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Aula 01

1. Introdução
A Engenharia de Avaliações surgiu no Brasil no início do século. Os primeiros textos
publicados em revistas técnicas de engenharia datam entre 1918 e 1919, em São Paulo
Em 1941, o engenheiro paulista Luiz Carlos Berrini, lançou o primeiro livro sobre o
assunto, que determinou grande importância para o desenvolvimento de técnicas de avaliação.

Berrini deixou grandes lições, importantes até os dias de hoje sendo que no prefácio de
sua segunda edição, disse: "Nenhum método de avaliação é exato, sendo alguns mais
trabalhosos do que outros, e alguns mais bem fundamentados do que outros, e disso resulta no
dizer de George L. Schmutz, que o máximo que um avaliador, sincero e leal, pode aspirar, é
encontrar um valor provável que muito se aproxime do valor de mercado, sendo este valor de
mercado o efeito de fatores vários e variáveis, a maior parte dos quais de origem psicológica
e, portanto, não suscetíveis de serem medidos e comparados". (Berrini, 1957, p.15)
A primeira norma de avaliação foi elaborada em 1952, pelo Departamento de
Engenharia da Caixa Econômica Federal

O mercado imobiliário tem comportamento muito diferente dos mercados de outros


bens, em razão das características especiais dos imóveis. Este comportamento está vinculado
ao fato de cada imóvel ser único, ou seja, não existe outro em condições idêntica e, nas razões
econômicas vigente, em que qualquer alteração no ambiente político-econômico provoca
modificações nos valores dos imóveis. A heterogeneidade dos imóveis e de suas localizações
dificulta a comparação, existindo diversos sub-mercados, para cada tipo de imóvel.

Assim, como qualquer bem econômico, a escassez relativa e os jogos de oferta e


procura define os preços praticados. Os imóveis estão sujeitos às influências dos governos e
das economias local, regional, nacional e global.

Quanto ao mercado em que estes bens são transacionados, os principais fenômenos


identificados são a constante e dinâmica atividade imobiliária e o processo de estruturação
interna das áreas urbanas, além das influências externas, alterando continuamente os valores e
os usos do solo, em tipo e densidade. O estudo destes fatores indica o processo de formação
dos valores, ou seja, como os valores dos imóveis são atingidos (Gonzales, 2009).

Atualmente, a atuação de empreendedores, incorporadores e do poder público está


provocando transformações nas condições do mercado e nos valores praticados. Como se trata
de um bem econômico, todas as modificações que provocam alterações de desejabilidade são
refletidas em alterações de valor.

Por fim, é interessante verificar que, por existirem inúmeras influências na formação
dos preços dos imóveis, uma parte das variações dos valores imobiliários pode ser
considerada aleatória, ou seja, pode-se pensar no preço final como baseado em um "valor
mais provável" que é aumentado ou diminuído por uma parcela imprevisível, de acordo com
as influências pontuais do caso.

2. Legislação

As atividades de avaliação de imóveis e a realização de perícias nas áreas ligadas às


respectivas carreiras são de competência de engenheiros e arquitetos, de acordo com a Lei
nº5194, de 24/12/66, que organiza o exercício da profissão para Engenheiros e Arquitetos,
atribuindo as perícias e avaliação de imóveis, máquinas e equipamentos a estes profissionais
(art.7º, c).

O conhecimento das Resoluções nº205, 218 e 345 do CONFEA (Conselho Federal de


Engenharia, Arquitetura e Agronomia), é de fundamental importância. A Resolução nº205, de
30/9/1971, introduz o Código de Ética Profissional. As atribuições de cada categoria
profissional são definidas pela Resolução nº218, de 29/6/1973. E as atividades de Engenharia
de Avaliações e Perícias de Engenharia estão reguladas na Resolução nº345 (27/7/1990).

3. Normas

Normas Pertinentes
NBR 14653 : “Avaliação de bens “é constituída pelas seguintes partes:
- Parte 1: Procedimentos gerais;
- Parte 2: Imóveis urbanos;
- Parte 3: Imóveis rurais;
- Parte 4: Empreendimentos;
- Parte 5: Máquinas, equipamentos, instalações e bens industriais em geral;
- Parte 6: Recursos naturais e ambientais;
- Parte 7: Patrimônios históricos.
NBR 13752 : Perícias de engenharia na construção civil.
NBR 12721 : Avaliação de custos de construção para incorporação imobiliária e
outras disposições para condomínios edilícios

Bibliografia

• ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) (2004). Avaliação de bens - Parte 2: imóveis
urbanos (NBR 14.653-2). Rio de Janeiro: ABNT.
• ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) (2001). Avaliação de bens - Parte 1:
procedimentos gerais (NBR 14.653-1). Rio de Janeiro: ABNT.
• DANTAS, Rubens Alves (2005). Engenharia de Avaliações: Uma introdução à metodologia científica.
2ed. São Paulo: PINI.
• HOFFMANN, Rodolfo e VIEIRA, Sônia (1983). Análise de regressão: Uma introdução à econometria.
2ed. São Paulo: HUCITEC.
• MOREIRA, Alberto Lélio (1994). Princípios de engenharia de avaliações. 3ed. São Paulo: Pini.
• MANDALA, G.S (2003), Introdução a Econometria. 3ed. Rio de Janeiro: LTC.
• MONTGOMERY, Doglas C. e RUNGER George C. (2009). Estatística Aplicada e Probabilidade para
Engenheiros. 4ed. Rio de Janeiro. LTC.

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