EXERCÍCIO DE SOCIOLOGIA – 3º BIM

MARX: CONCEITOS E TEORIAS

Valor: 1,0 ponto para a prova do 3º BIM

1. O que podemos entender por ‘socialismo utópico’ e que tipo de crítica é feita a esse
modelo de socialismo, por Marx e Engels?

RESPOSTA: Socialismo utópico é uma espécie de “teorias imaginárias”, surgidas na

Europa dos séculos XVIII e XIX, como primeiras tentativas de resposta aos problemas
sociais do velho continente, consequentes das mudanças sociais impostas pela
revolução industrial; problemas como a exploração dos trabalhadores, a urbanização
sem planejamento, aumento da pobreza, causando diferenças sociais consistentes,
entre outros. Diante disso, apesar da admiração que Marx e Engels tinham por esses
pensadores utópicos, pela bondade em seus corações, não lhes pouparam críticas,
afirmando que essas teorias não passavam de utopias que dificilmente seriam
colocadas em prática, já que a grande causa de todos os problemas sociais que vinham
surgindo – o que não estava sendo questionado de forma crítica por aqueles
pensadores – era o modo de produção econômico capitalista, principal responsável
pelos grandes desajustes sociais e humanos.

"De nada valem as ideias sem homens que possam pô-las em prática." [Karl Marx]

2. O que Marx entende por ‘modo de produção’?

RESPOSTA: De acordo com Marx, ‘modo de produção’ é a maneira pela qual uma
sociedade se organiza economicamente, para produzir os seus bens materiais e
culturais necessários à sua existência, incluindo tanto as forças produtivas quanto as
relações de produção, sendo que os objetivos dessas forças e relações são
característicos a cada modo de produção específico. Para o economista e filósofo
alemão, o mundo material e os conflitos de interesses de classes, específicas de cada
modo de produção, permitem a superação de um modo de produção por outro, na
possível escala evolutiva das sociedades humanas.

3. Como podemos definir os conceitos de modo de produção capitalista e modo de

produção socialista, sob a perspectiva marxista?
RESPOSTA: MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA – Sistema econômico, social, cultural e
político caracterizado pela propriedade privada dos meios de produção, cujos fins são
a lucratividade e acumulação de capital, através do trabalho assalariado. Nesse tipo de
organização social, as atividades de produção e distribuição – obedecendo aos
princípios da propriedade privada, da competição e do lucro – conduzem a uma
polarização da sociedade em duas classes antagônicas, porém vinculadas pelo
mecanismo de mercado: a dos possuidores dos meios de produção e a dos
trabalhadores industriais e rurais. Nesse caso, os possuidores dos meios de produção
não teriam nenhuma finalidade social ou cultural para o que se produz, mas a
obtenção do lucro e acumulação de capital.
MODO DE PRODUÇÃO SOCIALISTA – Sistema econômico, social, cultural e político
caracterizado pela propriedade coletiva dos meios de produção e da administração
desses meios pelo Estado. Nesse caso, o Estado assume também as responsabilidades
 sociais inerentes àquela sociedade. Assim, o modo de produção socialista se
fundamentaria na coletivização dos meios de produção: haveria poucas empresas
privadas ou elas não existiriam; os meios de produção seriam públicos e satisfariam
completamente as necessidades materiais da sociedade, como educação, saúde,
cultura, emprego e habitação, por exemplo. A economia seria planificada e voltada
para as necessidades básicas da sociedade, e não para o lucro das empresas ou de
algumas pessoas.

4. Apresente um exemplo – extraindo-o do seu livro didático - de ‘socialismo real’ posto

em prática em algum momento da nossa história social e política da humanidade.
RESPOSTA: A Revolução Russa de 1917 foi o modelo clássico de revolução, que
transformou um modo de produção capitalista em socialista. Ao desmantelar o
sistema capitalista e burguês, criou o primeiro Estado socialista da História. No
processo revolucionário, suprimiu-se a propriedade privada dos meios de produção,
uma reforma agrária importante foi realizada e nacionalizaram-se fábricas e bancos,
entre outras instituições. Esta revolução tem, para o século XX, a mesma importância
que a Revolução Francesa teve para o século XVIII, pois modificou a História ao pôr em
prática o Estado socialista há muito proposto por filósofos. Criou moda, exportou
cultura, gerou debates, provocou guerras, cisões, alianças e, finalmente, alterou
definitivamente a geopolítica mundial ao dividir o globo em facções entre 1945 e
1989: o bloco socialista e o bloco capitalista.

5. O que podemos entender por materialismo histórico e materialismo dialético?

RESPOSTA: Marx procurou compreender a história real dos seres humanos em
sociedade a partir das condições materiais nas quais eles vivem, em contraposição à
perspectiva idealista do filósofo Hegel (de quem era discípulo), que concebia a
realidade histórica como sendo determinada por uma razão absoluta. Essa visão
marxista da história foi chamada de materialismo histórico. Marx também entende o
desenvolvimento histórico-social como decorrente das transformações ocorridas no
modo de produção. Ou seja, a dialética em Marx permite compreender a história em
seu movimento, em que cada etapa é vista não como algo estático e definitivo, mas
como algo transitório, que pode ser transformado pela ação consciente (racional,
científico) do homem. De acordo com Marx, a história é feita pelos seres humanos,
que interferem no processo histórico e podem, dessa forma, transformar a realidade
social, sobretudo se alterarem seu modo de produção. A isso, Marx chamou de
materialismo dialético.

6. Marx entendia ser a ‘mais-valia’ a essência do capitalismo. O que vem a ser esse
conceito?
RESPOSTA: No sistema capitalista, ao submeter a sua força de trabalho a um meio
privado de produção, o trabalhador recebe um salário. Ao ser contratado, ele vende,
por exemplo, oito horas do seu dia a determinado empresário. Dessa jornada, em
quatro ou cinco horas diárias o contratado produz o correspondente ao seu salário e
aos demais custos da empresa, alcançando a meta de produção pretendida; as horas
restantes são apropriadas pelo capitalista e representam um valor excedente. Tal
valor, para Marx, corresponde à mais-valia, que constitui o “lucro” do sistema e
aumenta progressivamente o capital patrimonial do empresário. Ou seja, a força de
trabalho cria um valor superior – o lucro – do qual o capitalista se apropria.
7. O motor da história das sociedades humanas sempre foi a luta de classes, segundo a
teoria marxista. De que forma esse paradoxo sociológico promoveria a passagem do
modo de produção capitalista ao modo de produção socialista, de acordo com essa
teoria?
RESPOSTA: Para Marx, as contradições de interesses de classes as levariam a tensões e
conflitos sociais que seriam superados à medida em que a classe trabalhadora
adquirisse uma consciência racional das suas condições, de maneira a promover (ela
mesma, e de forma materialista) a superação dessas contradições. Assim, da luta entre
as classes fundamentais do sistema capitalista surgiria a sociedade socialista. Nela a
classe explorada pela burguesia, tomaria o poder político e econômico e converteria
em propriedade coletiva os meios de produção, antes pertencentes à burguesia. Nesse
contexto, desapareceria a separação entre os proprietários do capital e os
proprietários da força de trabalho. Porém, ainda existiriam diferenças entre os
diversos tipos de trabalho, mantendo-se ainda o Estado como instituição. Todavia,
haveria poucas empresas privadas ou elas não existiriam: os meios de produção
seriam públicos e satisfariam completamente as necessidades materiais da sociedade,
como o lazer, a cultura, o emprego, a habitação e a saúde.

8. Faça uma pesquisa na internet ou qualquer outra fonte bibliográfica sobre o conceito
de ideologia em Marx, relatando aqui o seu entendimento sobre ele, com alguns
exemplos que trazem alguma ‘carga ideológica’ sob essa perspectiva.
RESPOSTA: Ideologia no pensamento Marxista (materialismo dialético) é um conjunto
elaborado de “valores” e “verdades” na sociedade burguesa, com a finalidade de fazer
aparentar os interesses da classe dominante com o interesse coletivo, fazendo com
que a classe que é explorada economicamente abrace esses interesses como se
fossem seus, construindo assim, uma hegemonia daquela classe. Através da ideologia,
são construídos (produzidos) imaginários e lógicas de identificação social cuja função
seria escamotear o conflito (entre as classes sociais), dissimular a dominação e ocultar
a presença do interesse de dominação de uma classe sobre a outra, dando-lhe a
aparência de um interesse coletivo.

Exemplo: 'Todos são iguais perante a lei' (verdade, numa sociedade burguesa) sugere
que todos são iguais no sentido de terem oportunidades iguais (o que é falso, devido à
propriedade privada dos meios de produção).

Detalhe: a ser feito imprescindivelmente em dupla.

Boa reflexão e bom trabalho.

Prof. Laércio