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Sobre o
Reação e Desenvolvimento

Existe uma música popular que, por trás de sua letra, carrega um tipo de fi-
losofia muito prejudicial para todos que a ouvem e não a discernem. A letra diz o
seguinte: “deixa a vida me levar, vida leva eu”. E qual o problema dessa letra? Você
deve perguntar. O problema é que se você deixar a vida te levar, ela te levará para
o fundo do poço!
O mundo sempre irá conspirar para o seu fracasso. Você desperdiçará tudo que
tem, tudo que é, e tudo que pode ter e ser, se deixar a vida te levar. Só existe uma
maneira de reverter isso, e é justamente assumindo o controle da sua existência.
Focando no crescimento, retirando as distrações, sabendo dizer não para tudo
que é necessário dizer não, e correr para a realização pessoal. Fazer seu próprio
destino!
Entretanto para isso é preciso conhcimento, trabalho duro e dedicação, renun-
ciar prazeres momentâneos para desfrutar de uma vida plena permanentemente!
esse é o preço de quem quer escrever seu próprio destino.
Foi pensando nisso que criamos o Reação e Desenvolvimento. Somos uma
iniciativa que tem como objetivo ajudar pessoas a crescerem pessoal, profissional
e espiritualmente. Acreditamos que você pode alcançar melhores e maiores resul-
tados em sua vida.
Queremos ampliar sua visão e te fazer acreditar que a vida é o maior presente
de Deus. Sua obrigação é saber viver, nossa missão é te ajudar a conseguir isso!
Quem quer deixar a vida levar, desfruta de prazeres apenas momentâneos,
mas quem decide levar a própria vida, experimentar a plenitude de uma vida em
abundância.
Qual é a sua escolha?

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AS TRÊS COLUNAS

1º Deus:

Nossa fonte de inspiração e sustentação. Dele, por Ele e
para Ele são todas as coisas.

2º Altruísmo:

Tudo que fazemos é principalmente com o interesse em
ajudar pessoas.

3º Excelência:

Fazemos sempre da melhor maneira com o melhor que
temos.

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Índice

Introdução...
Capitulo 1
O privilégio de viver.
Capitulo 2
O sofrimento é inevitável.
Capitulo 3
Não está doendo o bastante?
Capitulo 4
Mentalidade de gafanhoto.
Capitulo 5
Você pode ser melhor.
Referências.

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INTRODUÇÃO

E sse é um livro pequeno que escrevi intencionalmente para respeitar o seu tem-
po. Não sei se com você acontece do mesmo jeito, mas quando vejo um livro
pequeno geralmente o desprezo. Começo a pensar que se tem poucas páginas
é porque certamente quem o escreveu não tinha muita coisa a dizer, e quem não tem
muito a dizer, não precisa ser muito ouvido. Quando pensava em escrever livros eu
sempre desejei escrever livros grandes, os famosos “calhamaços”, os leitores assíduos
conhecem essa expressão. Eu li muitos calhamaços e amo lê-los, na minha estante te-
nho alguns, mas minha mentalidade mudou quanto aos livros pequenos durante um
episódio de Peaky Blinders. Para quem não conhece é uma série de televisão britânica,
baseada nas façanhas de uma gangue chamada de Peaky Blinders, localizada em Bir-
mingham, na Inglaterra, durante as consequências da Primeira Guerra Mundial. Está
disponível na Netflix, e eu indico! Thomas Shelby, a mente por trás da gangue, é cha-
mado para uma conversa com sua tia Polly. Chegando na reunião, a primeira coisa que
ele diz é: “Eu tenho dois minutos!”
Não que ele não gostasse de sua tia Polly, mas realmente ele era muito ocupado.
Foi então que comecei a refletir acerca dos livros. Existem livros que queremos muito
ler, mas temos tantas ocupações que sempre vamos adiando a leitura. Por isso que re-
solvi escrever esse livro pequeno: para respeitar seu tempo. Talvez você tenha apenas
alguns minutos.
Aqui vou falar sobre a vida, o desafio de viver e a possibilidade de superar seus
desafios, com uma linguagem que permite um diálogo entre filosofia, mitologia e al-
gumas sutis ferramentas do desenvolvimento pessoal. Se isso interessa a você, então te
convido a ler as próximas páginas.
Grande abraço!

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CAPÍTULO UM

O
PRIVILÉGIO
DE
VIVER

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A VIDA É UM PRESENTE
“A vida é um grande teatro com as cortinas, provisoriamente, abertas para um novo ato, tipo
uma peça bizarra que não nos permite ensaio. Por isso cante, chore, dance e viva intensamente
antes que, de repente, sua cortina se feche para sempre!”
Charles Chaplin

Q uero te fazer duas perguntas importantes, para começar a nossa


jornada reflexiva: 1- você já foi a um velório? 2- Você já visitou
uma criança recém-nascida? Muito provavelmente você responde-
rá sim para as duas perguntas, ou, no mínimo, para uma delas, mas o fato
é, que, nesses dois acontecimentos, uma coisa está em questão: a vida! Para
uns, a vida termina, para outros, ela começa. Quando eu perdi o meu avô,
senti uma dor muito profunda na alma, fui ao seu velório e o vi no caixão,
não era ele, era apenas um corpo sem vida de alguém que eu muito amava.
Quantas pessoas não morrem por dia? E saber que você ainda está aqui,
respirando, é mais do que suficiente para ser grato a Deus, pois isso é um
privilégio. Existem alguns, entretanto, que não se dão conta disso, e vivem
de forma dissoluta. Para esses, a bíblia dá um conselho importante: “É me-
lhor ir a uma casa onde há luto do que a uma casa em festa, pois a morte é
o destino de todos; os vivos devem levar isso a sério! ”
(ECLESIASTES, 7:2).
A orientação bíblica é justamente ir a um velório, isso porque existe
uma ação pedagógica por trás: saber que sua morte é certa te faz ser mais
prudente na vida. Entretanto, saindo um pouco desse assunto de morte e
partindo para a beleza do nascimento, existe algo interessante para con-
versarmos. Quando meu sobrinho nasceu, fui visitá-lo, e que sensação boa
senti naquele dia. É verdadeiro aquele ditado que diz que a criança é a ale-
gria de uma casa. Eu lembro de olhar para ele e não conseguir parar mais de
admirá-lo. O nome que meu irmão deu a ele foi de Israel, significa “aquele
que lutou com Deus e com os homens e venceu”. Esse nome faz todo senti-
do, não só para eles, mas para todos nós que conseguimos nascer, sabe por
quê? Segundo pesquisas, apenas um em cada 40 milhões de espermatozoi-
des consegue fecundar o óvulo na criação de um novo ser humano.

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Ou seja, existiam milhões de chances de você não ter nascido, mas aqui está
você, você é um campeão e nem se deu conta disso ainda.
Outro dia li o livro “Você é insubstituível” do Dr. Augusto Cury, achei inte-
ressante o que ele falou sobre isso. Quero que você leia, creio que irá perce-
ber o presente que você tem nas mãos:

“Um dia você foi inscrito para participar do maior concur-


so do mundo, da maior corrida de todos os tempos. Acredite,
você estava lá! Eram mais de quarenta milhões de concorrentes.
Pense nesse número. Todos tinham potencial para vencer e só
um venceria. Será que você era mais um número na multidão
ou tinha algo especial?
Analise quais seriam as suas chances. Zero, zero, zero, zero,
zero, zero, zero, zero, quatro (0,000.000.04). Você nunca foi tão
próximo de zero. Suas chances eram quase inexistentes. Tinha
tudo para ser mais um derrotado, tinha todos os motivos para
ser um grande perdedor. Qualquer um acharia loucura partici-
par dessa corrida. Mas você participou e ainda achava que iria
vencer. Talvez fosse melhor desistir e se conformar com a der-
rota. Mas você era o ser mais teimoso do mundo, sua garra era
incrível. Por isso jamais admitiu recuar. A palavra desistir não
fazia parte do seu dicionário genético. Por quê? Porque, se per-
desse essa corrida, perderia o maior prêmio da História. Qual?
A VIDA
Que disputa era essa? A disputa do espermatozoide para
fecundar o óvulo. A corrida pelo direito de formar uma vida.
Talvez você nunca tenha imaginado, mas já participou da mais
excitante e perigosa aventura da existência. Seria mil vezes mais
fácil vencer as eleições para presidente de seu país. É incrível,
mas você venceu! Como você conseguiu? Somente alguém com
uma força descomunal como a sua poderia vencer uma corrida
com milhões de concorrentes pisoteando-o, pressionando-o,
ultrapassando-o.
Contudo, hoje, os tempos mudaram. Se alguém pisa no seu
pé, você perde a paciência.

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Se alguém o pressiona ou te faz uma crítica, você se estres-
sa e se desespera. E se alguns concorrentes estão à sua frente,
você desanima e tem insônia. Volte a suas origens! Naquela
época nada o abalava. Quem o controlava era o sonho de estar
vivo, não os seus problemas ou seus concorrentes. Você foi um
grande sonhador. Sonhou sem ter capacidade de sonhar. So-
nhou, através do seu programa genético, com o espetáculo da
vida. O que você pensou na grande corrida? Nada! Você ainda
não pensava. O passo mais importante da vida foi dado na au-
sência das ideias. Você agiu antes de pensar. Entretanto, hoje
você deve pensar antes de agir. Quem age sem pensar atira sem
pontaria.
Sem sonhos, a vida não tem brilho. Sem metas, os sonhos não
têm alicerces. Sem prioridades, os sonhos não se tornam reais.
Sonhe, trace metas, estabeleça prioridades e corra riscos para
executar seus sonhos. Melhor é errar por tentar do que errar
por se omitir! Não tenha medo dos tropeços da jornada. Não se
esqueça de que você, ainda que incompleto, foi o maior aventu-
reiro da História.”(CURY, 2006, p. 27-35).

Uma das coisas lindas que esse texto me mostra é o valor da vida. Meu amigo, você
não sabe o quanto viver é um privilégio! E deixe-me esclarecer ainda mais esse assunto
para você, uma coisa que o Cury não menciona em seu livro, mas que é fundamental
mencionar. Sabe o que a bíblia diz a respeito do seu nascimento? Vamos analisar através
das palavras do salmista:

Eu te louvo (Deus) porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas!
Digo isso com convicção. Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em secreto fui for-
mado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu embrião; todos os
dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir. (SALMOS,
139: 14-16)

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Sabe por que você conseguiu nascer? Porque Deus escolheu você! Ele escrevia so-
bre você, antes mesmo de você chegar no mundo, ele te deu a força necessária para
conseguir romper os obstáculos da fecundação. A vida é um presente dado pelo próprio
Deus! O que você tem feito com esse presente? Como retribui toda a dádiva de viver?
É impossível falar sobre isso e não vir de imediato um filme à minha mente. Tenho
duas grandes paixões que a princípio parecem antagônicas: livros e filmes. Gosto de ler
livros e gosto de ver filmes dos livros que li. Tenho uma lista de 10 filmes que marcaram
a minha vida, e um deles é “O resgate do soldado Ryan” um filme estrelado por Tom
Hanks em 1998. A lição que esse filme passa é incrivelmente relevante para o nosso as-
sunto.
O filme é, mais ou menos, assim: ao desembarcar na Normandia, no dia 6 de junho
de 1944, segunda guerra mundial, o capitão Miller (Tom Hanks) recebe a missão de co-
mandar um grupo do segundo batalhão para o resgate do soldado James Ryan, caçula de
quatro irmãos, dentre os quais três morreram em combate. Por ordens do chefe George
C. Marshall, eles precisam procurar o soldado e garantir o seu retorno, com vida, para
casa. Eles conseguem encontrar o soldado, mas garantir a vida dele se torna uma tarefa
difícil, haja vista que estavam no meio de uma zona muito perigosa da guerra. No cum-
primento dessa missão alguns morrem num confronto direto com as tropas inimigas
para que o Soldado Ryan escapasse com vida (preciso alertar aos que ainda não viram o
filme que vou ter que dá um spoiler violento agora). O Capitão Miller é ferido, e, antes
de morrer, olhando para Ryan ele diz uma frase que valeu a pena todo o filme: “faça va-
ler a pena!” O capitão tinha dado a vida por ele, e tudo o que pede agora é a garantia de
que aquele não iria ser um sacrifício em vão. Sempre quando penso na vida que tenho,
e de tudo que aconteceu para que eu chegasse onde estou, de imediato vem essa frase a
minha mente: faça valer a pena, Amizaday!
E por que será que devemos fazer valer a pena a vida que temos? Ora, por um úni-
co objetivo: se temos vida, temos por causa de um propósito! Nada acontece por acaso,
seu nascimento não foi um acidente, não esqueça disso!
Infelizmente, o fato é que muitos ainda não descobriram o seu propósito de vida,
alguns acham até que não tem. Este fato despertou a minha curiosidade pelo assunto
e me fez pesquisar mais a respeito. Estudando sobre isso, descobri viktor Frankl, um
psiquiatra judeu e austríaco, fundador da escola de logoterapia, que explora o sentido
existencial do indivíduo. Viktor foi, com certeza, um dos homens mais importantes da
terra no que diz respeito à busca pelo sentido da vida. Nasceu em Viena, Áustria, em
1905.

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Formou-se médico psiquiatra em 1930, três anos depois se tornou o chefe do hospital
psiquiatra em Viena. Tudo estava indo muito bem, até que em setembro de 1942, no
período da segunda guerra mundial, por ele ser de origem judia, é levado pelos nazistas
junto com sua esposa que estava grávida e os seus pais, para o campo de concentração
em theresienstadt, noroeste da Boêmia, e é aí que começa todo um drama que fez com
que Viktor escrevesse um dos livros mais fascinantes do mundo: “Em busca de sentido”.
Nesse livro ele conta um pouco sobre como foram esses momentos que passou no cam-
po de concentração e no que ele pôde aprender enquanto estava lá. Muitos não supor-
tavam a tortura e acabavam tirando a própria vida. Outros não chegavam a esse extre-
mo, contudo, eram como se também estivessem mortos, entregando-se totalmente ao
desespero e sem nenhuma esperança, tão pouco, vontade de continuar vivo, mas todos
os prisioneiros que tinham a noção de que a vida valia a pena, continuavam querendo
viver. Vicktor começou a entender que para manter a lucidez e a esperança, tinha que
haver senso de propósito. Pois aquilo pelo qual te faz querer estar vivo é justamente no
que você precisa se agarrar.
Não obstante, temos que entender um pouco melhor essa questão. Durante um tempo
eu pensava que era só encontrar um sentido para a minha vida que tudo já estava re-
solvido, e não é bem assim que funciona. Nós não temos essa habilidade de dá sentido
à nossa vida. Demorei muito para entender que a questão não é dá sentido à vida, mas
sim, encontrar qual é o sentido dela, pois se temos uma vida, temos por causa de um
propósito. O mais sensato a fazer é descobrir que propósito é esse. Aceite o desafio de
responder essa tão revolucionária pergunta: “por que você está onde está?”
Uma das passagens bíblicas mais claras que considero para, tão expressivamente,
colaborar com esse entendimento, está registrado no livro do profeta Jeremias. No pri-
meiro capítulo Deus vai ao, até então, jovem Jeremias e fala algo muito esclarecedor:

Assim veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Antes que te formasse no ventre te conheci, e
antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta. (JEREMIAS, 1: 4-5).

Gosto desse versículo, pois me faz compreender muito bem o fato de que estamos vivos
por causa de um sentido que é anterior a nós. Deus diz ao profeta que estando ele ainda
no ventre de sua mãe, já havia uma razão em sua vida. Consegue entender o quanto você
é um privilegiado? Você está vivo! Meu amigo, existe uma missão a cumprir, viva esse
privilégio, cumpra essa missão, e faça valer a pena!

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UM SOFRIMENTO
QUE VALE A PENA
“O sofrimento, entretanto, é necessário para a formação do homem; todo homem de boa com-
pleição deve trilhar esse caminho: Essas dores podem ser bastante penosas: mas sem dores não
é possível tornar-se guia e educador da humanidade; e coitado daquele que quisesse sê-lo e não
tivesse essa pura consciência!”
Friedrich Nietzsche

U ma coisa que sempre me intrigou é que quando ao nascer, se a criança não


chorar, certamente tem alguma coisa errada com ela. Nesse momento é nor-
mal o médico dá uma palmada de leve na intenção de fazê-la chorar. O que
me intriga é justamente isso, o choro revela que tudo está bem com a criança. Acho que
isso é um tipo de prenúncio que aquela criança está tendo da sua vida: assim como ela
chorou ao nascer, ela vai chorar muitas outras vezes no decorrer dos anos. Na medida
que vamos crescendo, vamos passando por muitos tipos de sofrimento. Na infância te-
mos que sofrer por nem sempre termos o que queremos. A palavra “não” começa a fazer
parte da vida da criança. Não pode ir brincar na rua até tarde, não pode comer doces
demais, não pode tomar sorvete na hora do almoço, não pode deixar de comer legumes
(qual criança gosta de comer legumes?), não pode ouvir a conversa dos adultos, e vamos
combinar que privar a criança de saber qual o assunto que os pais tanto conversam com
os seus outros amigos adultos, é, na perspectiva da criança, uma tremenda injustiça!
Até aí ainda é moleza, mas quando entramos na adolescência a coisa começa a fi-
car mais complicada. O garoto começa a gostar de uma menina que não corresponde ao
sentimento dele, a garota começa a querer certos tipos de celulares e roupas que são ca-
ras demais para seus pais comprarem, ele começa a sentir vergonha da casa onde mora
porque julga que seus amigos moram em casas melhores, ela se acha gorda e deseja ter
o mesmo corpo das atrizes que passam na TV, enfim... as emoções começam a aflorar
e com isso, massacra de forma mais severa, mostrando que viver não é assim tão fácil.
Sempre gostei da frase que um célebre comediante diz no programa A praça é Nossa:
“viver é bom, mas dá um trabalho...” Ele tem razão!
Na juventude, já conseguimos entender um pouco mais o mundo a nossa volta e,
exatamente por isso, sofremos ainda mais.

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A vida começa a exigir muitas coisas, tais como: independência, emprego, carro, casa,
dinheiro, e a maioria dessas coisas parece que nunca chega em nossas mãos. Nessa fase
o sofrimento começa a se fazer mais presente, e muitos, não enxergando mais nada de
bom na existência, se entregam totalmente a dor e ao desânimo.
O que devemos entender é que assim como nas flores existem espinhos, igualmen-
te na vida há o sofrimento. É tolice você querer negar a dor, ou achar que ela nunca pode
chegar. Gosto muito do livro de Eclesiastes, pois nele encontramos pérolas preciosíssi-
mas para a vida, veja o que o sábio fala no capítulo 12:1: “Lembre-se do seu Criador nos
dias da sua juventude, antes que venham os dias difíceis e antes que se aproximem os
anos em que você dirá: Não tenho satisfação neles.”
“Antes que venham os dias difíceis”, a bíblia já nos alerta sobre a existência dos dias
maus. Eu não sei se você já enfrentou os dias difíceis, se ainda não, aguarde-os, porque
certamente eles virão. Se é uma coisa que devemos ter em mente é que a dor vem para
todos.
Para ilustrar melhor o nosso assunto, permita-me viajar um pouco para o mun-
do das mitologias, afim de que possamos refletir sobre algumas coisas interessantes e
relevantes para todos os que querem entender mais sobre a vida e a dor de viver. Você
conhece a Odisseia? É, ao lado de Ilíada, um dos principais poemas épicos da Grécia
Antiga e que foram atribuídos a Homero. Trata-se de um poema fundamental no câ-
none ocidental e é a segunda obra da literatura ocidental (Ilíada é a primeira). Narra as
aventuras de Ulisses durante 10 anos tentando retornar ao lar.
Certamente você deve conhecer essa história, Gregos e troianos entraram em guer-
ra por causa do rapto da princesa Helena (esposa do rei Menelau), por Páris (filho do
rei Príamo de Troia). Isto ocorreu quando o príncipe troiano foi à Esparta, em missão
diplomática, e acabou apaixonando-se por Helena. O rapto deixou Menelau enfurecido,
fazendo com que este organizasse um poderoso exército. O rei Agamenon foi designado
para comandar o ataque aos troianos. Usando o mar Egeu como rota, mais de mil navios
foram enviados para Troia.
O cerco grego à Troia durou aproximadamente 10 anos. Inúmeros soldados foram
mortos, entre eles os heróis gregos Heitor, e Aquiles (morto depois de ter sido atingido
no calcanhar, o seu ponto fraco). A guerra terminou após a execução do grande plano
do guerreiro grego Ulisses. Sua ideia foi presentear os troianos com um grande cavalo
de madeira. Disseram aos inimigos que estavam desistindo da guerra e que o cavalo era
um presente de paz. Os troianos aceitaram e deixaram o enorme presente ser conduzido
para dentro de seus muros protetores.

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Após uma noite de muita comemoração, os troianos foram dormir exaustos. Neste
momento, as portas que existiam no cavalo de madeira abriram-se e dele saíram cente-
nas de soldados gregos. Estes soldados abriram as portas da cidade para que os gregos
entrassem e atacassem a cidade de Troia até sua destruição.
É aqui que Ulisses se torna o personagem principal da história, pois foi dele o
plano brilhante que deu um fim vitorioso aos gregos. O herói era o rei da ilha de Ítaca,
e tinha deixado sua esposa Penélope comandando tudo enquanto ele estava na guerra,
e como já havia se passado dez anos, todos começaram a acreditar que Ulisses estava
morto, foi então que muitos homens começaram a pensar em casar com Penélope, e se
tornar o novo rei da ilha. Ulisses tinha que voltar o mais rápido possível, pois a situação
estava complicada para ele. Entretanto o nosso herói comete um erro terrível, ele em um
combate furou o olho do ciclope Polifemo, os ciclopes tinham apenas um olho, mas o
maior problema é que Polifemo era filho de Poseidon, o deus dos mares e um dos mais
poderosos deuses do olimpo. Ele não ficou nenhum pouco satisfeito com a morte de
seu filho, e resolveu atrasar o retorno de Ulisses para casa, um atraso de dez anos.
Na verdade, a intensão do deus dos mares era fazer com que Ulisses desistisse de
voltar a Ítaca e a sua amada Penélope, e, seguindo esse plano, ele colocou várias distra-
ções para que o herói não quisesse mais seguir viagem de volta a sua casa. Apenas isso
já é o suficiente para extrairmos inúmeras lições, pois, na jornada da vida muitas coisas
aconteceram para tentar tirar o foco do nosso objetivo. Há um simbolismo nas histórias
mitológicas que me fascina: pense no oceano que Ulisses navegava tentando retornar a
sua ilha como o mundo, e, trilhando esse “mundo”, o rei de Ítaca enfrentou vários desa-
fios, porque assim é a vida: cheia de desafios!
Muitas foram as dificuldades que Ulisses enfrentou: seis dos seus companheiros
foram devorados por ciclopes, sua tripulação foi completamente transformada em por-
cos por Circe que, com muita dificuldade, ele a convenceu de reverter o feitiço, foi per-
seguido por sereias que tentavam matá-lo, e se não bastasse ainda tinha a sua esposa
sendo cortejada por vários homens maus na ilha de Ítaca totalmente indefesa. Porém,
a parte mais interessante dessa história acontece quando Ulisses chega a ilha da ninfa
Calipso para abastecer o seu barco, e quando Calipso vê-lo, se apaixona perdidamente
por ele, decide então torna-lo seu prisioneiro. Ele fica nessa ilha por sete anos.
Todas as noites Ulisses chorava com saudades de sua ilha e de sua esposa, ele esta-
va infeliz com a alma cheia de angustia por estar a tanto tempo longe de sua terra e sem
nenhuma perspectiva de retorno. Eis aí um retrato idêntico da vida, pois inúmeras vezes
vamos ficar insatisfeitos pelo lugar onde estamos, e não serão poucas as noites que V

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vamos chorar por sentirmos angústias profundas na alma. Haverá centenas, talvez mi-
lhares de momentos que você, por mais que tente, não conseguirá atenuar o sofrimento.
Difícil pensar nisso e não trazer a memória o Salmos 42:3: ”As minhas lágrimas servem-
-me de mantimento de dia e de noite, enquanto me dizem constantemente: Onde está o
teu Deus?”.
Assim como o salmista, muitas vezes iremos nos alimentar de nossas próprias lá-
grimas. Sofreremos a perda de alguém que amamos, sofreremos por muitas vezes não
conseguir o que tanto queríamos, e assim como o rei de Ítaca, por várias noites nós cho-
raremos.
Deixe-me concluir a história porque sei que alguns de vocês que estão lendo são,
assim como eu, curiosos para saber o desfecho das boas narrativas. Zeus, o deus su-
premo do olimpo, mandou Calipso soltar Ulisses, mas a ninfa ainda tenta uma última
cartada. Ela propõe a eternidade e a juventude se, em troca disso, ele desistisse de seu
retorno. Ulisses recusa e assim nos ensina uma valiosa lição: é melhor uma vida curta,
mas no lugar certo, do que a eternidade em um lugar que não traz paz! Nunca mais se
esqueça disso!
Há duas verdades em jogo aqui, que se eu fosse você prestava bastante atenção: A
primeira é que o sofrimento é inevitável, a segunda é que tem como ameniza-lo. Creio
que agora você pergunta: como fazer isso? A resposta é simples: escolhendo sofrer pelo
o que vale a pena!
Não se engane, qualquer escolha sua te fará sofrer, te fará chorar, te fará passar por
momentos de dificuldade. Tem horas que você pode até pensar: “Se eu tivesse escolhi-
do outro caminho, não estaria sofrendo assim”, e tem razão, você não estaria sofrendo
assim, mas estaria sofrendo de outro jeito. Todo caminho guarda para si dores. Não
importa qual caminho você decidiu seguir, saiba que haverá sofrimento em todos eles.
Pensando nisso, a sua preocupação maior não deve ser se você vai ou não sofrer,
porque com certeza você vai. Sua preocupação, no entanto, deve ser se esse sofrimento
vai valer a pena ou não. Por isso pense bem, vale a pena tudo que você está passando?
Vale a pena todas as lágrimas, todas as noites mal dormidas, todas as perdas e todo es-
forço que você está fazendo? Se sua resposta for sim, então você está no caminho certo,
pois o caminho certo não se dá na ausência do sofrimento, mas sim na certeza de que
tudo valerá a pena.
Ulisses preferiu sofrer tentando voltar para sua casa e sua esposa, do que sofrer
estando em um lugar sem sentido algum para ele. E você? Está sofrendo pelo motivo
certo?

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NÃO ESTÁ DOENDO
O BASTANTE?
“O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que
pode dar forma a este dia.”
ALBERT EINSTEIN

“Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito.”
WILLIAM SHAKESPEARE

S empre gostei de boas histórias, principalmente as que me fazem refletir sobre a


vida e a mim mesmo, mas existem algumas histórias que não só são boas, mas
também são marcantes, essas você, por mais que tente, não consegue mais esque-
cê-las. É o caso da história que vou contar-lhes agora, eu a ouvi há uns três anos, e, desde
então, nunca mais me esqueci dela.
Certo dia, um homem viajava com seu carro por uma estrada quase deserta, quan-
do percebe que está a ponto de ficar sem gasolina e, em desespero começa a rezar para
encontrar um posto de combustível naquele “fim de mundo”. Depois de algum tempo
vê um daqueles antigos postos e aliviado para seu carro para abastecer. Enquanto o
frentista enche o tanque, ele resolve dar uma volta e ouve um gemido vindo de trás de
uma porta, o motorista então resolve descobrir quem gemia daquele jeito, quando se
depara com um cachorro deitado e que gemia baixinho. Preocupado com a situação do
pobre cão, volta e pergunta ao frentista por que o cachorro gemia sem parar. O frentista
dá um sorriso e diz:

- Não liga não, moço. É que ele está deitado em cima de um prego!
- Um prego? Questiona o motorista.
- Isso mesmo, um prego!
- E por que ele não sai daí?
- É porque o prego não está doendo o bastante!

Creio que você já deve ter pegado a moral da história, não é mesmo? Quantas vezes fica-
mos sentindo dores, mas não fazemos nada para mudar? Quantas pessoas não existem
por aí que não gostam do emprego que tem e mesmo assim todos os dias vão e fazem a
mesma coisa que tanto odeiam fazer?

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Não digo com isso para você de forma irresponsável abandonar o seu emprego. Mas não
fazer nada para mudar, não vai mudar nada, meu amigo. Já ouviu aquela frase: quem
quer dá um jeito, quem não quer dá uma desculpa? É exatamente disso que estou falan-
do. Até quando você vai deixar doer para resolver tomar uma atitude diferente?
Existem duas histórias na bíblia que complementam muito bem o que quero ex-
por nesse capítulo. Dois personagens que entraram em situações muito parecidas com
algumas que entramos em nossas vidas, são eles, Elias e Jonas, coincidentemente, dois
profetas do antigo testamento.
Vamos primeiramente focar em Elias, o profeta do fogo, aquele que desafiou os
profetas de baal, e orou para Deus fazer descer fogo do céu e o fogo desceu. Esse mesmo
profeta dias depois desse feito milagroso entrou dentro de uma caverna e desejou para
si a morte. Deus vai ao encontro dele e a primeira coisa que Deus é pergunta é: “E ali
entrou numa caverna e passou ali a noite; e eis que a palavra do Senhor veio a ele, e lhe
disse: Que fazes aqui Elias?” (1 REIS, 19.9). Em outras palavras: Esse não é o seu lugar
Elias, por que está parado aqui dentro dessa caverna? O profeta tinha saído totalmente
do caminho que era para trilhar. Acontece que Elias matou todos os profetas de baal que
servia a mesa da rainha Jesabel, e, quando ela soube do ocorrido, colocou a cabeça dele
a prêmio, e por medo da morte ele foge, e completamente esgotado de tudo que estava
acontecendo, ele perde o gosto da vida, se tranca dentro de uma caverna e deseja a mor-
te, mas aquela caverna não era o lugar dele, não era para aquele ambiente que Deus o
tinha escolhido.
Assim como o profeta do fogo, muitos passam uma vida inteira dentro de ambien-
tes que não pertencem a eles, todavia nada fazem para mudar, pelo contrário, se entre-
gam completamente ao esgotamento de uma vida sem sentido. Ou até mesmo querem
sair, sonham com o dia que finalmente se livrarão da caverna, entretanto, postergam
todos os dias a responsabilidade de agir. A pergunta ecoa até nossos dias: até quando
vai ficar onde não é o seu lugar? Será que vai ser preciso o próprio Deus falar com você
para que você entenda que alguma coisa precisa ser feita?
E quanto a Jonas? Ah, esse merece uma atenção especial também, pois se meteu
em uma tremenda confusão por ir contra o seu propósito. Tudo começou quando Deus
deu a ele uma missão: pregar contra a cidade de Nínive. O detalhe é que Jonas não que-
ria ir, preferia mesmo ver a cidade cair. Então ele foge. Vai para Jope, chegando lá pega
um navio que estava indo para Tarsis, paga a sua passagem, desce até o porão, se deita
e dorme! Parecia que tudo estava indo bem, até que o pior acontece: uma grande tem-
pestade começa a violentar a embarcação. O barco estava quase se quebrando, todos

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começaram a ficar desesperados, começam a clamar cada um aos seus deuses, jogaram
todas as cargas ao mar, para ver se aliviando o peso a coisa amenizava, mas não adian-
tou. Uma situação dantesca, todos começaram a pensar que não tinha mais jeito, todos
menos Jonas, que estava ainda dormindo no porão.
O chefe do navio o encontra e o questiona: “O capitão dirigiu-se a ele e disse:
“Como você pode ficar aí dormindo? Levante-se e clame ao seu deus! Talvez ele tenha
piedade de nós e não morramos”. (JONAS, 1:6).
É absurdamente difícil de entender, mas existem pessoas que dormem mesmo em
meio a eminência da destruição total de tudo que está em seu redor. Você pode per-
guntar: como Jonas conseguia dormir no meio de toda aquela tempestade? Pasme, mas
assim como ele, muitos se comportam exatamente do mesmo jeito. Muitos dormem em
meio ao caos.
Agora, existe um “lado bom” nessa tempestade da história do profeta Jonas. Lem-
bra que eu disse que Deus mandou ele ir para Nínive, e ele desobedeceu e foi para Tar-
sis? Pois então, a tempestade era como um lembrete que ele estava indo para o lugar
errado! Sabe que algumas coisas ruins que nos acontece servem como sinalizadores?
Assim como uma dor indica que algo está errado no nosso corpo, certas tragédias nos
dizem que fizemos algo errado também, com isso temos que olhar para os coisas ruins
não como um fim em si mesmas, mas como uma direção para um novo caminho.
Deixe-me ser um pouco mais claro, um dia fui convidado para dar uma palestra
em uma cidade um pouco distante, peguei o carro, chamei um amigo para me acom-
panhar e de manhã logo cedo estava na estrada. Com mais ou menos 100km rodado, o
carro começou a fazer um barulho estranho, parei no acostamento, ouvi o barulho, mas
não consegui descobrir de onde vinha. Era só um barulho, o carro estava desenvolven-
do bem, então apenas ignorei, entrei novamente no veículo, e segui viagem. Cheguei ao
meu destino, ministrei a palestra, terminou o evento, conversei um pouco com algumas
pessoas, entrei no carro e voltei para casa, já estava de noite, e foi quando o carro es-
quentou e a fumaça cobriu tudo! Parei rapidamente, e quem disse que o carro andava
mais? Travou tudo! Pense numa noite complicada! Ainda bem que estávamos dentro
de uma cidade, então consegui um meio de fazer algumas ligações, achei um lugar para
dormir e no outro dia levei um mecânico para consertar o carro. Ele examinou e viu que
o compressor do ar-condicionado estava quebrado. Eu disse a ele que ouvi um barulho
estranho, mas não sabia de onde vinha então segui viagem. Ele me disse: o carro te avi-
sou que estava prestes a se quebrar, mas você ignorou o aviso!
O mecânico tinha toda razão, eu passei por todo esse sofrimento por que ignorei

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um aviso claro do meu carro. Com isso aprendi uma lição: algumas dores, ventos ou
tempestades, são meios que a vida escolhe para nos avisar que alguma coisa está preste
a se quebrar. A tempestade de Jonas era indicação que ele estava no caminho errado, o
barulho estranho no meu carro, era a indicação que se eu não tivesse cuidado, ia ficar no
prego, a angústia que você sente em ir todo dia para o seu trabalho, é, talvez, a indicação
que aquele não seja o seu lugar. E aí, vai ignorar até quando? Não espere o pior, não es-
pere a dor se agravar, faça algo enquanto ainda pode fazer!
Vai tomar alguma atitude, ou será que ainda não está doendo o bastante?

Você faz o que parece ser uma simples escolha: escolhe uma pessoa, um emprego, ou um bairro
— e o que você escolheu não é uma pessoa, um emprego, ou um bairro, mas uma vida. (WEST,
Jessamyn)

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MENTALIDADE
DE
GAFANHOTO
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por
simples medo de arriscar.
William Shakespeare

U ma das coisas que percebo na maioria dos jovens que entram em contato co-
migo é que uma boa parte deles pensa pequeno demais. Se acham menor do
que realmente são. Deixe-me esclarecer algo para você, sua mente pode ser
sua maior aliada, ou seu maior inimigo, você escolhe. Nunca esqueça que a primeira
coisa que te faz ser um derrotado na vida, é ser um derrotado na mente. Outro dia ouvi
uma frase interessante: você jamais chegará em um lugar se sua mente não chegar pri-
meiro, isso faz sentido para você?
Vou dedicar esse capítulo a exposição de uma passagem bíblica que, particular-
mente, foi um divisor de águas em minha vida. A bíblia é fantástica, contém ricas lições
para todas as áreas da existência humana, e no que se refere ao desenvolvimento pesso-
al, ela é uma fonte inesgotável.
O texto é no livro de Números. Narra a jornada de Israel pelo deserto até chegar
as terras de Canaã, terras que Deus prometeu entregar ao povo. No capítulo 13 eles che-
gam na terra prometida, e Moisés envia 12 espias com o objetivo de que, passando 40
dias espiando a terra, eles pudessem trazer as informações para a nação, se a terra era
grande ou pequena, forte ou fraca, se os homens eram valentes ou não, enfim. Os 12 iam
fazer uma análise minuciosa no ambiente para que, assim, o povo pudesse conhecer a
terra que iam possui-la por herança.
Sempre quando estou falando sobre esse texto em minhas ministrações costumo
perguntar se alguém lembra o nome de pelo menos dois desses 12 espias que Moisés
enviou. Todas as vezes a resposta é a mesma: sim, Josué e Calebe! Impressionante como
todos que conhecem o mínimo da história vai saber responder essa pergunta. Quando
ouço a resposta eu faço uma segunda pergunta: alguém lembra o nome de um dos ou-
tros dez que sobraram? E todas vezes a resposta é a mesma: não! Porque nós lembramos
apenas de Josué e Calebe? A resposta é simples: porque covardes não são lembrados!

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Os dez foram covardes o bastante para desistirem da terra e por isso no decorrer da
história nos esquecemos dos nomes deles, isso porque temos a facilidade de lembrar
apenas pessoas que foram corajosas o suficiente para romper com o medo e triunfar em
meio à dificuldade.
Todos conhecem Martin Luther king, Abrahan Lincon, Bill Gates, Lutero, Bhee-
thoven e Steve Jobs. O que eles têm em comum? Marcaram a história de diferentes for-
mas, e a coragem que eles tiveram em fazer o que ninguém fazia, fez com que seus no-
mes ficassem registrados nos murais da humanidade. Agora pense, quantos tentaram e
desistiram? Muitos! Mas conhecemos eles? Não! Porque a história não faz lembrar os
covardes!
Quando os 12 espias voltaram ao povo de Israel, todos se reuniram para saber
o que eles tinham visto durante os quarenta dias de jornada por Canaã. Dois homens
trouxeram um cacho de uvas gigante e eles mostraram que verdadeiramente a terra era
rica, mas (e é aqui que os covardes se manifestam), havia muitos gigantes, e certamente
se Israel tentasse possuir aquela terra ia perecer pela espada de seus moradores.

E contaram-lhe, e disseram: Fomos à terra a que nos enviaste; e verdadeiramente mana leite e
mel, e este é o seu fruto. O povo, porém, que habita nessa terra é poderoso, e as cidades fortifica-
das e mui grandes. (NÚMEROS, 13:27-28)

O covarde sempre olha para dificuldade ao invés de olhar para a oportunidade. Os


dez espias focaram nos gigantes e por isso se esqueceram da terra que era muito rica.
Tudo faz parte de uma questão de percepção. Para onde você está olhando? Seus olhos
indicam o seu foco, e o seu foco indica o seu êxito. Tudo depende disso: olhar para a
coisa certa!
Infelizmente existem muitos apontadores de problemas. São aqueles que passam
a vida inteira se lamentando dos problemas que tem. Enxergam problemas na família,
no casamento, no trabalho, no país em todos os outros lugares, esses apontadores não
avançam em nada porque, segundo eles, os problemas são grandes demais. Você pre-
cisa treinar sua mente para mudar sua percepção. Pare de focar no problema e foca na
solução. Quando estiver diante de uma dificuldade, não se apequene diante dela, antes
pense: como posso conseguir superar esse obstáculo? Procura uma forma de resolver,
“dê seus pulos”! Pois, como diz o provérbio popular: quem quer dá um jeito, quem não
quer dá desculpa.

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Uma outra coisa que acho interessante nessa história é a forma como os dez se enxer-
gam quando estão frente a frente com os gigantes da terra de Canaã:

“Também vimos ali gigantes, filhos de Anaque, descendentes dos gigantes; e éramos aos nossos olhos
como gafanhotos, e assim também éramos aos seus olhos.” (NÚMEROS, 13:33).

Você prestou atenção nessa parte? Eles dizem: éramos AOS NOSSOS OLHOS
como gafanhotos, e assim também éramos AOS OLHOS DELES! Ou seja, eles se en-
xergaram como gafanhotos e os gigantes também o enxergaram como gafanhotos: da
forma como se viam eram vistos. Você é para os outros como se enxerga, não esqueça
isso.
Como as pessoas vão ver algum futuro em você se nem você mesmo vê? Não cobre
dos outros aquilo que não existe em você mesmo. Muitos reclamam porque não tem o
crédito de ninguém, mas muitas vezes a falta de crença começa nelas mesmas. Quando
eu tenho uma mentalidade de gafanhoto costumo me ver menor do que realmente sou,
e logo todos vão me ver assim também. Tudo que você acredita se transforma em uma
verdade para você, e se começar a acreditar que é menor do que todos, essa será sua ver-
dade e todos vão seguir essa mesma verdade que você mesmo criou!
Não quero que você me interprete mal. Essas não são palavras que fazem apologia
ao orgulho e soberba, minha intenção não é te tornar um arrogante, quero apenas que
tenha em mente que você é maior do que imagina.
Existe uma diferença entre humildade e inferioridade: humildade é não se achar
maior do que ninguém, inferioridade é pensar que é menor do que todo mundo. Con-
segue notar a diferença? Nunca se ache maior do que ninguém, e terá humildade, mas
nunca pense que é menor do que todo mundo, pois certamente você é do mesmo ta-
manho. Se alguém conseguiu, você consegue também, a chuva vem para todos, mas só
aproveitará melhor quem soube trabalhar o solo.
Será que o gigante é mesmo gigante ou você se apequenou demais? Conhece aque-
le ditado: tempestade em copo d’agua? Algumas vezes enxergamos os problemas bem
maiores do que realmente são pelo simples fato de nos diminuir.
Quem tem a mentalidade de gafanhoto, além de não conseguir nada, quando vê alguém
conseguindo diz que foi pura sorte. Uma pessoa com a mente de gafanhoto olha para
um rico e diz: ele é rico porque nasceu em uma família privilegiada, ou estudou em bons
colégios ou é amigo de gente importante, enfim. Dizem isso porque a mente se apeque-

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nou o suficiente para não conseguir entender que o fruto do sucesso é o esforço e não a
sorte!
Lembra de Davi? Um menino enfrentando um gigante, mas não era apenas um
gigante, e sim um gigante experiente em guerras, e Davi era apenas um garoto de apro-
ximadamente dezessete anos de idade. Ele foi para a batalha apenas com uma funda e
algumas pedras, o gigante tinha escudo, lança, espada e armadura, não havia a mínima
condição de Davi ganhar aquela batalha, mas ele não se deixou vencer pela inferiorida-

Davi, porém, disse ao filisteu: Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu
venho a ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afron-
tado. Hoje mesmo o Senhor te entregará na minha mão, e ferir-te-ei, e tirar-te-ei a cabeça, e os
corpos do arraial dos filisteus darei hoje mesmo às aves do céu e às feras da terra; e toda a terra
saberá que há Deus em Israel. (1 SAMUEL, 17:45-46).

Isso que eu chamo de ousadia, olhar na cara do desafio e dizer: hoje mesmo Deus
te entregará nas minhas mãos! O final dessa história você já conhece, o gigante caiu.
Como diz um dito popular: era grande mais não era dois! Davi não tinha problemas de
inferioridade, não olhou para as suas limitações nem foi contagiado pela inferioridade
de outros, ele conhecia a grandeza do seu Deus, e isso fez dele o rei mais vitorioso e res-
peitado da história de Israel
Exatamente o que Davi tinha faltou ao povo de Israel, quem não tem a mente de
gafanhoto não esquece a terra por causa dos gigantes. Quer um conselho? Pare de olhar
a concorrência, pare de ouvir que é difícil demais e que não vale a pena, vale sim! Se é
importante para você, se é o seu sonho, então corra atrás, não esqueça o seu objetivo só
por que existem obstáculos. Você não é um gafanhoto, então não se veja como um!
Continuando com a história, os espias conseguem fazer o povo desistir de entrar
na terra. Todos com medo dos gigantes, esquecem a promessa. E sabe o que isso custou
a eles? Custou o preço de ficar preso a uma dúvida.
Chegamos a uma parte importante do capítulo, não despreze esse momento pois
certamente é uma lição que pode mudar sua vida. Por causa do medo, o povo tem dú-
vidas se conseguiriam possuir a terra que Deus havia dado a eles por promessa, e essa
dúvida fez eles rodarem quarenta anos no deserto.

Durante quarenta anos vocês sofrerão a consequência dos seus pecados e experimentarão a
minha rejeição; cada ano corresponderá a cada um dos quarenta dias em que vocês observaram
a terra. (NÚMEROS, 14:34).

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Deus castiga o povo. Para cada dia que os espias passaram na terra, foi um ano que
eles andaram no deserto. Quarenta anos! Isso porque eles duvidaram. Ninguém nunca
alcança o que pode alcançar se deixar a dúvida o dominar.
O interessante é que eles já estavam próximos a Canaã, tudo que tinham que fazer
era entrar e lutar por aquilo que já era deles por herança. Mas as dúvidas fizeram eles
adiarem essa entrada por quarenta anos. Você já parou para pensar que talvez já era para
estar onde sempre quis estar? Tem pessoas que já deveriam estar desfrutando de muitas
coisas, mas não estão porque duvidam muito de si mesmas.
Costumo sempre contar uma história engraçada da minha vida. Quando tinha 18
anos de idade, meu pai era pastor em uma cidade pequena do interior do RN, e eu fui
fazer um cursinho em uma outra cidade. Tinha um sonho de ser psicólogo, e estava me
preparando para prestar o vestibular a fim de iniciar na faculdade dos meus sonhos, mas
havia um problema: o cursinho era caro, meu pai gastava uma grana considerável co-
migo, pois tinham as mensalidades, os materiais, a estadia e ainda o transporte porque
todo final de semana eu voltava para casa dos meus pais, e durante a semana ficava na
casa da minha tia nessa cidade. Problemas à parte, eu estava entusiasmado, estudando
muito e focado em psicologia no final do ano.
Três meses depois, meu pai me procurou e pediu que eu largasse o cursinho, pois
estava ficando muito pesado para ele custear minhas despesas. Quando eu contei isso a
minha tia, o esposo dela ouviu (ele é um homem rico, e ainda por cima gosta de mim,
olha que beleza!), e disse: Amizaday, fica que eu pago suas despesas! Que coisa sensa-
cional, não é mesmo? Mas eu pensei: e se eu não passar no vestibular? E se esse homem
gasta comigo o ano inteiro e no final eu não passe? Fiquei com dúvidas se tinha capaci-
dade ou não, e justamente por causa da dúvida eu não aceitei a proposta dele. Voltei para
casa dos meus pais, e nunca mais consegui entrar na faculdade de psicologia. Este livro
poderia ter sido escrito por um psicólogo, mas não! Tudo porque eu duvidei, e quem
duvida perde tempo!
O povo de Israel duvidou da promessa e perdeu quarenta anos, eu duvidei e perdi
nove anos, e você, quanto tempo vai perder para deixar de ser dominado por essa dúvi-
da? Tenha coragem e corra atrás de seus sonhos. E como diz Mário Sergio Cortella: “a
coragem não é ausência de medo, mas capacidade e vontade de enfrenta-lo”. Se está com
medo, vá com medo mesmo, afinal de contas: você é um homem ou um rato?” Trazendo
para nosso contexto: você é um homem ou um gafanhoto?

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VOCÊ PODE
SER MELHOR!
“Quase sempre as pessoas esperam que alguém que tem uma grave deficiência seja uma criatura
inativa, talvez furiosa, introvertida, excessivamente tímida ou quieta. Gosto de surpreendê-las
mostrando que levo uma vida aventureira e cheia de realizações.”
Nick Vojicic

F iz questão de iniciar este capítulo com uma frase de Nick Vojicic, pois certamente
ele representa a mais absoluta certeza de que você pode superar seus limites. Você
conhece Nick Vojicic? Ele nasceu em 1982 na cidade de Melbourne, na Austrália,
sem braços, sem pernas e com os dois pés pequenos, devido a síndrome de Tetra-amelia
(uma rara doença embrionária que se manifesta com a ausência dos membros inferio-
res e superiores). O incrível é que não foi a falta de braços e pernas que o fez desistir de
conseguir grandes coisas na vida. Hoje, Nick Vujicic é palestrante motivacional e diretor
da Life Without Limbs. Porém o caminho para chegar onde chegou não foi nada fácil.
A vida de Nick Vujicic não é fácil, ele enfrentou várias batalhas durante sua his-
tória. Todos os dias ele aprendeu e evoluiu de alguma forma. Escovar os dentes, comer
sozinho, falar ao telefone ou pentear os cabelos são algumas ações que exigiam força de
vontade dele, e para quem não tem seus membros, se torna uma tarefa altamente desa-
fiadora. A cada novo dia ele ia aprendendo e superando suas limitações.
Durante o tempo de escola, muitos foram os desafios que Nick teve que enfrentar
tais como: ir ao banheiro, escrever, usar o computador, e se não bastasse ainda tinha que
lidar com os preconceitos dos colegas em sala de aula. O bullying sofrido por Nick Vu-
jicic enquanto crescia fez com que ficasse depressivo. Ele começou a pensar que a vida
não valia a pena.
Quando tinha 17 anos, sua mãe chamou sua atenção para um noticiário que con-
tava a história de um homem que tinha uma grande deficiência. Aquilo foi como um
estalo em sua mente, pois o ajudou a perceber que não era o único a lidar com grandes
problemas, e, a partir desse episódio, a forma como ele enxergava a vida mudou. Com o
passar do tempo, Nick começou a enxergar acima da ignorância e ver como suas ações
eram inspiração para muitas outras pessoas. Desse ponto em diante, passou a agradecer

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por estar vivo e saudável. Ele começou a ministrar palestras em seu grupo de oração da
igreja e deu início à grandes mudanças na sua vida.
Nick começou a trabalhar fortemente em ajudar outras pessoas ao redor do mun-
do. Ele passou a dar entrevistas em veículos de comunicação e a dar palestras motiva-
cionais para jovens em diversos países. Além disso, criou sua própria organização sem
fins lucrativos, Life Without Limbs (vida sem membros).
Eu lembro a primeira vez que li acerca da história desse grande homem, todas as
minhas reclamações com a vida pareceram pura infantilidade. A limitação está dentro
de sua mente. Grave essa frase do Nick Vujicic: “Que bom quando a gente tem a oportu-
nidade de ver que nós podemos mais do que os nossos olhos conseguem humanamente
enxergar”.
Você deve conhecer a história do jogador de basquete Michael Jordan. Nasceu no
Brooklyn, Nova York em 1963, e conseguiu se tornar um dos maiores atletas da história,
com vários troféus durante a brilhante e invejada carreira. Ele conta que foi rejeitado
duas vezes pelo time de basquete da escola. Para uns, ele não tinha o tamanho ideal,
para outros, ele não tinha talento. Jordan foi para a quadra que ficava no quintal de sua
casa e lá ele treinava incansável e arduamente durante várias horas por dia, até que a
oportunidade, finalmente, chegou. Quão sensata é a atitude de se preparar para a hora
da oportunidade, muitos são que a esperam primeiro para se prepararem depois, um
grave erro. Em várias entrevistas, Jordan diz que sempre era o primeiro a chegar nos
treinos e o último a sair. O mundo vibrava por suas vitórias, entretanto, quase ninguém
via o seu esforço para galgar tais posições.
Outra biografia que, sem dúvidas, nos faz entender que podemos ser pessoas me-
lhores, encontra-se na história de John Nash, um matemático brilhante ganhador do
prêmio Nobel em economia. Ele nasceu em Virgínia, 1928, e aos 19 anos de idade, ga-
nhou uma bolsa de estudo na cobiçada universidade de Princeton. Aos 21 anos, conse-
guiu seu primeiro doutorado. Nash ficou mundialmente conhecido após um livro escri-
to pela jornalista Sylvia Nasar intitulado de “uma mente brilhante”. Em 2012 foi lançado
o filme desse livro trazendo o mesmo título. O ator Russell Crowe interpreta o papel de
Jonh Nasch. A teoria dos jogos é, com certeza, a maior façanha do genial matemático,
pois ele refuta o argumento do, até então considerado papa da economia, Adam Smith
e a sua convencional visão sobre a competição, que era compreendida por ele como um
incentivo para que o indivíduo atingisse sua meta. Nash acreditava que era fundamen-
tal, para isso, a participação do coletivo, pois assim todos poderiam alcançar o objetivo
desejado. Justamente essa teoria lhe rendeu o prêmio Nobel em 1994. Este cientista de

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notável inteligência apresentava, ao mesmo tempo, uma mente perturbada, diagnos-
ticada pela medicina como portadora de esquizofrenia. Aos 31 anos, Nash sofreu seus
primeiros colapsos e, por vezes, perdia-se em meio a vozes que o guiavam em delírios e
alucinações. Por diversas ocasiões foi internado em várias clínicas, algumas delas com-
pulsoriamente.
O que faz com que alguém portador de esquizofrenia, ainda assim consiga tanto
êxito na vida profissional? A resposta está na história de Nasch, ele se doou sem reservas
a essa paixão por matemática. Na faculdade se isolava de todos, estudava por dias sem
parar, não frequentava as aulas pois entendia que elas tiravam toda criatividade autên-
tica. Esse gênio trabalhou duro a vida inteira e o resultado não podia ser outro. Eis o
exemplo de que a paixão deve estar atrelada ao esforço.
Essas biografias te ajudam a enxergar o quanto você pode superar suas limitações.
Espero que você enxergue isso, pois se existe alguém que pode impedir o teu crescimen-
to, esse alguém é você mesmo.
Outro dia em uma palestra, o palestrante mencionou acerca de como se treinava
pulgas para o circo de pulgas. Não sei se você já ouviu falar disso, mas o circo de pulgas
teve as suas primeiras aparições na Europa dos séculos XVIII e XIX como um micro-es-
petáculo circense que atraía multidões, cujo processo de adestramento das pulgas em
questão (segundo as muitas lendas e boatos) eram mais ou menos assim:
1) APRISIONAMENTO: Primeiro algumas pulgas eram colocadas dentro de um pe-
queno recipiente, um pequeno pote de vidro com uma tampa;
2) IMPOSIÇÃO DE LIMITES: Durante algum tempo dentro do recipiente, as pulgas
pulavam incansavelmente até o limite da altura da tampa na tentativa desesperada de
escapar, e sempre batiam na tampa;
3) CONVIVÊNCIA E ACEITAÇÃO DOS LIMITES: Pouco tempo depois (uma mé-
dia de 7 dias), as pulgas desistiam de tentar pular para ultrapassar o limite da altura da
tampa do recipiente, passando a respeitar este limite. Depois disso a tampa era tirada e
mesmo assim as pulgas não escapavam.
Mesmo que seja um mito (o que acho bem provável), não deixa de ser uma ótima
reflexão para cada um, pois a limitação está em nossa própria mente. Algumas pessoas
são como essas pulgas que estão num recipiente sem tampa, mas nunca vão escapar, por
que já estão presas dentro de si mesmas.
Uma outra biografia que me faz entender que posso ser alguém melhor do que
sou, é a biografia de Abraham Lincoln, e se você não conhece, eu te convido a mergulhar
comigo nessa fonte de inspiração e perseverança. Persistência devia ser o sobrenome de

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Lincoln, porque sua vida é marcada por diversos fracassos. Ele sim entende de derrotas.
A história de Abrahan Lincoln é de total superação. Filho de sapateiro, um homem
muito persistente, sua história de fracassos começou quando aos 23 anos. Ele tentou um
cargo na política e perdeu. Aos 31 anos faliu seu negócio, foi derrotado numa eleição
para o legislativo aos 32 anos. Faliu novamente aos 34 anos. Aos 35 anos teve que supe-
rar a morte de sua namorada, teve um colapso nervoso aos 36 anos, perdeu nova eleição
aos 37 anos. Perdeu as eleições para o Congresso dos USA aos 43, 46 e 48 anos, perdeu
a disputa para o Senado com 55 anos. Novamente fracassou na tentativa de vice-presi-
dente aos 56 anos e perdeu uma disputa senatorial aos 58 anos.
Muitos desistem por bem menos que isso, mas Lincoln é alguém que tem consci-
ência de que pode superar seus limites. Aos 60 anos ele foi finalmente eleito presidente
dos Estados Unidos e se tornou um dos políticos mais reconhecidos e admirados de
todo o mundo.
Nick, Jordan, Nasch e Lincoln são exemplos claros de que você também pode ser
alguém melhor do que é. Eles vieram de baixo, não tiveram privilégio algum, muito pelo
contrário, eram desacreditados pela maioria, mas não desistiram, lutaram, caíram, se
levantaram e lutaram de novo, até que finalmente a coisa começou a mudar.
Você poder ser o que tanto sonha em ser, mas deitado numa rede se lamentando
não chegará a lugar nenhum. Se levante, planeje e trabalhe muito, invista seu tempo em
algo que vai te favorecer amanhã. Sabe por que eu trouxe essas biografias para você?
Porque acredito que o exemplo é a arma mais poderosa para motivação de alguém. En-
tão quer um conselho? Procure andar com gente que te motiva a ser melhor. A maioria
das vezes não conseguimos galgar patamares maiores porque andamos com gente me-
díocre, que tem a mente atrofiada e não tem grandes expectativas na vida. Você é a mé-
dia de todos que estão a sua volta. Então comece selecionando muito bem seus amigos.
Procure andar com gente que te faça querer ser mais. No entanto, como eu não acredito
em mundo perfeito, a verdade é que ainda haverá muita gente, muita gente mesmo, que
vai estar junto de você e não acreditará no seu potencial, então não seja alguém que pre-
cise o tempo todo de motivações externas para se motivar internamente. Se ninguém
acreditar em você, acredite em si mesmo e isso já basta!

Não se acostumem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente,
para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de
Deus. (Romanos 12:2)

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O apóstolo Paulo escreveu essas palavras para a igreja que estava em Roma, e as
palavras dele são verdades que ultrapassaram os séculos até os dias de hoje. Só existe
transformação na vida, quando há uma renovação na mente. Porém, isso começa quan-
do passamos a não se acostumar com o padrão. Você se acostumou com a vida que tem?
Então nunca sairá dela! Mas se não está satisfeito, então renove sua mente, e com uma
mente renovada, sua vida será transformada!

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REFERÊNCIAS:

_ CURY, Augusto. Você é insubstituível. Rio de Janeiro: Sextante, 2006, p. 114.

_ MARQUES, José Roberto. VOCÊ CONHECE A HISTÓRIA DE NICK VUJICIC?. Disponível em: <https://www.

ibccoaching.com.br/portal/exemplo-de-superacao/voce-conhece-historia-nick-vujicic/>. Acesso em: 04, Set. 2018.

_ O RESGATE do Soldado Ryan. Diretor Steven Spielberg. EUA, 1998. Disponível em: <http://www.adorocinema.com/

filmes/filme-18598/> Acesso em: 27, Ago. 2018, às 15:29.

_ PORTAL DA MOTIVAÇÃO. Pessoas de Sucesso: “Motive-se com a história de Abraham Lincoln”. Disponível em:

<https://www.portaldamotivacao.com.br/pessoas-de-sucesso-motive-se-com-historia-de-abraham-lincoln/>. Acesso em:

04, Set. 2018

_ SAGRADA, Bíblia. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil, v. 2, p. 40,

1993.

_ SÓ HISTÓRIA. A GUERRA de Tróia. Disponível em: <https://www.sohistoria.com.br/ef2/guerratroia/> Acesso em:

27, Ago. 2018, às 20:40

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