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Autor:
Tulio Lages
14 de Abril de 2023
Índice
1) Roteiro de Revisão - Lei de Improbidade Administrativa
..............................................................................................................................................................................................3
5) Referências Bibliográficas
..............................................................................................................................................................................................
88
A ideia desta seção é apresentar um roteiro para que você realize uma revisão completa do
assunto e, ao mesmo tempo, destacar aspectos do conteúdo que merecem atenção.
Ler e reler a Lei de Improbidade Administrativa – LIA na íntegra, observando os pontos a seguir,
aos quais deve ser dada ênfase em seu estudo:
Observação importante: os arts. 1º, § 8º, 12, §§ 1º e 10, 17-B, § 3º e 21, § 4º estão com eficácia
suspensa em decorrência de decisão do STF proferida no âmbito da ADI 7236.
Fundamento constitucional
- O objeto que será tutelado pelo sistema de responsabilização por atos de probidade
administrativa previsto na LIA é a probidade na organização do Estado e o exercício de suas
funções, visando assegurar a integridade do patrimônio público e social (art. 1º, caput).
- A LIA considera atos de improbidade administrativa as condutas dolosas (não entram aqui,
portanto, as condutas culposas) tipificadas como, ressalvados tipos previstos em leis especiais (art.
1º, § 1º):
É considerado dolo, pela LIA, a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado
nos arts. 9º, 10 e 11 da Lei, não bastando a voluntariedade do agente (art. 1º, § 2º).
O requisito do dolo talvez seja a principal mudança trazida pela Lei 14.230/2021,
já que antes dela a LIA previa o enquadramento de condutas culposas como ato
de improbidade.
Sujeitos ativos
a) Agente público: para os efeitos da LIA, é o agente político, o servidor público e todo aquele
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função nas entidades referidas em seu art. 1º (art. 2º, caput).
Aqui é importante ficar atento que não apenas servidores públicos são considerados agentes
públicos – a LIA traz uma definição em sentido amplo de "agente público", incluindo agentes
políticos, servidores públicos, empregados públicos, militares, magistrados e membros do
Ministério Público, particulares em colaboração etc.
Nada obstante, é importante destacar que o STF entende que o Presidente da República
(apenas este agente político) não pode ser responsabilizado por ato de improbidade
administrativa2.
b1) pessoa física ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, contrato de
repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste
administrativo equivalente, no que se refere a recursos de origem pública (art. 2º parágrafo
único);
b2) aquele que, mesmo não podendo ser considerado agente público nos termos da LIA,
induza ou concorra dolosamente para a prática de ato de improbidade – mesmo assim, neste
caso, deve haver necessariamente participação de agente público, já que somente em
conjunto com este é possível a prática de ato de improbidade administrativa (art. 3º, caput).
1
STF – ARE 843989.
2
STF – Pet 3240.
comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, caso em que responderão nos limites
da sua participação (art. 3º, § 1º).
- As sanções da LIA não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de improbidade administrativa
seja também sancionado como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei 12.846/2013
(Lei Anticorrupção), buscando afastar, assim, o bis in idem (art. 3º, § 2º).
Sujeitos passivos
b) Entidade privada:
b1) que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos ou
governamentais (art. 1º, § 6º);
b2) para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou
receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do ilícito sobre
a contribuição dos cofres públicos, independentemente de tal entidade integrar a
administração indireta (art. 1º, § 7º).
Responsabilidade sucessória
- O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao erário ou que se enriquecer ilicitamente
estão sujeitos apenas à obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do patrimônio
transferido (art. 8º).
- Nada obstante, especificamente nas hipóteses de fusão e de incorporação (não entram aqui,
portanto, os casos de alteração contratual, de transformação ou de cisão societária), a
responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de reparação integral do dano causado,
até o limite do patrimônio transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas na LIA
decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes da data da fusão ou da incorporação, exceto no
caso de simulação ou de evidente intuito de fraude, devidamente comprovados (art. 8º, parágrafo
único).
- Constitui ato de improbidade administrativa desta categoria auferir, mediante a prática de ato
doloso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, de
mandato, de função, de emprego ou de atividade nas entidades protegidas pela LIA, e
notadamente (art. 9º, caput e incisos I a XII):
a) receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica,
direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse,
direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições
do agente público;
b) perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° da LIA por preço superior
ao valor de mercado;
c) perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem
público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
d) utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel, de propriedade ou à disposição de qualquer
das entidades referidas no art. 1º da LIA, bem como o trabalho de servidores, de empregados ou de
terceiros contratados por essas entidades;
e) receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a
prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra
atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
f) receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre
qualquer dado técnico que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre quantidade, peso,
medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades referidas
no art. 1º da LIA;
g) adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, de cargo, de emprego ou de função pública,
e em razão deles, bens de qualquer natureza, decorrentes dos atos descritos no caput deste artigo, cujo
valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público, assegurada a
demonstração pelo agente da licitude da origem dessa evolução;
h) aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou
jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do agente público, durante a atividade;
i) perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer
natureza;
j) receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício,
providência ou declaração a que esteja obrigado;
k) incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° da LIA;
l) usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das
entidades mencionadas no art. 1° da LIA.
- Perceba que a LIA traz, para os atos de improbidade administrativa que importam
enriquecimento ilícito, um rol EXEMPLIFICATIVO de condutas (por conta da expressão "e
notadamente" empregada no caput do art. 9º).
- Tais atos englobam qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida, direta ou indireta, que
importe o enriquecimento do próprio agente público ou até mesmo de outrem.
- Tais atos englobam qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente,
perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das
entidades protegidas pela LIA, e notadamente (art. 10, caput e incisos I a XXII):
a) facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida incorporação ao patrimônio particular, de
pessoa física ou jurídica, de bens, de rendas, de verbas ou de valores integrantes do acervo patrimonial das
entidades referidas no art. 1º da LIA;
b) permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º da LIA, sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
c) doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou
assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art.
1º da LIA, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
d) permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das
entidades referidas no art. 1º da LIA, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao
de mercado;
e) permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de
mercado;
f) realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia
insuficiente ou inidônea;
g) conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares
aplicáveis à espécie;
h) frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com
entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patrimonial efetiva;
i) ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;
j) agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda, bem como no que diz respeito à conservação do
patrimônio público;
k) liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para
a sua aplicação irregular;
p) facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física
ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidades
privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares
aplicáveis à espécie;
q) permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores
públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem
a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
r) celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das formalidades
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
s) agir para a configuração de ilícito na celebração, na fiscalização e na análise das prestações de contas de
parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;
t) liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita
observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular.
u) conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º
do art. 8º-A da Lei Complementar 116/2003 (Lei do ISS).
- Perceba que a LIA traz, para os atos de improbidade administrativa que causam lesão ao erário,
um rol EXEMPLIFICATIVO de condutas (por conta da expressão "e notadamente" empregada no
caput do art. 10).
- É necessário que haja comprovação do dano ao erário, ou seja, prejuízo patrimonial efetivo, não
apenas presumido.
- Tais atos englobam qualquer ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de
imparcialidade e de legalidade, caracterizada pelas condutas taxativamente previstas na LIA, quais
sejam (art. 11, caput e incisos I a XII):
a) revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em
segredo, propiciando beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco a segurança da
sociedade e do Estado;
b) negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da
sociedade e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em lei;
c) frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso público, de chamamento ou de
procedimento licitatório, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, ou de terceiros;
d) deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das condições para isso,
com vistas a ocultar irregularidades;
e) revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor
de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
f) descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias firmadas
pela administração pública com entidades privadas.
g) nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau,
inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção,
chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função
gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas;
h) praticar, no âmbito da administração pública e com recursos do erário, ato de publicidade que contrarie
o disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco enaltecimento do
agente público e personalização de atos, de programas, de obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos
públicos.
- Perceba que a LIA traz, para os atos de improbidade administrativa que atentam contra os
princípios da administração pública, um rol TAXATIVO de condutas (por conta da expressão
"caracterizada por uma das seguintes condutas" empregada no caput do art. 11).
- Somente haverá improbidade administrativa quando for comprovado na conduta funcional do
agente público o fim de obter proveito ou benefício indevido para si ou para outra pessoa ou
entidade, nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (art. 11, § 1º).
Tal regra, inclusive, é aplicável a quaisquer atos de improbidade administrativa tipificados na LIA
e em leis especiais e a quaisquer outros tipos especiais de improbidade administrativa instituídos
por lei (art. 11, § 2º).
- Uma alteração recente e importante da LIA diz respeito à transformação da prática do nepotismo
(que já vinha sendo proibida por meio da Súmula Vinculante 13) em ato de improbidade que atenta
contra os princípios da administração pública, conforme previsto no art. 11, inciso XI, da referida
lei:
Art. 11, XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da
mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para
o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações
recíprocas;
Nada obstante, a LIA deixa claro que a mera nomeação ou indicação política por parte dos
detentores de mandatos eletivos não configurará improbidade, sendo necessária a aferição de
dolo com finalidade ilícita por parte do agente (art. 11, § 5º).
Sanções
Multa civil equivalente ao valor Multa civil equivalente ao valor do Multa civil de até 24 vezes o valor
do acréscimo patrimonial dano da remuneração do agente
Proibição de contratar com Proibição de contratar com Poder Proibição de contratar com Poder
Poder Público ou de receber Público ou de receber benefícios Público ou de receber benefícios
benefícios ou incentivos fiscais ou incentivos fiscais ou creditícios ou incentivos fiscais ou creditícios
ou creditícios por até 14 anos por até 12 anos por até 4 anos
Todas as penalidades previstas acima podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo
com a gravidade do fato (art. 12, caput). A competência para aplicá-las é exclusiva do Poder
Judiciário.
b) da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou
Conselho de Contas.
- Com base nas sanções previstas na LIA e nas condutas elencadas nos arts. 9º a 11, é possível
perceber que, embora possam ocorrer simultaneamente em determinados casos, enriquecimento
3 STF – RE 976.566
ilícito e lesão ao erário não são condições cumulativas para que se reste caracterizado um ato
ímprobo.
Inclusive, é possível que haja ato ímprobo sem que reste constatado enriquecimento ilícito ou
lesão ao erário - é o que ocorre no ato de improbidade que atenta contra os princípios da
administração pública.
a) Sanção de perda de função pública: nas hipóteses de ato de improbidade que importa
enriquecimento ilícito ou que causa prejuízo ao erário, tal sanção atinge apenas o vínculo de
mesma qualidade e natureza que o agente público ou político detinha com o poder público na
época do cometimento da infração, podendo o magistrado, na hipótese de ato de improbidade
que importa enriquecimento ilícito (apenas), e em caráter excepcional, estendê-la aos demais
vínculos, consideradas as circunstâncias do caso e a gravidade da infração (art. 12, § 1º ).
[CUIDADO! A despeito de a LIA trazer essa regra, essa disposição encontra-se suspensa, em
razão de os arts. 1º, § 8º, 12, §§ 1º e 10, 17-B, § 3º e 21, § 4º estarem com eficácia suspensa em
decorrência de decisão do STF proferida no âmbito da ADI 7236].
b) Sanção de multa: a multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz considerar que, em
virtude da situação econômica do réu, o valor calculado segundo as regras gerais da LIA (art.
12, incisos I a III do caput) é ineficaz para reprovação e prevenção do ato de improbidade (art.
12, § 2º).
e) Atos de menor ofensa aos bens jurídicos tutelados pela LIA: neste caso, a sanção limitar-se-
á à aplicação de multa, sem prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos,
quando for o caso (art. 12, § 5º).
f) Ocorrência de lesão ao patrimônio público: neste caso, a reparação do dano a que se refere
a LIA deverá deduzir o ressarcimento ocorrido nas instâncias criminal, civil e administrativa que
tiver por objeto os mesmos fatos (art. 12, § 6º).
g) Sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base na LIA e na Lei 12.846/2013 – Lei
Anticorrupção: deverão observar o princípio constitucional do non bis in idem (art. 12, § 7º).
- As sanções previstas na LIA para os atos de improbidade administrativa somente poderão ser
executadas após o trânsito em julgado da sentença condenatória (arts. 12, § 9º e 20, caput).
Por outro lado, a absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fatos, confirmada por
decisão colegiada, impede o trâmite da ação da qual trata esta Lei, havendo comunicação com
todos os fundamentos de absolvição previstos no art. 386 Código de Processo Penal (art. 21, §
4º). [CUIDADO! A despeito de a LIA trazer essa regra, essa disposição encontra-se suspensa, em
razão de os arts. 1º, § 8º, 12, §§ 1º e 10, 17-B, § 3º e 21, § 4º estarem com eficácia suspensa em
decorrência de decisão do STF proferida no âmbito da ADI 7236].
Por fim, as sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deverão ser compensadas com as
sanções aplicadas nos termos desta Lei, buscando-se evitar o bis in idem (art. 21, § 5º).
Declaração de bens
- É importante destacar logo de início que as sanções da LIA são processadas, julgadas e aplicadas
exclusivamente pelo Poder Judiciário (art. 17).
Procedimento administrativo
- Nada obstante, o fato pode ser apurado, inicialmente, via procedimento administrativo (inclusive,
esse procedimento administrativo pode ser iniciado a partir de representação formulada por
qualquer pessoa – art. 14, caput).
- O procedimento administrativo será conduzido por uma comissão processante, que dará
conhecimento ao Ministério Público (MP) e ao Tribunal ou Conselho de Contas (TC/CC) da
existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade (art. 15,
caput), instituições essas que poderão, a requerimento, designar representante para acompanhar
o procedimento administrativo (art. 15, parágrafo único).
- Vale destacar que no âmbito do processo administrativo não é possível a aplicação de sanções
previstas na LIA, mas apenas aquelas previstas no estatuto ou no regulamento disciplinar próprio
do agente público infrator. Nada obstante, o que restou apurado no âmbito administrativo poderá
servir de insumo para a ação judicial por improbidade.
- O Ministério Público (MP) possui iniciativa de propor a ação principal (judicial) – art. 17, caput.
4
STF – ADIs 7042 e 7043.
Ação judicial
- Características relevantes da ação para a aplicação das sanções por ato de improbidade:
e) para cada ato de improbidade administrativa, deverá necessariamente ser indicado apenas
um tipo dentre aqueles previstos nos arts. 9º, 10 e 11 da LIA (art. 17, § 10-D);
f) Será nula a decisão de mérito total ou parcial da ação de improbidade administrativa que (art.
17, § 10-F):
f1) condenar o requerido por tipo diverso daquele definido na petição inicial;
f2) condenar o requerido sem a produção das provas por ele tempestivamente especificadas.
g) a qualquer momento, se o magistrado identificar a existência de ilegalidades ou de
irregularidades administrativas a serem sanadas sem que estejam presentes todos os requisitos
para a imposição das sanções aos agentes incluídos no polo passivo da demanda, poderá, em
decisão motivada, converter a ação de improbidade administrativa em ação civil pública (art.
17, § 16);
h) foi declarada a inconstitucionalidade parcial pelo STF6 do art. 17, § 20, da LIA, com redução
de texto, no sentido de que não existe "obrigatoriedade de defesa judicial" (conforme a
literalidade do dispositivo); havendo, porém, a possibilidade dos órgãos da Advocacia Pública
5
STF – Pet 3240.
6
STF – ADIs 7042 e 7043.
autorizarem a realização dessa representação judicial, por parte da assessoria jurídica que emitiu
o parecer atestando a legalidade prévia (muito cuidado!).
i) o Ministério Público poderá, conforme as circunstâncias do caso concreto, celebrar acordo de
não persecução civil, desde que dele advenham, ao menos, os seguintes resultados (art. 17-B,
incisos I e II):
Vale destacar, por fim, que o STF entende que há legitimidade ativa concorrente e disjuntiva
entre o Ministério Público e as pessoas jurídicas interessadas para a celebração de acordos de
não persecução civil 7.
j) A sentença que julgar procedente a ação fundada em ato de improbidade que importa
enriquecimento ilícito (art. 9º) ou que causa prejuízo ao erário (art. 10) condenará ao
ressarcimento dos danos e à perda ou à reversão dos bens e valores ilicitamente adquiridos,
conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito (art. 18, caput).
7
STF – ADIs 7042 e 7043.
Competência do MP
Acordo de não persecução civil (art. 17-
B)
Homologado pelo juiz
Medidas cautelares
- A medida, que pode ser decretada apenas pelo Poder Judiciário, se presta a garantir a integral
recomposição do erário ou do acréscimo patrimonial resultante de enriquecimento ilícito (art. 16,
caput).
- Poderá ser determinada pela autoridade judicial o afastamento do agente público do exercício
do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária
à produção de provas ou para evitar a prática de novos ilícitos (art. 20, §1º).
- Prazo do afastamento: até 90 dias, prorrogáveis uma única vez por igual período, mediante
decisão motivada (art. 20, § 2º).
Disposições penais
- Como já dito, a LIA não institui sanções penais para aquele que comete ato de improbidade
administrativa!
A única sanção penal estabelecida pela LIA é prevista no art. 19, mas não se trata de penalização
por conta de ato de improbidade administrativa, e sim por representação falsa contra agente
público ou terceiro beneficiário por ato de improbidade - nesse caso, o representante não comete
ato de improbidade administrativa, mas somente o crime previsto no art. 19, caput.
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público
ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
- A ação para a aplicação das sanções previstas na LIA prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir
da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência
(art. 23, caput).
8
STF – RE 852.475.
Vale destacar que o STF possui entendimento no sentido de que “é prescritível a ação de
reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil” 9 (estão abrangidos, assim, os
ilícitos que violem normas de direito privado, não alcançando, portanto, ilícitos decorrentes de
infrações de direito público, como os de natureza penal e as ações de ressarcimento ao erário
decorrentes de atos dolosos de improbidade administrativa, que, como já asseverado, são
imprescritíveis, segundo o mesmo STF.
- É dever do poder público oferecer contínua capacitação aos agentes públicos e políticos que
atuem com prevenção ou repressão de atos de improbidade administrativa (art. 23-A).
- Nas ações e nos acordos regidos pela LIA, não haverá adiantamento de custas, de preparo, de
emolumentos, de honorários periciais e de quaisquer outras despesas (art. 23-B, caput).
Caso a ação seja julgada procedente, as custas e as demais despesas processuais serão pagas ao
final (art. 23-B, § 1º).
Vale destacar que essa responsabilização nos termos da lei dos Partidos Políticos não prejudica a
incidência da LIA, conforme interpretação conferida pelo STF 11.
9
STF – RE 669.069.
10
STF – ARE 843989.
11
STF – ADI 7236.
QUESTÕES ESTRATÉGICAS
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar
para a sua prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.
A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões,
mas que você faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas
questões.
Observação importante: os arts. 1º, § 8º, 12, §§ 1º e 10, 17-B, § 3º e 21, § 4º estão com eficácia
suspensa em decorrência de decisão do STF proferida no âmbito da ADI 7236.
a) não respondem pelo ato de improbidade imputado à empresa XYZ, salvo se,
comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, caso em que responderão nos
limites da sua participação;
b) respondem pelo ato ímprobo imputado à XYZ, vez que a responsabilidade se transfere
automaticamente aos responsáveis pela empresa, independentemente de participação na
conduta tida como ímproba;
c) não respondem pelo ato de improbidade imputado à empresa XYZ, salvo se,
comprovadamente, houver participação e benefícios diretos ou indiretos, caso em que
responderão ilimitadamente, dada a gravidade que permeia a conduta ímproba;
d) não respondem pelo ato de improbidade imputado à XYZ, vez que tanto João e Maria,
quanto a empresa não são sujeitos ativos de atos de improbidade, sendo os efeitos e as sanções
da Lei no 8.429/1992 restritos a agentes públicos;
e) não respondem, em qualquer hipótese, pelo ato ímprobo imputado à empresa, vez que a
responsabilidade e consequências pelo cometimento do ato de improbidade estão restritos à
pessoa jurídica XYZ.
Comentários
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo
não sendo agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de
improbidade.
Letra C - incorreta. Os benefícios devem ser diretos, além de a responsabilização ser limitada a
sua participação.
Letra D - incorreta. Tanto a empresa, quanto João e Maria como sócios podem ser
responsabilizados por atos de improbidade, conforme já mencionado.
Gabarito: Letra A.
Em sua defesa, Josberto, proprietário da empresa, sustentou ser parte ilegítima, por ser
particular e não estar sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa. A tese de
Josberto está
a) incorreta, pois responde por todas as sanções previstas na Lei para os agentes públicos.
c) incorreta, pois responde às sanções previstas na Lei de Improbidade, de acordo com o que é
cabível aplicar aos particulares.
d) incorreta, pois responde por todas as sanções, exceto ressarcimento ao erário que deverá ser
pleiteado através de ação própria.
e) incorreta, pois responderá por uma única sanção prevista na Lei de Improbidade, qual seja, a
suspensão dos direitos políticos.
Comentários
GABARITO: C
No caso, a Josberto, mesmo sendo particular, são aplicáveis, no que couber, as disposições da
Lei de Improbidade Administrativa (incluindo as penas nelas previstas), porque o agente induziu
ou concorreu dolosamente para a prática do ato de improbidade, conforme dá a entender o
enunciado (art. 3º da Lei nº 8.429/1992):
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo
não sendo agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de
improbidade.
Além de deputados (estaduais e federais), também podem ser punidos por improbidade
administrativa
a) qualquer agente público, servidor ou não, desde que exerça atividade remunerada e de
caráter não transitório.
Comentários
GABARITO: LETRA E
A própria LIA assevera que deve ser considerado “agente público” todos os agentes
englobados pelo teor de seu art. 2º, que possui o texto a seguir:
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o
servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
referidas no art. 1º desta Lei.
Letra A – Incorreta. Conforme exposto, mesmo o agente que exerça atividade transitória e não
remunerada é considerado agente público pelo art. 2º da LIA.
Letra B – Incorreta. O servidor público, mesmo não ocupante de cargo efetivo, pode ser punido
nos termos da LIA, já que deve ser considerado “agente público”, conforme art. 2º da Lei
8.429/92.
Letra C – Incorreta. O juiz de direito deve ser considerado “agente público”, conforme art. 2º da
Lei 8.429/92, e, portanto, pode ser punido nos termos da LIA.
Letra D – Incorreta. O único agente político que não pode ser considerado sujeito ativo de atos
de improbidade da LIA é o Presidente da República 1.
Além disso, as penalidades previstas na LIA independem de outras sanções penais, civis e
administrativas previstas em legislação específica, como as sanções penais decorrentes de crime
de responsabilidade.
1
STF – Pet 3240.
a) na hipótese de falecimento de Beatriz, seu sucessor não responderá por qualquer sanção,
tendo em vista a modalidade de ato ímprobo praticado.
e) Beatriz é parte ilegítima para figurar no polo passivo da ação de improbidade, por não figurar
no rol de agentes públicos sujeitos às sanções da Lei de Improbidade Administrativa.
Comentários
GABARITO: D
As assertivas “a” e "c" estão erradas – o sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao
erário ou que se enriquecer ilicitamente (esta última hipótese é justamente a aplicável ao caso)
ficam sujeitos à obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do patrimônio
transferido (art. 8º).
A assertiva “b” está errada e a “d” está correta – de acordo com o art. 16, caput, na ação por
improbidade é possível que seja adotada medida de indisponibilidade dos bens dos réus, a fim
de garantir a integral recomposição do erário ou do acréscimo patrimonial resultante do
enriquecimento ilícito (esta última hipótese é justamente a aplicável ao caso).
A assertiva “e” está errada – como servidora pública do TRE-SP, Beatriz é considerada “agente
pública” nos termos do art. 2º e, portanto, pode ser responsabilizada por improbidade
administrativa.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o
servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
referidas no art. 1º desta Lei.
a) as condutas não podem configurar ato de improbidade administrativa, eis que praticadas em
prejuízo de pessoa jurídica de direito privado.
b) somente as condutas dos empregados da sociedade de economia mista podem configurar ato
de improbidade administrativa, eis que tal lei não alcança aqueles que não possuam vínculo com
a Administração.
c) todas as condutas citadas podem configurar ato de improbidade administrativa, eis que tal lei
admite como sujeitos passivos agentes públicos e também particulares que se beneficiem do
ato.
d) apenas as condutas dos empregados da sociedade de economia mista poderão configurar ato
de improbidade administrativa, e desde que comprovado enriquecimento ilícito e prejuízo direto
à pessoa jurídica de direito público controladora.
Comentários
GABARITO: LETRA C
Alternativa A – Incorreta. Como sabemos, muito embora a sociedade de economia mista possua
personalidade jurídica de direito privado, ela integra a administração pública indireta. Nesse
sentido, a Lei 8.429/92 prevê expressamente a possibilidade de prática de ato de improbidade
em prejuízo à administração indireta:
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo
não sendo agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de
improbidade.
O segundo refere-se à ideia de que é necessário que exista enriquecimento ilícito e prejuízo
direto à pessoa jurídica direto à pessoa jurídica de direito público controladora para que seja
configurada a prática de ato de improbidade administrativa.
Inclusive, é possível que haja ato ímprobo sem que reste constatado enriquecimento ilícito ou
lesão ao erário - é o que ocorre no ato de improbidade que atenta contra os princípios da
administração pública.
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios
da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de
honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes
condutas:
(...)
Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que trata esta Lei será proposta pelo
Ministério Público e seguirá o procedimento comum previsto na Lei nº 13.105, de 16
de março de 2015 (Código de Processo Civil), salvo o disposto nesta Lei.
a) lesão ao erário.
c) conduta culposa.
Comentários
GABARITO: B
A aquisição de bens cujos valores são desproporcionais à renda do agente pode configurar ato
de improbidade administrativa, na modalidade de enriquecimento ilícito, conforme art. 9º, inciso
VII, da Lei nº 8.429/1992, sendo necessária a comprovação de dolo do indivíduo para a
mencionada configuração do ato de improbidade:
Inclusive, é possível que haja ato ímprobo sem que reste constatado enriquecimento ilícito ou
lesão ao erário - é o que ocorre no ato de improbidade que atenta contra os princípios da
administração pública.
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios
da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de
honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes
condutas: (...)
As assertivas “c” e “e” estão erradas – todos os atos de improbidade administrativa exigem uma
conduta dolosa do agente (que pode se dar por ação ou omissão).
Comentários
GABARITO: C
Para tal categoria de ato de improbidade administrativa, são previstas as sanções dispostas no
art. 12, inciso I, da Lei 8.429/92:
I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente
ao patrimônio, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 14
(catorze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do acréscimo
patrimonial e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 14 (catorze)
anos;
A assertiva “a” está errada – o pagamento da multa civil será em valor equivalente ao acréscimo
patrimonial (e não a remuneração do servidor).
A assertiva “b” está errada – a suspensão dos direitos políticos, no caso de ato de improbidade
que provoque enriquecimento ilícito, é de até 14 anos.
As assertivas “d” e “e” estão erradas – a proibição de contratar com o Poder Público ou de
receber benefícios ou incentivos fiscais é de até 14 anos.
I. Receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato
de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado.
II. Receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a
exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de
usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem.
IV. Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao
de mercado.
De acordo com a Lei no 8.429/1992, constituem atos de improbidade administrativa que causam
lesão ao erário especificamente as condutas indicadas APENAS em
a) III, IV e V.
b) I, III e V.
c) IV e V.
d) I e II.
e) III e IV.
Comentários:
Gabarito: letra C.
Item II – incorreto. Receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para
tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de
contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal
vantagem é uma hipótese de ato de improbidade administrativa importando em enriquecimento
ilícito (art. 9º, inciso V, da Lei 8.429/92).
Item III – incorreto. Frustrar o caráter concorrencial de concurso público é hipótese de ato de
improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública (art. 11,
inciso V, da Lei 8.429/92).
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios
da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de
honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes
condutas: (...)
Item IV – correto. Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por
preço superior ao de mercado é hipótese de ato de improbidade administrativa que causa lesão
ao erário (art. 10, inciso V, da Lei 8.429/92).
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres
das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (...)
Item V – correto. Conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie é hipótese de ato de improbidade administrativa
que causa lesão ao erário (art. 10, inciso VII, da Lei 8.429/92).
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres
das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (...)
Comentários
Letra A - correta. Os atos de improbidade que causam lesão ao erário estão elencados no artigo
10 da Lei nº 8.429/1992, sendo a hipótese trazida na alternativa definida no inciso VIII do artigo
em questão:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres
das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:
(...)
(...)
Letra C - incorreta. Aqui temos um ato de improbidade que atenta contra os princípios da
administração pública, conforme inciso V do artigo 11 da Lei nº 8.429/1992:
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios
da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de
honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes
condutas:
(...)
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios
da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de
honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes
condutas:
(...)
Gabarito: Letra A.
a) poderá responder apenas por infração disciplinar, não se admitindo imputação de ato de
improbidade, tendo em vista que não houve locupletamento ilícito por parte do servidor.
c) poderá responder por ato de improbidade, ainda que não tenha sido verificado
enriquecimento ilícito, sem prejuízo da possível imputação de infração disciplinar e criminal,
dada a independência de instâncias.
e) será responsabilizado nas esferas administrativa e civil, considerando que a tipificação das
modalidades de ato de improbidade não depende da comprovação de dolo por parte do
servidor.
Comentários:
Gabarito: letra C.
Letra A - incorreta. O servidor responderá, sim, por ato de improbidade administrativa, uma vez
que sua conduta causou lesão ao erário, nos termos do art. 10, inciso III, da Lei 8.429/92, senão
vejamos:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres
das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (...)
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de
fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de
qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das
formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
Vale destacar que os atos de improbidade administrativa que causam lesão ao erário não têm
como requisito a ocorrência de enriquecimento ilícito do agente, mas, apenas, lesão ao erário,
razão pela qual é incorreto afirmar que o servidor não será responsabilizado.
Além disso, o fato de a finalidade da escola ser educativa não elide que o fato seja configurado
como ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário, uma vez que o art. 10, inciso
III, da Lei 8.429/92 (transcrito na alternativa anterior) expressamente dispõe nesse sentido.
Letra C - correta. A conduta do professor constitui ato de improbidade administrativa que causa
lesão ao erário, nos termos do art. 10, inciso III, da Lei 8.429/92, e como nesses casos não há
como requisito a ocorrência de enriquecimento ilícito do agente, mas, apenas, lesão ao erário, a
assertiva está correta.
Além disso, dada a independência entre as instâncias, o agente estará sujeito, além das sanções
previstas na LIA, às sanções penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas (art. 12
da Lei 8.429/92).
Letra D - incorreta. O servidor será submetido à esfera da improbidade administrativa, uma vez
que o conceito de agente público da Lei 8.429/92 abarca todo aquele que "exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função".
Sendo assim, é incorreto afirmar que o servidor deverá ocupar cargo formal de direção para que
possa ser responsabilizado, vez que contraria diretamente o disposto no art. 2º da LIA:
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o
servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
referidas no art. 1º desta Lei.
Letra E - incorreta. Os atos de improbidade administrativa têm como requisito essencial o dolo
na ação ou omissão, não se admitindo ato de improbidade administrativa culposo (art. 1º, § 1º,
2º e 3º da Lei 8.429/92).
b) não caracteriza ato ímprobo, vez que imprescindível o dolo para tanto.
d) não caracteriza ato ímprobo, vez que a conduta praticada, ainda que culposa, não se
enquadra em quaisquer das modalidades de ato ímprobo previstas em lei.
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GABARITO: LETRA B
Bom, inicialmente, vamos ver como a Lei 8.429/92 trata a conduta praticada por Ricardo:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres
das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (...)
Percebemos, portanto, que a conduta de conceder benefício fiscal sem observar as formalidades
legais pertinentes constitui ato de improbidade que causa lesão ao erário. Nesse sentido,
também verificamos que todos os atos de improbidade exigem a presença do dolo, sendo a
culpa insuficiente para qualificá-los, conforme o caput do art. 10 da LIA.
Vamos às assertivas:
Letra A – Incorreta. Não se trata de ato de improbidade que atenta contra os princípios da
administração pública, mas que causa lesão ao erário.
Letra C e D – Incorretas. Como vimos, a conduta culposa que causa lesão ao erário não
caracteriza ato de improbidade, vez que o dolo é imprescindível.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o
servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
referidas no art. 1º desta Lei.
d) apenas aqueles que agiram com dolo e que obtiveram enriquecimento ilícito podem ser
apenados por improbidade administrativa.
e) nenhum dos apontados está sujeito às penas previstas na referida Lei, tendo em vista não se
tratar de entidade integrante da Administração pública direta ou indireta.
Comentários
GABARITO: LETRA C
Vamos às alternativas:
Letra A – Incorreta. Como sabemos, o particular que induza ou concorra dolosamente para a
prática do ato de improbidade também pode ser penalizado (art. 3º da Lei 8.429/92):
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo
não sendo agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de
improbidade.
Letra B – Incorreta. O ato de improbidade também pode decorrer de conduta omissiva. Vejamos
alguns exemplos:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres
das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (...)
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios
da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de
Letra E – Incorreta. Ainda que não, integre a Administração pública direta ou indireta, trata-se de
entidade " para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio
ou receita atual" e, por conta disso, os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de
tal entidade ficarão sujeitos às penalidades da Lei 8.429/92, conforme seu art. 1º, §7º.
b) o juiz não poderia ter julgado o mérito nessa fase preliminar, pois a constatação de eventual
inexistência de ato ímprobo é própria de uma análise apurada, típica da fase de instrução da
demanda.
c) após a réplica do Ministério Público, o juiz proferirá decisão na qual indicará com precisão a
tipificação do ato de improbidade administrativa imputável ao réu, podendo modificar a
capitulação legal apresentada pelo autor caso não concorde com a capitulação apresentada.
Comentários
GABARITO: A
A assertiva "a" está correta, caberá Agravo de Instrumento para a decisão que rejeitar as
questões preliminares suscitadas pelo réu em sua contestação, bem como em todas as decisões
interlocutórias proferidas no processo, conforme dispõe o art. 17, § § 9º-A e 21 da LIA.
Art. 17, § 9º-A Da decisão que rejeitar questões preliminares suscitadas pelo réu em
sua contestação caberá agravo de instrumento. (...)
A assertiva “b” está errada – A Lei nº 8.429/1992 prevê a possibilidade de o juízo julgar a
demanda improcedente em qualquer momento do processo, se verificar a inexistência do ato de
improbidade (art. 17, § 11 da LIA).
A assertiva “c” está errada – o Magistrado não poderá modificar o fato principal e a capitulação
legal apresentada pelo Ministério Público (autor da ação), uma vez que tal possibilidade é
expressamente vedada pelo art. 17, §10-C da Lei 8.429/92.
Art. 17, § 10-C. Após a réplica do Ministério Público, o juiz proferirá decisão na qual
indicará com precisão a tipificação do ato de improbidade administrativa imputável ao
réu, sendo-lhe vedado modificar o fato principal e a capitulação legal apresentada
pelo autor.
A assertiva “d” está errada – se o ato de improbidade administrativa for afastado, mas restarem
comprovadas a existência de ilegalidades ou irregularidades administrativas a serem sanadas,
poderá o juiz converter a ação de improbidade administrativa em ação civil pública.
A assertiva “e” está errada – a dispensa indevida de processo licitatório é ato de improbidade
administrativa que causa lesão ao erário (art. 10 da LIA) e comporta a medida cautelar de
indisponibilidade de bens (art. 16, da LIA).
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres
das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (...)
Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser formulado, em caráter
antecedente ou incidente, pedido de indisponibilidade de bens dos réus, a fim de
garantir a integral recomposição do erário ou do acréscimo patrimonial resultante de
enriquecimento ilícito.
b) Fernando praticou ato de improbidade que causa prejuízo ao Erário e as penas aplicáveis
alcançam também Carlos, no que couber.
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GABARITO: LETRA B
É importante destacar que a Lei 8.429/92 prevê a conduta praticada por Fernando como ato de
improbidade administrativa que causa prejuízo ao Erário, vez que este agiu ilicitamente na
arrecadação de tributo que era devido por Carlos:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres
das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (...)
E quais as penalidades possíveis para essa espécie de ato de improbidade? São elas:
II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente
ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos até 12 (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao
valor do dano e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios
ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12 (doze)
anos;
E quanto à situação de Carlos? Mesmo não sendo servidor, ele pode ser responsabilizado? O art.
3º da Lei 8.429/92 nos ensina que aquele que induz ou concorre com a prática do ato de
improbidade pode vir a ser responsabilizado:
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo
não sendo agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de
improbidade.
Art. 12, § 9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser executadas após
o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Além disso, caso ocorresse tal situação, haveria flagrante desrespeito ao princípio da ampla
defesa e do contraditório, previsto no art. 5º, LV, da Constituição Federal.
Alternativa E – incorreta. Como vimos, a própria legislação prevê a possibilidade de Carlos ser
responsabilizado por ato de improbidade administrativa.
15. (FCC/2015/TCE-SP) Pedro, servidor público estadual, revelou fato de que teve ciência em
razão das suas atribuições e que devia permanecer em segredo. Em razão disso, foi processado
e condenado por improbidade administrativa. Nos termos da Lei nº 8.429/92, uma das sanções a
que Pedro está sujeito corresponde à
e) perda da função pública que, nesse caso, é transitória e ocorrerá pelo prazo máximo de dez
anos.
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GABARITO: LETRA C
Inicialmente, vamos ver como a Lei 8.429/92 trata a conduta praticada por Pedro:
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios
da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de
honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes
condutas: (...)
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que
deva permanecer em segredo, propiciando beneficiamento por informação
privilegiada ou colocando em risco a segurança da sociedade e do Estado;
Agora que descobrimos que se trata de um ato de improbidade que atenta contra os princípios
da administração pública, vamos verificar as punições previstas para esse tipo de ato ímprobo:
III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil de até 24 (vinte e
quatro) vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar
com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos;
Assim:
Letra A – Incorreta. A multa aplicada neste caso é de até vinte e quatro vezes o valor da
remuneração percebida pelo agente.
Letra B – Incorreta. Não há que se falar em suspensão dos direitos políticos nos atos de
improbidade contra os princípios da Administração Pública.
Letra D – Incorreta. A proibição de contratar com o Poder Público aplicável neste caso se dá
pelo prazo de até quatro anos
Letra E – Incorreta. Não há que se falar em transitoriedade da perda da função pública, vez que
nos atos de improbidade contra os princípios da Administração Pública sequer há previsão de tal
sanção.
Comentários
GABARITO: LETRA A
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios
da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de
honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes
condutas: (...)
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que
deva permanecer em segredo, propiciando beneficiamento por informação
privilegiada ou colocando em risco a segurança da sociedade e do Estado;
III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil de até 24 (vinte e
quatro) vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar
com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos;
Assim:
Letra B – Incorreta. Como vimos, nem todo ato improbo está relacionamento ao recebimento ou
não de vantagens. Significa dizer, a mera violação a princípios da administração é apta a
configurar improbidade administrativa.
Letra C – Incorreta. Conforme vimos, a conduta foi tipificada ao teor do art. 11, III, da Lei
8.429/92.
Letra D – Incorreta. Não se trata de ato de improbidade que causa prejuízo ao erário, mas que
atenta contra os princípios da administração pública. Ademais, não há previsão de suspensão
dos direitos políticos para essa espécie de ato improbo.
Inclusive, é possível que haja ato ímprobo sem que reste constatado enriquecimento ilícito ou
lesão ao erário - é o que ocorre no ato de improbidade que atenta contra os princípios da
administração pública.
17. (FCC/2016/TRT 20ª/AJAA) Fernando, Diretor de uma autarquia federal, deixou de promover
concurso público para a contratação de servidores, fundamentando a contratação direta de dois
servidores em uma situação emergencial, que, posteriormente, descobriu-se inexistir. Embora a
conduta de Fernando não tenha causado prejuízo ao erário, o Ministério Público Federal ajuizou
ação de improbidade administrativa contra Fernando, pleiteando sua condenação por ato
ímprobo que atenta contra os princípios da Administração pública. Nos termos da Lei nº
8.429/1992, a imputação feita pelo Ministério Público quanto à conduta praticada por Fernando
==1471cd==
a) não está correta, tendo em vista a ilegitimidade de Fernando para figurar no polo passivo
ação de improbidade.
b) não está correta, pois há previsão específica de tal conduta como caracterizadora de outra
modalidade de ato ímprobo.
c) está correta, restando caracterizado o ato ímprobo narrado no enunciado, tanto se a conduta
for dolosa quanto culposa.
e) não está correta, pois para caracterizar o ato ímprobo descrito pelo Ministério Público, exige-
se prejuízo ao erário.
Comentários
GABARITO: D
A assertiva “a” está errada – como diretor de autarquia federal, Fernando é considerado
“agente público” nos termos do art. 2º e, portanto, pode ser responsabilizado por improbidade
administrativa.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o
servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
referidas no art. 1º desta Lei.
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios
da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de
honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes
condutas: (...)
A assertiva “c” está errada – nenhum ato de improbidade administrativa admite a modalidade
culposa, para que seja caracterizado um ato de improbidade administrativa é essencial a
presença do dolo, tal qual dispõe o art. 1º, §§ 1º, 2º e 3º da Lei 8.429/92.
A assertiva “d” está correta – no caso apresentado, Fernando frustrou a licitude de concurso
público, dispensando, indevidamente, a realização do certame. A frustração de licitude de
concurso público é considerada ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da Administração Pública, devendo ser comprovado o dolo do agente para
caracterização do ato.
A assertiva “e” está errada – a questão diz respeito a ato de improbidade que atenta contra os
princípios da Administração Pública, hipótese que dispensa a existência de prejuízo ao erário.
18. (FCC/2022/TRT - 17ª Região (ES)/Analista Judiciário - Área Judiciária) Prática de ato de
improbidade administrativa que atente contra os princípios da administração pública cuja ação
ou omissão dolosa viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade,
independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e das sanções
penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica,
sujeitará o responsável ao pagamento de multa civil de até ....I... vezes o valor da remuneração
percebida pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios
ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a ....II.... anos.
a) 12 − 6;
b) 24 − 4;
c) 10 − 8;
d) 5 − 2;
e) 15 − 5;
Comentários
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios
da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de
honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes
condutas:
(...)
(...)
III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil de até 24 (vinte e
quatro) vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar
com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos;
Gabarito: Letra B.
a) permite ou facilita a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao
de mercado;
c) deixa de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das condições
para isso, com vistas a ocultar irregularidades;
Comentários
(...)
I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente
ao patrimônio, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 14
(catorze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do acréscimo
patrimonial e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 14 (catorze)
anos;
Letras A e B - incorretas. Elencadas nos incisos V e IX do artigo 10 da Lei nº 8.429/92 como atos
de improbidade administrativa que causam lesão ao erário:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres
das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:
(...)
(...)
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios
da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de
honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes
condutas:
(...)
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha
das condições para isso, com vistas a ocultar irregularidades;
Letra E - correta. Se enquadra entre a hipótese de enriquecimento ilícito descrita no inciso III do
artigo 9º da Lei nº 8.429/92 e, portanto, nosso gabarito:
Gabarito: Letra E.
Comentários:
Gabarito: letra E.
Letra A - incorreta. Os atos de improbidade administrativa têm como requisito essencial o dolo
na ação ou omissão, não se admitindo ato de improbidade administrativa culposo (art. 1º, § 1º,
2º e 3º da Lei 8.429/92).
Além disso, nosso ordenamento adota o princípio da independência das instâncias civil, penal e
administrativa.
Nesse sentido, se o agente público causar lesão ao erário e sua conduta for configurada como
ato de improbidade administrativa, estará sujeito, além das sanções previstas na LIA, às sanções
penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas (art. 12, caput, da Lei 8.429/92).
Letra E - correta. De fato, se o agente público causou prejuízo ao erário, existe a possibilidade
de que tenha cometido ato de improbidade administrativa e, nesse caso, estará sujeito às
sanções previstas no art. 12, caput, já transcrito na alternativa acima.
a) é imprescritível.
d) está prescrita.
Comentários
GABARITO: LETRA D
A Lei 8.429/92, em seu art. 23 prevê que o prazo prescricional aplicável a todos os atos de
improbidade administrativa é de 8 anos, a contar da ocorrência do fato ou do dia em que cessou
a permanência da infração.
Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve em 8 (oito)
anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes,
do dia em que cessou a permanência.
Perceba que Flávio realizou o ato de improbidade no último mês de seu mandato, ou seja,
dezembro de 2003. Logo, o Ministério Público teria até dezembro de 2011 para poder ingressar
com a Ação de Improbidade Administrativa.
Como o Órgão Ministerial ingressou com a ação apenas em Julho de 2012, resta configurada a
prescrição da pretensão. Portanto, nosso gabarito é a alternativa D.
22. (FCC/2022/TRT - 14ª Região (RO e AC)/Técnico Judiciário - Área Administrativa) Considere
os seguintes itens.
IV. Pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal de Justiça que confirma acórdão
condenatório ou que reforma acórdão de improcedência.
V. Pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal Federal que confirma acórdão
condenatório ou que reforma acórdão de improcedência.
A ação para a aplicação das sanções previstas na Lei nº 14.230/2021, que dispõe sobre
improbidade administrativa, prescreve em oito anos. Esse prazo da prescrição interrompe-se na
ocorrência do contido em
a) I, II e III, apenas;
b) IV e V, apenas;
c) I, II, III, IV e V;
d) I, IV e V, apenas;
e) II e III, apenas.
Comentários
Dessa forma, todos os itens estão corretos, sendo o gabarito da questão a Letra C.
Gabarito: Letra C.
23. (FCC/2022/TRT - 14ª Região (RO e AC)/Analista Judiciário - Área Judiciária) O Ministério
Público do Estado de Rondônia pretende ajuizar ação de improbidade administrativa contra dois
agentes públicos e, para tanto, deve ater-se ao prazo prescricional pertinente. Nos termos da
Lei nº 8.429/1992 com redação dada pela Lei nº 14.230/2021, a ação para a aplicação das
sanções previstas na Lei de Improbidade prescreve em
a) cinco anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do
dia em que cessou a permanência;
b) cinco anos, contados a partir do término do exercício de mandato, cargo em comissão ou
função de confiança;
c) quatro anos, contados a partir da ciência inequívoca do fato pelo legitimado ativo para a
demanda, ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência;
d) oito anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do
dia em que cessou a permanência;
e) oito anos, contados a partir do término do exercício de mandato, cargo em comissão ou
função de confiança.
Comentários
Inicialmente temos que ter em mente que o prazo prescricional abordado na Lei nº 8.429/92 em
seu artigo 23 é de oito anos, logo, as alternativas A, B e C estão incorretas. O mesmo artigo que
define que o prazo será contado a partir da ocorrência do fato, ou no caso de infração
permanente, do dia que cessar essa, nada dizendo sobre a contagem a partir do término de
mandato, cargo ou função, tornando assim a alternativa E incorreta e sendo o gabarito a
alternativa D.
Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve em 8 (oito)
anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes,
do dia em que cessou a permanência.
Gabarito: Letra D.
São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua
resolução, como ocorre nas clássicas questões objetivas.
O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para
consolidar melhor o que aprendeu ;)
Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto. Assim,
ao resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados do
conteúdo, mas muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.
Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar melhor
os diversos pontos do conteúdo, na medida do possível.
É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o exigido
na sua prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo a facilitar
a resolução de questões objetivas típicas de concursos, ok?
Perguntas
Observação importante: os arts. 1º, § 8º, 12, §§ 1º e 10, 17-B, § 3º e 21, § 4º estão
com eficácia suspensa em decorrência de decisão do STF proferida no âmbito da
ADI 7236.
1. Qual o objeto tutelado pelo sistema de responsabilização por atos de probidade administrativa?
2. Para a tipificação como um ato de improbidade administrativa considera, a conduta precisa ser
dolosa, culposa ou isso não é relevante?
3. Quais são as categorias de atos de improbidade administrativa previstas na LIA?
4. Complete as lacunas a seguir, a respeito dos atos de improbidade administrativa que importam
em enriquecimento ilícito (art. 9º):
4.1.12. usar, em ____(v)____ próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° da LIA.
5. Complete as lacunas a seguir, a respeito dos atos de improbidade administrativa que causam
lesão ao erário (art. 10):
5.1. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou
omissão dolosa, que enseje, efetiva e ____(a)____, perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º da LIA, e
notadamente:
5.1.1. facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida ____(b)____ ao patrimônio
particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, de rendas, de verbas ou de valores integrantes do
acervo patrimonial das entidades referidas no art. 1º da LIA;
5.1.2. permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada ____(c)____ bens, rendas,
verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º da LIA,
sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
5.1.3. doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente ____(d)____, ainda que de fins educativos
ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades
mencionadas no art. 1º da LIA, sem observância das formalidades legais e regulamentares
aplicáveis à espécie;
5.1.4. permitir ou ____(e)____ a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio
de qualquer das entidades referidas no art. 1º da LIA, ou ainda a prestação de ____(f)____ por parte
delas, por preço inferior ao de mercado;
5.1.5. permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço ____(g)____
ao de mercado;
5.1.6. realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar
____(h)____ insuficiente ou inidônea;
5.1.7. conceder benefício administrativo ou ____(i)____ sem a observância das formalidades legais
ou regulamentares aplicáveis à espécie;
5.1.8. frustrar a licitude de processo ____(j)____ ou de processo seletivo para celebração de
parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda
patrimonial ____(k)____;
5.1.9. ordenar ou permitir a realização de ____(l)____ não autorizadas em lei ou regulamento;
5.1.10. agir ilicitamente na ____(m)____ de tributo ou de renda, bem como no que diz respeito à
conservação do patrimônio público;
5.1.11. liberar verba pública sem a ____(n)____ observância das normas pertinentes ou influir de
qualquer forma para a sua aplicação irregular;
5.1.12. permitir, facilitar ou concorrer para que ____(o)____ se enriqueça ilicitamente;
5.1.13. permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, ____(p)____, equipamentos
ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
mencionadas no art. 1° da LIA, bem como o ____(q)____ de servidor público, empregados ou
terceiros contratados por essas entidades.
5.1.14. celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços
públicos por meio da ____(r)____ associada sem observar as formalidades previstas na lei;
5.1.15. celebrar contrato de rateio de ____(s)____ público sem suficiente e prévia dotação
orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.
5.1.16. facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de
pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela
administração pública a entidades privadas mediante celebração de ____(t)____, sem a observância
das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
5.1.17. permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas
ou valores ____(u)____ transferidos pela administração pública a entidade privada mediante
celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis
à espécie;
5.1.18. celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a ____(v)____ das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
5.1.19. agir para a configuração de ____(w)____ na celebração, na fiscalização e na análise das
prestações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;
5.1.20. liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas
sem a estrita observância das normas pertinentes ou ____(x)____ de qualquer forma para a sua
aplicação irregular.
5.1.21. conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou ____(y)____ contrário ao que dispõem
o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.
6. Complete as lacunas a seguir, a respeito dos atos de improbidade que atentam contra princípios
da administração pública (art. 11):
6.1. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração
pública a ação ou omissão ____(a)____ que viole os deveres de ____(b)____, de imparcialidade e
de legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas:
6.1.1. revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva
permanecer em ____(c)____, propiciando beneficiamento por informação privilegiada ou
colocando em risco a segurança da ____(d)____ e do Estado;
6.1.2. negar ____(e)____ aos atos oficiais, exceto em razão de sua ____(f)____ para a segurança da
sociedade e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em lei;
6.1.3. frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter ____(g)____ de concurso público, de
chamamento ou de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de benefício ____(h)____,
direto ou indireto, ou de terceiros;
6.1.4. deixar de prestar ____(i)____ quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das
condições para isso, com vistas a ____(j)____ irregularidades;
6.1.5. revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação
oficial, teor de medida ____(k)____ ou econômica capaz de afetar o ____(l)____ de mercadoria, bem
ou serviço;
6.1.6. descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de
____(m)____ firmadas pela administração pública com entidades privadas;
6.1.7. nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o
____(n)____ grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão
ou de ____(o)____ ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido
o ajuste mediante designações recíprocas;
6.1.8. praticar, no âmbito da administração pública e com ____(p)____ do erário, ato de
publicidade que contrarie o disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, de forma a
promover ____(q)____ enaltecimento do agente público e personalização de atos, de programas,
de obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos públicos.
7. É possível que um agente público pratique conduta caracterizada como ato de improbidade
administrativa e seja punido com detenção?
8. Sobre as sanções previstas na LIA, complete o quadro a seguir (art. 12, incisos I a III):
Multa (e) equivalente ao valor Multa (e) equivalente ao valor Multa (e) de até (h) vezes o
do (f) patrimonial do (g) . valor da (i) do agente
Proibição de (j) com Poder Proibição de (j) com Poder Proibição de (j) com Poder
Público ou de receber benefícios Público ou de receber benefícios Público ou de receber benefícios
ou incentivos fiscais ou (k) f ou incentivos fiscais ou (k) por ou incentivos fiscais ou (k) por
por até (l) anos até (m) anos até (n) anos
Observação importante: os arts. 1º, § 8º, 12, §§ 1º e 10, 17-B, § 3º e 21, § 4º estão
com eficácia suspensa em decorrência de decisão do STF proferida no âmbito da
ADI 7236.
1. Qual o objeto tutelado pelo sistema de responsabilização por atos de probidade administrativa?
2. Para a tipificação como um ato de improbidade administrativa considera, a conduta precisa ser
dolosa, culposa ou isso não é relevante?
A conduta necessariamente precisa ser dolosa, sendo considerado dolo, pela LIA, a vontade livre
e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 da Lei, não bastando a
voluntariedade do agente (art. 1º, § 2º).
O requisito do dolo talvez seja a principal mudança trazida pela Lei 14.230/2021, já que antes dela
a LIA previa o enquadramento de condutas culposas como ato de improbidade.
4. Complete as lacunas a seguir, a respeito dos atos de improbidade administrativa que importam
em enriquecimento ilícito (art. 9º):
4.1.1. receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
econômica, direta ou indireta, a título de ____(c)____, percentagem, gratificação ou presente de
quem tenha ____(d)____, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou
omissão decorrente das atribuições do agente público;
4.1.2. perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para ____(e)____ a aquisição, permuta ou
locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de ____(f)____ pelas entidades referidas no art.
1° por preço superior ao valor de mercado;
4.1.3. perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou
locação de bem ____(g)____ ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço ____(h)____
ao valor de mercado;
4.1.4. utilizar, em obra ou serviço ____(i)____, qualquer bem móvel, de propriedade ou à disposição
de qualquer das entidades referidas no art. 1º da LIA, bem como o ____(j)____ de servidores, de
empregados ou de terceiros contratados por essas entidades;
4.1.5. receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para ____(k)____ a
exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de
____(l)____ ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
4.1.6. receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração
falsa sobre qualquer dado ____(m)____ que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço ou
sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de ____(n)____ ou bens fornecidos a
qualquer das entidades referidas no art. 1º da LIA;
4.1.9. perceber vantagem econômica para ____(s)____ a liberação ou aplicação de verba pública
de qualquer natureza;
4.1.11. incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo ____(u)____ das entidades mencionadas no art. 1° da LIA;
4.1.12. usar, em ____(v)____ próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° da LIA.
(a) doloso (b) patrimonial (c) comissão (d) interesse (e) facilitar
(f) serviços (g) público (h) inferior (i) particular (j) trabalho
(k) tolerar (l) usura (m) técnico (n) mercadorias (o) desproporcional
(p) licitude (q) amparado (r) durante (s) intermediar (t) omitir
(u) patrimonial (v) proveito
5. Complete as lacunas a seguir, a respeito dos atos de improbidade administrativa que causam
lesão ao erário (art. 10):
5.1. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou
omissão dolosa, que enseje, efetiva e ____(a)____, perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º da LIA, e
notadamente:
5.1.1. facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida ____(b)____ ao patrimônio
particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, de rendas, de verbas ou de valores integrantes do
acervo patrimonial das entidades referidas no art. 1º da LIA;
5.1.2. permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada ____(c)____ bens, rendas,
verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º da LIA,
sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
5.1.3. doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente ____(d)____, ainda que de fins educativos
ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades
mencionadas no art. 1º da LIA, sem observância das formalidades legais e regulamentares
aplicáveis à espécie;
5.1.5. permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço ____(g)____
ao de mercado;
5.1.6. realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar
____(h)____ insuficiente ou inidônea;
5.1.7. conceder benefício administrativo ou ____(i)____ sem a observância das formalidades legais
ou regulamentares aplicáveis à espécie;
5.1.10. agir ilicitamente na ____(m)____ de tributo ou de renda, bem como no que diz respeito à
conservação do patrimônio público;
5.1.11. liberar verba pública sem a ____(n)____ observância das normas pertinentes ou influir de
qualquer forma para a sua aplicação irregular;
5.1.13. permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, ____(p)____, equipamentos
ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
mencionadas no art. 1° da LIA, bem como o ____(q)____ de servidor público, empregados ou
terceiros contratados por essas entidades.
5.1.14. celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços
públicos por meio da ____(r)____ associada sem observar as formalidades previstas na lei;
5.1.15. celebrar contrato de rateio de ____(s)____ público sem suficiente e prévia dotação
orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.
5.1.16. facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de
pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela
administração pública a entidades privadas mediante celebração de ____(t)____, sem a observância
das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
5.1.17. permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas
ou valores ____(u)____ transferidos pela administração pública a entidade privada mediante
celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis
à espécie;
5.1.18. celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a ____(v)____ das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
5.1.20. liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas
sem a estrita observância das normas pertinentes ou ____(x)____ de qualquer forma para a sua
aplicação irregular.
5.1.21. conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou ____(y)____ contrário ao que dispõem
o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.
(a) comprovadamente (b) incorporação (c) utilize (d) despersonalizado (e) facilitar
(f) serviço (g) superior (h) garantia (i) fiscal (j) licitatório
(k) efetiva (l) despesas (m) arrecadação (n) estrita (o) terceiro
(p) máquinas (q) trabalho (r) gestão (s) consórcio (t) parcerias
(u) públicos (v) observância (w) ilícito (x) influir (y)
tributário
6. Complete as lacunas a seguir, a respeito dos atos de improbidade que atentam contra princípios
da administração pública (art. 11):
6.1. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração
pública a ação ou omissão ____(a)____ que viole os deveres de ____(b)____, de imparcialidade e
de legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas:
6.1.1. revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva
permanecer em ____(c)____, propiciando beneficiamento por informação privilegiada ou
colocando em risco a segurança da ____(d)____ e do Estado;
6.1.2. negar ____(e)____ aos atos oficiais, exceto em razão de sua ____(f)____ para a segurança da
sociedade e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em lei;
6.1.4. deixar de prestar ____(i)____ quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das
condições para isso, com vistas a ____(j)____ irregularidades;
6.1.5. revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação
oficial, teor de medida ____(k)____ ou econômica capaz de afetar o ____(l)____ de mercadoria, bem
ou serviço;
6.1.7. nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o
____(n)____ grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão
ou de ____(o)____ ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido
o ajuste mediante designações recíprocas;
(a) dolosa (b) honestidade (c) segredo (d) sociedade (e) publicidade
(f) imprescindibilidade (g) concorrencial (h) próprio (i) contas (j) ocultar
(k) política (l) preço (m) parcerias (n) terceiro (o) confiança
(p) recursos (q) inequívoco
7. É possível que um agente público pratique conduta caracterizada como ato de improbidade
administrativa e seja punido com detenção?
Sim! Embora a LIA não traga sanções de natureza penal para os atos de improbidade
administrativa nela previstos, é possível que uma mesma conduta seja naquela Lei enquadrada
como ato de improbidade administrativa e também como crime em uma outra lei, de natureza
penal.
Cuidado! No caso narrado, a detenção, uma sanção de natureza penal, seria oriunda de outra lei,
não da LIA.
8. Sobre as sanções previstas na LIA, complete o quadro a seguir (art. 12, incisos I a III):
Multa (e) equivalente ao valor Multa (e) equivalente ao valor Multa (e) de até (h) vezes o
do (f) patrimonial do (g) . valor da (i) do agente
Proibição de (j) com Poder Proibição de (j) com Poder Proibição de (j) com Poder
Público ou de receber benefícios Público ou de receber benefícios Público ou de receber benefícios
ou incentivos fiscais ou (k) f ou incentivos fiscais ou (k) por ou incentivos fiscais ou (k) por
por até (l) anos até (m) anos até (n) anos
Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser formulado, em caráter
antecedente ou incidente, pedido de indisponibilidade de bens dos réus, a fim de
Art. 16, § 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens a que se refere
o caput deste artigo incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas
bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei
e dos tratados internacionais.
10. No âmbito da ação por improbidade administrativa, é possível que a autoridade administrativa
determine o afastamento do agente público do exercício do cargo, quando assim se fizer
necessário à instrução processual?
Não, essa medida só poderá ser adotada pela autoridade judicial, por até 90 dias, prorrogáveis
uma única vez por igual período, mediante decisão motivada (art. 20, §§1º e 2º da LIA):
11. Qual o legitimado para impetrar a ação de improbidade? Qual o foro competente para sua
impetração?
O Ministério Público (MP) possui iniciativa de propor a ação principal (judicial) – art. 17, caput.
Tal iniciativa, entretanto, não é exclusiva, segundo o entendimento do STF: há existência de
legitimidade ativa concorrente e disjuntiva entre o MP e as pessoas jurídicas interessadas para a
propositura da ação por ato de improbidade administrativa 1.
A ação deve ser proposta no foro do local onde ocorrer o dano ou da pessoa jurídica prejudicada
– juízo de primeiro grau, mesmo que o responsável seja detentor de foro por prerrogativa de
função, uma vez que inexiste foro por prerrogativa de função nas ações de improbidade
administrativa2 (art. 17, caput e § 4º):
1
STF – ADIs 7042 e 7043.
2
STF – Pet 3240.
Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que trata esta Lei será proposta pelo
Ministério Público e seguirá o procedimento comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de
março de 2015 (Código de Processo Civil), salvo o disposto nesta Lei. (...)
§ 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deverá ser proposta perante o foro
do local onde ocorrer o dano ou da pessoa jurídica prejudicada
12. Qual medida deve ser adotada pelo juiz ao reconhecer a inexistência do ato de improbidade?
Em que momento essa medida pode ser adotada?
O juiz deve julgar a demanda improcedente, podendo tal medida ser adotada em qualquer fase
do processo (art. 17, § 11 da LIA):
13. André efetuou representação por ato de improbidade administrativa contra Pedro, sabendo
que este era inocente. Considerando que nenhuma das pessoas mencionadas são consideradas
agentes públicos ou terceiros beneficiários pela LIA, é possível concluir que André cometeu crime
previsto na LIA?
Não, porque é necessário que o representado seja agente público ou terceiro beneficiário para
que restasse tipificado o crime previsto no art. 19 da LIA:
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público
ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Assim, é possível que André tenha cometido crime previsto no Código Penal ou em outra lei penal,
mas não o previsto na LIA.
14. Quais os possíveis resultados que devem ser advindos do acordo de não persecução civil para
que ele possa ser celebrado?
Ao menos os seguintes resultados (art. 17-B, incisos I e II, da LIA):
a) o integral ressarcimento;
b) a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida obtida, ainda que oriunda de agentes
privados.
15. Quais os requisitos para que ocorra a conversão da ação de improbidade administrativa em
ação civil pública?
A conversão pode ocorrer a qualquer momento, desde que identificada a existência de
ilegalidades ou irregularidades administrativas e não se façam presentes todos os requisitos para
imposição das sanções de improbidade aos agentes incluídos no polo passivo da demanda (art.
17, §16, da LIA):
16. A absolvição criminal impede o trâmite da ação de improbidade, caso ambas as ações
discutam os mesmos fatos?
Não basta que haja absolvição criminal, mas que tal absolvição seja confirmada por decisão
colegiada. Aí sim, referida absolvição criminal confirmada por decisão colegiada impede o trâmite
da ação de improbidade administrativa, caso ambas as ações discutam sobre os mesmos fatos (o
art. 21, § 4º, da LIA):
Art. 21, § 4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fatos, confirmada
por decisão colegiada, impede o trâmite da ação da qual trata esta Lei, havendo
comunicação com todos os fundamentos de absolvição previstos no art. 386 do
Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal).
Observação importante: os arts. 1º, § 8º, 12, §§ 1º e 10, 17-B, § 3º e 21, § 4º estão
com eficácia suspensa em decorrência de decisão do STF proferida no âmbito da
ADI 7236.
a) não respondem pelo ato de improbidade imputado à empresa XYZ, salvo se,
comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, caso em que responderão nos
limites da sua participação;
b) respondem pelo ato ímprobo imputado à XYZ, vez que a responsabilidade se transfere
automaticamente aos responsáveis pela empresa, independentemente de participação na
conduta tida como ímproba;
c) não respondem pelo ato de improbidade imputado à empresa XYZ, salvo se,
comprovadamente, houver participação e benefícios diretos ou indiretos, caso em que
responderão ilimitadamente, dada a gravidade que permeia a conduta ímproba;
d) não respondem pelo ato de improbidade imputado à XYZ, vez que tanto João e Maria,
quanto a empresa não são sujeitos ativos de atos de improbidade, sendo os efeitos e as sanções
da Lei no 8.429/1992 restritos a agentes públicos;
e) não respondem, em qualquer hipótese, pelo ato ímprobo imputado à empresa, vez que a
responsabilidade e consequências pelo cometimento do ato de improbidade estão restritos à
pessoa jurídica XYZ.
Em sua defesa, Josberto, proprietário da empresa, sustentou ser parte ilegítima, por ser
particular e não estar sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa. A tese de
Josberto está
a) incorreta, pois responde por todas as sanções previstas na Lei para os agentes públicos.
c) incorreta, pois responde às sanções previstas na Lei de Improbidade, de acordo com o que é
cabível aplicar aos particulares.
d) incorreta, pois responde por todas as sanções, exceto ressarcimento ao erário que deverá ser
pleiteado através de ação própria.
e) incorreta, pois responderá por uma única sanção prevista na Lei de Improbidade, qual seja, a
suspensão dos direitos políticos.
Além de deputados (estaduais e federais), também podem ser punidos por improbidade
administrativa
a) qualquer agente público, servidor ou não, desde que exerça atividade remunerada e de
caráter não transitório.
a) na hipótese de falecimento de Beatriz, seu sucessor não responderá por qualquer sanção,
tendo em vista a modalidade de ato ímprobo praticado.
e) Beatriz é parte ilegítima para figurar no polo passivo da ação de improbidade, por não figurar
no rol de agentes públicos sujeitos às sanções da Lei de Improbidade Administrativa.
a) as condutas não podem configurar ato de improbidade administrativa, eis que praticadas em
prejuízo de pessoa jurídica de direito privado.
b) somente as condutas dos empregados da sociedade de economia mista podem configurar ato
de improbidade administrativa, eis que tal lei não alcança aqueles que não possuam vínculo com
a Administração.
c) todas as condutas citadas podem configurar ato de improbidade administrativa, eis que tal lei
admite como sujeitos passivos agentes públicos e também particulares que se beneficiem do
ato.
d) apenas as condutas dos empregados da sociedade de economia mista poderão configurar ato
de improbidade administrativa, e desde que comprovado enriquecimento ilícito e prejuízo direto
à pessoa jurídica de direito público controladora.
cujos valores são desproporcionais à sua renda. Nos termos da Lei no 8.429/1992, dentre outros
requisitos legais, para que reste caracterizado o ato ímprobo, é necessária
a) lesão ao erário.
c) conduta culposa.
I. Receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato
de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado.
II. Receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a
exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de
usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem.
IV. Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao
de mercado.
De acordo com a Lei no 8.429/1992, constituem atos de improbidade administrativa que causam
lesão ao erário especificamente as condutas indicadas APENAS em
a) III, IV e V.
b) I, III e V.
c) IV e V.
d) I e II.
e) III e IV.
a) poderá responder apenas por infração disciplinar, não se admitindo imputação de ato de
improbidade, tendo em vista que não houve locupletamento ilícito por parte do servidor.
c) poderá responder por ato de improbidade, ainda que não tenha sido verificado
enriquecimento ilícito, sem prejuízo da possível imputação de infração disciplinar e criminal,
dada a independência de instâncias.
e) será responsabilizado nas esferas administrativa e civil, considerando que a tipificação das
modalidades de ato de improbidade não depende da comprovação de dolo por parte do
servidor.
b) não caracteriza ato ímprobo, vez que imprescindível o dolo para tanto.
d) não caracteriza ato ímprobo, vez que a conduta praticada, ainda que culposa, não se
enquadra em quaisquer das modalidades de ato ímprobo previstas em lei.
d) apenas aqueles que agiram com dolo e que obtiveram enriquecimento ilícito podem ser
apenados por improbidade administrativa.
e) nenhum dos apontados está sujeito às penas previstas na referida Lei, tendo em vista não se
tratar de entidade integrante da Administração pública direta ou indireta.
b) o juiz não poderia ter julgado o mérito nessa fase preliminar, pois a constatação de eventual
inexistência de ato ímprobo é própria de uma análise apurada, típica da fase de instrução da
demanda.
c) após a réplica do Ministério Público, o juiz proferirá decisão na qual indicará com precisão a
tipificação do ato de improbidade administrativa imputável ao réu, podendo modificar a
capitulação legal apresentada pelo autor caso não concorde com a capitulação apresentada.
b) Fernando praticou ato de improbidade que causa prejuízo ao Erário e as penas aplicáveis
alcançam também Carlos, no que couber.
15. (FCC/2015/TCE-SP) Pedro, servidor público estadual, revelou fato de que teve ciência em
razão das suas atribuições e que devia permanecer em segredo. Em razão disso, foi processado
e condenado por improbidade administrativa. Nos termos da Lei nº 8.429/92, uma das sanções a
que Pedro está sujeito corresponde à
e) perda da função pública que, nesse caso, é transitória e ocorrerá pelo prazo máximo de dez
anos.
17. (FCC/2016/TRT 20ª/AJAA) Fernando, Diretor de uma autarquia federal, deixou de promover
concurso público para a contratação de servidores, fundamentando a contratação direta de dois
servidores em uma situação emergencial, que, posteriormente, descobriu-se inexistir. Embora a
conduta de Fernando não tenha causado prejuízo ao erário, o Ministério Público Federal ajuizou
ação de improbidade administrativa contra Fernando, pleiteando sua condenação por ato
ímprobo que atenta contra os princípios da Administração pública. Nos termos da Lei nº
8.429/1992, a imputação feita pelo Ministério Público quanto à conduta praticada por Fernando
a) não está correta, tendo em vista a ilegitimidade de Fernando para figurar no polo passivo
ação de improbidade.
b) não está correta, pois há previsão específica de tal conduta como caracterizadora de outra
modalidade de ato ímprobo.
c) está correta, restando caracterizado o ato ímprobo narrado no enunciado, tanto se a conduta
for dolosa quanto culposa.
e) não está correta, pois para caracterizar o ato ímprobo descrito pelo Ministério Público, exige-
se prejuízo ao erário.
18. (FCC/2022/TRT - 17ª Região (ES)/Analista Judiciário - Área Judiciária) Prática de ato de
improbidade administrativa que atente contra os princípios da administração pública cuja ação
ou omissão dolosa viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade,
independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e das sanções
penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica,
sujeitará o responsável ao pagamento de multa civil de até ....I... vezes o valor da remuneração
percebida pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios
ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a ....II.... anos.
a) 12 − 6;
b) 24 − 4;
c) 10 − 8;
d) 5 − 2;
e) 15 − 5;
a) permite ou facilita a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao
de mercado;
c) deixa de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das condições
para isso, com vistas a ocultar irregularidades;
a) é imprescritível.
d) está prescrita.
22. (FCC/2022/TRT - 14ª Região (RO e AC)/Técnico Judiciário - Área Administrativa) Considere
os seguintes itens.
III. Pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal
que confirma sentença condenatória ou que reforma sentença de improcedência.
IV. Pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal de Justiça que confirma acórdão
condenatório ou que reforma acórdão de improcedência.
V. Pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal Federal que confirma acórdão
condenatório ou que reforma acórdão de improcedência.
A ação para a aplicação das sanções previstas na Lei nº 14.230/2021, que dispõe sobre
improbidade administrativa, prescreve em oito anos. Esse prazo da prescrição interrompe-se na
ocorrência do contido em
a) I, II e III, apenas;
b) IV e V, apenas;
c) I, II, III, IV e V;
d) I, IV e V, apenas;
e) II e III, apenas.
23. (FCC/2022/TRT - 14ª Região (RO e AC)/Analista Judiciário - Área Judiciária) O Ministério
Público do Estado de Rondônia pretende ajuizar ação de improbidade administrativa contra dois
agentes públicos e, para tanto, deve ater-se ao prazo prescricional pertinente. Nos termos da
Lei nº 8.429/1992 com redação dada pela Lei nº 14.230/2021, a ação para a aplicação das
sanções previstas na Lei de Improbidade prescreve em
a) cinco anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do
dia em que cessou a permanência;
b) cinco anos, contados a partir do término do exercício de mandato, cargo em comissão ou
função de confiança;
c) quatro anos, contados a partir da ciência inequívoca do fato pelo legitimado ativo para a
demanda, ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência;
d) oito anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do
dia em que cessou a permanência;
e) oito anos, contados a partir do término do exercício de mandato, cargo em comissão ou
função de confiança.
Gabarito
1. A 2. C 3. E
4. D 11. B 18. B
5. C 12. C 19. E
6. B 13. A 20. E
7. C 14. B 21. D
8. C 15. C 22. C
9. A 16. A 23. D
10. C 17. D
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para
concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.