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Sã o Joã o Damasceno em Imagens Sagradas.

Seguido por trê s sermõ es sobre a Assunçã o


Sã o Joã o de Damasco

Índice

Sã o Joã o Damasceno em imagens sagradas


Nota do transcritor
PREFACIO DO TRADUTOR
CONTEUDO
PARTE I. APOLOGIA DE SAO JOAO DAMASCENO CONTRA AQUELES QUE
DESCRITAM IMAGENS SAGRADAS.
Testemunho autê ntico de pais antigos a favor das imagens.
Sã o Denis, o Areopagita. De sua Carta ao Bispo Tito.
O mesmo, 'Nos nomes de Deus'.
O Mesmo, na 'Hierarquia Eclesiá stica'.
Sermã o de Sã o Bası́lio sobre o Má rtir Sã o Barlam, começando,
'Em primeiro lugar, a morte dos santos.'
Do mesmo, dos Trinta Capı́tulos a An ilochios, sobre o
Espı́rito Santo. xviii.
De St Basils Sermã o sobre St Gordion.
O mesmo, no Martyr St Gordion.
O mesmo, no inal.
Testemunho do mesmo, de seu Sermã o sobre os Quarenta
Má rtires.
Sã o Bası́lio.
Sã o Gregó rio de Nissa, da 'Estrutura do Homem'.
O mesmo, Quinto Capı́tulo.
O mesmo, de seu Sermã o em Constantinopla sobre a
Divindade do Filho e do Espı́rito e sobre Abraã o.
Leã o, 12 bispo de Neá polis em Chipre. De seu livro contra os
judeus, sobre a adoraçã o da cruz e as está tuas dos santos e
sobre as relı́quias.
Do mesmo.
Severianus, Bispo da Gabali, na Dedicaçã o da Cruz.
Palavra por palavra tirada da Vida de Sã o Joã o Crisó stomo.
PARTE II.
Testemunho de pais antigos e eruditos para imagens.
Sã o Joã o Crisó stomo. De seu 'Comentá rio sobre a Pará bola do
Semeador'.
O mesmo, de seu Sermã o a Sã o Melé cio, Bispo de Antioquia, e
sobre o zelo de seus ouvintes, começando, 'Lançando seus
olhos em todos os lugares neste rebanho sagrado.'
Sã o Má ximo, Filó sofo e Confessor. Dos seus 'Atos' e dos do
Bispo Teodó sio.
Bem-aventurado Anastá cio, Arcebispo de Teó polis, no
sá bado, a Simeã o, Bispo de Bostris.
PARTE III.20
Primeiro ponto. — O que é uma imagem?
2º ponto. - Para que propó sito a imagem é feita.
3º Ponto. — Quantos tipos de Imagens existem.
Quarto Capı́tulo. O que é uma imagem, o que nã o é ; e como cada
imagem deve ser apresentada.
Quem primeiro fez uma imagem.
Em Adoraçã o. O que é adoraçã o?
Sobre os tipos de Adoraçã o.
O que encontramos é adorado nas Escrituras e de quantas
maneiras demonstramos adoraçã o à s criaturas.
Testemunho de pais antigos e eruditos a respeito de imagens.
Sã o Denis, Bispo de Atenas, de sua carta a Sã o Joã o Apó stolo e
Evangelista.
O mesmo, de sua Homilia sobre a Hierarquia Eclesiá stica.
Sã o Bası́lio, de sua homilia sobre os quarenta má rtires.
O mesmo, nos Trinta Capı́tulos sobre o Espı́rito Santo a
An ilochios, 18ª Resposta.
Sã o Joã o Crisó stomo, de seu 'Comentá rio sobre a Epı́stola aos
Hebreus'.
Da Histó ria Espiritual de Teodoro, Bispo de Ciro. Da 'Vida de
Estilistas de Sã o Simã o.'
Sã o Bası́lio, de seu 'Comentá rio sobre Isaias.'
O mesmo.
Santo Ataná sio, dos cem capı́tulos dirigidos a Antı́oco, o
prefeito, de acordo com a pergunta e a resposta. xxxviii.
Sã o Joã o Crisó stomo, no 'Terceiro Salmo, em Davi e Absalã o'.
Sã o Cirilo de Alexandria, em seu 'Discurso ao Imperador
Teodó sio'.
O mesmo, de seus 'Tesouros'.
O mesmo, de seu Poema, sobre a 'Revelaçã o de Cristo sendo
representada por todo o Ensino de Moisé s. Em Abraã o e
Melquisedeque. '- Cap. vi.
Sã o Gregó rio de Nazianzen, de Seu Sermã o sobre o 'Filho', ii.
Sã o Crisó stomo, de seu Terceiro 'Comentá rio sobre os
Colossenses.'
O mesmo, de seu 'Comentá rio sobre os hebreus'. xvii.
Eusebius Pamphilius, do Quinto Livro de suas Provas do
Evangelho, sobre 'Deus apareceu a Abraã o pelo Carvalho de
Mambre.'
Joã o de Antioquia, també m chamado de Malala, de sua
cronogra ia sobre a 'Mulher com luxo de sangue, que erigiu
um monumento a Cristo'.
Extraı́do da 'Histó ria Eclesiá stica de Só crates', Livro I.
Cap. xviii., no Imperador Constantino.
Stephen Bostrenus, contra os judeus. 4.
O mesmo.
Sã o Leô ncio de Ná poles, em Chipre, contra os judeus - Livro v.
O mesmo, do terceiro livro.
O mesmo.
O mesmo.
O mesmo.
O mesmo.
Santo Ataná sio contra os arianos. - Livro iii.
O mesmo, para Antı́oco, o Governante.
Santo Ambró sio de Milã o, ao Imperador Graciano sobre a
Encarnaçã o de Deus o Verbo.
Sã o Cirilo de Jerusalé m, dé cima segunda instruçã o.
Sã o Joã o Crisó stomo, nos Machabees.
O mesmo, contra Juliano, o Apó stata. - Primeiro Livro.
O mesmo, na Piscina.
Severiano da Gabali, na Cruz.
Jerô nimo, sacerdote de Jerusalé m, na Santı́ssima Trindade.
Simeã o do Monte Thaumastus em imagens.
Ataná sio, arcebispo de Antioquia, a Simeã o, bispo de Bostri,
no sá bado.
O mesmo. - 3ª Homilia.
Santo Ataná sio do Monte Sinai no novo sá bado e no apó stolo
Sã o Tomé .
Da vida do abade Daniel, sobre Eulogius, o pedreiro.
Da Vida de Santa Maria do Egito.
Sã o Metó dio, Bispo de Patari (παταρων), sobre a
Ressurreiçã o.
SERMAO I. SOBRE A ASSUNÇAO (κοιμησις).
SERMON II. SOBRE A ASSUNÇAO (κοιμησις).
SERMON III. SOBRE A ASSUNÇAO (κοιμησις).
INDICE
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A licença completa do Project Gutenberg
Seçã o 1. Termos Gerais de Uso e Redistribuiçã o das obras
eletrô nicas do Project Gutenberg ™
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Seçã o 3. Informaçõ es sobre a Fundaçã o Arquivo Literá rio do
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Seçã o 4. Informaçõ es sobre doaçõ es para a Fundaçã o Arquivo
Literá rio do Project Gutenberg
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São João Damasceno em imagens sagradas

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Tı́tulo: Sã o Joã o Damasceno sobre Imagens Sagradas (προς τους


διαβαλλοντας τᾶ ς
αγιας εικονας). Seguido por Trê s Sermõ es sobre a Assunçã o
(κοιμησις) Autor: John of Damascus Data de lançamento: 09 de
setembro de 2015 [EBook # 49917] Idioma: Inglê s Codi icaçã o do
conjunto de caracteres: UTF-8

*** INICIO DESTE PROJETO GUTENBERG EBOOK ST JOHN DAMASCENE


NAS IMAGENS SAGRADAS ***

Produzido por Andrew Dunning.

Criado a partir de digitalizaçõ es da Universidade de Toronto,


disponı́veis no Internet Archive.
Nota do transcritor
Pequenas emendas foram feitas para pontuaçã o e ortogra ia.

ST JOHN DAMASCENE

Imprimatur

Herbertus Cardinalis Vaughan


Archiepiscopus Westmonasteriensis

Die 12 Augusti 1898

ST JOHN DAMASCENE
SOBRE

HOLY IMAGES (προς τους διαβαλλοντας τᾶ ς αγιας εικονας)


SEGUIDO PELA
TRES SERMOES SOBRE A ASSUNÇAO (κοιμησις)

TRADUZIDO DO GREGO ORIGINAL

POR
MARY H. ALLIES

Londres
THOMAS BAKER
1 SOHO SQUARE, W.

1898

PREFACIO DO TRADUTOR
Um Tratado sobre Imagens nã o icará deslocado para um pú blico, que
confunde a feitura de imagens com a feitura de ı́dolos. Um grande
cristã o do sé culo VIII viu-se convocado para enfrentar um iconoclasta
imperial. Ele teria icado de bom grado em silê ncio, mas nã o enterraria
seu talento de eloqü ê ncia. Ele o apresentou e testemunhou o ensino da
Igreja em uma linguagem que apresenta 'cenas emocionantes' nas
igrejas anglicanas da maneira mais contundente. Os nossos
destruidores de imagens inglesas estã o no campo de Leã o, o Isauriano,
que no sé culo VIII travou uma guerra contra as imagens sagradas, sob o
pretexto plausı́vel de que retiravam a honra de Deus. O sé timo Conselho
Geral condenou seu ataque e determinou os diferentes tipos de culto,
usando os termos gregos de latreia e douleia. O campeã o especial das
imagens sagradas é Sã o Joã o Damasceno, cujo tratado é
agora publicado pela primeira vez em inglê s. Cada artigo do credo tem
seu defensor especial. Sã o Joã o Damasceno proclama a Comunhã o dos
Santos e a honra de Deus por meio de Seus servos escolhidos e
favorecidos. Nenhuma parte da fé cató lica é uma palavra vã , nem
podem os verdadeiros ilhos da Igreja dizer com os lá bios o que nã o
guardam no coraçã o. Eu acredito na Comunhã o dos Santos segue em Eu
acredito em Deus, de forma que os inimigos dos Santos sã o os inimigos
de Deus. Esta é a doutrina que Sã o Joã o Damasceno remonta aos
tempos eternos antes que o tempo existisse, no divino εικων do Pai na
Pessoa do Filho. Deus, o Filho, é a imagem por essê ncia, e entã o Ele se
torna uma imagem ou forma visı́vel no tempo, revestido de carne e
sangue, mostrando-nos por Seu pró prio exemplo que nossa adoraçã o a
Deus é por meio de coisas corpó reas. Vez apó s vez o Santo repete que,
assim como nã o devemos fazer uma imagem do Deus Invisı́vel, també m
nã o devemos recusar olhar para o Filho, Sua Imagem, primeiro na
eternidade, e depois Encarnado.
Quais sã o as consequê ncias de rejeitar imagens designadas por
Deus? Dú vida desesperada e destruidora do coraçã o causada
pela exaltaçã o indevida da humanidade: em outras palavras, a criatura,
em vez do divino, adora. Somos constituı́dos de tal forma que devemos
ter imagens: nossas mentes nã o podem alcançar o trono de Deus sem a
ajuda de coisas corpó reas. O agnosticismo disse isso. Nã o podemos
amar o que nã o conhecemos, e Deus nã o é incognoscı́vel? Formulá rios
hesitantes dizem isso quando apontam para a maté ria, que Deus
glori icou, como ingló ria. E os formulá rios hesitantes levam a almas
hesitantes e à proclamaçã o do estranho dispositivo de que a verdade
religiosa nã o tem importâ ncia enquanto os homens viverem bem.
Os sermõ es sobre Assunçã o foram pregadas pelo Santo dentro ou
sobre ad 727. De acordo com Alban Butler, ele tinha razõ es especiais
para honrar a Mã e de Deus. Por sua intercessã o, ele recuperou o uso de
sua forte mã o direita. Foi uma demonstraçã o prá tica do ensino cató lico,
Alcançamos Deus com mais certeza por meio daqueles que mais O
amam e, portanto, a frase protestante, que expressa um pensamento
puramente cató lico 'direto a Deus', é exempli icada na Comunhã o dos
Santos. A linguagem de Sã o Joã o sobre a Θεοτοκη surpreenderá aqueles
que estigmatizam o amor por ela como uma 'corrupçã o
romana'. O triunfo culminante da Assunçã o segue com justiça a
maternidade divina. Seu corpo era totalmente puro, porque sua alma
totalmente sagrada (παναγια) fez dele o local de descanso de nosso
Senhor. A Mã e está tã o identi icada com o Filho que sua vida faz parte
da dele. O tú mulo nã o é para ela e, portanto, o escritor do sé culo VIII dá
testemunho cabal da tradiçã o cató lica.
Todos os crentes concordam em desejar alcançar a Deus; a questã o é de
detalhe. Qual é o caminho mais curto? Sã o Joã o Damasceno fala com a
Igreja quando diz que é pela glori icaçã o da maté ria na Pessoa do Verbo
Eterno. Ou dê à maté ria o seu devido lugar, ou tire a maté ria que o
pró prio Senhor exaltou, e nã o somos mais seres compostos, mas
espı́ritos inquietos no mundo material. Tire o exé rcito do rei e você
descoroa o pró prio rei. Esqueça sua mã e e com ela o elo de ligaçã o
entre a terra e o cé u. Entã o podemos ser pagã os mais uma vez, tateando
atrá s do Deus desconhecido, e nosso ú ltimo estado será mais terrı́vel do
que o paganismo da antiguidade, antes que a luz aparecesse para
iluminar os lugares escuros da terra.

CONTEUDO
PARTE I. APOLOGIA DE SAO JOAO DAMASCENO CONTRA AQUELES QUE
DESCRITAM IMAGENS SAGRADAS
PARTE II. O MESMO
PARTE III. O MESMO
SERMAO I. SOBRE A ASSUNÇAO
SERMON II. O MESMO
SERMON III. O MESMO
PARTE I. APOLOGIA DE SAO JOAO DAMASCENO
CONTRA AQUELES QUE DESCRITAM IMAGENS
SAGRADAS.
Com a convicçã o sempre presente de minha pró pria indignidade,
deveria ter guardado silê ncio e confessado minhas de iciê ncias diante
de Deus, mas todas as coisas vã o bem na hora certa. Eu vejo a Igreja
que Deus fundou nos Apó stolos e Profetas, sua pedra angular sendo
Cristo Seu Filho, lançada em um mar revolto, açoitada por ondas
violentas, abalada e perturbada pelos ataques de espı́ritos
malignos. Vejo rasgos no manto uniforme de Cristo, que os homens
ı́mpios tê m procurado separar, e Seu corpo cortado em pedaços, isto é ,
a palavra de Deus e a antiga tradiçã o da Igreja. Portanto, julguei
desarrazoado guardar silê ncio e segurar minha lı́ngua, tendo em mente
a advertê ncia das Escrituras: - 'Se te retirares, minha alma nã o se
deleitará em ti', e 'Se vires a espada vindo e nã o avisar teu irmã o, vou
exigir o sangue dele das tuas mã os. ' O medo, entã o, me compeliu a
falar; a verdade era mais forte do que a majestade dos reis. 'Prestei
testemunho de Ti perante os reis,' ouvi o rei real 1 Davi dizendo, 'e eu'
nã o estava envergonhado. Nã o, eu era o mais incitado a falar. O
comando do rei é todo poderoso sobre seus sú ditos. Pois poucos
homens foram encontrados até agora que, embora reconhecendo o
poder do rei terreno para vir do alto, resistiram à s suas exigê ncias
ilegais.
Em primeiro lugar, agarrando como uma espé cie de coluna, ou alicerce,
o ensinamento da Igreja, que é nossa salvaçã o, abri seu signi icado,
dando, por assim dizer, as ré deas a um carregador bem equipado.2 Pois
considero uma grande calamidade que a Igreja, adornada com seus
grandes privilé gios e os mais santos exemplos de santos do passado,
volte aos primeiros rudimentos e tema onde nã o há medo. E
desastroso supor que a Igreja nã o conhece Deus como Ele é , que ela
degenera em idolatria, pois se ela declina da perfeiçã o em um ú nico
iota, é como uma marca duradoura em um rosto bonito, destruindo por
sua feiura a beleza do todo. Uma coisa pequena nã o é pequena quando
leva a algo grande, nem mesmo é inú til abandonar a antiga tradiçã o da
Igreja sustentada por nossos antepassados, cuja conduta devemos
observar e cuja fé devemos imitar.
Em primeiro lugar, entã o, antes de falar a você , rogo a Deus Todo-
Poderoso, a quem todas as coisas estã o abertas, que conhece minha
pequena capacidade e minha genuı́na intençã o, que abençoe as
palavras de minha boca e me capacite a refrear minha mente e
direcioná -lo a Ele, para andar em Sua presença diretamente, nã o
declinando para uma direita plausı́vel, nem conhecendo a esquerda. Em
seguida, peço a todo o povo de Deus, os escolhidos de Seu sacerdó cio
real, com o santo pastor do rebanho ortodoxo de Cristo, que representa
em sua pró pria pessoa o sacerdó cio de Cristo, que recebam meu
tratado com bondade. Eles nã o devem insistir em minha indignidade,
nem buscar eloqü ê ncia, pois estou muito consciente de minhas
de iciê ncias. Eles devem considerar os pró prios pensamentos. O reino
dos cé us nã o está em palavras, mas em açõ es. A conquista nã o é meu
objetivo. Eu levanto a mã o que está lutando pela verdade - uma mã o
disposta sob a orientaçã o divina. Baseando-me, entã o, na verdade
substancial como meu auxiliar, entrarei em meu assunto.
Tenho ouvido as palavras da pró pria Verdade: - 'O Senhor teu Deus é
um.' E 'Tu temerá s o Senhor teu Deus, e só servirá s a Ele, e nã o terá s
deuses estranhos'. Novamente, 'Nã o fará s para ti mesmo uma coisa de
escultura, nem a semelhança de qualquer coisa que está no cé u em
cima, ou na terra embaixo'; e 'Confundam-se todos os que adoram
coisas esculpidas'. Novamente, 'Os deuses que nã o izeram o cé u e a
terra, que pereçam'. Desta forma, Deus falou dos antigos aos patriarcas
por meio dos profetas e, por ú ltimo, por meio de Seu Filho unigê nito,
por cuja conta Ele fez os sé culos. Ele diz: 'Esta é a vida eterna, para que
conheçam a Ti, o ú nico Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem
enviaste.' Eu acredito em um Deus, a fonte de todas as coisas, sem
começo, nã o criado, imortal, eterno, incompreensı́vel, sem corpo,
invisı́vel, nã o circunscrito,3 sem forma. Eu acredito em
um ser supersubstancial , uma Divindade divina em trê s entidades, o
Pai, o Filho e o Espı́rito Santo, e eu adoro a Ele sozinho com a adoraçã o
de latreia. Eu adoro um Deus, uma Divindade, mas trê s Pessoas, Deus
Pai, Deus Filho feito carne e Deus Espı́rito Santo, um Deus. Nã o adoro a
criaçã o mais do que o Criador, mas adoro a criatura criada como eu
sou, adotando a criaçã o livre e espontaneamente para que Ele possa
elevar nossa natureza e nos tornar participantes de Sua natureza
divina. Junto com meu Senhor e Rei eu O adoro vestido na carne, nã o
como se fosse uma vestimenta ou Ele constituı́sse uma quarta pessoa
da Trindade - Deus me livre. Essa carne é divina e perdura apó s sua
assunçã o. A natureza humana nã o se perdeu na Divindade, mas assim
como o Verbo feito carne permaneceu o Verbo, a carne se tornou o
Verbo permanecendo carne, tornando-se, antes, um com o Verbo por
meio da uniã o (καθ 'υποστασιν). Por isso, atrevo-me a desenhar uma
imagem do Deus invisı́vel, nã o como invisı́vel, mas como tendo se
tornado visı́vel por nossa causa atravé s de carne e sangue. Eu nã o
desenho uma imagem da divindade imortal. Eu pinto a carne visı́vel de
Deus, pois é impossı́vel representar um espı́rito (ψυχη), quanto mais
Deus que dá fô lego ao espı́rito.
Agora os adversá rios dizem: As ordens de Deus a Moisé s, o legislador,
foram: 'Adorará s o Senhor teu Deus e só o adorará s, e nã o fará s para ti
uma escultura que esteja no alto do cé u ou na terra. abaixo.'
Eles erram verdadeiramente, nã o conhecendo as Escrituras, pois a letra
mata enquanto o espı́rito vivi ica - nã o encontrando na letra o
signi icado oculto. Eu poderia dizer a essas pessoas, com justiça: Aquele
que te ensinou isso, te ensinaria o seguinte. Ouça a interpretaçã o do
legislador em Deuteronô mio: 'E o Senhor falou a você do meio do
fogo. Você ouviu a voz de Suas palavras, mas nã o viu nenhuma forma.
' E logo depois: 'Guardem suas almas com cuidado. Você nã o viu
nenhuma semelhança no dia em que o Senhor Deus falou com você em
Horebe do meio do fogo, para que talvez, sendo enganado, você pudesse
fazer de você uma semelhança de escultura, ou imagem de macho e
fê mea, a semelhança de quaisquer feras que sã o sobre a terra, ou de
pá ssaros que voam sob o cé u. ' E novamente: 'Para que, talvez,
levantando teus olhos para o cé u, nã o vejas o sol e a lua, e todas as
estrelas do cé u, e sendo enganado pelo erro, tu os adore e sirva.'
Você vê que a ú nica coisa a ser almejada é nã o adorar uma coisa criada
mais do que o Criador, nem dar a adoraçã o de latreia exceto a Ele
somente. Por adoraçã o, conseqü entemente, Ele sempre entende a
adoraçã o de latreia. Pois, novamente, Ele diz: 'Nã o terá s deuses
estranhos alé m de mim. Nã o fará s para ti nada de escultura, nem
qualquer semelhança. Nã o os adorará s e nã o os servirá s, porque eu sou
o Senhor teu Deus. ' E novamente: 'Derrube seus altares e derrube suas
está tuas; queime seus bosques com fogo e quebre seus ı́dolos em
pedaços. Pois tu nã o adorará s um deus estranho. ' E um pouco mais
adiante: 'Nã o fará s para ti deuses de metal.'
Você vê que Ele proı́be a fabricaçã o de imagens por causa da idolatria, e
que é impossı́vel fazer uma imagem do Deus incomensurá vel,
incircunscrito e invisı́vel. Você s nã o viram a semelhança Dele, dizem as
Escrituras, e este foi o testemunho de Sã o Paulo quando ele estava no
meio do Areó pago: 'Sendo, portanto, a descendê ncia de Deus, nã o
devemos supor que a divindade seja semelhante ao ouro , ou prata, ou
pedra, o entalhe da arte e o artifı́cio do homem. '
Essas injunçõ es foram dadas aos judeus por causa de sua tendê ncia à
idolatria. Agora nó s, ao contrá rio, nã o estamos mais nas cordas
principais. Falando teologicamente, nos é dado evitar erros
supersticiosos, estar com Deus no conhecimento da verdade, adorar
somente a Deus, desfrutar da plenitude de Seu
conhecimento. Passamos do está gio da infâ ncia e alcançamos a
perfeiçã o da masculinidade. Recebemos nosso há bito mental de Deus e
sabemos o que pode ser imaginado e o que nã o pode. A Escritura diz:
'Você nã o viu a semelhança Dele.' Quanta sabedoria no legislador. Como
retratar o invisı́vel? Como imaginar o inconcebı́vel? Como dar
expressã o ao ilimitado, ao incomensurá vel, ao invisı́vel? Como dar
forma à imensidã o? Como pintar a imortalidade? Como localizar o
misté rio? E claro que, ao contemplar a Deus, que é um espı́rito puro,
fazendo-se homem por sua causa, você poderá revesti-Lo com a forma
humana. Quando o Invisı́vel se torna visı́vel para a carne, você pode
desenhar uma imagem de Sua forma. Quando Aquele que é um espı́rito
puro, sem forma ou limite, incomensurá vel na in initude de Sua pró pria
natureza, existindo como Deus, assume a forma de um servo em
substâ ncia e estatura, e um corpo de carne, entã o você pode desenhar
Sua semelhança, e mostre-a a qualquer pessoa disposta a contemplá -
la. Descreva Sua condescendê ncia inefá vel, Seu nascimento virginal,
Seu batismo no Jordã o, Sua trans iguraçã o em Thabor, Seus
sofrimentos todo-poderosos, Sua morte e milagres, as provas de Sua
Divindade, as obras que Ele operou na carne por meio do poder divino,
salvando a Cruz, Seu Sepulcro e ressurreiçã o e ascensã o ao cé u. Dê a ele
toda a resistê ncia da gravura e da cor. Nã o tenha medo ou ansiedade; a
adoraçã o nã o é toda da mesma espé cie. Abraã o adorou os ilhos de
Emmor, homens ı́mpios na ignorâ ncia de Deus, quando ele comprou a
caverna dupla para um tú mulo. Jacó adorava seu irmã o Esaú e Faraó , o
egı́pcio, mas na ponta de seu cajado 4 Ele adorou, ele nã o adorou. Josué
e Daniel adoraram um anjo de Deus; eles nã o o adoravam. A adoraçã o
de latreia é uma coisa, e a adoraçã o dada para merecer outra. Agora,
enquanto falamos de imagens e adoraçã o, vamos analisar o signi icado
exato de cada uma. Uma imagem é uma semelhança do original com
uma certa diferença, pois nã o é uma reproduçã o exata do
original. Assim, o Filho é a imagem viva, substancial e imutá vel do Deus
invisı́vel, carregando em si o Pai inteiro, sendo em todas as coisas igual
a Ele, diferindo apenas em ser gerado pelo Pai, que é o Gerador; o Filho
foi gerado. O Pai nã o procede do Filho, mas o Filho do pai. E pelo Filho,
embora nã o depois Dele, que Ele é o que é , o Pai que gera. Em Deus,
també m, existem representaçõ es e imagens de Seus atos futuros - isto
é , Seu conselho desde toda a eternidade, que é sempre imutá vel. O que
é divino é imutá vel; nã o há mudança Nele, nem sombra de mudança. O
bem-aventurado D. Dinis (o cartuxo), que fez das coisas divinas na
presença de Deus o seu estudo, diz que essas representaçõ es e imagens
sã o marcadas de antemã o. Em Seus conselhos, Deus anotou e
estabeleceu tudo o que Ele faria, os eventos futuros imutá veis antes
que acontecessem. Da mesma forma, um homem que
desejasse construir uma casa, primeiro faria e pensaria um
plano. Novamente, as coisas visı́veis sã o imagens de coisas invisı́veis e
intangı́veis, sobre as quais lançam uma luz fraca. A Sagrada Escritura
veste a igura de Deus e dos anjos, e o mesmo homem santo (Bem-
aventurado Denis) explica o porquê . Quando as coisas sensı́veis
traduzem su icientemente o que está alé m dos sentidos e dã o forma ao
intangı́vel, um mé dium seria considerado imperfeito de acordo com
nosso padrã o, se nã o representasse totalmente a visã o material ou se
exigisse esforço mental. Se, portanto, a Sagrada Escritura, suprindo
nossas necessidades, sempre colocando diante de nó s o que é
intangı́vel, o reveste de carne, nã o faz uma imagem do que é assim
investido em nossa natureza, e levado ao nı́vel de nossos desejos, ainda
invisı́vel? Uma certa concepçã o por meio dos sentidos ocorre assim no
cé rebro, que nã o existia antes, e é transmitida à faculdade judicial e
adicionada ao estoque mental. Gregó rio, que é tã o eloqü ente sobre
Deus, diz que a mente que está empenhada em ir alé m das coisas
corporais é incapaz de fazê -lo. Pois as coisas invisı́veis de Deus, desde a
criaçã o do mundo, se tornam visı́veis por meio de imagens. Vemos
imagens na criaçã o que nos lembram vagamente de Deus, como
quando, por exemplo, falamos da sagrada e adorá vel Trindade,
imaginada pelo sol, ou luz, ou raios ardentes, ou por uma fonte
corrente, ou um rio cheio, ou pela mente, fala ou o espı́rito dentro de
nó s, ou por uma roseira, ou uma lor brotando, ou uma doce
fragrâ ncia.
Novamente, uma imagem é expressiva de algo no futuro, obscurecendo
misticamente o que está para acontecer. Por exemplo, a arca representa
a imagem de Nossa Senhora, Mã e de Deus,5 o mesmo acontece com o
cajado e o jarro de barro. A serpente traz diante de nó s Aquele que
venceu na Cruz a mordida da serpente original; o mar, a á gua e a nuvem
sã o a graça do batismo.
Novamente, as coisas que aconteceram sã o expressas por imagens para
a lembrança de uma maravilha, ou uma honra, ou desonra, ou bem ou
mal, para ajudar aqueles que olham para isso em tempos posteriores
para que possamos evitar os males e imitar a bondade. E de dois tipos,
a imagem escrita em livros, como quando Deus tinha a lei inscrita em
tá buas, e quando Ele ordenou que as vidas dos homens santos fossem
registradas e memoriais sensı́veis preservados na memó ria; como, por
exemplo, o jarro de barro e o cajado da arca. Portanto, agora
preservamos por escrito as imagens e as boas açõ es do passado. Ou,
portanto, tire totalmente as imagens e ique em desarmonia com Deus
que fez esses regulamentos, ou receba-os com a linguagem e da
maneira que lhes convé m. Ao falar dessa maneira, examinemos a
questã o da adoraçã o.
Adoraçã o é o sı́mbolo de veneraçã o e honra. Vamos entender que
existem diferentes graus de adoraçã o. Em primeiro lugar, a adoraçã o da
latreia, que mostramos a Deus, o ú nico que por natureza é digno de
adoraçã o. Entã o, por amor a Deus que é adorador por natureza,
honramos Seus santos e servos, como Josué e Daniel adoraram um anjo,
e Davi, seus lugares santos, quando ele diz: 'Vamos para o lugar onde
Seus pé s estiveram . ' Novamente, em Seus taberná culos, como quando
todo o povo de Israel adorava na tenda, e em pé ao redor do templo em
Jerusalé m, ixando seu olhar sobre ele de todos os lados, e adorando
daquele dia em diante, ou nos governantes estabelecidos por Ele , como
Jacó prestou homenagem a Esaú , seu irmã o mais velho, e a Faraó ,
o governante divinamente estabelecido. José foi adorado por seus
irmã os. Estou ciente de que a adoraçã o era baseada na honra, como no
caso de Abraã o e dos ilhos de Emmor. Ou, entã o, acabe com a adoraçã o
ou receba-a totalmente de acordo com sua medida adequada.
Responda-me esta pergunta. Existe apenas um Deus? Você responde:
'Sim, há apenas um legislador.' Por que, entã o, Ele ordena coisas
contrá rias? Os querubins nã o estã o fora da criaçã o; por que, entã o, Ele
permite que querubins esculpidos pela mã o do homem cobrem o
propiciató rio? Nã o é evidente que, como é impossı́vel fazer uma
imagem de Deus, que é incircunciso e intransponı́vel, ou de algué m
semelhante a Deus, a criaçã o nã o deve ser adorada como Deus. Ele
permite a imagem dos querubins que sã o circunscritos,6 e prostrado
em adoraçã o diante do trono divino, para ser feito, e, portanto,
prostrado para cobrir o propiciató rio. Era apropriado que a imagem
dos coros celestiais obscurecesse os misté rios divinos. Você diria que a
arca, o cajado e o propiciató rio nã o foram feitos? Nã o sã o produzidos
pela mã o do homem? Nã o se devem ao que você chama de maté ria
desprezı́vel? O que era o taberná culo em si? Nã o foi uma imagem? Nã o
era um tipo e uma igura? Daı́ as palavras do santo apó stolo a respeito
das observâ ncias da lei: 'Que servem de exemplo e sombra das coisas
celestiais'. Como foi respondido a Moisé s, quando ele estava para
terminar o taberná culo: 'Vê ' (diz Ele), 'que faças todas as coisas
conforme o modelo que te foi mostrado no Monte.' Mas a lei nã o era
uma imagem. Ele envolveu a imagem. Nas palavras do mesmo apó stolo,
a lei conté m a sombra dos bens futuros, nã o a imagem dessas
coisas. Pois, se a lei proibisse as imagens e, mesmo assim, fosse ela
pró pria uma precursora das imagens, o que deverı́amos dizer? Se o
taberná culo era uma igura e o tipo de um tipo, por que a lei nã o proı́be
a produçã o de imagens? Mas isso nã o é o caso. Há um tempo para tudo.
Antigamente, Deus, o incorpó reo e nã o circunscrito, nunca foi
retratado. Agora, poré m, quando Deus é visto vestido de carne e
conversando com os homens, faço uma imagem do Deus que vejo. Nã o
adoro a maté ria, adoro o Deus da maté ria, que se tornou maté ria por
minha causa, e dignou-se habitar a maté ria, que operou minha salvaçã o
por meio da maté ria. Nã o vou deixar de honrar aquele assunto que
opera minha salvaçã o. Eu o venero, embora nã o como Deus. Como Deus
pode nascer de coisas sem vida? E se o corpo de Deus é Deus por uniã o
(καθ 'υποστασιν), ele é imutá vel. A natureza de Deus permanece a
mesma de antes, a carne criada no tempo é vivi icada por uma alma
ló gica e racional. Alé m disso, honro todos os assuntos e os venero. Por
meio dele, preenchido, por assim dizer, com um poder e graça divinos,
minha salvaçã o veio até mim. A madeira da Cruz, trê s vezes feliz e trê s
vezes abençoada, nã o era importante? Nã o era a montanha sagrada e
sagrada do Calvá rio maté ria? O que dizer da rocha vivi icante, o Santo
Sepulcro, a fonte de nossa ressurreiçã o: nã o importava? O livro mais
sagrado dos Evangelhos nã o é importante? Nã o é a bendita maté ria da
mesa que nos dá o Pã o da Vida? Nã o sã o o ouro e a prata, dos quais sã o
feitos as cruzes, o altar e os cá lices? E antes de todas essas coisas, o
corpo e o sangue de nosso Senhor nã o sã o importantes? Ou acabe com
a veneraçã o e o culto devido a todas essas coisas, ou se submeta à
tradiçã o da Igreja no culto de imagens, honrando a Deus e seus amigos,
e seguindo nisso a graça do Espı́rito Santo. Nã o despreze a maté ria, pois
ela nã o é desprezı́vel. Nada é o que Deus fez. Esta é a heresia
maniqueı́sta. Só aquilo que nã o vem de Deus é desprezı́vel, mas é
invençã o nossa, a escolha espontâ nea da vontade de desconsiderar a lei
natural - isto é , o pecado. Se, portanto, desonrar e abandonar as
imagens, porque sã o produzidas pela maté ria, considere o que diz a
Escritura: E o Senhor falou a Moisé s, dizendo: 'Eis que chamei pelo
nome de Beseleel, ilho de Uri, ilho de Hur, da tribo de Juda. E eu o
enchi com o espı́rito de Deus, com sabedoria e entendimento e
conhecimento em todas as formas de trabalho. Para inventar tudo o que
pode ser arti icialmente feito de ouro e prata e latã o, de má rmore e
pedras preciosas, e uma variedade de madeira. E eu o dei por seu
companheiro, Ooliab, ilho de Aquisamech, da tribo de Dã . E pus
sabedoria no coraçã o de todo homem há bil, para que façam todas as
coisas que eu te ordenei. ' E ainda: 'Moisé s disse a toda a assemblé ia
dos ilhos de Israel: Esta é a palavra que o Senhor ordenou, dizendo:
Separa contigo as primı́cias para o Senhor. Que todo aquele que estiver
disposto e tiver um coraçã o pronto, ofereça-os ao Senhor, ouro e prata,
e latã o, violeta e pú rpura, e escarlate tingido duas vezes, e linho ino,
cabelo de cabra e peles de carneiro morridas em vermelho e violeta ,
peles coloridas, madeira de selim e ó leo para manter as luzes e fazer
unguento, e incenso mais doce, pedras de ô nix e pedras preciosas para
o adorno do é fode e do racional. Quem de você s é sá bio, venha e faça o
que o Senhor ordenou. ' Vejo você aqui a glori icaçã o da maté ria que
você torna ingló ria. O que é mais insigni icante do que o cabelo ou as
cores de cabra? Nã o sã o as cores escarlate, pú rpura e jacinto? Agora,
considere a obra das mã os do homem tornando-se a imagem dos
querubins. Como, entã o, você pode fazer da lei um pretexto para
desistir do que ela ordena? Se você o invocar contra as imagens, deve
guardar o sá bado e praticar a circuncisã o. E certo que 'se você observar
a lei, Cristo nã o irá lucrar com você . Você s que sã o justi icados na lei,
você s caı́ram em desgraça. ' O antigo Israel nã o viu a Deus, mas nó s
vemos a gló ria do Senhor face a face.
Nó s O proclamamos també m por nossos sentidos por todos os lados, e
santi icamos o sentido mais nobre, que é o da vista. A imagem é um
memorial, exatamente o que as palavras sã o para um ouvido atento. O
que é um livro para o letrado, que uma imagem é para o analfabeto. A
imagem fala à vista como palavras ao ouvido; isso nos traz
compreensã o. Portanto, Deus ordenou que a arca fosse feita de madeira
imperecı́vel, e fosse dourada por fora e por dentro, e as tá buas fossem
colocadas nela, e o cajado e a urna de ouro contendo o maná , para uma
lembrança do passado e um tipo de o futuro. Quem pode dizer que nã o
eram imagens e arautos de som distante? E eles nã o estavam
pendurados nas paredes do taberná culo; mas à vista de todas as
pessoas que olhavam para eles, eles foram apresentados para a
adoraçã o e adoraçã o de Deus, que fez uso deles. E evidente que eles nã o
eram adorados por si mesmos, mas que o povo era levado por meio
deles a se lembrar dos sinais passados e a adorar o Deus das
maravilhas. Eram imagens para servir de lembranças, nã o divinas, mas
conduzindo à s coisas divinas pelo poder divino.
E Deus ordenou que doze pedras fossem tiradas do Jordã o e
especi icou por quê . Pois ele diz: 'Quando teu ilho te perguntar o
signi icado destas pedras, diga-lhe como a á gua saiu do Jordã o por
ordem divina, e como a arca e todo o povo foram salvos.' Como, entã o,
nã o registraremos na imagem as dores e maravilhas salvadoras de
Cristo nosso Senhor, de modo que quando meu ilho me perguntar: 'O
que é isto?' Posso dizer que Deus, o Verbo, se fez homem, e que por
amor a Ele nã o apenas Israel passou pelo Jordã o, mas toda a raça
humana ganhou sua felicidade original. Por meio dEle a natureza
humana surgiu das profundezas da terra, mais alto do que o cé u, e em
Sua Pessoa sentou-se no trono que Seu Pai havia preparado para Ele.
Mas o adversá rio diz: 'Faça uma imagem de Cristo ou de Sua mã e que O
gerou (τῆ ς θεοτοκον), e que isso seja su iciente.' Que loucura isso é ! Em
sua pró pria exibiçã o, você está absolutamente contra os santos. Pois se
você faz uma imagem de Cristo e nã o dos santos, é evidente que você
nã o rejeita as imagens, mas a honra dos santos. Você realmente faz
está tuas de Cristo como um glori icado, enquanto você rejeita os santos
como indignos de honra, e chama a verdade de falsidade. 'Eu vivo', diz o
Senhor, 'e glori icarei aqueles que Me glori icam.' E o apó stolo divino:
portanto, agora ele nã o é um servo, mas um ilho. 'E se um ilho, um
herdeiro també m por Deus.' Mais uma vez, 'Se sofrermos com Ele, para
que també m sejamos glori icados': você nã o está guerreando contra as
imagens, mas contra os santos. Sã o Joã o, que repousava sobre o seu
peito, diz que seremos semelhantes a ele: assim como o homem pelo
contato com o fogo se torna fogo, nã o por natureza, mas pelo contato e
pela queima e pela participaçã o, assim é , eu compreendo , com a carne
do Filho de Deus Cruci icado. Essa carne, pela participaçã o por meio da
uniã o (καθ 'υποστασιν) com a natureza divina, era imutá vel Deus, nã o
em virtude da graça de Deus como era o caso com cada um dos
profetas, mas pela presença da pró pria Cabeça da Fonte. Deus, diz a
Escritura, permaneceu na sinagoga dos deuses, de modo que os santos
també m sã o deuses. Santo Gregó rio entende as palavras, 'Deus está no
meio dos deuses', para signi icar que Ele discrimina seus vá rios
mé ritos. Os santos em suas vidas foram cheios do Espı́rito Santo, e
quando eles nã o sã o mais, Sua graça permanece com seus espı́ritos e
com seus corpos em seus tú mulos, e també m com suas semelhanças e
imagens sagradas, nã o por natureza, mas pela graça e poder divino.
Deus encarregou Davi de construir um templo para Ele por meio de seu
ilho e preparar um lugar de descanso. Salomã o, ao construir o templo,
fez os querubins, como diz o livro dos Reis. E ele cercou os querubins
com ouro, e todas as paredes em um cı́rculo, e ele teve os querubins
esculpidos, e as palmas das mã os por dentro e por fora, em um cı́rculo,
nã o pelos lados, observe-se. E havia touros, leõ es e romã s. Nã o é mais
adequado decorar todas as paredes da casa do Senhor com formas e
imagens sagradas do que com animais e plantas? Onde está a lei
declarando 'nã o fará s nenhuma imagem de escultura'? Mas Salomã o,
recebendo o dom da sabedoria, a imagem do cé u, fez os querubins e as
semelhanças de touros e leõ es, que a lei proibia. Agora, se fazemos uma
está tua de Cristo e semelhanças dos santos, o fato de serem cheios do
Espı́rito Santo nã o aumenta a piedade de nossa homenagem? Como
entã o o povo e o templo foram puri icados no sangue e nos holocaustos,
també m agora o Sangue de Cristo dando testemunho sob Pô ncio
Pilatos, e sendo ele mesmo as primı́cias dos má rtires, a Igreja é
edi icada sobre o sangue dos santos. Entã o, os sinais e formas de
animais sem vida representaram o taberná culo humano, os pró prios
má rtires que eles estavam preparando para a morada de Deus.
Nó s retratamos Cristo como nosso Rei e Senhor, e nã o O privamos de
Seu exé rcito. Os santos constituem o exé rcito do Senhor. Deixe o rei
terreno dispensar seu exé rcito antes de desistir de seu Rei e
Senhor. Que ele tire a pú rpura antes de tirar a honra de seus homens
mais valentes que conquistaram suas paixõ es. Pois, se os santos sã o
herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, també m serã o
participantes da gló ria divina da soberania. Se os amigos de Deus
participaram dos sofrimentos de Cristo, como nã o receberã o uma
parte de Sua gló ria mesmo na Terra? 'Eu nã o chamo você s de servos',
diz nosso Senhor, 'você s sã o meus amigos.' Devemos entã o privá -los da
honra que a Igreja lhes concede? Que audá cia! Que ousadia de espı́rito,
para lutar contra Deus e Seus mandamentos! Você , que se recusa a
adorar imagens, nã o adoraria o Filho de Deus, a Imagem Viva do Deus
invisı́vel e Sua forma imutá vel. Eu adoro a imagem de Cristo como o
Deus Encarnado; a de Nossa Senhora (τῆ ς θεοτοκου), a Mã e de todos
nó s, como a Mã e do Filho de Deus; a dos santos como amigos de
Deus. Eles resistiram ao pecado até o sangue, e seguiram a Cristo
derramando seu sangue por Ele, que derramou Seu sangue por
eles. Registro as excelê ncias e os sofrimentos daqueles que seguiram
Suas pegadas, para que me santi ique e seja in lamado com o zelo da
imitaçã o. Sã o Bası́lio diz: 'Honrar a imagem leva ao protó tipo.' Se você
ergue igrejas para os santos de Deus, erga també m seus trofé us. O
antigo templo nã o foi construı́do em nome de homem algum. A morte
do justo era motivo de lá grimas, nã o de festa. Um homem que tocava
em um cadá ver era considerado impuro, mesmo que o cadá ver fosse o
pró prio Moisé s. Mas agora as memó rias dos santos sã o guardadas com
alegria. O cadá ver de Jacó foi chorado, enquanto há alegria pela morte
de Estê vã o. Portanto, ou renuncie à s comemoraçõ es solenes dos
santos, que nã o estã o de acordo com a lei antiga, ou aceite imagens
que també m sã o contra ela, como você diz. Mas é impossı́vel deixar de
alegrar-se com as lembranças dos santos. Os Santos Apó stolos e Padres
estã o unidos em recomendá -los. Desde o momento em que Deus, o
Verbo, se fez carne, Ele é como nó s em tudo, exceto no pecado, e em
nossa natureza, sem confusã o. Ele dei icou nossa carne para sempre, e
nó s somos, de fato, santi icados por meio de Sua Divindade e da uniã o
de Sua carne com ela. E a partir do momento em que Deus, o Filho de
Deus, impassı́vel por causa de sua divindade, optou por sofrer
voluntariamente, Ele liquidou nossa dı́vida, pagando també m por nó s
um resgate muito completo e nobre. Somos verdadeiramente livres por
meio do sangue sagrado do Filho suplicando por nó s ao pai. E de fato
somos libertos da corrupçã o, pois Ele desceu ao inferno para as almas
detidas ali por sé culos e deu aos cativos sua liberdade, visã o aos cegos
e acorrentou o forte. 7 Ele ressuscitou na plenitude do Seu poder,
guardando a carne da imortalidade que havia recebido por nó s. E já que
nascemos de novo da á gua e do Espı́rito, somos realmente ilhos e
herdeiros de Deus. Por isso, Sã o Paulo chama os ié is
de santos; portanto, nã o sofremos, mas nos regozijamos com a morte
dos santos. Nã o estamos mais sob a graça, sendo justi icados pela fé e
conhecendo o ú nico Deus verdadeiro. O homem justo nã o está sujeito à
lei. Nã o somos mantidos pela letra da lei, nem servimos como ilhos,
mas crescidos no estado perfeito de homem, somos alimentados com
comida só lida, nã o com aquela que conduz à idolatria. A lei é boa como
uma luz brilhando em um lugar escuro até o dia raiar. Seus coraçõ es já
foram iluminados, a á gua viva do conhecimento de Deus correu sobre
os mares tempestuosos do paganismo, e todos nó s podemos conhecer
a Deus. A velha criaçã o já passou e todas as coisas foram renovadas. O
santo apó stolo Paulo disse a Sã o Pedro, o chefe dos apó stolos: 8 'Se
você , sendo judeu, vive como pagã o e nã o como judeu, como persuadirá
os pagã os a fazerem o que os judeus fazem?' E aos Gá latas: 'Darei
testemunho a todo homem circuncidado de que é salutar cumprir toda
a lei.'
Antigamente, aqueles que nã o conheciam a Deus, adoravam falsos
deuses. Mas agora, conhecendo a Deus, ou melhor, sendo conhecidos
por Ele, como podemos voltar aos rudimentos nus e nus? Eu olhei para
a forma humana de Deus e minha alma foi salva. Eu contemplo a
imagem de Deus, como Jacó fez, embora de uma maneira
diferente. Jacob fez soar a nota do futuro, vendo com visã o imaterial,
enquanto a imagem daquele que é visı́vel na carne é queimada em
minha alma. A sombra, o lençol sinuoso e as relı́quias dos apó stolos
curaram doenças e colocaram os demô nios em fuga. Como, entã o, a
sombra e as está tuas dos santos nã o serã o glori icadas? Ou acabe com a
adoraçã o de toda a maté ria, ou nã o seja um inovador. Nã o perturbe os
limites dos sé culos, colocados por seus pais.
Nã o é apenas por escrito que eles nos legaram a tradiçã o da Igreja, mas
també m em alguns exemplos nã o escritos. No vigé simo sé timo livro de
sua obra, em trinta capı́tulos dirigidos a Amphilochios a respeito do
Espı́rito Santo, Sã o Bası́lio diz: 'No acalentado ensino e dogmas da
Igreja, sustentamos algumas coisas por meio de documentos
escritos; outros recebemos em misté rio da tradiçã o apostó lica.
' Ambos sã o de igual valor para o crescimento da alma. Ningué m
contestará isso se tiver considerado um pouco a disciplina da
Igreja. Pois se negligenciarmos os costumes nã o escritos, por nã o
terem muito peso, enterramos no esquecimento os fatos mais
pertinentes relacionados com o Evangelho. Estas sã o as palavras do
grande Bası́lio. Como conhecemos o Santo lugar do Calvá rio ou o Santo
Sepulcro? Nã o se baseia em uma tradiçã o passada de pai para
ilho? Está escrito que nosso Senhor foi cruci icado no Calvá rio e
sepultado em uma tumba, que José escavou na rocha; mas é a tradiçã o
nã o escrita que identi ica esses pontos e faz mais coisas do mesmo
tipo. De onde vê m as trê s imersõ es no batismo, orando com o rosto
voltado para o leste, e a tradiçã o dos misté rios? 9 Portanto, Sã o Paulo
diz: Portanto, irmã os, estai irmes e guardai as tradiçõ es que
aprendestes, quer por palavra, quer por nossa epı́stola. Como, entã o,
tanto se transmitiu na Igreja e se observa até os dias atuais, por que
depreciar as imagens?
Se você apresentar certas prá ticas, elas nã o inculpam nossa adoraçã o
de imagens, mas a adoraçã o de pagã os que as tornam ı́dolos. Porque os
pagã os fazem isso tolamente, nã o há razã o para contestar nossa prá tica
piedosa. Se os mesmos má gicos e feiticeiros suplicam, o mesmo ocorre
com a Igreja com os catecú menos; os primeiros invocam os demô nios,
mas a Igreja invoca a Deus contra os demô nios. Os pagã os ergueram
imagens para demô nios, a quem chamam de deuses. Agora, nó s os
elevamos ao ú nico Deus Encarnado, aos Seus servos e amigos, que sã o à
prova contra as hostes diabó licas.
Se, novamente, você objetar que o grande Epifâ nio rejeitou
completamente as imagens, eu diria em primeiro lugar que a obra em
questã o é ictı́cia e nã o autê ntica. Tem o nome de algué m que nã o o
escreveu, o que costumava ser feito comumente. Em segundo lugar,
sabemos que o beato Ataná sio se opô s aos corpos de santos sendo
colocados em baú s, e que ele preferia seu sepultamento no solo,
desejando menosprezar o estranho costume dos egı́pcios, que nã o
enterravam seus mortos sob a terra, mas coloque-os sobre camas e
sofá s. Assim, supondo que ele realmente escreveu esta obra, o grande
Epifâ nio, desejando corrigir algo do mesmo tipo, ordenou que imagens
nã o fossem utilizadas. A prova de que ele nã o se opô s à s imagens,
encontra-se em sua pró pria igreja, que é adornada com imagens até
hoje. Em terceiro lugar, a exceçã o nã o é uma lei para a Igreja, nem uma
andorinha faz verã o, como parece ao teó logo Gregó rio, e para a
verdade. Nenhuma expressã o pode destruir a tradiçã o de toda a Igreja
que está difundida no mundo inteiro.
Aceite, portanto, o ensino das Escrituras e dos escritores espirituais. Se
a Escritura faz chamar os ı́dolos de pagã os prata e ouro, e as obras de
mã o do homem, ela nã o proı́be a adoraçã o de coisas inanimadas, ou
obra do homem, mas a adoraçã o de demô nios.
Vimos que os profetas adoravam anjos e homens e reis e os ı́mpios e
até mesmo um cajado. Davi diz: 'E você adora o estrado de seus
pé s'. Isaias, falando em nome de Deus, disse: 'Os cé us sã o o meu trono,
e a terra o meu escabelo.' Agora, é evidente para todos que os cé us e a
terra sã o coisas criadas. Moisé s també m, e Arã o com todo o povo
adoraram a obra das mã os. Sã o Paulo, o gafanhoto dourado10 da Igreja,
diz em sua Epı́stola aos Hebreus, 'Mas Cristo vindo, um sumo sacerdote
das coisas boas por vir, por um taberná culo maior e mais perfeito nã o
feito por mã o', isto é , 'nã o é desta criaçã o. ' E, novamente, 'Pois Jesus
nã o entrou nos Santos feitos por mã os, os modelos da verdade; mas
para o pró prio cé u. ' Assim, as coisas sagradas anteriores, o
taberná culo e tudo dentro dele, foram feitos por mã os, e ningué m nega
que eram adorados.
Testemunho autê ntico de pais antigos a favor das imagens.
São Denis, o Areopagita. De sua Carta ao Bispo Tito.
Em vez de anexar a concepçã o comum à s imagens, devemos olhar para
o que elas simbolizam, e nã o desprezar a marca divina e o cará ter que
retratam, como imagens sensı́veis de visõ es misteriosas e celestiais.
Comentário. —Marque que ele nos alerta para nã o desprezarmos as
imagens sagradas.
O mesmo, 'Nos nomes de Deus'.
Seguimos a mesma linha. Por um lado, por meio da linguagem velada
das Escrituras e com a ajuda da tradiçã o oral, as coisas intelectuais sã o
compreendidas por meio das coisas sensı́veis, e as coisas acima da
natureza pelas coisas que sã o. As formas sã o dadas ao que é intangı́vel e
sem forma, e a perfeiçã o imaterial é revestida e multiplicada em uma
variedade de sı́mbolos diferentes.
Comentário. —Se for um bom trabalho revestir de forma e forma, de
acordo com nosso padrã o, o que é informe, informe e inconsistente,
como nã o faremos imagens para nó s mesmos da mesma maneira que as
coisas percebidas atravé s da forma e da forma, para que possamos tê -
los em mente e ser movidos a imitar o que representam.
O Mesmo, na 'Hierarquia Eclesiástica'.
Agora, se as substâ ncias (ουσιαι) e ordens acima de nó s, das quais já
izemos mençã o reverente, nã o tê m corpos, sua hierarquia é intelectual
e acima dos sentidos.
Nó s fornecemos pela variedade de sı́mbolos sensı́veis a ordem visı́vel,
que é de acordo com nossa pró pria medida. Esses sı́mbolos sensı́veis
nos levam naturalmente à concepçã o intelectual, a Deus e Seus
atributos divinos. As mentes espirituais formam suas pró prias
concepçõ es espirituais, mas somos levados à visã o divina por imagens
sensı́veis.
Comentário. - Se, entã o, for racional que sejamos conduzidos à visã o
divina por imagens sensı́veis, e se a Divina Providê ncia,
misericordiosamente, reveste forma e imagem o que nã o é para nosso
benefı́cio, o que há de impró prio na imagem, de acordo com nossa
capacidade , Aquele que graciosamente se disfarçou para nó s em forma
e forma?
Uma tradiçã o chegou até nó s de que Angaros, Rei de Edessa, foi
veementemente atraı́do ao amor divino por ouvir nosso Senhor,11 e
que ele enviou emissá rios para pedir sua semelhança. Se isso fosse
recusado, eles deveriam ter uma imagem pintada. Entã o, Aquele que é
onisciente e onipotente é dito que pegou uma tira de pano e a
pressionou contra o rosto, deixando Sua imagem sobre o pano, que
manté m até hoje.
Sermão de São Basílio sobre o Mártir São Barlam, começando, 'Em
primeiro lugar, a morte dos santos.'
Levantai-vos, renomados pintores de bravura, que expusestes com a
vossa arte uma dé bil imagem do General. Meu elogio ao vencedor com
uma coroa de louros é fraco em comparaçã o com as cores do
seu pincel. Desistirei de escrever sobre as excelê ncias do má rtir que
coroaste. Regozijo-me com a vitó ria conquistada hoje por sua
força. Contemplo a mã o posta nas chamas, tratada com mais força por
você . Eu vejo a luta mais claramente retratada em sua está tua. Deixe os
demô nios icarem enfurecidos mesmo agora, vencidos pelas excelê ncias
do má rtir que você revela. Que a mã o poderosa seja novamente
estendida para a vitó ria. Que Cristo nosso Senhor, o Juiz supremo da
guerra, apareça em imagem. A Ele seja a gló ria para todo o sempre. Um
homem.
Do mesmo, dos Trinta Capítulos a An ilochios, sobre o Espírito
Santo. xviii.
A imagem do rei també m é chamada de rei, e nã o há dois reis em
conseqü ê ncia. Nem o poder é dividido, nem a gló ria é
distribuı́da. Assim como o poder reinante sobre nó s é um, assim é a
nossa homenagem, nã o muitas, e a honra dada à imagem remonta ao
original. O que a imagem é em um caso como uma representaçã o, que o
Filho é por Sua humanidade, e como na semelhança da arte é de acordo
com a forma, assim na natureza divina e incomensurá vel (ασυνθετος) a
uniã o é efetuada na Divindade residente.
Comentário. —Se a imagem do rei é o rei, a imagem de Cristo é o Cristo,
e a imagem de um santo o santo, e se o poder nã o é dividido nem
distribuı́da a gló ria, honrar a imagem passa a honrar aquele que é
representado na imagem . Os demô nios temem os santos e fogem de
suas sombras. A sombra é uma imagem, e eu faço uma imagem que
posso assustar os demô nios. Se você disser que somente a adoraçã o
intelectual convé m a Deus, tire todas as coisas corpó reas, luz e
fragrâ ncia, a pró pria oraçã o por meio da voz fı́sica, os pró prios
misté rios divinos que sã o oferecidos por meio da maté ria, pã o e vinho,
o ó leo do crisma, o sinal da Cruz, pois tudo isso é importante. Tire a
cruz, a esponja da cruci icaçã o e a lança que perfurou o lado doador de
vida. Ou desista de honrar essas coisas como impossı́veis, ou nã o rejeite
a veneraçã o das imagens. A maté ria é dotada de um poder divino por
meio da oraçã o feita à queles que sã o retratados em imagens. O roxo por
si só é simples, assim como a seda, e a capa que é feita de ambas. Mas se
o rei o vestiu, o manto recebe honra da honra devida ao portador. O
mesmo acontece com a maté ria. Por si só nã o tem importâ ncia, mas se
aquele que é apresentado em imagem é cheio de graça, os homens se
tornam participantes de sua graça de acordo com sua fé . Os apó stolos
conheciam nosso Senhor com seus olhos corporais; outros conheciam
os apó stolos, outros os má rtires. Eu també m desejo vê -los no espı́rito e
na carne, e possuir um remé dio salvador, pois sou um ser
composto. Vejo com meus olhos e reverencio aquilo que representa o
que honro, embora nã o o adore como Deus. Agora você , talvez, é
superior a mim, e está elevado acima das coisas corporais, e sendo, por
assim dizer, nã o de carne, você torna leve o que é visı́vel, mas como sou
humano e vestido com um corpo, eu desejo ver e estar corporalmente
com os santos. Aceite meu humilde desejo de que você esteja seguro em
suas alturas. Deus aceita meu desejo por Ele e por Seus santos. Pois Ele
se alegra com os elogios de Seu servo, de acordo com o grande Sã o
Bası́lio em seu panegı́rico dos Quarenta Má rtires. Ouça as palavras que
ele pronunciou em homenagem ao má rtir Sã o Gordion.
De St Basils Sermão sobre St Gordion.
A mera lembrança de atos justos é uma fonte de alegria espiritual para
todo o mundo; as pessoas sã o movidas a imitar a santidade de que
ouvem. A vida dos homens santos é como uma luz que ilumina o
caminho para aqueles que a desejam ver. E novamente, quando
contamos a histó ria de vidas santas, glori icamos em primeiro lugar o
Senhor daqueles servos e louvamos os servos por causa de seu
testemunho, que é conhecido por nó s. Alegramos o mundo por meio de
boas notı́cias.
Comentário. —A lembrança dos santos é assim, você vê , uma gló ria para
Deus, louvor dos santos, alegria e salvaçã o para o mundo inteiro. Por
que, entã o, você o destruiria? Esta recordaçã o é guardada pela pregaçã o
e pelas imagens, diz o mesmo grande Sã o Bası́lio.
O mesmo, no Martyr St Gordion.
Assim como o ardor segue naturalmente no fogo, e a fragrâ ncia no
ungü ento doce, o bem deve surgir das açõ es sagradas. Pois nã o é pouca
coisa representar eventos passados de acordo com a vida. E uma vaga
lembrança das lutas do homem que chegou até nó s e o quadro do
pintor nã o corresponde ao nosso con lito atual? Agora, à medida que os
pintores desenham imagens a partir de imagens, eles freqü entemente
se afastam do original tanto quanto a pró pria imagem, e como nã o
vimos o que representam, nã o há pouco temor de que possamos ferir a
verdade.
O mesmo, no inal.
O sol nos enche de perpé tua maravilha, embora sempre diante de nó s,
de modo que a memó ria deste homem está sempre fresca.
Comentário. —E evidente que é novo por meio do sermã o e da imagem.
Testemunho do mesmo, de seu Sermão sobre os Quarenta
Mártires.
O amante dos má rtires pode ter muito de sua memó ria? Pois a honra
dada aos justos, nossos semelhantes, é um testemunho da bondade de
nosso Senhor comum.
E de novo:-
Reconheça a bem-aventurança do má rtir de todo o coraçã o, para que
possa ser um má rtir por vontade pró pria; assim, sem perseguidor, ou
fogo, ou golpes, considerado digno da mesma recompensa.
Comentário. - Como, entã o, você me dissuadiria de honrar os santos e
teria inveja da minha salvaçã o? Ouça o que ele diz um pouco mais
adiante para mostrar que uniu a arte do pintor à orató ria.
São Basílio.
Veja, entã o, que, colocando-os diante de nó s em representaçã o, os
estamos tornando ú teis para os vivos, exibindo sua santidade para
todos nó s como se estivessem em uma foto.
Comentário. —Você entende que tanto a imagem quanto o sermã o
ensinam uma liçã o? Ele diz: 'Vamos mostrá -los em um sermã o, como se
estivessem em uma imagem.' E novamente: escritores e pintores
apontam as lutas da guerra; o primeiro pela arte do estilo, o segundo
com seu pincel, e cada um induz muitos a serem corajosos. Aquilo que
um relato falado apresenta à audiê ncia, uma imagem muda retrata para
imitaçã o.
Comentário. —Que prova melhor temos nó s de que as imagens sã o os
livros dos analfabetos, os arautos que falam sempre de honra aos
santos, ensinam aqueles que os olham sem palavras e santi icam o
espetá culo. Nã o tenho muitos livros nem tempo para estudar e vou para
uma igreja, o refú gio comum das almas, minha mente está cansada de
pensamentos con litantes. Vejo diante de mim uma bela imagem e a
visã o me refresca e me induz a glori icar a Deus. Fico maravilhado com
a resistê ncia do má rtir, com sua recompensa, e in lamado com zelo
ardente, prostro-me para adorar a Deus por meio de Seu má rtir e
receber a graça da salvaçã o. Nã o ouvistes o mesmo santo padre na
homilia do inı́cio dos Salmos, dizer que o Espı́rito Santo, sabendo que a
raça humana era obstinada e difı́cil de conduzir, misturou o mel com o
canto dos salmos? O que você diz disso? Nã o devo perpetuar o
testemunho do má rtir tanto pela palavra como pelo pincel? Nã o devo
abraçar com os olhos aquilo que é uma maravilha para os anjos e para o
mundo inteiro, formidá vel para o diabo, um terror para os demô nios,
como diz o mesmo grande Pai? Novamente, no inal de sua homilia
sobre os quarenta má rtires, ele exclama: 'O bando de santos! O sagrada
fraternidade! O exé rcito invencı́vel! protetores da raça humana, consolo
dos atribulados, esperança dos vossos peticioná rios, potentes
intercessores, luz do mundo, lorescem intelectuais e materiais das
Igrejas! A terra nã o te escondeu de vista, o cé u te recebeu. Que seus
portõ es sejam abertos para você . O espetá culo é digno de anjos e
patriarcas, profetas e justos. '
Comentário. —Como nã o desejarei ver o que os anjos desejam? O irmã o
de Sã o Bası́lio, que é um com ele em pensamento, Sã o Gregó rio de
Nissa, partilha os seus sentimentos.
São Gregório de Nissa, da 'Estrutura do Homem'.
Suplementar. - Assim como na moda humana os criadores de imagens
dos poderosos apreendem o cará ter da forma e apresentam a dignidade
real com a insı́gnia da pú rpura, e sua obra é chamada de imagem ou rei,
o mesmo ocorre com a natureza humana. Por ter sido criado para
dominar outras criaçõ es, foi feito como um tipo ou imagem animada,
participando do original em dignidade e nome.
O mesmo, Quinto Capítulo.
A beleza divina nã o é apresentada nem na forma, nem na beleza do
desenho ou cor, mas é contemplada em uma bem-aventurança muda, de
acordo com sua virtude. Da mesma forma, os pintores transferem
formas humanas para a tela por meio de certas cores, aplicando
matizes adequados e harmoniosos ao quadro, de modo a transferir a
beleza do original para a semelhança.
Comentário. —Você vê que a beleza divina nã o se exprime em forma ou
contorno, e por isso nã o pode ser transmitida por uma imagem (ουκ
εικονιξεται): é a forma humana que é transferida para a tela pelo pincel
do artista. Se, portanto, o Filho de Deus se tornou homem, assumindo a
forma de servo e aparecendo na natureza do homem, um homem
perfeito, por que sua imagem nã o deveria ser feita? Se, na linguagem
comum, a imagem do rei é chamada de rei, e a honra mostrada à
imagem redunda no original, como diz o santo Bası́lio, por que a
imagem nã o deveria ser honrada e adorada, nã o como Deus, mas como
a imagem de Deus Encarnado?
O mesmo, de seu Sermão em Constantinopla sobre a Divindade do
Filho e do Espírito e sobre Abraão.
Entã o o pai passa a amarrar seu ilho. Já vi muitas vezes pinturas dessa
cena comovente e nã o conseguia olhar para ela com os olhos secos, pois
a arte a expõ e de maneira tã o vı́vida. Isaac está deitado diante do altar,
com as pernas amarradas e as mã os amarradas nas costas. O pai se
aproxima da vı́tima, agarrando-lhe os cabelos com a mã o esquerda,
inclina-se sobre o rosto tã o piedosamente voltado para ele e segura na
mã o direita a espada, pronta para golpear. Já a ponta da espada está no
corpo quando a voz divina é ouvida, proibindo a consumaçã o.
Leo,12 Bispo de Neápolis em Chipre. De seu livro contra os judeus,
sobre a adoração da cruz e as estátuas dos santos e sobre as
relíquias.
Se tu, ó judeu, me censuras dizendo que adoro o madeiro da cruz como
Deus, por que nã o censuras a Jacó , que adorava na ponta do seu cajado
(επι το ακρον τῆ ς ραβδου)? Agora é evidente que ele nã o estava
adorando a madeira. Assim conosco; estamos adorando a Cristo por
meio da cruz, nã o pelo madeiro da cruz.
Comentário. - Se adoramos a cruz, feita de qualquer madeira, como nã o
adoraremos a imagem do Cruci icado?
Do mesmo.
Abraã o adorou os homens ı́mpios que lhe venderam a caverna e
ajoelhou-se no chã o, mas nã o os adorou como deuses. Jacó elogiou
Faraó , um idó latra ı́mpio, mas nã o como Deus, e ele caiu aos pé s de
Esaú , mas nã o o adorou como Deus. E novamente, como Deus ordena
que adoremos a terra e as montanhas? 'Exalte o Senhor, seu Deus, e
adore-O no Seu monte santo, e adore o Seu escabelo', isto é , a terra. Pois
o cé u é o meu trono, diz Ele, e a terra, o escabelo dos meus pé s. Como
foi que Moisé s adorou Jotor, um idó latra, e Daniel,
Nabuchodonosor? Como você pode me censurar porque honro aqueles
que honram a Deus e prestam serviço a Ele? Diga-me, nã o é apropriado
adorar os santos, em vez de atirar pedras neles como você faz? Nã o é
certo adorá -los em vez de atacá -los e jogar seus benfeitores na lama? Se
você amasse a Deus, també m estaria pronto para honrar Seus servos. E
se os ossos do justo sã o impuros, por que os ossos de Jacó e de José
foram trazidos com toda a honra do Egito? Como foi que um homem
morto ressuscitou ao tocar nos ossos de Eliseu? Se Deus faz maravilhas
por meio de ossos, é evidente que Ele pode fazê -las por meio de
imagens, pedras e muitas outras coisas, como no caso de Eliseu, que
deu seu cajado a seu servo, dizendo: 'Com isso vai e levanta de o morto,
ilho da Sunamita. ' Com seu cajado, Moisé s castigou Faraó , dividiu as
á guas, atingiu a rocha e puxou o riacho. E Salomã o disse: 'Bem-
aventurada é a madeira pela qual vem a justiça.' Eliseu tirou ferro do
Jordã o com um pedaço de madeira. E, novamente, a madeira é a
madeira da vida, e a madeira de Sabec, isto é , da remissã o. Moisé s
humilhou a serpente com madeira e salvou o povo. A haste de lores no
taberná culo con irmou o sacerdó cio de Aarã o. Talvez, ó judeu, você me
diga que Deus prescreveu a Moisé s de antemã o todas as coisas do
testemunho no taberná culo. Agora, eu digo a você que Salomã o fez uma
grande variedade de coisas no templo em entalhes e esculturas, que
Deus nã o ordenou que ele izesse. Nem o taberná culo do testemunho os
continha , nem o templo que Deus mostrou a Ezequiel, nem Salomã o foi
culpado por isso. Ele mandou fazer essas imagens esculpidas para a
gló ria de Deus, como nó s fazemos. Você també m teve muitas e variadas
imagens e sinais no Antigo Testamento para servir de lembrete de
Deus, se nã o os tivesse perdido por ingratidã o. Por exemplo, a vara de
Moisé s, as tá buas da lei, a sarça ardente, a rocha dando á gua, a arca
contendo o maná , o altar incendiado do alto (πυρενθεον), a lâ mina com
o nome divino, o é fode , o taberná culo coberto por Deus. Se tu tivesses
preparado todas estas coisas de dia e de noite, dizendo: 'Gló ria a ti, ó
Deus Todo-Poderoso, que izeste maravilhas em Israel por todas estas
coisas'; se por todas essas ordenanças da lei, realizadas desde a
antiguidade, você tivesse caı́do de joelhos para adorar a Deus, veria que
a adoraçã o é dada a Ele por meio de imagens.
E mais adiante: -
Aquele que realmente ama um amigo ou o rei, e especialmente seu
benfeitor, se ele vê o ilho desse benfeitor, ou seu cajado, ou sua cadeira,
ou sua coroa, ou sua casa, ou seu servo, ele os segura irmemente em
seu abraço, e se ele honra seu benfeitor, o rei, quanto mais Deus. Repito
novamente, se você tivesse feito imagens de acordo com a lei de Moisé s
e dos profetas, e que dia a dia você tivesse adorado o Deus das
imagens. Sempre que, entã o, você vir cristã os adorando a cruz, saiba
que eles estã o adorando o Cristo cruci icado, nã o a mera madeira. 13 Se,
de fato, honrassem a madeira como madeira, seriam obrigados a
adorar á rvores de qualquer espé cie, como tu, ó Israel, as adoravas
antigamente, dizendo à á rvore e à pedra: 'Tu é s o meu Deus e trouxeste
me adiante. ' Nã o falamos nem para a cruz nem para as representaçõ es
dos santos dessa maneira. Nã o sã o nossos deuses, mas livros abertos e
venerados nas igrejas para nos lembrar de Deus e nos levar a adorá -
Lo. Quem honra o má rtir honra a Deus, de quem o má rtir prestou
testemunho. Aquele que adora o apó stolo de Cristo, adora Aquele que
enviou o apó stolo. Aquele que cai aos pé s da mã e de Cristo certamente
mostra honra a seu Filho. Nã o há Deus senã o um, Aquele que é
conhecido e adorado na Trindade.
Comentário. —Quem é o iel inté rprete do bendito Epifâ nio — Leô ncio,
cujos ensinamentos enfeitavam a ilha de Chipre, ou aqueles que falavam
segundo seus pró prios conceitos? Ouça o testemunho de Severianus,
Bispo de Gabali.
Severianus, Bispo da Gabali, na Dedicação da Cruz.
Como foi que a imagem do inimigo deu vida aos nossos progenitores? …
Como foi que a imagem da serpente operou a salvaçã o das pessoas em
perigo? Nã o teria sido mais razoá vel dizer: 'Se algum de você s for
mordido, olhe para o cé u, para Deus, e será salvo, ou olhe para o
taberná culo de Deus'? Passando por cima disso, ele ergueu a imagem
da Cruz sozinho. Por que fez isso Moisé s, que disse ao povo: 'Nã o fará s
para ti nada de escultura, nem a semelhança de nada que está no cé u
em cima, ou na terra em baixo, nem daquelas coisas que estã o nas
á guas embaixo a Terra'? No entanto, por que falo com pessoas
indignas? Diga-me, devoto servo de Deus, você fará o que é proibido e
desconsiderará o que lhe foi dito para fazer? Aquele que disse: 'Nã o
fará s para ti nada de esculpido', condenou o bezerro de ouro, e tu
izeste uma serpente de bronze, e isto nã o secretamente, mas
abertamente, para que seja conhecido de todos. Moisé s responde: Eu
estabeleci esse mandamento a im de erradicar a impiedade e retirar o
povo de toda apostasia e idolatria; agora, mando a serpente ser lançada
com um bom propó sito - como uma igura da verdade. E assim como eu
coloquei um taberná culo, e tudo nele, e querubins, a semelhança dos
poderes invisı́veis, sobre o santo dos santos, como um sinal e igura do
futuro, entã o eu erguei uma serpente para a salvaçã o do povo, para
servir de preliminar à imagem da Cruz e à redençã o nela contida. Como
con irmaçã o disso, ouça o Senhor dizendo: 'Assim como Moisé s exaltou
a serpente no deserto, assim deveis exaltar o Filho do Homem, para que
todo aquele que crê nele nã o se perca, mas tenha a vida eterna.'
Comentário. - Observe que Seu mandamento de nã o fazer nada de
esculpido foi dado para tirar o povo da idolatria, à qual estavam
inclinados, e que a serpente de bronze era uma imagem do sofrimento
de nosso Senhor.
Ouça o que vou dizer como prova de que as imagens nã o sã o uma
invençã o nova. E uma prá tica antiga bem conhecida dos melhores e
mais importantes dos pais. Elladios, o discı́pulo do beato Bası́lio e seu
sucessor, diz em sua Vida de Bası́lio que o santo homem estava de pé ao
lado da imagem de Nossa Senhora, na qual estava pintada també m a
imagem de Mercú rio, o renomado má rtir. Ele estava de pé pedindo a
remoçã o do ı́mpio apó stata Juliano, e ele recebeu esta revelaçã o da
está tua. Ele viu o má rtir desaparecer por um tempo e entã o reaparecer,
segurando uma lança ensanguentada.
Palavra por palavra tirada da Vida de São João Crisóstomo.
O beato Joã o amava muito as epı́stolas de Sã o Paulo. (…) Ele tinha uma
imagem do apó stolo em um lugar onde costumava se aposentar de vez
em quando por causa de sua fraqueza fı́sica, pois superava a natureza
em vigı́lias e vigı́lias. Ao ler as epı́stolas de Sã o Paulo, ele tinha a
imagem diante de si e falou ao apó stolo como se ele estivesse presente,
elogiando-o e dirigindo-lhe todos os seus pensamentos. …
Quando Proclo terminou de falar, olhando atentamente para a imagem
do apó stolo e reconhecendo a semelhança com o homem que vira,
saudando Joã o, disse, apontando para a imagem: 'Perdoe-me, pai; o
homem que vi conversando com você é muito parecido com esta
está tua. Na verdade, devo dizer que ele é o mesmo. '
Na vida de Santa Eupraxia, somos informados de que sua Superiora lhe
mostrou a semelhança de Nosso Senhor.
Lemos na vida de Santa Maria do Egito que ela rezou diante da está tua
de Nossa Senhora e implorou sua intercessã o, obtendo assim licença
para entrar na Igreja.14
Em todo o passado de padres e reis cristã os, sá bios e piedosos,
conspı́cuos pelo ensino e exemplo, em tantos concı́lios de pais santos e
inspirados, como é que ningué m apontou essas coisas? Nã o estamos
defendendo uma nova fé . A lei virá de Siã o, disse o Espı́rito Santo
profeticamente, e a palavra do Senhor de Jerusalé m. Nã o defendemos
uma coisa de uma vez e outra de outra, nem que a fé se torne motivo de
chacota para os de fora. Nã o permitiremos que as ordens do rei anulem
a tradiçã o transmitida pelos pais. Nã o é para reis piedosos derrubar as
fronteiras eclesiá sticas. Essas nã o sã o maneiras patrı́sticas. Coisas feitas
à força sã o imposiçõ es e nã o trazem persuasã o. Uma prova disso foi
dada no 2º Concı́lio de Efeso, quando um decreto, que nunca foi
reconhecido como vá lido, foi executado pela mã o do imperador, e o
beato Flaviano foi executado. Os conselhos nã o pertencem aos reis,
como diz o Senhor: 'Onde quer que um ou dois estejam reunidos em
Meu nome, aı́ estou Eu no meio deles'. Cristo nã o deu aos reis o poder
de ligar e desligar, mas aos apó stolos e a seus sucessores, pastores e
mestres. 'Se um anjo lhe ensinasse um evangelho diferente daquele que
você recebeu', diz Sã o Paulo - mas nã o falaremos sobre o que se segue,
na esperança de sua conversã o. E se acharmos o aviso desconsiderado,
o que Deus pode evitar, entã o adicionaremos o resto. Esperemos que
nã o seja necessá rio.
Se algué m entrar em uma casa e ver nas paredes a histó ria da pintura
de Moisé s e Aarã o, talvez pergunte sobre as pessoas que estã o
atravessando o mar como se fosse terra seca. 'Quem sã o eles?' ele
pergunta. O que você diria? 'Nã o sã o eles os ilhos de Israel?' 'Quem
está dividindo o mar com sua vara?' Você nã o diria 'Moisé s'? Portanto,
se um homem faz uma imagem de Cristo cruci icado e lhe perguntam
quem ele é , você responde: 'E Cristo, nosso Senhor, que se encarnou por
nó s.' Sim, ó Senhor, adoramos tudo o que pertence a Ti, e levamos aos
nossos coraçõ es Tua Divindade, Teu poder e bondade, Tua misericó rdia
para conosco, Tua condescendê ncia e Tua Encarnaçã o. E como os
homens temem tocar o ferro em brasa, nã o por causa do ferro, mas por
causa do calor, entã o adoramos Tua carne, nã o pela natureza da carne,
mas por meio da Divindade unida a essa carne de acordo com a
substâ ncia. Adoramos Teus sofrimentos. Quem já conheceu a adoraçã o
da morte ou a veneraçã o do sofrimento? No entanto, nó s realmente
adoramos a morte fı́sica de nosso Deus e Seus sofrimentos
salvadores. Adoramos a Tua imagem e tudo o que é Teu; Teus servos,
Teus amigos e, acima de tudo, Tua Mã e, a Mã e de Deus.
Rogamos, portanto, ao povo de Deus, o rebanho iel, que se apegue à s
tradiçõ es eclesiá sticas. A retirada gradual do que nos foi transmitido
estaria minando as pedras fundamentais e, em pouco tempo,
derrubaria toda a estrutura. Que possamos nos mostrar constantes,
inabalá veis, inabalá veis, fundados na só lida Rocha que é Cristo, a quem
seja louvor, gló ria e adoraçã o, com o Pai e o Espı́rito Santo, agora e para
sempre. Um homem.

PARTE II.
Eu imploro a sua indulgê ncia, meus leitores (δεσποται μου), e pedir-lhe
para receber a verdadeira declaraçã o de algué m que é um servo inú til, o
menor de todos, na Igreja de Deus. Nã o fui movido a falar por motivos
de vangló ria, Deus é minha testemunha, mas por zelo pela verdade. Só
nisto está a minha esperança de salvaçã o e com ela con io e oro para ir
ao encontro de Cristo nosso Senhor, pedindo que seja uma expiaçã o
pelos meus pecados. O homem que recebeu cinco talentos de seu
senhor trouxe outros cinco que ganhou, e o homem com dois, outros
dois. O homem que recebeu um e o enterrou, devolveu-o sem juros e,
sendo declarado um servo mau, foi banido para as trevas externas. Para
que nã o sofra da mesma maneira, obedeço aos mandamentos de Deus,
e com o talento da eloqü ê ncia, que é Seu dom, coloco diante dos sá bios
entre você s uma tesouraria, para que, quando o Senhor vier, me
encontre rico de almas. , um servo iel, a quem Ele pode levar em sua
alegria inefá vel, que é o meu desejo. Dê -me ouvidos atentos e coraçõ es
dispostos. Receba meu tratado e pondere bem a força dos
argumentos. Esta é a segunda parte do meu trabalho com
imagens. Certos ilhos da Igreja me incentivaram a fazê -lo porque a
primeira parte nã o foi su icientemente clara para todos. Seja indulgente
comigo nesta conta, por minha obediê ncia.
A antiga serpente perversa, amado, quero dizer o diabo - costuma
guerrear de muitas maneiras contra o homem, que foi feito à imagem
de Deus, e operar sua destruiçã o por meio da oposiçã o. No inı́cio, ele
inspirou o homem com a esperança e o desejo de se tornar um deus, e
por meio desse desejo ele arrastou o homem para baixo para
compartilhar a morte da criaçã o bruta. Ele seduziu o homem també m
por prazeres vergonhosos e brutais. Que contraste entre se tornar um
deus e sentir uma luxú ria brutal. E novamente, ele levou o homem à
in idelidade, como diz o real (θεοπατωρ) Davi: 'O tolo disse em seu
coraçã o que Deus nã o existe.' Em um momento, ele levou o homem a
adorar muitos deuses, em outro nem mesmo o Deus verdadeiro, à s
vezes demô nios, e novamente, os cé us e a terra, o sol e a lua e as
estrelas, e o resto da criaçã o, bestas selvagens e ré pteis . E tã o ruim
recusar a honra devida onde a honra é devida, quanto concedê -la onde
nã o é . Novamente, ele ensinou alguns a chamarem o deus nã o criado de
mau e enganou outros fazendo-os reconhecer Deus, que é bom por
natureza, como o autor do mal. Alguns ele enganou pelo equı́voco de
uma natureza e uma substâ ncia da Divindade; alguns ele induziu a
honrar trê s naturezas e trê s substâ ncias; alguma substâ ncia em nosso
Senhor Jesus Cristo, a Segunda Pessoa da Santı́ssima Trindade; algumas
duas naturezas e duas substâ ncias.
Mas a verdade, tomando o caminho do meio, varre esses conceitos
errô neos e nos ensina a reconhecer um Deus, uma natureza em trê s
pessoas (υποστασεσι), o Pai, o Filho e o Espı́rito Santo. O mal nã o é um
ser,15 mas um acidente, uma certa concepçã o, palavra ou açã o contra a
lei de Deus, tendo sua origem nesta concepçã o, palavra ou açã o, e
terminando com ela. A verdade proclama també m que em Cristo, a
segunda pessoa da Santı́ssima Trindade, existem duas naturezas e uma
pessoa. Agora, o diabo, o inimigo da verdade e da salvaçã o do homem,
ao sugerir que as imagens do homem corruptı́vel, e de pá ssaros e
animais e ré pteis, deveriam ser feitas e adoradas como deuses, muitas
vezes tem desencaminhado nã o apenas os pagã os, mas os ilhos de
Israel. Nestes dias, ele está ansioso para perturbar a paz da Igreja de
Cristo por meio de lı́nguas falsas e mentirosas, usando palavras divinas
em favor do que é mau, e se esforçando para disfarçar suas má s
intençõ es, e afastando o instá vel do costume verdadeiro e
patrı́stico. Alguns se levantaram e disseram que era errado representar
e apresentar publicamente para adoraçã o as feridas salvadoras de
Cristo e os combates dos santos contra o diabo. Quem, com
conhecimento das coisas divinas e sentido espiritual, nã o percebe
nisso um engano do diabo? Ele nã o deseja que sua vergonha seja
conhecida e que a gló ria de Deus e de Seus santos seja publicada.
Se izé ssemos uma imagem do Deus invisı́vel, deverı́amos, na verdade,
errar. Pois é impossı́vel fazer uma está tua de algué m que nã o tem
corpo, é invisı́vel, sem limites e sem forma. Novamente, se izé ssemos
está tuas de homens e os considerá ssemos deuses, adorando-os como
tais, serı́amos muito ı́mpios. Mas nã o fazemos nenhum dos dois. Pois ao
fazer a imagem de Deus, que se tornou encarnado e visı́vel na terra, um
homem entre os homens por meio de sua bondade indescritı́vel,
tomando sobre ele forma, forma e carne, nã o somos
enganados. Ansiamos por ver como Ele era. Como diz o apó stolo divino,
vemos agora em um espelho, obscuramente. A imagem també m é um
vidro escuro, de acordo com a densidade de nossos corpos. A mente, em
muitas dores de parto, nã o consegue se livrar das coisas corporais. Que
vergonha, demô nio perverso, por nos lamentar a visã o da semelhança
de nosso Senhor e nossa santi icaçã o por meio dela. Você nã o gostaria
que contemplá ssemos Seus sofrimentos salvadores, nem admirá ssemos
Sua condescendê ncia, nem contemplá ssemos Seus milagres, nem
louvá ssemos Seu poder onipotente. Você lamenta os santos pela honra
que Deus dá a eles. Você nã o quer que vejamos sua gló ria registrada,
nem permite que nos tornemos imitadores de sua fortaleza e
fé . Nã o obedeceremos à s suas sugestõ es, demô nio perverso e odiador
de homens. Ouçam-me, pessoas de todas as naçõ es, homens, mulheres
e crianças, todos você s que levam o nome cristã o: se algué m lhes pregar
algo contrá rio ao que a Igreja Cató lica recebeu dos santos apó stolos,
pais e conselhos, e tem se mantido abaixado até os dias atuais, nã o dê
ouvidos a ele. Nã o receba o conselho da serpente, como fez Eva, para
quem era a morte. Se um anjo ou imperador lhe ensinar algo contrá rio
ao que você recebeu, feche os ouvidos. Eu evitei dizer, como o santo
apó stolo disse, 'Que ele seja aná tema,' na esperança de emenda.
Mas diga aos que nã o entram na mente das Escrituras, Deus disse, por
meio de Moisé s, o legislador: 'Nã o fará s para ti a semelhança de nada
que está no cé u em cima, ou na terra em baixo'; e por meio do profeta
Davi: 'Confundam-se todos os que adoram as coisas esculpidas e se
gloriam nos seus ı́dolos', e muitas passagens semelhantes. Tudo o que
eles citaram da Sagrada Escritura e dos pais tem o mesmo propó sito.
Agora, o que devemos dizer sobre essas coisas? O que, senã o aquilo
que Deus falou aos judeus, 'Examinem as Escrituras'.
E bom examinar as Escrituras, mas deixe sua mente ser iluminada com
a pesquisa. E impossı́vel, amado, que Deus nã o fale a verdade. Há um
Deus, um Legislador da velha e nova dispensaçã o, que falou da
antiguidade de muitas maneiras aos patriarcas por meio dos profetas, e
nestes ú ltimos tempos por meio de Seu Filho unigê nito. Aplique sua
mente com discernimento. Nã o sou eu quem fala. O Espı́rito Santo
declarou pelo santo apó stolo Sã o Paulo que Deus falou nos velhos
tempos de muitas maneiras diferentes aos patriarcas por meio dos
profetas. Observe, de muitas maneiras diferentes. Um mé dico há bil nã o
prescreve invariavelmente para todos iguais, mas para cada um de
acordo com seu estado, levando em consideraçã o o clima e as queixas, a
estaçã o e a idade, dando um remé dio a uma criança e outro a um
homem adulto, de acordo com sua idade; uma coisa para um paciente
fraco, outra para um forte; e para cada sofredor a coisa certa para seu
estado e doença: uma coisa no verã o, outra no inverno, outra na
primavera ou outono, e em cada lugar de acordo com suas
necessidades. Assim, da mesma forma, o bom Mé dico das almas
prescreveu para aqueles que ainda eram crianças e inclinados à doença
da idolatria, considerando ı́dolos como deuses e adorando-os como tais,
negligenciando a adoraçã o a Deus e preferindo a criatura para Sua
gló ria . Ele os encarregou de nã o fazer isso.
E impossı́vel fazer uma imagem de Deus, que é um espı́rito puro,
invisı́vel, sem limites, sem forma nem circunscriçã o. Como podemos
fazer uma imagem do que é invisı́vel? 'Ningué m jamais viu a Deus; o
Filho unigê nito que está no seio do Pai, Ele O declarou '. E novamente:
'Ningué m verá Minha face e viverá , diz o Senhor'.
Que fez adoram ı́dolos, nã o há dú vida de que a Escritura diz sobre a sair
dos ilhos de Israel, quando Moisé s subiu ao monte Sinai, e perseverou
em oraçã o a Deus. Enquanto recebia a lei, o povo ingrato se levantou
contra Arã o, o sacerdote de Deus, dizendo: 'Faça-nos deuses que
venham antes de nó s. Pois, quanto a Moisé s, nã o sabemos o que lhe
aconteceu. Entã o, quando eles olharam as bugigangas de suas esposas e
as reuniram, eles comeram e beberam, e icaram embriagados com
vinho e loucura, e começaram a se divertir, dizendo em sua tolice: 'Estes
sã o os teus deuses, ó Israel . ' Você vê que eles izeram deuses de ı́dolos
que eram demô nios, e que eles adoraram a criatura em vez do
Criador? Como diz o santo apó stolo: 'Eles mudaram a gló ria do Deus
incorruptı́vel à semelhança da imagem de um homem corruptı́vel e de
pá ssaros, e de animais quadrú pedes e de ré pteis, e serviram à criatura
em vez do Criador. ' Por causa disso, Deus os proibiu de fazer qualquer
imagem de escultura, como Moisé s diz em Deuteronô mio: 'E o Senhor
vos falou do meio do fogo; você ouviu a voz de Suas palavras, mas nã o
viu nenhuma forma. ' E um pouco mais adiante: 'Guardai, portanto,
vossas almas com cuidado; você nã o viu nenhuma semelhança no dia
em que o Senhor Deus falou com você em Horebe, do meio do fogo, para
que talvez, sendo enganado, você pudesse fazer de você uma
semelhança de escultura ou imagem de homem ou mulher, a
semelhança de quaisquer feras que sã o sobre a terra, ou de pá ssaros
que voam sob o cé u. ' E ainda: 'Para que, talvez, nã o levantando teus
olhos para o cé u, tu vejas o sol e a lua, e todas as estrelas do cé u, e
sendo enganado pelo erro, tu os adora e serve.' Veja, o ú nico objetivo
em vista é que a criatura nã o deve ser adorada em vez do Criador, e que
a adoraçã o de latreia deve ser dada apenas a Deus. Assim, em todos os
casos, quando ele fala de adoraçã o, ele se refere a latreia. Novamente:
'Nã o terá s deuses estranhos à minha vista; tu nã o fará s para ti mesmo
uma coisa esculpida nem qualquer semelhança. ' Novamente: 'Nã o fará s
para ti deuses de metal.' Você vê que Ele proı́be fazer imagens por causa
da idolatria, e que é impossı́vel fazer uma imagem de Deus, que é um
Espı́rito, invisı́vel e incircunscrito. 'Você nã o viu Sua semelhança', diz
Ele; e Sã o Paulo, em pé no meio do Areó pago, diz: 'Sendo, portanto,
geraçã o de Deus, nã o devemos supor que a divindade seja semelhante
ao ouro, ou prata, ou pedra, o entalhe da arte, um artifı́cio do homem. '
Ouça novamente que é assim. Nã o fará s para ti qualquer coisa de
bronze, nem qualquer semelhança. Essas coisas, diz ele, izeram por
mandamento de Deus uma cortina de linho violeta, pú rpura, carmesim
e ino retorcido na entrada do taberná culo, e os querubins em tecido. E
eles izeram també m o propiciató rio, isto é , o orá culo de ouro puro, e os
dois querubins. O que você vai dizer sobre isso, ó Moisé s? Tu dizes: Nã o
fará s para ti mesmo qualquer coisa de escultura, nem qualquer
semelhança, e tu mesmo moldes querubins de tecido, e dois querubins
de ouro puro. Ouça a resposta do servo de Deus Moisé s: 'Cegos e tolos,
notem a força do que é dito e guardem suas almas com cuidado. Eu
disse que você s nã o tinham visto nenhuma semelhança no dia em que o
Senhor falou com você s no Monte Horebe, no meio do fogo, para que
você s nã o pecassem contra a lei e izessem para você s uma imagem de
bronze: tu nã o fará s qualquer imagem ou deuses de metal. Nunca disse
que nã o fará s a imagem de querubins em adoraçã o perante o
propiciató rio. O que eu disse foi: Nã o fará s para ti deuses de metal, e
nã o fará s qualquer semelhança com Deus, nem adorará s a criatura em
vez do Criador, nem qualquer criatura como Deus, nem servi a criatura
ao invé s do Criador. '
Observe como o objeto da Escritura se torna claro para aqueles que
realmente o pesquisam. Você deve saber, amado, que em todos os
negó cios a verdade e a falsidade sã o distintas, e o objetivo de quem o
faz, seja ele bom ou mau. No evangelho, encontramos todas as coisas
boas e má s. Deus, os anjos, o homem, os cé us, a terra, a á gua e o fogo e o
ar, o sol e a lua e as estrelas, a luz e as trevas, Sataná s e os demô nios, a
serpente e os escorpiõ es, a morte e o inferno, as virtudes e os vı́cios. E
porque tudo que é falado sobre eles é verdade, e o objetivo em vista é a
gló ria de Deus e os santos a quem Ele honrou, nossa salvaçã o e a
vergonha do diabo, nó s adoramos, abraçamos e amamos essas
declaraçõ es, e as recebemos com todo o nosso coraçã o, ao fazermos
toda a velha e nova dispensaçã o, e todo o testemunho falado dos santos
padres. Agora, rejeitamos os escritos malignos e abominá veis de pagã os
e maniqueus, e todos os outros hereges, como contendo tolices e
mentiras, promovendo a vantagem de Sataná s e seus demô nios, e
dando-lhes prazer, embora contenham o nome de Deus. Portanto, no
que diz respeito à s imagens, devemos manifestar a verdade e levar em
consideraçã o a intençã o de quem as faz. Se for realmente para a gló ria
de Deus e de Seus santos promover o bem, evitar o mal e salvar almas,
devemos recebê -los, honrá -los e adorá -los como imagens, lembranças,
semelhanças e livros de analfabetos. Devemos amá -los e abraçá -los com
as mã os e o coraçã o como lembretes do Deus encarnado, ou Sua Mã e,
ou dos santos, os participantes nos sofrimentos e na gló ria de Cristo, os
vencedores e destruidores de Sataná s e a fraude diabó lica. Se algué m se
atrever a fazer uma imagem de Deus Todo-Poderoso, que é puro
Espı́rito, invisı́vel, incircunscrito, rejeitamos isso como uma
falsidade. Se algué m faz imagens para honra e adoraçã o ao Diabo e seus
anjos, nó s os abominamos e os entregamos à s chamas. Ou se algué m
der honras divinas à s está tuas de homens, ou pá ssaros, ou ré pteis, ou
qualquer outra coisa criada, nó s o anatematizamos. Como nossos
antepassados na fé derrubaram os templos dos demô nios e erigiram no
mesmo local igrejas dedicadas aos santos a quem honramos, eles
derrubaram as está tuas de demô nios e colocaram em seu lugar
as imagens de Cristo, de Sua santa Mã e, e os Santos. Mesmo na antiga
dispensaçã o, Israel nã o ergueu templos para seres humanos, nem
considerou sagrada a memó ria do homem. Naquela é poca, a raça de
Adã o estava sob uma maldiçã o, e a morte era uma pena, portanto, um
luto. O cadá ver era considerado impuro e o homem que o tocava
contaminado. Mas, uma vez que a divindade assumiu nossa natureza,
ela foi glori icada como um remé dio vivi icante e e icaz, e foi
transformada para a imortalidade. Assim, a morte dos santos é uma
alegria, e igrejas sã o levantadas para eles, e suas imagens sã o
estabelecidas. Esteja certo de que qualquer um que deseje derrubar
uma imagem erigida por puro zelo pela gló ria e memó ria duradoura de
Cristo, ou de Sua santa Mã e, ou qualquer um dos santos, para
envergonhar o diabo e seus saté lites, - qualquer um, Eu digo,
recusando-se a honrar e adorar esta imagem como sagrada - nã o deve
ser adorada como Deus - é um inimigo de Cristo, de Sua bendita Mã e e
dos santos, e é um advogado do diabo e sua tripulaçã o, mostrando
tristeza por sua conduta para que os santos sejam honrados e
glori icados, e o diabo envergonhado. A imagem é um hino de louvor,
uma manifestaçã o, um sı́mbolo duradouro daqueles que lutaram e
venceram, e dos demô nios humilhados e postos em fuga.
Os reis nã o tê m nenhum chamado para fazer leis na Igreja. O que o
santo apó stolo diz? 'E Deus, de fato, colocou alguns na igreja, primeiro
apó stolos, segundo profetas, terceiro doutores e pastores' para o
treinamento da Igreja. Ele nã o diz 'reis'. E ainda: 'Obedeçam aos seus
prelados e sejam sujeitos a eles. Pois eles procuram prestar contas de
suas almas. ' Novamente: 'Lembre-se de seus prelados que falaram a
palavra de Deus a você , cuja fé segue, considerando o im de sua
conversa.' Os reis nã o falaram a palavra para você , mas apó stolos e
profetas, pastores e mé dicos. Quando Deus estava falando com Davi
sobre a construçã o de uma casa para Ele, Ele disse: 'Nã o me
construirá s uma casa, pois tu é s um homem de sangue.' "Rende,
portanto, a todos os homens suas dı́vidas", exclamou Sã o
Paulo; 'homenagem a quem é devido tributo, costume a quem costume,
temor a quem temer, honra a quem honra.' A prosperidade polı́tica é
assunto do rei:16 a organizaçã o eclesiá stica pertence a pastores e
mé dicos, e tirá -la de suas mã os é cometer um ato de roubo. Saul rasgou
a capa de Samuel, e qual foi a conseqü ê ncia? Deus tirou dele a sua
realeza e deu-a ao manso David. Jezabel perseguiu Elias, porcos e cã es
lambiam seu sangue e prostitutas se banhavam nele. Herodes removeu
Joã o e foi consumido por vermes. E agora o santo Germano,
resplandecente por palavra e exemplo, foi punido e exilado, e muitos
mais bispos e padres, cujos nomes nos sã o desconhecidos. Nã o é uma
perseguiçã o? Quando os fariseus e os eruditos cercaram nosso Senhor,
ostensivamente para ouvir Seu ensino, e quando Lhe perguntaram se
era lı́cito pagar tributo a Cé sar, Ele respondeu-lhes: 'Tragam-me uma
moeda.' E quando o trouxeram, Ele disse: 'De quem é esta
imagem?' Apó s sua resposta, 'Cé sar,' Ele disse, 'Dê a Cé sar o que é de
Cé sar e a Deus o que é de Deus.' Somos obedientes a ti, ó rei, nas coisas
concernentes à nossa vida diá ria, em tributos, impostos e pagamentos,
que te sã o devidos; mas no governo eclesiá stico temos nossos
pastores, pregadores da palavra e expoentes da lei eclesiá stica. Nã o
alteramos as fronteiras traçadas pelos nossos pais: mantemos a
tradiçã o que recebemos. Se começarmos a impor a lei à Igreja, mesmo
nas menores coisas, todo o edifı́cio cairá por terra em pouco tempo.
Você despreza a maté ria e a chama de desprezı́vel. Isso é o que os
maniqueus faziam, mas a Sagrada Escritura declara que isso é
bom; pois diz: 'E Deus viu tudo o que Ele tinha feito, e era muito
bom.' Eu digo que a maté ria é criaçã o de Deus e uma coisa boa. Agora,
se você diz que é mau, ou que nã o é de Deus, ou você faz Dele uma
causa do mal. Ouça as palavras das Escrituras a respeito do assunto,
que você despreza: 'E Moisé s disse a toda a assemblé ia dos ilhos de
Israel: Esta é a palavra que o Senhor ordenou, dizendo: Separa contigo
as primı́cias para o Senhor; que todo aquele que estiver disposto e tiver
um coraçã o pronto, ofereça-os ao Senhor: ouro e prata e latã o, violeta e
pú rpura, e escarlate tingido duas vezes, e linho ino, cabelo de cabra e
peles de carneiro tingidas de vermelho e violeta , e peles coloridas,
madeira de selim e ó leo para manter as luzes, e para fazer unguento, e
incenso muito doce, pedras de ô nix e pedras preciosas para o adorno do
é fode e do racional: Quem de você s for sá bio, venha e faça o que o
Senhor ordenou: a saber, o taberná culo ', etc.
Veja, entã o, a maté ria é honrada e você a desonra. O que é mais
insigni icante do que o cabelo de cabra, ou cores, e nã o sã o as cores
violeta e pú rpura e escarlate? E a semelhança dos querubins sã o obra
das mã os do homem, e o pró prio taberná culo, do princı́pio ao im, era
uma imagem. 'Olha', disse Deus a Moisé s, 'e faze-o de acordo com o
modelo que te foi mostrado no Monte', e era adorado pelo povo de
Israel em um cı́rculo. E quanto aos querubins, nã o estavam à vista do
povo? E o povo nã o olhou para a arca e as lâ mpadas e a mesa, a urna de
ouro e o bordã o e adorou? Nã o importa o que eu adoro; é o Senhor da
maté ria, tornando-se maté ria por minha causa, assumindo Sua morada
na maté ria e operando minha salvaçã o por meio da maté ria. Pois a
Palavra se fez Carne e habitou entre nó s. E evidente para todos que a
carne é maté ria e que foi criada. Eu reverencio e honro a questã o, e
adoro aquilo que trouxe a minha salvaçã o. Eu o honro, nã o como Deus,
mas como um canal da força e graça divinas. A madeira trê s vezes
abençoada da Cruz nã o era importante? e a montanha sagrada e
sagrada do Calvá rio? Nã o era o santo sepulcro maté ria, a pedra que dá
vida, a fonte de nossa ressurreiçã o? Nã o era importante o livro dos
Evangelhos e a mesa sagrada que nos dá o pã o da vida? Nã o sã o o ouro
e a prata maté ria, das quais sã o feitas as cruzes, as imagens sagradas e
os cá lices? E, acima de tudo, o Corpo e o Sangue do Senhor nã o sã o
compostos de maté ria? Ou rejeite a honra e adoraçã o de todas essas
coisas, ou conforme a tradiçã o eclesiá stica, santi icando a adoraçã o de
imagens em nome de Deus e dos amigos de Deus, e assim obedecendo à
graça do Espı́rito Divino. Se você desistir das imagens por causa da lei,
você també m deve guardar o sá bado e ser circuncidado, pois isso é
severamente inculcado por ela. Você deve observar toda a lei e nã o
celebrar a Pá scoa do Senhor fora de Jerusalé m. Mas você deve saber
que, se você observar a lei, Cristo nã o lhe aproveitará de nada. Você
recebeu a ordem de se casar com a esposa de seu irmã o, e assim
continuar com o nome dele, e nã o cantar a cançã o do Senhor em uma
terra estranha. Basta disso! Aqueles que foram justi icados pela lei
caı́ram em desgraça.
Apresentemos Cristo, nosso Rei e Senhor, nã o O privando de Seu
exé rcito. Os santos sã o Seu exé rcito. Que o rei terreno se despoje de seu
exé rcito e, em seguida, de sua pró pria dignidade. Que ele tire a pú rpura
e o diadema antes de tirar a honra de seus homens mais valentes que
conquistaram suas paixõ es.17 Pois, se os amigos de Cristo sã o
herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, e devem ser participantes
da gló ria e do reino divinos, nã o lhes é devido gló ria terrestre? Nã o vos
chamo servos, diz nosso Senhor; você s sã o meus amigos. Devemos,
entã o, negar a eles a honra que a Igreja lhes dá ? Você é um homem
ousado e ousado para lutar contra Deus e Suas ordenanças. Se você nã o
adora imagens, nã o adora o Filho de Deus, que é a imagem viva do Deus
invisı́vel e a igura imutá vel de sua substâ ncia. O templo que Salomã o
construiu foi consagrado com o sangue de animais e decorado com
imagens de leõ es, bois, palmas e romã s. Agora, a Igreja é consagrada
pelo sangue de Cristo e de Seus santos, e é adornada com a imagem de
Cristo e de Seus santos. Ou elimine totalmente a adoraçã o de imagens,
ou nã o seja um inovador, e nã o ultrapasse os antigos limites que teus
pais estabeleceram. Nã o estou falando de limites antes da encarnaçã o
de Cristo nosso Senhor, mas desde a Sua vinda. Deus falou com eles,
depreciando as tradiçõ es da lei antiga, dizendo: 'Eu també m lhes dei
estatutos que nã o eram bons', por causa de sua dureza de
coraçã o. Conseqü entemente, com a mudança do sacerdó cio, a lei da
necessidade també m foi mudada.
As testemunhas oculares e os ministros da palavra transmitiram o
ensinamento da Igreja, nã o apenas por escrito, mas també m por
tradiçã o nã o escrita. De onde vem nosso conhecimento do local
sagrado, o Monte Calvá rio, do santo sepulcro? Nã o nos foi transmitido
de pai para ilho? Está escrito que nosso Senhor foi cruci icado no
Calvá rio e sepultado na tumba que José cavou na rocha, mas é uma
tradiçã o nã o escrita que nos ensina que estamos adorando os lugares
certos e muitas outras coisas do mesmo tipo. Por que acreditamos em
trê s batismos, ou seja, em trê s imersõ es? Por que adoramos a cruz? Nã o
é atravé s da tradiçã o? Portanto, o santo apó stolo diz: 'Irmã os, estai
irmes; e mantenha as tradiçõ es que você aprendeu, seja por palavra ou
por nossa epı́stola. ' Muitas coisas, portanto, sendo transmitidas à Igreja
por tradiçã o nã o escrita e mantidas até os dias de hoje, por que você
fala levianamente de imagens? Os maniqueus seguiram um evangelho
de Tomé , e você seguirá o de Leã o. Nã o admito a açã o tirâ nica de um
imperador ao dominar a Igreja. O imperador nã o recebeu o poder de
ligar e desligar. Eu sei do Imperador Valente, um cristã o de nome, que
perseguiu a verdadeira fé , Zenã o e Anastá cio, Herá clio e Constantino da
Sicı́lia, e Bardanisco, chamado Filipe (Φιλιππικον). Nã o devo ser
persuadido de que a Igreja é posta em ordem por decretos imperiais,
mas por tradiçõ es patrı́sticas, escritas e nã o escritas. Como o Evangelho
escrito foi pregado em todo o mundo, també m tem sido uma tradiçã o
nã o escrita em todo o mundo representar em imagem Cristo, o Deus
encarnado e os santos, adorar a Cruz e orar em direçã o ao Oriente.
Os costumes que você apresenta nã o incriminam nossa adoraçã o de
imagens, mas a dos pagã os que as fazem ı́dolos. A prá tica piedosa da
Igreja nã o deve ser rejeitada por causa do abuso pagã o. Feiticeiros e
má gicos exorcizam; a Igreja exorciza catecú menos. Os primeiros
invocam demô nios, a Igreja invoca Deus contra os demô nios. Pagã os
sacri icados a demô nios; Israel ofereceu a Deus holocaustos e vı́timas. A
Igreja també m oferece um sacrifı́cio incruento a Deus. Os pagã os
construı́ram imagens para os demô nios, e Israel fez deles ı́dolos com as
palavras: 'Estes sã o os teus deuses, ó Israel, que te tiraram do
Egito'. Agora, criamos imagens do verdadeiro Deus encarnado, de Seus
servos e amigos, que colocaram em fuga a hoste demonı́aca. Se você diz
a isso que o bendito Epifâ nio rejeitou claramente nosso uso de imagens,
deve saber que a obra em questã o é espú ria e escrita por outra pessoa
em nome de Epifâ nio, como costuma acontecer. Um pai nã o luta com
seus pró prios ilhos. Todos se tornaram participantes de um só
Espı́rito. A Igreja é testemunha disso no adorno de imagens, até que
alguns homens se levantaram contra ela e perturbaram a paz do
aprisco de Cristo, colocando comida envenenada diante do povo de
Deus.
Se venero e adoro, como instrumentos de salvaçã o, a cruz e a lança, o
junco e a esponja, por meio das quais os judeus (θεοκτονοι)
desprezaram e mataram meu Senhor, nã o adorarei també m as imagens
que os cristã os fazem com um boa intençã o para a gló ria e a lembrança
de Cristo? Se adoro a imagem da Cruz, de qualquer madeira que seja,
nã o devo adorar a imagem que me mostra o Cruci icado e a minha
salvaçã o pela Cruz? Oh, desumanidade do homem! E evidente que nã o
adoro a maté ria, pois supondo que a Cruz, se fosse de madeira, caı́sse
em pedaços, eu os jogasse no fogo, e o mesmo com as imagens.
Receba o testemunho uni icado das Escrituras e dos padres para
mostrar a você que as imagens e seu culto nã o sã o uma nova invençã o,
mas a antiga tradiçã o da Igreja. No santo Evangelho de Sã o Mateus,
nosso Senhor chamou bem-aventurados os seus discı́pulos e com eles
todos aqueles que seguiram o seu exemplo e seguiram os seus
passos com estas palavras: 'Bem-aventurados os vossos olhos, porque
vê em, e os vossos ouvidos, porque ouvem. Pois, amé m, eu digo a você ,
muitos profetas e justos desejaram ver as coisas que você vê , e nã o
viram, e ouvir o que você ouve, e nã o o ouviram. ' També m desejamos
ver o má ximo que pudermos. 'Vemos agora em um vidro,
obscuramente', e em imagem, e somos abençoados. O pró prio Deus
primeiro fez uma imagem e mostrou imagens. Pois Ele fez o primeiro
homem conforme Sua pró pria imagem. E Abraã o, Moisé s e Isaias, e
todos os profetas viram imagens de Deus, nã o a substâ ncia de Deus. A
sarça ardente era uma imagem da Mã e de Deus, e quando Moisé s estava
para se aproximar dela, Deus disse: 'Tire os sapatos, porque o lugar em
que você está é solo sagrado.' Ora, se o lugar onde Moisé s viu uma
imagem de Nossa Senhora era santo, quanto mais a pró pria imagem? E
nã o é apenas sagrado, mas arrisco dizer que é o santo dos santos
(αγιων αγια). Quando os fariseus perguntaram a nosso Senhor por que
Moisé s havia permitido uma carta de divó rcio, Ele respondeu: 'Por
causa da dureza de seus coraçõ es, Moisé s permitiu que você s se
divorciassem de sua esposa, mas no começo nã o era assim.' E eu vos
digo que Moisé s, pela dureza de coraçã o dos ilhos de Israel, e
conhecendo sua inclinaçã o para a idolatria, os proibiu de fazer
imagens. Nã o estamos no mesmo caso. Firmamos os pé s na rocha da fé ,
enriquecendo-nos com a luz da amizade de Deus.
Ouça as palavras de nosso Senhor: 'Tolos e cegos, todo aquele que jurar
pelo templo jura por ele e por aquele que nele habita; e quem jurar pelo
cé u jura pelo trono de Deus e por aquele que nele está assentado. ' E
quem jura por uma imagem jura por quem ela representa. Foi
su icientemente provado que o taberná culo e o vé u, a arca e a mesa, e
tudo dentro do taberná culo, eram imagens e tipos, e as obras das mã os
do homem, que eram adoradas por todo o Israel, e també m que os
querubins em os entalhes foram feitos por ordem de Deus. Pois Deus
disse a Moisé s: 'Cuida de que faças todas as coisas conforme o modelo
que te for mostrado no monte.' Ouça també m o testemunho do apó stolo
de que Israel adorava imagens e as obras das mã os do homem em
obediê ncia a Deus: 'Se, entã o, estivesse na terra, nã o seria
sacerdote; visto que haveria outros para oferecerem dons segundo a lei,
que sirvam de exemplo e sombra das coisas celestiais, como foi
respondido a Moisé s, quando ele deveria terminar o taberná culo: Vê
(diz ele) que tu faças todas as coisas de acordo com o padrã o que te foi
mostrado no monte. Mas agora ele obteve um ministé rio melhor, por
quanto també m ele é um mediador de um testamento melhor, que se
baseia em melhores promessas. Pois se aquele primeiro tivesse sido
perfeito, nã o deveria, de fato, um lugar ter sido procurado para um
segundo. Por achar falta deles, ele disse: 'Eis que o dia virá , diz o
Senhor: e aperfeiçoarei para a casa de Israel e para a casa de Judá , um
Novo Testamento: nã o de acordo com o Testamento que iz para seus
pais, no dia em que os tomei pela mã o para os tirar da terra do Egito. E
um pouco mais adiante: 'Agora, ao dizer um Novo, ele fez o anterior
Antigo. E aquilo que se deteriora e envelhece, está perto do im. Porque
o primeiro foi feito um taberná culo, no qual estavam os castiçais, e a
mesa, e a disposiçã o dos pã es, que é chamada de Santo. E depois do
segundo vé u, o taberná culo, que é chamado de Santo dos Santos; tendo
um incensá rio de ouro, e a arca do testamento coberta de ouro por toda
parte, no qual estava um vaso de ouro que tinha maná , e a vara de Arã o
que tinha lorescido, e as tá buas do testamento. E sobre ele estavam os
querubins de gló ria ofuscando o propiciató rio. ' E ainda: 'Pois Jesus nã o
entrou nos Santos feitos por mã os, os modelos da verdade; mas para o
pró prio cé u. ' E ainda: 'Para a lei tendo sombra das coisas boas que
virã o, nã o a pró pria imagem das coisas.'
Você vê que a lei e tudo o que ela ordenou e todo o nosso culto consiste
na consagraçã o do que é feito pelas mã os, conduzindo-nos atravé s da
maté ria ao Deus invisı́vel. Agora, a lei e todas as suas ordenanças foram
um prenú ncio da imagem no futuro, isto é , de nossa adoraçã o. E nossa
adoraçã o é uma imagem da recompensa eterna. Quanto à coisa em si, a
Jerusalé m celeste, é invisı́vel e imaterial, como diz o mesmo apó stolo
divino: 'Nã o temos aqui uma cidade permanente, mas buscamos a de
cima, a Jerusalé m celestial, da qual Deus é Senhor e Arquiteto.' Todas as
ordenanças da lei e de nossa adoraçã o foram direcionadas para aquela
cidade celestial. A Deus seja louvado para sempre. Um homem.
Testemunho de pais antigos e eruditos para imagens.18
São João Crisóstomo. De seu 'Comentário sobre a Parábola do
Semeador'.
Se você despreza as vestes reais, nã o despreza o pró prio rei? Você nã o
vê que se você despreza a imagem do rei, você despreza o
original? Você nã o sabe que se um homem mostra desprezo por uma
imagem de madeira ou uma está tua de metal, ele nã o é julgado como se
ele se tivesse desabafado em maté ria sem vida, mas como
demonstrando desprezo pelo rei? A desonra mostrada a uma imagem
do rei é a desonra mostrada ao rei.
O mesmo, de seu Sermão a São Melécio, Bispo de Antioquia, e
sobre o zelo de seus ouvintes, começando, 'Lançando seus olhos
em todos os lugares neste rebanho sagrado.'
O que aconteceu foi muito edi icante, e devemos sempre ter esse
consolo em mente, e ter esse santo diante de nossos olhos, cujo nome
foi invocado contra todas as má s paixõ es e argumentos
capciosos. Tanto que ruas, mercados, campos, cada canto e esquina
tocavam com seu nome. Você nã o apenas desejou invocá -lo, mas
també m olhar para sua forma corporal. Tal como acontece com o seu
nome, també m com a sua imagem. Muitas pessoas o colocaram em
seus ané is, taças e xı́caras e nas paredes de seus quartos, nã o apenas
para ouvir sua histó ria, mas para olhar sua semelhança fı́sica e ter um
duplo consolo em sua perda. 19
São Máximo, Filósofo e Confessor. Dos seus 'Atos' e dos do Bispo
Teodósio.
E depois disso todos se levantaram com lá grimas de devoçã o e,
ajoelhando-se, oraram. E cada um beijou os santos Evangelhos, a
sagrada Cruz e a imagem de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e de
Nossa Senhora, sua Mã e Imaculada (παναγιας θεοτοκου), pondo as
mã os sobre ela para con irmar o que havia sido dito.
Bem-aventurado Anastácio, Arcebispo de Teópolis, no sábado, a
Simeão, Bispo de Bostris.
Como na ausê ncia do rei, sua imagem é homenageada em vez de sua
homenagem, entã o, em sua presença, seria impró prio deixar o original
pela imagem. Isso nã o quer dizer que o que é preterido em sua
presença deva ser desonrado. … Assim como o homem que desrespeita
a imagem do rei é punido como se a tivesse mostrado ao rei de fato,
embora a imagem seja composta apenas de madeira e tinta moldadas
juntas, assim també m aquele que desrespeita a semelhança de um
homem signi ica isso para o original da semelhança.

PARTE III.20
Cada um deve reconhecer que um homem que tenta desonrar uma
imagem que foi erguida para a gló ria e memó ria de Cristo, de Sua santa
Mã e, ou de um de seus santos, é um inimigo de Cristo, de Sua santa Mã e
e do santos. També m foi criado para envergonhar o diabo e sua
tripulaçã o, por amor e zelo por Deus. O homem que se recusa a dar a
esta imagem a honra devida, embora nã o divina, é um defensor do
diabo e de sua hoste demonı́aca, mostrando com seu ato de pesar que
Deus e os santos sã o honrados e glori icados, e o diabo envergonhado. A
imagem é um câ ntico e manifestaçã o e monumento à memó ria
daqueles que lutaram bravamente e conquistaram a vitó ria para a
vergonha e confusã o dos vencidos. Muitas vezes tenho visto amantes
olhando para a roupa do ente querido e abraçando-a com os olhos e a
boca como se fosse ele mesmo. Devemos dar o que é devido a cada
homem. Diz Sã o Paulo: 'Honra a quem honra: ao rei como o melhor: ou
aos governadores como os enviados por ele,' a cada um segundo a
medida da sua dignidade.
Onde você encontra no Antigo Testamento ou no Evangelho a Trindade,
ou consubstancialidade, ou uma Divindade, ou trê s pessoas,21 ou a
ú nica substâ ncia de Cristo, ou Suas duas naturezas, expressas em
tantas palavras? Ainda assim, como eles estã o contidos em que as
Escrituras não dizem, e de inida pelos santos padres, nó s recebê -los e
anathematise aqueles que nã o o fazem. Eu provo a você que na antiga
lei Deus ordenou que as imagens fossem feitas, primeiro de tudo o
taberná culo e tudo nele. Entã o, no evangelho, o pró prio nosso Senhor
disse à queles que Lhe perguntaram, tentadoramente, se era lı́cito
homenagear Cé sar: 'Traga-me uma moeda', e eles Lhe mostraram um
centavo. E Ele perguntou-lhes de quem era a semelhança, e eles
disseram-lhe: De Cé sar; e Ele disse, 'Dê a Cé sar o que é de Cé sar, e a
Deus o que é de Deus.' Como a moeda tem a semelhança de Cé sar, ela é
dele e você deve dá -la a Cé sar. Portanto, a imagem tem a semelhança de
Cristo, e você deve dá -la a Ele, pois é Dele.
Nosso Senhor chamou Seus discı́pulos bem-aventurados, dizendo:
'Muitos reis e profetas desejaram ver o que você vê , e nã o viram, e ouvir
o que você ouve e nã o o ouviram. Bem-aventurados os teus olhos que
vê em e os teus ouvidos que ouvem. ' Os apó stolos viram Cristo com
seus olhos corporais, e Seus sofrimentos e maravilhas, e ouviram Suas
palavras. Nó s també m desejamos ver, ouvir e ser abençoados. Eles O
viram face a face, visto que Ele estava presente em corpo. Agora, visto
que ele nã o está presente no corpo para nó s, ouvimos Suas palavras nos
livros e somos santi icados em espı́rito pelo ouvir, e somos abençoados
e adoramos, honrando os livros que nos falam de Suas palavras. Assim,
por meio da representaçã o de imagens, olhamos para Sua forma
corporal, seus milagres e Seus sofrimentos, e somos santi icados e
saciados, alegrados e abençoados. Reverentemente adoramos Sua
forma corporal e, ao contemplá -la, formamos alguma noçã o de Sua
gló ria divina. Pois, como somos compostos de alma e corpo, e nossa
alma nã o está sozinha, mas é , por assim dizer, envolta por um vé u, é
impossı́vel chegarmos a concepçõ es intelectuais sem coisas
corpó reas. Assim como ouvimos com nossos ouvidos corporais as
palavras fı́sicas e entendemos as coisas espirituais, també m, por meio
da visã o corporal, chegamos ao espiritual. Por causa disso, Cristo tomou
um corpo e uma alma, como o homem tem um e outro. E o batismo
també m é duplo, da á gua e do espı́rito. O mesmo ocorre com a
comunhã o, a oraçã o e a salmodia; tudo tem um duplo signi icado, um
corpó reo e outro espiritual. Assim, novamente, com luzes e incenso. O
diabo tolerou todas essas coisas, levantando uma tempestade contra as
imagens sozinho. Seu grande ciú me deles pode ser aprendido pelo que
Sã o Sophronius, Patriarca de Jerusalé m, relata em seu 'Jardim
Espiritual'. O abade Theodore Æliotes falou sobre um santo eremita no
Monte das Oliveiras, que estava muito preocupado com o demô nio da
fornicaçã o. Um dia, quando ele foi fortemente tentado, o velho começou
a reclamar amargamente. 'Quando você vai me deixar em paz?' disse ao
diabo: 'saia de mim! você e eu envelhecemos juntos. ' O demô nio
apareceu a ele, dizendo: 'Jure-me que você guardará o que estou
prestes a dizer a você mesmo, e nã o o incomodarei mais.' E o velho
jurou. Entã o o diabo lhe disse: 'Nã o adore esta imagem, e nã o vou
importuná -lo'. A imagem em questã o representava Nossa Senhora,
Santa Mã e de Deus, levando nos braços Nosso Senhor Jesus Cristo. Você
vê o que aqueles que proı́bem a adoraçã o de imagens odeiam na
realidade, e de quem sã o os instrumentos. O demô nio da fornicaçã o se
esforçou para impedir a adoraçã o da imagem de Nossa Senhora ao
invé s de tentar o velho à impureza. Ele sabia que o primeiro mal era
maior do que a fornicaçã o.
Como estamos tratando de imagens e sua adoraçã o, vamos extrair o
signi icado com mais precisã o e dizer em primeiro lugar o que é uma
imagem; (2) Por que a imagem foi feita; (3) Quantos tipos de imagens
existem; (4) O que pode ser expresso por uma imagem e o que nã o
pode; (5) Quem primeiro fez as imagens. Novamente, quanto à
adoraçã o: (1) O que é adoraçã o; (2) Quantos tipos de adoraçã o
existem; (3) Quais sã o as coisas adoradas nas Escrituras; (4) Que toda
adoraçã o é para Deus, que é adorador por natureza; (5) Essa
honra mostrada à imagem é dada ao original.
Primeiro ponto.— O que é uma imagem?
Uma imagem é uma semelhança e representaçã o de algué m, contendo
em si a pessoa que é fotografada. A imagem nã o costuma ser uma
reproduçã o exata do original. A imagem é uma coisa, a pessoa
representada outra; uma diferença é geralmente perceptı́vel, porque o
assunto de cada um é o mesmo. Por exemplo, a imagem de um homem
pode dar sua forma corporal, mas nã o seus poderes mentais. Nã o tem
vida, nem fala, sente ou se move. Um ilho sendo a imagem natural de
seu pai é um pouco diferente dele, pois ele é um ilho, nã o um pai.
2º ponto.— Com que inalidade a imagem é feita.
Cada imagem é uma revelaçã o e representaçã o de algo oculto. Por
exemplo, o homem nã o tem um conhecimento claro do que é invisı́vel, o
espı́rito estando velado ao corpo, nem das coisas futuras, nem das
coisas separadas e distantes, porque ele está circunscrito pelo lugar e
pelo tempo. A imagem foi pensada para um maior conhecimento, e para
a manifestaçã o e popularizaçã o das coisas secretas, como puro
benefı́cio e ajuda à salvaçã o, para que, mostrando as coisas e fazendo-as
conhecer, possamos chegar aos ocultos, desejar e emular o que é . bom,
evite e odeie o que é mau.
3º Ponto.— Quantos tipos de Imagens existem.
As imagens sã o de vá rios tipos. Primeiro, existe a imagem natural. Em
tudo a concepçã o natural deve ser a primeira, entã o chegamos à
instituiçã o de acordo com a imitaçã o. O Filho é a primeira imagem
natural e imutá vel do Deus invisı́vel, o Pai, mostrando o Pai em si
mesmo. 'Pois nenhum homem viu a Deus.' Novamente, 'Nã o que
algué m tenha visto o Pai.' O apó stolo diz que o Filho é a imagem do Pai,
'Quem é a imagem do Deus invisı́vel', e para os hebreus, 'Quem é o
resplendor da sua gló ria e a igura da sua substâ ncia'. No Evangelho de
Sã o Joã o, descobrimos que Ele não mostrar o Pai em Si mesmo. Quando
Filipe lhe disse: 'Mostra-nos o Pai e isso nos basta', nosso Senhor
respondeu: 'Faz tanto tempo que estou convosco e nã o me conheces,
Filipe? Quem Me vê , vê o Pai. ' Pois o Filho é a imagem natural do Pai,
imutá vel, em tudo como o Pai, exceto que Ele é gerado, e que Ele nã o é o
Pai. O Pai gera, sendo nã o gerado. O Filho é gerado e nã o é o Pai, e o
Espı́rito Santo é a imagem do Filho. Pois ningué m pode dizer o Senhor
Jesus, exceto no Espı́rito Santo. Por meio do Espı́rito Santo
conhecemos Cristo, o Filho de Deus e Deus, e no Filho olhamos para o
pai. Pois nas coisas que sã o concebidas pela natureza, A linguagem é o
inté rprete e o espı́rito é o inté rprete da linguagem. O Espı́rito Santo é a
imagem perfeita e imutá vel do Filho, diferindo apenas em Sua
procissã o. O Filho é gerado, mas nã o prossegue. E o ilho de qualquer
pai é sua imagem natural. Assim, o natural é o primeiro tipo de
imagem.
O segundo tipo de imagem é a presciê ncia que está na mente de Deus a
respeito dos eventos futuros, Seu conselho eterno e imutá vel. Deus é
imutá vel e Seu conselho é sem princı́pio e, como foi determinado desde
toda a eternidade, é executado no tempo predeterminado por
Ele. Imagens e iguras do que Ele fará no futuro, a determinaçã o distinta
de cada uma, sã o chamadas de predeterminaçõ es pelo santo
Dionı́sio. Em Seus conselhos, as coisas predeterminadas por Ele foram
caracterizadas, representadas e ixadas imutavelmente antes de
acontecerem.
O terceiro tipo de imagem é aquela por imitaçã o (κατα μιμησιν) que
Deus fez, isto é , o homem. Pois como pode o que é criado ser da mesma
natureza do que nã o é criado, exceto por imitaçã o? Como a mente, o Pai,
a Palavra, o Filho e o Espı́rito Santo sã o um Deus, entã o a mente, a
palavra e o espı́rito sã o um homem, de acordo com a vontade e governo
soberano de Deus.
Pois Deus diz: 'Façamos o homem à nossa imagem e semelhança', e
acrescenta, 'e que ele tenha domı́nio sobre os peixes do mar e as aves
do cé u, e sobre toda a terra, e governe sobre ela . '
O quarto tipo de imagem sã o as iguras e tipos estabelecidos pela
Escritura de coisas invisı́veis e imateriais em forma corporal, para uma
apreensã o mais clara de Deus e dos anjos, atravé s de nossa
incapacidade de perceber coisas imateriais a menos que revestido de
forma material analó gica, como Dionı́sio o Areopagita diz, um homem
há bil nas coisas divinas. Algué m diria que nossa incapacidade de
alcançar a contemplaçã o das coisas intelectuais e nossa necessidade de
mé diuns familiares e cognatos tornam necessá rio que as coisas
imateriais sejam revestidas de forma e aspecto. Se, entã o, a Sagrada
Escritura se adapta a nó s na busca de nos elevar acima dos sentidos,
ela nã o faz imagens do que ela veste em nosso pró prio meio, e traz ao
nosso alcance aquilo que desejamos, mas nã o podemos ver? O
espiritual O escritor Gregory diz que a mente que se esforça para banir
as imagens corporais se reduz à incapacidade. Mas, desde a criaçã o do
mundo, as coisas invisı́veis de Deus sã o tornadas claras pela criaçã o
visı́vel. Vemos imagens em coisas criadas, que nos lembram vagamente
de sinais divinos. Por exemplo, o sol, a luz e o brilho, as á guas correntes
de uma fonte perene, nossa pró pria mente, linguagem e espı́rito, a doce
fragrâ ncia de uma roseira em lor, sã o imagens da Santı́ssima Trindade
Eterna.
O quinto tipo de imagem é aquela tı́pica do futuro, como o arbusto e o
velo, a vara e a urna, prenunciando a Virginal Mã e de Deus, e a serpente
curando atravé s da Cruz os mordidos pela antiga serpente. Assim,
novamente, o mar, a á gua e a nuvem prenunciam a graça do batismo.
O sexto tipo de imagem é para uma lembrança de eventos passados, de
um milagre ou uma boa açã o, para a honra e gló ria e memó ria
permanente dos mais virtuosos, ou para a vergonha e terror dos
ı́mpios, para o benefı́cio das geraçõ es seguintes que o contemplam,
para que possamos evitar o mal e fazer o bem. Esta imagem é de dois
tipos, seja por meio da palavra escrita em livros, pois a palavra
representa a coisa, como quando Deus ordenou que a lei fosse escrita
em tá buas e as vidas de homens tementes a Deus fossem registradas, ou
por meio de um objeto, como quando Ele ordenou que a urna e a vara
fossem colocadas na arca para uma memó ria duradoura, e os nomes
das tribos fossem gravados nas pedras do umeral. E també m ordenou
que as doze pedras fossem tiradas do Jordã o como um sı́mbolo
sagrado. Considere o prodı́gio, o maior que se abateu sobre o povo iel,
a tomada da arca e a divisã o das á guas. Portanto, agora estabelecemos
as imagens de homens valentes como um exemplo e uma lembrança
para nó s mesmos. Portanto, ou rejeite todas as imagens e ique em
oposiçã o à quele que ordenou essas coisas, ou receba cada um com uma
saudaçã o e maneira apropriada.
Quarto Capı́tulo. O que é uma imagem, o que nã o é ; e como cada
imagem deve ser apresentada.
Os corpos, como tendo forma, forma e cor, podem ser adequadamente
representados na imagem. Agora, se nada fı́sico ou material pode ser
atribuı́do a um anjo, espı́rito e demô nio, eles podem ser descritos e
circunscritos segundo sua pró pria natureza. Sendo seres intelectuais,
acredita-se que eles estã o presentes e se energizam em lugares que
conhecemos intelectualmente. Eles sã o representados materialmente
como Moisé s fez uma imagem dos querubins que eram vistos por
aqueles que eram dignos da honra, a imagem material oferecendo-lhes
uma visã o imaterial e intelectual. Apenas a natureza divina é
incircunscrita e incapaz de ser representada em forma ou formato, e
incompreensı́vel.
Se a Sagrada Escritura reveste Deus em iguras que sã o aparentemente
materiais, e podem até ser vistas, elas ainda sã o imateriais. Eles foram
vistos pelos profetas e aqueles a quem foram revelados, nã o com olhos
fı́sicos, mas com olhos intelectuais. Eles nã o foram vistos por todos. Em
uma palavra, pode-se dizer que podemos fazer imagens de todas as
formas que vemos. Nó s os apreendemos como se fossem vistos. Se à s
vezes entendemos os tipos pelo raciocı́nio e també m pelo que vemos, e
chegamos à sua compreensã o dessa forma, entã o, com todos os
sentidos, pelo que cheiramos, provamos ou tocamos, chegamos à
apreensã o trazendo nossa razã o para apoiar nossa experiê ncia.
Sabemos que é impossı́vel olhar para Deus, ou um espı́rito, ou um
demô nio como eles sã o. Eles sã o vistos de uma certa forma, a
providê ncia divina revestindo-se de tipo e igura o que é sem
substâ ncia ou ser material, para nossa instruçã o e conhecimento mais
ı́ntimo, para que nã o iquemos em grande ignorâ ncia de Deus e do
mundo espiritual. Pois Deus é um Espı́rito puro por Sua natureza. O
anjo, e uma alma, e um demô nio, comparados a Deus, o ú nico
incompará vel, sã o corpos; mas comparados aos corpos materiais , eles
nã o tê m corpo. Deus, portanto, nã o desejando que fô ssemos na
ignorâ ncia dos espı́ritos, os vestiu em tipo e igura, e em imagens
semelhantes à nossa natureza, formas materiais visı́veis à mente na
visã o mental. Nó s os colocamos em forma e formato, pois como os
querubins eram representados e descritos em imagem? Mas a Escritura
oferece formas e imagens até de Deus.
Quem primeiro fez uma imagem.
No princı́pio, Deus gerou Seu Filho unigê nito, Sua palavra, a imagem
viva de Si mesmo, a imagem natural e imutá vel de Sua eternidade. E Ele
fez o homem à Sua pró pria imagem e semelhança. E Adã o viu a Deus e
ouviu o som de Seus pé s enquanto caminhava à noite, e se escondeu no
paraı́so. E Jacó viu e lutou com Deus. E evidente que Deus apareceu a
ele na forma de um homem. E Moisé s o viu, e Isaias viu como se fossem
as costas de um homem, e como um homem sentado em um trono. E
Daniel viu a semelhança de um homem, e como o Filho do homem
chegando aos antigos de dias. Ningué m viu a natureza de Deus, mas o
tipo e a imagem do que deveria ser. Pois o Filho e a Palavra do Deus
invisı́vel deveria se tornar homem em verdade, para que pudesse ser
unido à nossa natureza e ser visto na terra. Ora, todos os que olhavam
para o tipo e a imagem do futuro, adoravam-no, como diz Sã o Paulo na
sua epı́stola aos Hebreus: 'Todos estes morreram segundo a fé , nã o
tendo recebido as promessas, mas contemplando-os de longe e
saudando-os . ' Nã o farei eu uma imagem dAquele que assumiu a
natureza da carne para mim? Nã o devo reverenciá -lo e adorá -Lo,
atravé s da honra e adoraçã o à Sua imagem? Abraã o nã o viu a natureza
de Deus, pois nenhum homem jamais viu a Deus, mas a imagem de
Deus, e caindo ele adorou. Josué viu a imagem de um anjo, nã o como ele
é , pois um anjo nã o é visı́vel aos olhos do corpo e, caindo, ele adorou,
assim como Daniel. No entanto, um anjo é uma criatura, servo e
ministro de Deus, nã o Deus. E ele adorou o anjo nã o como Deus, mas
como o espı́rito ministro de Deus. E nã o devo fazer imagens dos amigos
de Cristo? E nã o devo adorá -los como imagens dos amigos de Deus, nã o
como deuses? Nem Josué nem Daniel adoravam os anjos que viam
como deuses. També m nã o adoro a imagem de Deus, mas també m
atravé s da imagem dos santos, mostro a minha adoraçã o a Deus, porque
honro os Seus amigos, e os reverencio. Deus nã o se uniu à natureza
angelical, mas à humana. Ele nã o se tornou um anjo: Ele se tornou um
homem por natureza e em verdade. Na verdade, é a semente de Abraã o
que Ele abraça, nã o a do anjo.
O Filho de Deus em pessoa nã o assumiu a natureza dos anjos: Ele
assumiu a natureza do homem. Os anjos nã o participaram da natureza
divina, mas do trabalho e da graça. Agora, os homens não participam, e
tornar-se participantes da natureza divina quando recebem o Santo
Corpo de Cristo e beber seu sangue. Pois Ele está unido pessoalmente à
Divindade,24 e duas naturezas no Corpo de Cristo compartilhadas por
nó s sã o unidas indissoluvelmente em pessoa, e participamos das duas
naturezas, do corpo corporalmente, e da Divindade em espı́rito, ou,
melhor, de cada uma em ambas. Somos feitos um, nã o em pessoa, pois
primeiro temos uma pessoa e depois somos unidos pela fusã o do
corpo e do sangue. Como nã o seremos maiores que os anjos, se pela
idelidade aos mandamentos guardamos esta uniã o perfeita? Em si
mesma, nossa natureza está distante dos anjos, por causa da morte e
do peso do corpo, mas pela bondade de Deus e sua uniã o com Ele, ela
se tornou mais elevada do que os anjos. Pois os anjos permanecem por
essa natureza com temor e tremor, como, na pessoa de Cristo, ela se
senta em um trono de gló ria, e eles permanecerã o tremendo no
julgamento. De acordo com as Escrituras, eles nã o sã o participantes da
gló ria divina. Pois todos sã o espı́ritos ministradores, enviados a
ministrar por causa daqueles que serã o herdeiros da salvaçã o, nã o para
que reine juntos, nem para que sejam juntos glori icados, nem para que
se assentem à mesa do Pai. Os santos, ao contrá rio, sã o ilhos de Deus,
ilhos do reino, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo. Portanto,
honro os santos e glori ico os servos e amigos e co-herdeiros de Cristo:
servos por natureza, amigos por escolha: amigos e co-herdeiros pela
graça divina, como disse nosso Senhor ao falar ao Pai.
Já que falamos de imagens, falemos també m de adoraçã o e, em
primeiro lugar, determinemos o que é .
Em Adoraçã o. O que é adoraçã o?
Adoraçã o é um sı́mbolo de sujeiçã o - isto é , de submissã o e
humilhaçã o. Existem muitos tipos de adoraçã o.
Sobre os tipos de Adoraçã o.
O primeiro tipo é a adoraçã o de latreia, que damos a Deus, o ú nico
adorá vel por natureza, e essa adoraçã o é demonstrada de vá rias
maneiras, primeiro pela adoraçã o de servos. Todas as coisas criadas O
adoram, como servos a seu mestre. Todas as coisas Te servem, diz o
salmo. Alguns servem de boa vontade, outros de má vontade; alguns
com pleno conhecimento, de boa vontade, como no caso dos devotos,
outros sabendo, mas nã o querendo, contra sua vontade, como do
diabo. Outros, també m, por nã o conhecerem o Deus verdadeiro,
adoram apesar de si mesmos Aquele que nã o conhecem.
O segundo tipo é a adoraçã o de admiraçã o e desejo que damos a Deus
por causa de Sua gló ria essencial. Só Ele é digno de louvor, aquele que
nã o o recebe de ningué m, sendo Ele mesmo a causa de toda a gló ria e
de todo o bem, Ele é luz, doçura incompreensı́vel, perfeiçã o
incompará vel, incomensurá vel, um oceano de bondade, sabedoria sem
limites e poder, o ú nico é digno de si mesmo para despertar admiraçã o,
ser adorado, glori icado e desejado.
O terceiro tipo de adoraçã o é o de agradecimento pelos bens que
recebemos. Devemos agradecer a Deus por todas as coisas criadas, e
mostrar-Lhe adoraçã o perpé tua, pois dele e por Ele toda a criaçã o
assume o seu ser e subsiste. Ele dá generosamente de Seus dons a
todos, e sem que seja pedido. Ele deseja que todos sejam salvos e
participem de Sua bondade. Ele é longâ nimo conosco, pecadores. Ele
permite que Seu sol brilhe sobre justos e injustos, e Sua chuva caia
sobre maus e bons igualmente. E sendo o Filho de Deus, Ele se tornou
um de nó s por nó s, e nos fez participantes de sua natureza divina, para
que sejamos semelhantes a Ele, como diz Sã o Joã o em sua epı́stola
cató lica.
O quarto tipo é sugerido pela necessidade e esperança de
benefı́cios. Reconhecendo que sem Ele nã o podemos fazer nem possuir
nada de bom, nó s O adoramos, pedindo-Lhe que satisfaça nossas
necessidades e desejos, para que sejamos preservados do mal e
cheguemos ao bem.
O quinto tipo é a adoraçã o da contriçã o e con issã o. Como pecadores,
adoramos a Deus e nos prostramos diante Dele, necessitando do Seu
perdã o, pois ele se torna servo. Isso acontece de trê s maneiras. Um
homem pode se arrepender por amor, ou para que nã o perca os
benefı́cios de Deus, ou por medo de ser castigado. O primeiro é
motivado pela bondade e pelo desejo do pró prio Deus e pela condiçã o
de ilho: o segundo está interessado, o terceiro é escravo.
O que encontramos é adorado nas Escrituras e de quantas
maneiras demonstramos adoraçã o à s criaturas.
Em primeiro lugar, aqueles lugares em que Deus, o ú nico santo,
descansou, e Seu lugar de descanso nos santos, como na santa Mã e de
Deus e em todos os santos. Estes sã o os que se tornaram semelhantes a
Deus tanto quanto possı́vel, por sua pró pria vontade e pela habitaçã o
de Deus e por Sua graça permanente. Eles sã o realmente chamados de
deuses, nã o por natureza, mas por participaçã o; assim como o ferro em
brasa é chamado de fogo, nã o por natureza, mas pela participaçã o na
açã o do fogo. Ele diz: 'Sede santos porque eu sou santo.' A primeira
coisa é a livre escolha da vontade. Entã o, no caso de uma boa escolha,
Deus ajuda e con irma. 'Vou morar neles', diz Ele. 'Somos templos de
Deus, e o Espı́rito de Deus habita em nó s.' Novamente, Ele lhes deu
poder sobre os espı́ritos imundos, para expulsá -los e curar todos os
tipos de doenças e enfermidades. E novamente: 'O que eu faço, você
fará , e coisas maiores.' Novamente: 'Como eu vivo', diz Deus, 'aquele que
Me glori icar, eu o glori icarei.' Mais uma vez: se sofrermos com ele,
també m podemos ser glori icados com ele. E 'Deus estava' na sinagoga
dos deuses; no meio disso Ele aponta os deuses. Como, entã o, eles sã o
realmente deuses, nã o por natureza, mas como participantes da
natureza de Deus, entã o eles devem ser adorados, nã o como
adoradores por sua pró pria conta, mas como possuindo em si mesmos
Aquele que é adorador por natureza. Da mesma forma que o ferro,
quando aceso, nã o é por natureza quente e ardente ao toque, é o fogo
que o torna assim. Eles sã o adorados como exaltados por Deus, pois
atravé s Dele inspirando temor aos Seus inimigos e tornando-se
benfeitores dos ié is. E o amor de Deus que lhes dá livre acesso a Ele,
nã o como deuses ou benfeitores por natureza, mas como servos e
ministros de Deus. Nó s os adoramos, entã o, como o rei é homenageado
pela honra dada a um servo amado. Ele é honrado como um ministro no
atendimento de seu mestre - como um amigo valioso, nã o como um
rei. As oraçõ es dos que se aproximam com fé sã o ouvidas, seja pela
intercessã o do servo junto ao rei, seja pela aceitaçã o pelo rei da honra e
da fé demonstrada pelo peticioná rio do servo, pois foi em seu nome que
a petiçã o foi feita. Assim, aqueles que se aproximaram por meio dos
apó stolos obtiveram sua cura. Assim, a sombra, os lençó is e os cintos
dos apó stolos operaram curas. Aqueles que perversa e profanamente
desejam que eles sejam adorados como deuses sã o condená veis e
merecem o fogo eterno. E aqueles que, no falso orgulho de seus
coraçõ es, desdenham adorar os servos de Deus, estã o convencidos de
sua impiedade para com Deus. As crianças que zombaram e riram de
Elisseus sã o testemunhas disso, visto que foram devoradas por ursos.
Em segundo lugar, adoramos criaturas honrando aqueles lugares ou
pessoas que Deus associou com a obra de nossa salvaçã o, seja antes da
vinda de nosso Senhor ou desde a dispensaçã o de Sua encarnaçã o. Por
exemplo, eu venero o Monte Sinai, Nazaré , o está bulo de Belé m, e a
caverna, o monte sagrado do Gó lgota, a madeira da Cruz, os pregos e a
esponja e o junco, a lança sagrada e salvadora, o vestido e a tú nica, o
panos de linho, as roupas de enfaixamento, o tú mulo sagrado, a fonte de
nossa ressurreiçã o, o sepulcro, o monte sagrado de Siã o e o monte das
Oliveiras, o tanque de Betsaida e o jardim sagrado de Getsê mani e todos
os locais semelhantes. Eu os estimo e cada templo sagrado de Deus, e
tudo relacionado com o nome de Deus, nã o por sua pró pria conta, mas
porque eles mostram o poder divino, e por meio deles e neles aprouve a
Deus realizar nossa salvaçã o. Eu venero e adoro anjos e homens, e todas
as maté rias participando do poder divino e ministrando a nossa
salvaçã o por meio dele. Eu nã o adoro os judeus. Eles nã o sã o
participantes do poder divino, nem contribuı́ram para minha
salvaçã o. Eles cruci icaram o meu Deus, o Rei da Gló ria, movidos antes
pela inveja e pelo ó dio contra Deus seu Benfeitor. 'Senhor, adorei a
beleza da Tua casa', diz Davi, 'adoraremos no lugar onde Seus pé s
estavam. E adore em Sua montanha sagrada. ' A santa Mã e de Deus é a
santa montanha viva de Deus. Os apó stolos sã o as montanhas de ensino
de Deus. 'As montanhas saltaram como carneiros e as colinas como os
cordeiros do rebanho.'
O terceiro tipo de adoraçã o é dirigido a objetos dedicados a Deus, como,
por exemplo, os santos Evangelhos e outros livros sagrados. Eles foram
escritos para nossa instruçã o aos que vivem nestes ú ltimos dias. Vasos
sagrados, novamente, cá lices, turı́bulos, candelabros e altares
(τραπεζαι) pertencem a esta categoria. E evidente que o respeito se
deve a todos eles. Considere como Baltassar fez o povo usar os vasos
sagrados e como Deus tirou o reino dele.
O quarto tipo de adoraçã o é o de imagens vistas pelos profetas. Eles
viram Deus em visã o sensı́vel e imagens de coisas futuras, como a vara
de Arã o, a igura da virgindade de Nossa Senhora, a urna e a mesa. E
Jacó adorou na ponta (επι το ακρον) de sua vara. Ele era um tipo de
nosso Senhor. Imagens de eventos passados lembram sua lembrança. O
taberná culo era uma imagem do mundo inteiro. 'Vê ', disse Deus a
Moisé s, 'o tipo que te foi mostrado na montanha, e os querubins de
ouro, obra de escultores e os querubins dentro do vé u de tecido'. Assim,
adoramos a igura sagrada da Cruz, a semelhança das feiçõ es corporais
do nosso Deus, a semelhança daquela que o deu à luz e tudo o que lhe
pertence.
A quinta maneira é na adoraçã o mú tua, tendo sobre nó s a marca de
Deus e sendo feitos à Sua imagem, humilhando-nos mutuamente e
cumprindo assim a lei da caridade.
A sexta maneira é a adoraçã o daqueles que estã o no poder e que tê m
autoridade. 'Dê a todos os homens suas dı́vidas', diz o apó stolo; 'dê
honra onde é devido.' Jacó fez isso ao adorar Esaú como seu irmã o mais
velho e Faraó , o governante estabelecido por Deus.
Em sé timo lugar, o culto dos servos aos seus senhores e benfeitores, e
dos peticioná rios aos que concedem seus favores, como no caso de
Abraã o quando comprou a caverna dupla dos ilhos de Emmor.
E desnecessá rio dizer que o medo, o desejo e a honra sã o sı́mbolos de
adoraçã o, assim como submissã o e humilhaçã o. Ningué m deve ser
adorado como Deus, exceto o ú nico Deus verdadeiro. O que quer que
seja devido a todo o resto é pelo amor de Deus.
Vê s que grande força e zelo divino se dá a quem venera as imagens dos
santos com fé e consciê ncia pura. Portanto, irmã os, vamos nos
posicionar na rocha da fé e na tradiçã o da Igreja, nã o removendo os
limites impostos por nossos santos padres da antiguidade, nem
ouvindo aqueles que introduziriam inovaçã o e destruiriam a economia
de a santa Igreja Cató lica e Apostó lica de Deus. Se algué m seguir seu
caminho tolo, em pouco tempo toda a organizaçã o da Igreja será
reduzida a nada. Irmã os e ilhos amados da Igreja, nã o envergonhem
sua mã e, nã o a despedacem. Receba seus ensinamentos atravé s de
mim. Ouça o que Deus diz dela: 'Tu é s toda formosa, ó meu amor, e nã o
há uma mancha em ti.' Adoremos e adoremos nosso Deus e Criador
como o ú nico digno de adoraçã o por natureza, e adoremos a Santa Mã e
de Deus, nã o como Deus, mas como Mã e de Deus segundo a
carne. Vamos adorar os santos també m, como os amigos escolhidos de
Deus e como possuidores de acesso a ele. Se os homens adoram reis
sujeitos à corrupçã o, que muitas vezes sã o maus e ı́mpios, e aqueles
que governam ou sã o delegados em seu nome, como diz o santo
apó stolo, 'Esteja sujeito a prı́ncipes e poderes', e novamente, 'Dê a
todos os que lhes sã o devidos, a uma honra, para outro temor, 'e nosso
Senhor,' Dê a Cé sar o que é de Cé sar, e a Deus o que é de Deus, 'quanto
mais devemos adorar o Rei dos Reis? Só ele é Deus por natureza; e
devemos adorar Seus servos e amigos que reinam sobre suas paixõ es e
sã o constituı́dos governantes de toda a terra. 'Tu fará s deles prı́ncipes
sobre toda a terra', diz Davi. Eles recebem poder contra demô nios e
doenças, e com Cristo eles reinam sobre um reino incorruptı́vel e
imutá vel. Somente sua sombra gerou doenças e demô nios. Nã o
deverı́amos considerar uma sombra uma coisa mais leve e fraca do que
uma imagem? No entanto, é um esboço verdadeiro do original. Irmã os,
o cristã o é fé . 25 Quem anda pela fé ganha muito. O que duvida, ao
contrá rio, é como uma onda do mar dilacerada e agitada; ele nã o
aproveita nada. Todos os santos agradaram a Deus pela fé . Vamos,
entã o, receber o ensinamento da Igreja com simplicidade de coraçã o,
sem questionar. Deus fez o homem sã o e sã o. Era o homem que estava
mais curioso. Nã o procuremos aprender uma nova fé , destrutiva da
tradiçã o antiga, diz Sã o Paulo: 'Se algué m ensina qualquer outro
Evangelho diferente daquele que lhe foi ensinado, seja aná tema.' Assim,
adoramos imagens, e nã o é uma adoraçã o da maté ria, mas daqueles
que a maté ria representa. A honra dada à imagem refere-se ao original,
como diz com razã o o santo Bası́lio.
E que Cristo te encha da alegria da Sua ressurreiçã o, santı́ssimo
rebanho de Cristo, povo cristã o, raça eleita, corpo da Igreja, e te torne
digno de seguir as pegadas dos santos, dos pastores e mestres da Igreja
, levando você a desfrutar de Sua gló ria no brilho dos santos. Que você
ganhe Sua gló ria por toda a eternidade, com o Pai Incriado, a quem seja
louvado para sempre. Um homem.

Falando sobre a distinçã o entre imagens e ı́dolos, e de inindo o que sã o


imagens, é hora de dar as provas em questã o, de acordo com o que
prometemos.26
Testemunho de pais antigos e eruditos a respeito de imagens.
São Denis, Bispo de Atenas, de sua carta a São João Apóstolo e
Evangelista.
Imagens sensatas realmente mostram coisas invisı́veis.
O mesmo, de sua Homilia sobre a Hierarquia Eclesiástica.
As substâ ncias e ordens à s quais já aludimos com reverê ncia sã o
espı́ritos e sã o apresentados em ordem espiritual e imaterial. Podemos
ver isso quando trazidos ao nosso mé dium, simbolizado em vá rias
formas, pelas quais somos conduzidos à contemplaçã o mental de Deus
e da bondade divina. Os espı́ritos pensam nEle como espı́ritos de
acordo com sua natureza, mas somos levados o mais longe que
podemos por imagens sensı́veis à contemplaçã o divina.
Comentário. - Se, entã o, somos conduzidos por meio de imagens
sensı́veis à contemplaçã o divina, que inconveniê ncia há em fazer uma
imagem daquele que foi visto na forma, há bito e natureza do homem
por nó s?
São Basílio, de sua homilia sobre os quarenta mártires.
As fortunas da guerra costumam fornecer maté ria tanto para oradores
quanto para pintores. Os oradores os descrevem em linguagem
brilhante, os pintores os descrevem em suas telas e ambos levaram
muitos a atos de fortaleza. Aquilo que as palavras estã o ao ouvido, que a
imagem muda indica para imitaçã o.
O mesmo, nos Trinta Capítulos sobre o Espírito Santo a
An ilochios, 18ª Resposta.
A imagem do rei també m é chamada de rei, e nã o há dois reis. Nem o
poder é quebrado, nem a gló ria é dividida. Como somos governados por
um governo e autoridade, nossa homenagem é uma, nã o muitas. Assim,
a homenagem dada à imagem é referida ao original. Aquilo que a
imagem representa por imitaçã o na terra, que o Filho está por natureza
no cé u.
Comentário. —Assim, assim como quem nã o honra o Filho nã o honra o
Pai que o enviou, como diz nosso Senhor, també m quem nã o honra a
imagem nã o honra o original. Ainda assim, algué m diz: 'Nã o podemos
recusar honrar a imagem de Cristo, mas nã o teremos os santos.' Que
loucura! Ouça o que nosso Senhor diz aos seus discı́pulos: 'Quem vos
recebe, a mim me recebe', para que o homem que nã o honra os santos
també m nã o honre a Cristo.
São João Crisóstomo, de seu 'Comentário sobre a Epístola aos
Hebreus'.
Como pode o que precede ser uma imagem do que se segue, como, por
exemplo, Melquisedeque de Cristo? Da mesma forma que um esboço
seria um esboço da imagem. Por causa disso, a velha lei é chamada de
sombra, e a nova - a verdade e o que está por vir - certezas. Assim ,
Melquisedeque, que representa a lei, é um prenú ncio da imagem. A
nova dispensaçã o é a verdade; a imagem totalmente concluı́da mostra a
eternidade. Podemos chamar a velha dispensaçã o de um tipo de tipo, e
a nova de um tipo das pró prias coisas.
Da História Espiritual de Teodoro, Bispo de Ciro. Da 'Vida de
Estilistas de São Simão.'
E supé r luo falar da Itá lia. Dizem que este homem icou tã o conhecido
na grande cidade de Roma, que pequenas está tuas foram erguidas para
ele em todos os pó rticos das o icinas, como uma certa proteçã o para
eles, e uma garantia de segurança.
São Basílio, de seu 'Comentário sobre Isaias.'
Quando o diabo viu o homem feito à imagem e semelhança de Deus,
visto que ele nã o podia lutar contra Deus, ele desabafou sua maldade à
imagem de Deus. Da mesma forma, um homem irado pode apedrejar a
imagem do Rei, porque ele nã o pode apedrejar o Rei, golpeando a
madeira que traz sua semelhança.
Comentário. —Assim, todo homem que honra a imagem deve
necessariamente honrar o original.
O mesmo.
Assim como o homem que mostra desprezo pela imagem real deve
mostrá -la para o pró prio Rei, també m é condenado pelo pecado quem
mostra desprezo pelo homem feito à imagem.
Santo Atanásio, dos cem capítulos dirigidos a Antíoco, o prefeito,
de acordo com a pergunta e a resposta. xxxviii.
Responder. —Nó s, que somos dos ié is, nã o cultuamos as imagens como
deuses, como os pagã os o faziam, Deus nos livre, mas marcamos só o
nosso desejo amoroso de ver o rosto da pessoa representada na
imagem. Portanto, quando ela é apagada, costumamos jogar a imagem
como se fosse madeira no fogo. Jacó , quando estava para morrer,
adorou na ponta do cajado de José , nã o honrando o cajado, mas seu
dono. Da mesma forma, saudamos as imagens, como devemos abraçar
nossos ilhos e pais para expressar nossa afeiçã o. Assim, o judeu
també m adorava as tá buas da lei e os dois querubins de ouro
esculpidos, nã o porque honrasse o ouro ou a pedra para si, mas o
Senhor que ordenou que fossem feitos.
São João Crisóstomo, no 'Terceiro Salmo, em Davi e Absalão'.
Reis colocam trofé us vitoriosos antes de seus generais
conquistadores; governantes erigem monumentos orgulhosos para
seus cocheiros, e homens bravos, e com o epitá io como uma coroa,
usam maté ria para seu triunfo. Outros, novamente, escrevem os elogios
aos conquistadores em livros, desejando mostrar que seu pró prio dom
de louvar é maior do que os elogiados. E oradores e pintores, escultores
e pessoas, governantes e cidades e lugares aclamam os
vitoriosos. Ningué m jamais fez imagens do desertor ou do covarde.
São Cirilo de Alexandria, em seu 'Discurso ao Imperador Teodósio'.
Se as imagens representam os originais, elas devem suscitar a mesma
reverê ncia.
O mesmo, de seus 'Tesouros'.
As imagens sã o sempre a semelhança de seus originais.
O mesmo, de seu Poema, sobre a 'Revelação de Cristo sendo
representada por todo o Ensino de Moisés. Em Abraão e
Melquisedeque. '- Cap. vi.
As imagens devem ser feitas apó s seus originais.
São Gregório de Nazianzen, de Seu Sermão sobre o 'Filho', ii.
Uma imagem é essencialmente uma representaçã o de seu original.
São Crisóstomo, de seu Terceiro 'Comentário sobre os
Colossenses.'
A imagem do invisı́vel, se també m fosse invisı́vel, deixaria de ser
imagem. Uma imagem, enquanto imagem, deve ser guardada
inviolavelmente por nó s, pela semelhança que representa.
O mesmo, de seu 'Comentário sobre os hebreus'. xvii.
Como nas imagens a imagem apresenta a forma de um homem, embora
nã o a sua força, o original e a semelhança tê m muito em comum, pois a
semelhança é o homem.
Eusebius Pamphilius, do Quinto Livro de suas Provas do
Evangelho, sobre 'Deus apareceu a Abraão pelo Carvalho de
Mambre.'
Portanto, mesmo agora os habitantes apreciam o lugar onde as visõ es
apareceram a Abraã o, como divinamente consagradas. A terebintina
ainda está para ser vista, e aqueles que receberam a hospitalidade de
Abraã o estã o pintados, um de cada lado, e o estranho de maior
dignidade no meio. Ele seria uma imagem de nosso Senhor e Salvador,
a quem até mesmo os homens rudes reverenciam, em cujas palavras
divinas eles acreditam. Foi Ele quem, por meio de Abraã o, semeou as
sementes da piedade nos homens. A semelhança e há bito de um
homem comum, Ele se apresentou a Abraã o,27 e deu-lhe o
conhecimento de seu pai.
João de Antioquia, também chamado de Malala, de sua cronogra ia
sobre a 'Mulher com luxo de sangue, que erigiu um monumento a
Cristo'.
A partir dessa é poca Joã o Batista tornou-se conhecido dos homens, e
Herodes, toparcha da regiã o da Traquonite , decapitou-o na cidade de
Sebaste, no oitavo dia do kalends de junho, sendo Flaccus e Ruf inus
cô nsules. O rei Herodes, ilho de Filipe, triste com este evento, deixou a
Judé ia. Uma mulher rica, de nome Berenice, que també m morava na
Paneada, o procurou desejando ter sido curada por Jesus, para erguer
um monumento a Ele. Nã o ousando fazê -lo sem o consentimento do rei,
ela apresentou uma petiçã o ao rei Herodes, pedindo permissã o para
erguer um monumento de ouro naquela cidade ao nosso Senhor. A
petiçã o correu assim: -
Ao augusto Herodes, toparcha, legislador de judeus e gregos, rei da
traquonite, petiçã o suplicante de Berenice, habitante da Paneada. Você
é coroado com justiça e misericó rdia e todas as outras
virtudes. Sabendo disso e na esperança de sucesso, estou escrevendo
para você . Se você ler meu começo, logo será instruı́do quanto aos
fatos. Desde a infâ ncia sofri com um luxo de sangue e gastei meu
tempo e minha substâ ncia com mé dicos, e nã o fui curado. Ouvindo
sobre o maravilhoso Cristo, como Ele ressuscitou os mortos, trouxe
demô nios e curou os enfermos com uma palavra, eu també m fui a Ele
como a Deus. E me aproximando da multidã o que O rodeava temendo
que Ele me rejeitasse com raiva por causa da minha reclamaçã o, e que
eu o sentisse mais, disse a mim mesmo: 'Se ao menos pudesse tocar na
orla de Sua vestimenta, estaria curado. ' Mal o toquei, a hemorragia
parou e fui curado na hora. E Ele, como se tivesse lido o desejo do meu
coraçã o, disse em voz alta: 'Quem Me tocou? O poder saiu de mim! ' E
eu pá lido e trê mulo, pensando em livrar-me da minha doença o mais
cedo, prostrei-me a Seus pé s, banhando o chã o com minhas lá grimas, e
confessando minha açã o. Ele, em Sua bondade, compassivo comigo,
assegurou-me da minha cura, dizendo: 'Tem bom coraçã o, ilha, a tua fé
te curou. Vá em paz!' Agora, augusto governante, conceda minha justa
petiçã o. O rei Herodes, recebendo esta petiçã o, icou pasmo e pasmo
com a cura e respondeu: 'A cura feita para você , ó mulher, merece um
monumento esplê ndido. Vá entã o e coloque qualquer memorial que
você quiser para Ele, em louvor ao Curador. ' E imediatamente Berenice,
a enferma de outrora, erigiu no meio de sua pró pria cidade de Paneada
um monumento em bronze, adornado com ouro e prata. Ainda está de
pé na cidade de Paneada. Nã o faz muito tempo, ele foi retirado do local
onde icava para o meio da cidade e colocado em uma casa de
oraçã o. Um, Batho, um judeu convertido, encontrou-o mencionado em
um livro que continha um relato de todos aqueles que reinaram na
Judé ia.
Extraído da 'História Eclesiástica de Sócrates', Livro I. Cap. xviii.,
no Imperador Constantino.
Depois disso, o imperador Constantino, sendo muito zeloso pela
religiã o cristã , destruiu as observâ ncias pagã s e proibiu os combates
individuais, enquanto colocava suas imagens nos templos.
Stephen Bostrenus, contra os judeus. 4.
Fizemos as imagens dos santos em memó ria de Abraã o, Isaque, Jacó ,
Moisé s, Elias e Zacarias, e de outros profetas e santos má rtires, que
deram suas vidas por ele. Cada um que olha para suas imagens pode,
assim, ser lembrado deles e glori icar Aquele que os glori ica.
O mesmo.
Quanto à s imagens, tenhamos coragem de que toda obra feita em nome
de Deus é boa e santa. Agora, quanto aos ı́dolos e está tuas, cuidado, eles
sã o todos ruins, tanto as coisas quanto seus criadores. Uma imagem de
um profeta sagrado é uma coisa, uma está tua ou igura esculpida de
Saturno ou Vê nus, o sol ou a lua, outra bem diferente. Como o homem
foi feito à imagem de Deus, ele é adorado; mas a serpente, como
imagem do diabo, é impura e execrá vel. Diga-me, ó judeu, se você rejeita
a obra das mã os do homem, o que resta na terra para ser adorado que
nã o seja a obra de suas mã os? Nã o foi a arca feita por mã os, e o altar, o
propiciató rio e os querubins, a urna de ouro contendo o maná , a mesa e
o taberná culo interno, e tudo o que Deus ordenou que fosse colocado
no Santo dos Santos? Nã o eram os querubins imagens de anjos feitas
por mã os? Você os chama de ı́dolos? O que você diria a Moisé s que os
adorava e a Israel? Adoraçã o é um sı́mbolo de honra, e nó s, pecadores,
adoramos a Deus e O glori icamos pela adoraçã o divina de latreia que é
devida a Ele, e trememos diante Dele como nosso Criador. Adoramos os
anjos e servos de Deus por Sua causa, como criaturas e servos de
Deus. Uma imagem é um nome e semelhança dele que
representa. Assim, tanto por escrito quanto por gravura, estamos
sempre atentos aos sofrimentos de nosso Senhor e dos santos profetas
na velha e na nova lei.
São Leôncio de Nápoles, em Chipre, contra os judeus - Livro v.
Entre, entã o, de coraçã o em nosso pedido de desculpas pela feitura de
imagens sagradas, para que a boca de pessoas tolas que falam injustiça
possam ser fechadas. Essa tradiçã o vem da velha lei, nã o de nó s. Ouça a
ordem de Deus a Moisé s de que ele deveria fazer dois querubins
trabalhados em metal para ofuscar o propiciató rio. E novamente, Deus
mostrou o templo a Ezequiel, com suas faces esculpidas de leõ es,
formas de palmas e homens do chã o ao teto. O comando é
verdadeiramente inspirador. Deus, que ordena a Israel que nã o faça
nenhuma coisa esculpida, semelhança ou imagem de qualquer coisa no
cé u ou na terra, també m ordena a Moisé s que faça querubins
esculpidos. Deus mostra o templo a Ezequiel, cheio de imagens e
semelhanças esculpidas de leõ es, palmas e homens. E Salomã o, em
conformidade com a lei, encheu o templo com iguras de metal de bois,
palmas e homens, e Deus nã o o censurou por isso. Agora, se você
deseja me censurar a respeito das imagens, você condena Deus, que
ordenou que essas coisas fossem feitas para que nos lembrassem Dele
mesmo.
O mesmo, do terceiro livro.
Mais uma vez, os ateus zombam de nó s a respeito da Santa Cruz e da
adoraçã o de imagens divinas, chamando-nos de idó latras e adoradores
de deuses de madeira. Agora, se eu sou um adorador da madeira, como
você diz, eu sou um adorador de muitos e, se for assim, eu deveria jurar
por muitos, e dizer: 'Pelos deuses', assim como você ao ver um bezerro
disse: 'Estes sã o os teus deuses, ó Israel.' Você nã o poderia sustentar
que os lá bios cristã os usaram a expressã o, mas a sinagoga adú ltera e
incré dula costuma lançar infâ mia sobre a onisciente Igreja de Cristo.
O mesmo.
Nã o adoramos como deuses as iguras e imagens dos santos. Pois se
fosse a mera madeira da imagem que adorá vamos como Deus,
deverı́amos igualmente adorar toda a madeira, e nã o, como muitas
vezes acontece, quando a forma esmaece, lançar a imagem ao fogo. E
novamente, enquanto a madeira permanecer na forma de uma cruz, eu
a adoro por causa de Cristo que foi cruci icado nela. Quando ele se
despedaça, eu os jogo no fogo. Assim como o homem que recebe as
ordens seladas do rei e abraça o selo, considera o pó , o papel e a cera
como dignos de sua referê ncia ao serviço do rei, també m nó s, cristã os,
ao adorar a cruz, nã o adoramos a madeira para em si mesma, mas
vendo nela a impressã o, o selo e a igura do pró prio Cristo, cruci icado
por ela e sobre ela, caı́mos e adoramos.
O mesmo.
Por conta disso, descrevo Cristo e Seus sofrimentos em igrejas, casas,
lugares pú blicos e imagens, em roupas e depó sitos, e em todos os
lugares disponı́veis, para que sempre diante de mim, eu possa guardá -
los na memó ria duradoura, e nã o se esqueça, como você está , de meu
Senhor Deus. Ao adorar o livro da lei, você nã o está adorando
pergaminho ou cor, mas as palavras de Deus nele contidas. Da mesma
forma, eu adoro a imagem de Cristo, nem madeira nem tintura para si
mesmas. Adorando uma igura inanimada de Cristo atravé s da Cruz,
pareço possuir e adorar Cristo. Jacó recebeu de seus irmã os que o
venderam a capa de muitas cores de José e a acariciou com lá grimas
enquanto olhava para ela. Ele nã o chorou sobre o manto, mas
considerou isso uma forma de mostrar seu amor por José e de abraçá -
lo. Assim, nó s, cristã os, abraçamos com os nossos lá bios a imagem de
Cristo, ou dos apó stolos, ou dos má rtires, enquanto em espı́rito
consideramos que estamos abraçando o pró prio Cristo ou o seu
má rtir. Como já disse muitas vezes, o im em vista deve sempre ser
considerado em toda saudaçã o e adoraçã o. Se você me repreende
porque eu adoro o bosque da cruz, por que nã o repreende Jacó por
adorar na ponta do cajado de José ? (επι το ακρον τῆ ς ραβδου). E
evidente que nã o foi a madeira que ele honrou com sua adoraçã o, mas a
José , visto que adoramos a Cristo por meio da Cruz. Abraã o adorou
homens ı́mpios que lhe venderam a caverna e se ajoelhou no chã o, mas
ele nã o os adorou como deuses. E novamente, Jacó magni icou o ı́mpio
Farao e o idó latra Esaú sete vezes, mas nã o como Deus. Quantas
saudaçõ es e adoraçõ es eu coloquei diante de você s, tanto naturais
quanto escriturı́sticos, que nã o devem ser condenados, e você mal vê
algué m adorando a imagem de Cristo ou de Sua Imaculada (παναγιας)
Mã e ou um santo, entã o você ica zangado e blasfemar e me chamar de
idó latra. Você nã o tem vergonha de me ver como você faz dia apó s dia
derrubando templos de ı́dolos em todo o mundo e elevando igrejas aos
má rtires? Se eu adoro ı́dolos, por que honro os má rtires, seus
destruidores? Se eu glori ico a madeira, como você diz, por que honro
os santos que derrubaram as está tuas de demô nios em madeira? Se eu
glori ico as pedras, como posso glori icar os apó stolos que quebraram
os ı́dolos de pedra? Se eu honrar as imagens de falsos deuses, como
posso louvar, glori icar e guardar a festa dos trê s ilhos da Babilô nia que
nã o adorariam a está tua de ouro? Quã o imensamente tolas erram, e
quã o cegas elas sã o! Que desavergonhada é tua, ó judeu! que
impiedade! Você peca de fato contra a verdade. Levanta-te, ó Deus, e
justi ica a Tua causa. Julgue-nos e justi ique-nos de pessoas, nã o de
todas as pessoas, mas de pessoas insensatas e hostis que
constantemente Te provocam.
O mesmo.
Se, como já disse muitas vezes, eu adorasse a madeira e a pedra como
Deus, eu també m deveria dizer a cada um: 'Tu me geraste.' Se eu adoro
as imagens dos santos, ou melhor, os santos, e adoro e reverencio os
combates dos santos má rtires, como você pode chamar esses ı́dolos de
homem sem sentido? Pois os ı́dolos sã o semelhanças de falsos deuses e
adú lteros, assassinos e homens luxuosos, nã o de profetas ou
apó stolos. Ouça enquanto eu dou um exemplo revelador e mais
verdadeiro de imagens cristã s e pagã s. Os caldeus na Babilô nia tinham
todos os tipos de instrumentos musicais para a adoraçã o de ı́dolos que
eram demô nios, e os ilhos de Israel trouxeram instrumentos musicais
de Jerusalé m, os quais penduraram nos salgueiros, e os instrumentos
de alaú des e instrumentos de cordas e lautas espalharam suas mú sicas,
estas para a gló ria de Deus, as outras para o serviço dos
demô nios. Portanto, você deve olhar para as imagens e ı́dolos de pagã os
e cristã os. Os ı́dolos pagã os eram para a gló ria e lembrança do diabo; As
imagens cristã s sã o para a gló ria de Cristo e de Seus apó stolos, má rtires
e santos.
O mesmo.
Quando, entã o, você vir um cristã o adorando a Cruz, saiba que sua
adoraçã o nã o é dada ao bosque, mas a Cristo Cruci icado. Podemos
muito bem adorar todas as madeiras, como Israel adorava bosques e
á rvores, dizendo: 'Tu é s o meu Deus e me geraste.' Nã o é assim
conosco. Mantemos nas igrejas e em nossas casas uma lembrança e
uma representaçã o dos sofrimentos de nosso Senhor e daqueles que
lutaram por Ele, fazendo tudo por Ele.
Mais uma vez. Diga-me, ó judeu, que lei autorizou Moisé s a adorar
Jethor, seu cunhado e um idó latra? Ou Jacó para adorar Faraó e Abraã o,
os ilhos de Emor? Eles eram apenas homens e profetas. Novamente,
Daniel adorou o ı́mpio Nabuchodonosor. Pois se eles agiram assim por
conta da vida neste mundo, por que você me reprova por adorar as
sagradas memó rias dos santos, seja em livros ou em imagens, seus
combates e sofrimentos, que sã o uma fonte diá ria de bem para mim, e
me ajudar a vida duradoura e eterna?
Santo Atanásio contra os arianos. - Livro iii.
O Filho sendo da mesma substâ ncia que o Pai, Ele pode dizer com
justiça que Ele tem o que o Pai tem. Portanto, era apropriado e
apropriado que depois das palavras 'Eu e o Pai somos um', ele deveria
adicionar, 'que você s possam saber que Eu estou no Pai e o Pai em
Mim'. Ele já havia dito a mesma coisa. 'Quem Me vê , vê o Pai.' Há uma
ú nica e mesma mente nessas trê s palavras. Saber que o Pai e o Filho sã o
um é saber que ele está no Pai e o Pai está no Filho. A divindade do ilho
é a divindade do pai. O homem que recebe isso entende 'que aquele que
vê o Filho vê o Pai'. Pois a Divindade do Pai é vista no Filho. Isso será
mais fá cil de entender com o exemplo da imagem do rei, que mostra sua
forma e semelhança. O rei é a semelhança de sua imagem. A
semelhança do rei está indelevelmente impressa na imagem, de modo
que qualquer um que olhe para a imagem veja o rei e, novamente,
qualquer um que olhe para o rei reconhece que a imagem é sua
semelhança. Sendo uma semelhança indelé vel, a imagem pode
responder a um homem, que expressou o desejo de ver o rei apó s
contemplá -la, dizendo: 'O rei e eu somos um. Eu estou nele e ele está
em mim. O que você vê em mim, você vê nele, e o homem que olha para
ele o vê em mim. ' Aquele que adora a imagem, adora o rei nela. A
imagem é sua forma e semelhança.
O mesmo, para Antíoco, o Governante.
O que dizem nossos adversá rios a essas coisas, aqueles que a irmam
que nã o devemos adorar as efı́gies dos santos, que sã o preservadas
entre nó s para a lembrança delas.
Santo Ambrósio de Milão, ao Imperador Graciano sobre a
Encarnação de Deus o Verbo.
Deus antes que a carne fosse feita, e Deus na carne. Há o temor de que,
abstraindo de Cristo o duplo princı́pio de açã o e sabedoria,
glori iquemos um Cristo mutilado. Agora, é possı́vel dividir Cristo
enquanto adoramos Sua Divindade e Sua carne? Nó s O dividimos
quando adoramos ao mesmo tempo a imagem de Deus e da Cruz? Deus
me livre.
São Cirilo de Jerusalém, décima segunda instrução.
Se você busca a causa da presença de Cristo, volte ao primeiro capı́tulo
das Escrituras. Deus fez o mundo em seis dias, mas o mundo foi feito
para o homem. O sol mais brilhante brilhando com luz foi feito para o
homem. E todas as coisas vivas foram criadas para nosso serviço,
á rvores e lores para nosso prazer. Todas as coisas criadas eram belas,
mas apenas o homem era a imagem de Deus. O sol nasceu apenas por
comando: o homem foi moldado pela Mã o Divina. 'Façamos o homem à
nossa imagem e semelhança.' A imagem de madeira de um rei terreno é
homenageada, quanto mais a imagem racional de Deus?
São João Crisóstomo, nos Machabees.
As efı́gies reais sã o mostradas nã o apenas em ouro e prata e nos
materiais mais caros, mas a pró pria forma real, até mesmo em cobre. A
diferença de maté ria nã o afeta a dignidade do personagem
impressionado, nem um material mais vil diminui a honra do que é
grande. A igura real é sempre uma consagraçã o; nã o diminuı́do pela
maté ria, ele exalta a maté ria.
O mesmo, contra Juliano, o Apóstata. - Primeiro Livro.
O que esse novo Nabuchodonosor quer? Ele nã o se mostrou mais gentil
conosco do que Nabuchodonosor de outrora, cuja fornalha ainda nos
atravessa, embora tenhamos escapado de suas chamas. Os santuá rios
dos santos nas igrejas, que convidam ao culto dos ié is, nã o anunciam a
destruiçã o do corpo?28
O mesmo, na Piscina.
Assim como quando a efı́gie real e a imagem sã o enviadas ou
carregadas para a cidade, os governantes e o povo saem para recebê -la
com respeito e reverê ncia, nã o honrando o receptá culo de madeira ou a
representaçã o de cera, mas a pessoa do rei; assim é com as coisas
criadas.
Severiano da Gabali, na Cruz.
Quarta Homilia. - 'Moisé s bateu na rocha duas vezes.' Por que duas
vezes? Se ele estava obedecendo aos mandamentos de Deus, que
necessidade havia de golpear uma segunda vez? Se nã o fosse, nã o dois,
ou dez, ou cem golpes teriam desbloqueado a natureza: se fosse
simplesmente a obra de Deus sem o misté rio da Cruz, um golpe, ou
aceno de cabeça, ou palavra teria bastado. Mas é para ser uma imagem
da Cruz. Moisé s, diz a Escritura, golpeou uma e outra vez, no sinal da
Cruz, nã o por necessidade real, de forma que a natureza inanimada
pudesse reverenciar o sı́mbolo. Se na ausê ncia do rei sua imagem
fornece seu lugar, os governantes adoram e festivais sã o realizados, e os
prı́ncipes saem para encontrá -lo, e as pessoas se prostram, nã o olhando
para o material, mas para a igura do rei mostrada em representaçã o
nã o visto na natureza, quanto mais a imagem do Rei Eterno quebrará os
cé us e todo o universo, nã o apenas a rocha.
Jerônimo, sacerdote de Jerusalém, na Santíssima Trindade.
Visto que a Escritura em nenhum lugar o ordena a adorar a Cruz, o que
o faz adorá -la? Diga-nos, judeus e pagã os, e todas as pessoas curiosas.
Responder. - Por causa disso, ó preguiçoso e tolo de coraçã o, Deus
permitiu que o povo, que O reverenciava, adorasse o que havia na terra,
obra das mã os do homem, para que nã o pudessem reprovar os cristã os
quanto à Cruz e ao culto de imagens. Agora, assim como o judeu
adorava a arca da aliança, e os dois querubins esculpidos em ouro e as
duas tá buas de Moisé s, embora nã o haja nenhuma ordem de Deus para
adorá -los ou reverenciá -los, o mesmo ocorre com os cristã os. Nã o
reverenciamos a cruz como Deus; por meio dela mostramos o que
realmente sentimos pelo Cruci icado.
Simeão do Monte Thaumastus em imagens.
Possivelmente, um incré dulo contencioso sustentará que nó s,
adoradores de imagens em nossas igrejas, somos condenados por orar
a ı́dolos sem vida. Longe de nó s fazer isso. Fé 29 faz os cristã os, e Deus,
que nã o pode enganar, faz milagres. Nã o nos contentamos com mera
coloraçã o. Com a imagem material diante de nossos olhos, vemos o
Deus invisı́vel por meio da representaçã o visı́vel e o glori icamos como
se estivesse presente, nã o como um Deus sem realidade, mas como
Deus que é a essê ncia do ser. Nem sã o os santos a quem glori icamos
ictı́cios. Eles estã o existindo e vivendo com Deus; e seus espı́ritos
sendo santos, eles ajudam, pelo poder de Deus, aqueles que merecem e
precisam de sua ajuda.
Atanásio, arcebispo de Antioquia, a Simeão, bispo de Bostri, no
sábado.
Assim como na ausê ncia do rei sua imagem é adorada, també m na sua
presença é extravagante deixar o original para homenagear a imagem. E
desconsiderado, porque o original em cuja conta é homenageado está
presente, mas isso nã o é motivo para desonrá -lo. E quase a mesma
coisa, eu acho, com a sombra ou letra da lei. O apó stolo chama isso de
igura. Na medida em que a graça antecipou o reino da verdade, os
santos eram tipos, contemplando a verdade como um espelho. Quando
as promessas foram cumpridas, nã o era mais desejá vel viver de acordo
com os tipos, nem segui-los. Na presença da realizaçã o, o tipo se torna
insigni icante. Ainda assim, eles nã o desonraram nem ridicularizaram
os tipos; eles os honravam e julgavam aqueles que os tratavam com
impiedade contundente e merecedores da morte e severo castigo.
O mesmo. - 3ª Homilia.
Um homem adora a imagem do rei pela honra devida ao rei, a pró pria
imagem sendo mera cera e tinta.
Santo Atanásio do Monte Sinai no novo sábado e no apóstolo São
Tomé.
Aqueles que viram Cristo na carne o consideraram um profeta. Nó s, que
nã o o vimos, confessamos desde a infâ ncia como o pró prio Deus grande
e Todo-Poderoso, o Criador da eternidade e o esplendor do
pai. Escutamos com fé o Seu Evangelho, como se vı́ssemos o pró prio
Cristo falando. E recebendo o puro tesouro de Seu corpo, acreditamos
que o pró prio Cristo está agindo em nó s. E se virmos apenas a imagem
de Sua forma divina, como se estivé ssemos olhando para nó s do cé u,
nos prostramos e adoramos. Grande é agora a fé em Cristo.
Da vida do abade Daniel, sobre Eulogius, o pedreiro.
Depois foi embora abatido e atirou-se perante uma imagem de Nossa
Senhora e, gritando, disse: 'Senhor, permite-me pagar o que prometi a
este homem.'
Da Vida de Santa Maria do Egito.
Enquanto chorava, levantei os olhos e vi a imagem de Nossa Senhora, e
disse-lhe: -
'O Virgem, Mã e de Deus (θεοτοκε δεσποινα), que deu à luz a Deus, o
Verbo, eu sei que nã o é apropriado nem decente que algué m tã o
contaminado e tã o coberto de culpa como eu deveria olhar para a tua
imagem, Oh! Virgem. E apropriado que eu seja odiado e evitado por tua
pureza. Ainda assim, como Aquele que nasceu de você se tornou
homem com o propó sito de chamar os pecadores ao
arrependimento, ajude-me, pois nã o tenho outro socorro. Deixe-me
encontrar uma entrada. Nã o me recuse a ver a madeira na qual Deus, o
Verbo, teu Filho, sofreu segundo a carne, que derramou Seu pró prio
sangue precioso por mim. Concede, ó Rainha, que eu possa ser admitido
para adorar a cruz sagrada, e eu te prometo como garantia ao Deus que
tu produziste que eu me manterei para sempre imaculado. Quando eu
vir a cruz de teu Filho, renunciarei imediatamente ao mundo e à s coisas
do mundo, e imediatamente seguirei aonde quer que você vá . '
Dizendo isto, tomando como convicçã o o sı́mbolo da fé , encorajado pela
clemê ncia de Nossa Senhora, saı́ daquele lugar onde izera a minha
petiçã o e voltei novamente para juntar-me aos que entravam no
edifı́cio. Ningué m me empurrou para o lado e ningué m me impediu de
entrar na igreja. Entã o fui tomado de horror, medo e tremor em todos
os meus membros. Jogando-me no chã o e adorando aquele chã o
sagrado, saı́ e fui até aquela que havia prometido ser minha
segurança. Quando cheguei ao lugar onde o acordo havia sido assinado,
ajoelhei-me diante da sempre bendita Virgem, Mã e de Deus, e dirigi-me
a ela com estas palavras: -
'O amorosa Rainha (φιλαγαθε δεσποινα), tu me mostraste tua
bondade; tu nã o desprezaste a petiçã o de minha indignidade. Eu vi a
gló ria que os pecadores nã o veem. Louvado seja Deus, que recebe o
arrependimento dos pecadores por seu intermé dio. '
São Metódio, Bispo de Patari (παταρών), sobre a Ressurreição.
As imagens de reis terrestres, mesmo que nã o sejam feitas do melhor
ouro e prata, comandam ao mesmo tempo honra de todos. Visto que os
homens nã o estã o honrando a maté ria, eles nã o escolhem o mais
precioso do menos precioso; eles honram a imagem, seja feita de massa
ou de cobre. Quem escarnece de ambos, quer mostre desprezo à
imagem de gesso ou de ouro, será considerado para mostrar desprezo a
seu senhor e rei. Fazemos imagens de ouro de Seus anjos, principados
ou potestades, para Sua honra e gló ria.

SERMAO I. SOBRE A ASSUNÇAO (κοιμησις).


A memó ria dos justos ocorre com alegria, disse Salomã o, o mais sá bio
dos homens; pois preciosa aos olhos de Deus é a morte de Seus santos,
de acordo com o rei30 David. Se, entã o, a memó ria de todos os justos é
motivo de alegria, quem nã o louvará a justiça em sua fonte e a
santidade em seu tesouro? Nã o é um mero elogio; é louvar com a
intençã o de obter gló ria eterna. A morada de Deus nã o precisa de nosso
louvor, aquela cidade de Deus, a respeito da qual grandes coisas foram
ditas, como sagradas.31 Davi se refere a isso com as seguintes palavras:
'Coisas gloriosas se dizem de ti, cidade de Deus.' Que tipo de cidade
devemos escolher para o Deus invisı́vel e incircunciso, que tem todas
as coisas em Suas mã os, senã o aquela cidade que é a ú nica acima da
natureza, dando abrigo sem circunscriçã o 32 à supersubstancial Palavra
de Deus? Coisas gloriosas foram ditas sobre aquela cidade pelo pró prio
Deus. Pois o que é mais exaltado do que ser destinatá rio do conselho
de Deus, que é desde toda a eternidade?
Nem a lı́ngua humana nem a mente angé lica sã o capazes de louvá -la
dignamente, por meio de quem nos é dado olhar com clareza para a
gló ria do Senhor. O que entã o? Devemos icar em silê ncio por medo de
nossa insu iciê ncia? Certamente nã o. Devemos ser invasores alé m de
nossas pró prias fronteiras e lidar livremente com misté rios inefá veis,
adiando todas as restriçõ es? De jeito nenhum. Misturando, ao contrá rio,
o medo com o desejo, e tecendo-os em uma coroa, com mã o reverente e
alma ansiosa, vamos mostrar as pobres primı́cias de nossa inteligê ncia,
em gratidã o a nossa Rainha e Mã e, a benfeitora de toda a criaçã o, como
um reembolso de nossa dı́vida. Conta-se a histó ria de alguns rú sticos
que estavam arando o solo quando um rei por acaso passou, no
esplendor de suas vestes reais e coroa, e rodeado por incontá veis
portadores de presentes, em pé em um cı́rculo. Como nã o havia
nenhum presente a oferecer naquele momento, um deles estava
pegando á gua nas mã os, pois por acaso havia um riacho abundante por
perto. Disto ele preparou um presente para o rei, que se dirigiu a ele
com estas palavras: 'O que é isso, meu menino?' E ele respondeu com
ousadia: 'Eu aproveitei o que tinha, pensando que era melhor mostrar a
minha vontade do que nada oferecer. Você nã o precisa de nossos dons,
nem deseja nada de nó s, exceto nossa boa vontade. A necessidade está
do nosso lado e a recompensa está em fazer. Eu sei que a gló ria muitas
vezes vem para o grato. '
O rei, maravilhado, elogiou a inteligê ncia do menino, graciosamente
reconheceu sua disposiçã o e deu-lhe muitos presentes valiosos em
troca. Agora, se aquele monarca orgulhoso recompensou tã o
generosamente as boas intençõ es, Nossa Senhora (η οντως αγαθη
δεσποινα), a Mã e de Deus, aceitará nossa boa vontade, nã o nos julgando
pelo que realizamos? Nossa Senhora é a Mã e de Deus, a ú nica que é boa
e in inita em sua condescendê ncia, que preferiu as duas moedas a
muitos presentes esplê ndidos. Ela realmente nos receberá , que estamos
pagando nossa dı́vida, e nos fará uma retribuiçã o desproporcional ao
que oferecemos. Visto que a oraçã o é absolutamente necessá ria para
nossas necessidades, vamos dirigir nossa atençã o a ela.
O que devemos dizer, ó Rainha? Que palavras devemos usar? Que
louvor devemos derramar sobre tua sagrada e glori icada cabeça, tu
que concede boas dá divas e riquezas, o orgulho da raça humana, a
gló ria de toda a criaçã o, por meio da qual é verdadeiramente
abençoada. Aquele a quem a natureza nã o continha no princı́pio,
nasceu de ti. O Invisı́vel é contemplado face a face. O Palavra de Deus,
abra meus lá bios vagarosos e dê a suas declaraçõ es Tua mais rica
bê nçã o; in lama-nos com a graça do Teu Espı́rito, por meio do qual os
pescadores se tornaram oradores e os homens ignorantes falaram
sabedoria sobrenatural, para que nossas dé beis vozes possam
contribuir para os louvores de tua amada Mã e, ainda que a grandeza
deva ser exaltada pela misé ria. Ela, a escolhida de uma raça antiga, por
um conselho predeterminado e para a boa vontade de Deus Pai, que Te
gerou na eternidade imaterialmente, te gerou nos ú ltimos tempos, Tu
que é s propiciaçã o e salvaçã o, justiça e redençã o, vida de vida, luz de
luz e verdadeiro Deus de verdadeiro Deus.
O nascimento dela, cujo ilho foi maravilhoso, foi acima da natureza e
do entendimento, e foi a salvaçã o para o mundo; sua morte foi gloriosa
e verdadeiramente um banquete sagrado. O Pai a predestinou, os
profetas a predisseram atravé s do Espı́rito Santo. Seu poder
santi icador a ofuscou, limpou 33 e a santi icou e, por assim dizer, a
predestinou. Entã o Tu, Palavra do Pai, nã o habitando no lugar,34
nã o convidamos a humildade de nossa natureza a se unir à imensurá vel
grandeza de Tua divindade inescrutá vel. Vó s, que encarnastes a
Santı́ssima Virgem, vivi icado por uma alma raciocinadora, tendo
primeiro habitado em seu ventre imaculado e imaculado, criando a Ti
mesmo e fazendo-a existir em Ti, te tornaste homem perfeito, nã o
deixando de ser Deus perfeito, igual a Teu Pai, mas assumindo sobre Ti
a nossa fraqueza pela bondade inefá vel. Por meio dela Tu é s um Cristo,
um Senhor, um Filho de Deus e homem ao mesmo tempo, Deus perfeito
e homem perfeito, totalmente Deus e totalmente homem, uma
substâ ncia (υποστασις) de duas naturezas perfeitas, a Divindade e a
humanidade. E em duas naturezas perfeitas, a divina e a humana, Deus
nã o é Deus puro, nem o homem apenas homem, mas o Filho de Deus e
o Deus Encarnado sã o um e o mesmo Deus e o homem sem confusã o
ou divisã o, unindo-se substancialmente em si mesmo. os atributos de
ambas as naturezas. Assim, Ele é ao mesmo tempo incriado e criado,
mortal e imortal, visı́vel e invisı́vel, no lugar e nã o no lugar. Ele tem uma
vontade divina e uma vontade humana, uma açã o divina e uma humana
també m, duas faculdades de escolher (αυτεξουσια) divina e
humana. Ele mostra maravilhas divinas e afeiçõ es humanas - natural,
quero dizer, e puro. Tu assumiste, Senhor, de Tua grande misericó rdia,
o estado de Adã o como ele era antes da queda, corpo, alma e mente, e
tudo o que eles envolvem isicamente, para me dar uma salvaçã o
perfeita. E verdade que o que nã o foi assumido nã o foi
curado. 35 Tendo-te tornado o mediador entre Deus e o homem,
destruı́ste a inimizade e conduziste de volta a Teu Pai os que O haviam
abandonado, os errantes para o seu lar e os que estavam nas trevas
para a luz. Trouxeste perdã o aos contritos e transformaste a
mortalidade em imortalidade. Livraste o mundo da aberraçã o
de muitos deuses e izeste os homens ilhos de Deus, participantes de
Tua gló ria divina. Tu elevaste a raça humana, que foi condenada ao
inferno, acima de todo poder e majestade, e em Tua pessoa está
assentada no trono eterno do Rei. Quem foi o instrumento desses
benefı́cios in initos que ultrapassam toda a mente e compreensã o,
senã o a Mã e sempre Virgem que te gerou?
Perceba, amado no Senhor, a graça de hoje e sua maravilhosa
solenidade. Seus misté rios nã o sã o terrı́veis, nem inspiram
admiraçã o. Bem-aventurados aqueles que tê m olhos para ver. Bem-
aventurados aqueles que vê em com olhos espirituais. Esta noite brilha
como o dia. Quantos anjos incontá veis aclamam a morte da Mã e que dá
vida! Como a eloqü ê ncia dos apó stolos abençoa a partida deste corpo
que era o receptá culo de Deus. Como a Palavra de Deus, que em Sua
misericó rdia se dignou a tornar-se seu Filho, ministrando com Suas
mã os divinas a este ser imaculado e divino,36 como sua mã e, recebe
sua alma sagrada. O maravilhoso legislador, cumprindo a lei que Ele
mesmo havia estabelecido, nã o sendo obrigado por ela, pois era Ele
quem ordenava aos ilhos que mostrassem reverê ncia a seus
pais. 'Honra teu pai e tua mã e', diz ele. A verdade disso é evidente para
todos, lembrando ainda que vagamente das palavras da Sagrada
Escritura. Se segundo ele as almas dos justos estã o nas mã os de Deus,
quanto mais está a sua alma nas mã os de seu Filho e de seu Deus! Isso
é indiscutı́vel. Consideremos quem ela é e de onde veio, como ela, a
maior e mais querida de todas as dá divas de Deus, foi dada a este
mundo. Vamos examinar o que foi sua vida e os misté rios dos quais ela
participou. Os pagã os, no uso de oraçõ es fú nebres, apresentavam com
muito cuidado qualquer coisa que pudesse ser transformada em elogio
ao falecido e, ao mesmo tempo, encorajava os vivos à virtude,
recorrendo geralmente a fá bulas e icçã o, sem fatos para contar. Como,
entã o, nã o mereceremos desprezo se enterramos em silê ncio o que é
mais verdadeiro e sagrado, e de fato a fonte de louvor e salvaçã o para
todos? Nã o receberemos a mesma puniçã o do homem que escondeu o
talento de seu mestre? Adaptemos o nosso tema à s necessidades de
quem escuta, pois a comida é adequada ao corpo.
Joachim e Anne eram pais de Maria. Joachim mantinha uma vigilâ ncia
tã o estrita sobre seus pensamentos como um pastor sobre seu rebanho,
mantendo-os inteiramente sob seu controle. Pois o Senhor Deus o
conduzia como uma ovelha, e ele nã o desejava nenhuma das melhores
coisas. Quando digo melhor, ningué m pense que quero dizer o que é
comumente aceitá vel para a multidã o, aquilo em que se ixam as
mentes gananciosas, os prazeres da vida que nã o podem durar nem
tornar seus possuidores melhores, nem conferir força real. Eles seguem
o curso descendente da vida humana e cessam tudo em um momento,
mesmo que antes fossem abundantes. Longe de nó s valorizar essas
coisas, nem é esta a porçã o daqueles que temem a Deus. Mas as coisas
boas que sã o uma questã o de desejo para aqueles que possuem o
verdadeiro conhecimento, agradando a Deus e frutı́feras para seus
possuidores, a saber, virtudes, dando frutos no tempo devido, isto é , na
eternidade, recompensarã o com a vida eterna aqueles que possuem
trabalharam dignamente e perseveraram em sua aquisiçã o, tanto
quanto possı́vel. O trabalho vem antes, vem a felicidade eterna. Joachim
sempre guiou seus pensamentos. No lugar das pastagens, morando pela
contemplaçã o nas palavras da Sagrada Escritura, alegre nas á guas
repousantes da graça divina, retirado da tolice, ele percorreu o caminho
da justiça. E Anne, cujo nome signi ica graça, nã o era menos uma
companheira em sua vida do que uma esposa, abençoada com todos os
bons dons, embora a ligida por uma razã o mı́stica pela esterilidade. A
graça, na verdade, permaneceu esté ril, nã o podendo produzir frutos nas
almas dos homens. Portanto, os homens declinaram do bom e
degeneraram; nã o havia algué m de entendimento, nem que buscasse a
Deus. Entã o, Sua divina bondade, tendo pena da obra de Suas mã os e
desejando salvá -la, pô s im à quela esterilidade mı́stica, a da sagrada
(θεοφρονος) Anne, quero dizer, e ela deu à luz uma criança, cujo igual
tinha nunca foi criado e nunca poderá ser. O im da esterilidade provou
claramente que a esterilidade do mundo cessaria e que o tronco
murcho seria coroado de vida vigorosa e mı́stica.
Por isso a Mã e de nosso Senhor é anunciada. Um anjo prediz seu
nascimento. Convinha que també m nisto ela, que devia ser a Mã e
humana do ú nico Deus vivo e verdadeiro, fosse marcada acima de todas
as outras. Entã o ela foi oferecida no santo templo de Deus , e ali
permaneceu, dando a todos um grande exemplo de zelo e santidade,
afastada da frı́vola sociedade. Quando, no entanto, ela atingiu a
maioridade e a lei exigia que ela deixasse o templo, ela foi con iada
pelos sacerdotes a José , seu noivo, como o guardiã o de sua virgindade,
um iel observador da lei desde a juventude. Maria, a santa e imaculada
(πᾶ ναμωμος), foi até José , contentando-se com seus assuntos
domé sticos, e nada sabendo alé m de suas quatro paredes.
Na plenitude dos tempos, como diz o apó stolo divino, o anjo Gabriel foi
enviado a esse verdadeiro ilho de Deus e a saudou com as palavras:
'Salve, cheia de graça, o Senhor é contigo.' Bela é a saudaçã o do anjo
à quela que é maior que um anjo. Ele é o portador de alegria para o
mundo inteiro. Ela estava preocupada com suas palavras, nã o estava
acostumada a falar com homens, pois ela havia resolvido manter sua
virgindade imaculada. Ela ponderou em si mesma o que esta saudaçã o
poderia ser. Entã o o anjo disse-lhe: 'Nã o temas, Maria. Tu encontraste
graça diante de Deus. ' Na verdade, ela que era digna de graça o havia
encontrado. Ela encontrou a graça que havia praticado as obras da
graça e colhido sua plenitude. Ela encontrou graça que trouxe a fonte da
graça, e foi uma rica colheita da graça. Ela encontrou um abismo de
graça que manteve imaculada sua virgindade dupla, sua alma virginal
nã o menos imaculada que seu corpo; daı́ sua virgindade perfeita. 'Dará s
à luz um Filho', disse ele, 'e chamar-lhe-á s o nome de Jesus' (Jesus é
interpretado como Salvador). 'Ele salvará Seu povo de seus pecados.' O
que ela, que é a verdadeira sabedoria, respondeu? Ela nã o imita a nossa
primeira mã e Eva, mas antes melhora a sua imprudê ncia e chamando a
natureza para ampará -la, entã o responde o anjo: 'Como será isto, visto
que nã o conheço o homem? O que você diz é impossı́vel, pois vai alé m
das leis naturais estabelecidas pelo Criador. Nã o serei chamada de
segunda Eva e desobedecerei a vontade do meu Deus. Se você nã o está
falando coisas ı́mpias, explique o misté rio dizendo como ele deve ser
realizado. ' Entã o o mensageiro da verdade respondeu-lhe: 'O Espı́rito
Santo virá a ti, e o poder do Altı́ssimo te cobrirá com sua
sombra. Portanto, aquele que te nasceu será chamado Filho de Deus.
' Aquilo que é predito nã o é subserviente à s leis da natureza. Pois Deus,
o Criador da natureza, pode alterar suas leis. E ela, ouvindo com santa
reverê ncia aquele sagrado nome que ela sempre desejou, expressou sua
obediê ncia em palavras cheias de humildade e alegria: 'Eis a serva do
Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra. '
'O profundidade das riquezas, da sabedoria e do conhecimento de
Deus', exclamarei nas palavras do apó stolo. 'Quã o incompreensı́veis
sã o Seus julgamentos e quã o insondá veis Seus caminhos.' O
inesgotá vel bondade de Deus! O bondade sem limites! Aquele que
chamou o que nã o existia e encheu o cé u e a terra, cujo trono é o cé u, e
cujo escabelo é a terra, uma habitaçã o espaçosa, fez o ventre de Seu
pró prio servo, e nele o misté rio dos misté rios se cumpriu (το παντων
καινῶν καινοτερον αποτελεῖ μυστηριον). Sendo Deus, Ele se torna
homem e é maravilhosamente gerado sem prejuı́zo da virgindade de
sua mã e. E Ele é levantado como um bebê nos braços terrestres, que é o
resplendor da gló ria eterna, a forma da substâ ncia do Pai, pela palavra
de cuja boca todas as coisas criadas existem. O maravilha
verdadeiramente divina! O misté rio que transcende toda a natureza e
compreensã o! O virgindade maravilhosa! O que, ó santa Mã e e Virgem,
este grande misté rio se realiza em ti? Bendita é s tu entre as mulheres, e
bendito é o fruto do teu ventre. Tu é s abençoado de geraçã o em
geraçã o, só tu que é s digno de ser abençoado. Eis que todas as geraçõ es
te chamarã o bem-aventurado, como disseste. As ilhas de Jerusalé m,
quero dizer, da Igreja, viram você . As rainhas te abençoaram, isto é , os
espı́ritos dos justos, e elas te louvarã o para sempre. Tu é s o trono real
que os anjos rodeiam, vendo nele o seu pró prio Rei e Senhor. Tu é s um
Eden espiritual, mais santo e adivinho do que o Eden da
antiguidade. Esse Eden era a morada do mortal Adã o, enquanto o
Senhor veio do cé u para habitar em ti. A arca pre igurou a ti que
guardaste a semente do novo mundo. Tu trouxeste Cristo, a salvaçã o do
mundo, que destruiu o pecado e suas ondas iradas. A sarça ardente era
uma igura sua, e as tá buas da lei e a arca do testamento. A urna de
ouro e o candelabro, a mesa e a haste lorida de Aarã o eram tipos
signi icativos de ti. De ti surgiu o esplendor da Divindade, a eterna
Palavra do Pai, o mais doce e celestial Maná , o sagrado Nome acima de
todo nome, a Luz que existia desde o princı́pio. O Pã o da Vida celestial,
o Fruto sem semente, tomou carne de ti. Aquela chama nã o te
pre igurou com seu fogo ardente, uma imagem do fogo divino dentro
de ti? E a tenda de Abraã o mais claramente apontada para ti. Pela
Palavra de Deus que habita em ti a natureza humana produziu o pã o
feito de cinzas, seus primeiros frutos, desde teu ventre purı́ssimo, os
primeiros frutos amassados em pã o e cozidos pelo fogo divino,
tornando-se Sua pessoa divina, e Sua verdadeira substâ ncia de um
corpo vivo vivi icado por uma alma racional e inteligente. 37 Eu quase
tinha esquecido a escada de Jacob. Nã o é evidente para todos que ele te
pre igurou, e nã o é o tipo facilmente reconhecido? Assim como Jacó viu
a escada que une o cé u e a terra, e nela os anjos descendo e subindo, e o
Deus verdadeiramente forte e invulnerá vel lutando misticamente
consigo mesmo, você está colocado entre nó s e se tornou a escada do
relacionamento de Deus com nó s, dAquele que tomou sobre Si a nossa
fraqueza, unindo-nos a Si mesmo e capacitando o homem a ver a
Deus. Tu reuniste o que foi dividido. Conseqü entemente, os anjos
desceram a Ele, ministrando a Ele como seu Deus e Senhor, e os
homens, adotando a vida de anjos, sã o elevados ao cé u.
Como devo entender a prediçã o dos profetas? Nã o devo referi-los a ti,
pois podemos provar que sã o verdadeiros? Qual é o velo de Davi que
recebe o Filho do Deus Todo-Poderoso, co-eterno e co-igual com Seu
Pai, quando a chuva cai sobre o solo? Isso nã o signi ica que você está
em seu resplendor brilhante? Quem é a virgem predita por Isaias que
deveria conceber e dar à luz um Filho, Deus sempre presente conosco,
isto é , que nascendo homem continuaria sendo Deus? Qual é a
montanha de Daniel da qual surgiu Cristo, a Pedra Angular, nã o feita
pela mã o do homem? Nã o é você , concebendo sem homem e ainda
permanecendo virgem? Que o inspirado Ezequiel venha e nos mostre a
porta fechada, selada pelo Senhor, e nã o ceder, de acordo com
sua profecia - que ele mostre seu cumprimento em ti. O Senhor de tudo
veio a ti e, ao assumir a carne, nã o abriu a porta da tua virgindade. O
selo permanece intacto. Os profetas, entã o, te predizem. Anjos e
apó stolos ministram a ti, ó Mã e de Deus, sempre Virgem, e Joã o, o
apó stolo virgem. Anjos e os espı́ritos dos justos, patriarcas e profetas te
cercam hoje em tua partida para teu Filho. Os apó stolos vigiavam as
incontá veis hordas de justos que se reuniam de todos os cantos da terra
pelos mandamentos divinos, como uma nuvem ao redor da Jerusalé m
divina e viva, cantando hinos de louvor a ti, autor do corpo vivi icante
de nosso Senhor .
O, como a fonte da vida passa da morte para a vida? O, como ela pode
obedecer à lei da natureza, que, ao conceber, ultrapassa os limites da
natureza? Como seu corpo imaculado está sujeito à morte? Para ser
vestida com a imortalidade, ela deve primeiro deixar a mortalidade,
visto que o Senhor da natureza nã o rejeitou a pena de morte. Ela morre
segundo a carne, destró i a morte pela morte e, por meio da corrupçã o,
ganha incorrupçã o (φθορᾷ την αφθαρσιαν χαριζεται) e faz de sua
morte a fonte da ressurreiçã o. O, como Deus Todo-Poderoso recebe com
Suas pró prias mã os a santa alma desencarnada da Mã e de nosso
Senhor! Ele a honra verdadeiramente, a quem sendo Sua serva por
natureza, Ele fez Sua Mã e, em Seu inescrutá vel abismo de misericó rdia,
quando se encarnou na pró pria verdade. Podemos muito bem acreditar
que os coros angelicais esperaram para receber a tua alma que
partia. Que bendita partida esta indo para o teu Deus. Se Deus concede
isso a todos os Seus servos - e sabemos que Ele o faz - que diferença
imensa existe entre Seus servos e Sua mã e. Como, entã o, devemos
chamar este teu misté rio? Morte? Tua alma abençoada é naturalmente
separada de teu corpo bem-aventurado e imaculado, e o corpo é
entregue à sepultura, mas nã o permanece na morte, nem é a presa da
corrupçã o. O corpo dela, cuja virgindade permaneceu sem manchas no
nascimento da criança, foi preservado em sua incorrupçã o e foi levado
para um lugar melhor e divino, onde a morte nã o existe, mas a vida
eterna. Assim como o sol glorioso pode ser escondido
momentaneamente pela lua opaca, ele se mostra quieto embora
coberto, e seus raios iluminam a escuridã o já que a luz pertence à sua
essê ncia. Ele tem em si uma fonte perpé tua de luz, ou melhor, é a fonte
de luz como Deus o criou. Assim, é s tu a fonte perene da verdadeira luz,
o tesouro da pró pria vida, a riqueza da graça, a causa e o meio de todos
os nossos bens. E se por um tempo tu está s escondido pela morte do
corpo, sem falar, tu é s nossa luz, ambrosia vivi icante, verdadeira
felicidade, um mar de graça, uma fonte de cura e de bê nçã os
perpé tuas. Tu é s como a á rvore frutı́fera na loresta, e os teus frutos sã o
doces na boca dos ié is. Portanto, nã o chamarei a tua sagrada
transformaçã o de morte, mas sim de descanso ou ida para casa, e é
mais verdadeiramente uma volta para casa. Tirando as coisas
corpó reas, tu habitas em um estado mais feliz.
Anjos com arcanjos te sustentam. Os espı́ritos impuros tremeram com a
tua partida. O ar levanta um hino de louvor à tua passagem, e a
atmosfera é puri icada. O cé u recebe sua alma com alegria. Os poderes
celestiais te saú dam com câ nticos sagrados e com jubiloso louvor,
dizendo: 'Quem é esta mais pura criatura ascendendo, brilhando como
o amanhecer, bela como a lua, conspı́cua como o sol? Quã o doce e
amá vel é s tu, o lı́rio do campo, a rosa entre os espinhos; portanto, as
jovens donzelas te amavam. Somos atraı́dos pelo odor de teus
unguentos. O Rei te apresentou em Seu aposento. Lá , os poderes te
protegem, os principados te louvam, os tronos te proclamam, os
querubins se calam de alegria e os sera ins magni icam a verdadeira
mã e por natureza e pela graça de seu pró prio Senhor. Nã o foste levado
ao cé u como Elias, nem penetraste no terceiro cé u com Paulo, mas
alcançaste o pró prio trono real de teu Filho, vendo-o com teus pró prios
olhos, permanecendo junto a ele em alegria e indizı́vel familiaridade. O
alegria dos anjos e de todos os poderes celestiais, doçura dos patriarcas
e dos justos, exultaçã o perpé tua dos profetas, regozijando o mundo e
santi icando todas as coisas, refrigé rio dos cansados, conforto dos
tristes, remissã o dos pecados, saú de dos enfermos, porto da força
agitada pela tempestade, duradouro dos enlutados e socorro perpé tuo
de todos os que te invocam. '
O maravilha superando a natureza e criando maravilha! A morte, que
antigamente era temida e odiada, é uma questã o de louvor e
bê nçã o. Antigamente , era o prenú ncio de pesar, abatimento, lá grimas e
tristeza, e agora é mostrado como a causa de alegria e regozijo. No caso
de todos os servos de Deus, cuja morte é exaltada, Seu bom prazer é
presumido de seu santo im e, portanto, sua morte é abençoada. Mostra
que eles sã o perfeitos, abençoados e inamovı́veis na bondade, como diz
o prové rbio: 'Nã o elogie ningué m antes de sua morte.' Isso, no entanto,
nã o nos aplicamos a ti. Tua bem-aventurança nã o era morte, nem era
morte tua perfeiçã o, nem, novamente, tua partida daı́ te ajudou a
segurança. Tu é s o começo, o meio e o im de todos os bens que
transcendem a mente, pois teu Filho em Sua concepçã o e morada divina
em ti é nossa segurança verdadeira e segura. Assim, tuas palavras eram
verdadeiras: desde o momento de Sua concepçã o, nã o desde a tua
morte, disseste que todas as geraçõ es deveriam chamá -lo bem-
aventurado. Foste tu quem quebraste a força da morte, pagando sua
pena e tornando-a graciosa. Portanto, quando o teu corpo santo e sem
pecado foi levado ao tú mulo, os coros de anjos o carregaram, e estavam
por toda parte, nã o deixando nada por fazer para a honra da Mã e de
nosso Senhor, enquanto os apó stolos e toda a assemblé ia da Igreja
irromperam em câ nticos profé ticos , dizendo: 'Seremos cheios das
coisas boas de Tua casa, santo é Teu templo, maravilhoso em justiça.' E
ainda: 'O Altı́ssimo santi icou Seu taberná culo. A montanha de Deus é
uma montanha fé rtil, a montanha na qual Deus aprouve habitar. ' A
banda apostó lica levantando a verdadeira arca do Senhor Deus sobre os
ombros, como os sacerdotes da antiga arca tı́pica, e colocando teu corpo
na tumba, fez dele, como se outro Jordã o, o caminho para a verdadeira
terra do evangelho, a Jerusalé m celeste, a mã e de todos os ié is, Deus
sendo seu Senhor e arquiteto. A tua alma nã o desceu ao Limbo, nem a
tua carne viu a corrupçã o. Teu corpo puro e imaculado nã o foi deixado
na terra, mas a morada da Rainha, da verdadeira Mã e de Deus, foi ixada
somente no reino celestial.
O, como o cé u recebeu aquela que é maior do que o cé u? Como ela, que
recebeu Deus, desceu à sepultura? Isso realmente aconteceu, e ela foi
mantida perto da tumba. Nã o foi depois de sá bia isicamente que ela
ultrapassou o cé u. Pois como pode um corpo medindo trê s cô vados, e
perdendo continuamente a carne, ser comparado com as dimensõ es do
cé u? Foi antes pela graça que ela ultrapassou toda altura e
profundidade, pois o que é divino é incompará vel. O corpo sagrado e
maravilhoso, santo e adorador, ministrado agora por anjos, em humilde
reverê ncia. Os demô nios tremem: os homens se aproximam com fé ,
honrando-a e adorando-a, saudando-a com os olhos e os lá bios e
atraindo sobre si bê nçã os abundantes. Assim como um rico perfume
borrifado em roupas ou lugares, deixa sua fragrâ ncia mesmo depois de
ter sido retirado, agora aquele corpo sagrado, imaculado e divino, cheio
de fragrâ ncia celestial, a rica fonte de graça, é colocado na tumba que
ele pode ser traduzido para um lugar mais alto e melhor. Ela també m
nã o deixou o tú mulo vazio; seu corpo conferia a ela uma fragrâ ncia
divina, uma fonte de cura e de todo o bem para aqueles que o abordam
com fé .
Nó s, també m, nos aproximamos de ti hoje, ó Rainha; e novamente, eu
digo, ó Rainha, ó Virgem Mã e de Deus, mantendo nossas almas com
nossa con iança em ti, como uma â ncora forte. Elevando mente, alma e
corpo, e todos nó s mesmos a ti, regozijando em salmos e hinos e
câ nticos espirituais, alcançamos atravé s de ti Aquele que está alé m de
nosso alcance por causa de Sua Majestade. Se, como nos ensinou o
Verbo divino feito carne, a honra prestada aos servos é
honra prestada ao nosso Senhor comum, como pode a honra prestada a
ti, Sua Mã e, ser menosprezada? Como nã o é mais desejá vel? Você nã o é
honrado como o pró prio sopro de vida? Assim mostraremos melhor
nosso serviço ao pró prio Senhor. O que eu digo ao nosso Senhor? Basta
que aqueles que pensam em Ti recordem a memó ria de Tua dá diva
mais preciosa como causa de nossa alegria duradoura. Como isso nos
enche de alegria! Como a mente que habita neste sagrado tesouro de
Tua graça se enriquece.
Esta é a nossa oferta de gratidã o a ti, os primeiros frutos de nossos
discursos, a melhor homenagem da minha pobre mente, enquanto
estou movido pelo desejo de ti e cheio de minha pró pria misé ria. Mas
graciosamente receba meu desejo, sabendo que ele excede meu
poder. Cuida de nó s, ó Rainha, a morada de nosso Senhor. Lidere e
governe todos os nossos caminhos como quiser. Salve-nos de nossos
pecados. Conduza-nos ao porto calmo da vontade divina. Faça-nos
dignos de felicidade futura por meio da visã o doce e face a face da
Palavra que se fez carne por meio de ti. Com Ele, gló ria, louvor, poder e
majestade sejam para o Pai e para o Espı́rito Santo e vivi icante, agora e
para sempre. Um homem.

SERMON II. SOBRE A ASSUNÇAO (κοιμησις).


Não existe ningué m que possa louvar dignamente a santa morte da
Mã e de Deus, ainda que tivesse mil lı́nguas e mil bocas. Nem se todas as
lı́nguas mais eloqü entes pudessem ser unidas, seus louvores seriam
su icientes. Ela é maior do que todos os elogios. Poré m, visto que Deus
se agrada dos esforços de um zelo amoroso, e a Mã e de Deus pelo
serviço do seu Filho, deixa-me agora voltar aos seus louvores. Isto é em
obediê ncia à s vossas ordens, excelentı́ssimos pastores, tã o queridos a
Deus, e invocamos o Verbo feito carne dela para vir em nosso
auxı́lio. Ele fala a toda boca que é aberta para ele. Ele é seu ú nico prazer
e adorno. Sabemos que, ao celebrar os seus louvores, saldamos a nossa
dı́vida e que, ao fazê -lo, somos novamente devedores, de modo que a
dı́vida começa sempre de novo. E justo que exaltemos aquela que é
acima de todas as coisas criadas, governando-as como Mã e de Deus
que é seu Criador, Senhor e Mestre. Suporta-me você s que se apegam à s
palavras divinas e recebem minha boa vontade. Fortaleça meu desejo e
seja paciente com a fraqueza de minhas palavras. E como se um
homem trouxesse uma violeta de pú rpura real fora da estaçã o, ou uma
rosa perfumada com botõ es de diferentes matizes, ou algum rico fruto
do outono a um poderoso potentado divinamente designado para
governar os homens. Todos os dias, ele se senta a uma mesa carregada
com todos os pratos concebı́veis nos pá tios perfumados de seu
palá cio. Ele nã o olha para a pequenez da oferta, ou para a sua novidade,
tanto quanto admira a boa intençã o, e com razã o. Isso ele
recompensaria com uma abundâ ncia de presentes e favores. Entã o nó s,
em nosso inverno de pobreza, 38 traga guirlandas para nossa Rainha e
prepare uma lor de orató ria para a festa de louvor. Rompemos o desejo
pedregoso de nossa mente com ferro, pressionando, por assim dizer, as
uvas verdes. E que você receba com mais e mais favor as palavras que
chegam aos seus ouvidos atentos e atentos.
O que devemos oferecer à Mã e da Palavra senã o as nossas palavras? O
semelhante se alegra com o semelhante e com o que ama. Assim, entã o,
dando uma largada e afrouxando as ré deas de meu discurso, posso
enviá -lo como um carregador pronto para a corrida. Mas tu, ó Palavra
de Deus, seja meu ajudador e auxiliar, e fale sabedoria para minha
ignorâ ncia. Por Tua palavra torna claro meu caminho, e direciona meu
curso de acordo com Tua boa vontade, que é o im de toda sabedoria e
discernimento.
Hoje, a Santa Virgem das Virgens é apresentada no templo celestial. A
virgindade nela era tã o forte que parecia um fogo consumidor. Em
todos os casos, é perdida com o nascimento da criança. Mas ela é
sempre virgem, antes do evento, no pró prio nascimento e depois. Hoje,
a arca sagrada e viva do Deus vivo, que concebeu seu pró prio Criador,
ocupa sua morada no templo de Deus, nã o feito por mã os. David,
seu antepassado, 39 regozija-se. Anjos e Arcanjos estã o em jú bilo,
Poderes exultam, Principados e Dominaçõ es, Virtudes e Tronos estã o
em alegria: Querubins e Sera ins magni icam a Deus. O menos
importante de seu louvor é referir-se ao louvor à Mã e da gló ria. Hoje a
pomba sagrada, a alma pura e inocente, santi icada pelo Espı́rito Santo,
despojando-se da arca do corpo, receptá culo vivi icante de Nosso
Senhor, encontrou descanso nas solas dos pé s, levando-a a voar para o
mundo espiritual, e habitando com segurança no paı́s sem pecado
acima. Hoje o Eden do novo Adã o recebe o verdadeiro paraı́so, no qual
o pecado é remido e a á rvore da vida cresce, e nossa nudez é
coberta. Pois nã o estamos mais nus e descobertos, e incapazes de
suportar o esplendor da semelhança divina. Fortalecidos pela graça
abundante do Espı́rito, nã o devemos mais trair a nossa nudez nas
palavras: 'Despi a minha veste, como devo vesti-la?' A serpente, por
cuja promessa enganosa fomos comparados a bestas brutas, nã o
entrou neste paraı́so. Ele, o Filho unigê nito de Deus, o pró prio Deus, da
mesma substâ ncia que o Pai, tomou sua natureza humana da Virgem
pura. Sendo constituı́do um homem, Ele tornou a mortalidade imortal e
foi vestido como um homem. Pondo de lado a corrupçã o, Ele foi
induzido pela incorruptibilidade da Divindade.
Hoje, a Virgem imaculada, intocada pelas afeiçõ es terrenas e totalmente
celestial em seus pensamentos, nã o foi dissolvida na terra, mas
verdadeiramente entrando no cé u, habita nos taberná culos
celestiais. Quem estaria errado em chamá -la de cé u, a menos que ele
realmente dissesse que ela é maior que o cé u em dignidade superior? O
Senhor e Criador do cé u, o Arquiteto de todas as coisas abaixo da terra
e acima, da criaçã o, visı́vel e invisı́vel, que nã o é contornado pelo lugar
(se aquilo que circunda as coisas é corretamente denominado lugar),
criou a Si mesmo, sem co- humanos operaçã o, um bebê nela. Ele fez
dela um rico tesouro de Sua Divindade onipenetrante e ú nica nã o
circunscrita, subsistindo inteiramente nela sem paixã o, permanecendo
inteiro em Sua universalidade e Ele mesmo nã o circunscrito. Hoje, o
tesouro doador de vida e o abismo da caridade (nã o sei como con iar
em meus lá bios para falar disso) estã o escondidos na morte imortal. Ela
o encontra sem medo, aquele que concebeu o destruidor da morte, se é
que podemos chamá -la de partida sagrada e vivi icante com o nome de
morte. Pois como poderia ela, que trouxe vida a todos, estar sob o
domı́nio da morte? Mas ela obedece à lei de seu pró prio Filho e herda
este castigo como ilha do primeiro Adã o, visto que seu Filho, que é a
vida, nã o o recusou. Como a Mã e do Deus vivo, ela passa pela morte até
ele. Pois se Deus disse: 'A menos que o primeiro homem estenda a mã o
para tomar e provar da á rvore da vida, viverá para sempre', como viverá
ela, que recebeu a pró pria Vida, sem começo nem im, ou vicissitudes
initas, nã o viver para sempre.
Antigamente, o Senhor Deus baniu do jardim do Eden nossos primeiros
pais apó s sua desobediê ncia, quando eles entorpeceram os olhos de seu
coraçã o por causa do pecado, enfraqueceram o discernimento de sua
mente e caı́ram na apatia mortal. Mas, agora, nã o deve o paraı́so recebê -
la, que quebrou o cativeiro de todas as paixõ es, semeou a semente da
obediê ncia a Deus e ao Pai, e foi o inı́cio da vida para toda a raça
humana? O cé u nã o abrirá seus portõ es para ela com alegria? Sim, de
fato. Eva ouviu a serpente, adotou sua sugestã o, foi apanhada pela isca
do prazer falso e enganoso e foi condenada à dor e ao sofrimento, e a
ter ilhos no sofrimento. Com Adam, ela recebeu a sentença de morte e
foi colocada nos recessos do Limbo. Como pode a morte reclamar como
sua presa este bendito verdadeiro, que ouviu a palavra de Deus com
humildade e se encheu do Espı́rito, concebendo o dom do Pai por meio
do arcanjo, suportando sem concupiscê ncia nem cooperaçã o do homem
a Pessoa do Divino Palavra, quem preenche todas as coisas, trazendo-O
sem as dores do parto, estando totalmente unido a Deus? Como o
Limbo poderia abrir seus portõ es para ela? Como a corrupçã o pode
tocar o corpo que dá vida? Essas sã o coisas totalmente estranhas à alma
e ao corpo da Mã e de Deus. A morte estremeceu diante dela. Ao se
aproximar de seu Filho, a morte havia aprendido a experiê ncia de Seus
sofrimentos e se tornado mais sá bia. A sombria descida ao inferno nã o
era para ela, mas uma passagem alegre, fá cil e doce para o cé u. Se, como
Cristo, a Vida e a Verdade diz: 'Onde eu estiver, aı́ está o meu ministro',
quanto mais nã o estará sua mã e com Ele? Ela O trouxe à luz sem dor, e
sua morte, també m, foi sem dor. A morte dos pecadores é terrı́vel, pois
nela o pecado, a causa da morte, é sacri icado. O que diremos dela
senã o que ela é o inı́cio da vida perpé tua. Preciosa, de fato, é a morte de
Seus santos ao Senhor Deus dos poderes. Mais do que precioso é o
falecimento da Mã e de Deus. Agora, regozijem-se os cé us e os anjos;
regozijem-se a terra e os homens. Deixe o ar ressoar com cançõ es e
câ nticos, e a noite escura adiar sua escuridã o e emular o brilho do dia
atravé s das estrelas cintilantes. A cidade viva do Senhor Deus é
assumida a partir do templo de Deus, o Sion visı́vel, e os reis trazem Seu
presente mais precioso, sua mã e, para a Jerusalé m celestial - isto é , os
apó stolos constituı́dos prı́ncipes por Cristo, sobre todos os terra,
acompanhe a sempre virginal Mã e de Deus.
Nã o me parece supé r luo apresentar e insistir nos tipos passados deste
santo, a Mã e de Deus. Esses tipos anunciaram sucintamente a Criança
Divina que recebemos. Vejo Sua Mã e como a santa dos santos, a mais
sagrada de todas, a urna perfumada do maná , ou melhor, a fonte que
surge na divina e famosa cidade de Davi, em Siã o, a glorioso; nele a lei é
cumprida e a lei espiritual é retratada. Em Sion, Cristo, o Legislador,
consuma a pá scoa tı́pica, e Deus, o autor da velha e da nova
dispensaçã o, nos dá a verdadeira pá scoa. Nele o Cordeiro de Deus, que
tira os pecados do mundo, iniciou Seus discı́pulos em Sua festa mı́stica,
e deu-se a Si mesmo morto como uma vı́tima, e a uva prensada na
videira verdadeira. Em Siã o, Cristo é visto por Seus apó stolos,
ressuscitado dos mortos, e Tomé é dito, e por meio de Tomé o mundo,
que Ele é Senhor e Deus, tendo em Si mesmo duas naturezas apó s Sua
ressurreiçã o e, conseqü entemente, duas operaçõ es, testamentos
independentes, duradouro para todas as idades. Sion é a coroa das
igrejas, o lugar de descanso dos discı́pulos. Nele o eco do Espı́rito Santo,
o dom de lı́nguas, Sua descida de fogo sã o transmitidos aos
apó stolos. Nele, Sã o Joã o, levando a Mã e de Deus, atendeu à s suas
necessidades. Sion é a mã e das igrejas em todo o mundo, que ofereceu
um lugar de descanso à Mã e de Deus apó s a ressurreiçã o de seu Filho
dentre os mortos. Nele, por ú ltimo, a Santı́ssima Virgem foi esticada
sobre uma pequena cama.
Quando cheguei a este ponto do meu discurso, fui obrigado a dar vazã o
aos meus pró prios sentimentos e ardendo de desejo amoroso,
derramar lá grimas reverentes, mas de alegria, abraçando, por assim
dizer, a cama tã o feliz, abençoada e maravilhosa, que recebeu o
taberná culo doador de vida e regozijou-se no contato da santidade. Eu
parecia tomar em meus braços aquele corpo sagrado e sagrado, digno
de Deus, e pressionando meus olhos, lá bios e testa, cabeça e bochechas
nos dela, eu me senti como se ela realmente estivesse lá , embora eu
fosse incapaz de ver com meus olhos o que eu desejava. Como, entã o,
ela foi assumida nas cortes celestiais? Desta maneira. Quais foram as
honras entã o conferidas a ela por Deus, que nos ordena que honremos
nossos pais? A nuvem que envolveu Jerusalé m como uma rede, pelos
mandamentos divinos, reuniu as á guias dos con ins da terra, aquelas
que estã o espalhadas pelo mundo, pescando os homens nas vá rias e
numerosas lı́nguas do espı́rito. Pela rede da palavra estã o salvando os
homens do abismo da dú vida e levando-os à mesa espiritual e celestial
do banquete sagrado e mı́stico, a perfeita festa de casamento do Divino
Noivo, que o Pai celebra com Seu Filho, que é igual a si mesmo e da
mesma natureza. 'Onde está o espı́rito', diz Cristo, a Verdade, 'aı́ se
ajuntarã o as á guias'. Se já falamos sobre a segunda grande e esplê ndida
vinda dAquele que falou essas palavras, nã o estará fora do lugar aqui a
tı́tulo de condimento.
Testemunhas oculares, entã o, e ministros da palavra estavam lá ,
devidamente ministrando a Sua Mã e, e tirando dela uma rica herança,
por assim dizer, e uma medida completa de louvor. Pois é uma questã o
de dú vida para algué m que ela é a fonte de bê nçã os e a fonte de todo
bem? Seus seguidores e sucessores també m estavam lá , unindo-se em
seu ministé rio e em seu louvor. Um trabalho comum produz frutos
comuns. Uma banda escolhida de Jerusalé m estava lá . Era apropriado
que os principais homens e profetas da velha lei, aqueles que haviam
predito a Deus o nascimento salvı́ ico dela no devido tempo, estivessem
lá como guarda de honra. Nem os coros angelicais falharam. Aqueles
que obedeciam ao rei de todo o coraçã o (κατα γνωμην), e
conseqü entemente eram honrados por estarem perto Dele, tinham o
direito de servir como guarda-costas de Sua Mã e, de acordo com a
carne, a verdadeiramente bem-aventurada e bem-aventurada,
ultrapassando todas as geraçõ es e toda a criaçã o. Todos aqueles que sã o
o esplendor e o resplendor do espı́rito estavam com ela, com os olhos
espirituais ixos nela com reverê ncia, medo e puro desejo.
Ouvimos palavras divinas e inspiradas e câ nticos espirituais
apropriados para a hora da despedida. Por causa disso, era digno de
louvar Sua bondade ilimitada, Sua grandeza incomensurá vel, Sua
onipotê ncia, a generosidade superando qualquer medida em Seu trato
conosco, as riquezas transbordantes de Sua misericó rdia, o abismo de
Sua ternura; como, deixando de lado Sua grandeza, Ele desceu à nossa
pequenez com a cooperaçã o do Pai e do Espı́rito Santo. Novamente, o
supersubstancial é criado supersubstancialmente no ú tero
virginal. Sendo Deus, Ele se fez homem, e permanece de acordo com
esta uniã o Deus perfeito e homem perfeito, nã o desistindo da
substâ ncia de Sua Divindade, nem deixando de ser da mesma carne e
sangue que nó s. Ele, que preenche todas as coisas e governa o universo
com uma palavra, estabeleceu Sua morada em um lugar estreito, e o
corpo material deste abençoado recebeu o fogo ardente da Divindade e,
como ouro genuı́no, permaneceu intacto. Isso aconteceu porque Deus
quis, visto que Seu bom prazer torna possı́veis coisas que nã o poderiam
acontecer sem ele. Em seguida, seguiu-se uma contenda de louvor, nã o
como se cada um procurasse superar o outro - pois isso é vanglorioso e
longe de agradar a Deus -, mas como se nada fosse deixado por fazer
para a gló ria de Deus e a honra da Mã e de Deus.
Entã o Adã o e Eva, nossos primeiros pais, abriram os lá bios para
exclamar: 'O nossa ilha bendita, que removeste o castigo da nossa
desobediê ncia! Tu, herdando de nó s um corpo mortal, nos conquistou a
imortalidade. Tu, tirando o teu ser de nó s, nos devolveu o ser em
graça. Venceu a dor e libertou a escravidã o da morte. Tu nos
restauraste ao nosso estado anterior. Tı́nhamos fechado a porta do
paraı́so; tu encontraste a entrada para a á rvore da vida. Atravé s de nó s
a tristeza veio do bem; atravé s de ti, o bem da tristeza. Como podes tu
que é s todo o bom gosto da morte? Tu é s a porta da vida e a escada
para o cé u. A morte se tornou a passagem para a imortalidade. O tu
verdadeiramente abençoado! quem nã o é a Palavra poderia ter
suportado o que tu suportaste? ' 40
Todos os santos exclamaram: 'Cumpriste nossas prediçõ es. Tu
adquiriste nossa alegria presente para nó s. Atravé s de ti quebramos as
cadeias da morte. Venha até nó s, receptá culo divino e vivi icante. Venha,
nosso desejo, tu que nos conquistaste o nosso desejo. '
E os santos que estavam ao lado acrescentaram suas palavras nã o
menos ardentes: 'Permanece conosco, nosso conforto, nossa ú nica
alegria neste mundo. O Mã e, nã o nos deixe ó rfã os que sofreram por
causa de teu Filho. Que possamos ter a ti como refú gio e refrigé rio em
nossos labores e cansaço. Você pode permanecer se quiser, assim como
você pode partir daqui. Se tu partires, ó morada de Deus, vamos
també m, se somos teus por meio de teu Filho. Tu é s nosso ú nico
consolo na terra. Nó s vivemos tanto quanto você viver, e é uma bê nçã o
morrer com você . Por que falamos de morte? A morte é vida para você ,
e melhor do que a vida - incomparavelmente excedendo esta
vida. Como vai nossa vida - vida, se estamos privados de ti? '
Os apó stolos e toda a assembleia da Igreja podem muito bem ter
dirigido algumas dessas palavras à bem-aventurada Virgem. Quando
eles viram a Mã e de Deus perto de seu im e ansiando por isso, eles
foram movidos pela graça divina a cantar hinos de despedida, e
arrebatados da carne, eles suspiraram para acompanhar a Mã e de Deus
moribunda, e anteciparam a morte com intensidade de vontade
. Quando todos eles cumpriram seu dever de reverê ncia amorosa e
teceram para ela uma rica coroa de hinos, eles falaram uma bê nçã o de
despedida sobre ela, como um tesouro dado por Deus, e as ú ltimas
palavras. Devo pensar que essas coisas foram signi icativas para a
efemeridade desta vida e para o fato de ela levar aos misté rios ocultos
dos bens futuros.
Isso, parece-me, é o que eles izeram de uma vez e por unanimidade. O
rei estava lá para receber com abraço divino41 a alma sagrada,
imaculada e imaculada de Sua Mã e indo para casa. E ela, como bem
podemos conjeturar, disse: 'Em tuas mã os, ó meu Filho, entrego meu
espı́rito. Recebe minha alma, querida a Ti, que Tu mantiveste
imaculada. Eu entrego meu corpo a Ti, nã o à terra. Guarda aquilo que te
agradou habitar e preservar na virgindade. Leva-me para ti, para que
onde quer que estejas, fruto do meu ventre, aı́ eu també m esteja. Eu sou
impelido a Ti que desceu a mim. Sereis o consolo de meus ilhos mais
queridos, a quem concedeste chamar de Teus irmã os, quando minha
morte os deixar na solidã o. Abençoe-os novamente por meio de
minhas mã os. ' Em seguida, estendendo as mã os, como podemos crer,
ela abençoou todos os presentes e entã o ouviu as palavras: 'Venha,
minha querida Mã e, para o teu descanso. Levante-se e venha, mais
querida entre as mulheres, o inverno já passou e já passou, a é poca da
colheita está pró xima. 42 Tu é s formosa, minha amada, e nã o há mancha
em ti. Tua fragrâ ncia é mais doce do que todos os unguentos. ' Com
essas palavras em seu ouvido, aquele santo entregou seu espı́rito nas
mã os de seu Filho.
O que acontece? A natureza, eu conjecturo, é agitada em suas
profundezas, sons e vozes estranhos sã o ouvidos, e os hinos crescentes
dos anjos que a precedem, acompanham e seguem. Alguns constituem a
guarda de honra para aquela alma imaculada e imaculada (παναγιᾳ )
em seu caminho para o cé u até que a rainha alcance o trono
divino. Outros que cercam o corpo sagrado e divino proclamam a Mã e
de Deus em harmonia angelical. O que dizer daqueles que assistiram
pelo corpo santı́ssimo e imaculado (παναγιῳ)? Em amorosa reverê ncia
e com lá grimas de alegria, eles se reuniram ao redor do bendito e
divino taberná culo, abraçando cada membro, e estavam cheios de
santidade e açã o de graças. Entã o as doenças foram curadas e os
demô nios foram postos em fuga e banidos para as regiõ es das trevas. O
ar, a atmosfera e os cé us foram santi icados por sua passagem por eles,
a terra pelo sepultamento de seu corpo. Nem a á gua foi privada de uma
bê nçã o. Ela foi lavada em á gua pura. Nã o a puri icou, mas foi ela mesma
santi icada. Entã o, os surdos ouviram, os coxos recuperaram os pé s e os
cegos a visã o. Os pecadores que se aproximaram com fé apagaram a
caligra ia contra eles. Em seguida, o corpo sagrado é enrolado em um
lençol branco como a neve, e a rainha é novamente deitada em sua
cama. Em seguida, siga luzes e incenso e hinos, e anjos cantando como
convé m à solenidade; apó stolos e patriarcas aclamando-a em cançõ es
inspiradas.
Quando a Arca de Deus, partindo do Monte Sion para o paı́s celestial, foi
carregada nos ombros dos Apó stolos, ela foi colocada a caminho do
tú mulo. Primeiro foi levado pela cidade, como uma noiva deslumbrante
com esplendor espiritual, e depois levado ao lugar sagrado do
Getsê mani, anjos cobrindo-o com suas asas, indo antes, acompanhando
e seguindo-o, juntamente com toda a assembleia da Igreja . O rei
Salomã o obrigou todos os anciã os de Israel em Siã o a levarem a arca da
aliança do Senhor da cidade de Davi, ou seja, Siã o, para descansar no
templo do Senhor, que ele havia construı́do, e os sacerdotes levaram a
arca e o taberná culo do testemunho, e os sacerdotes e levitas o
ergueram. E o rei e todo o povo sacri icaram inú meros bois e ovelhas
diante da arca. E os sacerdotes levaram a arca do testemunho de Deus
para o seu lugar, para o Santo dos Santos, sob as asas dos
querubins. Assim é agora com a morada da verdadeira arca, nã o mais
do testemunho, mas a pró pria substâ ncia de Deus a Palavra. O novo
Salomã o, o Prı́ncipe da paz, o Criador de todas as coisas nos cé us e na
terra, reuniu hoje os apoiadores da nova aliança, ou seja, os Apó stolos,
com todo o povo dos santos em Jerusalé m, trouxe em sua alma por
meio de anjos ao verdadeiro Santo dos Santos, sob as asas dos quatro
seres viventes, e colocá -la em Seu trono dentro do vé u, onde o pró prio
Cristo a precedeu. Seu corpo, por enquanto, é carregado pelas mã os dos
Apó stolos, o Rei dos Reis cobrindo-a com o esplendor de Sua Divindade
invisı́vel, toda a assemblé ia dos santos a precedendo, com canto
sagrado e sacrifı́cio de louvor até atravé s do tú mulo em que foi
colocado as delı́cias do Eden, os taberná culos celestiais.
Por acaso, os judeus també m estavam lá , se é que existiam, nã o muito
ré probos para ser encontrados. Nã o será errado mencionar aqui algo
que é a irmado por muitos. Diz-se que quando aqueles que carregavam
o corpo bendito da Mã e de Deus chegaram à descida das montanhas
opostas, um certo judeu, escravo do pecado, e jurado por sua loucura,
imitou o servo de Caifá s, que feriu o divina face de Cristo nosso Senhor
e Mestre, e se fez instrumento do diabo. Cheio de paixã o perversa e
malı́cia, ele avançou contra aquele taberná culo mais divino, do qual os
anjos se aproximaram com medo, e impiedosamente arrastou o esquife
com ambas as mã os ao chã o. Isso foi motivado pela inveja do
arquiinimigo, mas seus esforços foram em vã o, e ele colheu uma severa
e apropriada lembrança de seu feito. Diz-se que ele perdeu o uso das
mã os, o que havia perpetrado seu ato malicioso, até que a fé o levou ao
arrependimento. Os carregadores estavam pró ximos. O miserá vel
homem colocou suas mã os sobre o taberná culo maravilhoso e
vivi icante, e elas novamente icaram sã s. As circunstâ ncias o tornaram
sá bio, como sempre acontece. Mas voltemos ao nosso assunto.
Em seguida, eles chegaram ao mais sagrado Getsê mani, e mais uma vez
houve abraços e oraçõ es e panegı́ricos, hinos e lá grimas, derramados
por coraçõ es tristes e amorosos. Eles misturaram uma torrente de
choro e suor.43 E assim o corpo imaculado (παναγιον) foi colocado na
tumba. Em seguida, foi assumido apó s trê s dias para as mansõ es
celestiais. O seio da terra nã o era um receptá culo adequado para a
morada do Senhor, a fonte viva de á gua puri icadora, o grã o do pã o
celestial, a videira sagrada do vinho divino, o ramo de oliveira perene e
frutı́fero da misericó rdia de Deus. E assim como o corpo todo santo do
Filho de Deus, que foi tirado dela, ressuscitou dos mortos no terceiro
dia, seguiu-se que ela deveria ser arrebatada da tumba, que a mã e
deveria ser unida a seu Filho; e como Ele desceu a ela, entã o ela deveria
ser elevada a Ele, na morada mais perfeita, o pró prio cé u. Era justo que
ela, que abrigou o Deus Verbo em seu pró prio ventre, habitasse nos
taberná culos de seu Filho. E como nosso Senhor disse que convinha
que ele se preocupasse com os negó cios de Seu Pai, assim convinha a
Sua mã e que ela morasse nos á trios de seu Filho, na casa do Senhor e
nos á trios da casa de nosso Deus. Se todos os que se alegram habitam
nele, onde deve habitar a pró pria causa da alegria? Era apropriado que
o corpo dela, que preservou sua virgindade imaculada em sua
maternidade, fosse protegido da corrupçã o mesmo apó s a
morte. Aquela que amamentou seu Criador quando criança em seu
seio, tinha o direito de estar nos taberná culos divinos. O lugar da noiva
com quem o Pai havia desposado era nas cortes celestiais. Convinha
que aquela que viu seu Filho morrer na cruz e recebeu em seu coraçã o
a espada da dor que nã o sentira no parto, olhasse para Ele sentado ao
lado do Pai. A Mã e de Deus tinha direito à posse de seu Filho e, como
serva e Mã e de Deus, ao culto de toda a criaçã o. A herança dos pais
sempre passa para os ilhos. Agora, como disse um sá bio, as fontes das
á guas sagradas estã o acima. O Filho fez toda a criaçã o servir à sua
mã e.
També m celebremos hoje a festa solene para homenagear a alegre
partida da Mã e de Deus, nã o com lautas nem coribã s, nem as orgias de
Cibele, a mã e de falsos deuses, como se costuma dizer, de quem os tolos
falam como uma mã e fecunda. de crianças, e a verdade como nenhuma
mã e. Esses sã o demô nios e falsas imaginaçõ es. Eles usurpam o que nã o
sã o por natureza para impor à loucura humana. Pois como pode o que
nã o tem corpo levar a vida de casado? 44 Como pode ser aquele deus
que, nã o existindo, só está presente depois do nascimento? Que os
demô nios nã o tinham corpo é evidente para todos, mesmo para
aqueles que sã o intelectualmente cegos. Homer em algum lugar
testemunha a condiçã o dos deuses que ele honra:
Eles nã o comem cevada, e nã o bebem vinho vermelho,
Portanto, eles nã o tê m sangue e sã o chamados de imortais.
Nã o comem pã o, diz ele, nem bebem vinho ardente. Por causa disso,
eles sã o anê micos, ou seja, sem sangue, e sã o chamados de imortais. Ele
diz verdadeira e apropriadamente: 'sã o chamados'. Eles sã o chamados
de imortais. Eles nã o sã o como sã o chamados. Eles morreram a morte
da maldade. Agora nó s adoramos a Deus, nã o Deus começando Seu ser,
mas que sempre foi e está acima de todas as causas e argumentos ou
mente criada ou natureza. Honramos e reverenciamos a Mã e de Deus,
nã o atribuindo a ela a geraçã o eterna de Sua Divindade. Para a geraçã o
de Deus, o Verbo nã o existia no tempo e era co-eterno com o
pai. Reconhecemos uma segunda geraçã o em Sua carne espontâ nea, e
vemos e sabemos a causa disso. Aquele que é sem princı́pio e sem
corpo se faz carne por nó s como um de nó s mesmos. E assumindo a
carne desta Virgem sagrada, Ele nasce sem homem, permanecendo
como Deus perfeito e se tornando homem perfeito, Deus perfeito em
Sua carne e Homem perfeito em Sua Divindade. Assim, reconhecendo a
Mã e de Deus nesta Virgem, celebramos o seu adormecimento, nã o a
proclamando Deus - longe de nó s estas fá bulas pagã s - porque
anunciá mos a sua morte, mas reconhecendo-a como a Mã e do Deus
Encarnado.
O povo de Cristo, aclamamos hoje com canto sagrado, reconheçamos a
nossa boa fortuna e anunciemo-la. Vamos honrá -la na vigı́lia
noturna; deleitemo-nos em sua pureza de alma e corpo, pois ela, ao
lado de Deus, supera tudo em pureza. E natural que coisas semelhantes
se gloriem umas nas outras. Vamos mostrar nosso amor por ela pela
compaixã o e bondade para com os pobres. Pois se a misericó rdia é a
melhor adoraçã o a Deus, quem se recusará a mostrar a devoçã o à Sua
Mã e da mesma maneira? Ela nos abriu o abismo indescritı́vel do amor
de Deus por nó s. Por meio dela, a velha inimizade contra o Criador é
destruı́da. Por meio dela nossa reconciliaçã o com Ele é fortalecida, paz
e graça nos sã o dadas, os homens sã o companheiros dos anjos e nó s,
que está vamos na desonra, somos feitos ilhos de Deus. Dela colhemos
o fruto da vida. Dela recebemos a semente da imortalidade. Ela é o
canal de todos os nossos bens. Nela, Deus era o homem e o homem era
Deus. O que é mais maravilhoso ou mais abençoado? Abordo o assunto
com medo e tremor. Com Maria, a profetisa, ó almas juvenis, vamos
tocar nossos instrumentos musicais, morti icando nossos membros na
terra, pois isso é mú sica espiritual. Que nossas almas se regozijem na
Arca de Deus, e os muros de Jericó cederã o, quero dizer, as fortalezas do
inimigo. Vamos dançar em espı́rito com David; hoje a Arca de Deus está
em repouso. Com Gabriel, o grande arcanjo, vamos exclamar: 'Salve,
cheio de graça, o Senhor é contigo. Salve, oceano inesgotá vel de
graça. Salve, ú nico refú gio na dor. Salve, cura dos coraçõ es. Ave, por
meio da qual a morte é expulsa e a vida se instala. '
E a você s falarei como se estivessem vivos, a mais sagrada das tumbas,
depois da tumba vivi icante de nosso Senhor, que é a fonte da
ressurreiçã o. Onde está o ouro puro que mã os apostó licas lhe
con iaram? Onde está o tesouro inesgotá vel? Onde está o precioso
receptá culo de Deus? Onde está a mesa de estar? Onde está o novo livro
em que a incompreensı́vel Palavra de Deus é escrita sem mã os? Onde
está o abismo da graça e o oceano da cura? Onde está a fonte que dá
vida? Onde está o corpo doce e amado da Mã e de Deus?
Por que45 você procura no tú mulo algué m que foi levado à s cortes
celestiais? Por que você me responsabiliza por nã o icar com ela? Eu
estava impotente para ir contra os comandos divinos. Aquele corpo
sagrado e sagrado, deixando o lençol para trá s, encheu-me de doce
fragrâ ncia, santi icou-me por seu contato e cumpriu o esquema divino,
e foi entã o assumido, anjos e arcanjos e todos os poderes celestiais que
os escoltam. Agora os anjos me cercam e a graça divina abunda em
mim. Eu sou o mé dico dos enfermos. Eu sou uma fonte perpé tua de
saú de e o terror dos demô nios. Sou uma cidade de refú gio para
fugitivos. Aproxime-se com fé e você receberá um mar de
graças. Venha, você de fé fraca. Todos você s que tê m sede, venham à s
á guas em obediê ncia aos mandamentos de Isaias, e você s, que nã o tê m
dinheiro, venham e comprem de graça. Apelo a todos com o convite do
Evangelho. Que aquele que deseja a cura fı́sica ou espiritual, o perdã o
dos pecados, a libertaçã o do infortú nio, a posse do cé u, se aproxime de
mim com fé e extraia daı́ um forte e rico luxo de graça. Assim como a
açã o de uma mesma á gua atua de maneira diferente na terra, no ar e no
sol, de acordo com a natureza de cada um, produzindo vinho na videira
e azeite na oliveira, o mesmo vale para uma mesma graça pessoa de
acordo com suas necessidades. Eu nã o possuo graça por minha pró pria
conta. Tumba entregue à corrupçã o, objeto de tristeza e tristeza,
recebo um precioso unguento e dele estou impregnado, e essa doce
fragrâ ncia altera minha condiçã o enquanto dura. Verdadeiramente, as
graças divinas luem para onde querem. Eu abriguei a fonte da alegria e
me tornei rico em sua fonte perene. 46
O que devemos responder ao tú mulo? Você realmente tem uma graça
rica e duradoura, mas o poder divino nã o é restringido pelo lugar, nem
a Mã e de Deus está trabalhando. Se fosse con inado apenas ao tú mulo,
poucos seriam os mais ricos. Agora é distribuı́do gratuitamente em
todas as partes do mundo. Façamos entã o com que a nossa memó ria
sirva de depó sito da Mã e de Deus. Como será isso? Ela é virgem e
amante da virgindade. Ela é pura e amante da pureza. Se puri icarmos
nossa mente com o corpo, possuiremos sua graça. Ela evita todas as
impurezas e paixõ es impuras. Ela tem horror à intemperança e um ó dio
especial à fornicaçã o. Ela se afasta de suas seduçõ es como da progê nie
de serpentes ... Ela vê todo pecado como algo que in lige a morte,
regozijando-se com todo o bem. Os contrá rios sã o curados pelos
contrá rios. Ela se deleita com o jejum e continê ncia e câ nticos
espirituais, com pureza, virgindade e sabedoria. Com eles ela está
sempre em paz e os leva ao seu coraçã o. Ela abraça a paz e um espı́rito
manso, e o amor, a misericó rdia e a humildade como seus ilhos. Em
uma palavra, ela lamenta cada pecado e se alegra com toda a bondade
como se fosse sua. Se nos afastarmos de nossos pecados anteriores com
toda a sinceridade e amarmos a bondade com todo nosso coraçã o, e
izermos disso nossa companhia constante, ela visitará frequentemente
seus servos, trazendo todas as bê nçã os com ela, Cristo seu Filho, o Rei e
Senhor que reina em nossos coraçõ es. A Ele seja gló ria, louvor, honra,
poder e magni icê ncia, com o Pai eterno e o Espı́rito Santo, agora e para
sempre.

SERMON III. SOBRE A ASSUNÇAO (κοιμησις).


Os amantes costumam falar sobre o que amam e deixar sua imaginaçã o
luir dia e noite. Que ningué m, portanto, me culpe, se acrescento uma
terceira homenagem à Mã e de Deus, em sua partida triunfante. Eu nã o
estou lucrando com ela, mas eu e você que estamos aqui presentes,
colocando diante de você s um tempero espiritual e um refrigé rio de
acordo com esta noite sagrada. Estamos sofrendo, como você vê , com a
escassez de alimentos. Portanto, estou improvisando um repasto, que,
se nã o for muito caro nem digno da ocasiã o, certamente será su iciente
para matar a fome. Ela nã o precisa de nosso elogio. Somos nó s que
precisamos de sua gló ria. De fato, como a gló ria pode ser glori icada ou
a fonte de luz iluminada? Estamos tecendo uma coroa para nó s mesmos
ao fazê -lo. 'Eu vivo', diz o Senhor, 'e glori icarei aqueles que Me
glori icam.' O vinho é realmente agradá vel de beber e o pã o para
comer. Um se alegra, o outro fortalece o coraçã o do homem. Mas o que é
mais doce do que a Mã e do meu Deus? Ela capturou minha mente e
manteve minha lı́ngua em cativeiro. Eu penso nela dia e noite. Ela, a
Mã e da Palavra, fornece minhas palavras. O fruto da esterilidade torna
frutı́feras as mentes esté reis. Preservamos hoje a festa da sua bendita e
divina passagem por este mundo. Vamos entã o escalar a montanha
mı́stica, onde alé m do alcance das coisas mundanas, passando pela
escuridã o da tempestade, nos posicionamos na luz divina e podemos
dar louvor ao poder Todo-Poderoso. Como é que Aquele que habita no
esplendor da sua gló ria desce ao seio da Virgem sem sair do seio do
Pai? Como Ele é concebido na carne, e Ele espontaneamente sofre, e
sofre até a morte, naquele corpo material, ganhando a imortalidade
atravé s da corruptibilidade? (φθορᾷ κτησαμενος το αφθαρτον). E,
novamente, ascendendo ao Pai, Ele atraiu Sua Mã e, segundo a carne,
para Seu pró prio Pai, levando para o paı́s celestial aquela que era o cé u
na terra.
Hoje, a escada viva, atravé s da qual o Altı́ssimo desceu e foi visto na
terra, e conversou com os homens, foi elevada ao cé u pela morte. Hoje a
mesa celestial, ela, que continha o pã o da vida, o fogo da Divindade, sem
conhecer o homem, foi elevada da terra ao cé u, e as portas do cé u se
abriram para receber a porta de Deus do Oriente. Hoje, a cidade viva de
Deus é transferida da Jerusalé m terrestre para a celestial, e ela, que
concebeu seu Filho primogê nito e ú nico, o primogê nito de toda a
criaçã o, o unigê nito do Pai, repousa no Igreja dos primogê nitos: a
verdadeira e viva Arca do Senhor é levada à paz de seu Filho. As portas
do cé u sã o abertas para receber o receptá culo de Deus, que, trazendo a
á rvore da vida, destruiu a desobediê ncia de Eva e a pena de morte de
Adã o. E Cristo, a causa de toda a vida, recebe o espelho escolhido, a
montanha da qual a pedra sem mã os encheu toda a terra. Ela, que
realizou a divina Encarnaçã o do Verbo, repousa em seu glorioso tú mulo
como em uma câ mara nupcial, de onde vai aos noivos celestiais, para
participar do reino de seu Filho e de Deus, deixando seu tú mulo como
lugar de descanso para aqueles na terra. Seu tú mulo é realmente um
lugar de descanso? Sim, mais famoso do que qualquer outro, nã o
brilhando com ouro, ou prata, ou pedras preciosas, nem coberto com
adornos de seda, ouro ou pú rpura, mas com o resplendor divino do
Espı́rito Santo. O estado angelical nã o é para os amantes deste mundo,
mas a vida maravilhosa dos bem-aventurados é para os servos do
Espı́rito, e passar para Deus é melhor e mais doce do que qualquer
outra vida. Esta tumba é mais bela que o Eden. E para que nã o fale do
engano do inimigo, naquele; de seu, por assim dizer, conselho
inteligente, sua inveja e cobiça, da fraqueza e lexibilidade de Eva, a isca,
segura e tentadora, que a enganou e a seu marido, sua desobediê ncia,
exı́lio e morte, para nã o falar dessas coisas. para nã o transformar nossa
festa em tristeza, este tú mulo entregou o corpo mortal que continha ao
paı́s celestial. Eva se tornou a mã e da famı́lia humana, e nã o é o homem
feito à imagem divina, condenada por sua condenaçã o; 'terra tu é s, e
para a terra tu deves voltar.' Este tú mulo é mais precioso do que o
taberná culo de outrora, recebendo o receptá culo real e vivi icante do
Senhor, a mesa celestial, nã o os pã es da proposiçã o, mas do cé u, nã o o
fogo material, mas aquele que continha o fogo puro do Divindade. Esta
tumba é mais sagrada do que a arca de Moisé s, abençoada nã o com
tipos e sombras, mas com a pró pria verdade. Mostrava a urna pura e
dourada, contendo o maná celestial, a tá bua viva, recebendo a Palavra
de Deus encarnada da impressã o do Espı́rito Santo, o incensá rio de
ouro da palavra supersubstancial. Ele mostrou a ela quem concebeu o
fogo divino embalsamando toda a criaçã o.
Deixe os demô nios fugirem, e os trê s vezes miserá veis Nestorianos
perecerã o como os antigos egı́pcios, e seu governante Farao, o mais
jovem, um devastador cruel. Eles foram tragados pelo abismo da
blasfê mia. Nó s, que somos salvos com os pé s secos, cruzando as á guas
amargas da impiedade, levantemos nossas vozes à Mã e de Deus em sua
partida. Que Maria, personi icando a Igreja, conduza a tensã o
alegre. Que as donzelas da Jerusalé m espiritual saiam cantando em
coros. Que reis e juı́zes, com governantes, jovens e virgens, jovens e
velhos, proclamem a Mã e de Deus, e todos os povos e naçõ es em seus
diferentes modos e lı́nguas, cantem um novo câ ntico. Deixe o ar ressoar
com louvor e instrumento, e o sol alegrar este dia de salvaçã o. Alegrai-
vos, ó cé us, e que as nuvens chovam justiça. Alegrai-vos, ó divinos
apó stolos, os escolhidos do rebanho de Deus, que parecem alcançar as
mais altas visõ es, como altos cumes de montanhas. E você s, ovelhas de
Deus, e Seu povo santo, o rebanho da Igreja, que olham para as altas
montanhas da perfeiçã o, iquem tristes, porque a fonte da vida, a Mã e
de Deus, está morta. Era necessá rio que o que foi feito da terra voltasse
à terra e, assim, fosse levado ao cé u. Era apropriado que o cortiço
terrestre fosse rejeitado, como o ouro é puri icado, para que a carne na
morte se tornasse pura e imortal, e ressurgisse do tú mulo em
resplandecente imortalidade.
Hoje ela começa sua segunda vida por Aquele que foi a causa de seu
primeiro ser. Ela deu um começo, quero dizer, a vida do corpo, para
Aquele que nã o teve começo no tempo, embora o Pai fosse a causa de
Sua existê ncia divina. Alegrai-vos santo e divino Monte Sion, no qual
repousa a montanha divina viva, a nova Betel, com sua graça, a natureza
humana unida à Divindade. De ti seu Filho ascendeu ao cé u como das
azeitonas. Que a nuvem que abrange o mundo seja preparada e os
ventos reunam os apó stolos no Monte Sion desde os con ins da
terra. Quem sã o estes que se elevam como nuvens e á guias à causa de
toda ressurreiçã o, ministrando à Mã e de Deus? Quem é ela que nasce
resplandecente, toda pura e brilhante como o sol? Que as liras
espirituais cantem para ela, as lı́nguas apostó licas. Que os teó logos
sé rios levantem suas vozes em louvor, Hierotheus, o vaso da eleiçã o, em
quem o Espı́rito Santo habita, conhecendo e ensinando as coisas divinas
pela habitaçã o divina. Deixe-o ser retirado do corpo e junte-se
voluntariamente ao hino alegre. Que todas as naçõ es batam palmas e
louvem a Mã e de Deus. Deixe que os anjos ministrem ao seu
corpo. Sigam a vossa Rainha, ó ilhas de Jerusalé m, e, juntamente com
as suas virgens em espı́rito, aproximem-se do vosso Noivo para se
sentar à Sua direita. Apressa-te, Senhor, em dar a Tua Mã e o
acolhimento que lhe é devido. Estenda Tuas mã os divinas. Recebe a
alma de Tua Mã e nas mã os do Pai, à s quais encomendaste o Teu espı́rito
na Cruz. Fale com ela palavras doces: 'Venha, minha amada, cuja pureza
é mais deslumbrante do que o sol, tu me deste o teu pró prio, receba
agora o que é meu. Vem, minha Mã e, a teu Filho, reina com Aquele que
era pobre contigo. ' Parta, ó Rainha, parta, nã o como Moisé s fez, que
subiu para morrer. Morra antes para que possas ascender. Entregue sua
alma nas mã os de seu Filho. Retorne a terra para a terra, nã o será
nenhum obstá culo. Erga os olhos, ó povo de Deus. Veja em Sion a Arca
do Senhor Deus de poderes, e os apó stolos de pé ao lado dela,
enterrando o corpo vivi icante que recebeu nosso Senhor. Anjos
invisı́veis estã o ao redor em humilde reverê ncia, homenageando a Mã e
de seu Senhor. O pró prio Senhor está lá , que está presente em todos os
lugares e preenchendo todas as coisas, o Ser universal, nã o no lugar. Ele
é o autor e criador de todas as coisas. Eis a Virgem, ilha de Adã o e Mã e
de Deus; por meio de Adã o, ela dá seu corpo à terra, sua alma a seu
Filho lá em cima nas cortes celestiais. Que a cidade santa seja
santi icada e regozije-se no louvor eterno. Que os anjos precedam o
taberná culo divino em sua passagem e preparem o tú mulo. Deixe
o esplendor do espı́rito adorná -lo. Deixe que a pomada doce seja
preparada e derramada sobre o corpo puro e imaculado. Deixe um luxo
claro de graça luir da graça em sua fonte. Deixe a terra ser santi icada
pelo contato com esse corpo. Deixe o ar se alegrar na Assunçã o. Deixe a
brisa suave soprar graça. Que toda a natureza celebre a festa da Mã e da
Assunçã o de Deus. Que bandas de jovens aplaudam e lı́nguas
eloqü entes a aclamem, e coraçõ es sá bios ponderem sobre a maravilha,
padres envelhecidos ganham força com a visã o. Que toda a criaçã o
emule o cé u, mesmo assim a verdadeira medida de alegria nã o seria
alcançada.
Venha, vamos partir com ela. Venha, vamos descer à quela tumba com
todo o desejo do nosso coraçã o. Ponhamo-nos ao redor desse leito
sagrado e cantemos as doces palavras: 'Salve, cheio de graça, o Senhor é
contigo. Salve, predestinada Mã e de Deus. Salve, tu escolhido no
desı́gnio de Deus desde toda a eternidade, a mais sagrada esperança da
terra, lugar de descanso do fogo divino, o deleite santo do Espı́rito,
fonte de á gua viva, paraı́so da á rvore da vida, divino ramo de videira,
trazendo né ctar que sustenta a alma e ambrosia. Rio cheio de graças
espirituais, terra fé rtil dos pastos divinos, rosa de pureza, com a doce
fragrâ ncia da graça, lı́rio do manto real, pura Mã e do Cordeiro de Deus
que tira os pecados do mundo, sı́mbolo de nossa redençã o , serva e
mã e, superando os poderes angelicais. ' Venha, vamos icar em volta
dessa tumba pura e atrair a graça para nossos coraçõ es. Vamos levantar
o corpo sempre virginal com os braços espirituais e ir com ela para a
sepultura para morrer com ela. Renunciemos à s nossas paixõ es e
vivamos com ela na pureza, ouvindo os câ nticos divinos dos anjos nas
cortes celestiais. Vamos em adoraçã o e aprendamos o misté rio
maravilhoso pelo qual ela é assumida ao cé u, para estar com seu Filho,
mais alto do que todos os coros angelicais. Ningué m ica entre o ilho e
a mã e. Este, ó Mã e de Deus, é o meu terceiro sermã o na tua partida, em
humilde reverê ncia à Santı́ssima Trindade a quem ministraste, a
bondade do Pai, o poder do Espı́rito, recebendo a Palavra Incriada, a
Sabedoria e Poder Todo-Poderoso de Deus. Aceite, entã o, minha boa
vontade, que é maior que minha capacidade, e dê -nos a salvaçã o. Cure
nossas paixõ es, cure nossas doenças, ajude-nos a sair de nossas
di iculdades, torne nossas vidas em paz, envie- nos a iluminaçã o do
Espı́rito. In lama-nos com o desejo de teu Filho. Torna-nos agradá veis a
Ele, para que possamos desfrutar da felicidade com Ele, vendo-te
resplandecente com a gló ria de teu Filho, regozijando-nos para sempre,
celebrando festa na Igreja com aqueles que celebram dignamente
Aquele que por teu intermé dio operou a nossa salvaçã o, Cristo o Filho
de Deus , e nosso Deus. A Ele seja a gló ria e majestade, com o Pai
incriado e o Espı́rito Santo e que dá vida, agora e para sempre, atravé s
dos sé culos sem im da eternidade. Um homem.

INDICE
Abraã o e ilhos de Emmor, 9 ; imagem de Deus, 123 . Adã o e Eva se
dirigindo a Nossa Senhora, 183 .
Ambró sio de Milã o, St, on Encarnation, 136 .
Amphilochius, dirigido por Sã o Bası́lio, 34 .
Angarus, Rei de Edessa, 33 .
Natureza angé lica nã o tomada por Deus, 102 .
Anne, St, o nome dela, 156 .
Arca de Deus, o verdadeiro, 168 , 188 ; em repouso, 195 .
Assunçã o de Nossa Senhora, 202 , 207 , 209 , 210 .
Ataná sio, Arcebispo de Antioquia, 141 .
Ataná sio, St, seu testemunho, 120 .
Agostinho, St, de Civitate Dei, 57 .

Babilô nia, trê s ilhos em, 132 .


Baltasar, impiedade de, 110 .
Basil, St, na Tradiçã o, 28 ; em St Gordion, 37 ; sobre Quarenta
Má rtires, 117 .
Berenice da Paneada, 124 .
Corpo de Cristo na Sagrada Eucaristia, 102 .
Serpente de Bronze, imagem da Cruz, 50 .
Enterro de Nossa Senhora, 190 , 191 , 208 .
Sarça ardente, imagem de Nossa Senhora, 79 .

Querubim, imagem de, 14 .


Crisó stomo, Sã o Joã o, seu testemunho, 83 , 118 , 121 ; nos
Machabees, 137 ; para Juliano, o Apó stata, 138 .
Igreja atacada por inimigos, 1 .
Constantino, zelo pelas imagens, 126 .
Cruz, veneraçã o de, 78 , 130 , 134 .
Cirilo de Alexandria, St, 121 .
Cirilo de Jerusalé m, 137 ; para Juliano, o Apó stata, 138 .

Daniel e David, adoraçã o de, 13 .


Denis, o Areopagita, 10 ; nas imagens, 31 , 96 .
Denis, St, de Atenas, 116 .
Deuteronô mio, testemunho de, 6 , 63 .
Coisas divinas revestidas de forma, 99 .

Egı́pcios, seu enterro, 29 .


Elias levado para o cé u, 166 .
Eliseu, um fazedor de milagres, 45 .
Epiphanius, St, nas imagens, 29 , 77 .
Eupraxia, St, 51 .
Ezequiel, sua visã o, 46 , 128 , 162 .

Quarenta má rtires, 38 , 40 , 117 .


Francisco de Sales, St, on the Cross, 47 .

Gabriel, St, enviado a Maria, 157 .


Divindade, nã o deve ser
representado, 5 , 8 , 9 , 14 , 15 , 62 , 67 , 98 . Gregó rio de Nazianzen,
St, 122 .
Gregó rio de Nissa, St, 41 .

Lugares sagrados, 109 ; coisas, 110 .


Homer, sobre os deuses, 193 .

Idolatria dos israelitas, 80 .


Adoraçã o de ı́dolos dos pagã os, 77 .
Imagens, desonra mostrada a, 68 , 85 ; adoraçã o
de, 74 , 75 , 89 ; de iniçã o de, 92 ; tipos, 93 , 94 , 95 , 97 , 106 , 133 ; dos
santos, uma adoraçã o fecunda, 112 .
Coisas invisı́veis por meio de visı́veis, 11 .
Isaias, sua visã o de Deus, 100 ; virgem predita por, 162 .

Jacó , sua adoraçã o, 9 , 13 , 131 ; tı́pico, 27 ; recebendo a capa de


Joseph, 132 ; escada de, 161 .
Judeus, sua propensã o à idolatria, 8 .
Jezabel, puniçã o de, 70 .
Joachim, St, 154 .
Jordan, pedras de, 20 , 97 .
José , adorado por irmã os, 14 .
Josué , adorava um anjo, 101 .

Imagem de King, valor de, 136 ; reis, nã o legisladores na


Igreja, 52 , 69 , 76 .

Latreia, adoraçã o de, 7 ; dado somente a Deus, 64 , 104 , 107 .


Lei, imagem do futuro, 82 , 140 ; observâ ncias de, 18 ; imagens
de, 46 , 49 , 81 , 88 ; substituı́do pela graça, 73 .
Leã o de Neá polis, na Cruz, 43 .

Maté ria nã o desprezı́vel, 17 , 71 , 72 ; consagrado, 127 .


Maria do Egito, St, orando a Nossa Senhora, 51 , 143 , 145 .
Maximus, St, seu testemunho, 84 .
Methodius, St, em imagens, 145 .
Moisé s, testemunho de, 53 , 60 , 65 ; adora Jethor, 134 .
Mã e de Deus, 12 ; imagens de, 97 ; adoraçã o de, 54 , 91 ; morte
de, 164 , 186 ; sua Assunçã o, 166 , 167 , 173 , 176 ; a cidade de
Deus, 148 ; seus elogios, 150 ; seu nascimento, 150 ; sua
apresentaçã o, 156 ; sua graça, 158 ; sua virgindade, 159 , 173 ; um Eden
espiritual, 160 ; sua intercessã o, o quê , 169 ; o novo
Eden, 174 ; cé u, 175 ; sua morte, sem dor, 177 ; testemunhas oculares
de, 181 ; santo dos santos, 178 ; seu direito de adorar a
todos, 192 ; noivas celestiais de, 203 ; fonte da vida, 206 .
O nascimento humano de Nosso Senhor, 194 .

Perseguidores de santos punidos, 70 .


Pedro, Sã o, chefe dos apó stolos, 26 .
Faraó adorado por Jacó , 9 .

Santos, por que honrados, 21 , 23 , 24 ; sua sombra, 113 ; nossa


adoraçã o de, 108 .
Escritura, verdadeira interpretaçã o de, 66 .
Severiano, na Cruz, 139 .
Simon Stylites, St, venerado em Roma, 119 .
Sion, o que, 179
Salomã o e o templo, 22 , 45 , 129 .
Concepçõ es espirituais atravé s das coisas corpó reas, 90 .

Tumba de Nossa Senhora, 196 , 197 , 205 , 210 ; mais justo que o
Eden, 204 .
Tradiçã o, antiga, 114 ; nã o escrito, 75 .
Tipos, honorá veis, 142 .

Adoraçã o, falso, 56 , 57 , 58 ; tipos de, 104 , 105 , 106 , 108 , 111 .

[1] θεοπάτωρ, não é facilmente processado em inglês.


[2] Κaὶ τοῦτον ὥσπερ ἵππον εὐχἀλινον, τῆς ἀφετηρίας παρώρμησα.
[3] άπερίγαπτος, ou seja, não está no lugar.
[4] ἀλλα μην καί ἐπὶ τὸ ἄκρον τῆς ῥάβδου.
[5] Τὴν ἁγιαν παρθένον καί θεοτόκον.
[6] Uma referência à questão tratada por São Tomé depois de São João
Damasceno: utrum angelus sit in loco.
[7] δήσας τὸν ίσχυρὸν.
[8] την κορυφαίαν ακροτητα τῶν ἀπόστολων.
[9] τα θεια μυστήρια — a Missa.
[10] τεττιξ.
[11] τῃ τοὺ κυρίου πρὸς θείον ἐκπυρσευθέντα ἔρωτα ἀκοῇ.
[12] Uma curta passagem de São João Crisóstomo, que se segue, é
omitida por conta da nota do Editor: locus hic mihi non occurrit
apud Chrysostomum in Epistolam ad Hebræos.
[13] Comparar-
Ce n'est ni la pierre ni le bois
Que le catholique adore;
Mais c'est le Roi qui mort en croix
De Son Sang la croix honore.
- Vie de St Frangois de Sales, par M. Hamond.
[14] Um testemunho citado de Sophronius é aqui suprimido.
[15] Ver Santo Agostinho, de Civitate Dei: Nemo igitur
quæratfficientem causam malæ voluntatis; non enim est eficiens,
sed deficiens, quia nec illa effectio sed defectio (xii. c. vii).
[16] βασιλέων ἐστὶν ἡ πολιτικὴ εὐπραζία; ἡ δὲ ἐκκλησιαστικὴ
κατάστασις, ποιμένων καὶ διδασκαλων. ληστρικὴ ἔφοδος ἐστιν
αὕτη.
[17] γυμνώσατω ἑαυτὸν τοῦ οἰκείου στρατεύματος ὁ επίγειος
βασιλεὺς, καὶ τότε τὸν ἐαυτου βασιλειος βασιλεὺς, καὶ τότε τὸν
ἐαυτου βασιλα καναν. Ἀποθέσθω τὴν ἀλoυργίδα καὶ το δίαδημα
καὶ τότε τῶν κατὰ τοῦ τυράννου ἀριστευσάνττων, κσαὶ
βαθενεπρου ριστευσάνττων, κσαὶ βαθενεπρας βαθεντρας σαὶ
βανεντριω σαὶ βανεντρας.
[18] As primeiras citações são apenas repetições e, conseqüentemente,
são omitidas.
[19] Duas pequenas omissões, viz., São Crisóstomo e Santo Ambrósio.
[20] Uma repetição até ι (χ), onde começa a tradução.
[21] τρεις ὑποστασεις.
[22] φύσει γαρ νοούμενα.
[23] θεορῥήμων.
[24] θεότητι γὰρ καθ 'ὑπόστασιν ἥνωται, καὶ δύο φύσεις ἐν τῳ
μεταλαμβανομένῳ ὑφ' ἡμῶν σώματι τοῦ χριστοῦ, ἡνωμεναι καθ
'ὑπόστασιν εἰσιν ἀδιασπάστως, καὶ τῶν δύο φύσεων μετέχομεν,
τοῦ σώματος, σωματικῶς, τῆς θεότητος, πνευματικῶς · μᾶλλον δἠ
ἀμφοῖν κατ' ἄμφω · οὐ καθ 'ὑπόστασιν ταυτιζόμενοι · ὑφιστάμεθα
γὰρ προτον, καὶ τότε ἑνούμεθα · ἀλλὰ κατα
συνανώκρτμονανανανκοτονανανανκοτμονανανανκοτμοναναν.
[25] Ἀδελφοὶ, ὁ χριστιανὸς, πίστις ἐστίν.
[26] Alguns testemunhos foram suprimidos como inadequados ou
irrelevantes, viz.:—
1. São Basílio em São Barlaão (em ordem) 2.
2. São Gregório de Nissa. Sobre Isaac e Abraão
(5) Repetição.
3. Severiano na Cruz (7) Repetição.
4. Da Vida de São Crisóstomo (8) Repetição.
5. Eusébio sobre a mulher com fluxo de sangue (22).
6. Eusébio em Constantino (23).
7. São Gregório Nazianzeno, do Discurso ao Apóstolo
Juliano (2 linhas) (24).
8. São Crisóstomo, Comentário sobre Jó (25).
9. São Crisóstomo em Constantino, quatro citações
(26).
10. Teodoreto de Sirus em Ezequiel (27).
11. Dos Atos de São Plácido (28).
12. História Eclesiástica de Teodoreto (35).
13. Santo Atanásio do Monte Sinai (36).
14. Arcadius, Abp. de Chipre, em Simeon, o
Wonderworker (37).
15. São Crisóstomo, Homilia (38).
16. Teodoreto, História Eclesiástica: seis citações curtas
(39).
17. São Crisóstomo em São Flaviano e Homilia (40).
18. São Basílio em Quarenta Mártires, Repetição (41).
19. São Gregório Nazianzen, ex Carminibus (42).
20. São Crisóstomo, Comentário sobre São Paulo (43).
21. Do Sexto Conselho Geral (44).
22. São Clemente, Stromata (45).
23. São Teodoro, Bispo de Pentápolis (46).
24. São Basílio a São Flaviano (51).
25. São Gregório Nazianzeno sobre o Batismo (52).
26. São Isidoro o Diácono, Cronografia (57).
27. Do Quinto Conselho Geral (62).
28. Teodoro, História Eclesiástica (63).
29. Abbot Maximus. Repetição (64).
30. St Sophronius, Atos da SS. Cyrus e John (65).
31. Da Vida de Santa Eupraxia (69).
32. No Quinto Conselho Geral (70).

[27] θεωφιλει προπάτορι.


[28] οὐχὶ καὶ τα άναθήματα τῶν ἁγίων ἐπ 'ἐκκλησίαις κείμενα εἰς
προσκύνησιν των πιστῶν, δηλοῦσοβ τὴνώτλώτος τητος εἰς.
[29] τα γὰρ τῶν χριστιανῶν πιστίς ἐστὶ, καὶ ὁ ἀψευδὴς ἡμων θεὸς
ἐνεργεῖ τας δυνάμεις.
[30] θεοπάτωρ.
[31] θεῖος.
[32] ἀπεριγράπτως.
[33] ἐκάθηρε τε καὶ ἡγίασε.
[34] ἀπεριγάπτως κατώκησας.
[35] ὄντως γᾶρ τὸ ἀπρόσληπτον ἀθεράπευτον.
[36] … Τῃ παναγίᾳ ταύτῃ καί θειοτάτῃ.
[37] Τῳ γὰρ θεῳ λόγῳ ἐν τῇ γαστρί σου σκηνώσαντι ἀνθρωπεία φύσις
τὸν ἐγκρυφίαν ἄρτον, την ἑαυτῆς ἀπαρχην ἐκ τῶν σῶν ἁγνῶν
αἱμάτων προσήγαγεν, ὀπτωμένην πῶς καὶ ἀρτοποιουμενην ὑπο
τοῦ θείου πυρὸς, etc.
[38] οὕτω καὶ ἡμεῖς ἐν χειμῶνι τῶν ἐπῶν τὰ ἄνθη τῃ βασιλίδι
προσάγοντες, καὶ γεγηρακότα λόγον πρὸς τοὺς ἀγῶνας τῶν
ἐγκωμίων ὁπλίζοντες, καὶ τὸν πόθον τῳ νῳ λίθον οἱα σιδήρῳ
προστρίψαντες, ἢ ὡς βόρθρην ἄωρον ἐκθλίψαντες, τὴν μυθοτόκον
διάνοιαν, ἄμυδρόν τινα σπινθῆρα καὶ τρυγα λόγου τοῖς φιλολόγοις
ὑμῖν καὶ φιλακροάμοσι νέμοντες, μᾶλλον καὶ μαλλον
ἀποδειχθείημεν.
[39] θεοπάτωρ.
[40] ὄντως μακαρία σὺ, παμμακάριστε. Τίς γάρ, εἰ μήγε ὁ λόγος ῃ
προσενηνεκται τοῦτο πάσχων, ὂ πράττειν ύπείληπται.
[41] χερσί θείαις καὶ άκηράτοις. Obscuro quando aplicado ao nosso
Senhor.
[42] ὁ καιρὸς τῆς τομῆς ἔφθασε.
[43] καὶ ἠν ἰδεῖν ίδρῶτας καὶ δάκρυα τοῖσ χέυμασιν ἁμιλλώμενα.
[44] yevvᾳ yὰρ πῶς ἐκ συνδυασμοῦ τὸ ἀσώματον; καὶ τίνα τρόπον
μίχθήσεται.
[45] A suposta resposta da tumba.
[46] Um parágrafo não autêntico omitido.

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SOBRE IMAGENS SAGRADAS ***

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disposiçõ es restantes.
1.F.6. INDENIZAÇAO - Você concorda em indenizar e manter a
Fundaçã o, o proprietá rio da marca registrada, qualquer agente ou
funcioná rio da Fundaçã o, qualquer pessoa que forneça có pias das obras
eletrô nicas do Project Gutenberg ™ de acordo com este acordo, e
quaisquer voluntá rios associados à produçã o, promoçã o e distribuiçã o
de Obras eletrô nicas do Project Gutenberg ™, isentas de qualquer
responsabilidade, custos e despesas, incluindo taxas legais, que surjam
direta ou indiretamente de qualquer um dos seguintes itens que você
izer ou izer com que ocorram: (a) distribuiçã o deste ou de qualquer
trabalho do Project Gutenberg ™, (b) alteraçã o, modi icaçã o ou
acré scimos ou exclusõ es em qualquer trabalho do Project Gutenberg ™,
e (c) qualquer Defeito que você causar.
Seção 2. Informações sobre a missão do Project Gutenberg ™
O Project Gutenberg ™ é sinô nimo de distribuiçã o gratuita de obras
eletrô nicas em formatos legı́veis pela mais ampla variedade de
computadores, incluindo computadores obsoletos, antigos, de meia-
idade e novos. Ela existe devido aos esforços de centenas de voluntá rios
e doaçõ es de pessoas em todas as esferas da vida.
Voluntá rios e apoio inanceiro para fornecer aos voluntá rios a
assistê ncia de que precisam é fundamental para alcançar os objetivos
do Project Gutenberg ™ e garantir que a coleçã o do Project Gutenberg ™
permanecerá disponı́vel gratuitamente para as geraçõ es futuras. Em
2001, a Project Gutenberg Literary Archive Foundation foi criada para
fornecer um futuro seguro e permanente para o Project Gutenberg ™ e
as geraçõ es futuras. Para saber mais sobre a Fundaçã o do Arquivo
Literá rio do Project Gutenberg e como seus esforços e doaçõ es podem
ajudar, consulte as Seçõ es 3 e 4 e a pá gina da Web da Fundaçã o em
http://www.pglaf.org.
Seção 3. Informações sobre a Fundação Arquivo Literário do
Project Gutenberg
A Project Gutenberg Literary Archive Foundation é uma corporaçã o
educacional sem ins lucrativos 501 (c) (3) organizada de acordo com
as leis do estado do Mississippi e com status de isençã o de impostos
concedido pelo Internal Revenue Service. O EIN da Fundaçã o ou
nú mero de identi icaçã o iscal federal é 64-6221541. Sua carta 501 (c)
(3) está publicada em http://www.gutenberg.org/fundraising/pglaf. As
contribuiçõ es para a Project Gutenberg Literary Archive Foundation sã o
dedutı́veis de impostos em toda a extensã o permitida pelas leis federais
dos Estados Unidos e pelas leis do seu estado.
O escritó rio principal da Fundaçã o ica em Fairbanks, Alasca, com o
endereço para correspondê ncia: PO Box 750175, Fairbanks, AK 99775,
mas seus voluntá rios e funcioná rios estã o espalhados por vá rios
locais. Seu escritó rio comercial está localizado em 809 North 1500
West, Salt Lake City, UT 84116, (801) 596-1887, e-mail
business@pglaf.org. Links de contato por e-mail e informaçõ es de
contato atualizadas podem ser encontrados no site da Fundaçã o e na
pá gina o icial em http://www.pglaf.org
Para informaçõ es de contato adicionais:
Dr. Gregory B. Newby
Chefe Executivo e Diretor
gbnewby@pglaf.org
Seção 4. Informações sobre doações para a Fundação Arquivo
Literário do Project Gutenberg
O Project Gutenberg ™ depende e nã o pode sobreviver sem amplo apoio
pú blico e doaçõ es para cumprir sua missã o de aumentar o nú mero de
domı́nio pú blico e obras licenciadas que podem ser distribuı́das
gratuitamente em formato legı́vel por má quina e acessı́vel pela mais
ampla gama de equipamentos, incluindo equipamentos
desatualizados. Muitas pequenas doaçõ es ($ 1 a $ 5.000) sã o
particularmente importantes para manter o status de isençã o de
impostos com o IRS.
A Fundaçã o está empenhada em cumprir as leis que regulamentam as
instituiçõ es de caridade e as doaçõ es de caridade em todos os 50
estados dos Estados Unidos. Os requisitos de conformidade nã o sã o
uniformes e exige um esforço considerá vel, muita papelada e muitas
taxas para atendê -los e mantê -los em dia. Nã o solicitamos doaçõ es em
locais onde nã o recebemos con irmaçã o por escrito de
conformidade. Para ENVIAR DOAÇOES ou determinar o status de
conformidade para qualquer estado especı́ ico, visite
http://www.gutenberg.org/fundraising/donate
Embora nã o possamos e nã o solicitemos contribuiçõ es de estados onde
nã o atendemos aos requisitos de solicitaçã o, nã o conhecemos nenhuma
proibiçã o de aceitar doaçõ es nã o solicitadas de doadores em tais
estados que nos abordem com ofertas de doaçã o.
Doaçõ es internacionais sã o aceitas com gratidã o, mas nã o podemos
fazer nenhuma declaraçã o a respeito do tratamento tributá rio de
doaçõ es recebidas de fora dos Estados Unidos. Só as leis dos EUA
sobrecarregam nossa pequena equipe.
Veri ique as pá ginas da Web do Project Gutenberg para mé todos e
endereços de doaçã o atuais. As doaçõ es sã o aceitas de vá rias outras
maneiras, incluindo cheques, pagamentos online e doaçõ es por cartã o
de cré dito. Para doar, visite:
http://www.gutenberg.org/fundraising/donate
Seção 5. Informações gerais sobre as obras eletrônicas do Project
Gutenberg ™.
O professor Michael S. Hart é o criador do conceito Project Gutenberg ™
de uma biblioteca de obras eletrô nicas que pode ser livremente
compartilhada com qualquer pessoa. Por trinta anos, ele produziu e
distribuiu eBooks do Project Gutenberg ™ com apenas uma rede livre
de apoio voluntá rio.
Os eBooks do Project Gutenberg ™ sã o frequentemente criados a partir
de vá rias ediçõ es impressas, todas as quais foram con irmadas como
nã o protegidas por direitos autorais nos Estados Unidos, a menos que
um aviso de direitos autorais seja incluı́do. Portanto, nã o
necessariamente mantemos os e-books em conformidade com qualquer
ediçã o em papel especı́ ica.
Cada e-book está em um subdiretó rio com o mesmo nú mero do nú mero
do e-book, geralmente em vá rios formatos, incluindo plain vanilla
ASCII, compactado (zipado), HTML e outros.
As edições corrigidas de nossos e-books substituem o arquivo antigo e
assumem o nome do arquivo e o nú mero do texto anterior. O antigo
arquivo substituı́do está renomeado. Versões baseadas em fontes
separadas sã o tratadas como novos eBooks recebendo novos nomes de
arquivo e nú meros de texto eletrô nico.
A maioria das pessoas começa em nosso site, que tem o principal
recurso de pesquisa do PG:
http://www.gutenberg.org
Este site inclui informaçõ es sobre o Project Gutenberg ™, incluindo
como fazer doaçõ es para a Project Gutenberg Literary Archive
Foundation, como ajudar a produzir nossos novos e-books e como
assinar nosso boletim informativo por e-mail para ouvir sobre novos e-
books.

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