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Teste, estou fazendo um estudo par cular familiar.

1. Interpretação e valoração O tulo A Doença como Caminho levou a alguns mal-


entendidos. Ele deve ser encarado de maneira absolutamente literal e sem qualquer
atributo de valor. A doença é um caminho que pode ser percorrido, nem bom nem
mau em si mesmo. O que fazer a respeito depende única e exclusivamente do afetado.
Eu vivenciei com uma série de pacientes como eles percorreram conscientemente esse
caminho e puderam constatar retrospec vamente que "seu excesso de peso", "seu
infarto do miocárdio" ou até mesmo "seu câncer" transformaram-se em uma grande
oportunidade. Hoje é preciso assumir que foi seu infarto do miocárdio que levou santa
Teresa de Ávila a percorrer o caminho que percorreu. Sabemos quão in mamente as
visões de Hildegard von Bingen estavam ligadas à sua enxaqueca. Estas duas mulheres
extraordinárias evidentemente receberam as mensagens transmi das por seus
sintomas e transformaram suas vidas de maneira exemplar. É isso exatamente o que
exige A Doença como Caminho: aprender e crescer a par r dos próprios sintomas.
U lizar mal esse conceito e a filosofia que subjaz a ele é um grande malentendido. O
esoterismo não tem nada a ver com a atribuição de culpa, tratando-se, tal como esta
explicitado extensamente no primeiro volume, de que cada pessoa é
fundamentalmente culpada por ter se separado da unidade. Ser culpado não é uma
questão de pequenas ou grandes faltas come das na vida co diana, mas de algo
fundamental. A culpa humana primordial reside no abandono da unidade paradisíaca.
A vida neste mundo de opostos é necessariamente cheia de faltas e serve para que se
reencontre o caminho de volta à unidade. Cada falta e cada sintoma significam
elementos que faltam para a perfeição, transformando-se em oportunidades de
desenvolvimento. 11 Distorcer o significado da doença para avaliar outras pessoas é
um malentendido sob vários pontos de vista. Ele não pode servir para a atribuição de
culpa, já que a culpa primordial foi distribuída há muito e não precisa de nenhuma
colaboração humana. Da mesma forma, poderíamos congratular os afetados por suas
doenças devido às possibilidades de desenvolvimento e aprendizado nelas con das. Os
assim chamados “primi vos" estão bastante mais avançados que nós nesse sen do, já
que consideram os sintomas da doença como golpes do des no em suas vidas, e os
aceitam de bom grado como provas. Em muitas tribos, o candidato a xamã sofre sua
doença de iniciação, único meio que pode introduzi-lo em novos campos de
experiência. Às vezes esse pensamento é seguido de maneira tão conseqüente que um
curandeiro somente pode tratar aqueles sintomas que ele mesmo padeceu de corpo e
alma. Essa postura é forçosa caso se entenda o curandeiro como sendo um guia de
almas pelos mundos interiores, já que, afinal, um guia de viagens deveria conhecer de
antemão o país através do qual guia os outros. Entre nós existem somente traços dessa
maneira de pensar. Assim, em alemão se reconhece a “cura enviada" (geschickte Heil,
do la m salus = Heil) na palavra des no (Schicksal). Dever-se-ia pensar também nas
provas de medicamentos dos homeopatas. Nesse caso, o médico penetra de livre e
espontânea vontade no âmbito de experiências da doença para reconhecer o padrão
de seu medicamento, ou meio de cura. E finalmente esperamos com razão que um
psicoterapeuta tenha viajado extensamente pelos países anímicos próprios e cole vos
e que saiba aonde está acompanhando seu paciente. Acusar o fato fundamental e que
nos une a todos, o estar doente de uma pessoa, uma di cil época de aprendizado com
as correspondentes oportunidades de crescimento, não leva a lugar algum. Isso, pelo
menos, não tem nada a ver com “a doença como caminho", e sim com o desejo de
atormentar alguém. Quem transforma seu dedo indicador em arma e, “interpretando"
seus sintomas, incrimina outras pessoas ou culpa a si mesmo em relação a isso, dá a
entender além do mais que compreendeu mal todo o principio. O mau uso da
interpretação como incriminação, segundo o lema “você está com prisão de ventre
porque é um tremendo de um avarento!", implica no desconhecimento do caráter de
sombra que existe em cada sintoma de uma doença. Por definição, sombra é o que é
inconsciente para o afetado. Por isso mesmo, a pessoa incriminada dessa maneira não
poderá de modo 12 algum aceitar a interpretação. Se ela soubesse que é avarenta, não
haveria a menor razão pata que vesse prisão de ventre. A sombra não assume o
ataque. Ao contrário, é preciso proceder com extrema cautela neste que é o tema mais
di cil de nossa existência. O afetado precisa de toda a sua energia e de muito espaço
em termos de ambiente para, de pequeno passo em pequeno passo, descobrir sua
relação com o tema expresso no sintoma da doença. Para isso a valoração é tão
prejudicial quanto a interpretação é significa va. Quem culpa a si mesmo dessa
maneira deixa igualmente de reconhecer as oportunidades de crescimento da doença.
Ver o plano da alma através do sintoma não muda nada nem devido à culpa
fundamental nem devido aos fatos concretos do problema em questão. Isso tampouco
faz com que uma pessoa se tome melhor ou pior; ela se toma única e exclusivamente
mais sábia e com mais consciência de responsabilidade. Caso se ignore esse
conhecimento e a responsabilidade nele implícita, pouco muda, tudo con nua como
antes. Caso contrário, se assume a responsabilidade pelo próprio des no, a doença
transforma-se em oportunidade e possibilita responder às indicações do próprio
padrão. O procedimento para isso não é de forma alguma di cil. Qualquer um pode
indicar na super cie do corpo, ou seja, colocar o dedo sobre o lugar que lhe causa
incômodos. O obje vo deste livro é relacionar essa experiência com o plano anímico.
Apontar com o dedo corpóreo era tão óbvio antes quanto o é agora. Trata-se de
colocar o dedo na ferida em sen do figurado. Isso exige coragem, mas nem tanta
assim, pois a ferida já está lá. Ela não surge no momento em que se coloca o dedo
sobre ela, somente se torna mais consciente. Através desse passo corajoso obtém-se, a
longo prazo, a possibilidade de curar-se. 2. Cegueira de si mesmo e projeção A
oportunidade mesma não se encontra na interpretação de sintomas alheios e sim na
interpretação dos próprios sintomas. Isso é dificultado pela onipresente cegueira de si
mesmo. A problemá ca da projeção, nossa tendência de transportar tudo o que é
incômodo e di cil para fora e lá também elaborá-lo e combatê-lo, prova ser prejudicial
também no que se 13 refere à interpretação dos sintomas. Ao mesmo tempo que
reconhecemos claramente o cisco no olho dos outros, de bom grado deixamos de ver a
trave que temos no nosso. A experiência com A Doença como Caminho resultou em
um padrão notável. Às interpretações de sintomas verbalizadas por amigos e
conhecidos contrapõe-se um grande "Mas" no que se refere aos próprios sintomas. O
que nha funcionado de maneira tão convincente com os parceiros ou sogros, de
repente falhava. Interpretar os sintomas da doença é trabalhar nas sombras e,
justamente por essa razão, freqüentemente desagradável. Pode-se inclusive concluir a
par r disso que as interpretações orais tropeçam na recusa espontânea. Se uma
interpretação de repente parece agradável, ela ou não é correta ou, de qualquer
forma, não é suficientemente profunda. Nesse caso, o mais simples é aprender com os
sintomas alheios e então aplicar esses conhecimentos em si mesmo. O conceito
somente adquire sen do como conseqüência desse di cil passo. Mas então ele
transforma-se em um verdadeiro caminho de auto-conhecimento e auto-realização.
Em relação a outros sistemas de interpretação, especialmente do âmbito esotérico, o
simbolismo dos sintomas tem a vantagem de não deixar pra camente qualquer
margem para mal-entendidos quanto à área afetada. O risco de interpretar uma úlcera
do estômago como sendo um sinal de um iminente processo de fulminação imediata é
bem menor. O corpo confirma que se trata aqui de uma tarefa de aprendizado
palpável, substancialmente enraizada no mundo material.
1. Interpretação e valoração O tulo A Doença como Caminho levou a alguns mal-
entendidos. Ele deve ser encarado de maneira absolutamente literal e sem qualquer
atributo de valor. A doença é um caminho que pode ser percorrido, nem bom nem
mau em si mesmo. O que fazer a respeito depende única e exclusivamente do afetado.
Eu vivenciei com uma série de pacientes como eles percorreram conscientemente esse
caminho e puderam constatar retrospec vamente que "seu excesso de peso", "seu
infarto do miocárdio" ou até mesmo "seu câncer" transformaram-se em uma grande
oportunidade. Hoje é preciso assumir que foi seu infarto do miocárdio que levou santa
Teresa de Ávila a percorrer o caminho que percorreu. Sabemos quão in mamente as
visões de Hildegard von Bingen estavam ligadas à sua enxaqueca. Estas duas mulheres
extraordinárias evidentemente receberam as mensagens transmi das por seus
sintomas e transformaram suas vidas de maneira exemplar. É isso exatamente o que
exige A Doença como Caminho: aprender e crescer a par r dos próprios sintomas.
U lizar mal esse conceito e a filosofia que subjaz a ele é um grande malentendido. O
esoterismo não tem nada a ver com a atribuição de culpa, tratando-se, tal como esta
explicitado extensamente no primeiro volume, de que cada pessoa é
fundamentalmente culpada por ter se separado da unidade. Ser culpado não é uma
questão de pequenas ou grandes faltas come das na vida co diana, mas de algo
fundamental. A culpa humana primordial reside no abandono da unidade paradisíaca.
A vida neste mundo de opostos é necessariamente cheia de faltas e serve para que se
reencontre o caminho de volta à unidade. Cada falta e cada sintoma significam
elementos que faltam para a perfeição, transformando-se em oportunidades de
desenvolvimento. 11 Distorcer o significado da doença para avaliar outras pessoas é
um malentendido sob vários pontos de vista. Ele não pode servir para a atribuição de
culpa, já que a culpa primordial foi distribuída há muito e não precisa de nenhuma
colaboração humana. Da mesma forma, poderíamos congratular os afetados por suas
doenças devido às possibilidades de desenvolvimento e aprendizado nelas con das. Os
assim chamados “primi vos" estão bastante mais avançados que nós nesse sen do, já
que consideram os sintomas da doença como golpes do des no em suas vidas, e os
aceitam de bom grado como provas. Em muitas tribos, o candidato a xamã sofre sua
doença de iniciação, único meio que pode introduzi-lo em novos campos de
experiência. Às vezes esse pensamento é seguido de maneira tão conseqüente que um
curandeiro somente pode tratar aqueles sintomas que ele mesmo padeceu de corpo e
alma. Essa postura é forçosa caso se entenda o curandeiro como sendo um guia de
almas pelos mundos interiores, já que, afinal, um guia de viagens deveria conhecer de
antemão o país através do qual guia os outros. Entre nós existem somente traços dessa
maneira de pensar. Assim, em alemão se reconhece a “cura enviada" (geschickte Heil,
do la m salus = Heil) na palavra des no (Schicksal). Dever-se-ia pensar também nas
provas de medicamentos dos homeopatas. Nesse caso, o médico penetra de livre e
espontânea vontade no âmbito de experiências da doença para reconhecer o padrão
de seu medicamento, ou meio de cura. E finalmente esperamos com razão que um
psicoterapeuta tenha viajado extensamente pelos países anímicos próprios e cole vos
e que saiba aonde está acompanhando seu paciente. Acusar o fato fundamental e que
nos une a todos, o estar doente de uma pessoa, uma di cil época de aprendizado com
as correspondentes oportunidades de crescimento, não leva a lugar algum. Isso, pelo
menos, não tem nada a ver com “a doença como caminho", e sim com o desejo de
atormentar alguém. Quem transforma seu dedo indicador em arma e, “interpretando"
seus sintomas, incrimina outras pessoas ou culpa a si mesmo em relação a isso, dá a
entender além do mais que compreendeu mal todo o principio. O mau uso da
interpretação como incriminação, segundo o lema “você está com prisão de ventre
porque é um tremendo de um avarento!", implica no desconhecimento do caráter de
sombra que existe em cada sintoma de uma doença. Por definição, sombra é o que é
inconsciente para o afetado. Por isso mesmo, a pessoa incriminada dessa maneira não
poderá de modo 12 algum aceitar a interpretação. Se ela soubesse que é avarenta, não
haveria a menor razão pata que vesse prisão de ventre. A sombra não assume o
ataque. Ao contrário, é preciso proceder com extrema cautela neste que é o tema mais
di cil de nossa existência. O afetado precisa de toda a sua energia e de muito espaço
em termos de ambiente para, de pequeno passo em pequeno passo, descobrir sua
relação com o tema expresso no sintoma da doença. Para isso a valoração é tão
prejudicial quanto a interpretação é significa va. Quem culpa a si mesmo dessa
maneira deixa igualmente de reconhecer as oportunidades de crescimento da doença.
Ver o plano da alma através do sintoma não muda nada nem devido à culpa
fundamental nem devido aos fatos concretos do problema em questão. Isso tampouco
faz com que uma pessoa se tome melhor ou pior; ela se toma única e exclusivamente
mais sábia e com mais consciência de responsabilidade. Caso se ignore esse
conhecimento e a responsabilidade nele implícita, pouco muda, tudo con nua como
antes. Caso contrário, se assume a responsabilidade pelo próprio des no, a doença
transforma-se em oportunidade e possibilita responder às indicações do próprio
padrão. O procedimento para isso não é de forma alguma di cil. Qualquer um pode
indicar na super cie do corpo, ou seja, colocar o dedo sobre o lugar que lhe causa
incômodos. O obje vo deste livro é relacionar essa experiência com o plano anímico.
Apontar com o dedo corpóreo era tão óbvio antes quanto o é agora. Trata-se de
colocar o dedo na ferida em sen do figurado. Isso exige coragem, mas nem tanta
assim, pois a ferida já está lá. Ela não surge no momento em que se coloca o dedo
sobre ela, somente se torna mais consciente. Através desse passo corajoso obtém-se, a
longo prazo, a possibilidade de curar-se. 2. Cegueira de si mesmo e projeção A
oportunidade mesma não se encontra na interpretação de sintomas alheios e sim na
interpretação dos próprios sintomas. Isso é dificultado pela onipresente cegueira de si
mesmo. A problemá ca da projeção, nossa tendência de transportar tudo o que é
incômodo e di cil para fora e lá também elaborá-lo e combatê-lo, prova ser prejudicial
também no que se 13 refere à interpretação dos sintomas. Ao mesmo tempo que
reconhecemos claramente o cisco no olho dos outros, de bom grado deixamos de ver a
trave que temos no nosso. A experiência com A Doença como Caminho resultou em
um padrão notável. Às interpretações de sintomas verbalizadas por amigos e
conhecidos contrapõe-se um grande "Mas" no que se refere aos próprios sintomas. O
que nha funcionado de maneira tão convincente com os parceiros ou sogros, de
repente falhava. Interpretar os sintomas da doença é trabalhar nas sombras e,
justamente por essa razão, freqüentemente desagradável. Pode-se inclusive concluir a
par r disso que as interpretações orais tropeçam na recusa espontânea. Se uma
interpretação de repente parece agradável, ela ou não é correta ou, de qualquer
forma, não é suficientemente profunda. Nesse caso, o mais simples é aprender com os
sintomas alheios e então aplicar esses conhecimentos em si mesmo. O conceito
somente adquire sen do como conseqüência desse di cil passo. Mas então ele
transforma-se em um verdadeiro caminho de auto-conhecimento e auto-realização.
Em relação a outros sistemas de interpretação, especialmente do âmbito esotérico, o
simbolismo dos sintomas tem a vantagem de não deixar pra camente qualquer
margem para mal-entendidos quanto à área afetada. O risco de interpretar uma úlcera
do estômago como sendo um sinal de um iminente processo de fulminação imediata é
bem menor. O corpo confirma que se trata aqui de uma tarefa de aprendizado
palpável, substancialmente enraizada no mundo material.
2. 1. Interpretação e valoração O tulo A Doença como Caminho levou a alguns mal-
entendidos. Ele deve ser encarado de maneira absolutamente literal e sem qualquer
atributo de valor. A doença é um caminho que pode ser percorrido, nem bom nem
mau em si mesmo. O que fazer a respeito depende única e exclusivamente do afetado.
Eu vivenciei com uma série de pacientes como eles percorreram conscientemente esse
caminho e puderam constatar retrospec vamente que "seu excesso de peso", "seu
infarto do miocárdio" ou até mesmo "seu câncer" transformaram-se em uma grande
oportunidade. Hoje é preciso assumir que foi seu infarto do miocárdio que levou santa
Teresa de Ávila a percorrer o caminho que percorreu. Sabemos quão in mamente as
visões de Hildegard von Bingen estavam ligadas à sua enxaqueca. Estas duas mulheres
extraordinárias evidentemente receberam as mensagens transmi das por seus
sintomas e transformaram suas vidas de maneira exemplar. É isso exatamente o que
exige A Doença como Caminho: aprender e crescer a par r dos próprios sintomas.
U lizar mal esse conceito e a filosofia que subjaz a ele é um grande malentendido. O
esoterismo não tem nada a ver com a atribuição de culpa, tratando-se, tal como esta
explicitado extensamente no primeiro volume, de que cada pessoa é
fundamentalmente culpada por ter se separado da unidade. Ser culpado não é uma
questão de pequenas ou grandes faltas come das na vida co diana, mas de algo
fundamental. A culpa humana primordial reside no abandono da unidade paradisíaca.
A vida neste mundo de opostos é necessariamente cheia de faltas e serve para que se
reencontre o caminho de volta à unidade. Cada falta e cada sintoma significam
elementos que faltam para a perfeição, transformando-se em oportunidades de
desenvolvimento. 11 Distorcer o significado da doença para avaliar outras pessoas é
um malentendido sob vários pontos de vista. Ele não pode servir para a atribuição de
culpa, já que a culpa primordial foi distribuída há muito e não precisa de nenhuma
colaboração humana. Da mesma forma, poderíamos congratular os afetados por suas
doenças devido às possibilidades de desenvolvimento e aprendizado nelas con das. Os
assim chamados “primi vos" estão bastante mais avançados que nós nesse sen do, já
que consideram os sintomas da doença como golpes do des no em suas vidas, e os
aceitam de bom grado como provas. Em muitas tribos, o candidato a xamã sofre sua
doença de iniciação, único meio que pode introduzi-lo em novos campos de
experiência. Às vezes esse pensamento é seguido de maneira tão conseqüente que um
curandeiro somente pode tratar aqueles sintomas que ele mesmo padeceu de corpo e
alma. Essa postura é forçosa caso se entenda o curandeiro como sendo um guia de
almas pelos mundos interiores, já que, afinal, um guia de viagens deveria conhecer de
antemão o país através do qual guia os outros. Entre nós existem somente traços dessa
maneira de pensar. Assim, em alemão se reconhece a “cura enviada" (geschickte Heil,
do la m salus = Heil) na palavra des no (Schicksal). Dever-se-ia pensar também nas
provas de medicamentos dos homeopatas. Nesse caso, o médico penetra de livre e
espontânea vontade no âmbito de experiências da doença para reconhecer o padrão
de seu medicamento, ou meio de cura. E finalmente esperamos com razão que um
psicoterapeuta tenha viajado extensamente pelos países anímicos próprios e cole vos
e que saiba aonde está acompanhando seu paciente. Acusar o fato fundamental e que
nos une a todos, o estar doente de uma pessoa, uma di cil época de aprendizado com
as correspondentes oportunidades de crescimento, não leva a lugar algum. Isso, pelo
menos, não tem nada a ver com “a doença como caminho", e sim com o desejo de
atormentar alguém. Quem transforma seu dedo indicador em arma e, “interpretando"
seus sintomas, incrimina outras pessoas ou culpa a si mesmo em relação a isso, dá a
entender além do mais que compreendeu mal todo o principio. O mau uso da
interpretação como incriminação, segundo o lema “você está com prisão de ventre
porque é um tremendo de um avarento!", implica no desconhecimento do caráter de
sombra que existe em cada sintoma de uma doença. Por definição, sombra é o que é
inconsciente para o afetado. Por isso mesmo, a pessoa incriminada dessa maneira não
poderá de modo 12 algum aceitar a interpretação. Se ela soubesse que é avarenta, não
haveria a menor razão pata que vesse prisão de ventre. A sombra não assume o
ataque. Ao contrário, é preciso proceder com extrema cautela neste que é o tema mais
di cil de nossa existência. O afetado precisa de toda a sua energia e de muito espaço
em termos de ambiente para, de pequeno passo em pequeno passo, descobrir sua
relação com o tema expresso no sintoma da doença. Para isso a valoração é tão
prejudicial quanto a interpretação é significa va. Quem culpa a si mesmo dessa
maneira deixa igualmente de reconhecer as oportunidades de crescimento da doença.
Ver o plano da alma através do sintoma não muda nada nem devido à culpa
fundamental nem devido aos fatos concretos do problema em questão. Isso tampouco
faz com que uma pessoa se tome melhor ou pior; ela se toma única e exclusivamente
mais sábia e com mais consciência de responsabilidade. Caso se ignore esse
conhecimento e a responsabilidade nele implícita, pouco muda, tudo con nua como
antes. Caso contrário, se assume a responsabilidade pelo próprio des no, a doença
transforma-se em oportunidade e possibilita responder às indicações do próprio
padrão. O procedimento para isso não é de forma alguma di cil. Qualquer um pode
indicar na super cie do corpo, ou seja, colocar o dedo sobre o lugar que lhe causa
incômodos. O obje vo deste livro é relacionar essa experiência com o plano anímico.
Apontar com o dedo corpóreo era tão óbvio antes quanto o é agora. Trata-se de
colocar o dedo na ferida em sen do figurado. Isso exige coragem, mas nem tanta
assim, pois a ferida já está lá. Ela não surge no momento em que se coloca o dedo
sobre ela, somente se torna mais consciente. Através desse passo corajoso obtém-se, a
longo prazo, a possibilidade de curar-se. 2. Cegueira de si mesmo e projeção A
oportunidade mesma não se encontra na interpretação de sintomas alheios e sim na
interpretação dos próprios sintomas. Isso é dificultado pela onipresente cegueira de si
mesmo. A problemá ca da projeção, nossa tendência de transportar tudo o que é
incômodo e di cil para fora e lá também elaborá-lo e combatê-lo, prova ser prejudicial
também no que se 13 refere à interpretação dos sintomas. Ao mesmo tempo que
reconhecemos claramente o cisco no olho dos outros, de bom grado deixamos de ver a
trave que temos no nosso. A experiência com A Doença como Caminho resultou em
um padrão notável. Às interpretações de sintomas verbalizadas por amigos e
conhecidos contrapõe-se um grande "Mas" no que se refere aos próprios sintomas. O
que nha funcionado de maneira tão convincente com os parceiros ou sogros, de
repente falhava. Interpretar os sintomas da doença é trabalhar nas sombras e,
justamente por essa razão, freqüentemente desagradável. Pode-se inclusive concluir a
par r disso que as interpretações orais tropeçam na recusa espontânea. Se uma
interpretação de repente parece agradável, ela ou não é correta ou, de qualquer
forma, não é suficientemente profunda. Nesse caso, o mais simples é aprender com os
sintomas alheios e então aplicar esses conhecimentos em si mesmo. O conceito
somente adquire sen do como conseqüência desse di cil passo. Mas então ele
transforma-se em um verdadeiro caminho de auto-conhecimento e auto-realização.
Em relação a outros sistemas de interpretação, especialmente do âmbito esotérico, o
simbolismo dos sintomas tem a vantagem de não deixar pra camente qualquer
margem para mal-entendidos quanto à área afetada. O risco de interpretar uma úlcera
do estômago como sendo um sinal de um iminente processo de fulminação imediata é
bem menor. O corpo confirma que se trata aqui de uma tarefa de aprendizado
palpável, substancialmente enraizada no mundo material.
3. 1. Interpretação e valoração O tulo A Doença como Caminho levou a alguns mal-
entendidos. Ele deve ser encarado de maneira absolutamente literal e sem qualquer
atributo de valor. A doença é um caminho que pode ser percorrido, nem bom nem
mau em si mesmo. O que fazer a respeito depende única e exclusivamente do afetado.
Eu vivenciei com uma série de pacientes como eles percorreram conscientemente esse
caminho e puderam constatar retrospec vamente que "seu excesso de peso", "seu
infarto do miocárdio" ou até mesmo "seu câncer" transformaram-se em uma grande
oportunidade. Hoje é preciso assumir que foi seu infarto do miocárdio que levou santa
Teresa de Ávila a percorrer o caminho que percorreu. Sabemos quão in mamente as
visões de Hildegard von Bingen estavam ligadas à sua enxaqueca. Estas duas mulheres
extraordinárias evidentemente receberam as mensagens transmi das por seus
sintomas e transformaram suas vidas de maneira exemplar. É isso exatamente o que
exige A Doença como Caminho: aprender e crescer a par r dos próprios sintomas.
U lizar mal esse conceito e a filosofia que subjaz a ele é um grande malentendido. O
esoterismo não tem nada a ver com a atribuição de culpa, tratando-se, tal como esta
explicitado extensamente no primeiro volume, de que cada pessoa é
fundamentalmente culpada por ter se separado da unidade. Ser culpado não é uma
questão de pequenas ou grandes faltas come das na vida co diana, mas de algo
fundamental. A culpa humana primordial reside no abandono da unidade paradisíaca.
A vida neste mundo de opostos é necessariamente cheia de faltas e serve para que se
reencontre o caminho de volta à unidade. Cada falta e cada sintoma significam
elementos que faltam para a perfeição, transformando-se em oportunidades de
desenvolvimento. 11 Distorcer o significado da doença para avaliar outras pessoas é
um malentendido sob vários pontos de vista. Ele não pode servir para a atribuição de
culpa, já que a culpa primordial foi distribuída há muito e não precisa de nenhuma
colaboração humana. Da mesma forma, poderíamos congratular os afetados por suas
doenças devido às possibilidades de desenvolvimento e aprendizado nelas con das. Os
assim chamados “primi vos" estão bastante mais avançados que nós nesse sen do, já
que consideram os sintomas da doença como golpes do des no em suas vidas, e os
aceitam de bom grado como provas. Em muitas tribos, o candidato a xamã sofre sua
doença de iniciação, único meio que pode introduzi-lo em novos campos de
experiência. Às vezes esse pensamento é seguido de maneira tão conseqüente que um
curandeiro somente pode tratar aqueles sintomas que ele mesmo padeceu de corpo e
alma. Essa postura é forçosa caso se entenda o curandeiro como sendo um guia de
almas pelos mundos interiores, já que, afinal, um guia de viagens deveria conhecer de
antemão o país através do qual guia os outros. Entre nós existem somente traços dessa
maneira de pensar. Assim, em alemão se reconhece a “cura enviada" (geschickte Heil,
do la m salus = Heil) na palavra des no (Schicksal). Dever-se-ia pensar também nas
provas de medicamentos dos homeopatas. Nesse caso, o médico penetra de livre e
espontânea vontade no âmbito de experiências da doença para reconhecer o padrão
de seu medicamento, ou meio de cura. E finalmente esperamos com razão que um
psicoterapeuta tenha viajado extensamente pelos países anímicos próprios e cole vos
e que saiba aonde está acompanhando seu paciente. Acusar o fato fundamental e que
nos une a todos, o estar doente de uma pessoa, uma di cil época de aprendizado com
as correspondentes oportunidades de crescimento, não leva a lugar algum. Isso, pelo
menos, não tem nada a ver com “a doença como caminho", e sim com o desejo de
atormentar alguém. Quem transforma seu dedo indicador em arma e, “interpretando"
seus sintomas, incrimina outras pessoas ou culpa a si mesmo em relação a isso, dá a
entender além do mais que compreendeu mal todo o principio. O mau uso da
interpretação como incriminação, segundo o lema “você está com prisão de ventre
porque é um tremendo de um avarento!", implica no desconhecimento do caráter de
sombra que existe em cada sintoma de uma doença. Por definição, sombra é o que é
inconsciente para o afetado. Por isso mesmo, a pessoa incriminada dessa maneira não
poderá de modo 12 algum aceitar a interpretação. Se ela soubesse que é avarenta, não
haveria a menor razão pata que vesse prisão de ventre. A sombra não assume o
ataque. Ao contrário, é preciso proceder com extrema cautela neste que é o tema mais
di cil de nossa existência. O afetado precisa de toda a sua energia e de muito espaço
em termos de ambiente para, de pequeno passo em pequeno passo, descobrir sua
relação com o tema expresso no sintoma da doença. Para isso a valoração é tão
prejudicial quanto a interpretação é significa va. Quem culpa a si mesmo dessa
maneira deixa igualmente de reconhecer as oportunidades de crescimento da doença.
Ver o plano da alma através do sintoma não muda nada nem devido à culpa
fundamental nem devido aos fatos concretos do problema em questão. Isso tampouco
faz com que uma pessoa se tome melhor ou pior; ela se toma única e exclusivamente
mais sábia e com mais consciência de responsabilidade. Caso se ignore esse
conhecimento e a responsabilidade nele implícita, pouco muda, tudo con nua como
antes. Caso contrário, se assume a responsabilidade pelo próprio des no, a doença
transforma-se em oportunidade e possibilita responder às indicações do próprio
padrão. O procedimento para isso não é de forma alguma di cil. Qualquer um pode
indicar na super cie do corpo, ou seja, colocar o dedo sobre o lugar que lhe causa
incômodos. O obje vo deste livro é relacionar essa experiência com o plano anímico.
Apontar com o dedo corpóreo era tão óbvio antes quanto o é agora. Trata-se de
colocar o dedo na ferida em sen do figurado. Isso exige coragem, mas nem tanta
assim, pois a ferida já está lá. Ela não surge no momento em que se coloca o dedo
sobre ela, somente se torna mais consciente. Através desse passo corajoso obtém-se, a
longo prazo, a possibilidade de curar-se. 2. Cegueira de si mesmo e projeção A
oportunidade mesma não se encontra na interpretação de sintomas alheios e sim na
interpretação dos próprios sintomas. Isso é dificultado pela onipresente cegueira de si
mesmo. A problemá ca da projeção, nossa tendência de transportar tudo o que é
incômodo e di cil para fora e lá também elaborá-lo e combatê-lo, prova ser prejudicial
também no que se 13 refere à interpretação dos sintomas. Ao mesmo tempo que
reconhecemos claramente o cisco no olho dos outros, de bom grado deixamos de ver a
trave que temos no nosso. A experiência com A Doença como Caminho resultou em
um padrão notável. Às interpretações de sintomas verbalizadas por amigos e
conhecidos contrapõe-se um grande "Mas" no que se refere aos próprios sintomas. O
que nha funcionado de maneira tão convincente com os parceiros ou sogros, de
repente falhava. Interpretar os sintomas da doença é trabalhar nas sombras e,
justamente por essa razão, freqüentemente desagradável. Pode-se inclusive concluir a
par r disso que as interpretações orais tropeçam na recusa espontânea. Se uma
interpretação de repente parece agradável, ela ou não é correta ou, de qualquer
forma, não é suficientemente profunda. Nesse caso, o mais simples é aprender com os
sintomas alheios e então aplicar esses conhecimentos em si mesmo. O conceito
somente adquire sen do como conseqüência desse di cil passo. Mas então ele
transforma-se em um verdadeiro caminho de auto-conhecimento e auto-realização.
Em relação a outros sistemas de interpretação, especialmente do âmbito esotérico, o
simbolismo dos sintomas tem a vantagem de não deixar pra camente qualquer
margem para mal-entendidos quanto à área afetada. O risco de interpretar uma úlcera
do estômago como sendo um sinal de um iminente processo de fulminação imediata é
bem menor. O corpo confirma que se trata aqui de uma tarefa de aprendizado
palpável, substancialmente enraizada no mundo material.

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