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REVISTA OBSERVATORIO DE LA ECONOMIA LATINOAMERICANA

Curitiba, v.22, n.1, p. 2144-2166. 2024.

ISSN: 1696-8352

A cadeia de suprimentos da ostreicultura no Nordeste Paraense,


Amazônia, Brasil

The ostreiculture supply chain in the Northeast Paraense, Amazon,


Brazil
DOI: 10.55905/oelv22n1-112

Recebimento dos originais: 01/12/2023


Aceitação para publicação: 02/01/2024

Thalita Antunes Oliveira Moura


Mestra em Aquicultura e Recursos Aquáticos Tropicais
Instituição: Instituto Socioambiental e dos Recursos Hídricos da Universidade Federal
Rural da Amazônia (ISARH - UFRA)
Endereço: Av. Tancredo Neves, 2501, Terra Firme, Belém - PA
E-mail: thalita.alipara@gmail.com

Marko Herrmann
Doutor em Biologia Marinha pela Universität Bremen (UB)
Instituição: Instituto Socioambiental e dos Recursos Hídricos da Universidade Federal
Rural da Amazônia (ISARH - UFRA)
Endereço: Av. Tancredo Neves, 2501, Terra Firme, Belém - PA
E-mail: marko.herrmann@ufra.edu.br

Flavio de Almeida Alves-Júnior


Doutor em Oceanografia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Instituição: Núcleo de Ecologia Aquática da Universidade Federal do Pará
(NEAP - UFPA)
Endereço: Rua Augusto Corrêa, 01, Guamá, Belém - PA
E-mail: bioflavio@hotmail.com

Geilson Silva Tenório


Doutor em Ecologia Aquática e Aquicultura pela Universidade Federal do Pará (UFPA)
Instituição: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA)
Endereço: Av. Almirante Barroso, 1155, Marco, Belém - PA
E-mail: geilson.tenorio@ifpa.edu.br

Rômulo Malta Nascimento


Mestre em Engenharia de Pesca pela Universidade Federal do Ceará (UFC)
Instituição: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS)
Endereço: Travessa Lomas Valentinas, 2717, Marco, Belém - PA
E-mail: romulomalta@gmail.com

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Mateus Fernandes Araújo Cintra


Bacharel em Direito pela Universidade Potiguar
Instituição: Mossoró Marcas e Patentes
Endereço: Rua Tibério Burlamaque, 474, Paredões, Mpssoró - RN
E-mail: mateuscintra13@gmail.com

Maurício Bastos da Silva


Mestre em Aquicultura e Recursos Aquáticos Tropicais pela Universidade Federal Rural
da Amazônia
Instituição: Secretaria de Educação de Cametá (SEMED)
Endereço: Travessa Benjamin Constant, 438, Cametá - PA
E-mail: Mbsilva1802@gmail.com

Israel Hidenburgo Aniceto Cintra


Doutor em Engenharia de Pesca pela Universidade Federal do Ceará (UFC)
Instituição: Instituto Socioambiental e dos Recursos Hídricos da Universidade Federal
Rural da Amazônia (ISARH - UFRA)
Endereço: Av. Tancredo Neves, 2501, Terra Firme, Belém - PA
E-mail: israel.cintra@ufra.edu.br

RESUMO
O presente estudo descreve a cadeia de suprimentos da ostreicultura no nordeste paraense.
A pesquisa foi desenvolvida por meio de levantamento de informações bibliográficas,
coleta de dados em campo e análise dos bancos de dados. A cadeia de suprimentos da
ostreicultura na área de estudos tem se desenvolvido de forma significativa e contribui
com melhorias na vida dos aquicultores, contudo faz-se ainda necessárias muitas ações
por parte das políticas públicas, para fomentar a produção, bem como o desenvolvimento
de mais pesquisas que auxiliem os produtores a alcançarem resultados cada vez mais
sustentáveis.

Palavras-chave: aquicultura, ostra, amazônia, cultivo de moluscos.

ABSTRACT
The present study describes the oyster farming supply chain in the northeast of Pará. The
research was developed through a survey of bibliographic information, field data
collection and analysis of the data bank. The oyster farming supply chain in the study area
has developed significantly and contributes to improvements in the lives of aquaculturists,
however, many actions are still needed on the part of public policies to encourage
production, as well as the development of more research that helps producers achieve
increasingly sustainable results.

Keywords: aquaculture, oyster, amazon, mollusc farming.

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1 INTRODUÇÃO
O Nordeste paraense é uma região onde a aquicultura tem crescido cada vez mais
ao longo dos anos, embora tenha sido observada outras modalidades, tais como cultivo
de quelônios, piscicultura ornamental, carcinicultura marinha e malacocultura (todas em
pequenas proporções), a piscicultura é a atividade aquícola mais encontrada, principal-
mente a familiar (TENÓRIO et al., 2022).
A ostreicultura, embora ainda apresente uma produção ainda incipiente em relação
a outros estados da federação, tem crescido e vem gerando emprego e renda para a popu-
lação do Nordeste paraense. Contudo, é importante a busca por soluções viáveis que im-
pulsionam a atividade de forma socioeconômica e ambiental, trazendo assim, vantagens
e melhorando a qualidade de vida de todos os atores envolvidos na cadeia produtiva. A
cadeia produtiva da aquicultura no Pará tem demonstrado grande potencial para as comu-
nidades tradicionais, principalmente pelo seu baixo custo de investimentos (BRABO et
al., 2016).
A cadeia de suprimentos como a etapa de planejar e manter o fluxo e controle de
forma eficaz e econômica de transportes, produtos acabados, estoques e informações,
desde a origem do processo até ao consumidor final, com foco no atendimento das neces-
sidades dos clientes (LAMBERT; COOPER; PAGH, 1998). Assim, quando se fala em
cadeia de suprimentos, é importante destacar que não basta analisar apenas uma única
empresa, pois para que se obtenha resultados satisfatórios, é preciso considerar todos os
agentes envolvidos e as empresas conjuntas, desde a aquisição de matéria-prima até a
entrega de um produto e/ou serviço ao consumidor final.
Por essa razão, a presente pesquisa visa contribuir para o crescimento da ostrei-
cultura na região paraense, bem como auxiliar nas etapas de produção e distribuição, ge-
rando desenvolvimento sustentável e qualidade de vida aos ostreicultores. A partir da
caracterização da cadeia de suprimentos, é possível traçar estratégias para obter competi-
tividade frente à concorrência bem como reduzir custos de produção sem prejudicar a
qualidade do produto final.

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1.1 PANORAMA DA OSTREICULTURA


A aquicultura tem se destacado cada vez mais nos últimos anos em razão da cres-
cente demanda por peixes, moluscos, crustáceos e outros organismos aquáticos, eviden-
ciando assim, a importância da atividade como fonte geradora de alimento (CORREIA,
1998).
Segundo os dados da Pecuária Municipal (PPM) do Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística (IBGE), apontam que a produção nacional de moluscos bivalves (os-
tras, vieiras e mexilhões) referente ao ano de 2022 correspondeu a 8.793 toneladas (t)
destacando-se o estado de Santa Catarina como o principal produtor nacional. Com rela-
ção ao estado do Pará, a produção de ostras e mexilhões, nesse período correspondeu a
aproximadamente 62 toneladas (t) e gerou receitas na ordem de R$ 667.000,00 (IBGE,
2023).
Para Nono (2010), a ostreicultura tem se mostrado como atividade capaz de gerar
renda e auxiliar na preservação dos estuários, pois diminui a pressão sobre os estoques
naturais, estimulando uma exploração sustentável do meio ambiente. Por essa razão, a
atividade tem sido apontada como grande oportunidade de negócios por associações, em-
presas e comunidades pesqueiras, pois além de gerar receita de capital, produz também
empregos diretos e indiretos.
De acordo com Tenório et al. (2014), a malacocultura, principalmente o cultivo
de ostras do mangue Crassostrea rhizophorae (Guilding, 1828), bem como mexilhões
(Mytilus sp.), nas regiões estuarinas, deve ser incentivado nas comunidades das Reservas
Extrativistas Marinhas (RESEXs), podendo servir como fonte alimentar e alternativa de
renda aos períodos de defeso do caranguejo-uçá Ucides cordatus (Linnaeus, 1763) e de
outras espécies. Dentro dos cultivos, a etapa de engorda é a mais frequentemente encon-
trada e tem se mostrado altamente viável, a partir de análises realizadas com indicadores
econômicos, sendo altamente atrativas em razão da rapidez de retorno do capital investido
(HENRIQUES; MACHADO; FAGUNDES, 2010).

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1.2 CADEIA DE SUPRIMENTOS


Durante a década de 1960, surgiu nos Estados Unidos uma nova visão do geren-
ciamento do setor de transportes com a compreensão que não se tratava apenas de trans-
portar algo ou alguma coisa, mas que ia muito além disso, ou seja, de entregar algo no
tempo e local certos e na quantidade correta. Por essa razão, era necessário a integração
de diversos setores, tais como estoque, armazenamento, compras, produção e gestão ade-
quada dos mesmos (MACHLINE, 2011). Com o passar do tempo, ocorreu o aperfeiçoa-
mento logístico de cada área geográfica com algumas regiões individualizando-se na pro-
dução de matérias específicas, de acordo com suas características e condições locais, fa-
zendo com que as produções excessivas fossem enviadas para outras regiões, e as maté-
rias de baixas produções e/ou produções inexistentes fossem importadas, sendo que por
meio dessas relações, chegou-se ao alto nível de comércio internacional existente atual-
mente (BALLOU, 2006).
Para Ballou (2006), a cadeia de suprimentos consiste em um conjunto de atividade
que envolve transporte, aquisição de matéria-prima, estoque, distribuição, entre outros
itens; e que se repete sucessivas vezes, resultando em produtos com valor agregado que
são entregues ao consumidor final. De acordo com Christopher (2012), a relação entre
fornecedores e clientes, desde o início de um processo produtivo até sua fase final, bus-
cando constantemente estratégias para agregar valor e reduzir custos, caracteriza a gestão
da cadeia de suprimentos.
Para Chopra e Meindl (2002), uma das formas de identificar se a gestão da cadeia
de suprimentos está acontecendo de forma eficaz consiste na análise da lucratividade
dessa cadeia, a qual representa os lucros não apenas da empresa-foco, mas sim de todos
os envolvidos no processo, pois quando os integrantes de uma cadeia visam apenas em
lucros individuais, isso pode trazer grandes prejuízos para a cadeia como um todo; e ao
invés do aumento da lucratividade, o que poderá ocorrer é uma queda da mesma, pois
quanto mais bem sucedida for uma cadeia produtiva, maior será o lucro de todas as partes
envolvidas.
A gestão da cadeia de suprimentos se refere à cooperação entre duas ou mais em-
presas, com o propósito de alcançar melhores resultados por meio do desenvolvimento de

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novas estratégias que surgem a cada relacionamento entre as empresas envolvidas. Essas
estratégias dão origem a operações executadas por meio de processos que vão além de
uma única empresa, pois eles conectam fornecedores, clientes, parceiros e funcionários -
todos em busca de um arranjo organizacional fundamentado na colaboração - e que re-
sulte em ganhos para todas as partes envolvidas. Essa sinergia entre as empresas resulta
em 05 fluxos dentro da cadeia de suprimentos: informação; produtos; serviços; recursos
financeiros e conhecimentos (BOWERSOX et al., 2014).
A análise dessas cadeias envolve etapas de extrema importância, pois se verifica
a produção, competitividade e sustentabilidade do negócio, sendo possível chegar a es-
tratégias de potencialização dos resultados frente à concorrência. Deve-se ter em mente
que o crescimento da ostreicultura depende de todos os integrantes da cadeia, desenvol-
vendo uma consciência de que dentro da mesma um depende do outro; e para que funci-
one, deve-se manter o foco nas prioridades e buscar soluções de forma conjunta e econo-
micamente sustentável (MARENZI; WESTPHAL, 2011).
Fica evidente a necessidade de que o poder público, os setores privado e técnico-
científico precisam se unir com o propósito de buscar melhorias para o escoamento da
produção e investimentos em tecnologia para o processo produtivo, bem como desenvol-
ver pesquisas e levar conhecimentos técnicos aos produtores (MACEDO et al., 2016).
Para que a ostreicultura na área de estudos atinja seu potencial produtivo, é neces-
sário a atenção e investimentos dos órgãos públicos, além de políticas públicas específicas
para o setor, bem como o ordenamento pesqueiro e aquícola. Ações estruturadas que re-
sultem em um sistema de gestão, com investimentos em tecnologias limpas, pois somente
dessa forma será possível desenvolver a atividade e fortalecer sua cadeia produtiva
(FRANÇA et al., 2011).

1.3 FERRAMENTAS DE GESTÃO PARA CADEIA DE SUPRIMENTOS


Uma boa gestão da cadeia de suprimentos proporciona melhores resultados tanto
para as empresas envolvidas no processo produtivo quanto para o consumidor final do
produto; por isso, a gestão da cadeia pode ser o grande gargalo para o crescimento de
muitas empresas e até mesmo de uma atividade produtiva (MAGALHÃES, 2015).

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Para a organização de uma determinada empresa, é preciso uma constante avalia-


ção para ajudar a identificar pontos críticos que deverão ser corrigidos. Mas para que tudo
isso ocorra, é necessário a definição de um planejamento estratégico que interferirá em
todos os aspectos da empresa (FNQ, 2019). Para auxiliar na avaliação de um determinado
empreendimento, foram criadas algumas ferramentas tais como o Modelo de Excelência
da Gestão – MEG e a matriz SWOT cuja sigla significa Strengths (forças), Weaknesses
(fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças).
O MEG analisa a maturidade da gestão empresarial e destaca quais setores neces-
sitam de intervenção, sendo por essa razão, considerado como importante ferramenta que
auxilia na melhoria da administração empresarial (ANDRADE; VIEIRA, 2016). O MEG
leva em consideração, questões muito atuais referentes à gestão de forma clara e objetiva,
porém sem esquecer a parte técnica, por meio de uma visão holística e ampla abrangência,
proporcionando uma perspectiva real de todos os setores do negócio (FNQ, 2017). Os
princípios básicos do MEG são ilustrados em uma mandala, explicada da seguinte forma:
por meio das demandas dos clientes e da sociedade, a liderança desenvolve estratégias e
planos que são executados por pessoas e processos com o objetivo de gerar resultados
(FNQ, 2014). Para o crescimento do negócio é fundamental conhecer os pontos (críticos
e fortes), e, a partir deste conhecimento, criar ações para a correção dos pontos críticos e
ações de potencialização dos pontos fortes (FNQ, 2020).
A análise SWOT retrata exatamente essa questão, ou seja, mostra as áreas que
precisam de uma intervenção imediata e pontos que podem ser explorados de forma mais
eficiente, sendo atualmente utilizada no mundo inteiro por diversas empresas, dos mais
variados setores e segmentos, pois analisa a competitividade de uma empresa fundamen-
tada em 04 princípios: Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Opportunities (Opor-
tunidades) e Threats (Ameaças) (SILVA et al., 2011).

2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 ÁREA DE ESTUDO
A presente pesquisa foi desenvolvida no Nordeste paraense, englobando seis co-
munidades de quatro municípios: Pereru e Pereru de Fátima (São Caetano de Odivelas);

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Lauro Sodré e Nazaré do Mocajuba (Curuçá); Santo Antônio do Urindeua (Salinópolis);


e Nova Olinda (Augusto Corrêa). Associado com levantamentos bibliográficos, coleta de
dados por aplicação de questionários semiestruturados, análise dos dados e apresentação
dos resultados. Segundo Silva e Menezes (2001), do ponto de vista de sua natureza, a
pesquisa pode ser classificada como aplicada, pois pode gerar soluções de problemas es-
pecíficos levando em consideração interesses locais.
Em relação à forma de abordagem do problema em questão, essa pode ser classi-
ficada como quantitativa, pois considera que tudo pode ser quantificável, haja vista que
os dados foram traduzidos em números e informações e posteriormente classificados e
analisados. Com relação ao ponto de vista dos procedimentos técnicos, foi realizado le-
vantamento, pois envolveu a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se de-
sejava conhecer. Também deve ser considerada descritiva, pois tem como foco principal,
descrever especificidades de grupos de pessoas e a relação entre elas envolvendo coleta
de dados e análise observatório.
Os questionários semiestruturados foram elaborados no intuito de identificar
como funciona a cadeia de suprimentos da ostreicultura na área do estudo a fim de des-
crever os atores envolvidos e as principais dificuldades enfrentadas pelos mesmos, sendo
também aplicado o questionário MEG. Os questionários foram compostos por 53 “per-
guntas fechadas” e 12 “perguntas abertas” para os ostreicultores e 37 “perguntas fecha-
das” e 08 “perguntas abertas” para os donos de bares e/ou restaurantes. Ao total foram
entrevistados 35 ostreicultores e 10 donos de bares e/ou restaurantes.
Durante as entrevistas realizadas também foi aplicada a matriz SWOT para uma
visão mais ampla da cadeia de suprimentos, bem como a identificação dos principais pon-
tos a serem explorados. As informações coletadas foram tabuladas, analisadas e apresen-
tadas em forma de gráficos, tabelas e fluxogramas. Também foi realizada análise do grau
de maturidade da gestão da cadeia de suprimentos, representando a gestão da cadeia como
um todo.
Assim como na matriz SWOT, foi apresentado apenas um questionário MEG, com
base na média das respostas de todos os entrevistados, pois o objetivo foi analisar a cadeia
de forma integrada e assim identificar quais ações podem trazer melhores resultados, caso

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implantadas de forma planejada e direcionada. O sistema de pontuação para o MEG foi o


mesmo utilizado pelas diretrizes da FNQ que é responsável pelo desenvolvimento do
questionário.

3 RESULTADOS
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS DA OSTREICULTURA
NA ÁREA DE ESTUDO
As espécies que vêm sendo cultivadas atualmente no Nordeste paraense são as
ostras nativas Crassostrea gasar (Deshayes, 1830) e C. rhizophorae, sendo comerciali-
zadas vivas, com tamanho médio de 60 a 120 mm. Os cultivos foram identificados em 07
comunidades de 05 municípios: Pereru e Pereru de Fátima (São Caetano de Odivelas);
Lauro Sodré e Nazaré do Mocajuba (Curuçá); Nazaré do Seco (Maracanã); Santo Antônio
do Urindeua (Salinópolis); e finalmente em Nova Olinda (Augusto Corrêa) (BRABO et
al., 2016).
A ostreicultura aparentemente tem se desenvolvido de forma significativa no Nor-
deste paraense, causando impacto positivo e relevante na vida financeira dos ostreiculto-
res. A atividade começou de forma tímida, sem muitas perspectivas, mas com o passar
dos anos e o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SE-
BRAE), por meio da rede “Nossa Pérola”, foi crescendo e conquistando cada vez mais
espaço.
Em estudo realizado por Brabo et al. (2016), identificou-se que além desses locais
também foi possível observar o desenvolvimento da ostreicultura em Maracanã, todavia
na época da coleta de dados para este trabalho as atividades estavam paralisadas, por isso
tais informações não foram incluídas na pesquisa. Já Hoshino (2009) identificou oito ini-
ciativas em seis municípios.
Identificou-se no presente estudo, o desenvolvimento de seis iniciativas da ativi-
dade em 04 municípios: Pereru e Pereru de Fátima - São Caetano de Odivelas; Lauro
Sodré e Nazaré do Mocajuba - Curuçá; Santo Antônio do Urindeua - Salinópolis; e Nova
Olinda - Augusto Corrêa. Na área de estudos, Hoshino (2009) identificou 08 iniciativas
em 06 municípios; porém até o momento da realização deste trabalho, a ostreicultura no

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município de Maracanã estava paralisada, sendo, por essa razão, não incluída na atual
pesquisa.
Na atualidade, a ostreicultura na área pesquisada, é desenvolvida em sua maioria
por homens com idade média de 47 anos. Apesar de a maioria dos entrevistados (56,25%)
não ter concluído o ensino fundamental e de apenas 9,38% dos mesmos terem concluído
o ensino médio, todos afirmam participar regularmente de cursos de capacitação, estando
teoricamente em constante aprendizagem. Esses cursos em sua maioria são promovidos
pelo SEBRAE e abordam desde técnicas de cultivo até gestão de negócios.
De acordo com os dados coletados, constatou-se que os entrevistados não vivem
exclusivamente do cultivo de ostras, porém a atividade tem grande importância no com-
plemento da renda mensal familiar, corroborando com Tenório et al. (2022), em pesquisa
realizada em 17 municípios da mesma área de estudos, onde constatou que 73% dos en-
trevistados não vivem exclusivamente da aquicultura. Observou-se que 75% dos produ-
tores ganham até R$ 1.000,00 (por mês) apenas com a ostreicultura e praticam atividades
complementares que contribuem para renda familiar, tais como, agricultura, pesca, apo-
sentadoria, comércio, entre outras, com 50% dos aquicultores chegando a ganhar mais de
02 salários-mínimos (por mês). Esses dados são corroborados por Santos et al. (2014) e
Macedo et al. (2016) em estudo realizado em Santo Antônio de Urindeua (município de
Salinópolis), onde observou-se que a ostreicultura funciona como complemento da renda
familiar.
Observou-se também que os cultivos têm sido praticados principalmente em tra-
vesseiros (62,5%) e lanternas (25%) ou travesseiros e coletores de sementes (12,5%). A
maioria (71,9%) produz menos de 2.000 unidades de ostras/mês. Entretanto, a quantidade
despescada por mês é bastante variável. Nos meses de fevereiro a junho, a venda é menor,
restringindo-se quase que exclusivamente aos moradores locais, que compram apenas
para consumo próprio; porém em feriados e datas de festividades locais (carnaval e festas
religiosas) a demanda cresce consideravelmente. Já nos meses de julho a janeiro, a venda
é significativa, pois são os meses de maior comercialização, em razão das férias escolares,
sendo a produção bastante comercializada nas praias e balneários, ocorrendo aumento
também nas vendas para bares e restaurantes.

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Com relação ao tempo de cultivo, observou-se que esse varia de acordo com a
localidade e as práticas de manejo utilizadas, porém constatou-se que 78,10% dos produ-
tores conseguem despescar sua produção entre 6 - 10 meses. No tocante à comercialização
de sementes, constatou-se a ocorrência principalmente no município de Curuçá (comuni-
dades de Lauro Sodré e Nazaré de Mocajuba) com a produção ultrapassando 50.000 se-
mentes/ano. Ressalta-se que as sementes são comercializadas 02 vezes ao ano, com isso,
os aquicultores dessas comunidades acabam possuindo 02 fontes de renda: a venda de
sementes e a de ostras. De acordo com Brabo et al. (2016), o fato de esses bancos naturais
de ostras estarem localizados em Curuçá propicia a essas comunidades um diferencial
quando comparadas com as demais.
Observou-se a partir dos resultados que os custos com o cultivo de ostras nativas
são considerados baixos, pois 56,30% dos produtores declararam gastar menos de R$
100,00 mensais; porém, alguns encontram dificuldades para arcar com esses custos, prin-
cipalmente quando se fala de novos investidores. Quando indagados se sabiam o que são
“Práticas de manejo”, 93,7% dos entrevistados afirmaram ter conhecimento do que se
tratava, e que aplicavam em seus cultivos. Em relação ao “Melhor período para início do
cultivo”, todos afirmaram ser no 2º semestre, principalmente nos meses de setembro, ou-
tubro e novembro, em razão da maior salinidade encontrada na água. Ademais, constatou-
se que todos os entrevistados afirmaram realizar a retirada de organismos incrustantes de
suas estruturas de cultivo e repicagem.
Referente à comercialização da produção, constatou-se a ocorrência principal-
mente no próprio local para atravessadores e para pessoas da própria comunidade que
compram em pequenas quantidades para consumo próprio. Parte da produção é comerci-
alizada em feiras livres, balneários e praias locais, sendo realizada diretamente ao consu-
midor final.
Dos ostreicultores, 34,4% vendem para donos de bares e restaurantes do próprio
município, mas também para estabelecimentos de cidades vizinhas e da região metropo-
litana de Belém. A maioria dos produtores (76,9%) realiza classificação de tamanho das
ostras (Baby, Média e Master) antes da comercialização, sendo realizada por dúzia (Dz)
ou Unidade (Ud), com o preço médio de venda da dúzia de R$ 12,00 (Baby); R$ 15,00

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(Média) e R$ 20,00 (Master) respectivamente, sendo a Unidade (Ud) comercializada en-


tre R$ 1,00 - R$ 2,00.
Os ostreicultores correspondem a empresa - foco, pois adquirem as sementes,
equipamentos, embarcações e máquinas da base da cadeia de suprimentos, aqui represen-
tada pelos fornecedores de matéria-prima. Entretanto, entre 2010-2011, todos os municí-
pios que possuíam cultivos de ostras, receberam alguns equipamentos (travesseiros, lan-
ternas, Equipamentos de Proteção Individual - EPIs, madeiras para construção de balsas
e bombonas), em uma ação do governo do Estado, por meio da extinta Secretaria de Es-
tado de Pesca e Aquicultura - SEPAq. Atualmente, os travesseiros e lanternas são adqui-
ridos de uma empresa localizada no estado de Santa Catarina, a um custo médio de R$
20,00 - R$ 30,00/ unidade (BRABO et al.,2016).
Após a compra das sementes, inicia-se o cultivo propriamente dito, cujo ciclo dura
em torno de 6 ~ 8 meses, quando ocorre a comercialização da produção, que algumas
vezes é realizada diretamente ao consumidor final enquanto que em outras, para donos de
restaurantes e/ou atravessadores, sendo por meio dessas relações que se formam os mer-
cados dentro da cadeia produtiva – Figura 1.

Figura 1 – Mercados que se formaram com a cadeia de suprimentos da ostreicultura na área de estudos.

Fonte: Produzido pelos autores.

Na base da cadeia primária da ostreicultura estão os insumos, representados pelos


coletores de sementes, fornecedores de equipamentos (travesseiros, lanternas, EPIs) e al-
guns materiais que são utilizados para manutenção dos cultivos e também pelos

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fornecedores de embarcações e máquinas, como barcos, balsas e depuradoras, sendo que


esses últimos itens, a maioria dos ostreicultores da área de estudos não têm acesso.
Em 2º lugar na cadeia de suprimentos vem os ostreicultores propriamente ditos,
representando a empresa foco. Em 3º lugar está o mercado primário, representado pelos
atravessadores e/ou donos de bares e restaurantes, que na maioria das vezes, adquirem a
produção in loco e se responsabilizam pelo transporte.
Por último, destaca-se o mercado final o qual é representado pelos consumidores
finais, que consomem o produto nos bares, restaurantes e/ou em feiras livres, balneários
e praias, sendo que a venda significativa ocorre no período de férias e feriados prolonga-
dos nesses locais citados anteriormente. Na cadeia secundária, as entidades reguladoras,
seguidos pelas de Pesquisa e Assistência Técnica, que são os grandes responsáveis pelo
crescimento da atividade local, representado pela Secretaria de Estado de Desenvolvi-
mento Agropecuário e da Pesca - SEDAP, Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural do Estado do Pará - EMATER, SEBRAE, Institutos Federais e Universidades. Logo
em seguida, destacam-se as entidades e associações de classes e, por fim, as instituições
financeiras e de fomento – Figura 2.

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Figura 2 – Cadeia de suprimentos da ostreicultura na área pesquisada.

Fonte: Produzido pelos autores.

Para a comercialização na área de estudos, as ostras são selecionadas de acordo


com o tamanho, sendo divididas em 03 categorias: a) Baby, b) Média e c) Master. Geral-
mente são comercializadas no local onde são produzidas, em feiras e/ou para as famílias
locais, nas praias e balneários da região pelos próprios ostreicultores.
Outra forma de comercialização empregada é para os atravessadores e donos de
bares e/ou restaurantes que na maioria das vezes compram diretamente no local de pro-
dução e em alguns casos, são também responsáveis pelo transporte da produção adquirida,
que geralmente ocorre por via terrestre (ônibus, carros ou motos) em caixas de isopor e
plásticas. As sementes são transportadas da mesma maneira, sendo que os ostreicultores
sempre se reúnem em grupos, para comprar coletivamente, na tentativa de reduzir os cus-
tos com transporte, corroborando com Brabo et al. (2016), sendo constatado que os pro-
dutores responsáveis pelo transporte utilizam também vias terrestres e caixas de isopor.
Observou-se que alguns elos da cadeia de suprimentos na área pesquisada pos-
suem forte ligação, enquanto que outros, por sua vez, apresentam ligação muito fraca.
Entre os ostreicultores, é possível observar uma ligação forte com muitas parcerias e troca

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de informações em que um ajuda o outro, o que traz muitos benefícios para a atividade.
Entretanto, a relação entre os ostreicultores e fornecedores de insumos não é tão forte,
com o fluxo de informações ocorrendo de forma bem mais lenta, e, muitas vezes, nem
chegando a acontecer. Ressalta-se que muitas necessidades dos ostreicultores, com rela-
ção aos insumos, nem chegam aos fornecedores. Tal ausência de relacionamento entre os
elos da cadeia também se reflete na hora de negociar a compra e venda de mercadorias.
Vale salientar que há exceções e alguns produtores conseguem estabelecer boa parceria
com os demais integrantes da cadeia produtiva.
Com base nos dados coletados, constatou-se que elo formado entre os ostreiculto-
res e o consumidor final é o mais fraco da cadeia, pois normalmente não mantém um
relacionamento - são pessoas que consomem nas praias e balneários, mas geralmente não
são da região - e acabam não comprando novamente. O elo formado entre os ostreiculto-
res, atravessadores e donos de bares e/ou restaurantes, em sua maioria, também apresenta
uma ligação fraca. De maneira geral, não ocorre troca de informações e, muitas vezes, a
demanda dos compradores não chega aos ostreicultores.
A aquisição realizada por donos de bares e/ou restaurantes ocorre, em sua maioria
(71,4%), semanalmente, sempre comprando em dúzias (Dzs), nos tamanhos Média e
Master. Mais da metade (57,1%) adquirem entre 30 e 50 Dzs, enquanto 42,9% compram
acima de 50 Dzs. Todos os entrevistados destacaram que o consumo de ostras tem au-
mentado e que é muito importante a divulgação e a diversificação de formas de preparo
na hora de servir o produto. Outro destaque observado é que a demanda atualmente parece
ser superior à oferta dos produtores.

3.2 FERRAMENTAS QUE AUXILIAM NA GESTÃO


De acordo Durski (2003), quando se analisa um negócio qualquer, percebe-se que
esse pode sofrer influência de inúmeros fatores, tanto de forma positiva como negativa,
influenciando todos os integrantes de uma cadeia produtiva. Nesse contexto, realizou-se
uma análise SWOT para melhor observar todos os aspectos que envolvem a cadeia de
suprimentos da ostreicultura no nordeste paraense – Tabela 1.

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Tabela 1 – Matriz SWOT da cadeia de suprimentos da ostreicultura no Nordeste Paraense.


Strengths (forças) Weaknesses (fraquezas)
Organização por parte das associações Baixo investimento financeiro
Controle financeiro Falta de comprometimento com a atividade
Controle da produção Tempo dedicado ao cultivo
Participação em capacitações Conhecimento em gestão
Reconhecimento da marca Rede "Nossa Pérola" Relacionamento com os integrantes da cadeia
Premiações internacionais Falta de planejamento a longo prazo
Promoção de ações para divulgar o produto
Oportunities (oportunidades) Threats (ameaças)
Local com características boas para o cultivo Vias de transporte precárias
Alta capacidade de produção Falta de hábito no consumo de ostras
Explorar público alvo Resistência ao consumo do alimento cru
Aumentar parcerias Degradação do meio ambiente
Baixo custo inicial Falta de incentivo público
Novas tecnologias Alto custo de novas tecnologias
Fonte: Dados coletados pelo autor.

Por meio da análise realizada com a matriz SWOT, na cadeia de suprimentos da


ostreicultura, foi possível observar o quanto a atividade já evoluiu, pois antes tudo era
realizado de forma muito empírica e sem registros de dados. De acordo com Tenório et
al. (2022), na área pesquisada 26,66% dos aquicultores são analfabetos, enquanto 40%
possuem apenas o 1º grau incompleto. Isso se reflete possivelmente na ausência de regis-
tros da produção, pois durante a implantação dos empreendimentos, 67% não estimaram
seus custos e assim, não se consegue determinar corretamente os custos de produção e
implantação.
Em contrapartida, ao se analisar o quadrante que destaca as “Forças” observa-se
que atualmente já ocorre o controle da produção e dos resultados financeiros sendo ob-
servado que há constantes capacitações e que tudo isso provavelmente contribui para re-
sultados positivos, como por exemplo, a premiação internacional conquistada pelos os-
treicultores (prêmio Al-Invest 5.0).
O fato de os ostreicultores estarem organizados em associações também é um
ponto muito positivo, pois isso traz mais visibilidade e força para esses grupos na luta por
seus interesses. Um grande exemplo é a organização na Rede “Nossa Pérola” que tem

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resultado aparentemente em grandes benefícios para todos os agentes envolvidos. Entre-


tanto, ainda falta mais comprometimento com a atividade em razão da maioria não viver
exclusivamente da renda gerada pela ostreicultura; ficando muitas vezes em 2º plano, e
por isso, o tempo e a dedicação destinados ao cultivo nem sempre é suficiente para que a
produção se desenvolva ao ponto de gerar resultados mais satisfatórios. O retorno finan-
ceiro ainda é baixo, inviabilizando até o presente momento, maiores investimentos para
aumentar a produção.
Evidenciou-se na presente pesquisa como “ameaça” a resistência ao consumo de
ostras, fato que os produtores atribuem a falta de marketing para incentivar o consumo.
Porém, de acordo com Araújo (2019), quando consumidores da capital paraense foram
questionados em relação a frequência do consumo de ostras, todos responderam que con-
sumiam “poucas vezes ao ano” ou “somente em ocasiões especiais”. Entretanto, muitos
dos entrevistados inclusive afirmaram nem conhecer o produto e/ou não gostar da apa-
rência e nenhum respondeu que consumia “quase toda semana”. O referido autor ainda
destaca que no estado de Santa Catarina muitos restaurantes se especializaram no preparo
de ostras com o intuito de aumentar o consumo por meio da variedade de pratos ofereci-
dos.
Uma das grandes oportunidades da cadeia de suprimentos da ostreicultura na área
pesquisada consiste nas características propícias ao cultivo. As áreas onde os cultivos
estão localizados apresentam condições excelentes para a produção, sendo que a capaci-
dade de suporte dos locais é aparentemente muito maior do que o que vem sendo produ-
zido atualmente. O principal entrave citado pelos ostreicultores, como grande ameaça
para o crescimento do negócio, é a precariedade das vias de transporte. O difícil acesso
às comunidades onde estão localizados os locais de cultivo dificulta muito o escoamento
da produção e acaba se tornando um grande fator limitante na hora de realizar novos
investimentos. O acesso a todas as comunidades pesquisadas é por meio de estradas sem
asfalto e em condições precárias, por isso a falta de incentivos e de políticas públicas
acaba sendo outro fator desestimulante.
Segundo Tenório et al. (2023), a grande maioria dos empreendimentos aquícolas
na região estão situados muito afastados dos centros de comercialização, com estradas

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em péssimo estado de conservação, alguns inclusive sem energia elétrica, acarretando


problemas de manutenção, beneficiamento e logística, tanto na compra de insumos,
quanto no escoamento da produção. Matsumoto et al. (2015) chama a atenção para o
elevado índice de fechamento de empresas no Brasil que muitas vezes ocorre pela falta
de planejamento que é primordial para a manutenção de qualquer empresa.
Uma maneira de analisar a gestão de uma empresa e ter fundamentos para desen-
volver um bom planejamento, é por meio dos questionários MEG, que irá proporcionar
autoavaliação do negócio. A partir da aplicação do MEG, é possível ter uma noção geral
da gestão da cadeia de suprimentos, analisando cada dimensão de forma específica. Nesse
caso, todos os parâmetros avaliados se referem à cadeia de suprimentos como um todo,
englobando todos os elos e atores envolvidos (Figura 3).

Figura 3 – Análise do grau de maturidade da gestão da cadeia de suprimentos.

Fonte: Dados coletados pelos autores.

No presente trabalho, constatou-se que a gestão da cadeia de suprimentos da os-


treicultura na área pesquisada ainda tem muito que melhorar. As maiorias das dimensões
analisadas receberam nota inferior a 50% e apenas “Liderança” e “Sociedade” ficaram

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acima desse percentual, com 51,73% e 60%, respectivamente. O critério “Liderança” ana-
lisa como os dirigentes conduzem o negócio, observando a aplicação de novos conheci-
mentos. Por sua vez, o critério “Sociedade” analisa o desenvolvimento socioambiental e
práticas que beneficiem a comunidade. A dimensão de menor valor foi a de “Estratégias
e Planos” com 22,67%; demonstrando o quanto precisa ser melhorada a gestão da cadeia
produtiva da ostreicultura, pois é essa dimensão que analisa justamente a definição de
planos, determinação de metas e indicadores, fatores fundamentais para direcionar a em-
presa para um crescimento constante e sustentável.
A região Norte do Brasil apresenta grandes perspectivas para a expansão da aqui-
cultura, principalmente do cultivo de ostras e de mexilhões nativos, por causa de sua ex-
tensa área de manguezais (TENÓRIO et al., 2015), possuindo diversas RESEXs Marinhas
(TENÓRIO et al., 2014). Dessa maneira, o desenvolvimento da atividade, associado a
exploração sustentável dos recursos naturais, mostra-se muito mais promissor na geração
de emprego e renda para as comunidades ribeirinhas, quando comparada a atividade es-
tritamente extrativista, isto é, da pesca (TENÓRIO et al., 2014). Contudo, a baixa orga-
nização social, falta de capacitação, mão de obra não qualificada, ausência de investimen-
tos em tecnologia, dificulta esse processo de crescimento (DUARTE, 2007), bem como
carência de Assistência Técnica e Extensão Pesqueira e Aquícola (ATEPA) aos aquicul-
tores, prejudicam mais ainda a entrada de novos interessados e a permanência dos que
militam no setor (TENÓRIO et al., 2023).
Como todas as atividades aquícolas, o cultivo de ostras também possui seus en-
traves, tais como: manejo incorreto, falta de informações técnicas e de experiência na
atividade, entre outros problemas, que fragilizam a cadeia produtiva facilitando a concor-
rência (MARENZI; WESTPHAL, 2011). Por essa razão, torna-se evidente a necessidade
do desenvolvimento de pesquisas que possam auxiliar no fomento sustentável da ostrei-
cultura familiar ampliando os empreendimentos com o auxílio por parte do órgão de as-
sistência técnica e extensão rural estadual, investimentos em tecnologias, para assim, de-
senvolver um ordenamento e políticas públicas específicas para o setor (CAMPOS,
2011).

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A análise da gestão da cadeia de suprimentos é fundamental, pois quando se al-


cança uma gestão eficiente é possível reduzir impactos ambientais sem a necessidade de
abrir mão da qualidade, nem aumentar os custos; contudo, é importante o envolvimento
de todas as organizações de uma cadeia produtiva, e não apenas de uma organização ou
empresa focal (DIAS; LABEGALINI; CSILLAG, 2012).

4 CONCLUSÃO
A cadeia de suprimentos da ostreicultura no nordeste Paraense tem se desenvol-
vido de forma significativa, representando melhorias na qualidade de vida dos aquiculto-
res. Entretanto, ainda são necessários Programas e Ações por parte da iniciativa pública
para fomentar a produção bem como o desenvolvimento de pesquisas que auxiliem os
produtores a alcançarem resultados cada vez mais sustentáveis.
A ostreicultura na área pesquisada se mostrou uma atividade viável e de grande
importância para as comunidades onde estão sendo desenvolvidas. A aplicação de ferra-
mentas de gestão, como a matriz SWOT e o questionário MEG, auxiliaram na identifica-
ção de pontos críticos e facilitam uma visão sistêmica do negócio, sendo fundamental na
tomada de decisão e elaboração de planejamento estratégico.

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