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Está cidade está condenada! A aliança feita com os noxianos será sua ruína.

A troca
de mercadorias entre as duas nações não beneficia em nada Shurima, apenas os mais
gananciosos que vivem nesta cidade.

Soube disso desde quando era pequeno, meus pais investigavam o motivo da
quebra de Shurima. Pouco tempo depois foram mortos por tal curiosidade. O pior era ver
tudo acontecendo debaixo do assoalho, sentir entre meus pelos o sangue derramado pela
fresta de uma tábua pra outra, quase me enlouqueceu.

Órfão aos 5 anos, fui designado a um orfanato precário mas bem aconchegante,
chamado União das Areias. Baldum era o governante do local, senhor bondoso com pelos
esverdeados e chifres de alce, mostrava o meu novo lar. Mesmo com seus esforços
contínuos para me ajudar, eu nunca soube me expressar muito bem e mesmo que eu
tentasse falar a voz não saia, algo me repreendia. Um dia ele me deu um bloco de papel
para escrever o que não podia sair pelas minhas cordas vocais, pra qualquer um aquilo era
apenas um papel, mas até hoje o trato como uma relíquia.
Com o passar dos tempos, Baldum percebeu que eu tinha um ótimo faro, então me ensinou
a caçar e a sobreviver naquele mar de areia. Estranhamente isso me ajudava, aliviando
algumas crises de ansiedades que vinha tendo durante a noite.

Órfão novamente aos 15 anos quando Baldum desapareceu, e o lugar que um dia
pude chamar de lar foi levado de mim e dos meus irmãos. Passamos a viver dentro das
ruínas dos jardins entre um escombro a outro, com pequenas sombras projetadas dos
trapos que levamos do orfanato. Com esse infortúnio e a caça no deserto ficarem cada dia
mais complicadas, passei a cometer pequenos delitos. Uma das crianças mais velhas do
orfanato me ajudava, apesar de mais novo que eu, o garoto tinha expertise que eu não tinha
para tais atos.

Um dos dias mais fatídicos começou quando avistei um comboio noxiano que estava
indo direto para a área comercial. Deveria ser apenas troca de mercadorias, mas me
esgueirando de tenda a outra, escutei uma conversa sobre a destruição de Shurima, onde a
extração dos cristais começaria daqui a 3 meses. Meu pânico alarmou os guardas noxianos
quando encostei meu calcanhar próximo de uma caixa. Pelo meu bem não fui visto, porém
a nação noxus sabia que existia alguém que tinha conhecimento do que estaria por vir.
saindo de lá, precisei do dia todo para despistá-los, pois a guarda estava muito mais atenta
após meu deslize. Chegando em “casa” fui me deitar exausto e as únicas perguntas que
vinham na minha mente era “ O que farei com essa informação? Quem confiaria em um
ladrão? Como poderia confiar em alguém e não ser exposto? “. Muitas dúvidas, poucas
certezas. Espero que o amanhã seja melhor.

Deixo com minha irmã mais nova esta carta embrulhada, apesar de ser jovem, era a mais
sensata e a única que eu poderia deixar tal informação. Ela só lerá esta carta caso eu
desapareça por muito tempo, deixei bem claro pra ela esconder em um lugar que nem
nossos irmãos saberiam aonde achar. Caso isso venha acontecer, ela saberá o que fazer.

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