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bioLogiA

setor A

setor 3405

Prof.:
aula 1 ............... AD h...............TM h............... TC h ................ 194
aula 2 ............... AD h...............TM h............... TC h ................ 197
aula 3 ............... AD h...............TM h............... TC h ................ 200
aula 4 ............... AD h...............TM h............... TC h ................ 202
aula 5 ............... AD h...............TM h............... TC h ................ 202
aula 6 ............... AD h...............TM h............... TC h ................ 206
aula 7 ............... AD h...............TM h............... TC h ................ 206
aula 8 ............... AD h...............TM h............... TC h ................ 209

Texto teórico .................................................................................. 211


CLAssifiCAção dos seres vivos: noções
AULA 1 gerAis e nomenCLAtUrA bioLógiCA

ClassifiCação biológiCa
É um sistema de organização dos seres vivos em categorias, de acordo com suas semelhanças evolutivas, que
facilita o estudo e a pesquisa da diversidade da vida na Terra.

DiversiDaDe Da viDa, ou bioDiversiDaDe


Refere-se à variedade de formas de vida (macroscópicas e microscópicas) e de ambientes ocupados por elas
na Terra, bem como às interações que se estabelecem entre os seres vivos e seus ambientes.

Exemplos da biodiversidade macro e microsc—pica da Terra.

194 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 1


Taxonomia
Ramo da biologia que estuda, descreve e dá nome aos seres vivos, classificando-os.

sisTema universal De ClassifiCação De lineu


Espécie: unidade básica da classificação proposta pelo botânico sueco Carlos Lineu (1707-1778). Compreende
um conjunto de seres vivos com características semelhantes e que, em condições naturais, pode se reproduzir e
gerar descendentes férteis.
Categorias taxonômicas (táxons): espécie, gênero, família, ordem, classe, filo e reino.

Espécie Gênero Família Ordem Classe Filo Reino

Ursus
americanus
(Urso ame-
ricano)

Ursus

Ursidae

Carnivora

Mammalia

Chordata

Animalia

DRUMMOND 1 Biologia – Setor 3405 195


exerCíCios

1 (Ufes) Têm maior grau de semelhança entre si dois organismos que estão colocados dentro de uma das
seguintes categorias taxonômicas:
H14
a) Classe.
b) Divisão.
c) Família. Comentário: Algumas classificações
d) Gênero. específicas da botânica utilizam o termo
divisão em vez de filo.
e) Ordem.

2 (Unicamp-SP – Modificada) De acordo com o sistema binomial de nomenclatura estabelecido por Lineu, o
nome científico Felis catus aplica-se a todos os gatos domésticos, como angorás, siameses, persas, abissínios
H14
e malhados. O gato selvagem (Felis silvestres), o lince (Felis lynx) e o puma ou suçuarana (Felis concolor) são
espécies relacionadas ao gato.
a) A que gênero pertencem todos os animais mencionados?
Os animais citados pertencem ao gênero Felis.

b) Por que todos os gatos domésticos são designados por um mesmo nome científico?
Porque todos os gatos domésticos pertencem à mesma espécie.
c) Qual dos nomes a seguir designa corretamente a família a qual pertencem esses animais: Felinaceae,
Felídea, Felini, Felinus ou Felidaceae? Justifique.
O nome que designa a família a que pertence o gato doméstico é Felidae, pois, de acordo com o sistema de nomenclatura,
as famílias são designadas pela terminação latina idae.

orientAção de estUdo

tarefa mínima tarefa Complementar


Leia o resumo da aula. Leia o Texto teórico da aula 1.
Faça o exercício 2 do Caderno de exercícios, série
1 – Biologia B.

AnotAções

196 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 1


Critérios gerAis de CLAssifiCAção:
AULA 2 ProCAriontes e eUCAriontes /
AUtótrofos e heterótrofos

CriTérios gerais De ClassifiCação


Inclui as características fundamentais dos seres vivos que serão utilizadas como critério, principalmente,
para a sua classificação em reinos.

Célula
Unidade básica de organização da matéria viva.

Tipos de células
Procariótica.
Eucariótica.

membrana
esquelética
(parede celular) membrana
plasmática

cromatina
núcleo

ribossomos

Procariótica

Eucariótica

Observe que a célula eucariótica apresenta organelas delimitadas por membranas lipoproteicas (organelas membranosas) e núcleo
organizado no qual está contida a cromatina. A célula procariótica não tem organelas membranosas, e a cromatina está dispersa no
hialoplasma.

número de células
Procariontes são seres unicelulares.
Exemplo: bactérias
Eucariontes podem ser unicelulares ou pluricelulares.
Exemplo: protozoários (unicelulares), fungos (unicelulares ou pluricelulares), algas (unicelulares ou pluri-
celulares), animais (pluricelulares) e plantas (pluricelulares).

DRUMMOND 1 Biologia – Setor 3405 197


AsTRiD & hANs-FRiEDER miChLER/sCiENCE PhOTO
LiBRARy/LATiNsTOCk
1 2 3

JOhN DURhAm/sCiENCE PhOTO LiBRARy/


LATiNsTOCk
wim vAN EGmONG/visUALs UNLimiTED, iNC./
sCiENCE PhOTO LiBRARy/LATiNsTOCk

4 5

1 – alga unicelular;
2 – protozoário;
3 – levedura (fungo unicelular);
4 – alga pluricelular;
5 – fungo pluricelular.

TeCiDos
Os organismos pluricelulares podem ter as células organizadas em tecidos, como acontece com os animais e
vegetais, ou não, como é o caso das algas e fungos. mAREk mis/sCiENCE PhOTO LiBRARy/LATiNsTOCk
iNNERsPACE imAGiNG/sCiENCE PhOTO
LiBRARy/LATiNsTOCk

1 2

Exemplos de tecidos animal e vegetal. 1 – tecido muscular; 2 – parênquima

198 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 1


auTóTrofos e heTeróTrofos
A B

Energia

Oxigênio
Gás carbônico
CO2

Água

(A) Na fotossíntese, moléculas simples como CO2 e H2O fornecem átomos (C, H e O) para a síntese de moléculas
orgânicas. (B) Essas moléculas são transferidas aos heterótrofos ao longo da cadeia alimentar.

exerCíCios

1 (Ufscar-SP) Toda célula viva possui:


H-14 a) membrana plasmática, mas pode não possuir núcleo e mitocôndrias.
b) membrana plasmática e mitocôndrias, mas pode não possuir núcleo.
c) núcleo, mas pode não possuir membrana plasmática e mitocôndrias.
d) núcleo e mitocôndrias, mas pode não possuir membrana plasmática.
e) núcleo, membrana plasmática e mitocôndrias.

2 (UFV-MG – Modificada) Os citologistas tradicionalmente classificam todos os organismos vivos em dois


grupos principais: os eucariontes e os procariontes. Basicamente, essa classificação separa os organismos
H-16
que apresentam suas células com material genético nuclear compartimentalizado por membrana daqueles
que não apresentam. Assinale a alternativa cuja característica não pertence às células eucariotas.
a) DNA em cromossomos.
b) Presença de citoplasma.
c) Organelas envolvidas por membranas.
d) Cromatina dispersa no hialoplasma.
e) Síntese proteica.

orientAção de estUdo

tarefa mínima tarefa Complementar


Leia o resumo da aula. Leia o Texto teórico da aula 2.
Faça os exercícios 7 e 9 do Caderno de exercícios, Faça os exercícios 2 e 11 do Caderno de
série 1, e 5 e 15 da série 3. exercícios, série 1, e 7 e 14 da série 3.

AnotAções

DRUMMOND 1 Biologia – Setor 3405 199


AULA 3 os reinos

CriTérios para a ClassifiCação Dos seres vivos em reinos


Tipo de célula: procariótica
eucariótica
Organização corpórea: unicelulares
pluricelulares: com ou sem tecidos
Nutrição: autotrófica
heterotrófica.

os reinos
Todos os seres vivos estão organizados em cinco reinos: Monera, Protista, Fungi, Animalia e Plantae.
Reino Plantae (Vegetal) Reino Animalia (Animal)
(pluricelulares com organização (pluricelulares com organização
em tecidos, autrótrofos) em tecidos, heterótrofos)
Reino Fungi (Fungos)
(unicelulares ou
pluricelulares sem
organização em tecidos,
heterótrofos, com
digestão exclusivamente
extracorpórea)

Reino Protista

Algas Protozoários
(unicelulares ou pluricelulares sem (unicelulares, heterótrofos com
organização em tecidos, autótrofos) digestão intracelular ou absorção)

Bactérias

Observe como os critérios de


classificação foram utilizados na
Reino Monera (procariontes) caracterização dos cinco reinos.

200 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 1


vírus
Acelulares. Não são incluídos nos cinco reinos.

exerCíCios

1 (Enem)
H-16 Os Bichinhos e O Homem
Arca de Noé
Toquinho & Vinicius de Moraes

Nossa irmã, a mosca


É feia e tosca
Enquanto o mosquito
É mais bonito
Nosso irmão besouro
Que é feito de couro
Mal sabe voar

Nossa irmã, a barata


Bichinha mais chata
É prima de borboleta
Que é uma careta
Nosso irmão, grilo
Que vive dando estrilo
Só para chatear
MORAES, V. A Arca de NoŽ: poemas infantis.
São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1991.

O poema sugere a existência de relações de afinidade entre os animais citados e nós, seres humanos.
Respeitando a liberdade poética dos autores, a unidade taxonômica que expressa a afinidade existente
entre nós e estes animais é:
a) o filo.
b) o reino.
c) a classe.
d) a família.
e) a espécie.
2 (Fuvest-SP) Considerando os grandes grupos de organismos vivos no planeta – bactérias, protistas, fungos,
animais e plantas –, em quantos deles existem seres clorofilados e fotossintetizantes?
H-16
a) um.
b) dois.
c) três.
d) quatro.
e) cinco.

orientAção de estUdo

tarefa mínima tarefa Complementar


Leia o resumo da aula. Leia o Texto teórico da aula 3.
Faça os exercícios 1 e 5 do Caderno de exercícios, Faça os exercícios 3 e 4 do Caderno de
série 1 – Biologia B. exercícios, série 1 – Biologia B.

DRUMMOND 1 Biologia – Setor 3405 201


AULAs 4 e 5 vírUs e bACtériAs

vírus
São seres acelulares e parasitas intracelulares obrigatórios.

estrutura do vírus
Cápsula proteica envolvendo uma molécula de ácido nucleico (DNA ou RNA).
DNA

Cápsula
proteica
Estrutura geral do adenovírus, um dos
vírus que causam o resfriado comum.

Tipos de vírus quanto ao ácido nucleico


DNA-vírus (cadeia simples ou dupla).
RNA-vírus (cadeia simples ou dupla).

Comparação enTre vírus e Células


Células são constituídas no mínimo por membrana plasmática, hialoplasma, cromatina e ribossomos, en-
quanto os vírus são acelulares.
Células têm DNA e RNA, enquanto os vírus têm DNA ou RNA.

baCTeriófago
É o vírus parasita de bactérias.
Estruturalmente, é formado por cabeça, cauda e fibras da cauda. O material genético é o DNA.

DNA
Cabeça

Cauda

Fibras da
cauda
Estrutura geral de
um bacteriófago.

202 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 1


reproDução viral
Etapas: contato, infecção, multiplicação e saída.

DNA

CONTATO

iNFECÇÃO

Proteínas da cauda viral se ligam a receptores da célula bacteriana (contato) e, após ocorrer a adesão, o vírus injeta o
DNA na bactéria (infecção).

CiClo De viDa De um baCTeriófago (Dna-vírus)


• Lítico: o ciclo viral termina com a lise da bactéria.
• Lisogênico: o DNA viral permanece latente no DNA da bactéria.

Ciclo lítico e lisogênico: nem sempre o vírus destrói a bactéria

Adesão do bacteriófago
e injeção de DNA Ocasionalmente, o DNA do
vírus separa-se e inicia o Muitas bactérias-
DNA do comportamento destruidor -filhas carregarão
bacteriófago Cromossomo
o DNA do vírus
bacteriano

Lise da bactéria O DNA do A bactéria divide-se, copiando o


fago circulariza DNA do fago e transmitindo-o
às células-filhas
ou Prófago

Duplicação do material genético O DNA do fago


e montagem de novos fagos incorpora-se ao da bactéria
Ciclo lítico Ciclo lisogênico

Durante o ciclo lítico, após a invasão do material Durante o ciclo lisogênico, o DNA viral invade a célula
genético (DNA), ocorre síntese de RNA mensageiro e incorpora-se ao cromossomo da bactéria. Quando
do vírus, que participa da produção das proteínas ela se duplica, também duplica o material genético
virais utilizadas na composição de cápsulas de novos do vírus, sem que a célula seja destruída.
vírus. Além disso, ocorre multiplicação do DNA viral.
Durante todo o processo, são utilizados aminoácidos,
ATPs e enzimas da célula.

DRUMMOND 1 Biologia – Setor 3405 203


baCTérias
Seres procariontes, unicelulares, autótrofos ou heterótrofos. Apresentam células com membrana esquelética
ou parede bacteriana.

estrutura das bactérias


Ribossomo

TisChENkO iRiNA/shUTTERsTOCk/GLOw imAGEs


Cromatina

Parede bacteriana

Membrana plasm‡tica

Hialoplasma

hábitat
As bactérias são encontradas em praticamente todos os ecossistemas da natureza e no interior de vários organismos.

reprodução
Bipartição (divisão binária ou cissiparidade).
Parede celular
Membrana plasmática
1. Duplicação do DNA
DNA

2. Início da divisão da
membrana plasmática e
da parede bacteriana

3. Formação da parede
transversal, completa
separação das duas
cópias de DNA

4. Células se separam

Divis‹o bin‡ria em cŽlula bacteriana.

importância
Ecológica (decomposição, associações mutualísticas, fitoplâncton), industrial (laticínios) e médica (bacterioses).

204 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 1


exerCíCios

1 (Cefet-MG) Analise os seres decompositores nas figuras 1 e 2, segundo sua organização celular.
H-14

Fig. 1 Fig. 2
Disponível em: <http://cienciabr.org/2010/decompositores/>. Acesso em: 1o out. 2012.

Uma diferença entre eles é que os seres da figura 1 NÃO apresentam, em suas células,
a) carioteca.
b) ribossomos.
c) parede celular.
d) membrana plasmática.
2 (Fuvest-SP) Existem vírus que:
H-13
a) se reproduzem independentemente de células.
b) têm genoma constituído de DNA e RNA.
c) sintetizam DNA a partir de RNA.
d) realizam respiração aeróbica no interior da cápsula proteica.
e) possuem citoplasma, que não contém organelas.

orientAção de estUdo

tarefa mínima tarefa Complementar

AULA 4 AULA 4

Leia o resumo das aulas. Leia o Texto teórico das aulas 4 e 5.


Faça os exercícios 5 e 7 do Caderno de exercícios, Faça os exercícios 6 e 7 do Caderno de exercícios,
série 13 – Biologia B. série 13 – Biologia B.

AULA 5 AULA 5

Faça o exercício 1 do Caderno de exercícios, Faça os exercícios 3, 4 e 8 do Caderno de


série 13 – Biologia B. exercícios, série 13 – Biologia B.

AnotAções

DRUMMOND 1 Biologia – Setor 3405 205


AULAs
AULAs37
6 e 38
7 estUdo de o Cortiço
Protozoários i , de ALUísio Azevedo

Protozoários são organismos eucariontes, unicelulares e heterótrofos. A maioria faz digestão intracelular
após a obtenção de alimento por fagocitose. Alguns absorvem diretamente os nutrientes no meio em que vivem,
especialmente os parasitas. Pertencem ao reino Protista.
Eles podem ser de vida livre (mar, água doce e solo úmido) ou habitar líquidos corporais de outros organismos,
como parasitas ou em associações sem prejuízo do hospedeiro.

funções viTais em um proTozoário De viDa livre


Além da digestão intracelular, os protozoários fazem trocas gasosas e eliminam os resíduos tóxicos do meta-
bolismo por difusão.

Vacúolo pulsátil
Trocas gasosas (difusão) (controle hídrico em protozoários de água doce)

“Defecação” celular
(clasmocitose)
Locomoção
(emissão de
pseudópodes)

Vacúolo
digestivo
(digestão
intracelular)

O2 Excreção
CO2 Transporte: nitrogenada
movimentação do (difusão)
H2O
citoplasma Ingestão de
(ciclose) Núcleo alimento
NH3
(fagocitose)

Representação das funções vitais de um protozoário de vida livre: ameba.

loComoção e ClassifiCação
Os protozoários são classificados conforme a estrutura de locomoção que apresentam.

<www.hOmETRAiNiNGTOOLs.COm> sTEvE GsChmEissNER/sCiENCE PhOTO LiBRARy DENNis kUNkEL miCROsCOPy DR kLAUs BOLLER/sCiENCE PhOTO LiBRARy

Pseudópodes – Rizópodes Flagelos – Flagelados Cílios – Ciliados Apicomplexos


Sem estrutura própria de
locomoção
Seta: complexo apical

206 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 1


proTozoose enDêmiCa no brasil
malária
A malária (maleita, impaludismo, sezão, etc.) é uma doença infecciosa endêmica causada por um protozoário
(protozoose) de ciclo sanguíneo que se caracteriza principalmente por uma febre intermitente.

Protozoose: doença causada por protozoários, ou seja, aquela em que os protozoários são os agentes etiológicos.
Endemia: doença cuja incidência em determinada região é relativamente constante, podendo ocorrer variações no comporta-
mento esperado para essa doença em alguns períodos.
Ciclo sanguíneo: Ciclo dos parasitas transmitidos direta ou indiretamente por meio da picada de um vetor (geralmente insetos
ou carrapatos que se alimentam de sangue). Esses vetores contraem os parasitas picando indivíduos doentes ou animais
que os apresentem no sangue, reservatórios naturais.
Febre intermitente: É uma febre que se manifesta em episódios ou surtos de febre alta, regulares (de 2 em 2 ou de 3 em 3 dias),
alternados com períodos sem febre.
Agente etiológico: protozoários esporozoários ou apicomplexos do gênero Plasmodium sp. (plasmódios).
Vetor: Fêmeas do mosquito-prego ou anófeles (Anopheles sp.)

febre intermitente
°C
40
Temperatura (°C)

39

38

Observe os dois picos febris


37
(temperatura corporal de
aproximadamente 40 °C) e
12 24 36 48 60 Horas um período de temperatura
normal (sem febre) entre eles.

Ciclo da malária
Parede do
Zigoto tubo digestório
encistado do mosquito

Zigoto Fecundação
Fase sexuada
e assexuada
Esporos nas no mosquito
Fêmea do glândulas
mosquito salivares
anófeles do mosquito Gametas

Ciclo assexual
no ser humano

Esporos
infestantes

Esporos Formas reprodutivas


sexuadas (gametócitos)
Ataque aos no interior das hemácias
glóbulos
vermelhos
(48 h)

Incubação nas células


do fígado, do baço e na medula Hemácia
óssea (, 20 dias)

O parasita se reproduz sexuadamente no mosquito (hospedeiro definitivo) e assexuadamente no


ser humano (hospedeiro intermedi‡rio).

Hospedeiro definitivo: apresenta o parasita em sua fase de maturidade ou em fase de reprodução sexuada.
Hospedeiro intermediário: apresenta o parasita em fase não sexuada. Nele, o parasita pode se reproduzir assexuadamente,
permanecer em vida latente, larvária ou realizar outras atividades, exceto reprodução sexuada.

DRUMMOND 1 Biologia – Setor 3405 207


Resumo do ciclo 2 (UEPG-PR) Observe a tirinha que mostra imagens
Mosquito
vistas ao microscópio.
H-17

ETEC
Reprodução Reprodução
assexuada sexuada

Picada Picada
Reprodução assexuada

Ser humano

exerCíCios

Ivo Viu a Uva. Disponível em: <http://ivoviuauva.blogspot.com>.


1 (UFRGS-RS) Assinale a alternativa que preenche (http://tinyurl.com/k3b8xjt. Acesso em: 20 jul. 2014. Original colorido.)
corretamente as lacunas do enunciado abaixo, na
H-14
ordem em que aparecem. Sobre o ser vivo apresentado na tirinha, é correto
Em relação à malária, o parasita Plasmodium fal- afirmar que:
ciparum aloja-se nas glândulas salivares do mos- a) é pluricelular e microscópico.
quito Anopheles, penetra na corrente sanguínea
b) realiza a reprodução por meio do processo de
humana e instala-se no , invadindo e
fagocitose.
causando ruptura dos .
c) apresenta tecidos especializados à obtenção
a) pâncreas – glóbulos brancos
de alimento.
b) fígado – glóbulos brancos
d) é autótrofo, pois se alimenta de fungos,
c) pâncreas – vasos sanguíneos bactérias e de outros microrganismos.
d) fígado – glóbulos vermelhos e) forma pseudopodes ou falsos-pés, relaciona-
e) coração – vasos sanguíneos dos à movimentação e à obtenção de alimento.

orientAção de estUdo

tarefa mínima tarefa Complementar

AULA 6 AULA 6

Leia o resumo de aula. Leia o Texto teórico das aulas 6 e 7.


Faça os exercícios 1 e 3 do Caderno de exercícios, Faça os exercícios 2 e 6 do Caderno de exercícios,
série 2 – Biologia B. série 2 – Biologia B.

AULA 7 AULA 7

Faça o exercício 5 do Caderno de exercícios, Faça o exercício 4 do Caderno de exercícios,


série 2 – Biologia B. série 2 – Biologia B.

AnotAções

208 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 1


AULAs
AULA
378e 38 EstUdo dE o cortiço
Protozoários ii , dE ALUísio AZEVEdo

Doença De Chagas
A doença de Chagas é uma infecção pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi, que se instala principalmen-
te em fibras musculares do coração, do esôfago ou do intestino grosso. Em todos os casos, provoca um aumento
do tamanho do órgão acompanhado de perda da função, sendo a forma cardíaca a mais grave. É transmitida pelo
barbeiro, um inseto (percevejo) que se alimenta de sangue.
Ciclo: sanguíneo.
Agente etiológico: Trypanosoma cruzi.
Vetor: Barbeiro (Triatomídeo).
Transmissão:
Forma crônica: contaminação do local da picada do barbeiro ou das mucosas com as fezes do inseto.
Forma aguda: ingestão de alimentos crus (caldo de cana, açaí e outros) com barbeiros ou com as fezes do inseto.

No inseto
Intestino com
tripanossomos

Local da
Fezes picada

Pele
No ser humano

Tripanossomos

Células da pele
(inflamações locais)

Células do sangue

Vaso
sanguíneo
Fibras musculares cardíacas,
lisas e outros tecidos parasitados

Ciclo de vida do Trypanosoma cruzi, causador da doen•a de Chagas.

amebíase
A amebíase é a infecção intestinal pelo protozoário rizópode Entamoeba histolytica que se adquire pela água
ou pelos alimentos com contaminação fecal humana contendo cistos (forma resistente) do parasita.
Ciclo: fecal-oral.
Agente etiológico: Entamoeba histolytica.
Transmissão: ingestão de água ou alimentos crus (principalmente verduras) com cistos do parasita.

DRUMMOND 1 Biologia – Setor 3405 209


2 (UFMG) As figuras abaixo foram extraídas da bula
de um medicamento e representam procedimen-
tos que podem ser adotados na prevenção de
Água e algumas doenças.
alimentos
contaminados

Vacúolo
digestivo
com
hemácias

Lavar as mãos antes Conservar sempre as


das refeições e após unhas cortadas e limpas.
usar os sanitários.
Formas ativas
principalmente
no intestino

Núcleos de
reprodução
Cistos
nas
fezes

Manter as instalações
sanitárias em boas
condições de higiene.
Ciclo de vida da Entamoeba histolytica no ser humano.

Das protozooses abaixo, a única que pode ser evi-


tada por esses procedimentos é a
exerCíCios
a) amebíase.
b) doença de Chagas.
1 (Vunesp) Em determinada região do nosso país, o c) leishmaniose.
sistema de saúde verificou um crescente número d) malária.
H-14
de mortes por problemas cardíacos, sobretudo
em pessoas na faixa etária de 40 a 50 anos. Tais
mortes não estavam relacionadas a históricos de
sobrepeso ou hipertensão. Investigado o proble-
ma, verificou-se que há décadas a população não orientAção de estUdo
contava com condições adequadas de moradia.
Muitas das casas eram de pau a pique e estavam tarefa mínima
infestadas de insetos. Segundo os sanitaristas, as
mortes deviam-se a uma parasitose endêmica na Leia o resumo da aula.
região. Faça os exercícios 7, 9 e 10 do Caderno de
Pode-se afirmar que, mais provavelmente, a pa- exercícios, série 2 – Biologia B.
rasitose em questão é causada por organismos
tarefa Complementar
da espécie
a) Plasmodium vivax. Leia o Texto teórico da aula 8.
b) Trypanosoma cruzi. Faça os exercícios 8, 11 e 13 do Caderno de
c) Triatoma infestans. exercícios, série 2 – Biologia B.
d) Taenia solium.

210 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 1


TEXTO TEóriCO

no século XIX, houve uma mudança na compreensão


AULAs111 e 02
AULA
das semelhanças entre as espécies e nos critérios de
classificação dos seres vivos.
1. ClassifiCação Dos seres vivos: Hoje, as semelhanças utilizadas para o agrupamen-
noções gerais e nomenClaTura to das espécies incluem, além da anatomia, aspectos
biológiCa fisiológicos, embriológicos, bioquímicos e ecológicos
que permitem estabelecer maior ou menor proximi-
1.1 introdução dade evolutiva entre os componentes das categorias
A variedade de organismos na Terra é muito gran- taxonômicas, ou táxons.
de e inclui formas de vida macroscópicas, visíveis a Além disso, foram incluídas duas novas categorias
olho nu, e formas microscópicas, só observáveis com taxonômicas: o filo e a família.
auxílio de microscópios.
Para facilitar o estudo dessa diversidade, a Biologia 1.3 Taxonomia
utiliza um método de agrupamento e nomenclatura É o ramo da Biologia que classifica e dá nome aos
dessas formas de vida que é denominado classifica- seres vivos.
ção biológica ou sistemática.
1.4 sistema universal de classificação de lineu
Na classificação biológica, as várias formas ou
tipos básicos de vida são distribuídos em grupos ou A sequência das categorias taxonômicas é:
categorias de acordo com semelhanças que indicam REINO → FILO → CLASSE → ORDEM →
o grau de parentesco evolutivo entre elas. A unidade FAMÍLIA → GÊNERO → ESPÉCIE
dessa classificação é a espécie. 1.5 nomenclatura biológica
Há diferentes maneiras de definir espécie atual-
É o sistema universal em que as espécies são no-
mente, mas por conveniência didática a mais utiliza-
meadas de acordo com regras estabelecidas pela co-
da é a que leva em conta a possibilidade reprodutiva
munidade científica.
entre os seus componentes. Desse modo, espécie é
um conjunto de organismos que podem se inter- 1.6 nomenclatura binomial de lineu
cruzar livremente e gerar descendentes férteis. Na literatura científica as espécies são designadas
1.2 a evolução da classificação biológica por dois nomes que correspondem ao gênero (1o nome)
e ao termo específico (2o nome). Esses nomes devem
Em 1735, Lineu publicou o livro Systema Naturae ser em latim e destacados do texto (itálico, negrito
no qual ele propõe o agrupamento das espécies em ou grifado). O gênero tem a inicial em letra maiús-
cinco categorias, hoje chamadas de táxons, que apre- cula, e o termo específico tem a inicial minúscula.
sentavam uma hierarquia. Nessa época, os vários tipos Exemplos:
de seres vivos foram divididos em dois grandes reinos
– o Reino Animal e Reino Vegetal. Um reino era
ERiC issELEE/shUTTERsTOCk/GLOw imAGEs

formado por um conjunto de classes, cada classe era


constituída de um conjunto de ordens, que por sua
vez eram conjuntos de gêneros, que reuniam um con-
junto de espécies. Além disso, cada espécie recebia
um nome em latim, segundo critérios bem definidos.
Nessa classificação, o critério para formar as várias
categorias eram as semelhanças anatômicas, pois
as espécies eram consideradas imutáveis, ou seja, pre-
servavam as mesmas características desde o seu surgi-
mento, e assim permaneceriam sempre. Esse conceito
de imutabilidade das espécies é chamado de fixismo.
Com a descoberta de milhares de novas formas de
vida desde então, muitas delas microscópicas, e, princi-
Canis familiares (cão doméstico):
palmente, com o surgimento da Teoria da Evolução Canis = gênero; familiaris = termo específico.

DRUMMOND 1 Biologia – Setor 3405 211


As demais categorias taxonômicas, ou táxons, de-

ERmOLAEv ALExANDER/shUTTERsTOCk/GLOw imAGEs


vem ser escritas em latim, com a inicial maiúscula e
sem destaque. Exemplos: Felidae (família dos felinos),
Fabales (ordem do feijão, soja, ervilha), Mammalia
(classe dos mamíferos), Mollusca (filo dos moluscos)
e Plantae (reino vegetal ou reino das plantas). Na zoo-
logia, o nome das famílias tem o sufixo idae e, na
botânica, o sufixo aceae. Exemplos: Canidae (cães) e
Palmaceae (palmeiras).
O uso de “sp” após o nome do gênero designa uma es-
pécie qualquer desse gênero. Exemplo: Anofeles sp indica
uma espécie qualquer do gênero Anófeles. O sufixo “sp”
deve ser escrito em minúsculo e não destacado do texto.
Existe ainda a possibilidade de os cientistas cria-
rem categorias taxonômicas intermediárias como
subfilos, subgêneros, subespécies, de acordo com
conveniências particulares das espécies classifica-
das. No entanto, isso não é obrigatório para todas
Felis catus (gato). Felis 5 gênero;
catus 5 termo específico. as espécies. Quanto à nomenclatura, nos casos em
que há subespécie, o nome da mesma deverá vir
PATRiCk FOTO/shUTTERsTOCk/GLOw imAGEs

após o termo específico, com inicial em letra mi-


núscula. Exemplo: Homo sapiens sapiens → Homo =
= gênero; 1o sapiens = termo específico; 2o sapiens =
= subespécie.

AULA 2

1. CriTérios gerais De ClassifiCação


São as características fundamentais dos seres vivos
utilizadas como critério para a sua classificação nos
reinos.

1.1 a célula
A célula é a unidade na diversidade. Todos os
Zea mays (milho). Zea 5 gênero; mays 5 termo específico.
seres vivos conhecidos dependem de pelo menos
uma célula, inclusive os vírus, que são seres acelula-
res, mas só manifestam propriedades de matéria viva
iULiiA TimOFEEvA/shUTTERsTOCk/GLOw imAGEs

se estiverem dentro de uma célula.

1.2 a organização celular


A matéria viva (biótica) é formada pelos mesmos
elementos encontrados na natureza, constituindo a ma-
téria inanimada (não viva, ou abiótica). O que diferencia
a matéria viva é como os átomos desses elementos estão
organizados: inicialmente em determinadas molécu-
las, que, por sua vez, se organizam em estruturas mais
complexas denominadas organelas, que, finalmente, se
organizam numa célula. Portanto, conjuntos de átomos
Araucaria angustifolia (pinheiro-do-paraná). Araucaria = gênero; formam moléculas, conjuntos de moléculas formam or-
angustifolia = termo específico. ganelas e conjunto de organelas formam células.

212 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 1


GiOvANNi CANCEmi/
shUTTERsTOCk/
GLOw imAGEs

DR. TORsTEN wiTTmANN/


sCiENCE PhOTO LiBRARy/LATiNsTOCk
hidrogênio (h)

Carbono (C)
Proteína
Oxigênio (O)

Nitrogênio (N)
Água
Cálcio (Ca)

Fósforo (P)

Átomos
Glicose (C6h12O6)

Lipídeo
Organelas
Moléculas Células
Os níveis de organização da matéria viva: de átomos até células.

A existência e a continuidade da vida dependem a cromatina. Portanto, a cromatina encontra-se


de reações químicas (metabolismo). Para ocorrer, es- dispersa no hialoplasma. Os organismos forma-
sas reações necessitam de controle, utilizam matéria- dos pelas células procarióticas são chamados de
-prima (átomos e moléculas) e ferramentas químicas procariontes.
chamadas enzimas, sem as quais as reações do me-
tabolismo não ocorrem na velocidade necessária e na 1.5 a célula eucariótica e os eucariontes
temperatura em que a matéria viva é capaz de sobre-
A célula eucariótica é mais complexa do que a pro-
viver. Para isso, necessitam de um ambiente adequa-
cariótica porque apresenta vários tipos de comparti-
do (aquoso), no qual os resíduos tóxicos (moléculas
mentos membranosos, sendo o núcleo organizado
ou íons) podem ser eliminados.
o mais representativo. Desse modo, a célula eucariótica
1.3 a organização celular mínima tem como estrutura básica a membrana plasmática,
o citoplasma e o núcleo.
A estrutura celular mínima é constituída de mem-
brana plasmática, hialoplasma, cromatina e ribosso- O núcleo contém a cromatina e é delimitado pelo
mos. A membrana plasmática é o envelope formado envelope nuclear, ou carioteca. O citoplasma en-
de lipídeos e proteínas (membrana lipoproteica) que contra-se entre a membrana plasmática e o envelope
delimita a célula e ao mesmo tempo regula a entrada nuclear. É constituído pelo hialopasma e pelas organe-
e saída de substâncias (matéria-prima para o metabo- las dispersas nesse líquido gelatinoso. Os organismos
lismo, resíduos tóxicos, etc.). constituídos por células eucarióticas são denominados
O hialoplasma é um meio aquoso no qual são en- eucariontes.
contradas as substâncias e as condições físicas neces-
1.6 unicelulares e pluricelulares
sárias à ocorrência do metabolismo, sendo constituído
principalmente de água e proteínas. Os ribossomos Os procariontes são seres unicelulares, represen-
são pequenas organelas formadas por RNA (ácido ri- tados pelas bactérias, que, além da membrana plas-
bonucleico) e proteínas, responsáveis pela síntese pro- mática, geralmente apresentam um segundo envoltó-
teica, entre elas as enzimas. A cromatina é formada rio celular chamado de membrana esquelética, ou
por um ou mais cromossomos e constituída por DNA parede celular.
(ácido desoxirribonucleico) e proteínas. O DNA é o Os seres vivos constituídos pelas células euca-
componente químico dos genes, os responsáveis pelo rióticas podem ser unicelulares (como protozoários,
controle do metabolismo. algas e fungos) ou pluricelulares (como plantas, ani-
mais, algas e fungos), sendo que fungos, algas e plan-
1.4 a célula procariótica e os procariontes tas apresentam também uma membrana esquelética,
É constituída basicamente pela membrana plas- ou parede celular, cuja composição química varia de
mática envolvendo o hialoplasma, os ribossomos e acordo com o tipo de organismo.

DRUMMOND 1 Biologia – Setor 3405 213


1.7 Tecidos No entanto, a fragilidade dessa classificação foi se
Tecidos são conjuntos de células especializadas tornando cada vez mais evidente. Alguns organismos
com a mesma função. As algas e os fungos pluricelu- unicelulares dotados de cloroplastos, na ausência de
lares não têm o corpo organizado em tecidos, ou seja, luz, passam a englobar e utilizar partículas alimenta-
res. Como classificá-los? Autótrofos ou heterótrofos?
suas células não apresentam diferenças significativas
Os fungos, apesar de suas células apresentarem
na forma (morfológicas) e devem realizar todas as fun-
parede celular, a composição química dessa parede
ções básicas de sobrevivência. (quitina) é diferente da encontrada na célula dos vege-
Os animais e os vegetais são organismos pluricelu- tais (celulose). O polissacarídeo de reserva dos fungos
lares cujo corpo tem maior complexidade: células orga- é o glicogênio e o dos vegetais é o amido, além de os
nizadas em tecidos, ou seja, em conjuntos com diferen- fungos serem aclorofilados, com nutrição heterotrófica.
ças morfológicas e funcionais (fisiológicas) entre eles, Problemas dessa natureza levaram os biólogos a
que permitem a divisão de trabalho entre as células e criar um terceiro reino: o Reino Protista.
a possibilidade de elas se organizarem em conjuntos de Inicialmente, o Reino Protista englobava as bac-
maior complexidade, que são os órgãos e os sistemas. térias, os protozoários, os fungos e as algas, ou seja,
todos aqueles que não se enquadravam nas condições
1.8 autótrofos e heterótrofos previstas para os reinos Animal e Vegetal.
Quanto ao modo de nutrição, os seres vivos po- No século XX, a microscopia eletrônica revelou a
dem ser autótrofos ou heterótrofos. Os autótrofos são existência das células procarióticas e, com isso, a cria-
capazes de produzir seu próprio alimento orgânico, a ção do Reino Monera, formado por esses organismos
procariontes.
partir de substâncias inorgânicas retiradas do ambien-
Mais recentemente, com a constatação de que, além
te, principalmente pela fotossíntese. São as plantas, as
de aclorofilados, o modo de nutrição dos fungos difere
algas e várias espécies de bactérias. dos demais heterótrofos, houve a sugestão de que esses
Os heterótrofos são os seres vivos que não podem organismos fossem retirados do Reino Protista e coloca-
produzir seu próprio alimento orgânico e precisam obtê-lo dos num reino próprio, o Reino Fungi. Assim, os seres vi-
a partir de outros organismos através da cadeia alimentar. vos passaram a ser classificados em cinco reinos: Monera,
Os animais, os protozoários, os fungos e muitas Protista, Fungi, Animalia (Animal) e Plantae (Vegetal).
espécies de bactérias são exemplos de organismos
heterótrofos. 2. CriTérios para a ClassifiCação
Dos seres vivos em CinCo reinos
AULA 3 Os critérios para a classificação dos seres vivos em
cinco reinos são:
1. os reinos
2.1 Tipo de célula
Na época em que Lineu propôs seu sistema de
classificação dos seres vivos, no século XVIII, a ideia Procariótica ou eucariótica.
predominante era de que havia três reinos: Animal,
2.2 organização corpórea
Vegetal e Mineral. Com o desenvolvimento do conhe-
cimento das ciências naturais houve a nítida distinção Quanto ao número de células são unicelulares
entre animais e plantas de um lado (seres vivos ou bió- ou pluricelulares. Os pluricelulares podem ter as cé-
ticos) e as formas inanimadas da matéria (componentes lulas organizadas em tecidos ou não.
não vivos ou abióticos) da natureza de outro. 2.3 nutrição
A distinção dos seres vivos em dois reinos (Ani-
Pode ser autotrófica ou heterotrófica. Os autó-
mal e Vegetal) se manteve ainda por algum tempo.
trofos produzem seu alimento orgânico por fotossíntese
Considerava-se como sendo um animal aqueles seres
ou quimiossíntese.
que se movimentavam, eram heterótrofos e cresciam Os heterótrofos obtêm alimento englobando par-
até determinado tamanho, enquanto os vegetais eram tículas alimentares num processo denominado fago-
os que não se moviam, podiam crescer durante toda a citose, ingerindo os alimentos ou através de absorção
vida e a maioria produzia seu próprio alimento. direta. Em todos esses casos, o alimento deverá ser di-
Assim, os protozoários eram considerados animais, gerido, ou seja, as moléculas orgânicas grandes devem
e as bactérias, algas e fungos eram colocados no reino ser quebradas em moléculas menores para que possam
vegetal. Os fungos, embora heterótrofos, eram manti- ser absorvidas através das membranas biológicas. Para
dos no reino vegetal porque suas células são dotadas de isso, há participação das enzimas digestivas, que atuam
uma parede celular, ou membrana esquelética. promovendo as reações de digestão.

214 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 1


A digestão pode ser: intracelular ou extracelular e intracorpórea ou extracorpórea. A digestão in-
tracelular ocorre nos organismos que englobam o alimento (fagocitose), no interior de vacúolos digestivos. Os
vacúolos digestivos são compartimentos membranosos que se formam dentro da célula após a fagocitose e são
próprios para a digestão e absorção dos nutrientes. A digestão é realizada por enzimas digestivas dos lisossomos.
A digestão extracelular e intracorpórea é o tipo de digestão dos animais que possuem sistema digestório.
A digestão se dá num compartimento corporal próprio (cavidade digestiva ou tubo digestório). Nesse caso, as
células já recebem o alimento digerido.
A digestão extracorpórea ocorre quando há liberação de enzimas digestivas no ambiente, e o processo
se dá totalmente fora do organismo; é característica dos fungos. Assim, esses organismos são absorvedores de
alimentos previamente digeridos.

3. os CinCo reinos
3.1 reino monera
Organismos procariontes. É o reino das bactérias. As bactérias conhecidas são todas unicelulares e podem
ser autótrofas ou heterótrofas.
3.2 reino protista
Inclui os protozoários que são eucariontes unicelulares e heterótrofos e as algas que são eucariontes, unice-
lulares ou pluricelulares sem organização corporal em tecidos e todas autótrofas.
O Reino Protista é também denominado Proctotista.
3.3 reino fungi
Os fungos são eucariontes, unicelulares ou pluricelulares, sem organização corporal em tecidos e heterótrofos
com digestão exclusivamente extracorpórea.
3.4 reino animalia
O reino animal é constituído por organismos eucariontes e pluricelulares, com as células organizadas em
tecidos, e heterótrofos.
3.5 reino plantae
Os vegetais são eucariontes e pluricelulares, com organização em tecidos, e autótrofos.
A classificação dos seres vivos em cinco reinos pode ser resumida assim:

Tipo de célula Número de Tipo de nutrição Reinos


células e tipo de
organização corpórea
Procariontes Monera
Bactérias e
cianobactérias
Unicelulares Autótrofos
ou Protista
pluricelulares
Ausente Algas unicelulares
SEM
Digestão Algas pluricelulares
tecidos
Heterótrofos exclusivamente Protozoários
organizados
extracorpórea

Eucariontes Presente Fungi


Fungos unicelulares
Fungos pluricelulares

Pluricelulares Vegetal
Autótrofos
COM (Plantae)
tecidos
organizados Animal
Heterótrofos
(Animalia)

DRUMMOND 1 Biologia – Setor 3405 215


4. Domínios
O estudo genético das espécies que constituem o Reino Monera revelou que certos procariontes eram mais
aparentados aos eucariontes que a outros procariontes. Isso levou à proposta de uma nova categoria taxonômica
acima de reino, o Domínio, sendo que o Reino Monera foi dividido em dois domínios, enquanto todos os euca-
riontes passaram a integrar um único Domínio.
Assim, por essa proposta, os seres vivos são classificados em três domínios: Bacteria, Arquea e Eukarya.
O Domínio Bacteria é formado pelo conjunto das eubactérias, ou bactérias verdadeiras, atualmente cha-
madas simplesmente bactérias. O Domínio Arquea é constituído por procariontes capazes de viver em condi-
ções extremas de temperatura, salinidade e pH, as arqueobactérias, ou apenas arqueas. A partir de estudos do
material genético, verificou-se que as arqueas, apesar de procariontes, têm maior proximidade evolutiva com os
eucariontes do que com as bactérias.
Finalmente, o Domínio Eukarya engloba todos os eucariontes: protozoários, fungos unicelulares ou plurice-
lulares, algas unicelulares ou pluricelulares, animais e plantas.
Nessa classificação, os seres vivos são distribuídos em três Domínios e seis reinos, com o Reino Monera
dividido nos Reinos Eubacteria e Arqueobacteria.
Ancestral comum

Domínios Bacteria Arquea Eukarya

Reinos Eubacteria Arqueobacteria Protista Plantae Fungi Animalia

Os vírus são acelulares e não são incluídos nos cinco reinos e nem na classificação com três domínios, tendo
uma classificação própria.

AULAs 4 e 5

1. vírus
Os vírus são seres acelulares, parasitas intracelulares obrigatórios. Sua estrutura não possibilita a ocorrência
de metabolismo (não têm nutrição: não são autótrofos nem heterótrofos), e fora de uma célula hospedeira são
partículas inertes, sem qualquer manifestação de vida. São visíveis apenas pela microscopia eletrônica.
No interior de uma célula hospedeira, podem assumir o comando genético e transformá-la numa linha de
montagem de novas unidades virais até a morte dessa célula, que pode ocorrer de diferentes maneiras, dependendo
do tipo de vírus que a parasita. Essa é a sua única capacidade típica de vida.
A natureza dos vírus ainda é tema de discussão entre os especialistas e a sua maior importância está nas
doenças decorrentes de sua presença no organismo hospedeiro, conhecidas como viroses.

1.1 estrutura do vírus


Sua estrutura básica é formada por um ácido nucleico (DNA ou RNA) e uma cápsula proteica que o envolve.

1.2 Tipos de vírus


Os vírus podem ser classificados de acordo com o tipo de ácido nucleico que possuem:
DNA-vírus: de cadeia dupla (DNAd) ou de cadeia simples (DNAs).
RNA-vírus: de cadeia dupla (RNAd) ou de cadeia simples (RNAs). Os RNA-vírus de cadeia simples são sub-
divididos em RNAs de cadeia positiva (RNAs +), RNAs de cadeia negativa (RNAs 2) e retrovírus (RNAsr).

1.3 reprodução dos vírus


A reprodução viral ocorre em quatro etapas principais:
1. Contato: moléculas da superfície do envoltório viral estabelecem uma ligação do tipo “chave-fechadura”
com moléculas da superfície da membrana da célula hospedeira. Esse tipo de ligação determina a especificidade
do vírus pela(s) célula(s) hospedeira(s).

216 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 1


2. Infecção: é a penetração do vírus na célula multiplicação viral. Utilizando a matéria-prima dispo-
hospedeira. Dependendo do tipo de vírus, há pene- nível no hialoplasma, o DNA viral se multiplica várias
tração apenas do ácido nucleico ou de todo o vírus, vezes e comanda a síntese de proteínas virais pelos
incluindo a cápsula proteica. ribossomos bacterianos. Tem início a montagem de mi-
3. Multiplicação viral: o ácido nucleico viral se lhares de novos vírus até que ocorra a “lise” (quebra)
multiplica, os ribossomos da célula sintetizam proteí- da célula da bactéria, encerrando o ciclo viral com a
nas virais e milhares de novos vírus são produzidos. liberação dos novos vírus no ambiente.
4. Saída: os novos vírus saem da célula hospedei- A morte da bactéria ao final caracteriza o ciclo
ra e cada um deles poderá infectar uma nova célula. lítico. No entanto, em certas circunstâncias, o DNA
viral pode permanecer latente e “acoplado” ao DNA
1.4 Ciclo do bacteriófago bacteriano. Assim, o DNA do vírus duplica toda vez
Os bacteriófagos são vírus parasitas específicos que a bactéria se reproduz, sendo perpetuado nas no-
de bactérias e seu ciclo é usado como padrão para a vas gerações bacterianas por tempo indeterminado.
reprodução viral. Nesse caso, tem-se o ciclo lisogênico. Uma mudan-
Esse vírus apresenta uma cápsula proteica com ça específica no ambiente interno da bactéria poderá
uma “cabeça”, dentro da qual encontra-se o DNA de causar a saída do DNA viral do estado latente, dando
cadeia dupla, uma “cauda” em que há uma sofisticada início a um ciclo lítico.
estrutura molecular de injeção, programada para intro-
duzir o DNA viral no interior da célula bacteriana, e 1.5 viroses
as proteínas da cauda, que aderem e fixam o vírus As viroses são as doenças causadas pelos vírus.
à célula hospedeira. Não há tratamento específico para as doenças virais,
Após estabelecido o contato entre o bacteriófago e a melhor atitude diante delas é a prevenção, seja por
e a célula bacteriana, a cápsula viral injeta o DNA no medidas que evitam o contato com os vírus ou por
hialoplasma da bactéria onde se dá a replicação, ou meio das vacinas disponíveis para várias delas.

principais viroses humanas

virose tipo de vírus transmissão vacina

Resfriado DNA ou RNA Ar – saliva Não

Gripe RNA Ar – saliva Sim

Sarampo RNA Ar – saliva Sim

Caxumba RNA Ar – saliva Sim

Rubéola RNA Ar – saliva Sim

Catapora RNA Ar – saliva Sim

Herpes DNA Contato com lesões Não

Poliomielite RNA Ar – saliva Sim

Hepatite A RNA Ar – saliva e fecal-oral Sim

Hepatite B DNA Sangue e sexual Sim

Hepatite C RNA Sangue Não

Raiva RNA Mordida – Saliva de doentes Sim

Ebola RNA Secreções de doentes Não

Mononucleose DNA Saliva Não

Rotavírus RNA Fecal-oral Não

Aids RNA Sangue, relações sexuais Não

Dengue RNA Picada das fêmeas do mosquito Aedes aegypti Não

DRUMMOND 1 Biologia – Setor 3405 217


virose tipo de vírus transmissão vacina

Picada das fêmeas do mosquito Aedes aegypti


em meio urbano (atualmente não há febre
Febre amarela RNA amarela urbana no Brasil) e pelas fêmeas de Sim
mosquitos do gênero Haemagogus em meio
silvestre (endêmica no Brasil)

Febre chikungunya RNA Picada das fêmeas do mosquito Aedes aegypti Não

Zika vírus RNA Picada das fêmeas do mosquito Aedes aegypti Não

Crista de galo (HPV) DNA Relações sexuais, principalmente Sim

2. baCTérias
As bactérias são organismos procariontes, unicelulares, isolados ou coloniais, autótrofos ou heterótrofos, que
pertencem ao reino Monera.
2.1 estrutura da célula bacteriana
Além da membrana plasmática, hialoplasma, ribossomos e cromatina formada por uma molécula circular de DNA, a
célula bacteriana apresenta membrana esquelética ou parede celular cuja composição química é típica desses organismos.
2.2 esporos
Algumas espécies de bactérias sob determinadas condições formam estruturas resistentes, denominadas
esporos. Desse modo, podem sobreviver muito tempo em situações adversas.
2.3 a reprodução
A reprodução das bactérias é assexuada e ocorre por bipartição (divisão binária ou cissiparidade): uma célula
bacteriana se divide e dá origem a duas células geneticamente iguais.
2.4 hábitat
As bactérias podem ser de vida livre, parasitas ou se associar a organismos de outras espécies sem prejuízo
a nenhum dos participantes, sendo, portanto, encontradas em praticamente todos os lugares da natureza: mar,
água doce, solo, ar e no interior de muitos seres vivos.
2.5 importância das bactérias: ecológica, industrial e médica
As bactérias de vida livre podem ser autótrofas fotossintetizantes e são parte importante do fitoplâncton, uma
comunidade de organismos microscópicos, que incluem algas, que vive na superfície dos ecossistemas aquáticos,
constituindo a principal fonte de alimento orgânico para as teias alimentares locais, principalmente marinhas, e de
produção de gás oxigênio para a biosfera. As cianobactérias são o principal exemplo de bactérias fotossintetizantes.
Entre as bactérias heterótrofas de vida livre, destacam-se as decompositoras. A decomposição é a transforma-
ção de matéria orgânica morta ou resíduos como as fezes, urina, folhas caídas e outros em compostos inorgânicos
e, graças a ela, ocorre a reciclagem da matéria nos ambientes naturais, o que garante a matéria-prima necessária
para a continuidade da vida na Terra.
Alguns exemplos de bactérias que participam de associações benéficas com organismos de outras espécies:
microbiota (comunidade de organismos microscópicos) intestinal humana – bactérias que produzem vi-
taminas utilizadas pelos seres humanos e que impedem a instalação de bactérias causadoras de doenças
(patogênicas);
microbiota do estômago dos ruminantes – ajudam na digestão desses animais;
liquens – associações entre cianobactérias, algas e fungos.
bactérias que vivem associadas às raízes das leguminosas (plantas que produzem vagens ou legumes, como
o feijão, a soja e a ervilha), capazes de utilizar gás nitrogênio (N2) presente na atmosfera diretamente no seu
metabolismo, fornecem nutrientes nitrogenados para essas plantas e enriquecem o solo com esses compos-
tos. Por isso, as leguminosas são utilizadas numa técnica de adubação do solo conhecida como adubação
verde e na rotação de culturas (importância agronômica).
Na indústria alimentícia, são utilizados os lactobacilos na produção de laticínios (queijos, coalhadas, etc.) e
as bactérias do gênero Acetobacter na produção de vinagre.

218 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 1


A indústria farmacêutica produz insulina para o tratamento da diabetes, hormônio do crescimento indicado
no tratamento do nanismo ligado à glândula hipófise e outras substâncias utilizando-se bactérias geneticamente
modificadas (transgênicas).

2.6 as doenças bacterianas (bacterioses)


As infecções causadas por bactérias são chamadas de bacterioses. Várias espécies de bactérias são parasitas
do ser humano, de animais em geral e das plantas.

Principais bacterioses ou doenças bacterianas humanas

Doença Transmissão Profilaxia

– Vacina
Ar – gotículas de secreção expelidas
Tuberculose – Evitar o contato com indivíduos doentes sem a
durante a fala, tosse ou espirro
proteção adequada

Ar – gotículas de secreção expelidas Evitar contato íntimo com doentes sem a proteção
Hanseníase
durante a fala, tosse ou espirro adequada

Sífilis Relações sexuais sem preservativos Uso de preservativos

Gonorreia Relações sexuais sem preservativos Uso de preservativos

– Ciclo fecal-oral
Evitar ingestão de alimentos crus e mal lavados, lavar
Cólera – Ingestão de alimentos contaminados
as mãos após higiene anal e saneamento básico
com fezes humanas

Penetração da bactéria através de


Tétano Vacina
ferimentos profundos

Ingestão de alimentos em conserva – Cuidados com alimentos em conserva


Botulismo contaminados com a toxina produzida – Evitar aqueles cuja embalagem possa ter sido
pela bactéria (toxina botulínica) violada e, na dúvida, cozinhar o alimento

Ar – gotículas de secreção expelidas


Difteria Vacina
durante a fala, tosse ou espirro

– Pele em contato com água – Evitar o contato da pele com água, principalmente
contaminada pela urina de animais em enchentes, em que possa ocorrer contaminação
Leptospirose com a bactéria, principalmente ratos pela urina de rato
– Ingestão de alimentos crus – Evitar a ingestão de alimentos crus e mal lavados
contaminados com a urina do rato em que haja o risco de contato com a urina do rato

Evitar contato da pele com o carrapato,


Febre maculosa Picada do carrapato-estrela
principalmente em ambientes rurais ou silvestres

AULAs 6 e 7

1. proTozoários i

1.1 Características gerais


Os protozoários são organismos eucariontes, unicelulares sem parede celular e heterótrofos. Todas suas
funções vitais (obtenção e digestão dos alimentos, trocas gasosas, excreção, movimentação, reprodução, etc.) são
realizadas pela única célula que os constitui.

DRUMMOND 1 Biologia – Setor 3405 219


A maioria obtém alimento através de fagocitose seguida de digestão intracelular enquanto alguns parasitas absor-
vem nutrientes diretamente do hospedeiro. As trocas gasosas (absorção de O2 e eliminação de CO2) e a eliminação de
resíduos tóxicos do metabolismo (excreção) ocorrem por difusão diretamente para o meio ambiente.
Assim como as algas, pertencem ao reino Protista.
1.2 hábitat
Os protozoários são encontrados no mar, na água doce, no solo úmido ou no interior de outros organismos
onde, dependendo da espécie, podem ser parasitas ou estabelecer relações sem prejuízo ao hospedeiro.
1.3 locomoção e classificação
A locomoção dos protozoários pode ser por pseudópodes (expansões citoplasmáticas acompanhadas por
evaginação da membrana plasmática), flagelos, cílios ou passivamente naqueles que não possuem estrutura
própria de locomoção.
De acordo com o seu modo de locomoção, os protozoários costumam ser classificados em rizópodes, flage-
lados, ciliados e esporozoários ou apicomplexos.
Os rizópodes locomovem-se por pseudópodes. Os flagelados e ciliados apresentam, respectivamente, flagelos
e cílios, e os esporozoários ou apicomplexos não possuem meio próprio de locomoção.
Todos os apicomplexos são parasitas e recebem esse nome graças auma estrutura especial, o complexo apical,
através do qual esses microrganismos penetram na célula do hospedeiro.
1.4 importância
A importância ambiental dos protozoários é muito grande, pois a participação deles é fundamental no funciona-
mento dos microambientes, como nas relações tróficas entre o plâncton e os seres macroscópicos nos ecossistemas
aquáticos. O fato de se utilizarem principalmente de bactérias como alimento os coloca na posição de controladores
das populações desses procariontes, seja nos ambientes naturais, seja em microbiotas não patogênicas no interior
de outros organismos.
Entre os simbiontes há casos em que são indispensáveis aos hospedeiros como o da Triconinfa, um protozoá-
rio flagelado presente no intestino dos cupins e das baratas, que produz as enzimas que atuam na digestão dos
alimentos desses insetos, principalmente da celulose. Após a digestão, os insetos e os protozoários compartilham
os nutrientes.
1.5 as protozooses endêmicas brasileiras
Neste item, abordaremos os protozoários parasitas dos seres humanos, dada a sua importância na população
brasileira, cuja conjuntura geográfica, climática, ecológica, econômica, social, cultural, educacional, entre outras,
predispõe à ocorrência de várias doenças parasitárias, sendo muitas delas endêmicas.
as protozooses de ciclo fecal-oral
As doenças de ciclo fecal-oral são adquiridas pela ingestão dos cistos dos protozoários parasitas presentes na
água ou em alimentos, geralmente verduras cruas contendo resíduos de fezes humanas (contaminação fecal). São tam-
bém conhecidas como doenças de veiculação hídrica, pois há contaminação fecal de recursos hídricos para consumo
humano, que se dá pelo despejo direto de dejetos humanos ou devido à contaminação dos lençóis freáticos a partir de
fossas cavadas diretamente no solo.
O uso de fezes humanas para adubação de vegetais, geralmente consumidos in natura, pode ser outra causa de
contaminação fecal dos alimentos. Pode ocorrer também de indivíduos parasitados, que eliminam cistos através
das fezes, não lavar as mãos após a higiene anal e, em seguida, manusear alimentos a serem consumidos por outras
pessoas, contaminando-os. Esse é um dos fatores mais comuns na disseminação dessas parasitoses. Além disso, as
formas resistentes dos protozoários podem permanecer viáveis por um bom tempo, principalmente sob as unhas.
Portanto, a ingestão de água sem tratamento sanitário, o consumo de alimentos crus manuseados por mãos
contaminadas, adubados por fezes humanas ou irrigados por água poluídas por dejetos humanos são os principais
elementos para a manutenção e a transmissão das doenças de ciclo fecal-oral.
As medidas profiláticas gerais para doenças de ciclo fecal oral são saneamento básico, educação sanitária,
construção de fossas higiênicas em locais sem acesso a saneamento básico, higienização das mãos após a higiene
anal e antes da manipulação de alimentos, cozimento das verduras e fervura da água não tratada, lavagem de
verduras, frutas, legumes a serem consumidos crus, impedir que insetos como moscas e baratas, que podem
transportar parasitos (vetores mecânicos), tenham acesso aos alimentos.
O tratamento de pacientes e o diagnóstico e o tratamento de indivíduos assintomáticos também podem ser
considerados uma forma de prevenção.

220 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 1


as protozooses de ciclo sanguíneo
No ciclo sanguíneo, a porta de entrada do parasita é o sangue. Na natureza, essas doenças são transmitidas
direta ou indiretamente pela picada de artrópodes hematófagos durante o repasto sanguíneo.
Os mosquitos, os percevejos e os carrapatos, nessa ordem, estão entre os principais transmissores dos parasitas cau-
sadores de várias doenças endêmicas como malária, dengue, febre amarela, elefantíase, encefalites virais, leishmanioses,
doença de Chagas, febre maculosa, entre outras.
Na profilaxia dessas patologias, evitar o contato com os vetores é a principal forma de prevenção, o que pode ser feito
evitando os locais e os horários em que os vetores sejam mais frequentes e por meio do uso de repelentes ambientais ou
pessoais, de telas nas portas e janelas, de mosquiteiros e do combate aos vetores com o uso de inseticidas, carrapaticidas,
controle biológico, etc. O tratamento dos pacientes, quando possível, também evita a contaminação de novos vetores.
As principais protozooses de ciclo sanguíneo são a doença de Chagas e a malária.
malária
A malária é uma doença febril causada por protozoários do gênero Plasmodium (plasmódios) e transmitida pela
picada das fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles (anófeles). As fêmeas dos mosquitos precisam do sangue
para o amadurecimento dos ovos.
Também denominada maleita, impaludismo, sezão, etc., no Brasil, a maioria dos casos (aproximadamente
99%) se concentra na região Norte, sendo considerado um dos maiores problemas de saúde pública no país, prin-
cipalmente na região Amazônica (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima
e Tocantins), onde é endêmica.
A malária se manifesta com episódios de febre alta alternados com períodos sem febre (febre intermiten-
te). Depois de um período de incubação variável (de 7 a 15 dias até 20 a 40 dias), têm início os episódios febris
(acesso malárico) com sensação de frio intenso (calafrios) por alguns minutos, seguida de sensação de calor
intenso (temperatura corporal entre 39 e 40 °C) durante 2 a 4 horas até que a febre cessa e há suor abundante.
A intermitência característica da doença está relacionada com o ciclo do parasita no hospedeiro humano.
Os parasitas introduzidos pela saliva das fêmeas do mosquito durante a picada chegam ao fígado, penetram
nas células (hepatócitos) e se multiplicam assexuadamente. Os novos parasitas produzidos no fígado voltam para
o sangue. Cada um deles penetra numa hemácia e sofre novo ciclo de reprodução assexuada em que no final a
hemácia rompe (hemólise) e libera novos plasmódios que reiniciam o ciclo em novas hemácias. O processo pode
se repetir a cada 48 ou 72 horas e, a cada hemólise, são liberadas toxinas que causam o acesso malárico.
Alguns protozoários que penetram nas hemácias, não se reproduzem e permanecem nas hemácias, onde
crescem e se transformam em precursores de gametas.
Ao picar um indivíduo doente e sugar o seu sangue o anófeles adquire também as hemácias com os precur-
sores de gametas. No estômago do inseto, os protozoários são liberados e se diferenciam em gametas masculinos
e femininos. Ocorre, então, fecundação que resulta num zigoto. O zigoto atravessa a parede do estômago e se
aloja entre as camadas que revestem o canal alimentar, forma um envoltório protetor e se multiplica novamente,
liberando as formas infestantes humanas nos líquidos corporais do mosquito. Os parasitas migram, se instalam
na glândula salivar do animal e aguardam uma nova picada para infectar um novo hospedeiro humano.
Na malária, o hospedeiro definitivo do parasita é o mosquito, pois é nesse inseto que o protozoário se reproduz
sexuadamente. O ser humano faz o papel de hospedeiro intermediário, uma vez que não há reprodução sexuada
do parasita no organismo humano.
Hospedeiro definitivo: apresenta o parasita em sua fase de maturidade ou em fase de reprodução sexuada.
Hospedeiro intermediário: apresenta o parasita em fase não sexuada. Nele, o parasita pode se reproduzir asse-
xuadamente, permanecer em vida latente, larvária ou realizar outras atividades, exceto reprodução sexuada.

As medidas profiláticas são as indicadas para doenças de ciclo sanguíneo.

AULA 8

1. proTozoários ii
1.1 Doença de Chagas
A doença de Chagas ou tripanossomíase americana é a infecção causada pelo protozoário flagelado Trypa-
nosoma cruzi, o tripanonossomo, cuja ocorrência se estende do sul dos Estados Unidos até a Argentina e o Chile
com forte incidência no Brasil.

DRUMMOND 1 Biologia – Setor 3405 221


A forma clássica da doença é transmitida ao ser humano pelas fezes do barbeiro, um inseto que se alimenta
de sangue (hematófago). Durante a picada, o inseto elimina suas fezes, que contêm os parasitas, sobre a pele
humana próximo ao local da picada.
Os tripanossomos penetram facilmente pelas mucosas (do olho, por exemplo), através do local da picada do
inseto ou de alguma lesão já existente na pele. Isso ocorre principalmente quando se coça o local da picada ou
se esfrega o olho com a mão contaminada com as fezes do barbeiro ao acordar. Nas regiões endêmicas, isso é
relativamente comum, pois o barbeiro tem hábitos noturnos, picando as pessoas durante o sono. O inseto contrai
o parasita ao sugar o sangue de pessoas ou de animais silvestres contaminados.
Durante muito tempo, a doença de Chagas esteve associada às casas de pau a pique, em cujas frestas nas
paredes e no teto o inseto se adaptou a viver e a se reproduzir.
Com a devastação dos seus ambientes naturais e a ocupação destes pelo ser humano, as habitações de pau a
pique não só criaram um novo hábitat para o animal, como estreitaram o seu contato com as populações humanas.
A via transplacentária (materno-fetal) ou vertical já foi comprovada, mas seus mecanismos são ainda pouco
conhecidos, assim como no caso da transmissão pelo aleitamento materno. Nas regiões endêmicas, as transfusões
de sangue podem ser um fator de risco.
A contaminação através da mucosa digestiva ligada ao consumo de açaí na região Norte do Brasil e também
à ingestão de caldo de cana nas regiões Sul e Sudeste causa uma forma aguda e grave da doença, pois o número
de parasitas que penetram no sangue é muito grande e leva à manifestação intensa e rápida de problemas, prin-
cipalmente cardíacos.
Os parasitas costumam invadir células musculares, sendo as mais frequentes as células cardíacas. Podem
infectar também a musculatura lisa do esôfago ou do intestino grosso. As consequências da doença estão rela-
cionadas à destruição das células musculares em geral, e os sintomas só se manifestam décadas após o início da
infecção. É comum o aumento do tamanho do órgão afetado, resultando no aumento do coração que, ao mesmo
tempo, sofre perda funcional, gerando insuficiência cardíaca progressiva que é a causa mais frequente de morte
pela doença. Nos casos em que atinge as camadas musculares do esôfago ou do intestino grosso, também há
aumento desses órgãos com perda funcional.
As drogas existentes são muito eficazes no combate à forma aguda da doença de Chagas. No entanto, as formas
crônicas ainda não têm tratamento, nem as alterações que ocorrem nos órgãos são reversíveis. Portanto, a maneira mais
eficaz de combate à doença é a profilaxia baseada no controle do barbeiro, impedindo a sua proliferação nas moradias
e em seus arredores. Além disso, deve-se garantir melhorias nas condições de habitação, usar de telas em portas e
janelas, evitar a presença de animais no interior do domicílio e condições propícias à instalação do barbeiro no quintal.

1.2 leishmanioses

wikimEDiA COmmONs/ JAmEs GAThANy


As leishmanioses são infecções causadas pelos pro-
tozoários flagelados do gênero Leishmania e transmitidas
pela picada das fêmeas do mosquito-palha ou birigui (no
gênero Lutzomyia sp. encontram-se em todos os vetores
de leishmanioses nas Américas).
No Brasil, há duas formas dessas doenças, a Leish-
maniose cutâneo-tegumentar (úlcera de Bauru ou
ferida brava) cujo agente etiológico é a Leishmania brasi-
liensis e a Leishmaniose visceral (Calazar ou Kalazar)
causada pela Leishmania chagasi. Na Europa e na Ásia, o
Calazar é causado pela Leishmania donovani. Birigui (mosquito-palha).
Na forma tegumentar ou cutânea, após a introdução
do parasita (Leishmania) no organismo humano, a doença geralmente se manifesta como uma úlcera no local da
picada do mosquito que aumenta gradativamente adquirindo grandes proporções. Novas úlceras podem surgir
em outras partes do corpo ou o parasita pode se instalar nas cartilagens do palato (céu da boca) e do septo nasal
e levar à destruição dessas estruturas.
Na leishmaniose visceral, o protozoário se aloja e destrói células do sistema de defesa do organismo (macró-
fagos), principalmente no baço e no fígado, causando grande aumento desses órgãos, febre, fraqueza, perda de
apetite, emagrecimento, anemia, frequentemente levando à morte (em torno de 90% dos casos sem tratamento).

222 Biologia – Setor 3405 DRUMMOND 1


Ciclo da Leishmania brasiliensis e da Leishmania chagasi
Infestação pela
Mosquito-palha Ser humano
picada

Pele
Perda do
flagelo

5d ias
dias

Forma infestante
flagelada madura após L. chagasi atinge
certa alimentação do órgãos internos
mosquito IIngestão
nge por (baço, fígado)
m a
macrófago através do sangue
causando
Transformação Leishmaniose
na forma infestante visceral
L. brasiliensis
flagelada
atinge a pele causando
Alguns parasitas Leishmaniose Diferenças entre o ciclo
presentes no sangue cutânea da L. brasiliensis e da
L. chagasi.
www.ATUALizEi.COm
www.ATUALizEi.COm

Úlcera de Bauru (à esquerda) e


aumento do baço e do fígado
em paciente com leishmaniose
visceral (à direita).

Picada

Os parasitas migram para a


faringe do mosquito

Invasão dos
macrófagos

Multiplicação
(bipartição)
Invasão de novos
Mosquito fêmea macrófagos
Mamíferos Multiplicação
(bipartição)

Picada

Os protozoários são liberados Os novos protozoários deixam a O ciclo das


no intestino célula parasitada leishmanioses.

DRUMMOND 1 Biologia – Setor 3405 223


Nas últimas décadas, vem se observando uma urbanização da leishmaniose visceral, principalmente no estado
de São Paulo. Provavelmente devido à destruição das florestas, o mosquito transmissor está sobrevivendo nos
centros urbanos, em locais com umidade e muita matéria orgânica (lixo e acúmulo de restos de alimentos nos
arredores dos domicílios, onde esse mosquito deposita seus ovos).
O agravante para esse processo é a presença dos cachorros no meio urbano. Embora outros animais também
possam conter o parasita, o cachorro é particularmente suscetível à leishmaniose visceral e funciona como um
reservatório dos parasitas.

Ciclo da doença
Insetos carregam o
parasita no organismo.
1 Ao picarem um animal
Nos cachorros, o parasita
mamífero, eles o transmitem
se desenvolve e se
2 reproduz, ocasionando
Menor a doença
frequência Mosquito-palha
Maior
frequência

Ser humano
infectado Reservat—rio

Outro mosquito pica o Ciclo homem-cão-


cachorro contaminado,
4
No ser humano, assim como
no cachorro, o parasita se
3 adquire novamente o
-homem. Típico da
parasita e pica o ser humano
Leishmaniose vis-
desenvolve e se reproduz
ceral urbana.

Profilaxia
A prevenção é a mesma das doenças de ciclo sanguíneo. Além disso, deve-se evitar o acúmulo de lixo nas
habitações e nos seus arredores, controlar o desmatamento e a doença nas populações de cães (reservatórios
urbanos do parasita).

1.3 amebíase e giardíase


As principais protozooses de ciclo fecal-oral são a amebíase e a giardíase.
A amebíase é a infecção pelo protozoário rizópode Entamoeba histolytica. É doença de distribuição mundial e calcula-se
que seja a terceira causa de morte entre as protozooses humanas, depois da malária e do mal de Chagas.
Após a ingestão, os cistos eclodem e as entamoebas colonizam o intestino grosso. Na doença, a E. histolytica
invade a mucosa (revestimento) intestinal onde se alimenta principalmente de hemácias e se multiplica. As ações
das enzimas do protozoário causam sangramentos, destruição dos tecidos e formação de pequenas úlceras nas
paredes intestinais.
A disenteria amebiana é a consequência mais comum da doença e pode variar de uma forma branda até
uma grave diarreia aguda e fulminante, acompanhada de febre e calafrios.
A giardíase é a infecção pelo protozoário flagelado Giardia duodenalis. Esse parasita aloja-se no intestino
delgado e causa disenteria.
As medidas preventivas para ambas as doenças são as indicadas para as doenças de ciclo fecal-oral.

AnotAções

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