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FEDERAÇÃO NACIONAL DOS ENGENHEIROS DE PESCA DO BRASIL

CNPJ. 40.817.645/0001-36
Fundada em 26 de julho de 1979

Bragança (PA), 16 de janeiro de 2024.

OFÍCIO N° 2024.003/FAEP-BR

A Fundação Cesgranrio e ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos


(MGI)

Assunto: Impugnação do Edital n° 03/2024, publicado em 10 de janeiro de 2024, relativo ao


Concurso Público Nacional Unificado – 2024 e a inserção do profissional Engenheiro de Pesca
para os cargos no âmbito de suas atribuições ou a devida destinação de vagas.

O Concurso Público Nacional Unificado do Governo Federal para provimento de vagas


e formação de cadastro de reserva em cargos de Nível Superior previsto no Edital n° 03/2024,
publicado em 10 de janeiro de 2024, está divido em oito blocos. O Bloco 3 é denominado
“Ambiental, Agrário e Biológicas”, contemplando órgãos, como: B3-01 - Fundação Nacional
dos Povos Indígenas (FUNAI), B3-02 - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
B3-03 - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e B3-04 - Ministério da
Agricultura e Pecuária (MAPA).
O referido Edital não prevê vagas para profissionais da Engenharia de Pesca, mesmo
para os cargos em que suas atribuições são contempladas. Neste contexto, o Anexo II
“Cargos, descrição dos cargos, especialidades, formação exigida, atividades previstas para a
especialidade e remuneração” possui a seguinte redação:
Este bloco temático reúne as atribuições do Estado Brasileiro relacionadas ao processo de
desenvolvimento ambiental, agrícola, pecuário e do meio rural. Para o alcance de um país
‘desenvolvido e ambientalmente sustentável’ é necessário a construção de um entendimento comum
entre os cargos presentes neste bloco.
Assim, entende-se que este bloco sintetiza macroprocessos de promoção do desenvolvimento
sustentável do segmento rural com tecnologias inovadoras para a criação de oportunidades que
aumentem a capacidade produtiva da cadeia agrícola e pecuária, a geração de empregos e a
melhoria de renda da população rural. Da mesma maneira que expressa ações para assegurar
garantias aos direitos dos povos originários que se interseccionam com os setores organizacionais
presentes neste bloco temático.
No PPA 2024-2027 os objetivos de “Conservar, restaurar e usar de forma sustentável o meio
ambiente” e de “Fortalecer a agricultura familiar, o agronegócio sustentável, a pesca e a
aquicultura” se fortalecem num mesmo eixo de Desenvolvimento econômico e sustentabilidade
socioambiental e climática, de modo que os profissionais selecionados a atuar nessa área precisam
ter habilidades sinérgicas e complementares.
Esperamos atrair preferencialmente perfis da área de conhecimento e formação de ciências
biológicas, ambientais, agrária e da terra. Constituem especialidades desse bloco, engenharia
agronômica, medicina veterinária, química, farmácia, engenharia florestal, ciências biológicas,
agrárias e/ou ambientais, análise florestal, agrícola e pecuária, meteorologia e geografia; além de
candidaturas em qualquer área de conhecimento.”.
A certeza de que o fortalecimento da pesca e da aquicultura no Brasil objetivado pelo
Plano Plurianual (PPA) perpassa pela atuação do Engenheiro de Pesca, bem como a histórica
e relevante colaboração deste profissional no âmbito de órgãos públicos que integram essas
cadeias produtivas, principalmente de fomento, ciência e tecnologia, gestão ambiental e de
assistência técnica e extensão rural, motivam a presente demanda. Seu embasamento legal

Endereço Executivo no Pará – Alameda Leandro Ribeiro, SN – Bairro Aldeia


CEP 68.600-000 - Bragança (PA) - Celular (91) 98238.3876
E-mail: faepbroficial@gmail.com - SITE: www.faep.eng.br
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está pautado na Resolução CONFEA n° 279, de 15 de junho de 1983 (Anexo I), que discrimina
as atividades profissionais do Engenheiro de Pesca:
“Compete ao Engenheiro de Pesca o desempenho das atividades 01 a 18 do Art. 1º da
Resolução nº 218, do CONFEA, de 29 de junho de 1973, no referente ao aproveitamento dos
recursos naturais aquícolas, a cultura e utilização da riqueza biológica dos mares, ambientes
estuarinos, lagos e cursos d'água; a pesca e o beneficiamento do pescado, seus serviços
afins e correlatos”.
Para uma melhor compreensão por parte da sociedade, as atividades profissionais
previstas na norma jurídica supracitada foram detalhadas pela Nota Técnica da Federação
Nacional dos Engenheiros de Pesca do Brasil (FAEP-BR), aprovada pelo CONFEA na Decisão
n° PL-2911/2017 (Anexo II). Destarte, é requerida a destinação de vagas ou a inserção do
profissional Engenheiro de Pesca para a formação exigida nos seguintes casos:

B3-01 - Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) - Destinação de vagas

A pesca é uma das atividades humanas mais tradicionais do território brasileiro, sendo
amplamente praticada por povos originários, a aquicultura possui uma demanda crescente no
meio rural e o cargo de “Especialista em Indigenismo” da FUNAI apresenta vagas
exclusivamente para Engenharia Agronômica (B3-01-A), Engenharia Florestal (B3-01-B) e
Geografia (B3-01-C). Dentre as razões para FUNAI incluir o Engenheiro de Pesca para o cargo
de “Especialista em Indigenismo” estão: 1) a importância da pesca e da aquicultura para a
economia e a cultura de povos indígenas; e 2) estes segmentos exigem conhecimentos
técnicos específicos para que possam ser sustentáveis e competitivos, o que demanda por
profissionais especializados nas temáticas.

B3-02 - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - Inserção na formação


exigida

O IBGE é responsável pela estatística oficial da aquicultura brasileira desde 2013 e


desenvolve pesquisas acerca do consumo de pescado no país. Porém, o cargo de
“Tecnologista em informações geográficas e estatísticas (B3-02-C)” não contempla o
Engenheiro de Pesca entre as formações exigidas. Sua inserção certamente promoveria
aperfeiçoamento na metodologia, na coleta e análise dos dados disponibilizados pelo órgão,
dada a expertise em relação a temática.

B3-03 - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) - Destinação de


vagas

A aquicultura é uma das atividades agropecuárias mais desenvolvidas nos


assentamentos rurais pelo Brasil. Neste contexto, a existência de profissionais especializados
na temática atuando no órgão agregaria em qualidade nos mais diversos serviços prestados
ao público-alvo. Contudo, o cargo de “Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário (B3-
03-A)” prevê vagas exclusivamente para Engenheiros Florestais, enquanto Engenheiro
Agrônomo possui um cargo específico (B3-03-B).

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Fundada em 26 de julho de 1979

B3-04 - Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) - Destinação de vagas

A industrialização do pescado abrange o processamento, beneficiamento e


transformação dos organismos aquáticos provenientes da pesca e da aquicultura, sendo uma
das principais atribuições do Engenheiro de Pesca. Porém, não há vagas destinadas a este
profissional como “Auditor Fiscal Federal Agropecuário”. Dentre as razões para o MAPA incluir
o Engenheiro de Pesca em seu quadro estão: 1) capacidade técnica diferenciada para realizar
a inspeção do pescado desde a captura, verificando se o produto está livre de contaminantes
físicos, químicos e biológicos; 2) reconhecida atuação no controle de qualidade do pescado,
garantindo que o produto atenda aos padrões estabelecidos pelas empresas, agências e
órgãos reguladores.

Diante do exposto e levando em consideração a importância do Engenheiro de Pesca


para o desenvolvimento sustentável da pesca e da aquicultura no país, solicito a inserção do
profissional para o cargo no âmbito de suas atribuições e a devida destinação de vagas nos
termos das demandas e justificativas apresentadas.

Atenciosamente,

Dr. Marcos Ferreira Brabo


Engenheiro de Pesca
Presidente da FAEP-BR
CREA n° 150.212.848-9

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