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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA

Instituto de Ciências da Saúde


Curso de Biomedicina
Campus Paraíso

O USO DA FINASTERIDA INJETÁVEL PARA O TRATAMENTO DA


ALOPECIA ANDROGENÉTICA MASCULINA

Aluno Samara Titoneli Simões Bento, RA N45051-7

Orientador(a) Prof. Alexandre Torchio Dias

São Paulo
2022
SAMARA TITONELI SIMÕES BENTO

O USO DA FINASTERIDA INJETÁVEL PARA O TRATAMENTO DA


ALOPECIA ANDROGENÉTICA MASCULINA

Projeto de trabalho de curso apresentado


como pré-requisito para obtenção do título de
graduação em Biomedicina apresentado à
Universidade Paulista – UNIP.

Orientador: Prof. Alexandre

São Paulo
2022
RESUMO

Introdução: A alopecia androgenética, conhecida popularmente por calvície, é


uma doença bastante frequente em nosso meio e acomete a maioria dos
homens. Possui uma forte influência androgênica, caracterizada por uma
elevação hormonal e/ou uma predisposição genética. Dependendo do quadro,
ela causa transtornos psicológicos em seus portadores, afetando diretamente
sua autoestima, portanto a busca por tratamentos vêm sendo cada vez mais
frequente. Recentemente, um novo tratamento injetável com finasterida, surgiu
com resultados satisfatórios e superando o fármaco por via oral, já que não traz
os efeitos colaterais trazidos pelo mesmo. Objetivo: Analisar as características
da alopecia androgenética e a ação e índices de eficácia da Finasterida injetável.
Materiais e métodos: Trata-se de uma revisão narrativa de literatura de
publicações. Realizar-se-á buscas bibliográficas por meios de fontes de busca
constituídas pelos recursos eletrônicos nas seguintes bases de dados: Medline,
SciELO e Llilacs, publicados no período de 2009 a 2019. Artigos de língua
portuguesa foram priorizados, sendo os publicados nos últimos dez anos
escolhidos como requerimento. Resultados esperados: Espera-se ressaltar
que a finasterida injetável é um dos tratamentos enzimáticos mais indicados e
com melhores resultados para o tratamento da alopecia androgenética.

Palavras-chave: Alopecia, androgenética, finasterida, injetável.


4

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 5
2. OBJETIVO .............................................................................................. 7
3. JUSTIFICATIVA ..................................................................................... 8
4. MÁTERIAS E MÉTODOS ....................................................................... 9
5. CRONOGRAMA DE TRABALHO ........................................................ 10
6. RESULTADOS ESPERADOS .............................................................. 11
7. FOLÍCULO PILOSO ............................................................................. 12
7.1 ESTRUTURA DA HASTE CAPILAR .............................................. 12
7.2 FASES DO CICLO CAPILAR ......................................................... 13
8. ALOPECIA ANDROGENÉTICA ........................................................... 14
8.1 ALOPECIA ANDROGENÉTICA MASCULINA ............................... 15
9. DIAGNÓSTICO ..................................................................................... 15
10. TRATAMENTO COM FINASTERIDA .................................................. 17
10.1 MESOTERAPIA ......................................................................... 19
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................... 21
5

1. INTRODUÇÃO

Alopecia androgenética, popularmente conhecida como calvície, é uma


doença caracterizada pela perda de cabelo determinada por um gene contido
nos homens. Ela se desenvolve na adolescência, mas começa a aparentar
quando a pessoa atinge de 40 a 50 anos de idade, pois a cada ciclo o fio vem se
tornando cada vez mais fino ¹.
A herança genética é uma condição importante, onde os genes dos
familiares próximos, como pai, mãe e avós, acabam contribuindo para esse fator.
Se o pai ou a mãe tiverem desenvolvido a Alopecia, as chances de o filho herdar
é de 50%, e se os dois sofrem com a doença, há chances são de 75%.
Vários genes já foram associados a calvície e um dos principais
associados é o do receptor do hormônio androgênico, que está no cromossomo
X, por isso, foi criado o mito de que a calvície viria só do lado da mãe, mas na
verdade pode vir de ambos os lados da família.
A doença se dá por estímulos dos folículos pilosos por testosterona
(hormônio masculino), que quando atinge o couro cabeludo de pacientes com
predisposição genética para a calvície, sofrem com a ação da enzima 5alfa-
redutas e acabam se transformando em diidrotestosterona (DHT) ².
O crescimento capilar é um processo que envolve a atividade do folículo
piloso e seu ciclo. O folículo piloso passa por três fases principais: fase anágena,
fase catágena, e fase telógena ³.
Os folículos pilosos são atingidos pela DHT, promovendo diminuição
progressiva a cada ciclo de crescimento dos cabelos, que se tornam menores e
mais finos. Aqueles que são pré-programados passam progressivamente da fase
anágena, que é a fase do crescimento, para a fase telógena, que é a fase de
repouso. Devido a duração da fase anágena ser a principal determinante do
comprimento do cabelo, o tamanho máximo do novo pelo acaba sendo menor
que o de seu predecessor ⁴.
Dentre os métodos de tratamento disponíveis, destaca-se a
intradermoterapia e/ou mesoterapia capilar, que consiste na aplicação de
injeções no couro cabeludo para estimular o crescimento capilar ⁵.
6

A intradermoterapia capilar surgiu como um tratamento alternativo para a


doença, cuja vantagem, em tese, seria uma resposta terapêutica mais rápida e
com maior estímulo a repilação ⁶.
A intradermoterapia tem como função: aumentar a microcirculação local,
retardar o processo de involução dos folículos pilosos e estimular o seu
desenvolvimento através de uma lesão ocasionada pela agulha em contato com
a derme ⁷.
Sua vantagem é uma resposta mais eficaz e rápida de estímulo, por
promover uma maior permeabilidade celular e vasodilatação, já que a derme é
um sistema de liberação lento de fármacos, apresentando farmacocinética que
acaba favorecendo a chegada da substância no local de ação ⁸.
Pertencente ao grupo de inibidores sintéticos, a Finasterida enibi a 5α-
redutase, enzima que converte a T em DTH. Conversão que é realizada por duas
isoformas, sendo a finasterida um inibidor competitivo da 5α-redutase tipo 2 ⁹.
A Finasterida injetável no couro cabeludo é indicada para pacientes que
tem receio dos efeitos colaterais e que buscam resultados mais rápidos.
Portanto, este trabalho tem por objetivo analisar as causas e tratamento
desta doença, proporcionando a finasterida como meio de tratamento com
resultados positivos na calvície.
7

2. OBJETIVO

O objetivo desse trabalho é descrever a ação do ativo enzimático


finasterida por meio de aplicações injetáveis diretamente no couro cabeludo,
assim tratando a alopecia androgenética. Entender como, geneticamente, a
doença funciona, o que ela afeta na estrutura e formação do folículo piloso;
conhecer melhor o ciclo de crescimento capilar, para assim ter a completa
compreensão da doença, visto que surge através de mudanças que ocorrem no
mesmo.
8

3. JUSTIFICATIVA

Entender o que é e como funciona a alopecia androgenética, como


funciona o ciclo capilar e o que acontece com ele com alguém acometido pela
doença.
Mostrar o que é a mesoterapia e como usamos a Finasterida para o
tratamento da alopecia androgenética, como ela age no couro cabeludo, o que
causa no fio e ciclo capilar.
9

4. MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho será realizado através da metodologia de revisão da literatura


científica, com trabalhos publicados nas bases indexadas (LILACS, MEDLINE,
BVS, SCIELO, PUBMED). Serão utilizados os seguintes termos: Alopecia,
finasterida, injetável, androgenética. O período de busca será entre 2012 e 2022.
Serão selecionados artigos a partir da leitura de títulos e resumos que
contenham informações sobre Alopecia androgenética e o uso da finasterida
injetável (mesoterapia).
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5. CRONOGRAMA DE TRABALHO

Levantamento bibliográfico, seleção dos artigos publicados e


Agosto leitura crítica dos artigos. Organização dos dados dos artigos
em tabelas ou gráficos.
Setembro Elaboração do desenvolvimento.

Outubro Elaboração da conclusão e correções finais.

Novembro Entrega do TCC e apresentação dos resultados.


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6. RESULTADOS ESPERADOS

Com a realização desse projeto, espera-se mostrar de forma clara e


objetiva a Alopecia Androgenética como sendo uma manifestação dermatológica
crônica, caracterizada por uma perda parcial ou total dos fios e/ou pelos,
considerada a forma mais frequente de alopecia não cicatricial em homens
desencadeado por hormônios andrógenos. E a mesoterapia como uma terapia
alternativa menos invasiva, que tem como função aumentar a microcirculação
local, retardar o processo de involução dos folículos e fazer o estímulo do seu
desenvolvimento através de lesões ocasionadas pela agulha em contato com a
derme. Sendo a Finasterida a enzima de primeira escolha para o tratamento em
homens devido a inibição da ação da testosterona.
12

7. FOLÍCULO PILOSO

7.1 ESTRUTURA DA HASTE CAPILAR

O Folículo piloso é uma fibra heterogénea, de 15 a 120 µm de diâmetro e que


consiste num conjunto de células queratinizadas aglomeradas em três estruturas
concêntricas: a cutícula, o córtex e a medula ⁹.

Estrutura da haste capilar


Foto: adaptador de Pragst e Balikova. (2006)

A cutícula, camada mais externa do pelo, é constituida por células sobrepostas


(5 a 10 camadas) que lembram escamas, unidas umas às outras por compostos
lipídicos, e são completamente queratinizadas, não possuindo nenhum
pigmento. A queratina nessa região é dura e junto com os compostos lipídicos
oferecem uma alta proteção para o córtex. Como é a camada externa da fibra do
cabelo, é a parte que fica sujeita às agressões externas (chuva, poluição, sol),
ações mecânicas (escovas, secadores) e transformações químicas ¹⁰.
O córtex, camada intermediária, é a parte principal da fibra capilar. Sua estrutura
depende do grau e elasticidade do cabelo. Representa cerca de 90% do peso do
cabelo e é formado por células epiteliais cilíndricas preenchidas por queratina.
Os grão de melanina, proteína que dá a cor do pelo, se encontram no córtex
também. A queratina nessa região também é dura ¹¹.
13

A medula, ou canal medular, a parte mais central da fibra, está presente apenas
em pelos maduros ou ter uma presença descontínua ao longo do cabelo. Ela é
formada por camadas de células grandes e sem núcleo. A queratina nessa
região é mole ¹².

7.2 FASES DO CICLO CAPILAR

A característica que mais se destaca no crescimento do cabelo é o seu ciclo.


Este ciclo descreve as mudanças morfológicas e mudanças histológicas do
folículo ao passar do tempo. A duração de um ciclo varia de acordo com cada
parte do corpo, por exemplo o ciclo de crescimento dos cabelos das
sobrancelhas é concluído em quatro meses, já no couro cabeludo pode levar de
3 a 4 anos para terminar ¹³.

Figura 3. Fases do ciclo capilar

Fonte ¹⁴.

A primeira fase é a anágena, fase do crescimento capilar, e ocorre quando as


células mais antigas do cabelo são empurradas para fora do bulbo, crescendo
como uma haste capilar. A duração da fase anágena é a responsável por
determinar o comprimento máximo que o fio pode alcançar, podendo
permanecer ativa de 4 a 8 anos, e o cabelo chega a crescer aproximadamente
1cm por mês. Cada pessoa tem sua duração definida geneticamente, ou seja,
existem pessoas que podem alcançar níveis mais altos de comprimento do
14

cabelo e outras onde ele pode não passar do ombro, sendo impossível realizar
mudanças. Cerca de 85% dos folículos capilares estão nessa fase ¹⁵.
No final da fase de crescimento, o cabelo entra na fase de transição, chamada
de catágena. Essa fase pode durar apenas algumas semanas pois é onde o fio
está se preparando para descansar e eventualmente cair. O cabelo ainda é
mantido no lugar do folículo, mas para de crescer pois a raiz se reduz a cerca de
½ do tamanho original e ele acaba se soltando por deixar de receber irrigação
sanguínea. Apenas 3% dos fios estão nessa fase ¹⁶.
Por último temos a fase de repouso, conhecida como telógena, e ocorre depois
da fase catágena, onde o cabelo é “liberado” e cai. Depois da queda o folículo
fica inativo por, mais ou menos, 3 meses antes de iniciar novamente a primeira
fase, onde ele volta a crescer ¹⁷.

8. ALOPECIA ANDROGENÉTICA

A alopecia androgenética (ou calvície) é a perda de cabelos que pode atingir


homens e mulheres ao longa da vida, podendo ter origem genética e hormonal,
e piorada por fatores emocionais, influência do estilo de vida e envelhecimento.
O termo androgenético tem a ver com hormônios masculinos, mas esse tipo de
calvície também afeta as mulheres, mesmo que em menor proporção. Os
primeiros sinais podem aparecer entre os 17 e 25 anos, e quanto mais
envelhecemos, maior a chance de notarmos os sinais de calvície, pois é por volta
dos 40 anos que a calvície costuma se tornar mais visível ¹⁸.
A alopecia androgenética, diferentes de alguns tipos de calvície, tem origem
hereditária, podendo ser herdada do pai, da mãe ou mesmo dos dois.
A doença está principalmente relacionada a hormônios masculinos, os
andrógenos, particularmente a dihidrotestosterona. E é justamente por isso que
afeta muito mais os homens do que as mulheres, já que eles apresentam
quantidades muito maiores desse hormônio ¹⁹.
A testosterona é o principal andrógeno circulante, e é convertido em di-
hidrotestosterona, uma reação catalisada pela enzima 5aR, que tem cinco vezes
mais afinidade para o receptor de andrógeno, o di-hidrotestosterona se liga a
receptores, e ativa genes responsáveis pela miniaturização folicular, assim ele
15

acaba encurtando a fase anágena, de modo que o folículo não consiga alcançar
a epiderme e atingir a superfície do couro cabeludo ²⁰.
As causas da Alopecia não estão completamente esclarecidas, mas baseado em
evidências, abrangem uma série de fatores que caracterizam a doença em tipos
específicos. A doença pode ocorrer não só pela desordem do organismo, ou mau
funcionamento de uma ou mais sinalização, mais também por outros fatores,
como a predisposição genética e desordem hormonal ²¹.
O couro cabeludo, apresenta receptores androgênicos. Os hormônios são
estruturas que funcionam no organismo como sinais químicos, e onde os
hormônios atuam são chamados de tecidos-alvo ou órgãos-alvo. Entretanto no
couro cabeludo, essas substâncias atuam conforme encontram receptores
compatíveis com sua molécula química. Nos ovários e nas glândulas supra-
renais, são produzidos o hormônio testosterona, que quando é produzido em
excesso pode causar a queda de cabelo ²².
A atribuição dos andrógenos nos homens foi mais aprofundada na década de
40, quando Hipócrates realizou uma pesquisa onde decepava o pênis e os
testículos de um homem e logo depois disso observava-se que os homens que
tinham tendência em ser calvos sentiram a diminuição de pelos e cabelos no
couro cabeludo, e assim começaram a entender que poderiam ter influência
hormonal ²³.
O processo da alopecia androgenética começa quando a testosterona estimula
o folículo piloso e atinge o couro cabeludo de uma pessoa com tendência
genética, assim o hormônio acaba sofrendo a ação da substância conhecida com
Dihidrotestosterona, que afina os cabelos. O di-hidrotestosterona, é uma
testosterona mais avançada e participa de funções relacionadas ao
desenvolvimento sexual. No couro cabeludo, ele promove a miniaturização
folicular, principalmente nas pessoas que tem o histórico genético da calvície ²⁴.
Acreditam ser uma doença autossômica dominante, ou seja, uma doença que
aparece em todas as gerações de uma família. Alguns estudos sugerem que as
maiores evidências da participação genética foram decorrentes do
sequenciamento do gene do receptor de androgénio em homens calvos e não
calvos ²⁵.
16

Se o pai ou a mãe tiverem a Alopecia desenvolvida, as chances de o filho herdar


é de 50%, e se os dois sofrem com a doença, as chances são de 75% ²⁶.

8.1 ALOPECIA ANDROGENÉTICA MASCULINA

A calvície de causa genética é influenciada pelo sexo, e por estar ligada a uma
doença autossômica, é mais presente no sexo masculino. A hereditariedade é a
principal responsável pelo desenvolvimento da alopecia em homens,
contribuindo com 80% da predisposição para ser calvo. O gene é uma parte de
DNA com o código necessário para produzir alguma característica física ou
funcional do corpo. Todo indivíduo tem 23 pares de cromossomos, no total 46
cromossomos. Desses 23, existe um par de cromossomos sexuais chamados X
e Y e a combinação deles determina o sexo genético da pessoa, sendo XY o
homem e XX a mulher. Em cada par de cromossomos, existem 2 cópias
pareadas de cada gene, um herdado do pai e outro da mãe. Sendo assim, os
filhos herdam 1 gene de cada genitor ²⁷.
Podendo haver alterações nesses genes, as principais alterações genéticas
encontradas foram no gene para receptor de andrógeno e em um gene no
cromossomo 20. O gene para receptor de andrógeno é o mais estudado e com
mais evidência de associação com a calvície genética. Esse gene está localizado
no cromossomo X, o cromossomo que os homens herdam das mães ²⁸.

9. DIAGNÓSTICOS

O histórico familiar é primordial para ajudar a diagnosticar essa doença. Ainda


não há um exame padrão para o diagnóstico, mas o exame físico e uma
anamnese completa são fundamentais. Os pacientes precisam ser questionados
sobre possíveis fatores desencadeantes do processo, tais como variações de
peso, uso de anabolizantes, hábitos alimentares, uso de produtos químicos,
medicações, histórico familiar e comorbidades. Além disso, métodos
complementares também estão inclusos e são indispensáveis, assim como:
• DERMATOSCOPIA: método de diagnóstico não invasivo que auxilia na
avaliação das lesões pigmentadas da pele por meio do dermatoscópio ²⁹.
17

• TRICOGRAMA: exame especializado para o estudo e diagnóstico dos


casos de alopecia, onde, através da observação ao microscópio, é
realizada a classificação dos tipos e das fases de crescimento dos
cabelos, assim como a sua contagem diferencial ³⁰.
• ANATOMOPATOLÓGICO: exame onde o tecido retirado é cortado
transversalmente para que os folículos pilosos sejam visualizados ³¹.
• TESTE GENÉTICO: Através da avaliação de um esfregaço de mucosa
oral do paciente, esse teste pode identificar pessoas com risco de
desenvolver AAG antes que apresentem manifestações clínicas da
doença ³².

10. TRATAMENTO COM FINASTERIDA

A estrutura química da finasterida é apresentada na figura 3. O seu nome


químico é N-(1,1-dimetiletil)-3-oxo- (5α,17β)-4-azaandrost-1-eno-17-
carboxamida e a sua fórmula molecular é C23H36N2O2 . A finasterida é um pó
branco ou quase branco, cristalino, que possui polimorfismo, praticamente
insolúvel na água, facilmente solúvel em álcool, clorofórmio e diclorometano ³³.

FIGURA 3. ESTRUTURA QUÍMICA DA FINASTERIDA

A finasterida é um hormônio antiandrógeno que inibe a 5-alfa-redutase,


conversor da testosterona em dihidrotestosterona, a forma mais potente da
testosterona20. É utilizada no tratamento da queda de cabelo de origem
androgenética, hirsutismo e hipertrofia de próstata benigna.
18

Ela não possui interação com outros medicamentos, sendo possível, portanto,
sua administração concomitante com outras substâncias considerada segura. É
apenas contraindicada para mulheres em idade fértil, grávidas - podendo levar à
feminização do feto do sexo masculino - ou que estão amamentando, pelo
mesmo motivo, visto que a finasterida pode estar presente no leite materno ³⁴.
Em um estudo realizado por Gupta et al. (2018) em que foi comparada a eficácia
de diversos tratamentos não cirúrgicos para a alopecia androgenética, percebeu-
se que a Finasterida teve resultados superiores ao Minoxidil 5% quanto à
alopecia.
A finasterida demonstrou diminuir a progressão da alopecia androgênica nos
homens tratados e, em muitos pacientes, estimula um novo crescimento. Embora
afete a calvície do vértice mais do que a queda de cabelos frontal, a medicação
tem demonstrado aumentar o novo crescimento também na área frontal. O
tratamento deve ser contínuo indefinidamente, pois a interrupção resulta em
progressão gradual do distúrbio ³⁵.
O resultado visível pode começar meses após o início do tratamento. O
ganho máximo, geralmente, é atingido após 2 anos de uso da Finasterida.
Outros procedimentos terapêuticos podem ser agregados para proporcionar
crescimento capilar mais satisfatório.
Entretanto, alguns pacientes reclamaram de diminuição da libido, impotência,
queda da quantidade do volume ejaculado, erupções na pele, aumento dos seios
ou aumento da sensibilidade do local. Estudos de maior tempo provaram que
após um ano ocorreram melhoras dos efeitos colaterais e a perda da libido
diminuiu para 2.6% e a taxa de impotência caiu para 5.1% ³⁶.
Como qualquer medicamento, a Finasterida pode proporcionar efeitos
colaterais. Mas, no geral, pode se dizer que o mais temido deles (ligado à
potência sexual masculina) atinge menos de 2% dos pacientes. É
importante ressaltar que, caso haja esse efeito, a medicação será
interrompida e o efeito adverso será prontamente solucionado.
Na tentativa de combater esse último, muitos recorrem ao uso do medicamento
Finasterida em sessões de mesoterapia.
19

10.1 MESOTERAPIA

A intradermoterapia capilar (mesoterapia) é um tratamento para alopecia não


cicatricial como a alopecia androgenética. Essa técnica ocorre com múltiplas
injeções intradérmicas injetadas diretamente no local afetado, no couro
cabeludo, em um intervalo de 1 cm, a uma profundidade de 2-4 mm e ângulo de
30°–60° utilizando agulha de 4 mm de comprimento, com substâncias como
finasterida, biotina e pantenol. Essa técnica permite uma ação mais prolongada
e rápida dos ativos ³⁷.
Como a infusão da medicação atinge diretamente a camada da pele em que fica
o bulbo ou a raiz dos fios de cabelo, a eficácia do tratamento se mostra bem
melhor do que com tratamentos tópicos isolados e sem efeitos colaterais de um
tratamento oral.
A intradermoterapia capilar apresenta bons resultados no tratamento das
alopecias, principalmente quando associado ao tratamento por via oral e tópica.
Algumas complicações podem acontecer, porém são raras se o procedimento
for executado de maneira correta, com profissional capacitado, assepsia
adequada e materiais apropriados para realização do procedimento.
As injeções podem causar leve dor, entretanto a administração conjunta com
lidocaína geralmente diminui a sensação dolorosa. As complicações mais graves
são raras e associadas ao uso inadequado de materiais, por vezes
contaminados.
Outros efeitos adversos como cefaleia e prurido moderado podem estar
presentes. O uso da luz de LED vermelha no couro cabeludo, antes das sessões
de mesoterapia capilar, pode diminuir o desconforto durante as aplicações,
auxiliando também no tratamento das alopecias, pelo seu potencial anti-
inflamatório e vasodilatador. Outras possíveis complicações, porém bastante
raras, são o edema frontal e abscessos multifocais com necrose, neste caso
sendo necessária a abordagem cirúrgica para tratamento ³⁸.
Estabelecem que: Os efeitos colaterais mais comuns da mesoterapia são
hematomas e inchaço no local da injeção. A coceira leve dura apenas algumas
horas após o tratamento. Também é possível aparecer cicatrizes no local da
injeção, onde foi feito o tratamento de mesoterapia. Além disso, o local da injeção
20

também pode sofrer os efeitos na pigmentação da pele e até mesmo a


possibilidade de uma úlcera.
A ideia do tratamento não oral parece promissora e deve ser mais explorada
para minimizar os efeitos adversos, proporcionar melhores resultados e melhorar
a qualidade de vida dos indivíduos acometidos pela AAG e oferece mais
vantagens do que desvantagens ao paciente e a sua utilização é considerada
segura pelos testes clínicos realizados até o presente momento. Assim, a
finasterida apresenta-se como uma boa alternativa para pacientes que se
preocupam com a estética capilar e querem tratar a calvície de origem
androgenética ³⁹.
21

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BRENNER, Fabiane Mulinari; SOARES, IvyFaigle. Alopecia


androgenética masculina: uma atualização. Campinas, 2009.
2. Filho CBM. Alopecia androgenética masculina: revisão e atualização em
tratamentos. Curitiba: Universidade Tuiuti; 2011.
3. ALOPECIA androgenética masculina: um relato de caso de tratamento
com microagulhamento associado a fatores de crescimento e minoxidil
tópico. Relato de caso, BWS Journal, ano 2020, p. 1-6, 4 mar. 2020.
Disponível em: https://bwsjournal.emnuvens.com.br/bwsj/article/view/54.
Acesso em: 26 abr. 2022.
4. Kutlubay Z, Karaku Ö. Hair: Therapy & Transplantation. Hair Ther
Transplant. 2012;2(1):1000e102.
5. De Sousa PM. A atuação do biomédico em procedimentos estéticos não
invasivos e invasivos nãocirúrgicos. Trabalho de Conclusão de Curso
(Bacharelado em Biomedicina) - Universidade Católica de Brasília, Pró-
Reitoria de Graduação, Distrito Federal, Brasília. 2012.
6. Alves HH da S, Batista EM de B, Rodrigues SQM, Silva LA, Fraga EG de
S. Atuação do farmacêutico na saúde estética. Mostra Científica da
Farmácia. 2017; 3(1).
7. Pohlmann AR, Jornada DS, Nascimento LP do, Guterres SS.
Nanopartícula polimérica de finasterida e minoxidil, processo de sua
preparação, suspensão aquosa contendo a mesma, composição
farmacêutica, e seu uso. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
2014.
8. AÇÃO DO MINOXIDIL E DA FINASTERIDA ATRAVÉS DA
INTRADERMOTERAPIA NO TRATAMENTO DA ALOPECIA
ANDROGENÉTICA. Brazilian Journal of Surgery and Clinical
Research - BJSCR, [S. l.], ano 2018, v. vol. 24, 8 nov. 2018. pp.166-175,
p. 1-10. Disponível em:
https://www.mastereditora.com.br/periodico/20181006_151504.pdf.
Acesso em: 27 abr. 2022.
22

9. Pragst, F. e Balikova, M. A. (2006). State of the art in hair analysis for


detection of drug and alcohol abuse. Clinica Chimica Acta, 370, 17-49.
10. Pragst, F. e Balikova, M. A. (2006). State of the art in hair analysis for
detection of drug and alcohol abuse. Clinica Chimica Acta, 370, 17-49.
11. Pragst, F. e Balikova, M. A. (2006). State of the art in hair analysis for
detection of drug and alcohol abuse. Clinica Chimica Acta, 370, 17-49.
12. Pragst, F. e Balikova, M. A. (2006). State of the art in hair analysis for
detection of drug and alcohol abuse. Clinica Chimica Acta, 370, 17-49.
13. OLIVEIRA, I; MACHADO, C,C. Calvície e Alopecia Revisão Bibliográfica.
Lisboa 386 (2017).
14. OLIVEIRA, I; MACHADO, C,C. Calvície e Alopecia Revisão Bibliográfica.
Lisboa 386 (2017).
15. Pragst, F. e Balikova, M. A. (2006). State of the art in hair analysis for
detection of drug and alcohol abuse. Clinica Chimica Acta, 370, 17-49.
16. Pragst, F. e Balikova, M. A. (2006). State of the art in hair analysis for
detection of drug and alcohol abuse. Clinica Chimica Acta, 370, 17-49.
17. Pragst, F. e Balikova, M. A. (2006). State of the art in hair analysis for
detection of drug and alcohol abuse. Clinica Chimica Acta, 370, 17-49.
18. Ho CH, Sood T, Zito PM. Alopecia Androgenética. [Atualizado em 15 de
novembro de 2021]. In: StatPearls [Internet]. Ilha do Tesouro (FL):
Publicação StatPearls; 2022 janeiro-. Disponível em
/https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK430924/aces so em 03 de maio
de 2022.
19. Ho CH, Sood T, Zito PM. Alopecia Androgenética. [Atualizado em 15 de
novembro de 2021]. In: StatPearls [Internet]. Ilha do Tesouro (FL):
Publicação StatPearls; 2022 janeiro-. Disponível em
/https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK430924/aces so em 03 de maio
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20. Ho CH, Sood T, Zito PM. Alopecia Androgenética. [Atualizado em 15 de
novembro de 2021]. In: StatPearls [Internet]. Ilha do Tesouro (FL):
Publicação StatPearls; 2022 janeiro-. Disponível em
/https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK430924/aces so em 03 de maio
de 2022.
23

21. OLIVEIRA, I; MACHADO, C,C. Calvície e Alopecia Revisão Bibliográfica.


Lisboa (2017).
22. BIANCO, T; Calvície e Genética: tudo o que você precisa descobrir. 29 de
agosto de 2017, Disponível em: Acesso em: 19 de abril de 2019.
23. BRENNER,F; SEIDEL, G; HEPP,T. Entendendo a Alopecia
Androgenética. Curitiba, PR, Brasil (2011).
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