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ISSN: 1696-8352
Marko Herrmann
Doutor em Biologia Marinha pela Universität Bremen (UB)
Instituição: Instituto Socioambiental e dos Recursos Hídricos da Universidade Federal
Rural da Amazônia (ISARH - UFRA)
Endereço: Av. Tancredo Neves, 2501, Terra Firme, Belém - PA
E-mail: marko.herrmann@ufra.edu.br
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RESUMO
O presente estudo descreve a cadeia de suprimentos da ostreicultura no nordeste paraense.
A pesquisa foi desenvolvida por meio de levantamento de informações bibliográficas,
coleta de dados em campo e análise dos bancos de dados. A cadeia de suprimentos da
ostreicultura na área de estudos tem se desenvolvido de forma significativa e contribui
com melhorias na vida dos aquicultores, contudo faz-se ainda necessárias muitas ações
por parte das políticas públicas, para fomentar a produção, bem como o desenvolvimento
de mais pesquisas que auxiliem os produtores a alcançarem resultados cada vez mais
sustentáveis.
ABSTRACT
The present study describes the oyster farming supply chain in the northeast of Pará. The
research was developed through a survey of bibliographic information, field data
collection and analysis of the data bank. The oyster farming supply chain in the study area
has developed significantly and contributes to improvements in the lives of aquaculturists,
however, many actions are still needed on the part of public policies to encourage
production, as well as the development of more research that helps producers achieve
increasingly sustainable results.
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1 INTRODUÇÃO
O Nordeste paraense é uma região onde a aquicultura tem crescido cada vez mais
ao longo dos anos, embora tenha sido observada outras modalidades, tais como cultivo
de quelônios, piscicultura ornamental, carcinicultura marinha e malacocultura (todas em
pequenas proporções), a piscicultura é a atividade aquícola mais encontrada, principal-
mente a familiar (TENÓRIO et al., 2022).
A ostreicultura, embora ainda apresente uma produção ainda incipiente em relação
a outros estados da federação, tem crescido e vem gerando emprego e renda para a popu-
lação do Nordeste paraense. Contudo, é importante a busca por soluções viáveis que im-
pulsionam a atividade de forma socioeconômica e ambiental, trazendo assim, vantagens
e melhorando a qualidade de vida de todos os atores envolvidos na cadeia produtiva. A
cadeia produtiva da aquicultura no Pará tem demonstrado grande potencial para as comu-
nidades tradicionais, principalmente pelo seu baixo custo de investimentos (BRABO et
al., 2016).
A cadeia de suprimentos como a etapa de planejar e manter o fluxo e controle de
forma eficaz e econômica de transportes, produtos acabados, estoques e informações,
desde a origem do processo até ao consumidor final, com foco no atendimento das neces-
sidades dos clientes (LAMBERT; COOPER; PAGH, 1998). Assim, quando se fala em
cadeia de suprimentos, é importante destacar que não basta analisar apenas uma única
empresa, pois para que se obtenha resultados satisfatórios, é preciso considerar todos os
agentes envolvidos e as empresas conjuntas, desde a aquisição de matéria-prima até a
entrega de um produto e/ou serviço ao consumidor final.
Por essa razão, a presente pesquisa visa contribuir para o crescimento da ostrei-
cultura na região paraense, bem como auxiliar nas etapas de produção e distribuição, ge-
rando desenvolvimento sustentável e qualidade de vida aos ostreicultores. A partir da
caracterização da cadeia de suprimentos, é possível traçar estratégias para obter competi-
tividade frente à concorrência bem como reduzir custos de produção sem prejudicar a
qualidade do produto final.
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novas estratégias que surgem a cada relacionamento entre as empresas envolvidas. Essas
estratégias dão origem a operações executadas por meio de processos que vão além de
uma única empresa, pois eles conectam fornecedores, clientes, parceiros e funcionários -
todos em busca de um arranjo organizacional fundamentado na colaboração - e que re-
sulte em ganhos para todas as partes envolvidas. Essa sinergia entre as empresas resulta
em 05 fluxos dentro da cadeia de suprimentos: informação; produtos; serviços; recursos
financeiros e conhecimentos (BOWERSOX et al., 2014).
A análise dessas cadeias envolve etapas de extrema importância, pois se verifica
a produção, competitividade e sustentabilidade do negócio, sendo possível chegar a es-
tratégias de potencialização dos resultados frente à concorrência. Deve-se ter em mente
que o crescimento da ostreicultura depende de todos os integrantes da cadeia, desenvol-
vendo uma consciência de que dentro da mesma um depende do outro; e para que funci-
one, deve-se manter o foco nas prioridades e buscar soluções de forma conjunta e econo-
micamente sustentável (MARENZI; WESTPHAL, 2011).
Fica evidente a necessidade de que o poder público, os setores privado e técnico-
científico precisam se unir com o propósito de buscar melhorias para o escoamento da
produção e investimentos em tecnologia para o processo produtivo, bem como desenvol-
ver pesquisas e levar conhecimentos técnicos aos produtores (MACEDO et al., 2016).
Para que a ostreicultura na área de estudos atinja seu potencial produtivo, é neces-
sário a atenção e investimentos dos órgãos públicos, além de políticas públicas específicas
para o setor, bem como o ordenamento pesqueiro e aquícola. Ações estruturadas que re-
sultem em um sistema de gestão, com investimentos em tecnologias limpas, pois somente
dessa forma será possível desenvolver a atividade e fortalecer sua cadeia produtiva
(FRANÇA et al., 2011).
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2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 ÁREA DE ESTUDO
A presente pesquisa foi desenvolvida no Nordeste paraense, englobando seis co-
munidades de quatro municípios: Pereru e Pereru de Fátima (São Caetano de Odivelas);
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3 RESULTADOS
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS DA OSTREICULTURA
NA ÁREA DE ESTUDO
As espécies que vêm sendo cultivadas atualmente no Nordeste paraense são as
ostras nativas Crassostrea gasar (Deshayes, 1830) e C. rhizophorae, sendo comerciali-
zadas vivas, com tamanho médio de 60 a 120 mm. Os cultivos foram identificados em 07
comunidades de 05 municípios: Pereru e Pereru de Fátima (São Caetano de Odivelas);
Lauro Sodré e Nazaré do Mocajuba (Curuçá); Nazaré do Seco (Maracanã); Santo Antônio
do Urindeua (Salinópolis); e finalmente em Nova Olinda (Augusto Corrêa) (BRABO et
al., 2016).
A ostreicultura aparentemente tem se desenvolvido de forma significativa no Nor-
deste paraense, causando impacto positivo e relevante na vida financeira dos ostreiculto-
res. A atividade começou de forma tímida, sem muitas perspectivas, mas com o passar
dos anos e o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SE-
BRAE), por meio da rede “Nossa Pérola”, foi crescendo e conquistando cada vez mais
espaço.
Em estudo realizado por Brabo et al. (2016), identificou-se que além desses locais
também foi possível observar o desenvolvimento da ostreicultura em Maracanã, todavia
na época da coleta de dados para este trabalho as atividades estavam paralisadas, por isso
tais informações não foram incluídas na pesquisa. Já Hoshino (2009) identificou oito ini-
ciativas em seis municípios.
Identificou-se no presente estudo, o desenvolvimento de seis iniciativas da ativi-
dade em 04 municípios: Pereru e Pereru de Fátima - São Caetano de Odivelas; Lauro
Sodré e Nazaré do Mocajuba - Curuçá; Santo Antônio do Urindeua - Salinópolis; e Nova
Olinda - Augusto Corrêa. Na área de estudos, Hoshino (2009) identificou 08 iniciativas
em 06 municípios; porém até o momento da realização deste trabalho, a ostreicultura no
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município de Maracanã estava paralisada, sendo, por essa razão, não incluída na atual
pesquisa.
Na atualidade, a ostreicultura na área pesquisada, é desenvolvida em sua maioria
por homens com idade média de 47 anos. Apesar de a maioria dos entrevistados (56,25%)
não ter concluído o ensino fundamental e de apenas 9,38% dos mesmos terem concluído
o ensino médio, todos afirmam participar regularmente de cursos de capacitação, estando
teoricamente em constante aprendizagem. Esses cursos em sua maioria são promovidos
pelo SEBRAE e abordam desde técnicas de cultivo até gestão de negócios.
De acordo com os dados coletados, constatou-se que os entrevistados não vivem
exclusivamente do cultivo de ostras, porém a atividade tem grande importância no com-
plemento da renda mensal familiar, corroborando com Tenório et al. (2022), em pesquisa
realizada em 17 municípios da mesma área de estudos, onde constatou que 73% dos en-
trevistados não vivem exclusivamente da aquicultura. Observou-se que 75% dos produ-
tores ganham até R$ 1.000,00 (por mês) apenas com a ostreicultura e praticam atividades
complementares que contribuem para renda familiar, tais como, agricultura, pesca, apo-
sentadoria, comércio, entre outras, com 50% dos aquicultores chegando a ganhar mais de
02 salários-mínimos (por mês). Esses dados são corroborados por Santos et al. (2014) e
Macedo et al. (2016) em estudo realizado em Santo Antônio de Urindeua (município de
Salinópolis), onde observou-se que a ostreicultura funciona como complemento da renda
familiar.
Observou-se também que os cultivos têm sido praticados principalmente em tra-
vesseiros (62,5%) e lanternas (25%) ou travesseiros e coletores de sementes (12,5%). A
maioria (71,9%) produz menos de 2.000 unidades de ostras/mês. Entretanto, a quantidade
despescada por mês é bastante variável. Nos meses de fevereiro a junho, a venda é menor,
restringindo-se quase que exclusivamente aos moradores locais, que compram apenas
para consumo próprio; porém em feriados e datas de festividades locais (carnaval e festas
religiosas) a demanda cresce consideravelmente. Já nos meses de julho a janeiro, a venda
é significativa, pois são os meses de maior comercialização, em razão das férias escolares,
sendo a produção bastante comercializada nas praias e balneários, ocorrendo aumento
também nas vendas para bares e restaurantes.
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Com relação ao tempo de cultivo, observou-se que esse varia de acordo com a
localidade e as práticas de manejo utilizadas, porém constatou-se que 78,10% dos produ-
tores conseguem despescar sua produção entre 6 - 10 meses. No tocante à comercialização
de sementes, constatou-se a ocorrência principalmente no município de Curuçá (comuni-
dades de Lauro Sodré e Nazaré de Mocajuba) com a produção ultrapassando 50.000 se-
mentes/ano. Ressalta-se que as sementes são comercializadas 02 vezes ao ano, com isso,
os aquicultores dessas comunidades acabam possuindo 02 fontes de renda: a venda de
sementes e a de ostras. De acordo com Brabo et al. (2016), o fato de esses bancos naturais
de ostras estarem localizados em Curuçá propicia a essas comunidades um diferencial
quando comparadas com as demais.
Observou-se a partir dos resultados que os custos com o cultivo de ostras nativas
são considerados baixos, pois 56,30% dos produtores declararam gastar menos de R$
100,00 mensais; porém, alguns encontram dificuldades para arcar com esses custos, prin-
cipalmente quando se fala de novos investidores. Quando indagados se sabiam o que são
“Práticas de manejo”, 93,7% dos entrevistados afirmaram ter conhecimento do que se
tratava, e que aplicavam em seus cultivos. Em relação ao “Melhor período para início do
cultivo”, todos afirmaram ser no 2º semestre, principalmente nos meses de setembro, ou-
tubro e novembro, em razão da maior salinidade encontrada na água. Ademais, constatou-
se que todos os entrevistados afirmaram realizar a retirada de organismos incrustantes de
suas estruturas de cultivo e repicagem.
Referente à comercialização da produção, constatou-se a ocorrência principal-
mente no próprio local para atravessadores e para pessoas da própria comunidade que
compram em pequenas quantidades para consumo próprio. Parte da produção é comerci-
alizada em feiras livres, balneários e praias locais, sendo realizada diretamente ao consu-
midor final.
Dos ostreicultores, 34,4% vendem para donos de bares e restaurantes do próprio
município, mas também para estabelecimentos de cidades vizinhas e da região metropo-
litana de Belém. A maioria dos produtores (76,9%) realiza classificação de tamanho das
ostras (Baby, Média e Master) antes da comercialização, sendo realizada por dúzia (Dz)
ou Unidade (Ud), com o preço médio de venda da dúzia de R$ 12,00 (Baby); R$ 15,00
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Figura 1 – Mercados que se formaram com a cadeia de suprimentos da ostreicultura na área de estudos.
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de informações em que um ajuda o outro, o que traz muitos benefícios para a atividade.
Entretanto, a relação entre os ostreicultores e fornecedores de insumos não é tão forte,
com o fluxo de informações ocorrendo de forma bem mais lenta, e, muitas vezes, nem
chegando a acontecer. Ressalta-se que muitas necessidades dos ostreicultores, com rela-
ção aos insumos, nem chegam aos fornecedores. Tal ausência de relacionamento entre os
elos da cadeia também se reflete na hora de negociar a compra e venda de mercadorias.
Vale salientar que há exceções e alguns produtores conseguem estabelecer boa parceria
com os demais integrantes da cadeia produtiva.
Com base nos dados coletados, constatou-se que elo formado entre os ostreiculto-
res e o consumidor final é o mais fraco da cadeia, pois normalmente não mantém um
relacionamento - são pessoas que consomem nas praias e balneários, mas geralmente não
são da região - e acabam não comprando novamente. O elo formado entre os ostreiculto-
res, atravessadores e donos de bares e/ou restaurantes, em sua maioria, também apresenta
uma ligação fraca. De maneira geral, não ocorre troca de informações e, muitas vezes, a
demanda dos compradores não chega aos ostreicultores.
A aquisição realizada por donos de bares e/ou restaurantes ocorre, em sua maioria
(71,4%), semanalmente, sempre comprando em dúzias (Dzs), nos tamanhos Média e
Master. Mais da metade (57,1%) adquirem entre 30 e 50 Dzs, enquanto 42,9% compram
acima de 50 Dzs. Todos os entrevistados destacaram que o consumo de ostras tem au-
mentado e que é muito importante a divulgação e a diversificação de formas de preparo
na hora de servir o produto. Outro destaque observado é que a demanda atualmente parece
ser superior à oferta dos produtores.
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acima desse percentual, com 51,73% e 60%, respectivamente. O critério “Liderança” ana-
lisa como os dirigentes conduzem o negócio, observando a aplicação de novos conheci-
mentos. Por sua vez, o critério “Sociedade” analisa o desenvolvimento socioambiental e
práticas que beneficiem a comunidade. A dimensão de menor valor foi a de “Estratégias
e Planos” com 22,67%; demonstrando o quanto precisa ser melhorada a gestão da cadeia
produtiva da ostreicultura, pois é essa dimensão que analisa justamente a definição de
planos, determinação de metas e indicadores, fatores fundamentais para direcionar a em-
presa para um crescimento constante e sustentável.
A região Norte do Brasil apresenta grandes perspectivas para a expansão da aqui-
cultura, principalmente do cultivo de ostras e de mexilhões nativos, por causa de sua ex-
tensa área de manguezais (TENÓRIO et al., 2015), possuindo diversas RESEXs Marinhas
(TENÓRIO et al., 2014). Dessa maneira, o desenvolvimento da atividade, associado a
exploração sustentável dos recursos naturais, mostra-se muito mais promissor na geração
de emprego e renda para as comunidades ribeirinhas, quando comparada a atividade es-
tritamente extrativista, isto é, da pesca (TENÓRIO et al., 2014). Contudo, a baixa orga-
nização social, falta de capacitação, mão de obra não qualificada, ausência de investimen-
tos em tecnologia, dificulta esse processo de crescimento (DUARTE, 2007), bem como
carência de Assistência Técnica e Extensão Pesqueira e Aquícola (ATEPA) aos aquicul-
tores, prejudicam mais ainda a entrada de novos interessados e a permanência dos que
militam no setor (TENÓRIO et al., 2023).
Como todas as atividades aquícolas, o cultivo de ostras também possui seus en-
traves, tais como: manejo incorreto, falta de informações técnicas e de experiência na
atividade, entre outros problemas, que fragilizam a cadeia produtiva facilitando a concor-
rência (MARENZI; WESTPHAL, 2011). Por essa razão, torna-se evidente a necessidade
do desenvolvimento de pesquisas que possam auxiliar no fomento sustentável da ostrei-
cultura familiar ampliando os empreendimentos com o auxílio por parte do órgão de as-
sistência técnica e extensão rural estadual, investimentos em tecnologias, para assim, de-
senvolver um ordenamento e políticas públicas específicas para o setor (CAMPOS,
2011).
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4 CONCLUSÃO
A cadeia de suprimentos da ostreicultura no nordeste Paraense tem se desenvol-
vido de forma significativa, representando melhorias na qualidade de vida dos aquiculto-
res. Entretanto, ainda são necessários Programas e Ações por parte da iniciativa pública
para fomentar a produção bem como o desenvolvimento de pesquisas que auxiliem os
produtores a alcançarem resultados cada vez mais sustentáveis.
A ostreicultura na área pesquisada se mostrou uma atividade viável e de grande
importância para as comunidades onde estão sendo desenvolvidas. A aplicação de ferra-
mentas de gestão, como a matriz SWOT e o questionário MEG, auxiliaram na identifica-
ção de pontos críticos e facilitam uma visão sistêmica do negócio, sendo fundamental na
tomada de decisão e elaboração de planejamento estratégico.
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REFERÊNCIAS
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LAMBERT, D. M.; COOPER, M. C.; PAGH, J. D., Supply chain Management: im-
plemetation issues and research opportunities. The international Journal of Logistics
management, v. 9, n. 2, p. 1-19, 1998
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