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AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL

INTRODUÇÃO

Dn 9.24 - O profeta Daniel teve uma impressionante revelação, na qual ficou predito
claramente a época e o ano em que o Messias seria rejeitado, bem como os sete anos de
tribulação que virão sobre o mundo. Essa revelação é geralmente denominada de 70
semanas de Daniel, a qual possui um valor extraordinário para a compreensão do sermão
profético de Jesus, do Apocalipse e também sobre a Grande Tribulação, retratando uma
perspectiva escatológica eminentemente pré-milenista e pré-tribulacionista, haja vista que
mostra o arrebatamento tendo lugar antes da Grande Tribulação, e a segunda vinda de Cristo
acontecendo antes do Milênio.

PROPÓSITO

Foi dito a Daniel que estava determinado ao povo de Israel o decurso de 70 semanas (Dn
9.24). São estas as bênçãos da septuagésima semana:

1) cessar a transgressão,
2) dar fim aos pecados,
3) expiar a iniquidade,
4) trazer a justiça eterna,
5) selar a visão;
6) selar a profecia,
7) ungir o Santo dos santos
Ocorre que essas 70 semanas não são de dias, mas de anos (Lv 25.8; Nm 14.34; Ez 4.7);
aliás, no texto original, não se escreve “semanas”, e sim “setes” (“setenta setes”) — portanto,
490 anos, que estão divididos em 3 partes: 7 semanas, 62 semanas e a última semana.

O CÁLCULO

Dessa forma, os anos da profecia devem ser contados desde a expedição do decreto de .
para restaurar e edificar Jerusalém até a conclusão da obra, quando decorreram 49 anos (7
semanas de 7 anos), e, desse tempo até a crucificação de Jesus, decorreram outros 434
anos (62 semanas de 7 anos), conforme está escrito: “depois das sessenta e duas semanas,
será tirado o Messias e não será mais” (Dn 9.26), restando, ainda, uma semana profética: 7
anos, literais como os anteriores também foram.

Com a morte do Messias, Deus fez o relógio escatológico parar, começando a dispensação
da graça. Por tal razão, Paulo diz que, pela queda dos judeus, veio a salvação aos gentios
(Rm 11.11). A última semana estante acontecerá no futuro — será a Grande Tribulação,
que começará após o Arrebatamento. (para fins didáticos, os três primeiros anos e meio
chama-se Tribulação e os últimos de Grande Tribulação).
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NÃO IGNOREIS

Muitos pregadores opõem-se à Grande Tribulação em razão da sua dificuldade de entender a


profecia de Daniel a respeito das setenta semanas. E alguns até acham uma perda de tempo
estudar sobre o assunto. Todavia, não cabe a nós ignorar a Palavra do Senhor, e sim
interpretá-la à luz do contexto, segundo a iluminação do Espírito Santo.

A septuagésima semana, dentre as setenta, são os últimos sete anos de um total de 490 anos
(7 x 70 = 490), revelados ao profeta Daniel. Mas não é apenas com base nisso que se conclui
que a Grande Tribulação terá sete anos de duração. A profecia de Daniel é apenas o ponto de
partida para se chegar a essa conclusão. A contagem dessas setenta semanas de anos
começou com o decreto de Artaxerxes para restaurar Jerusalém e foi interrompida com a
morte do Messias (Dn 9.25,26).

Primeiro período. Este, conforme Daniel 9.25, compreende 7 semanas ou 49 anos (isto é, 7
x 7 = 49): "Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém,
até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas". Daniel destaca, com
clareza, o começo da contagem dessas semanas: "desde a saída da ordem para restaurar e
edificar Jerusalém". Daquele ponto de partida até a conclusão da mencionada obra passaram-
se, de fato, 49 anos (Ne 1-6; Ed 6.13-15).

Segundo período. A segunda parte das setenta semanas de anos compreende 62 semanas
ou 434 anos (isto é, 62 x 7 = 434). Começa com a restauração de Jerusalém e vai até os dias
em que o Senhor Jesus andou na terra: "até ao Messias, o Príncipe, sete semanas [49 anos]
e sessenta e duas semanas [434 anos]" (Dn 9.25). É realmente impressionante observar que
desde o decreto para a restauração até a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Mt 21.1-10)
passaram-se exatamente 69 semanas ou 483 anos (isto é, 69 x 7 = 483).

Terceiro período. É a última semana de anos, isto é, a septuagésima semana, sobre a qual a
profecia diz: "Ele [o Anticristo] firmará um concerto com muitos por uma semana, e na metade
da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares, e sobre a asa das abominações
virá o assolador" (Dn 9.27). Confrontando esta passagem com a profecia de Jesus constante
de Mateus 24.15-21, fica provado que a septuagésima semana representa o tempo da Grande
Tribulação.

Quando comparamos as profecias constantes de Daniel, Apocalipse, Mateus 24 e Lucas 21


concluímos que o lapso temporal indefinido, que começou logo após a destruição de
Jerusalém (no ano 70 d.C), já estava previsto na Palavra profética. É o período denominado
"os tempos dos gentios" (Lc 21.24), o qual perdurará até o início da septuagésima semana,
isto é, a Grande Tribulação.

Depois desse período parentético indeterminado, "os tempos dos gentios" — entre o primeiro
século e o Arrebatamento da Igreja —, o Anticristo firmará um concerto ou pacto com muitos
por sete anos (septuagésima semana), mas só cumprirá a sua parte do acordo firmado nos
primeiros três anos e meio. Na segunda metade da semana, ele se voltará contra os judeus, e
os juízos divinos cairão de maneira ainda mais intensa sobre o mundo (Dn 9.27; Ap 15—16)

Um tempo determinado pelo Senhor. Encontramos nas Escrituras Sagradas, tanto no


Antigo como no Novo Testamento, vários textos que fazem referência à Grande Tribulação. O
profeta Jeremias chamou esse periodo de tempo de angústia para Jacó (Jr 30,7). Outros
nomes que fazem referência a esse evento são: “Dia do Senhor”. “Septuagésima Semana”,
Dia da Desolação”. “Ira Vindoura”, “Hora do Julgamento”. “Tribulação” e “Grande Tribulação”.
Esses nomes nos fazem compreender a dimensão do sofrimento que haverá sobre a Terra.
Jesus disse que haveria “grande aflição, como nunca houve desde o principio do mundo até
agora, nem tampouco haverá jamais” (Mt 24,21).

Há muitas profecias bíblicas acerca do chamado Dia do Senhor (Is 2.12; 13.6,9; Ez 13.5; 30.3;
Jl 1.15; 2.1,11,31; Am 5.18; At 2.20; 1Ts 5.2; 2Ts 2.2; 2 Pe 3.10). Esse período, segundo
Scofield, refere-se ao período prolongado de tempo que se inicia com o retorno do Senhor na
sua glória e termina com a destruição dos céus e da terra pelo fogo, preparando novo céu e
nova terra (C. I. Scofield, Reference Bible, p. 1349). Outras expressões como "aquele dia", "o
dia" ou "o grande dia" aparecem mais de 75 vezes no Antigo Testamento (Sf 1.14-18). Este
dia virá inesperadamente ao mundo imediatamente após o arrebatamento da igreja. Outras
expressões para a Grande tribulação são: tempo de angústia para Jacó (Jr 30,7); ”, Dia da
Desolação”. “Ira Vindoura”, “Hora do Julgamento”. “Tribulação”.

Segundo Scofield, a expressão "dia de Cristo" (1Co 1.8; 5.5; 2Co 1.14; Fp 1.6,10; 2.16. 2Ts
2.2) está relacionado à recompensa e à bênção dos santos na Sua vinda, enquanto o "dia do
Senhor" está ligado ao julgamento. (SCOFIELD, op. cit., p. 1212)

A abertura dos selos e as trombetas. A angústia do mundo, nesse periodo, será


inimaginável. O livro de Apocalipse relata, nos capítulos 6 e 18. uma grande quantidade de
catástrofes que acometerão à Terra. Essas aflições se darão com a abertura dos selos e o
toque das trombetas. Segundo Apocalipse 6.4. na abertura do segundo selo, a paz da terra
será retirada e os homens matarão uns aos outros. Será uma aflição jamais vista.

"se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos
escolhidos,serão abreviados aqueles dias" (Mt 24.22). Os juízos divinos derramados sobre a
Terra, nesse período, são descritos em Apocalipse sob sete selos, sete trombetas e sete
taças.

Sete selos. Quando os primeiros quatro selos são desatados, segundo a revelação dada ao
apóstolo João, quatro cavaleiros, representado o Anticristo, a guerra, a fome e a morte,
entram em ação (Ap 6.1-8). Bilhões de pessoas morrerão ainda nesse primeiro período de
juízos divinos. A abertura do quinto selo revela que, entre os mortos, estarão vários servos
de Deus, os mártires da Grande Tribulação (Ap 6.9-11). Nesse período, Deus dará mais uma
oportunidade de salvação a todos aqueles que não foram arrebatados. Não só os desviados
poderão se reconciliar com Cristo; todos os seres humanos terão oportunidade de salvação,
desde que lavem as suas vestiduras e as branqueiem no sangue do Cordeiro (7.14). Mas
será difícil a salvação naqueles angustiosos e inquietantes dias da Grande Tribulação.

Derramar-se-ão muitos juízos de Deus sobre os adoradores da Besta (Ap 6-9), que, mesmo
assim, não se arrependerão (9.20,21; 16.9). Ao ser desatado o sexto selo, ainda na primeira
parte da Grande Tribulação, haverá um grande terremoto, alterações cósmicas e densas
trevas (6.12-17). A misericórdia do Senhor será patente nesse período, pois todos os
acontecimentos catastróficos visarão, sobretudo, ao despertamento das pessoas para o
arrependimento antes dos julgamentos previstos, especialmente o Juízo Final (At 17.30,31).

Sete trombetas. Na abertura do sétimo selo, sete trombetas serão tocadas por sete anjos,
desencadeando juízos divinos ainda mais intensos contra os moradores da Terra (Ap 8-11).
Haverá incêndios em vários lugares, pragas por toda parte e grande mortandade de peixes,
no mar. Rios e fontes serão contaminados, gerando mais mortes. Demónios descritos como
gafanhotos atormentarão os homens durante cinco meses. Em Apocalipse 8.1 está escrito: "E,
havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora". A menção desse
silêncio evidencia que haverá grande pavor, espanto, horror diante dos juízos vindouros
contra o pecado, pois a abertura do sétimo selo dará início a castigos mais severos da parte
de Deus sobre os adoradores da Besta.

Sete Taças da Ira de Deus. Os últimos e mais terríveis juízos serão deflagrados pelo
derramamento do conteúdo de sete taças da ira de Deus (Ap 15—16). A primeira será
derramada sobre os homens, fazendo-os enfermar. A segunda e a terceira, sobre mares,
rios e fontes, transformando as águas em sangue. A quarta, sobre o sol, que se
superaquecerá. A quinta taça será derramada sobre o trono da Besta; seus seguidores
morderão a língua de dor. E a sexta, sobre o rio Eufrates, a fim de fazê-Io secar, facilitando o
acesso dos inimigos de Israel ao vale de Armagedom (16.12-16).

A sétima Taça. (Em 1960, no Chile, ocorreu o maior tremor de terra já medido (9,5 graus na
escala Richter). Vitimou "apenas" 5.700 pessoas. Na China, em dois grandes sismos,
morreram quase dois milhões de pessoas. Cerca de um milhão, em 1556, e quase setecentas
mil, em 1976. No Haiti, em 2010, mais de 315 mil pessoas partiram para a eternidade, num
tremor que devastou a capital do país.)

Quando a sétima taça for derramada sobre o ar, será ouvida uma grande voz do trono de
Deus: "Está feito!" Ouvir-se-ão também vozes, trovões e relâmpagos. E o maior terremoto de
todos os tempos acontecerá, levando à morte milhões pessoas (Ap 16.17-21). Imaginemos
como será esse último e maior terremoto da História! Famosas cidades do mundo, como
Paris, Nova York e Londres, poderão se transformar em pilhas de escombros.
II- O PROPÓSITO DA GRANDE TRIBULAÇÃO

1. Preparar Israel para o encontro com o Messias. Um dos objetivos do periodo da Grande
Tribulação é promover a restauração espiritual de Israel (Dn 9.24 27). Contudo, quem estiver
sobre a Terra nesse tempo, como Israel, sofrerá todos os flagelos que virão sobre o planeta. É
importante ressaltar que a Igreja não passará pela Grande Tribulação, pois, nesse periodo,
ela estará no céu com o Senhor Jesus. Israel sofrera juízo por todos os pecados cometidos,
não apenas em relação ao Messias, mas pelos milênios de afastamento dos propósitos de
Deus. Nessa nova oportunidade de salvação, a última para o povo judeu. os descendentes de
Abraão serão “comprimidos com força, como se faz com as uvas no lagar, ou prensados.
como acontece com as azeitonas na produção do azeite. Durante este periodo, o povo de
Israel fará um pacto com o Anticristo. entendendo ser o Messias prometido. Mas, no meio da
Tribulação, compreendera que foi enganado, e, então, romperá a aliança estabelecida,
convertendo-se ao Senhor Jesus. O Inimigo ficará enfurecido. e empreenderá ferrenha
perseguição contra Israel, culminando na Guerra do Armagedom, quando o Senhor, no
instante de maior aflição do povo, descerá dos céus, na companhia da Igreja glorificada, e
derrotará o Iniquo e seus exércitos. Israel que, no passado, tantas vezes foi milagrosamente
salvo pelo Senhor. será alcançado, mais uma vez. pela benevolência divina e entenderá o
tempo da sua visitação.

Há promessas relativas à Israel (Dt 4.30,31). O período da Tribulação terá entre seus
objetivos a Restauração de Israel (Dn 9.24,27). Toda a profecia se relaciona ao "povo" e à
"cidade" de Daniel, isto é, a nação de Israel e a cidade de Jerusalém (24). 2. São
mencionados dois príncipes diferentes, que não devem ser confundidos: o primeiro é
chamado Ungido (Messias), o Príncipe (v. 25); e o segundo é designado o Príncipe que há de
vir (v. 26).

A tribulação é principalmente judia. O fato é demonstrado por trechos do Antigo Testamento


(Dt 4.30, Jr 30.7; Ez 20.37; Dn 12.1; Zc 13.8,9), pelo sermão profético de Cristo (Mt 24.9-26) e
pelo próprio livro do Apocalipse (Ap 7.4-8; 12.1,2,17 etc). Ela diz respeito ao "povo de Daniel",
à vinda do "falso Messias", à pregação das "boas novas do reino", ao vôo no "sábado", ao
templo e ao "lugar santo", à terra da Judéia, à cidade de Jerusalém, às doze "tribos dos filhos
de Israel", ao "cântico de Moisés", aos "sinais" nos céus, à "aliança" com a besta, ao
"santuário", aos "sacrifícios" rituais do templo —todos esses falam de Israel e provam que a
tribulação é em grande parte a hora em que Deus lida com Seu povo antigo antes da entrada
dele no reino prometido. As muitas profecias do Antigo Testamento a ser cumpridas a favor de
Israel mostram um tempo futuro em que Deus lidará com essa nação (Dt 30.1-6; Jr 30.8-10
etc.). (Gerald STANTON, Kept from the hour, p. 30-1).

O propósito de Deus para Israel na tribulação é promover a conversão de uma multidão de


judeus que entrarão nas bênçãos do reino e experimentarão o cumprimento de todas as
alianças de Israel. As boas novas de que o Rei está prestes a retornar serão pregadas (Mt
24.14) para que Israel possa voltar-se para o seu libertador. Assim como João Batista pregou
tal mensagem a fim de preparar Israel para a primeira vinda, Elias pregará a fim de preparar
Israel para o segundo advento. (Ml 4.5,6).

A IGREJA PASSARÁ PELA GRANDE TRIBULAÇÃO?

Alguns teólogos afirmam que a Igreja passará apenas pela primeira fase da Grande
Tribulação. Mas o Senhor Jesus disse que devemos vigiar e orar, a todo tempo, para "escapar
de todas estas coisas que têm de suceder" (ls 21.36).

Os pré-tribulacionistas recorrem à simbologia para defenderem a ideia de que a Igreja não


enfrentará o tempo de angústia. Enoque e Noé, por andarem com Deus, escaparam do
Dilúvio. As águas do mar Vermelho só caíram sobre os egípcios depois que Israel passou.
Elias subiu num redemoinho antes do cativeiro. E, depois que a Igreja for arrebatada — posto
que ela é a coluna e firmeza da verdade e a luz do mundo (1 Tm 3.15; Mt 5.14-16) —, haverá
um grande "desmoronamento", instalando-se aqui um período de trevas. Todos esses
exemplos, na verdade, apenas ilustram uma verdade revelada claramente nas páginas
sagradas.

A prova de que a Igreja não participará desse tenebroso período de sete anos é que ela
voltará com o Senhor, em sua manifestação, para colocar fim ao império do mal: "Depois
destas coisas, ouvi no céu como que uma grande voz de uma numerosa multidão, (...) Vi o
céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e
peleja cotn justiça. (...) e seguiam-no os exér citos que há no céu, montando cavalos brancos,
com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro. (...) Mas a besta foi aprisionada, e com ela o
falso profeta (...) Os dois foram lançados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre"
(Ap 19.1-20)

Apocalipse 13.15. De acordo com esta passagem, serão mortos todos os que não adorarem
a imagem do Anticristo (Besta). Ele terá permissão para fazer guerra aos santos, a fim de
vencê-los (v. 7). Na verdade, os santos que serão mortos pela Besta são os mártires da
Grande Tribulação, salvos durante esse período, e não os outros salvos que farão parte do
Arrebatamento da Igreja.

Apocalipse 3.10. Nesta passagem, Jesus fez uma promessa à igreja de Filadélfia: "Como
guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há
de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra". Embora os crentes daquela
igreja estivessem enfrentando tribulações, não passaram — e não passarão — pela "hora da
tentação que há de vir sobre todo o mundo". Afinal, os mortos em Cristo ressuscitarão e serão
arrebatados antes da "ira vindoura" (1 Ts 1.10) que "virá como um laço sobre todos os que
habitam na face de toda a terra" (Lc 21.35).

Em Apocalipse 2 e 3, além das instruções específicas às igrejas da Ásia, há mandamentos e


exemplos extensivos a todo o povo de Deus. Tudo o que foi dito àquelas quanto à
manutenção do amor e da fidelidade (2.4,10; 3.11), ao combate às falsas profecias (2.20-22),
ao perigo de Jesus ficar do lado de fora (3.20), etc. se aplica à Igreja de Cristo como um todo.
Considerando o que está escrito em Apocalipse 3.13,22: "Quem tem ouvidos ouça o que o
Espírito diz às igrejas", podemos dizer que a promessa de livramento da tentação mundial (v.
10) é extensiva às igrejas; isto é, a todos os salvos.

(2 Ts 2.3-8, ARA) - Se o mistério da injustiça já opera neste mundo, por que as Bestas ainda
não se manifestaram de maneira visível? Quem as resiste, e o que as detém? Quem será
tirado do mundo? Como o apóstolo Paulo não apresentou o assunto em apreço como um
mistério a ser revelado, parece-me óbvio que a frase "agora sabeis o que o detém" seja uma
referência à saída do povo de Deus deste mundo, mediante o Arrebatamento (Tt 2.13,14; Fp
3.20,21).

1 Tessalonicenses 5.1-9. Nesta passagem, no versículo 9, está escrito: "Deus não nos
destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo". nos
versículos 3 e 4: "quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá re pentina
destruição (...) e de modo nenhum escaparão. Mas vós, ir- mãos, já não estais em trevas,
para que aquele Dia vos surpreenda como um ladrão".

1 Tessalonicenses 1.10. Ao mencionar o Arrebatamento da Igreja pela primeira vez, em suas


cartas aos crentes de Tessalônica, o apóstolo Paulo os exortou a "esperar dos céus a seu
Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura".

Lucas 21.25-36. Note que, no versículo 36, Ele afirmou que devemos escapar, e não
participar de "todas estas coisas".

2. Fazer justiça contra os rebeldes. Durante o tempo de angústia de Jacó”. o Senhor


cumprirá, também, a promessa de castigar o mundo por causa de sua maldade e os
perversos por causa da sua iniquidade e arrogância (Is 13.11), O povo de Nínive se
arrependeu e a cidade não foi destruída no tempo do profeta Jonas. Mas os homens rebeldes
do mundo, no periodo da Grande Tribulação, blasfemarão contra Deus e não se arrependerão
de seus pecados. Os flagelos lançados sobre eles (Ap 9.21: 16.9), nos faz lembrar os
egípcios, no tempo de Moisés, e os cananeus, no tempo da conquista da Terra Prometida. os
quais, em sua maioria, mesmo vendo a mão de Deus estendida contra eles. não se
converteram.

Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eis que o mal passa de nação para nação, e grande
tormenta se levanta dos confins da terra. Os que o SENHOR entregar à morte naquele dia se
estenderão de uma a outra extremidade da terra; não serão pranteados, nem recolhidos, nem
sepultados; serão como esterco sobre a face da terra (Jr 25.32,33).

Pois eis que o SENHOR sai do seu lugar, para castigar a iniqüidade dos moradores da terra...
(Is 26.21).

A fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário,
deleitaram-se com a injustiça (2 Ts 2.12).
Com base nessas passagens, podemos ver que Deus está julgando as nações da terra por
causa de sua infidelidade. As nações da terra foram enganadas por um falso ensinamento do
sistema religioso prostituído (Ap 14.8) e têm partilhado do "vinho da fúria da sua prostituição".
Elas seguiram o falso profeta na adoração da besta (Ap 13.11-18). Por essa impiedade, têm
de ser julgadas. Esse julgamento recai sobre "os reis da terra, os grandes, os comandantes,
os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre... " (Ap 6.15), todos os que "blasfemaram o
nome de Deus [...] nem se arrependeram para lhe darem glória" (Ap 16.9). Visto que o reino a
seguir é um reino de justiça, esse julgamento deve ser visto como outro passo no
desenvolvimento do plano de Deus para lidar com o pecado de modo que o Messias possa
reinar. Esse plano de julgamento contra os pecadores constitui o segundo grande propósito
do período de tribulação.

3. Revelar ao mundo a ira de Deus. Deus é bom e misericordioso. mas Ele também é justo.
Com Deus não se brinca e a Grande Tribulação será um tempo marcado pela ira de Deus
contra o pecado, segundo indica Apocalipse 6-18. Depois de ler Apocalipse 6. podemos
verificar e afirmar que, à medida que os selos vão sendo abertos. julgamentos terríveis são
desferidos sobre a Terra Neste periodo de trevas surgirá um ditador mundial, o Anticristo,
Segundo Stanley Horton o nome Anticristo provém das epistolas de João, onde ele dá a
entender que este personagem virá futuramente.

Os acontecimentos do dia do Senhor. Incluirá os acontecimentos profetizados do período


tribulacional como:

• a federação dos estados num Império Romano (Dn 2 e 7);

• a ascensão do governador político desse Império, que fará uma aliança com Israel (Dn
9.27; Ap 13.1-10);

• a formulação de um falso sistema religioso sob um falso profeta (Ap 13.11-18);

• o derramamento dos julgamentos sob os selos (Ap 6);

• os julgamentos das trombetas (Ap 8-11);

• a perseguição de Israel (Ap 12);

• o julgamento das taças (Ap 16);

• a destruição da falsa igreja (Ap 17 e 18);

• os acontecimentos da campanha de Armagedom (Ez 38 e 39; Ap 16.16; 19.17-21);

Esses e muitos assuntos relacionados devem ser estudados.

Não existe maneira melhor de entender o conceito bíblico da tribulação do que deixar
as Escrituras falarem por si.
Quando estiveres em angústia, e todas estas cousas te sobrevierem nos últimos dias, e te
voltares para o SENHOR, teu Deus, e lhe atenderes a voz, então o SENHOR, teu Deus não te
desamparará, porquanto é Deus misericordioso, nem te destruirá, nem se esquecerá da
aliança que jurou a teus pais (Dt 4.30,31).

Eis que o SENHOR vai devastar e desolar a terra, vai transtornar a sua superfície, e lhe
dispersar os moradores. [...] A terra será de todo devastada e totalmente saqueada, porque o
SENHOR é quem proferiu esta palavra. [...] Por isso, a maldição consome a terra, e os que
habitam nela se tornam culpados; por isso, serão queimados os moradores da terra, e poucos
homens restarão (Is 24.1,3,6).

A terra será de todo quebrantada, ela totalmente se romperá, a terra violentamente se


moverá. A terra cambaleará como um bêbado, e balanceará como rede de dormir; a sua
transgressão pesa sobre ela, ela cairá e jamais se levantará. Naquele dia, o SENHOR
castigará, no céu, as hostes celestes, e os reis da terra, na terra (Is 24.19-21).

Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por
um momento, até que passe a ira. Pois eis que o SENHOR sai do seu lugar, para castigar a
iniqüidade dos moradores da terra; a terra descobrirá o sangue que embebeu e já não
encobrirá aqueles que foram mortos (Is 26.20,21).

Ah! Que é grande aquele dia, e não há outro semelhante! É tempo de angústia para Jacó; ele,
porém, será livre dela (Jr 30.7).

Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará essar o
sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a
destruição, que está determinada, se derrame sobre ele (Dn 9.27).

Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e
haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas,
naquele tempo... (Dn 12.1).

Ah! Que dia! Porque o Dia do SENHOR está perto e vem como assolação do Todo-poderoso
(Jl 1.15).

... porque o Dia do SENHOR vem, já está próximo: dia de escuridade e densas trevas, dia de
nuvens e negridão! Como a alva por sobre os montes, assim se difunde um povo grande e
poderoso, qual desde o tempo antigo nunca houve, nem depois dele haverá pelos anos
adiante, de geração em geração (Jl 2.1-2).

Ai de vós que desejais o Dia do SENHOR! Para que desejais vós o Dia do SENHOR? É dia
de trevas e não de luz. Não será, pois, o Dia do SENHOR trevas e não luz? Não será
completa escuridão, sem nenhuma claridade? (Am 5.18,20).

Está perto o grande Dia do Senhor; está perto e muito se apressa. [...] Aquele dia é dia de
indignação, dia de angústia e dia de alvoroço e desolação, dia de escuridade e negrume, dia
de nuvens e densas trevas. Nem a sua prata nem o seu ouro os poderão livrar no dia da
indignação do SENHOR, mas, pelo fogo do seu zelo... (Sf 1.14,15,18).

Porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora
não tem havido, nem haverá jamais. Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém
seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados (Mt 24.21,22).

Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações em
perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que desmaiarão de
terror e pela expectativa das cousas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus
serão abalados (Lc 21.25,26).

Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição,
como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão (l Ts
5.3).

... também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para
experimentar os que habitam sobre a terra (Ap 3.10).

Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos e todo escravo e todo


livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes e disseram aos montes e aos
rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do
Cordeiro, porque chegou o Grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se? (Ap 6.15-
17).

As Escrituras estão repletas de declarações de que esse período não é a ira do homem,
nem mesmo a ira de Satanás, mas a ira de Deus.

... o SENHOR vai devastar e desolar a terra... (Is 24.1).

... o SENHOR sai do seu lugar, para castigar a iniqüidade dos moradores da terra... (Is 26.21).

... e vem como assolação do Todo-poderoso (Jl 1.15).

Nem a sua prata nem o seu ouro os poderão livrar no dia da indignação do SENHOR... (Sf
1.18).

E disseram os montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se
assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o Grande Dia da ira deles; e quem é
que pode suster-se? (Ap 6.16,17)

Na verdade, as nações se enfureceram; chegou, porém, a tua ira... (Ap 11.18).

... Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele... (Ap
14.7).
Também esse beberá do vinho da cólera de Deus... (Ap 14.10).

Então, o anjo passou a sua foice na terra, e vindimou a videira da terra, e lançou-a no grande
lagar da cólera de Deus (Ap 14.19).

Quem não temerá e não glorificará o teu nome, ó Senhor? [...] porque os teus atos de justiça
se fizeram manifestos (Ap 15.4).

Então, um dos quatro seres viventes deu aos sete anjos sete taças de ouro, cheias da cólera
de Deus, que vive pelos séculos dos séculos (Ap 15.7).

... Ide e derramai pela terra as sete taças da cólera de Deus... (Ap 16.1).

... Certamente, ó Senhor Deus, Todo-poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos... (Ap
16.7).

... E lembrou-se da grande Babilônia para dar-lhe o cálice do vinho do furor da sua ira (Ap
16.19).

A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus, porquanto verdadeiros e justos são os
seus juízos, pois julgou a grande... (Ap 19.1,2).

Com base nessas passagens, não se pode negar que esse período é particularmente a hora
em que a ira e o juízo de Deus caem sobre a terra. Não é ira dos homens, nem ira de
Satanás, a não ser à medida que Deus os utilize como canais para execução de Sua vontade;
é uma tribulação de Deus. Esse período difere de toda a tribulação anterior não apenas em
intensidade, mas também em tipo, já que vem do próprio Deus.

III – QUANDO ACONTECERÁ A GRANDE TRIBULAÇÃO?

1. Início — Os Primeiros três anos e meio

Após o arrebatamento da Igreja — que temperava este mundo, evitando que apodrecesse —,
começará a época mais difícil para viver-se sobre a Terra, a Grande Tribulação. O cenário e
enredo desses dias finais estão descritos — ainda que não pormenorizadamente — na Bíblia;
afinal, as profecias bíblicas não têm o propósito de criar um “manual do fim do mundo”, mas,
sim, mostrar a glória de Cristo Jesus nos eventos derradeiros da história; Ele, o Único que
venceu para abrir o livro e desatar os seus selos (Ap 5.5). Nesse tempo, haverá a ascensão
do Anticristo, um líder mundial carismático, que é a encarnação do mal, o qual coordenará a
“operação do erro” (2 Ts 2.11) e enganará a muitos povos, inclusive Israel, que pactuará com
ele, possivelmente envolvendo nas cláusulas a construção do Templo em Jerusalém, onde
serão oferecidos sacrifícios e ofertas pacíficas e a resolução do conflitopalestino-israelense,
trazendo aparente paz e segurança para o Oriente Médio e para o mundo, que acreditará que
as coisas ficarão melhores com a liderança do mefistofélico — e, de fato, no começo, haverá
prosperidade, mas “quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina
destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão”
(1 Ts 5.3). Segundo o saudoso pastor Antonio Gilberto, esses primeiros três anos e meio são
mencionados em Apocalipse, capítulos 6 a 9, e Mateus 24.3-14.2 Há, entretanto, que se ter
cuidado com as passagens parentéticas do Apocalipse, as quais intercalam os eventos
cronologicamente colocados, servindo para explicar acontecimentos não incluídos nos selos,
trombetas e taças de juízos. Esses textos entre parênteses ocorrem frequentemente por
ocasião dos selos, das trombetas e das taças, da mesma maneira como um escritor que, no
meio de uma narrativa, faz um comentário de algo importante, elucidativo, que corroborará o
entendimento do leitor. Assim, para fazer a exegese correta do Apocalipse, é mister o
conhecimento das regras hermenêuticas, bem como ter profundidade escriturística, buscar o
real sentido das profecias com humildade, em oração, e sempre contar com o auxílio do
Espírito Santo.

2. Ápice — Os Últimos três anos e meio

A partir do meio da Tribulação, as coisas ficarão piores em todos os sentidos, tanto para as
nações, quanto para Israel. Depois que a aliança com o Anticristo for rompida, terá início,
propriamente, o ápice do “tempo da angústia de Jacó”. Os últimos três anos e meio da Grande
Tribulação serão os piores para o mundo, pois acontecerão as sete piores pragas (capítulos
15 e 16 de Apocalipse), sob o derramar das taças do juízo divino; acrescente-se ademais que,
nessa fase, as forças da natureza que atuam na atmosfera e fora dela convulsionarão (Ag 2.9;
Mt 24.29). Em Apocalipse 10–18 e em Mateus 24.15-29, são feitas abordagens proféticas
acerca desse período da Grande Tribulação, que é retratado em Daniel e Apocalipse como
“quarenta e dois meses”, “um tempo, tempos e metade de um tempo” e “mil duzentos e
sessenta dias” (Dn 7.25; Ap 11.2; 12.6,14; 13.5).

3. Fim — A Guerra do Armagedom

E, nos últimos instantes da Tribulação, a Besta levará os reis da terra a “fazerem guerra”
contra Jesus Cristo, que enfrentará todas as nações reunidas para o conflito final na Batalha
do Armagedom (19.11-19).4 Isso acontecerá depois de o anjo derramar a sexta taça, quando
os demônios saírem para convencer os povos da Terra a destruir Israel; em seguida, está
escrito: “E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom” (Ap 16.16).Essa
palavra hebraica designa o lugar onde acontecerá a batalha épica que marcará a derrota do
Anticristo e dos seus exércitos, o que o Senhor irá fazer “pelo assopro da sua boca e
aniquilará pelo esplendor da sua vinda” (2 Ts 2.8)

CONCLUSÃO

O Eterno, que não tem prazer na morte do ímpio (Ez 33.11), em seu grande amor, quer que
todos se convertam (At 17.30), pois dessa forma não haveria juízo sobre a Terra; todavia, por
causa do livre-arbítrio, não força os homens a amá-lo, bem como a entrarem no Céu. Assim
como o salário do pecado é a morte (Rm 6.23), um dia haverá o acerto de contas pelas
escolhas erradas da humanidade, chamado profeticamente de Dia do Senhor, no Antigo
Testamento, ou Grande Tribulação, no Novo Testamento, sendo um período de juízo,
sofrimento e morte. Milhões morrerão por causa dos flagelos, decorrentes dos selos, das
trombetas e das taças do furor divino; outros, todavia, por não aceitarem viver conforme o
Anticristo, pois ainda haverá salvação de vidas. Esses tempos de angústia chegarão ao fim
com “[...] o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.13)

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