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Utilização do Minoxidil associado ao microagulhamento para tratamento da

alopecia androgenética masculina

Ketslon Júlio Marcal Barbosa1


Ana Maciel2

RESUMO

A alopecia é uma patologia que causa queda capilar exagerada e calvície nos
indivíduos portadores da mesma. Existem dois grupos que dividem as alopecias,
sendo elas a alopecia cicatricial e não cicatricial. Sendo assim, o presente estudo teve
como objetivo demonstrar a eficácia do microagulhamento associado ao Minoxidil
para o tratamento da alopecia, além de compreender como o cabelo afeta na
autoestima dos indivíduos e quais as causas da alopecia e seus tipos tratáveis. Para
isso, utilizou-se a revisão de literatura como metodologia, por meio da pesquisa
bases de dados como Google Scholar, PubMed e Scielo. Portanto, a partir dos
trabalhos analisados foi possível afirmar que as alopecias cicatriciais tratam-se de
quadros irreversíveis devido as agressões causadas aos folículos pilosos, a presença
de tecido cicatricial e tecido fibroso no couro cabeludo. Já nas alopecias não
cicatriciais não há a destruição do folículo piloso, o que torna possível a realização de
diversas técnicas para reverter o quadro, sendo um deles, o microagulhamento.
Atualmente é associado ao microagulhamento o ativo Minoxidil para tratar quadros
alopéticos, isso porque em várias literaturas há comprovação de que os mesmos
causam a morfogênese dos folículos capilares, manutenção dos fios e diminuição da
queda de cabelo. Sendo assim, associar o microagulhamento ao Minoxidil, trata-se de
uma técnica segura e eficaz que além de tratar a alopecia, irá ajudar as pessoas a
sentirem bem consigo mesmas, melhorando suas autoestimas, o que as tornará
pessoas confiantes, evitando então doenças psicológicas que poderiam vir a surgir.

Palavras-chave: Alopecia. Calvície. Microagulhamento. Minoxidil.

1 INTRODUÇÃO

É sabido dizer que uma boa imagem se fala por si própria, fazendo com que a
pessoa seja bem tratada e sua aprovação nos grupos sociais sejam automáticas,
entretanto alguns fatores interferem na imagem que a pessoa transmite, como por
exemplo a baixa autoestima.
Quando uma pessoa sofre de queda capilar ou possui calvície atrai olhares por
ser algo diferente de um dos padrões imposto pela sociedade que são cabelos
perfeitos e alinhados. Portanto, a pessoa portadora de alguma patologia que causa

1 Acadêmico do curso de Farmácia da Faculdade Anhanguera de Betim.


2 Orientadora docente do curso de Farmácia da Faculdade Anhanguera.
queda de cabelo, como é o caso da alopecia, pode desenvolver baixa autoestima pelo
fato de se sentir julgada devido aos olhares atraídos ou desenvolve-la por não gostar
do que vê quando se olha no espelho.
A alopecia pode ser desencadeada por fatores genéticos, ambientais,
nutricionais e até mesmo pelo estresse e ansiedade, que são os males do século.
Dessa forma, o número de pessoas que procuram ajuda para frear essa queda capilar
está aumentando cada vez mais e por conta disso a indústria da estética desenvolveu
tratamentos, como é o caso do microagulhamento associado ao uso de Minoxidil, para
ajudar essas pessoas trazendo novamente a elas autoestima e bem-estar evitando
com que elas desenvolvam outros tipos de problemas psicológicos.
Conforme a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD, 2016), a queda
demasiada de cabelo tem um grande impacto na aparência física dos seres humanos,
sendo um motivo de grande preocupação entre homens e mulheres. Sabe-se que a
alopecia andrógena pode se desenvolver em ambos os sexos, sendo mais frequente
no público masculino.
Caracterizada por um processo andrógeno dependente, ocorrendo alteração
no ciclo do cabelo e uma miniaturização dos fios, tornando os fios finos e curtos, esse
problema afeta o folículo piloso, devido conjunção de fatores genéticos e ambientais.
Diante disso, mesmo não causando danos à saúde a alopecia andrógena causa sérios
danos a autoestima. A cada dia mais estão surgindo novos tratamentos para a mesma
no intuito de trazer melhorias físicas aos usuários.
A elaboração desse trabalho visou ampliar o acervo técnico sobre a utilização
do Minoxidil associado ao microagulhamento tratamento da alopecia androgenética
masculina, com informações relevantes a serem disponibilizadas para a comunidade
acadêmica na busca de atualização e novas abordagens de temas já consagrados na
literatura.
Diante disso, qual o efeito do uso do Minoxidil associado ao microagulhamento
no tratamento da alopecia androgenética masculina? A fim de responder a essa
pergunta, o principal objetivo deste trabalho foi demonstrar os efeitos da associação
do Minoxidil ao microagulhamento no tratamento da alopecia androgenética
masculina. Os objetivos específicos consistiram em; discorrer sobre a alopecia
androgenética masculina, explicar aspetos farmacológicos do Minoxidil e discutir o uso
associado de Minoxidil ao microagulhamento no tratamento da alopecia androgenética
masculina.
2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Metodologia

Para a realização deste trabalho, foi realizada uma revisão bibliográfica de


forma qualitativa e descritiva de fontes seguras com trabalhos publicados nos últimos
5 anos, nas quais foram buscados novos conceitos, tendo como fontes de pesquisas
uma variedade literária pertinente ao assunto abordado, tais como: livros, artigos
acadêmicos em bases de dados bibliográficos – PUBMED, LILACS, SCIELO, Google
Acadêmico entre outros.
Alguns artigos foram selecionados com foco maior no assunto para desenvolver
o trabalho, com informações de maior relevância e possibilitando um melhor
entendimento da temática. Foram usadas as seguintes palavras-chave: Alopecia;
Autoestima; Microagulhamento; Minoxidil.

2.2 Resultados e Discussão

2.2.1 Alopecia androgenética masculina

A terminologia alopecia vem do grego alopekía, que significa pelada ou pouco


pelo. Assim, a Alopecia tem relação com a rarefação do cabelo e causa a sua perda,
no caso da alopecia androgenética, de forma permanente e é a maior causa da
calvície masculina (KLEINHANS, 2019).
Assim, a alopecia androgenética masculina (AAG) é um problema que costuma
afetar homens, e ainda que não prejudique diretamente a sua saúde, acaba afetando
a qualidade de vida da pessoa que sofre com essa enfermidade, posto essa calvície
que causa em algumas partes da cabeça costuma incomodar as pessoas afetadas
(COLPO, 2020).
Essa alteração na aparência, com a queda dos fios, em uma sociedade em que
a aparência é tão importante, atinge a autoestima da pessoa afetada e pode abalá-la
emocionalmente; de modo que tem sido uma das principais razões da busca por
tratamento, já que não é diretamente a saúde do homem que se vê afetada (REBELO,
2015 apud SARMENTO; NOGUEIRA, 2020).
Essa perda progressiva dos cabelos ocorre porque a enfermidade inibe o
crescimento dos folículos pilosos, de tal modo que os fios se tornam mais frágeis,
quebradiços, curtos e caem, sem que novos fios tomem o seu lugar (CAVALCANTI,
2015 apud SARMENTO; NOGUEIRA, 2020).
Segundo Freitas e Cohen (2018, p. 1), ainda, é uma doença que possui um
cunho dermatológico, consistente na perda do pelo, ou cabelo, “ou alteração no ciclo
folicular total ou parcial, de causa fatorial bem esclarecida, porém, envolvendo vários
processos fisiopatológicos”.
Para Freitas e Cohen (2018), muitas podem ser as causas para este problema,
que vão desde questões hormonais, deficiência de vitaminas, estresse, alteração do
sono e até supressão de enzimas. A alopecia androgenética é um problema comum
e desagradável que influencia diretamente a autoconfiança e a qualidade de vida do
indivíduo. Existem várias opções de tratamento que atualmente são usadas por
pessoas que sofrem de alopecia androgenética (BARSANTE, 2019).
A alopecia androgenética masculina é a forma mais comum de queda de cabelo
em homens, afetando de 30% a 50% dos homens com mais de 50 anos. Ocorre de
forma altamente padronizada, afetando inicialmente as têmporas, posteriormente o
vértice e o couro cabeludo frontal médio.
Segundo Barsante (2019), embora a alopecia androgenética masculina seja
frequentemente considerada uma condição dermatológica relativamente menor, a
queda de cabelo afeta a autoimagem e é uma grande causa de ansiedade e
depressão em muitos homens.
A tendência familiar e a variação racial são causas bem reconhecidas para
alopecia androgenética masculina, com a hereditariedade sendo responsável por
aproximadamente 80% da predisposição. A tendência familiar é tão forte no
acometimento que os níveis normais de andrógenos já são suficientes para causar a
queda de cabelo em indivíduos geneticamente suscetíveis (BERGOLD et al., 2020).
As principais características fisiopatológicas da alopecia androgenética
masculina são a alteração no desenvolvimento do ciclo capilar, a miniaturização
folicular e a inflamação. Segundo Brenner, Seidel, Hepp (2018), na alopecia
androgenética masculina, a fase anágena diminui a cada ciclo, enquanto o
comprimento do telógeno permanece constante ou é prolongado. Em última análise,
a duração do anágeno torna-se tão curta que o cabelo em crescimento não atinge o
comprimento suficiente para atingir a superfície da pele, deixando um poro folicular
vazio.
A formação do cabelo se dá através de uma papila dérmica e seu crescimento
acontece nos folículos pilosos, o mesmo percorre por toda a derme, passando ainda
pela epiderme até atingir a superfície da pele. Cada fio capilar possui dentro de sua
região interna o córtex e em sua região externa células cuticulares que fazem a
proteção do córtex capilar, conforme ilustrado na Figura 1. Os fios de cabelo ainda
podem conter uma medula localizada em seus centros, cuja sua funcionalidade ainda
não foi elucidada (ROBBINS, 2018).

Figura 1 – Estrutura do cabelo

Fonte: Robbins (2018, p.13)

O ser humano possui cerca de cem mil a cento e cinquenta mil fios de cabelo
e neles, a proteína em mais abundancia é a queratina. O crescimento capilar possui
um ciclo e dentro dele há uma alternação entre crescimento e repouso, o mesmo se
divide em três fases: anágena, catágena e telógena (BARAZZETTI et al., 2019).
A primeira fase trata-se da anágena, nela acontece o crescimento dos fios de
cabelo a partir da mitose e possui duração de dois a cinco anos. A próxima fase trata-
se da catágena onde há interrupção do crescimento capilar e a matriz dos fios se
separam da papila dérmica e sua duração é de entorno de três semanas. Por último
acontece a fase telógena que é quando há um repouso no crescimento e queda
capilar, a mesma pode durar de dois a cinco anos (BORGES; SCORZA, 2018).
A perda de cabelos considerada normal é de em torno de sessenta a cem fios
por dia. Todavia a queda de cabelos ou pelos em excesso é nomeada como alopecia,
sendo esse termo utilizado para definir quedas pequenas ou totais dos cabelos. As
alopecias são divididas em cicatriciais e não cicatriciais, sua classificação irá variar
conforme sua causa e a forma como acomete o folículo piloso (BORGES; SCORZA
2018).
As alopecias cicatriciais acontecem quando há algum tipo de agressão no
folículo piloso, onde o mesmo será substituído por tecidos cicatriciais e fibroses.
Entretanto, já as alopecias não cicatriciais não atingem o folículo piloso pois nelas há
interrupção do crescimento capilar, o que causará a queda, podendo acontecer um
novo ciclo dos pelos. Os tipos mais comuns de alopecias não cicatriciais são a
androgenética e areata, e suas causas podem ser por fator nutricional, metabólico,
congênito e por contato com agentes tóxicos (NOGUEIRA et al., 2018).

2.2.2 Aspectos farmacológicos do Minoxidil

O Minoxidil é um medicamento que foi desenvolvido incialmente com o objetivo


de tratar a hipertensão arterial e com uso oral (STAMATAS et al., 2017). Entretanto,
conforme as pessoas foram utilizando a medicação, foi identificado em um grande
número de pessoas que faziam tratamento com os mesmos casos de hipertricose
(VAÑÓ-GALVÁN, 2018).
Passando então a ser utilizado para o tratamento de alopecias (DHURAT et al.,
2017). A ação do mesmo relacionado ao crescimento capilar ainda não é bem
elucidado pelas literaturas (SANTOS; SHAPIRO, 2014), entretanto, foi descoberto que
há um canal de potássio sensível ao Minoxidil (DHURAT et al., 2018).
Nesse sentido, o observado pelos estudiosos foi que, o Minoxidil possui
capacidade de gerar angiogênese na papila dérmica. O mesmo também possui
capacidade de ativar inibidores de lisil-hidroxilase, o que gera fibrose no extrato
córneo. Diversos genes, inclusive os indutores de estresse oxidativo e de fatores de
crescimento, juntamente com os RNAs não codificadores sofrem regularização e
sinalizam o aumento da síntese de queratina quando o Minoxidil é utilizado via tópica
(STAMATAS et al., 2018).
A somatória de todas essas ações acaba por causar a morfogênese do folículo
piloso, diferenciação dos fios capilares, indução e manutenção dos mesmos,
acarretando na diminuição da queda capilar (VAÑÓ-GALVÁN, 2017). O Minoxidil
possui em sua composição: etanol, água e propilenoglicol e seu efeito total é
percebido em torno de um ano após o início do tratamento (ADIL; GODWIN, 2018).
O Minoxidil é o principal fármaco usado para o tratamento tópico da alopecia
sendo fortemente recomendado como terapia de primeira escolha, tanto para homens
quanto para mulheres (OLIVEIRA, 2020).
Segundo Bergold et al. (1989), o Minoxidil tópico (em solução tópica de 1 a 5%)
estimula o crescimento capilar por ser um vaso dilatador que aumenta o fluxo
sanguíneo do couro cabeludo, algo que estimula a fase de crescimento do fio no ciclo
capilar. Para Oliveira (2020) o Minoxidil tópico, como produto comercial, virá em
solução hidroalcóolicas a 2% ou 5%, devendo ser aplicado sobre o couro cabeludo
para surtir o efeito desejado.
Assim, o Minoxidil embora ajude no combate à queda do cabelo, favorecendo
o tratamento da Alopecia, também atua nos demais pelos espalhados pelo corpo,
aumentando-os, fazendo-os crescerem, escurecendo-os e fortalecendo-os, tal como
o faz com o couro cabeludo (ARANTES; SOUZA, 2017).
“O minoxidil é o principal fármaco usado para o tratamento tópico da alopecia
sendo fortemente recomendado como terapia de primeira escolha, tanto para homens
quanto para mulheres” (OLIVEIRA, 2020, p.18).
Segundo Bergold, et al. (2020), o minoxidil tópico (em solução tópica de 1 a
5%) estimula o crescimento capilar por ser um vaso dilatador que aumenta o fluxo
sanguíneo do couro cabeludo, algo que estimula a fase de crescimento do fio no ciclo
capilar.
Para Oliveira (2020), o minoxidil tópico, como produto comercial, virá em
solução hidroalcóolicas a 2% ou 5%, devendo ser aplicado sobre o couro cabeludo
para surtir o efeito desejado.
O efeito pelo qual o minoxidil promove o crescimento capilar não está
completamente elucidado e os estudos mostram que o fármaco age de várias
formas. Um dos principais mecanismos relatados é sua ação vasodilatadora
no couro cabeludo, mediada pela abertura de canais de potássio, o que leva
a um aumento do fluxo de sangue e de fatores que promovem o crescimento
capilar. Esses fatores de crescimento induzem a transição dos folículos
capilares da fase telógena (em repouso) para a fase de crescimento ativo, a
fase anágena. O minoxidil atua também estimulando a proliferação e
diferenciação dos queratinócitos foliculares, prolongando a anáfase folicular
e além disso, aumenta a proliferação das células da papila dérmica, que são
fibroblastos especializados no controle do ciclo de crescimento capilar
(OLIVEIRA, 2020, p. 11).
O Minoxidil tópico é vendido em farmácias e, atualmente, não necessita de
receita para sua dispensação. Os resultados poderão ser percebidos dentro de alguns
meses quando aplicado uma ou duas vezes ao dia e “o tratamento deve ser feito de
forma contínua e se estender indefinidamente”. Ressalta-se que em pesquisa
realizada após 16 semanas, menos de 40% dos pacientes responderam ao
tratamento, o que é considerado uma eficácia baixa (GOREN; NACCARATO, 2018).
Ademais, insta salientar que vários pesquisadores informam que a
descontinuação do uso do Minoxidil tópico poderá causar a queda de folículos por até
06 (seis) meses, o que poderá ser caracterizado como um efeito adverso da
medicação, além de poder causar também a descamação do couro cabeludo,
hipertricose em outras regiões do corpo (absorção sistêmica) (GOREN;
NACCARATO, 2018).
A formulação do Minoxidil tópico deve ser a menor possível, buscando-se
sempre atingir o resultado desejado minimizando o risco de efeitos adversos uma vez
“que o tratamento é longo e adesão do paciente é fator chave para o sucesso da
terapia” (OLIVEIRA. 2020).
Como foi evidenciado o Minoxidil é o principal fármaco de uso tópico para o
tratamento da alopecia androgenética em homens e mulheres. No tocante ao
tratamento oral, a finasterida será a principal indicação, porém contemplando apenas
homens.

2.2.2 Uso associado de Minoxidil ao microagulhamento no tratamento da alopecia


androgenética masculina

O microagulhamento foi adotado como um dos tratamentos para alopecia


androgenética (AAG) pois estimula o crescimento capilar a partir de alguns fatores
como a ativação do sistema plaquetário desencadeado a partir das lesões que o
mesmo causa, acarretando na estimulação dos fatores de crescimento mediante as
plaquetas e crescimento epidérmico. Também há ativação das células-tronco do bulbo
capilar no local do tratamento, super expressão de genes envolvidos no crescimento
capilar, como é o caso do fator de crescimento endotelial vascular e beta catenina
(COSTA, 2018).
Nesse sentido, as literaturas afirmam que o combate a AAG através do
tratamento com o microagulhamento sempre está associado a algum fármaco que
inibe a queda capilar e estimula o crescimento e fortalecimento do cabelo, como é o
caso do Minoxidil tópico (COSTA, 2018).
Este fármaco deve ser utilizado em solução a 2% e com posologia de 1mL,
duas vezes ao dia para o tratamento da AAG. O mesmo também pode ser utilizado a
5%, possuindo maior agilidade nos resultados, entretanto, pode haver maiores
chances de efeitos colaterais (LUCKY et al., 2020).
No geral, o microagulhamento trata-se de um tratamento inovador e em estudos
realizados, um grupo pessoas foram submetidas a quinze sessões de
microagulhamento com o uso de Minoxidil e finasterida, onde foram apontadas as
seguintes evoluções: após um mês do início do tratamento, os fios estavam se
tornando mais espessos; após dois meses começou a ser observados novos fios no
couro cabeludo; em seis meses observou-se cobertura significativa do couro
cabeludo; após doze meses, três desses pacientes afirmaram melhora na alopecia
em um percentual de 75%; em dezoito meses de tratamento todos afirmaram que o
microagulhamento associado a fármacos que estimulam o crescimento, é um
tratamento eficaz (DHURAT; MATHAPATI, 2018).
O Minoxidil é um medicamento que comumente utilizado para conter a Alopecia
Androgenética Masculina. Trata-se este fármaco de um vasodilatador que induz o
crescimento e impede a queda do cabelo, ou o retarda. Contudo, um efeito
desagradável que ele costuma ocasionar é o crescimento e escurecimento dos
demais pelos do corpo. Assim, o Minoxidil embora ajude no combate à queda do
cabelo, favorecendo o tratamento da Alopecia, também atua nos demais pelos
espalhados pelo corpo, aumentando-os, fazendo-os crescerem, escurecendo-os e
fortalecendo-os, tal como o faz com o couro cabeludo (ARANTES; SOUZA, 2018).
Arantes e Souza (2018), afirmam ainda que esse medicamento também
costuma ser bastante utilizado por mulheres afetadas pelo problema; com resultados
bastante satisfatórios e que esses resultados geralmente surgem após 4 (quatro)
meses de uso. Contudo, um desagradável incômodo que pode surgir, além da citada
questão dos pelos, é alguma irritação no couro cabeludo; mas que desaparece tão
logo o tratamento é descontinuado. Sobre esse medicamento, ao contrário da
Finasterida, não há relatos de qualquer tipo de disfunção sexual.
Contudo, não apenas remédios alopáticos são recomendados para o
tratamento da Alopecia Androgenética Masculina. Na verdade, existe uma série de
tratamentos alternativos bastante eficazes nesse tratamento. Assim, Sarmento e
Nogueira (2020), sugerem a associação entre laser de baixa potência e óleos
essenciais.
Outra forma de tratamento, trazida por Colpo (2020), foi o chamado
microagulhamento que foi associado a drug delivery e Minoxidil tópico. Em seu relato
de caso, a autora aponta que após 4 (quatro) sessões de microagulhamento, em um
paciente de 44 anos, associado ao Minoxidil 5% consumido diariamente e também à
aplicação de fatores de crescimento, os resultados se mostraram visíveis, tornando-
se esses fios mais densos, menos rarefeitos, além do surgimento de novos fios, mais
resistentes e fortes.
Cruz e Silva (2020), também descrevem os grandes benefícios do tratamento
utilizando a técnica do microagulhamento e a mesoterapia capilar com fatores de
crescimento. Seu trabalho apresenta-se como uma revisão da literatura e demonstra,
com base em dados científicos sólidos, que esse tratamento de fato tem apresentado
bons resultados, levando-se em consideração que cada caso clínico, a depender da
gravidade do problema, demandará mais ou menos sessões. Segundo a autora, esse
tratamento tem como benefício não apenas os resultados, que se mostram bastante
satisfatórios, mas, principalmente, a segurança, devido à ausência de efeitos
colaterais adversos, como se observa em outras terapias; tal como se encontra na
Finasterida.
No campo da Farmácia estética também se encontra um importante método
terapêutico de tratamento contra a Alopecia Androgenética masculina. Trata-se da
intradermoterapia ou mesoterapia. Assim, esse tratamento consiste na “aplicação,
diretamente no couro cabeludo, de injeções intradérmicas contendo substâncias
ativas altamente diluídas (Rosa, 2017, apud SANTIAGO, 2020, p.14).
De acordo com Santiago (2020), a intradermoterapia ou mesoterapia pode
utilizar somente um princípio ativo ou vários deles, incluindo-se substâncias
fundamentais para estimular o folículo piloso, tais como “minoxidil, finasterida,
lidocaína, biotina e D-pantenol” (ANTONIO; ANTONIO; TRÍDICO, 2016, apud
SANTIAGO, 2020, p.14).
Nesse caso, como se observa, portanto, o medicamento não é tomado, mas
aplicado no próprio couro cabeludo; sendo que, inclusive, pode-se utilizar os já
mencionados Finasterida e Minoxidil, dentre outros; afinal, muitos deles, são
vasodilatadores, que favorecem o metabolismo do epitélio, ajudando no fortalecimento
e no crescimento dos fios.
3 CONCLUSÃO

Sendo assim, foi possível entender como o cabelo afeta na autoestima das
pessoas, isso porque o mesmo é a primeira coisa que todos em volta notam ao olhar
para alguém e que tanto em sua falta, quanto em seu excesso chama muita atenção.
Sua ausência é causada pela alopecia e afeta indivíduos de ambos os sexos,
desencadeando sérios problemas de insegurança nos indivíduos, principalmente em
mulheres, o que irá fazer com que as pessoas tenham vergonha de si próprio, se
privem de interações sociais e se fechem em um universo isolado, o que irá acarretar
em diversos problemas, sendo um deles, a depressão.
A alopecia nada mais é de que uma patologia que causa queda capilar
exagerada em seus portadores o que poderá causar calvície total ou difusa. Essa
patologia ainda é dividida em dois grupos, sendo alopecia cicatricial e não cicatricial.
As alopeciais cicatriciais acontecem devido a patologias como lupos, sarcoidose,
carcinomas e também por traumas como queimaduras. A mesma causa alopecia
irreversível pois causará agressões diretamente no folículo piloso e no couro cabeludo
terá presença de tecidos cicatriciais e fibrosos.
Já as alopecias não cicatriciais são reversíveis pois seus danos não afetam o
folículo piloso, o que acontece na mesma é o adiantamento da fase telógena e o
encurtamento da fase anágena, o que causará a queda capilar. As alopecias não
cicatriciais mais conhecidas são as alopecias androgenéticas que são desencadeadas
por fatores genéticos e hormonais e a alopecia areata que embora ainda não se
conheça sua causa, acredita-se que seja por fatores autoimunes e genéticos.
Tanto a alopecia androgenética, como a alopecia areata podem ser tratadas
através da técnica de microagulhamento associado ao Minoxidil, isso porque a união
do microagulhamento ao fármaco potencializará os resultados, devido ao fato de que
o microagulhamento possui microagulhas que irá causar lesões, e devido a liberação
das histaminas, e o aumento da circulação local irá fazer com que haja a nutrição das
papilas dérmicas. A técnica também abre canais para que sejam permeados ativos
que quando aplicados nos locais das lesões potencializará sua ação. Sendo assim,
foi possível afirmar que essa união de técnicas é eficaz contra a alopecia, retardando
a queda capilar e gerando o crescimento de novos fios.
Tomando como base as literaturas existentes sobre o assunto, é de grande
importância que haja estudos relatando os tratamentos para a alopecia pois vai além
de ser uma doença que afeta a estética dos indivíduos acometidos. A alopecia está
diretamente associada ao bem-estar e autoconfiança das pessoas. Sendo assim,
deve-se levar conhecimentos e soluções para que as pessoas possam tratar essa
doença para evitar com que os indivíduos portadores desenvolvam gravíssimos
problemas psicológicos e, também, pelo fato de que todos são merecedores dos
níveis ideais de autoestima para que vivam suas vidas com confiança e felicidade.

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