Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................................................2
2 CONCEITO...........................................................................................................................................................................2
3 ALIANÇA DA REDENÇÃO................................................................................................................................................4
5 ALIANÇA DA GRAÇA........................................................................................................................................................8
7 BIBLIOGRAFIA.................................................................................................................................................................11
A aliança no Antigo Testamento é um assunto que nos desafia e ao mesmo tempo nos
empolga, principalmente porque estaremos, no fundo, tratando de um relacionamento com
Deus, soberano. Para que ocorra uma aliança, no mínimo, são necessárias duas partes que se
relacionam de alguma forma, com deveres, obrigações e consequentes bençãos e maldições
conforme o cumprimento ou não de suas condições. As duas partes podem ser entre homem e
homem, como entre Deus e o homem, mas não entre o homem e Deus.
No presente ensaio, falaremos da aliança entre Deus e o homem. Destarte, de um lado, temos
Deus, o criador, o sustentador e administrador dos céus e da terra, soberano Senhor, um Deus
de propósitos, de planos, inteligente e relacional. De outro lado, o homem, sua criação, obra-
prima de suas mãos, criado à sua imagem e semelhança e, portanto, capaz de amar, de se
relacionar e de cumprir planos e propósitos estabelecidos.
2 Conceito
Aliança é uma idéia que está presente no homem desde os seus primórdios, na verdade desde
o Éden. Ela estabelece uma relação entre duas partes com obrigações e deveres, bençãos e
maldições. Ela não nasceu do homem, mas de Deus que foi desenvolvendo no homem esse
conceito.
A palavra utilizada no hebraico para aliança é berith. Berkhof, muito sabiamente, não busca
uma dependência do sentido exato da palavra no sentido etimológico, nem se preocupa com o
desenvolvimento histórico desse conceito, mas sim com as partes envolvidas. Nesse sentido,
berith, então, vem a ser sinônimo de choq (estatuto ou ordenança determinada) pois uma das
partes é inferior, subordinada, e a outra, superior, divina. Destaca ainda que o uso da palavra
berith embora muito utilizado entre homem e homem, sempre inclui uma idéia religiosa e, em
seguida, apresenta uma definição para aliança:
Uma aliança é um pacto ou acordo entre duas partes ou mais. Pode ser, e entre os
homens geralmente o é, um acordo a que as partes, que podem encontrar um
terreno básico de igualdade, chegam voluntariamente, depois de uma cuidadosa
estipulação de seus deveres e privilégios mútuos; mas também pode ser da
natureza de uma disposição ou de um arranjo imposto por uma parte superior à
outra, que lhe é inferior, sendo aceito por esta.2
Con respecto a los pactos entre Dios y el hombre que encontramos en las
Escrituras, podemos ofrecer la siguiente definición: Un pacto es un acuerdo legal,
inalterable y divinamente impuesto entre Dios y el hombre que estipula las
condiciones de sus relaciones.3
No Cristo dos Pactos, de O. Palmer Robertson, após uma breve divagação sobre a
complexidade de se definir este termo de forma que seu conceito seja aceito e satisfaça a
todos, ele diz e, em seguida, explica que:
Das definições apresentadas acima, podemos verificar que estão presentes nas mesmas: um
Deus criador, soberano, sábio, amoroso e relacional; um homem criado, feito à imagem e à
semelhança de seu criador, capaz de se relacionar; um ou vários mandatos; promessas de
bênçãos e de ameaças de maldições pelo cumprimento ou descumprimento, respectivamente
e a figura de uma vítima ou de um subistituto. Diante disso, ousamos conceituar aliança como
um acordo estabelecido divinamente por um Deus gracioso, soberano, sábio e amoroso, com o
homem, sua criação, como seu vice-gerente, para o cumprimento de mandatos de vida e de
amor que reperticurão na glória de Deus e no benefício do próprio homem e de toda a criação.
3 Aliança da Redenção
Como numa aliança entre partes iguais, a aliança da redenção é aquela que foi feita pela
Trindade, entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Onde cada um tem diante de si papéis a
desempenhar objetivando à redenção do homem.
5
CRIAÇÃO E CONSUMAÇÃO – Vol. 1. Gerard Von Groningen. Pg. 90.
b) o plano divino da salvação dos pecadores é eterno, Ef 1.4; 3.9,11 e da natureza de uma
aliança. ver Jo 5.30, 43; 6.38-40; 17.4-12. E em Rm 5.12-21 e 1 Co 15.22;
Num certo sentido, Cristo mesmo é objeto da eleição, mas no conselho de redenção Ele é
uma das partes contratantes. O Pai trata o filho como Fiador do Seu povo. Logicamente, a
eleição precede ao conselho de redenção, porquanto a obra realizada por Cristo na
qualidade de Fiador, como a Sua obra expiatória, é particular.
Cristo cumpriu todos os requisitos da lei, ele fez uso dos sacramentos do Velho Testamento.
Na aliança da redenção, Cristo se incumbiu de satisfazer as exigências da lei. Os
sacramentos faziam parte desta lei e, portanto, Cristo teve que sujeitar-se a eles, Mt 3.15.
b) ser submisso à lei, embora fosse superior a ela, como Filho de Deus a fim de pagar a
penalidade pelo pecado e merecesse a vida eterna para os eleitos, Sl 40.8; Mt 5.17, 18;
Jo 8.28, 29; Gl 4.4; Fp 2.6-8;
c) o perdão completo e a renovação das suas vidas pela poderosa operação do Espírito
Santo. Fazendo isto, Ele tornaria absolutamente certo e seguro que os crentes
consagrariam as suas vidas a Deus, Jo 10.16; 16.14, 15; 17.12, 19-22; Hb 2.10-13; 7.25.
e) Que Ele Lhe daria numerosa semente em recompensa por Sua obra
consumada, uma tão numerosa semente que seria uma incontável
multidão, de modo que, finalmente, o reino do Messias abarcaria o
povo de todas as nações e línguas, Sl 22.27; 72.17.
6
TEOLOGIA SISTEMÁTICA. Louis Berkhof. Pg. 265, 266.
Estão presentes todos os aspectos de uma aliança, mas não a palavra correspondente à
aliança como também não encontramos a palavra trindade na Bíblia, mas ela é bíblica e
verdadeira.
Encontramos assim, as partes Deus, o criador e soberano Senhor, o homem, sua criatura,
colocado no Éden para administrar todas as coisas, os mandatos cultural, social e da
comunhão, as promessas de bênçãos e maldições pelo cumprimento e/ou descumprimento,
respectivamente. Assim, embora não haja de forma explícita o uso da palavra aliança ou pacto,
vemos que o mesmo estava presente devido a essas características.
Como em todos os pactos feitos por Deus com o homem estão presentes a imposição de
cláusulas que o homem está obrigado a cumpri-las sem qualquer negociação, pois Deus as
impõe soberanamente.
Não há motivos para dizermos que os mandatos ao homem em Gênesis não devam ser mais
respeitados. Ao homem cumpre o dever de cuidar, de administrar, de conduzir o mundo de
forma justa, desenvolvendo-se nas artes, na escola, no trabalho. O homem é responsável pela
natureza, pelo cuidado com a terra, com as florestas, com os animais e de todas elas dará
contas a Deus.
Embora seja dever do homem cumprir os seus mandatos, o seu cumprimento não ganhará de
Deus o seu favor, como se fosse possível negociar com Deus a justiça, invalidando assim a
obra da redenção. Cristo morreu pelo pecador e se tornou a sua justiça, portanto o homem não
se justificará diante de Deus pelo cumprimento delas, mas por sua fé em Cristo.
5 Aliança da Graça
Já no relato da queda quando Deus pune a serpente, o homem e a mulher, ele faz a promessa
de que o descendente da mulher esmagaria a cabeça da serpente, já anunciando que viria o
Messias cujo principal papel seria o de resgatar o homem livrando-o do pecado e da morte.
Assim, uma vez mais, Deus claramente define as condições da aliança que especificariam as
relações entre ele, Deus, e os que seriam redimidos.
As partes nessa aliança da graça são Deus e o povo que ele resgatará. É aqui que Cristo entra
como mediador (Hb 8.6; 9.15; 12.24) e como aquele que cumpre as condições da aliança e
deste modo nos reconcilia com Deus, pois este papel de mediador não estava presente na
aliança de obras.
As condições agora que o home deve cumprir não é qualquer obra ou feito ou requisito
extraordinário, mas a fé na obra que o Messias realizou. É somente por meio dessa fé que o
pecador pode alcançar a graça divina e assim cumprir as condições exigidas na aliança da
graça. Nossas obras de justiças não nos fazem aceitáveis diante de Deus, mas por sermos
aceitáveis pela fé diante de Deus, nós passamos a executar tais obras, para a glória de Deus.
Nossa fé é a porta de entrada, a garantia de que estamos cumprindo a nossa parte, mas as
obras, os mandamentos de Deus e seus mandatos estão ainda todos válidos, mas não para
serem cumpridos com o fim de negociar com Deus seu favor, benevolência, méritos, mas por
ser evidência de que andamos por fé e não por vista.
6 Conclusão
Aprendi com isso que temos um Deus maravilhoso, relacional, que se importa conosco, que
estabeleceu alianças para nosso bem e sua glória. Somos seus vice-gerentes, responsáveis
pela terra que ele nos deu, pela família, pela cultura e pela preservação dos valores e da nossa
história. Por um lado, é magnifico sabermos disso, por outro nasce um peso, o da
responsabilidade. Apesar de Deus ser soberano, nós somos responsáveis e a Deus daremos
contas de todas as nossas ações.
7
TEOLOGIA SISTEMÁTICA. Louis Berkhoff. Pg. 266, 267.
7 Bibliografia
I. TEOLOGIA SISTEMÁTICA. Louis Berkhoff.
III. CRIAÇÃO E CONSUMAÇÃO. Gerard Von Groningen. Vol 1. ed. Cultura Cristã.