administrativos, fiscalizando
e aplicando sanções;
VII - assumir, sob sua administração, os instrumentos de
outorga para exploração de infra-estrutura e prestação de
serviços de transporte terrestre celebrados antes da vigência
da Lei nº 10.233, de 2001, resguardando os direitos das partes;
XVIII - manter cadastro das tarifas e dos preços praticados no
âmbito das outorgas;
VIII - proceder à revisão e ao reajuste de tarifas dos serviços
prestados, segundo as disposições contratuais, após prévia
comunicação ao Ministério da Fazenda, com antecedência
mínima de quinze dias;
XIII - analisar e classificar, quanto às suas reversibilidades e
indenizações, os bens das concessionárias bem como os
investimentos autorizados e por elas realizados;

OUTORGAS – XIV - tomar as medidas para que os investimentos em bens


COMPETÊNCIA reversíveis sejam contabilizados em contas específicas;
COMPLEMENTAR
X - propor ao Ministério dos Transportes a declaração de
utilidade pública, para fins de desapropriação ou instituição de
servidão administrativa, dos bens necessários à implantação
ou manutenção dos serviços afetos a sua competência;

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XVI - habilitar o Operador do Transporte Multimodal, em


articulação com as demais agências reguladoras federais;

IX - fiscalizar a prestação dos serviços e a manutenção dos bens


arrendados, cumprindo e fazendo cumprir as cláusulas e
condições avençadas nas outorgas e aplicando penalidades
pelo seu descumprimento;
XI - autorizar e fiscalizar projetos e a realização de
investimentos, no âmbito das outorgas estabelecidas;
XXI - descentralizar o acompanhamento e a fiscalização da
execução dos atos de outorga, mediante convênios de
cooperação técnica e administrativa com órgãos e entidades da
Administração Pública Federal, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios;
XXII - aplicar penalidades nos casos de não-atendimento à
legislação, de descumprimento de obrigações contratuais ou de
má prática comercial por parte das empresas concessionárias,
permissionárias, autorizadas ou arrendatárias;
FISCALIZAÇÃO
XXX - atuar na defesa e proteção dos direitos dos usuários,
reprimindo as infrações e compondo ou arbitrando conflitos de
interesses;
XXXI - exercer, relativamente aos transportes terrestres, as
competências legais em matéria de controle, prevenção e
repressão das infrações contra a ordem econômica,
ressalvadas as cometidas ao Conselho Administrativo de Defesa
Econômica - CADE, observado o disposto na Lei nº 8.884, de 11
de junho de 1994;

XXXII - dar conhecimento ao CADE, à Secretaria de Direito


Econômico do Ministério da Justiça ou à Secretaria de
Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda,
conforme o caso, de fato que configure ou possa configurar
infração contra a ordem econômica;
ATRIBUIÇÕES XXVI - promover o cumprimento dos protocolos e acordos
INTERNACIONAIS internacionais dos quais o Brasil seja signatário;

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XXIII - representar o Brasil junto aos organismos


internacionais de transporte e em convenções, acordos e
tratados, observadas as diretrizes do Ministro de Estado dos
Transportes e as atribuições específicas dos demais órgãos
federais;
XXIV - participar de foros internacionais, sob a coordenação do
Ministério dos Transportes;
XXV - firmar convênios de cooperação técnica e administrativa
com entidades e organismos nacionais e internacionais;

XXVIII - dirimir administrativamente conflitos de interesses


entre o Poder Concedente e os prestadores de serviços de
transporte e arbitrar disputas que surgirem entre os referidos
DIRIMIR CONFLITOS prestadores de serviços e entre estes e os usuários;
XXIX - decidir, em último grau, sobre matérias de sua alçada,
admitido pedido de reconsideração, por uma única vez, à
Diretoria;
XXXIV - subsidiar decisões governamentais quanto à política
de apoio à indústria de veículos e de equipamentos ferroviários
e rodoviários;
XXXV - elaborar o seu orçamento e proceder à respectiva
execução financeira;

XXXVI - arrecadar, aplicar e administrar suas receitas;

ATRIBUIÇÕES GERAIS E
XXXVII - adquirir e alienar bens, adotando os procedimentos
ADMINISTRATIVAS
legais adequados para efetuar sua incorporação e
desincorporação;
XXXVIII - administrar pessoal, patrimônio, material e serviços
gerais;

XXXIX - elaborar relatório anual de atividades e desempenho,


destacando o cumprimento das políticas do setor, a ser enviado
ao Ministério dos Transportes.

Agora que concluímos nosso estudo da competência da ANTT, vamos estudar... mais competência! “Mas
professor, é muita competência!”. É verdade, meu caro, mas acredito que o dispositivo mais importante
sobre o assunto seja o art. 3°. Os arts. 4° e 5° tratam da competência da ANTT quanto aos transportes
ferroviário e rodoviário, respectivamente.

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Como não são tantas atribuições, vou colocar o quadro-resumo, com meus comentários ao lado, ok?

COMPETE À ANTT QUANTO AO TRANSPORTE FERROVIÁRIO


ATRIBUIÇÕES COMENTÁRIOS
I - promover e julgar licitações e celebrar os Lembre-se de que a delegação de serviços
contratos de concessão para prestação de públicos mediante concessão somente pode
serviços de transporte ferroviário, permitida sua ser feita mediante licitação na modalidade
vinculação com contratos de arrendamento de concorrência. A própria ANTT tem
ativos operacionais; competência para conduzir essas licitações,
bem como para celebrar o contrato
administrativo de concessão.
II - avaliar os impactos decorrentes de A ANTT deverá regulamentar, dentre outros,
modificações unilaterais nos seus custos e os procedimentos para devolução de bens,
receitas, alterações na legislação fiscal e de fiscalização, vistoria, transferência de bens
variações nos fatores de produção, no entre arrendatárias, alterações,
desempenho econômico-financeiro dos investimentos e incorporação ou
contratos de concessão; desincorporação de bens arrendados, bem
assim a cobrança às arrendatárias quanto à
substituição ou ressarcimento dos bens
destruídos.
III - promover e julgar licitações e celebrar Estas licitações e contratos dizem respeito à
contratos de concessão para construção e construção e exploração de novas ferrovias, e
exploração de novas ferrovias, com cláusulas de não à outorga de serviços de transporte. A
reversão à União dos ativos operacionais reversão mencionada é a incorporação dos
edificados e instalados; bens ao patrimônio da União ao término do
contrato.
IV - fiscalizar diretamente, com o apoio de suas Aprendemos hoje que essa atividade
unidades regionais ou por meio de convênios de fiscalizatória pode ser realizada mediante
cooperação, o cumprimento das cláusulas cooperação com órgãos e entidades, inclusive
contratuais de prestação de serviços ferroviários nos Estados e Municípios.
e de manutenção e reposição dos ativos
arrendados;
V - regulamentar a classificação e a comunicação Perceba que a competência da ANTT é
das ocorrências ferroviárias e apurar as causas bastante ampla. Em ocorrências graves a
de acidentes graves envolvendo vidas humanas, agência deve agir juntamente com a Polícia
risco ambiental e patrimônio arrendado; Ferroviária Federal para identificar as causas
dos acidentes.
VI - regular e coordenar a atuação dos
concessionários, assegurando neutralidade com
relação aos interesses dos usuários, orientando

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e disciplinando o tráfego mútuo e o direito de


passagem de trens de passageiros e cargas e
arbitrando as questões não resolvidas pelas
partes;
VII - aprovar os sistemas de gerenciamento
operacional utilizados pelas concessionárias, de
forma a garantir a integração do Sistema
Ferroviário Nacional e as necessidades do
tráfego mútuo e direito de passagem;
VIII - articular-se com órgãos e instituições dos O transporte público de passageiros é de
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios competência dos entes locais, então a ANTT
para conciliação do uso da via permanente sob deve articular-se para que seja traçado um
sua jurisdição com as redes locais de metrôs e planejamento detalhado quando forem
trens urbanos destinados ao deslocamento de utilizadas vias férreas compartilhadas.
passageiros;
IX - autorizar a suspensão da prestação de
serviços concedidos, em parte ou na sua
totalidade, e a desativação, temporária ou
definitiva, de trechos;
X - autorizar a fusão, incorporação e cisão das Essas são operações societárias que podem
concessionárias; mudar o controle das empresas. Por essa
XI - autorizar modificações societárias, coibindo razão, não podem ser realizadas sem
as práticas de monopólio ou de abuso de poder autorização da ANTT.
econômico;
XII - contribuir para a preservação do
patrimônio histórico e da memória das
ferrovias, em cooperação com as instituições
associadas à cultura nacional, orientando e
estimulando a participação dos concessionários
do setor.

COMPETE À ANTT QUANTO AO TRANSPORTE RODOVIÁRIO


ATRIBUIÇÕES COMENTÁRIOS
I - promover e julgar licitações e celebrar os Para a delegação na modalidade permissão,
contratos de permissão para prestação de serviços podem ser usadas modalidades diferentes de
de transporte rodoviário interestadual e licitação além da concorrência.
internacional de passageiros;

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II - autorizar o transporte de passageiros, realizado Lembre-se de que este tipo de transporte de


por empresas de turismo; passageiros independe de concessão ou
permissão.
III - autorizar o transporte de passageiros, sob regime O fretamento é um serviço de transporte
de fretamento; prestado em circuito fechado, em caráter
ocasional, com relação de passageiros
transportados e emissão de nota fiscal, por
viagem. Para prestar esse tipo de serviço, é
necessária autorização prévia da ANTT.
IV - promover estudos e levantamentos relativos à
frota de caminhões, empresas constituídas e
operadores autônomos, bem como organizar e
manter registro nacional de transportadores
rodoviários de cargas;
==76634==

V - habilitar o transportador internacional de Controlar este tipo de serviço é muito importante


carga; para evitar crimes como o contrabando e o
descaminho.
VI - promover e julgar as licitações e celebrar os É o caso das rodovias administradas por
contratos de concessão de rodovias federais a concessionárias, nas quais se cobram os famosos
serem exploradas e administradas por terceiros; pedágios.

A ANTT deve compatibilizar a tarifa com as


vantagens econômicas e o conforto de viagem,
transferidos aos usuários em decorrência da
aplicação dos recursos de sua arrecadação no
aperfeiçoamento da via.
VII - fiscalizar diretamente, com o apoio de suas Aqui também cabem os convênios de cooperação
unidades regionais ou por meio de convênios de com Estados e Municípios.
cooperação, o cumprimento das condições de
outorga de autorização e das cláusulas contratuais de
permissão para prestação de serviços ou de
concessão para exploração da infra-estrutura.

DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL; DAS COMPETÊNCIAS DOS ÓRGÃOS

Art. 7º A ANTT terá a seguinte estrutura organizacional:


I - Diretoria:
a) Gabinete do Diretor-Geral; e
b) Secretaria-Geral;
II - Procuradoria-Geral;
III - Ouvidoria;

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IV - Corregedoria;
V - Auditoria Interna;
VI - Superintendências de Processos Organizacionais; e
VII - Unidades Regionais.

A partir de agora vamos analisar as disposições do Decreto a respeito de cada um dos órgãos acima.

A Diretoria é a instância administrativa final. da ANTT. As decisões são tomadas pelos Diretores em conjunto,
e por isso normalmente fala-se em Diretoria Colegiada. Suas atribuições são explicitadas no art. 13 do
Decreto. Apesar de serem muitas, não será necessário gastar muito do seu tempo, pois boa parte das
atribuições é constituída de reproduções das atribuições da ANTT, que nós já estudamos em detalhes.

Art. 13. À Diretoria da ANTT compete, em regime de colegiado, analisar, discutir e decidir, em instância
administrativa final, as matérias de competência da Autarquia, bem como:
I - decidir sobre o planejamento estratégico da ANTT;
II - estabelecer as diretrizes funcionais, executivas e administrativas a serem seguidas, zelando pelo seu
efetivo cumprimento;
III - decidir sobre políticas administrativas internas e de recursos humanos e seu desenvolvimento;
IV - manifestar-se sobre os nomes indicados pelo Diretor-Geral para o exercício dos cargos de
Superintendentes de Processos Organizacionais ;
V - aprovar o regimento interno da ANTT;

VI - deliberar sobre a criação, a extinção e a forma de supervisão das atividades das Unidades Regionais;

VII - delegar a Diretor competência para deliberar sobre aspectos relacionados com as Superintendências
de Processos Organizacionais;
VIII - exercer o poder normativo da ANTT;
IX - aprovar normas de licitação e contratação próprias da ANTT;
X - aprovar editais de licitação, homologar adjudicações, bem assim decidir pela prorrogação, transferência,
intervenção e extinção em relação a concessões, permissões e autorizações, obedecendo ao plano geral de
outorgas, na forma do regimento interno, normas, regulamentos de prestação de serviços e dos contratos
firmados;
XI - aprovar propostas de declaração de utilidade pública necessárias à execução de projetos e investimentos,
no âmbito das outorgas estabelecidas, nos termos da legislação pertinente;
XII - decidir sobre a aquisição e a alienação de bens;
XIII - autorizar a contratação de serviços de terceiros, na forma da legislação em vigor;

XIV - aprovar o orçamento da ANTT, a ser encaminhado ao Ministério dos Transportes;

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XV - aprovar a requisição, com ônus para a ANTT, de servidores e empregados de órgãos e entidades
integrantes da Administração Pública, quaisquer que sejam as funções a serem exercidas, nos termos do art.
16 da Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000;
XVI - autorizar, na forma da legislação em vigor, o afastamento do País de servidores para o desempenho de
atividades técnicas e de desenvolvimento profissional;
XVII - deliberar na esfera administrativa quanto à interpretação da legislação e sobre os casos omissos; e
XVIII - elaborar relatório anual de suas atividades, nele destacando o cumprimento das políticas do setor.

As decisões da Diretoria são tomadas pelo voto da maioria absoluta. Em caso de empate, caberá ao Diretor-
Geral proferir o voto de qualidade.

Vinculado à Diretoria há ainda o Gabinete do Diretor-Geral, que será responsável pelas seguintes atividades:

• Assistir ao Diretor-Geral em sua representação política e social, ocupar-se das relações públicas e
do preparo e despacho do seu expediente pessoal;
• Acompanhar o andamento dos projetos de interesse da ANTT em tramitação no Congresso
Nacional;
• Providenciar o atendimento às consultas e aos requerimentos formulados pelo Congresso
Nacional;
• Providenciar a publicação oficial e a divulgação das matérias relacionadas com a área de atuação
da ANTT;
• Planejar, coordenar e supervisionar o desenvolvimento das atividades de comunicação social da
ANTT; e
• Exercer outras atribuições que lhe forem cometidas pelo Diretor-Geral.

O outro órgão vinculado à Diretoria é a Secretaria-Geral, que tem a responsabilidade de prestar apoio à
Diretoria, organizando as pautas das reuniões, expedindo as convocações e notificações e, quando for o caso,
providenciando as publicações correspondentes, elaborando as atas e as súmulas das deliberações.

A Procuradoria-Geral compõe a estrutura organizacional da ANTT, mas é vinculado à Advocacia-Geral da


União. Suas atribuições estão previstas no art. 17 do Decreto. Perceba que são atribuições eminentemente
jurídicas, que podem ser resumidas nas funções de consultoria jurídica e representação judicial.

Art. 17. À Procuradoria-Geral, órgão vinculado à Advocacia-Geral da União, compete:


I - executar as atividades de consultoria e assessoramento jurídicos;
II - emitir pareceres jurídicos;

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III - exercer a representação judicial da ANTT com as prerrogativas processuais da Fazenda Pública, nos
termos do disposto na Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993;
IV - representar judicialmente os titulares e ex-titulares de Cargos Comissionados e de Cargos Comissionados
Técnicos da Autarquia, inclusive promovendo ação penal privada ou representando perante o Ministério
Público, quando vítimas de crime, quanto a atos praticados no exercício de suas atribuições constitucionais,
legais ou regulamentares, no interesse público, especialmente da Autarquia, podendo, ainda, quanto aos
mesmos atos, impetrar habeas corpus e mandado de segurança em defesa dos agentes públicos;
V - apurar a liquidez e certeza dos créditos, de qualquer natureza, inerentes às suas atividades, inscrevendo-
os em dívida ativa, para fins de cobrança amigável ou judicial;
VI - assistir as autoridades da ANTT no controle interno da legalidade administrativa dos atos a serem
praticados, inclusive examinando previamente os textos de atos normativos, os editais de licitação, contratos
e outros atos dela decorrentes, bem assim os atos de dispensa e inexigibilidade de licitação; e
VII - opinar previamente sobre a forma de cumprimento de decisões judiciais.

A Ouvidoria é responsável por receber os pedidos de informações, esclarecimentos e reclamações afetos à


ANTT. O Decreto também determina que a Diretoria deve prestar o apoio necessário à Ouvidoria para o fiel
cumprimento de suas atribuições.

A Corregedoria apura irregularidades praticadas por servidores, conduz os processos e aplica punições. A
seguir reproduzo o art. 19, que trata de suas atribuições, mas quero chamar desde já sua atenção para um
aspecto: a Corregedoria não instaura sindicâncias e processos administrativos contra membros da Diretoria.
Essa competência é conferida ao Ministro dos Transportes.

Art. 19. À Corregedoria compete:


I - fiscalizar as atividades funcionais da ANTT;
II - apreciar as representações que lhe forem encaminhadas relativamente à atuação dos servidores;
III - realizar correição nos diversos órgãos e unidades, sugerindo as medidas necessárias à racionalização e
eficiência dos serviços; e
IV - instaurar, de oficio ou por determinação superior, sindicâncias e processos administrativos disciplinares
relativamente aos servidores, submetendo-os à decisão da Diretoria.
Parágrafo único. A instauração de sindicâncias e de processos administrativos disciplinares relativos a atos
da Diretoria ou de seus membros será da competência do Ministro de Estado dos Transportes.

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➢ A instauração de sindicâncias e de processos administrativos disciplinares relativos a atos da


Diretoria ou de seus membros não é de competência da Corregedoria, mas sim do Ministro de
Estado dos Transportes.

A Auditoria Interna é a área responsável pelas atividades de verificação da conformidade, eficiência e


eficácia dos processos, além de oferecer aos gestores subsídios para aprimoramento dos trabalhos. Suas
atribuições estão explicitadas no art. 20.

Art. 20. À Auditoria Interna compete:


I - fiscalizar a gestão orçamentária, financeira, administrativa, contábil, de pessoal e patrimonial e demais
sistemas administrativos e operacionais da Autarquia, de acordo com o Plano Anual de Atividades de
Auditoria aprovado pela Diretoria;
II - elaborar relatório das auditorias realizadas, propondo medidas preventivas e corretivas dos desvios
detectados, se for o caso, encaminhando-o à Diretoria; e
III - responder pela sistematização das informações requeridas pelos órgãos de controle do Governo Federal.

As Superintendências de Processos Organizacionais são responsáveis pelo planejamento, organização,


controle e avaliação dos processos organizacionais e operacionais da ANTT, no âmbito de suas respectivas
competências. Atualmente são 7 Superintendências, divididas por áreas temáticas da seguinte forma:

- Superintendência de Marcos Regulatórios (SUREG);

- Superintendência de Estudos e Pesquisas (SUEPE);

- Superintendência de Serviços de Transporte de Passageiros (SUPAS);

- Superintendência de Gestão (SUDEG);

- Superintendência de Infraestrutura e Serviços de Transporte Ferroviário de Cargas (SUFER);

- Superintendência de Serviços de Transporte Rodoviário e Multimodal de Cargas (SUROC);

- Superintendência de Fiscalização (SUFIS);

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- Superintendência de Exploração de Infraestrutura Rodoviária (SUINF).

As Unidades Regionais da ANTT estão localizadas nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais,
Rio Grande do Sul, Ceará, Maranhão e Bahia. Suas atribuições estão previstas no art. 22.

Art. 22. Às Unidades Regionais compete:


I - administrar e gerenciar os serviços, programas e projetos descentralizados atribuídos à unidade,
fiscalizando o cumprimento das normas e padrões estabelecidos; e
II - assessorar o Diretor-Geral, propondo medidas necessárias à agilização e ao aprimoramento de suas
atividades.

Abaixo está o organograma que extraí do site da ANTT. Você vai notar alguns componentes que não foram
mencionados no Decreto, mas não se preocupe com eles, pois certamente não serão cobrados na sua prova.

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DA DIREÇÃO E NOMEAÇÃO; DAS ATRIBUIÇÕES DOS DIRIGENTES

Art. 8º A ANTT será dirigida por um Diretor-Geral e quatro Diretores.

Agora vamos aprender como é composta a Diretoria Colegiada da ANTT. Primeiramente você precisará
lembrar que são 5 Diretores, incluindo o Diretor-Geral.

Todos os membros da Diretoria são nomeados pelo Presidente da República para cumprir mandato de 4
anos. Seus nomes precisam também ser aprovados pelo Senado Federal. Essa sistemática de nomeação é
bem própria das agências reguladoras, e faz sendo em razão da autonomia necessária ao exercício da função
regulatória.

Os mandatos não devem ser coincidentes, significando que os componentes da Diretoria não devem ser
substituídos todos de uma vez.

O Diretor-Geral é nomeado pelo Presidente da República entre os membros da Diretoria, e será investido
na função pelo prazo determinado no ato de nomeação.

§ 6º Durante o período de vacância de cargo de Diretor que impeça a existência de quórum para as
deliberações da Diretoria, o Ministro de Estado dos Transportes poderá designar servidor do quadro de
pessoal efetivo da ANTT como interino até a posse do novo membro da Diretoria.

Aqui é interessante que você lembre de que a competência para nomear Diretor interino é do Ministro dos
Transportes, e não da própria Diretoria. Além disso, o interino precisa ser servidor do quadro efetivo da
ANTT. No futuro próximo nada impedirá que você seja nomeado para exercer essa função, certo? ;)

As atribuições do Diretor-Geral estão relacionadas à representação da ANTT, o comando hierárquico sobre


pessoal e serviços, a coordenação das competências administrativas, e a presidência das reuniões da
Diretoria.

Já as atribuições dos Diretores são tratadas pelo art. 24 do Decreto.

Art. 24. São atribuições comuns aos Diretores:


I - cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares no âmbito das atribuições da ANTT;

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II - zelar pelo desenvolvimento e credibilidade interna e externa da ANTT e pela legitimidade de suas ações;
III - zelar pelo cumprimento dos planos e programas da ANTT;
IV - praticar e expedir os atos de gestão administrativa no âmbito das atribuições que lhes forem conferidas;
V - executar as decisões tomadas de forma colegiada pela Diretoria; e
VI - contribuir com subsídios para proposta de ajustes e modificações na legislação, necessários à
modernização do ambiente institucional de atuação da ANTT.

DIRETORIA DA ANTT – QUADRO-RESUMO


- Um Diretor-Geral e quatro Diretores nomeados pelo Presidente da República após aprovação
do Senado Federal.
- Mandatos de 4 anos não coincidentes
- O Diretor-Geral é nomeado pelo Presidente da República entre os Diretores, com prazo de
mandato fixado no ato da nomeação.
- Quando a vacância de cargo de Diretor impedir a existência de quórum para as deliberações, o
Ministro dos Transportes poderá designar servidor do quadro efetivo da ANTT como interino
até a posse do novo Diretor.

Art. 9º O Procurador-Geral deverá ser bacharel em Direito com experiência no efetivo exercício da advocacia
e será nomeado pelo Presidente da República, atendidos os pré-requisitos legais e as instruções normativas
da Advocacia-Geral da União.

O Procurador-Geral não precisa ser servidor público efetivo. Aliás, o atual ocupante do cargo não é. O
Decreto, por outro lado, faz outras exigências, incluindo a formação em Direito e a experiência na advocacia.

As atribuições específicas do Procurador-Geral são tratadas pelo art. 25 do Decreto.

Art. 25. Ao Procurador-Geral incumbe:


I - coordenar as atividades de assessoramento jurídico da Autarquia;
II - participar, quando convocado, das sessões e reuniões da Diretoria, sem direito a voto;
III - receber as citações e notificações judiciais;
IV - desistir, transigir, firmar compromisso e confessar nas ações de interesse da ANTT, autorizado pela
Diretoria;
V - aprovar os pareceres jurídicos dos procuradores; e

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VI - representar ao Ministério Público para início de ação pública de interesse da ANTT.

Art. 10. O Ouvidor será nomeado pelo Presidente da República para mandato de três anos, admitida
uma recondução.

Este requisito não é muito comum na Administração Pública, até porque não existem hoje regras específicas
para nomeação de ouvidores. Na ANTT o Ouvidor não precisa ser servidor efetivo, mas deve ser nomeado
pelo Presidente da República, e também cumpre mandato, mas por prazo diferente dos membros da
Diretoria.

Os pedidos de informações, esclarecimentos e reclamações devem ser respondidas aos interessados


diretamente pelo Ouvidor, que também tem a atribuição de elaborar relatório circunstanciado de suas
atividades semestralmente ou quando a Diretoria julgar oportuno.

Art. 11. O Corregedor será indicado pelo Ministro de Estado dos Transportes e nomeado pelo Presidente
da República.

Para nomeação de Corregedor existe um outro Decreto que estabelece algumas normas, dentre elas a
aprovação do nome pela Controladoria-Geral da União.

Além disso, vemos que o Corregedor da ANTT deve ser indicado pelo Ministro dos Transportes e nomeado
pelo Presidente da República, mas o Decreto não menciona mandato. A principal atribuição do Corregedor
é a fiscalização das atividades funcionais da ANTT.

Você sentiu falta das regras para nomeação do Auditor-Chefe? Pois bem, essas regras não são trazidas pelo
Decreto que estamos estudando porque se encontram na Lei nº 10.180/2001 e no Decreto nº 3.591/2000.

As atribuições do Auditor-Chefe estão relacionadas à fiscalização da gestão administrativa, orçamentária,


contábil, patrimonial e de pessoal da ANTT.

- Bacharel em Direito
PROCURADOR-GERAL - Experiência do efetivo exercício da advocacia
- Nomeado pelo Presidente da República

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- Mandato de 3 anos, admitida uma recondução


OUVIDOR
- Nomeado pelo Presidente da República
- Indicado pelo Ministro dos Transportes
CORREGEDOR
- Nomeado pelo Presidente da República

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 30. O processo decisório da ANTT obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência.

Esses são os princípios gerais aplicáveis pela Administração Pública, mencionados pelo art. 37 da
Constitucional Federal. Todos os professores de Direito Administrativo desse Brasil varonil recomendam que
você memorize usando o acrônimo L-I-M-P-E.

Art. 31. A ANTT dará tratamento confidencial às informações técnicas, operacionais, econômico-financeiras
e contábeis que solicitar às empresas prestadoras de serviços, desde que sua divulgação não seja
diretamente necessária para:
I - impedir a discriminação de usuários ou prestadores de serviço; e
II - verificar o cumprimento das obrigações assumidas em decorrência de autorização, permissão ou
concessão.

Certas informações prestadas pelas empresas à ANTT precisam ser mantidas em sigilo porque podem
evidenciar as estratégias negociais das reguladas. Durante a negociação da outorga, por exemplo, a ANTT
pode negociar a quantidade de funcionários que a empresa alocará em cada atividade, bem como
investimentos em equipamentos, renovação da frota, etc.

Se essas informações fossem divulgadas, o potencial concorrencial das empresas seria prejudicado.

Art. 32. As iniciativas de projetos de lei, alterações de normas administrativas e decisões da Diretoria para
resolução de pendências que afetem os direitos de agentes econômicos ou de usuários de serviços de
transporte serão precedidas de audiência pública com os objetivos de:
I - recolher subsídios para o processo decisório da ANTT;

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II - propiciar aos agentes e usuários dos serviços de transporte terrestre a possibilidade de encaminhamento
de seus pleitos e sugestões;
III - identificar, da forma mais ampla possível, todos os aspectos relevantes à matéria objeto da audiência
pública; e
IV - dar publicidade à ação regulatória da ANTT.

A audiência pública é um instrumento de democracia participativa. Por meio dela, a sociedade é convocada
para discutir determinado assunto, de forma simples e direta. As audiências têm se tornado cada vez mais
comuns, em várias áreas da Administração Pública. Até mesmo o STF tem convocado audiências públicas
sobre temas polêmicos.

Caso a proposta discutida na audiência seja um anteprojeto de lei, a Casa Civil da Presidência da República
deve ser comunicada previamente. Quando for discutida a invalidação de contratos, será previamente
garantida a manifestação dos interessados.

As disposições que veremos a partir de agora são de menor importância para sua prova. Elas dizem respeito
às receitas da ANTT e a outros aspectos orçamentários.

Além do orçamento da ANTT, componente do Orçamento Geral da União, a agência também goza de fontes
de receita próprias.

Art. 33. Constituem receitas da ANTT:


I - dotações que forem consignadas no Orçamento Geral da União, créditos especiais, transferências e
repasses;
II - recursos provenientes dos instrumentos de outorgas e arrendamentos administrados pela ANTT;
III - produto da arrecadação de taxas de fiscalização, tanto da prestação de serviços quanto da exploração de
infraestrutura, atribuídas à ANTT;
IV - recursos provenientes de acordos, convênios e contratos, inclusive os referentes à prestação de serviços
técnicos e fornecimento de publicações, material técnico, dados e informações;
V - produto da arrecadação da ANTT, decorrente da cobrança de emolumentos e multas; e
VI - outras receitas, inclusive as resultantes de aluguel ou alienação de bens, da aplicação de valores
patrimoniais, de operações de crédito, de doações, legados, subvenções e exploração de serviços nas vias
concedidas, não previstos em contrato.
Art. 34. A ANTT submeterá ao Ministério dos Transportes proposta orçamentária anual nos termos da
legislação em vigor, acompanhada de quadro demonstrativo do planejamento plurianual das receitas e
despesas, visando ao seu equilíbrio orçamentário e financeiro nos cinco exercícios subsequentes.
Parágrafo único. O superávit financeiro anual apurado pela ANTT, relativo aos incisos II a V do art. 33, deverá
ser incorporado ao respectivo orçamento do exercício seguinte, de acordo com a Lei nº 4.320, de 17 de março

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de 1964, não se lhe aplicando o disposto no art. 1º da Lei nº 9.530, de 10 de dezembro de 1997, podendo ser
utilizado no custeio de despesas de manutenção e funcionamento da ANTT e em projetos de estudos e
pesquisas no campo dos transportes.
Art. 35. A prestação de contas anual da administração da ANTT, depois de aprovada pela Diretoria, será
submetida ao Ministro de Estado dos Transportes, para remessa ao Tribunal de Contas da União - TCU,
observados os prazos previstos em legislação específica.

Não vale a pena para nós entrar em detalhes acerca do fluxo de aprovação das propostas orçamentárias,
mas é interessante que você saiba que o orçamento anual é uma lei, e que cada órgão ou entidade elabora
sua proposta, e a proposta geral é enviada pelo Presidente da República ao Poder Legislativo até o final do
mês de agosto de cada ano.

A prestação de contas anual de todos os titulares de órgãos e entidades da Administração Pública precisa
ser enviada para aprovação do TCU.

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RESUMO DA AULA

Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos principais aspectos estudados
ao longo da aula. Nossa sugestão é a de que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao início da aula seguinte, como forma de “refrescar” a memória. Além disso,
segundo a organização de estudos de vocês, a cada ciclo de estudos é fundamental retomar
esses resumos.

Art. 2º A ANTT tem por finalidade:


I - implementar, em sua respectiva esfera de atuação, as políticas formuladas pelo Ministério dos
Transportes e pelo Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte, segundo os
princípios e as diretrizes estabelecidos na Lei nº 10.233, de 2001;
II - regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação de serviços e de exploração da infra-
estrutura de transportes, exercidas por terceiros, com vistas a:
a) garantir a movimentação de pessoas e bens, em cumprimento a padrões de eficiência, segurança,
conforto, regularidade, pontualidade e modicidade nos fretes e tarifas;
b) harmonizar os interesses dos usuários com os das empresas concessionárias, permissionárias,
autorizadas e arrendatárias, e de entidades delegadas, preservado o interesse público; e
c) arbitrar conflitos de interesses e impedir situações que configurem competição imperfeita ou
infração contra a ordem econômica.

COMPETE À ANTT...
I - promover pesquisas e estudos específicos de tráfego e
de demanda de serviços de transporte;
XV - promover estudos sobre a logística do transporte
intermodal, ao longo de eixos ou fluxos de produção;
XVII - promover levantamentos e organizar cadastros
PESQUISAS, ESTUDOS, relativos ao sistema de dutovias do Brasil e às empresas
LEVANTAMENTOS, proprietárias de equipamentos e instalações de transporte
CADASTROS dutoviário;
XIX - estabelecer padrões e normas técnicas relativas às
operações de transporte terrestre de cargas especiais e
produtos perigosos;
II - promover estudos aplicados às definições de tarifas,
preços e fretes, em confronto com os custos e os benefícios

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econômicos transferidos aos usuários pelos investimentos


realizados;
XXVII - organizar, manter e divulgar as informações
estatísticas relativas às atividades de transporte terrestre;
XX - promover ações educativas visando a redução de
acidentes;
IV - exercer o poder normativo relativamente à exploração
da infra-estrutura ferroviária e rodoviária federal e à prestação
de serviços de transporte terrestre, garantindo isonomia no seu
acesso e uso, assegurando o direito dos usuários, fomentando
a competição entre os operadores e intensificando o
aproveitamento da infra-estrutura existente;

PODER NORMATIVO
XII - disciplinar atos e procedimentos para a incorporação
ou desincorporação de bens, no âmbito das outorgas;

XXXIII - deliberar, na esfera administrativa e no âmbito de


suas atribuições e competências, quanto à interpretação da
legislação pertinente às atividades de transporte terrestre;

III - propor ao Ministério dos Transportes os planos de


outorgas, instruídos por estudos específicos de viabilidade,
para exploração da infra-estrutura, bem como para a prestação
de serviços de transporte terrestre;
V - autorizar, em caráter especial e de emergência, a
prestação de serviço de transporte terrestre sob outras formas
de outorga, segundo o disposto no art. 49, e seus parágrafos,
da Lei nº 10.233, de 2001;

OUTORGAS, TARIFAS VI - celebrar atos de outorga, de transferência e de


extinção do direito de exploração de infra-estrutura ferroviária
e rodoviária federal e do direito de prestação de serviços de
transporte terrestre, celebrando e gerindo os respectivos
contratos e demais instrumentos administrativos, fiscalizando
e aplicando sanções;
VII - assumir, sob sua administração, os instrumentos de
outorga para exploração de infra-estrutura e prestação de
serviços de transporte terrestre celebrados antes da vigência
da Lei nº 10.233, de 2001, resguardando os direitos das partes;

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XVIII - manter cadastro das tarifas e dos preços praticados


no âmbito das outorgas;
VIII - proceder à revisão e ao reajuste de tarifas dos
serviços prestados, segundo as disposições contratuais, após
prévia comunicação ao Ministério da Fazenda, com
antecedência mínima de quinze dias;
XIII - analisar e classificar, quanto às suas reversibilidades
e indenizações, os bens das concessionárias bem como os
investimentos autorizados e por elas realizados;

XIV - tomar as medidas para que os investimentos em


bens reversíveis sejam contabilizados em contas específicas;
OUTORGAS –
COMPETÊNCIA X - propor ao Ministério dos Transportes a declaração de
COMPLEMENTAR utilidade pública, para fins de desapropriação ou instituição de
servidão administrativa, dos bens necessários à implantação ou
manutenção dos serviços afetos a sua competência;
XVI - habilitar o Operador do Transporte Multimodal, em
articulação com as demais agências reguladoras federais;

IX - fiscalizar a prestação dos serviços e a manutenção


dos bens arrendados, cumprindo e fazendo cumprir as
cláusulas e condições avençadas nas outorgas e aplicando
penalidades pelo seu descumprimento;
XI - autorizar e fiscalizar projetos e a realização de
investimentos, no âmbito das outorgas estabelecidas;
XXI - descentralizar o acompanhamento e a fiscalização
da execução dos atos de outorga, mediante convênios de
cooperação técnica e administrativa com órgãos e entidades da
FISCALIZAÇÃO Administração Pública Federal, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios;
XXII - aplicar penalidades nos casos de não-atendimento
à legislação, de descumprimento de obrigações contratuais ou
de má prática comercial por parte das empresas
concessionárias, permissionárias, autorizadas ou arrendatárias;

XXX - atuar na defesa e proteção dos direitos dos


usuários, reprimindo as infrações e compondo ou arbitrando
conflitos de interesses;

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XXXI - exercer, relativamente aos transportes terrestres,


as competências legais em matéria de controle, prevenção e
repressão das infrações contra a ordem econômica, ressalvadas
as cometidas ao Conselho Administrativo de Defesa
Econômica - CADE, observado o disposto na Lei nº 8.884, de 11
de junho de 1994;

XXXII - dar conhecimento ao CADE, à Secretaria de Direito


Econômico do Ministério da Justiça ou à Secretaria de
Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda,
conforme o caso, de fato que configure ou possa configurar
infração contra a ordem econômica;
XXVI - promover o cumprimento dos protocolos e acordos
internacionais dos quais o Brasil seja signatário;
XXIII - representar o Brasil junto aos organismos
internacionais de transporte e em convenções, acordos e
tratados, observadas as diretrizes do Ministro de Estado dos
ATRIBUIÇÕES Transportes e as atribuições específicas dos demais órgãos
INTERNACIONAIS federais;
XXIV - participar de foros internacionais, sob a
coordenação do Ministério dos Transportes;
XXV - firmar convênios de cooperação técnica e
administrativa com entidades e organismos nacionais e
internacionais;
XXVIII - dirimir administrativamente conflitos de
interesses entre o Poder Concedente e os prestadores de
serviços de transporte e arbitrar disputas que surgirem entre os
DIRIMIR CONFLITOS referidos prestadores de serviços e entre estes e os usuários;
XXIX - decidir, em último grau, sobre matérias de sua
alçada, admitido pedido de reconsideração, por uma única vez,
à Diretoria;
XXXIV - subsidiar decisões governamentais quanto à
política de apoio à indústria de veículos e de equipamentos
ferroviários e rodoviários;
ATRIBUIÇÕES GERAIS E XXXV - elaborar o seu orçamento e proceder à respectiva
ADMINISTRATIVAS execução financeira;

XXXVI - arrecadar, aplicar e administrar suas receitas;

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XXXVII - adquirir e alienar bens, adotando os


procedimentos legais adequados para efetuar sua incorporação
e desincorporação;
XXXVIII - administrar pessoal, patrimônio, material e
serviços gerais;

XXXIX - elaborar relatório anual de atividades e


desempenho, destacando o cumprimento das políticas do
setor, a ser enviado ao Ministério dos Transportes.

COMPETE À ANTT QUANTO AO TRANSPORTE FERROVIÁRIO


ATRIBUIÇÕES COMENTÁRIOS
I - promover e julgar licitações e celebrar os Lembre-se de que a delegação de serviços
contratos de concessão para prestação de públicos mediante concessão somente pode
serviços de transporte ferroviário, permitida sua ser feita mediante licitação na modalidade
vinculação com contratos de arrendamento de concorrência. A própria ANTT tem
ativos operacionais; competência para conduzir essas licitações,
bem como para celebrar o contrato
administrativo de concessão.
II - avaliar os impactos decorrentes de A ANTT deverá regulamentar, dentre outros,
modificações unilaterais nos seus custos e os procedimentos para devolução de bens,
receitas, alterações na legislação fiscal e de fiscalização, vistoria, transferência de bens
variações nos fatores de produção, no entre arrendatárias, alterações,
desempenho econômico-financeiro dos investimentos e incorporação ou
contratos de concessão; desincorporação de bens arrendados, bem
assim a cobrança às arrendatárias quanto à
substituição ou ressarcimento dos bens
destruídos.
III - promover e julgar licitações e celebrar Estas licitações e contratos dizem respeito à
contratos de concessão para construção e construção e exploração de novas ferrovias, e
exploração de novas ferrovias, com cláusulas de não à outorga de serviços de transporte. A
reversão à União dos ativos operacionais reversão mencionada é a incorporação dos
edificados e instalados; bens ao patrimônio da União ao término do
contrato.
IV - fiscalizar diretamente, com o apoio de suas Aprendemos hoje que essa atividade
unidades regionais ou por meio de convênios de fiscalizatória pode ser realizada mediante
cooperação, o cumprimento das cláusulas cooperação com órgãos e entidades, inclusive
contratuais de prestação de serviços ferroviários nos Estados e Municípios.

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e de manutenção e reposição dos ativos


arrendados;
V - regulamentar a classificação e a comunicação Perceba que a competência da ANTT é
das ocorrências ferroviárias e apurar as causas bastante ampla. Em ocorrências graves a
de acidentes graves envolvendo vidas humanas, agência deve agir juntamente com a Polícia
risco ambiental e patrimônio arrendado; Ferroviária Federal para identificar as causas
dos acidentes.
VI - regular e coordenar a atuação dos
concessionários, assegurando neutralidade com
relação aos interesses dos usuários, orientando
e disciplinando o tráfego mútuo e o direito de
passagem de trens de passageiros e cargas e
arbitrando as questões não resolvidas pelas
partes;
VII - aprovar os sistemas de gerenciamento
operacional utilizados pelas concessionárias, de
forma a garantir a integração do Sistema
Ferroviário Nacional e as necessidades do
tráfego mútuo e direito de passagem;
VIII - articular-se com órgãos e instituições dos O transporte público de passageiros é de
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios competência dos entes locais, então a ANTT
para conciliação do uso da via permanente sob deve articular-se para que seja traçado um
sua jurisdição com as redes locais de metrôs e planejamento detalhado quando forem
trens urbanos destinados ao deslocamento de utilizadas vias férreas compartilhadas.
passageiros;
IX - autorizar a suspensão da prestação de
serviços concedidos, em parte ou na sua
totalidade, e a desativação, temporária ou
definitiva, de trechos;
X - autorizar a fusão, incorporação e cisão das Essas são operações societárias que podem
concessionárias; mudar o controle das empresas. Por essa
XI - autorizar modificações societárias, coibindo razão, não podem ser realizadas sem
as práticas de monopólio ou de abuso de poder autorização da ANTT.
econômico;
XII - contribuir para a preservação do patrimônio
histórico e da memória das ferrovias, em
cooperação com as instituições associadas à
cultura nacional, orientando e estimulando a
participação dos concessionários do setor.

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COMPETE À ANTT QUANTO AO TRANSPORTE RODOVIÁRIO


ATRIBUIÇÕES COMENTÁRIOS
I - promover e julgar licitações e celebrar os Para a delegação na modalidade
contratos de permissão para prestação de permissão, podem ser usadas modalidades
serviços de transporte rodoviário diferentes de licitação além da
interestadual e internacional de passageiros; concorrência.
II - autorizar o transporte de passageiros, Lembre-se de que este tipo de transporte
realizado por empresas de turismo; de passageiros independe de concessão ou
permissão.
III - autorizar o transporte de passageiros, sob O fretamento é um serviço de transporte
regime de fretamento; prestado em circuito fechado, em caráter
ocasional, com relação de passageiros
transportados e emissão de nota fiscal, por
viagem. Para prestar esse tipo de serviço, é
necessária autorização prévia da ANTT.
IV - promover estudos e levantamentos
relativos à frota de caminhões, empresas
constituídas e operadores autônomos, bem
como organizar e manter registro nacional de
transportadores rodoviários de cargas;
V - habilitar o transportador internacional de Controlar este tipo de serviço é muito
carga; importante para evitar crimes como o
contrabando e o descaminho.
VI - promover e julgar as licitações e celebrar É o caso das rodovias administradas por
os contratos de concessão de rodovias concessionárias, nas quais se cobram os
federais a serem exploradas e administradas famosos pedágios.
por terceiros;
A ANTT deve compatibilizar a tarifa com as
vantagens econômicas e o conforto de
viagem, transferidos aos usuários em
decorrência da aplicação dos recursos de
sua arrecadação no aperfeiçoamento da
via.
VII - fiscalizar diretamente, com o apoio Aqui também cabem os convênios de
de suas unidades regionais ou por meio de cooperação com Estados e Municípios.
convênios de cooperação, o cumprimento das
condições de outorga de autorização e das
cláusulas contratuais de permissão para

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prestação de serviços ou de concessão para


exploração da infra-estrutura.

DIRETORIA DA ANTT – QUADRO-RESUMO


- 1 Diretor-Geral e 4 Diretores nomeados pelo Presidente da República após aprovação do
Senado Federal.
- Mandatos de 4 anos não coincidentes
- O Diretor-Geral é nomeado pelo Presidente da República entre os Diretores, com prazo de
mandato fixado no ato da nomeação.
- Quando a vacância de cargo de Diretor impedir a existência de quórum para as
deliberações, o Ministro dos Transportes poderá designar servidor do quadro efetivo da
ANTT como interino até a posse do novo Diretor.

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- Bacharel em Direito
- Experiência do efetivo exercício da
PROCURADOR-GERAL
advocacia
- Nomeado pelo Presidente da República
- Mandato de 3 anos, admitida uma
OUVIDOR recondução
- Nomeado pelo Presidente da República
- Indicado pelo Ministro dos Transportes
CORREGEDOR
- Nomeado pelo Presidente da República

A instauração de sindicâncias e de processos administrativos disciplinares relativos a atos da


Diretoria ou de seus membros não é de competência da Corregedoria, mas sim do Ministro de
Estado dos Transportes.

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QUESTÕES COMENTADAS

1. (ANTT – Analista Administrativo – 2013 – Cespe) No que se refere ao Regulamento da ANTT, julgue
o item seguinte com base no Decreto n.º 4.130/2002.

Ato normativo de autoria da ANTT, com alcance particular, produzirá efeito tão logo seja publicado no Diário
Oficial da União.

Comentários

Nos termos do §3º do art. 32, os atos normativos da ANTT somente produzirão efeito após publicação no
Diário Oficial da União, e aqueles de alcance particular, após a correspondente notificação.

GABARITO: ERRADO

2. (Estratégia - Inédita) A Agência Nacional de Transportes Terrestres é uma entidade da


Administração Pública Indireta, dotada de autonomia orçamentária, vinculada ao Ministério dos
Transportes e sua principal finalidade é a exploração de atividade econômica.

Comentários

Essa é uma assertiva bastante errada, mas por favor tome cuidado para não confundir a exploração de
atividade econômica com a regulação de mercados, ok? O restante da assertiva está correto.

GABARITO: ERRADO

3. (Estratégia - Inédita) Faz parte da competência da ANTT a atribuição de implementar as políticas


formuladas pelo Ministério dos Transportes e pelo Conselho Nacional de Integração de Políticas de
Transporte.

Comentários

A implementação dessas políticas é uma finalidade da ANTT, e não competência. Sim, caro aluno, você vai
precisar diferenciar uma coisa da outra... :/

GABARITO: ERRADO

4. (Estratégia - Inédita) A ANTT é dotada de poder normativo no exercício de sua competência. Por
essa razão, atribui-se a essa agência a competência para disciplinar atos e procedimentos para a
incorporação ou desincorporação de bens no âmbito das outorgas.

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Comentários

Sim, é verdade. A disciplina de atos e procedimentos está prevista como competência da ANTT no inciso XII
do art. 3º do Decreto. Tratando-se de poder normativo, quero lembrar a você também que o art. 6º
estabelece atribuições específicas acerca do assunto.

GABARITO: CERTO

5. (Estratégia - Inédita) Compete à ANTT a revisão e reajuste de tarifas dos serviços de transporte
terrestre, mas o cadastro das tarifas e preços deve ser mantido pelo Ministério dos Transportes.

Comentários

A ANTT tanto tem competência para manter o cadastro das tarifas e preços praticados na prestação de
serviços de transportes terrestres, quanto de proceder à revisão e ao reajuste das tarifas (incisos VIII e XVIII).

GABARITO: ERRADO

6. (Estratégia - Inédita) A declaração de utilidade pública de bem, para fins de desapropriação ou


instituição de servidão administrativa para implantação e manutenção dos serviços de transporte
terrestre é de competência do Ministério dos Transportes. Todavia, caberá à ANTT apresentar proposição.

Comentários

É verdade. Preste bastante atenção neste tipo de questão, pois é bem possível que a banca tente confundir
você misturando a competência da ANTT com a do Ministério dos Transportes.

GABARITO: CERTO

7. (Estratégia - Inédita) A atividade de acompanhamento e fiscalização da execução dos atos de


outorga é de competência da ANTT. Entretanto, é possível que essa atividade seja descentralizada
mediante convênio de cooperação técnica e administrativa, mas apenas com órgãos e entidades da
Administração Pública Federal.

Comentários

Vou repetir mais uma vez. A descentralização pode ocorrer mediante cooperação com órgãos e entidades
dos Estados, Distrito Federal e Municípios.

GABARITO: ERRADO

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8. (Estratégia - Inédita) Cabe à ANTT, diante de infração contra a ordem econômica, dar conhecimento
ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica, à Secretaria de Direito Econômico do Ministério da
Justiça, e à Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda.

Comentários

Tudo bem! Eu sei que foi exagero, mas minha intenção era chamar sua atenção para as questões capciosas
das bancas. A assertiva está errada, pois a ANTT só precisa dar conhecimento a um dos três órgãos, e não
aos três.

GABARITO: ERRADO

9. (Estratégia - Inédita) Os nomes dos Superintendentes de Processos Organizacionais da ANTT devem


ser indicados pelo Diretor-Geral, mas é também necessária a manifestação dos demais componentes da
Diretoria Colegiada.

Comentários

Uma das atribuições conferidas pelo Decreto à Diretoria Colegiada é manifestar-se sobre os nomes indicados
pelo Diretor-Geral para o exercício dos cargos dos Superintendentes de Processos Organizacionais.

GABARITO: CERTO

10. (Estratégia - Inédita) Caso seja necessário o afastamento do país de servidor da ANTT para o
desempenho de atividade técnica e de aperfeiçoamento profissional, a autorização caberá ao Diretor-
Geral.

Comentários

É importante não confundir as atribuições da Diretoria com as do Diretor-Geral. Quem autoriza o


afastamento de servidor da ANTT do país é a Diretoria, e não o Diretor-Geral.

GABARITO: ERRADO

11. (Estratégia - Inédita) As decisões da Diretoria da ANTT são tomadas pela maioria dos Diretores
presentes, cabendo ao Diretor-Geral apenas o voto de minerva.

Comentários

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A Diretoria da ANTT trabalha de forma colegiada, como você já sabe, mas as decisões são tomadas por
maioria absoluta, e não pela maioria dos presentes, cabendo ao Diretor-Geral o voto de qualidade, também
chamado de voto de minerva ou voto de desempate.

GABARITO: ERRADO

12. (Estratégia - Inédita). Compete à Corregedoria da ANTT a fiscalização das atividades funcionais da
ANTT, bem como a instauração de sindicâncias e processos administrativos disciplinares contra seus
servidores, exceto quanto estiverem relacionados a atos da Diretoria ou de seus membros, caso em que a
instauração desses procedimentos compete ao Ministro de Estado dos Transportes.

Comentários ==76634==

A assertiva está correta. Preste bastante atenção à exceção com relação aos membros da Diretoria. Este é
um ponto “quente” para a sua prova.

A instauração de sindicâncias e de processos administrativos disciplinares relativos a atos da Diretoria ou de


seus membros não é de competência da Corregedoria, mas sim do Ministro de Estado dos Transportes.

GABARITO: CERTO

13. (Estratégia - Inédita) Caso um Diretor deixe o cargo, é possível a nomeação de servidor do quadro
efetivo da ANTT para ocupa-lo interinamente, por ato do Diretor-Geral.

Comentários

A nomeação de Diretor interino é perfeitamente possível, e deve sempre recair em servidor do quadro
efetivo da ANTT, mas o responsável pela nomeação é o Ministro dos Transportes, e não o Diretor-Geral.

GABARITO: ERRADO

14. (Estratégia - Inédita) O Procurador-Geral da ANTT deverá ser nomeado pelo Presidente da
República entre os integrantes das carreiras da Advocacia-Geral da União.

Comentários

O cargo de Procurador-Geral é de livre provimento pelo Presidente da República, mas ele deverá ser bacharel
em Direito, com experiência no efetivo exercício da advocacia.

GABARITO: ERRADO

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15. (Estratégia - Inédita) O Ouvidor da ANTT será nomeado pelo Presidente da República por indicação
do Ministro de Estado dos Transportes, para cumprir mandato de quatro anos.

Comentários

Nessa assertiva há dois erros. Primeiramente, o Ouvidor é nomeado pelo Presidente da República, mas há
indicação do Ministro dos Transportes. O mandato do Ouvidor é de três anos, e não de quatro.

GABARITO: ERRADO

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LISTA DE QUESTÕES

1. (ANTT – Analista Administrativo – 2013 – Cespe) No que se refere ao Regulamento da ANTT, julgue
o item seguinte com base no Decreto n.º 4.130/2002.

Ato normativo de autoria da ANTT, com alcance particular, produzirá efeito tão logo seja publicado no Diário
Oficial da União.

2. (Estratégia - Inédita) A Agência Nacional de Transportes Terrestres é uma entidade da


Administração Pública Indireta, dotada de autonomia orçamentária, vinculada ao Ministério dos
Transportes e sua principal finalidade é a exploração de atividade econômica.

3. (Estratégia - Inédita) Faz parte da competência da ANTT a atribuição de implementar as políticas


formuladas pelo Ministério dos Transportes e pelo Conselho Nacional de Integração de Políticas de
Transporte.

4. (Estratégia - Inédita) A ANTT é dotada de poder normativo no exercício de sua competência. Por
essa razão, atribui-se a essa agência a competência para disciplinar atos e procedimentos para a
incorporação ou desincorporação de bens no âmbito das outorgas.

5. (Estratégia - Inédita) Compete à ANTT a revisão e reajuste de tarifas dos serviços de transporte
terrestre, mas o cadastro das tarifas e preços deve ser mantido pelo Ministério dos Transportes.

6. (Estratégia - Inédita) A declaração de utilidade pública de bem, para fins de desapropriação ou


instituição de servidão administrativa para implantação e manutenção dos serviços de transporte
terrestre é de competência do Ministério dos Transportes. Todavia, caberá à ANTT apresentar proposição.

7. (Estratégia - Inédita) A atividade de acompanhamento e fiscalização da execução dos atos de


outorga é de competência da ANTT. Entretanto, é possível que essa atividade seja descentralizada
mediante convênio de cooperação técnica e administrativa, mas apenas com órgãos e entidades da
Administração Pública Federal.

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8. (Estratégia - Inédita) Cabe à ANTT, diante de infração contra a ordem econômica, dar conhecimento
ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica, à Secretaria de Direito Econômico do Ministério da
Justiça, e à Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda.

9. (Estratégia - Inédita) Os nomes dos Superintendentes de Processos Organizacionais da ANTT devem


ser indicados pelo Diretor-Geral, mas é também necessária a manifestação dos demais componentes da
Diretoria Colegiada.

10. (Estratégia - Inédita) Caso seja necessário o afastamento do país de servidor da ANTT para o
desempenho de atividade técnica e de aperfeiçoamento profissional, a autorização caberá ao Diretor-
Geral. ==76634==

11. (Estratégia - Inédita) As decisões da Diretoria da ANTT são tomadas pela maioria dos Diretores
presentes, cabendo ao Diretor-Geral apenas o voto de minerva.

12. (Estratégia - Inédita). Compete à Corregedoria da ANTT a fiscalização das atividades funcionais da
ANTT, bem como a instauração de sindicâncias e processos administrativos disciplinares contra seus
servidores, exceto quanto estiverem relacionados a atos da Diretoria ou de seus membros, caso em que a
instauração desses procedimentos compete ao Ministro de Estado dos Transportes.

13. (Estratégia - Inédita) Caso um Diretor deixe o cargo, é possível a nomeação de servidor do quadro
efetivo da ANTT para ocupa-lo interinamente, por ato do Diretor-Geral.

14. (Estratégia - Inédita) O Procurador-Geral da ANTT deverá ser nomeado pelo Presidente da
República entre os integrantes das carreiras da Advocacia-Geral da União.

15. (Estratégia - Inédita) O Ouvidor da ANTT será nomeado pelo Presidente da República por indicação
do Ministro de Estado dos Transportes, para cumprir mandato de quatro anos.

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GABARITO

01 02 03 04 05
Errado Errado Errado Certo Errado
06 07 08 09 10
Certo Errado Errado Certo Errado
11 12 13 14 15
Errado Certo Errado Errado Errado

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