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Resumo
A alopecia androgenética (AAG) se caracteriza como uma condição capilar não cicatricial mais comum, afetando
ambos os sexos, embora sua incidência seja mais acentuada no sexo masculino. Esta patologia, caracterizada pela
perda de cabelo, exerce um impacto significativo no âmbito emocional e psicológico do indivíduo em sua interação
social, resultando na busca intensificada por abordagens terapêuticas eficazes. Neste sentido, o objetivo deste
estudo foi realizar uma revisão da literatura com intuito de analisar a eficácia do tratamento de alopecia
androgenetica com mesoterapia e seus ativos. Método: a pesquisa caracteriza-se como revisão integrativa da
literatura, nas bases de dados PubMed e ScienceDirect e na base de busca Google Acadêmico, foram incluídos
artigos gratuitos e completos, nos idiomas português e inglês, priorizando estudo no período de 2017 a 2023 e
utilizando descritores tanto na língua inglesa quanto na portuguesa. Resultados: para realização deste estudo foram
utilizadas 8 (oito) publicações analisadas na integra com foco na alopecia androgenetica e o tratamento com
mesoterapia. Conclusão: a mesoterapia se mostrou eficaz na maioria dos estudos, porem devem ser realizados mais
pesquisas e estudos no intuito de uma maior qualificação da técnica e seus resultados.
Palavras-chave: Alopecia androgenetica; mesoterapia; Tratamento de alopecia androgenetica;
Abstract
Androgenetic alopecia (AGA) is characterized as a more common non-scarring hair condition, affecting both
sexes, although its incidence is more pronounced in males. This pathology, characterized by hair loss, exerts a
significant impact on the emotional and psychological scope of the individual in their social interaction, resulting
in the intensified search for effective therapeutic approaches.
In this sense, the objective of this study was to review the literature in order to analyze the efficacy of the treatment
of androgenetic alopecia with mesotherapy and its active ingredients. Method: the research is characterized as an
integrative literature review, in the PubMed and ScienceDirect databases and in the Google Scholar search base,
free and complete articles were included, in Portuguese and English languages, prioritizing study in the period
from 2017 to 2023 and using descriptors in both English and Portuguese. Results: To carry out this study, we used
(8) publications analyzed in full with a focus on androgenetic alopecia and treatment with mesotherapy.
Conclusion: mesotherapy proved to be effective in most studies, but more research and studies should be carried
out in order to improve the qualification of the technique and its results.
Keywords: Androgenetic alopecia; mesotherapy; Treatment of androgenetic alopecia;
Resumen
La alopecia androgenética (AGA) se caracteriza por ser una afección capilar no cicatricial más común, que afecta
a ambos sexos, aunque su incidencia es más pronunciada en los varones. Esta patología, caracterizada por la caída
del cabello, tiene un impacto significativo en el alcance emocional y psicológico del individuo en su interacción
social, lo que resulta en la búsqueda intensificada de enfoques terapéuticos efectivos. En este sentido, el objetivo
de este estudio fue revisar la literatura con el fin de analizar la eficacia del tratamiento de la alopecia androgenética
con mesoterapia y sus principios activos. Método: la investigación se caracteriza por ser una revisión integradora
de la literatura, en las bases de datos PubMed y ScienceDirect y en la base de búsqueda de Google Scholar, se
incluyeron artículos libres y completos, en portugués e inglés, priorizando el estudio en el período de 2017 a 2023
y utilizando descriptores tanto en inglés como en portugués. Resultados: Para llevar a cabo este estudio se
utilizaron (8) publicaciones analizadas en su totalidad con un enfoque en la alopecia androgenética y el tratamiento
con mesoterapia. Conclusión: la mesoterapia demostró ser efectiva en la mayoría de los estudios, pero se deben
realizar más investigaciones y estudios para mejorar la calificación de la técnica y sus resultados.
Palabras clave: Alopecia androgenética; mesoterapia; Tratamiento de la alopecia androgenética;
1. Introdução
A alopecia Androgenetica (AAG), comumente chamada de calvície, é uma enfermidade autoimune, que se inicia
com a queda dos fios do cabelo de forma gradual e/ou total em diversas partes da cabeça (Ejjivar & Driss El
Amrani, 2018).
A alopecia pode ser classificada como cicatricial e não cicatricial. A do tipo cicatricial pode ser uma condição
progressiva, acontecendo em partes: primeiramente o folículo é atacado e destruído na sua forma ativa, logo após
o folículo é deteriorado devido a uma inflamação não característica, sendo ocupado por tecido fibrosado, fazendo
com que nesse lugar não cresça mais cabelo. Já a alopecia não cicatricial causa a diminuição do diâmetro do cabelo.
Esse distúrbio acomete a sociedade como um todo, interferindo em áreas, sociais, emocionais e psicológicas,
levando o indivíduo muitas vezes a ter outras enfermidades (Oliveira & Machado, 2017; Fileto et al.,2021).
O cabelo é caracterizado por ser um filamento de queratina, composto por três camadas, sendo elas cutícula, córtex
e medula, cada qual tem sua função específica. Esta estrutura apresenta um ciclo de vida biológico que é conduzido
por três fases: anágena ou de crescimento, onde ocorre a proliferação, catágena, de regressão, e a fase telógena
que é o repouso (Mercuri et al,. 2021; Gomes 2019). Alterações nesse ciclo podem suceder à alopecia
androgenética. Na Alopécia Androgenética o tempo para o crescimento do cabelo (fase anágena) é reduzido de
forma gradual, fazendo com que o comprimento do mesmo seja mais curto, e posteriormente gerando uma calvície
(Souza, 2017).
Conforme relatado por Santana et al. (2022) e Reis (2023), a alopecia androgenética pode ser categorizada por
meio de escalas que evidenciam o processo de degeneração capilar, tanto em indivíduos do sexo masculino quanto
do feminino. No âmbito masculino (Figura 01), emprega-se na escala de Norwood-Hamilton, composta por sete
graus. Os três estágios iniciais manifestam-se de maneira menos acentuada, quase imperceptível, enquanto a partir
do quarto grau, a perda capilar torna-se mais proeminente, culminando no sétimo grau, caracterizado como o mais
agressivo e desafiador em termos de tratamento. Por outro lado, no contexto feminino (Figura 02), adota-se a
escala de Ludwig, composta por três graus, fundamentados na densidade capilar. O primeiro grau representa a
expressão mais leve e comum, ao passo que o terceiro grau denota uma perda capilar notável.
A patogênese desta enfermidade tem sua mediação associada a diidrotestosterona (DHT), que é o andrógeno
testosterona convertida dentro do citoplasma celular em DHT pela enzima 5 alfa redutase, estes elementos
desencadeiam a miniaturização dos folículos capilares e a diminuição do comprimento dos sucessivos ciclos
anágenos, bem como existem fatores que influenciam o acometimento desta doença, são fatores genéticos, déficit
de vitaminas, stress, supressão de enzimas, deficiência hormonal e deficiência de sono (Fileto et al.,2021). Como
resultado, observa-se uma redução no diâmetro, pigmentação e espessura dos fios capilares.
Diversas pesquisas e técnicas têm sido empregadas na busca por tratamentos paliativos que proporcionam
melhorias significativas no quadro da alopecia androgenética. No entanto, até o momento, nenhum deles alcançou
o status de tratamento padrão ouro.
Dentre as alternativas que tem demonstrado resultados promissões, destaca-se a mesoterapia/intradermoterapia,
uma abordagem que envolve a administração de ativos intradérmicos no couro cabeludo. Alguns exemplos desses
ativos incluem o Minoxidil, a Dutasterida e a Finasterida (Sei et al., 2020; Chaves et al., 2021).
Esse tipo de tratamento é definido como terapia minimamente invasiva que utiliza ativos por meio de injeções nas
vias subcutâneas a fim de tratar alguma enfermidade, dessa forma algumas substancias destacam-se sendo elas,
finasterida que tem como ação a inibição da conversão de testosterona em DHT, assim não causando a
miniaturização do folículo, o Minoxidil o qual é um vasodilatador periférico que promove o relaxamento da
musculatura lisa da arteríola abrindo os canais de potássio dessa forma aumentando o fluxo sanguíneo cutâneo, e
a Dutasterida tem um papel de inibir a enzima 5 alfa redutase o que diminui a dose de DHT no organismo (Sei et
al., 2020 Chaves et al.2021).
O diagnóstico desse distúrbio pode ser realizado através de análises, por exemplo se houve queda ou afinamento
de cabelo, se o paciente utilizou novos medicamentos ou possui alguma outra doença. Podendo contar com a
associação de exames laboratoriais, e exames ginecológicos (para mulheres) os quais podem excluir outras causas
e dar uma direção para a possível causa da doença e o grau em que ela se encontra. (Klein et al., 2022; Devjani et
al., 2023; Gerkowicz et al., 2017).
Dado ao exposto, o presente trabalho teve como objetivo discutir e investigar a eficácia da mesoterapia como
estratégia de tratamento para a alopecia androgenética, visando fornecer uma abordagem de qualidade para os
pacientes e segurança aos manipuladores.
2. Metodologia
Esta pesquisa trata-se de uma revisão integrativa da literatura que de acordo com Casarin et al (2020), é
reconhecida como um método de pesquisa desde a década de 1980, este tipo trabalho científico visa integrar
achados de trabalhos empíricos e teóricos, permitindo sintetizar resultados e aprofundar a compreensão sobre um
fenômeno específico, com respeito à filiação epistemológica dos trabalhos incluídos.
As estratégias de busca eletrônica foram conduzidas por duas pesquisadoras, independentemente, durante o
período de agosto a novembro de 2023, nas bases de dados indexadas em saúde: PubMed e ScienceDirect e na
base de busca Google Acadêmico, tendo como recorte temporal, artigos publicados entre os anos 2017 e 2023. As
estratégias de busca elaboradas para cada base de dados estão descritas no Quadro 1.
A seleção dos artigos se deu por meio da utilização dos Descritores em ciências da saúde (DeCS): “Alopecia
Androgenética”, “Alopecia Androgenética e o tratamento com Mesoterapia”, “Mesoterapia”, “Minoxidil,
“Finasterida”, “Dutasterida”, “Exames laboratoriais” e seus respectivos em língua inglesa. Os artigos em língua
inglesa foram traduzidos para o português, devidamente analisados e referenciados em linguagem original.
Os critérios de inclusão envolveram artigos com textos completos e gratuitos disponíveis nas bases de dados acima
citadas com os descritores selecionados, que abordavam o tema alopecia androgenetica e seu tratamento com
mesoterapia.
Foram excluídos artigos que não estavam disponíveis de forma gratuita e/ou completa ou dentro do recorte
temporal estabelecido.
O critério empregado para seleção dos artigos foi a leitura de seus respectivos resumos, buscando aspectos
relacionados ao tema. Na sequência, as duas pesquisadoras utilizando os mesmos critérios de inclusão e exclusão,
realizaram a seleção dos artigos para serem lidos na íntegra e incluídos na revisão. Os artigos foram fichados e
identificados por: a) Título do trabalho b) autor ou autores e ano de publicação c) metodologia e) resultados.
Quadro 1. Estratégias de busca utilizadas nas bases de dados, biblioteca virtual e buscador eletrônico.
BASE ESTRATÉGIA
3. Resultados e discussão
A revisão nas bases de dados resultou em um total de 367 publicações e após aplicados os critérios de inclusão e
exclusão, 306 artigos foram excluídos, restando 8 (oito) publicações que foram analisadas na íntegra (FIGURA 1)
e configuram o referencial utilizado para este estudo.
FIGURA 1. Fluxograma:
Gajjar et al., (2019), ao ponderarem sobre os efeitos colaterais e a segurança da mesoterapia, evidenciam uma
lacuna notável na literatura acerca da segurança desta técnica na alopecia androgenética. Suas investigações,
embora não tenham revelado repercussões adversas substanciais, observaram predominantemente efeitos
colaterais leves, como eritema em 88% dos participantes do sexo masculino, com duração transitória de 1-2 horas.
Este fenômeno especula-se estar relacionado a múltiplas microlesões resultantes do processo de microagulhamento
durante a administração da mesolução.
Em contraste, a aplicação tópica de Minoxidil, conforme destacado por Gajjar, provocou queixas de cefaleia em
17% dos participantes, juntamente com eritema devido à sua propriedade vasodilatadora. Esta divergência levou
Gajjar a inferir, com base em seu estudo, a percebida segurança da mesoterapia como modalidade terapêutica
eficaz para o tratamento da alopecia androgenética. Esses resultados oferecem uma perspectiva abrangente,
destacando as vantagens e desafios associados ao uso de diferentes abordagens terapêuticas no cenário da alopecia
androgenética.
Em conformidade com Frano & Tassinary (2018) os ativos mais utilizados nas pesquisas para uso de forma
intradermica foram Minoxidil, Finasterida, Dutasterida, biotina, vitaminas e silício orgânico, já outro estudo de
Jesus et al (2020) sita as substancias Minoxidil, finasterida, biotina, pantenol, Dutasterida e soro fisiológico,
obtendo um resultado melhor em pacientes que utilizaram a Dutasterida. Em concordância com Nantes et al (2018)
a alopecia androgenética não tem resultados maléficos fisiologicamente, porem em contrapartida pode gerar danos
ao paciente de forma psicológica afetando a autoestima e assim sua qualidade de vida. Estudos mostram que a
forma terapêutica deve ser escolhida de forma individual e de acordo com o grau do distúrbio do paciente, mas
também as pesquisas devem ser aprimoradas e buscar formas de terapia eficazes (Nakakura, 2023).
4. Conclusão
A alopecia androgenética, embora não imponha severas repercussões fisiológicas, exerce um impacto substancial
na autoestima dos indivíduos, instigando a busca por tratamento. A mesoterapia, avaliada positivamente na maioria
dos estudos, destaca-se pelo uso predominante de agentes como Minoxidil, Finasterida e Dutasterida. Contudo, a
necessidade de aprofundamento em estudos adicionais se faz premente, visando uma compreensão mais
abrangente de seus resultados. Consequentemente, a atenção aos potenciais efeitos adversos dos tratamentos
medicamentosos reforça a pertinência de abordagens medicamentosas para um tratamento holístico.
A apreensão dos mecanismos moleculares subjacentes à alopecia androgenética, abarcando a enzima 5-alfa
redutase e suas isoenzimas, ressalta a intrincada complexidade desta condição. A disparidade na prevalência entre
os gêneros, notavelmente superior em homens, enfatiza a demanda por abordagens terapêuticas diversificadas.
A mesoterapia, neste contexto, emerge como uma ferramenta inestimável no arsenal terapêutico contra a alopecia
androgenética. Sua posição complementar aos métodos convencionais sublinha a necessidade de uma abordagem
personalizada, atenta às nuances individuais dos pacientes.
Foi observado com o estudo que a causa da alopecia pode ser de fator genético, mas também de outros fatores
como déficit de vitaminas, supressão de enzimas, causa de extress, deficiência de sono e hormonal e também
causas emocionais, os resultados das pesquisas demostraram que mesmo com uma gama significativa de opções
para tratamento não se tem conhecimento de tratamento considerado ouro, ou seja a cura total.
Contudo o estudo concorre para a compreensão e refinamento contínuo das opções terapêuticas disponíveis,
oferecendo um horizonte promissor de esperança e soluções para aqueles impactados pela alopecia androgenética,
visando a busca da saúde e o bem-estar.
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Acesso em 19 de novembro, 2023. Disponivel em:
https://www.researchgate.net/publication/342612349_Uso_de_fatores_de_crescimento_no_microagulhamento_para_tratamento_da_alopecia_androgen
etica