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https://doi.org/10.1016/j.cortex.2016.09.024
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Resumo
As confabulações oferecem oportunidades únicas para estabelecer a base neurobiológica do pensamento delirante. No
que diz respeito aos fatores causais, uma revisão da literatura de confabulação sugere que nem a amnésia nem a
deficiência executiva podem ser a única (ou talvez até mesmo a principal) causa de todas as crenças delirantes -
embora possam agir em conjunto com outros fatores. Uma perspectiva-chave na literatura moderna é que muitos
delírios têm um elemento emocionalmente positivo ou 'desejável', que pode servir para modular ou gerenciar a
experiência emocional. Alguns autores se referiram a essa perspectiva como a hipótese de 'desregulação da emoção'.
Neste artigo, revisamos os fundamentos teóricos dessa abordagem e desenvolvemos a ideia sugerindo que os aspectos
positivos dos estados confabulatórios podem ter um papel na perpetuação do desequilíbrio entre controle cognitivo e
emoção. Nós nos baseamos em evidências existentes de campos fora da neuropsicologia, para argumentar três
principais fatores causais: que as emoções positivas estão relacionadas a formas mais globais ou esquemáticas de
processamento cognitivo; que as emoções positivas influenciam a precisão da memória; e que as emoções positivas
tornam as pessoas mais suscetíveis a falsas memórias. Essas descobertas sugerem que as emoções que queremos sentir
(ou não queremos sentir) podem influenciar a maneira como reconstruímos experiências passadas e gerar um senso de
si mesmo - uma proposição que se baseia em uma teoria unificada de estados de crenças delirantes.
Trechos de seção
A confabulação oferece algumas oportunidades únicas para estabelecer a base neurobiológica de crenças falsas ou
irracionais. Ao contrário de outras classes de crença delirante, as confabulações apresentam uma enorme vantagem na
identificação de um local de lesão focal, em um paciente que era pré-mórbido normal - uma vantagem não disponível
para aqueles que estudam falsas crenças na população neurologicamente normal ou psiquiátrica.
A confabulação foi definida de várias maneiras ao longo dos anos. A explicação clássica do transtorno, seguindo as
ideias de Bonhoffer (1901), sugere que a confabulação é secundária à amnésia, e de alguma forma representa o
'preenchimento de lacunas' motivado pelo constrangimento. DeLuca (2000, pp. 125–126), por exemplo, afirma que
todos os casos de confabulação após lesões frontais ventromesiais parecem mostrar um grau de comprometimento
recente da memória. Relacionado a isso está a afirmação de Schnider e Ptak (1999), Schnider…
Uma segunda classe de relato explicativo para confabulação está relacionada a um ou outro aspecto da deficiência na
capacidade executiva (Baddeley e Wilson, 1986, Benson et al., 1996, Kapur e Couchlan, 1980, Papagno e Baddeley, 1997,
Stuss et al., 1978). Isso inclui habilidades como monitoramento de fonte (Johnson, 1991, Johnson, 1997) ou o controle de
sistemas de memória (Burgess e Shallice, 1996, Moscovitch, 1989, Schacter et al., 1998).
Um desafio enfrentado por ambas as contas de confabulação revisadas acima é o conteúdo das confabulações. Uma
maneira de abordar isso é perguntar por que esses pacientes confabulam nas ocasiões específicas em que o fazem - ou
seja, a questão da especificidade, ou a seletividade, das confabulações. Por muitos anos, essa importante questão não foi
uma questão substantiva na literatura. Notavelmente, há menos de 20 anos, Burgess e McNeil (1999) sabiam de
“nenhuma investigação empírica formal dessa dimensão” (p.…
Em comparação com as contas 'cognitivas' e 'motivacionais', um modelo de regulação emocional talvez seja mais
adequado para explicar a complexa interação entre sintomas negativos (deficiência cognitiva) e positivos (realce de
emoções), bem como reações secundárias à doença, como negação e esforços compensatórios para manter uma
imagem positiva de si mesmo. No entanto, além do ponto de sugerir uma hipótese de regulação emocional, houve
pouca elaboração dos autores sobre o…
Até agora, evidências de estudos de indivíduos com lesões cerebrais parecem apoiar a ideia de que, quando o controle
cognitivo (inibição ou fluência verbal) é comprometido após o dano pré-frontal, a influência das emoções na cognição e
no comportamento é aumentada. Nesta seção, abordaremos outro aspecto desse problema, que é o papel potencial que
o estado emocional positivo das confabulações pode ter, perpetuando o desequilíbrio entre controle cognitivo e emoção.
Um princípio central da hipótese de desregulação emocional é que o processo de lembrança da memória autobiográfica
tem uma natureza reconstrutiva (Conway e Pleydell-Pearce, 2000, Fotopoulou, 2009, Fotopoulou, 2010) e que o eu é
constantemente recriado como consequência de tal processo. Como observado por McAdams (2001), os indivíduos se
lembram e imaginam ativamente informações autobiográficas, a fim de trazer coerência e continuidade a si mesmos.
Essa ideia levou alguns autores a propor que…
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Comentários de encerramento
Neste artigo, tentamos desenvolver conceitualmente um modelo de confabulação baseado na chamada hipótese de
desregulação da emoção (ou afeto) (Turnbull et al., 2004b, Fotopoulou, 2009, Fotopoulou, 2010). Revisamos os relatos
tradicionais "cognitivos" e "emocionais" da confabulação, sugerindo que uma melhor compreensão dos processos
subjacentes à confabulação pode ser alcançada considerando a interação entre fatores cognitivos e emocionais. Na
verdade, o inquilino central de…
Referências (116)
A. Bechara
Distúrbios da regulação emocional após lesões cerebrais focais
Revisão Internacional de Neurobiologia (2004)
M.A. Conway
Memória e eu
Jornal de Memória e Linguagem (2005)
G. Dalla Barba
Diferentes padrões de confabulação
Córtex (1993)
A. Fotopoulou et al.
Confabulação egoísta em recall em prosa
Neuropsicologia (2008)
A. Fotopoulou et al.
O conteúdo da confabulação é positivo? Um estudo experimental
Córtex (2008)
A. Fotopoulou et al.
Distorções da realidade de desejos na confabulação: Um relato de caso
Neuropsicologia (2004)
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Trecho de Citação:
…Essa interpretação dos componentes motivacionais do ALHP é consistente com o construto de 'desregulação da emoção', proposto
por Salas et al. (2016) para denotar as estratégias de regulação emocional desadaptativas que são frequentemente observadas em
pacientes com danos ao córtex pré-frontal direito. Este construto foi adotado por Turnbull & Salas (2017) para explicar a confabulação
como o produto de uma interação entre múltiplos fatores contribuintes e, em particular, de uma desregulação entre processos de
controle cognitivo de cima para baixo e influências emotivas de baixo para cima. Este relato do construto de desregulação emocional
pode, no entanto, aplicar-se igualmente bem ao ALHP por pelo menos duas razões: (a) o envolvimento frequente do córtex pré-frontal
direito em pacientes com ALHP (Orfei et al., 2007; Vocat et al., 2010; Monai et al., 2020) e (b) a interação entre mecanismos cognitivos
e motivacionais que é tão típica da anosognosia para hemiplegia do lado esquerdo.…
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Trecho de Citação:
…O segundo modelo inseriu essas 2 variáveis com as 4 variáveis de humor equivalentes e indicou que o humor no final do período de
classificação explicou a variância única além da dor de pico e da dor média; juntos, os resultados dos modelos 1 e 2 confirmam a regra
do pico em nossos dados e validam as descobertas anteriores mostrando que o humor no final de um evento doloroso pode
neutralizar ou influenciar os efeitos da dor nos traços de memória (Norvell et al., 1987; Lowe e Roberts, 1988; Algom e Lubel, 1994;
Salovey e Smith, 1997). Dado que o humor e a dor simultâneos durante o tempo de recall também podem influenciar a maneira como
reconstruímos eventos passados e, por sua vez, as memórias desses eventos (Eich et al., 1985; Turnbull e Salas, 2017), um terceiro
modelo combinou esses 3 parâmetros de classificação sobreviventes com as pontuações da dor atual (Escala de Classificação Numeric,
NRS) e humor (Escala de Afeito Positivo e Negativo, PANAS) no dia da avaliação da memória; este modelo indicou que a dor e o estado
emocional atuais não contribuíram significativamente para a memória da dor. O quarto e último modelo foi o mais abrangente,
incorporando dor experimentada, humor experimentado e morfometria hipocampal (deslocamento médio TFCE corrigido A1); este
modelo mostrou que a forma hipocampal A1 em combinação com a dor média experimentada representou 55% da variância na
memória da dor (Tabela 1, último modelo).…
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Anomalias da Memória Autobiográfica
2019, Jornal da Sociedade Neuropsicológica Internacional
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