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RIO DE JANEIRO
2020
COSME ALAN SILVA DE SOUZA
KLAUS GOMES DE FIGUEIREDO
MAIARA DE ABREU S. PEREIRA
PALOMA DA C. DOS SANTOS
RIO DE JANEIRO
2020
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RESUMO
O Vitiligo é uma doença de pele crônica que faz com que surjam manchas
brancas no corpo, não contagiosa e alvo de preconceito no país. Nesse contexto,
o trabalho apresentou sua ligação com as emoções e as doenças
psicossomáticas, tendo em vista que as manchas começam a aparecer quando
o indivíduo, além da condição genética, acaba passando por situações que a
desestabilidade, causando um cenário de estresse. Ligando todas as questões
psicossomáticas, não saber lidar com esses fatores podem desencadear outras
doenças como a depressão. A partir de uma pesquisa bibliográfica de enfoque
qualitativo, a monografia buscou compreender como as emoções negativas
oriundas após a manifestação do Vitiligo estão associadas e podem
desencadear no indivíduo a depressão como doença psicossomática.
ABSTRACT
Vitiligo is a chronic skin disease that causes white spots to appear on the body,
non-contagious and a target of prejudice in the country. In this context, the work
presented its connection with emotions and psychosomatic diseases, considering
that the spots start to appear when the individual, in addition to the genetic
condition, ends up going through situations that destabilization, causing a stress
scenario. Linking all psychosomatic issues, not knowing how to deal with these
factors can trigger other diseases such as depression. From a bibliographic
search with a qualitative focus, the monograph sought to understand how
negative emotions arising after the manifestation of Vitiligo are associated and
can trigger depression as a psychosomatic disease in the individual.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................05
CAPÍTULO I: O vitiligo e a psicossomática.....................................................09
CAPÍTULO II: A psicossomática e as emoções..............................................12
CAPÍTULO III: Depressão em pessoas com vitiligo.......................................17
CONCLUSÃO....................................................................................................19
REFERÊNCIAS.................................................................................................21
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INTRODUÇÃO
A medicina psicossomática vem ganhando uma visibilidade maior e
chama a atenção para a psicoimunologia, que é encarregada de entender os
fatores estressantes, como por exemplo a angústia e a ansiedade, podendo
diminuir o potencial imunológico do organismo, levando a desenvolver ou
potencializar doenças (FONSECA, 2012).
O vitiligo é uma doença cuja principal característica é o surgimento de
manchas brancas na pele causadas porque os melanócitos, células
responsáveis pela produção da melanina (substância que dá pigmentação à
pele), começam a ser atacados pelo próprio sistema de defesa do paciente, o
que enquadra a enfermidade entre as doenças autoimunes. Os pelos nas regiões
afetadas também costumam ser brancos e, às vezes, há pequenas pintas
pigmentadas no centro da lesão. Pode ser que as manifestações da doença no
corpo humano demorem a eclodir, o que pode facilitar um quadro de
desequilíbrio emocional dependendo do indivíduo e como ele lida com o novo
estilo de vida (RUIZ; DOS REIS, 2018).
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), 2017, o vitiligo é
uma doença que acomete aproximadamente 0,5% da população mundial, sendo
caracterizado pela perda da pigmentação da pele. A maioria dos pacientes de
vitiligo não manifesta qualquer sintoma além do surgimento de manchas brancas
na pele. Em alguns casos, relatam sentir sensibilidade e leve coceira na área
afetada. Entretanto, uma grande preocupação dos dermatologistas são os
sintomas emocionais que os pacientes podem desenvolver em decorrência da
doença.
Em 2017, ainda segundo a SBD, somada a Pontifícia Universidade
Católica do Paraná – PUCPR, realizou uma enquete com 17.004 pessoas de
6.048 municípios, com idade média de 41 anos, que moram em 87 cidades
brasileiras com mais de 300 mil habitantes. Na América Latina e especificamente
no Brasil, não havia dados populacionais consolidados sobre a doença, o que
motivou a realização do levantamento. Vale ressaltar que o intuito traçado da
pesquisa realizada em 2017 pela SDB, UNESP e PUCPR, era investigar a índice
de manifestação da doença e em que circunstâncias ela se apresentava.
A enquete foi dividida em duas partes: a primeira foi coordenada pela
Unidade de Pesquisa em Saúde Coletiva da Unesp, que consistiu em entrevistas
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telefônicas selecionadas de forma aleatória nas cidades brasileiras com mais de
300 mil habitantes. Na segunda etapa, a coleta de dados foi realizada a partir
de entrevistas individuais com as pessoas que apresentaram diagnóstico de
vitiligo para avaliação desse grupo no estudo populacional (SBD, 2017).
A primeira fase da pesquisa da SBD identificou 97 casos de vitiligo
(0,57%), com 48 diagnósticos da doença em homens e 49 em mulheres, e idades
entre 22 e 46 anos. Nas regiões Centro-Oeste (0,69%), Sudeste (0,66%) e Norte
(0,65%) apresentaram os maiores índices da doença, enquanto as regiões
Nordeste (0,39%) e Sul (0,40%) registraram os menores números. Sobre os
índices mundiais, a SBD afirma que a doença tem mais prevalência em países
africanos, menos em países europeus e orientais, sendo maior em mulheres. As
prevalências populacionais em alguns países no mundo são: China (0,09%);
Dinamarca (0,38%); Estados Unidos (0,40-2%); Índia (1,13%) (SBD, 2017). A
pesquisa também ressaltou a importância de propagar o conhecimento sobre a
doença, tendo em vista a associação com fatores emocionais e reafirmá-la que
não é contagiosa.
Quando se trata de doenças e sintomatologia, as doenças
psicossomáticas podem apresentar desde tiques nervosos a problemas
cardíacos. O psiquismo, compreendido como a junção dos conceitos de alma,
mente e personalidade comportamental, tem o dever de manter o equilíbrio
emocional e consequentemente, um potencial saudável para o organismo do
indivíduo. O conflito emocional pode gerar ou reagir de maneiras diferentes:
sintomas psíquicos ou transformando o problema emocional em físico
(ALEXANDER, 1989).
Quando o sujeito apresenta algum desequilíbrio emocional, tanto de
sentimentos quanto de pensamentos, seja qual for a origem, o acúmulo desses
fatores interfere no corpo humano causando dores e até mesmo doenças e
distúrbios. A mente e o corpo formam um sistema único e muitos mecanismos
inconscientes estão presentes nesta ligação, ou seja, após fatores acumulativos
de origem emocional eclodirem, podem dar origem a dores corporais ou até
mesmo doenças, uma delas a depressão. No geral, mudanças significativas na
vida do sujeito podem ocasionar reações diversas no organismo humano, dando
origem a doenças e os distúrbios psicossomáticos (FONSECA, 2012).
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Na somatização a pessoa apresenta sintomas físicos, mas após vasta
investigação não há uma doença orgânica, apontando como causa desse
sintoma a emocional. O problema de se fazer o diagnóstico de uma doença
psicossomática é que a pessoa não possui consciência de que a doença está
sendo causada pelos seus próprios sentimentos. Além disso, não se encontra
uma explicação física e/ou biológica para os sintomas (RUIZ; DOS REIS, 2018).
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a saúde do indivíduo está ligada diretamente com as emoções e seus
sentimentos; diferenciar emoções de sentimento; compreender a associação do
vitiligo com o desequilíbrio emocional e suas consequências (depressão);
analisar os melhores meios de prevenção e defesa tendo em vista a associação
do vitiligo a fatores emocionais e sentimentos ruins e conscientizar a população
a fim de prevenir e ajudar quem está em sofrimento, reconhecendo o papel do
psicólogo nestas situações.
A justificativa do estudo é pautada na perspectiva psicossomática, que
reconhece alguns sentimentos como possíveis fatores de adoecimento e/ou
agravantes. Cada tipo de emoção pode afetar um órgão ou sistema do corpo
para causar determinados sinais e sintomas. A raiva, medo, mágoa, tristeza, até
mesmo a euforia, podem atrair situações que sejam desencadeadoras de um
desequilíbrio emocional que sejam suscetíveis a algumas doenças. A relevância
baseia-se em esclarecer a sociedade e aos profissionais da área de saúde uma
abordagem mais humana e acessível as demais camadas da sociedade a fim de
garantir a prevenção de algum sofrimento psíquico e/ou depressão.
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CAPÍTULO I
O VITILIGO E A PSICOSSOMÁTICA
O Vitiligo, por ser uma doença que causa manchas na pele, causa um
grande impacto social e ainda não é muito bem aceita, tendo em vista que o
senso comum ainda acredita que seja uma doença contagiosa. Sua origem ainda
não é definida, contudo, existem teorias que associam diversos fatores
peculiares a cada indivíduo que façam as manchas aparecerem de acordo com
uma base e determinismo genético (NOGUEIRA; ZANCANARO; AZAMBUJA,
2009).
As pessoas que têm a doença apresentam um fator emocional
desequilibrado, onde o estresse e a ansiedade são sentimentos existentes,
afetando diretamente o sistema imunológico e fazendo com que a doença venha
a se manifestar e agravar a despigmentação pelo corpo. O vitiligo pode ser
classificado de três maneiras: focal, são mais comuns e aparecem em mais de
um local do corpo, como rosto e mãos; segmentar, surgem somente em um lado
do corpo e generalizado, mais raro, porém é o tipo em que as manchas atingem
quase o corpo inteiro. Apesar de ela não ter cura, o tratamento quando realizado
corretamente apresenta resultados positivos (NOGUEIRA; ZANCANARO;
AZAMBUJA, 2009).
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pode levar a ideação suicida ou ao ato em si. Mesmo a CID-10 considerando a
depressão como uma doença relacionada aos transtornos mentais e
comportamentais em seu Capítulo V, entendida entre os códigos F00-F99, sua
causa ainda não é firmada, contudo, fatores biológicos e psicológicos podem ser
favoráveis a doença (NETO, 2010). Segundo o psiquiatra Neto (2010), existe um
desequilíbrio químico no cérebro, que altera as transmissões neurais,
principalmente da noradrenalina e da serotonina. Identificar quais são esses
fármacos, ajudou na produção de medicamentos para o tratamento, que hoje
são mais conhecidos como antidepressivos.
O conceito de psicossomático, segundo Lipowiski (1984), abrange a
relação do homem em seu aspecto corpo-mente associado ao seu meio social,
aborda a dissociação dos aspectos psicológicos e biológicos da humanidade.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 2016, "saúde é um estado
de completo bem-estar físico, mental, social e não apenas a ausência de
doença", esse conceito consegue ser mais próximo de uma visão do indivíduo a
partir de uma perspectiva integral, pois considera as influências biopsicossociais
sobre ele.
Segundo Morin (2002), a partir do seu conceito de Complexidade, a
relação do homem com seu ecossistema sofre influências e influência de
maneira recíproca, contudo, as consequências deste processo podem acarretar
problemas sérios à sua essência psicossocial e, consequentemente, a sua
saúde. Assim, é preciso resguardar a peculiaridade do sujeito em seu
ecossistema complexo, levando em consideração seus aspectos: biológicos,
psicológicos, sociológicos e culturais.
A partir da teoria psicossomática moderna, pode ser desenvolvida em três
fases, sendo a primeira estimulada pela psicanálise que diz respeito as teorias
de regressão e a gênese inconsciente das enfermidades. A segunda é a fase
intermediária, behaviorista, que se concentrou em pesquisas em homens e
animais, tendo como auxiliar para sua interpretação as ciências exatas, havendo
um grande avanço nos estudos sobre stress. Já a terceira fase, atual, chamada
de multidisciplinar ou interdisciplinar, destaca a importância da dimensão social
e suas interconexões com a visão psicossomática, necessariamente possuindo
uma interação entre os diferentes profissionais de saúde. Em toda enfermidade,
o corpo procura uma maneira de manter uma estabilidade, ou seja, a partir da
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primeira teoria, a principal ideia do conceito psicossomático é de como o corpo
se transforma sob o efeito do estresse e de como a mente lida com isto
(Ramos,1994).
O estresse físico ou emocional tem repercussões em inúmeras
dermatoses, sendo uma delas o vitiligo. Considerado uma psicodermatose por
conta da sua afecção da pele, indicada pela perda completa ou parcial dos
melanócitos produtores de pigmento situados na epiderme, mediante ao nível de
estresse que sujeito sofre. Após uma pesquisa realizada pelos autores Lopez,
Fajardo e Lera, 1995, constatou-se que 77% dos pesquisados, afirmaram que a
doença começou a apresentar seus sinais após eles terem sofrido
acontecimentos estressantes em um intervalo inferior a um ano, além de
afirmarem que após o aparecimento das manchas no corpo, o estresse se
intensificou, gerando um quadro de ansiedade e desencadeando a depressão
(LOPEZ; FAJARDO; LERA, 1995).
Outra amostra realizada por Kent e Al’ Abadie, 1996, com 614
entrevistados, mais da metade (59%), responderam que a doença tem afetado
outros aspectos de suas vidas, devido ao preconceito que as pessoas com
vitiligo sofrem devido as machas corporais. Por conta disso, e da pressão social
a qual as pessoas com vitiligo sofrem, alguns tentam camuflar seus sinais, assim
como evitam certas aparições a fim de evitar algum constrangimento.
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CAPÍTULO II
A PSICOSSOMÁTICA E AS EMOÇÕES
Os números alarmantes chamam atenção para as pessoas que passaram
por algum trauma ou desequilíbrio emocional relevante, propiciando o
desenvolvimento ou aparecimento de doenças que antes não tinham ou estavam
adormecidas, independentemente da idade ou gênero. A falta de controle
emocional pode acarretar uma ansiedade, que poderá agregar uma ou mais
doenças (AHMED, 2007).
O termo Psicossomático surgiu em 1918, sendo timbrado em 1989 como
um tipo de método utilizado na terapia em conjunto com outros meios e conceitos
somáticos, ou seja, a terapia a partir dessa perspectiva era trabalhada com a
junção da metodologia com viés somático e dos conceitos psicológicos, sem
agregar um no outro (CERCHIARI, 2000).
Em sua essência, o termo busca tratar a origem psicológica de algumas
doenças orgânicas. A medicina psicossomática é entendida como um estudo das
relações mente e corpo com um enfoque somático, ou seja, com variações
psíquicas (ALEXANDER, 1989).
Segundo Alexander (1989),
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Ambas estarão sempre ligadas, tendo em vista que emoção gera
sentimento e sentimentos novos desencadeiam novas emoções no indivíduo. A
tomada de consciência deste processo psíquico é fundamental para manter o
equilíbrio da mente e a inteligência emocional de forma plena. As emoções são
inconscientes e os sentimentos uma forma de expressão desta inconsciência
(FONSECA, 2012).
A relação mente e corpo é um tema que existe desde a antiguidade e
permeia até a sociedade contemporânea. No século XIX, essa associação da
mente e do corpo começou a ser relacionada com as enfermidades, tendo em
vista o conceito psicossomático abordado acima. Logo, a relação com a mente
(relacionado aos aspectos cognitivos e emocionais/comportamentais) pode ser
associada a alterações fisiológicas entre a mente e o corpo. Nessa perspectiva,
os processos mentais podem ter efeitos somativos e os efeitos somativos tem
relação com os efeitos mentais. Este conceito que utiliza uma via de mão dupla
entre a mente e corpo e a sua relação psicossomática, pode ser chamado de
Monismo Neutro ou Interacionista, ou seja, onde o físico e a mente estão
interligados dando origem aos fenômenos mentais (emocionais) e físicos
(DEJOURS, 1998; 1999).
O estresse emocional geralmente é uma característica negativa atribuída
ao indivíduo, sendo um dos principais fatores que ocasionam uma má qualidade
de vida. É preciso reconhecer esse tipo de sentimento e discernir a sua atuação
na vida e como ele pode alterar a harmonia do homem. Qualidade de vida é
relativo à concepção dos indivíduos ou de um coletivo em romper os obstáculos
que causam alguma instabilidade em sua vida, ou seja, segundo Hans Selye
(1956, p. 253), o "stress é usualmente o resultado da luta para a autopreservação
(homeostase) das partes dentro do todo."
Segundo Lipp e Tanganelli (2002), alguns fatores relacionados à origem
externa do estresse são representados por situações cotidianas ou por pessoas
com as quais se lida rotineiramente, ou seja, perdas ocasionais, acidentes,
trabalho em excesso, família em conflito, entre outros. Os fatores internos
correspondem à maneira como se imagina e interpreta uma situação, sendo essa
perigosa ou ameaçadora. O organismo se coloca em situação de alerta sempre
que necessário, provocando uma série de modificações fisiológicas nesses
momentos.
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O estresse pode ser dividido em três fases: a de alerta, resistência e de
exaustão, e através do conhecimento destas fases, é possível compreender a
gravidade do caso de acordo com nível de estresse que o sujeito se encontra. A
primeira fase, considerada a de alerta, configura a etapa na qual o indivíduo tem
uma descarga de adrenalina preparatória para a adaptação e consegue ter êxito
na situação, alcançando uma sensação de plenitude; logo, é uma fase positiva
do stress. Na fase de resistência, o sujeito continua lutando de forma espontânea
com os fatores que estressam a fim de manter uma estabilidade, caso eles
persistam e não aconteça a sua interrupção, pode ocorrer uma quebra da
resistência da pessoa. Como consequência disso, chega-se a fase de exaustão,
na qual os órgãos com maior fragilidade genética são mais facilmente atingidos
por distúrbios, podendo, por meio desse processo, surgir doenças graves (LIPP;
TANGANELLI, 2002).
A fase de quase exaustão ocorre quando a pessoa está enfraquecida, não
conseguindo mais se adaptar ou resistir ao fator “estressor”. Como consequência
as doenças podem começar a se manifestar e acarretar problemas significativos
na vida da pessoa, tendo em vista a individualidade de cada um em avaliar e agir
de acordo com a situação em que lhe causa desconforto (LIPP; TANGANELLI,
2002).
A inteligência emocional é um conceito da Psicologia que aborda a
organização dos sentimentos individuais e externos, podendo ser
potencializador boa parte do sucesso e da capacidade de liderar de um sujeito.
Quando se fala sobre inteligência emocional é fácil enfatizar os aspectos
cógnitos (como memória e processos racionais) do ser humano, contudo, ainda
assim é possível reconhecer diferentes campos da inteligência mesmo sendo
não-cognitivos (FIORIN, 2007).
Em 1983, Gardner, alertou sobre a sua teoria de múltiplas inteligências
onde a inteligência poderia ser associada às emoções e sentimentos como
vetores de mudança, comtemplando a inteligência cognitiva como emocional
também. O termo inteligência social foi fundado em 1920 por Robert Thorndike,
que identifica aspectos não-intelectuais sobre o comportamento pensante.
Inteligência emocional em si foi conceituada por Salovey e Mayer (2000)
como a capacidade de lidar com a emoção e o pensamento ao mesmo tempo,
discernir, compreender e raciocinar com ela, garantindo a sua plenitude em lidar
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com os sentimentos. Quando se trata de ansiedade levanta-se o questionamento
sobre como ele surge, como tratar e o que pode acarretar caso não seja
diagnosticado a tempo, um possível a depressão por exemplo.
Segundo Castillo (2000), a ansiedade é uma preocupação intensa,
exagerada e que persiste em diversas situações do cotidiano do indivíduo que a
carrega. Pode provocar frequência cardíaca acima do normal, sudorese, fadiga
e principalmente, pode ser indicador de doenças subjacentes quando os
sentimentos se tornam exacerbados, obsessivos e que incomodam o dia-a-dia.
As manifestações de nervosismo as vezes são difíceis de ser identificadas, por
isso a dificuldade em evidenciar as origens da ansiedade a fim de tratá-la.
O sistema nervoso do corpo humano responde a estimulação da
ansiedade como ameaçadora. Ao moderar as emoções a fim de mudar os
sentimentos pode ajudar no combate aos sentimentos excessivos, logo a
ansiedade (CASTILLO, 2000).
Existem dois hormônios ligados a ansiedade: adrenalina (que diz respeito
as ações imediatas) e cortisol (lembra o efeito da adrenalina, mas não é
momentânea, ele serve para manter nosso organismo em equilíbrio, quando o
ser humano se encontra em um nível de estresse elevado ele entra em
desarmonia). Os dois são responsáveis em administrar de maneira estável a
ansiedade, classificando-a em somática ou cognitiva. O somático tem sintomas
como: palpitações, dores de barriga, tonturas, insônias... E os cognitivos:
pensamentos negativos e auto destruidores (BRASIL, 2018).
O sentimento de medo e insegurança causada pela ansiedade exagerada
podem ser reconhecidos como patológico de acordo com uma instabilidade
emocional (mente). A diferença entra a ansiedade patológica e normal é baseada
na sua duração e o limite de estímulos que ela está sujeita (CASTILLO, 2000).
Quando as crises de ansiedade ocorrem com frequência ou de maneira
intensa, prejudicando a saúde mental e/ou do corpo elas podem desencadear
outras doenças. Ansiedade e depressão são coisas diferentes, contudo, podem
estar associadas quando a ansiedade não é reconhecida e tradada de maneira
coerente. Os sintomas acontecem de maneira simultânea, a falta de controle,
angústia, falta de ânimo... logo, a somática dessas questões acarretará a
depressão ao indivíduo, sendo compreendida como um conjunto de condições
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associadas à elevação ou ao rebaixamento do humor, como depressão ou
transtorno bipolar (BRASIL, 2018).
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CAPÍTULO III
DEPRESSÃO EM PESSOAS COM VITILIGO
Segundo o Instituto de Psicologia e Controle do Stress, em 2014, foi
realizada uma pesquisa on-line sobre amparo da Dra. Marilda Novaes Lipp
(diretora da instituição), com o intuito de identificar como os brasileiros estavam
com relação ao stress. Após 45 dias de coleta de dados, a pesquisa que
aconteceu em território e nível nacional, atingiu 2.195 brasileiros que
responderam de forma espontânea sobre o seu nível de stress e o acreditava
que o motivava. Os objetivos da pesquisa foram:
Conduzir um levantamento da incidência de stress no
Brasil, de acordo com auto percepção dos brasileiros e se
o brasileiro considera que sabe lidar com o stress; verificar
se os brasileiros acham que o stress diminuiu, aumentou
ou continuou igual comparando-se o presente com o
passado e verificar qual o nível de stress que eles julgam
aceitável no ser humano adulto; mapear as maiores fontes
de stress do brasileiro; mapear as estratégias de
enfrentamento a que o brasileiro utiliza para lidar com seus
desafios e levantar as doenças mais comuns nos
respondente e ver se tem ligação com o stress
(INSTITUTO DE PSICOLOGIA E CONTROLE DO
STRESS, 2014, s/p)
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abrem espaço para um quadro de ansiedade e depressão (INSTITUTO DE
PSICOLOGIA E CONTROLE DO STRESS, 2014).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (2018), entre os anos de 2005
e 2015, o número de casos de depressão cresceu 18%, totalizando no mundo
inteiro 322 milhões. Somente no Brasil, neste mesmo ano, 18,6 milhões de
pessoas tem distúrbios relacionados à ansiedade.
Considerada uma doença psíquica, a depressão assola um número
significativo da população brasileira. Logo, o tema torna-se favorável para o
debate, tendo em vista o caminho percorrido pelo indivíduo até a depressão. A
ref
falta de controle emocional e/ou desequilíbrio, podem gerar sentimentos
desordenados e consequentemente, a ansiedade pode ser um grande atrativo à
depressão. Com isso, o tratamento preventivo pelos profissionais devidamente
capacitados pode ser o ponto diferencial nesta jornada, prevenindo um
desequilíbrio emocional e a agravação de doenças.
O tratamento para a depressão é a combinação dos remédios com a
terapia. Em uma perspectiva gradativa, as crises depressivas diminuem e
proporcionam uma qualidade de vida melhor. A psicoterapia ajudará o paciente
a refletir sobre a origem de seus sentimentos e emoções, tendo em vista que
elas se encontram em desequilíbrio, o ajudando a reconstruir o seu modo de ser
e de ver o mundo (NETO, 2010).
O fator emocional e o viés psicossomático se tornam então pertinentes a
origem e/ou agravamento da doença. As lesões provocadas pela condição
atuam diretamente na qualidade de vida e na autoestima do sujeito, o que torna
a psicoterapia essencial nesses casos, tendo em vista que para a manifestação
da doença, a pessoa já se encontra em um estado emocional desarmonioso, o
que vem a piorar após a manifestação da doença, devido ao preconceito,
aceitação da doença e do novo estilo de vida (AHMED, 2007).
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considere mudar para considerações finais
e faça um resumo dos seus argumentos ao
CONCLUSÃO longo do texto, discuta e conclua.
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REFERÊNCIAS
21
FILHO, Júlio de Mello. Psicossomática Hoje. 1992. Artes Médicas. Porto
Alegre. FIORIN, José Luiz. Paixões, afetos, emoções e sentimentos. Rev.
Bras. São Paulo, v.5, n.2, 2007.
22
RUIZ, Larissa Pires; DOS REIS, Maria de Jesus Dutra. Sofrimento à flor da
pele: Depressão e autoestima em portadoras de vitiligo. Interação em Psicologia,
Curitiba, v. 22, n. 1, apr. 2018. ISSN 1981-8076. Disponível em:
<https://revistas.ufpr.br/psicologia/article/view/53548>. Acesso em: ago. 2020.
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