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Psicodermatoses

resumo
A psicodermatologia trata-se de um ramo relativamente novo, que interliga de maneira
interativa ramos da psicologia, psiquiatria e dermatologia. Visto que pacientes que
sofrem com doenças de pele, podem também ter problemas emocionais associados
como o estresse, ansiedade e depressão e é percebido em qualquer doença de pele,
como vitiligo, acnes, manchas, psoríase e dermatite atópica, por isso recebem o nome
de psicodermatoses. Este trabalho busca demostrar como alguns problemas psíquicos
vim a originar manifestações dermatológicas ou agravado doenças dermatológicas já
existentes.
Introdução
O conceito que foca a pele como reflexo da mente e das emoções e ao mesmo tempo
influencia essas duas esferas sempre existiu, pois, estados emocionais como medo,
vergonha, raiva e terror se manifestam por mudanças de cor, textura, umidade e
apegos à pele, bem como estados mentais, como depressão, ansiedade e distorção
da imagem corporal, são criados por doenças de pele (Azambuja,2017). Para a diretora
do Instituto Superior de Medicina e Dermatologia, Roberta Motta, diversos estudos já
comprovaram que ‘a pele é o espelho da alma’.
Objetivo
Este trabalho tem como objetivos classificar e identificar as afeções dermatológicas
sobre influência de distúrbios psíquicos.
Método
Revisão bibliográfica sobre o tema, em sites como Pubmed e scielo e sociedade
brasileira de dermatologia.
Resultados
Muitos dermatologistas partilham a opinião de que a prevalência de psicopatologia é
elevada nos doentes com patologias cutâneas, principalmente no caso das
dermatoses crónicas. Perturbações de ansiedade, depressão, sono, constrangimento
e sentimento de rejeição são alguns dos problemas mais comuns. Esta constatação
tem sido confirmada pelo aumento significativo de estudos realizados. É estimado que
cerca de 30% dos doentes acompanhados em consulta de dermatologia tenham
psicopatologia subjacente, que tanto pode despoletar como exacerbar a patologia
dermatológica (Soares,2018).
De cada 10 pacientes, entre 3 e 5 apresentam problema de ordem emocional
associado à afecção cutânea. “O número pode chegar a 70%”, diz Luciana Conrado,
dermatologista com formação em psicossomática psicanalítica pelo Instituto Sedes
Sapientiae, de São Paulo. Além disso, a pele tem impacto direto sobre a autoestima.
Esta unidade mente-corpo está relacionada com uma via fisiológica elaborada, o
modelo neuro-imuno-cutâneo-endócrino. Tem um funcionamento integrado e
bidirecional, onde a atividade mental redunda em comportamentos fisiológicos ou
patológicos e eventos físicos provocam atividade mental. Este paralelismo encontra
parte da sua justificação no facto da pele e o sistema nervoso central terem origem
embriológica comum na ectoderme. Salienta-se a importância do reconhecimento da
existência de transtornos psicocutâneos e da sua avaliação holística. (Soares,2018)
Sendo assim, os distúrbios psicodermatológicos podem ser amplamente classificados
em três categorias:

 Distúrbio psicofisiológico: refere-se a um distúrbio de pele, como eczema ou


psoríase, que é agravado pelo estresse emocional.
 Transtorno psiquiátrico primário:refere-se a um transtorno de pele como a
tricotilomania, em que o problema primário é psicológico; as manifestações
cutâneas são auto-induzidas.
 Transtornos psiquiátricos secundários: afetam pacientes com problemas
psicológicos significativos que têm um impacto profundamente negativo em sua
autoestima e imagem corporal. Depressão, humilhação, frustração e fobia
social podem se desenvolver como consequência de uma doença de pele
desfigurante( KOO, 2001).

Conclusão
Ao fazer essa ligação entre mente e corpo, o profissional pode ajudar o paciente de
forma completa em seu tratamento, que por muitas vezes pode ser ou não
farmacológico. Uma vez que uma das causas das psicodermatoses são de origem
psíquica e, a correta condução do caso acarretaria na resolução mais rápida do
problema dermatológico. Por isso seria interessante esse campo de pesquisa ter mais
materiais de estudo para o diagnóstico preciso. De forma integrativa a área da
dermatologia, psiquiatria e psicologia, trataria de forma completa o paciente, como um
ser humano inteiro, melhorando sua qualidade de vida.
Referências

1. AZAMBUJA RD. The need of dermatologists, psychiatrists and psychologists


joint care in psychodermatology. Anais Brasileiros de Dermatologia, 2017 .
Disponivel em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5312181/
Acesso em 07/09/21
2.  KOO JY. Psychodermatology: a practical manual for clinicians. Cur Prob
Dermatol. 1995. Disponivel em: https://www-ncbi-nlm-nih-
gov.translate.goog/pubmed/16269267?
_x_tr_sl=auto&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt-BR&_x_tr_pto=ajax,se,elem . Acesso
em 06/09/21
3. SOARES, JAF. Psychodermatology: clinical and conceptual dimensions.
Repositório científico da UC, 2018. Acesso em 09/09/21
4. NO DIA MUNDIAL DA SAÚDE, SBD ABORDA A RELAÇÃO ENTRE AS DOENÇAS
DERMATOLÓGICAS E A DEPRESSÃO. Sociedade Brasileira de Dermatologia,
2017. Disponivel em: https://www.sbd.org.br/noticias/relacao-entre-as-
doencas-dermatologicas-e-depressao/ .Acesso em 06/09/21

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