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LOGIA
Zoologia Geral
Prof. Dra. Betty Rose de Araújo Luz
52 p.
Vice-Reitor
Prof. Rivaldo Mendes de Albuquerque
Pró-Reitor Administrativo
Prof. Maria Rozangela Ferreira Silva
Pró-Reitor de Planejamento
Prof. Béda Barkokébas Jr.
Pró-Reitor de Graduação
Profa. Izabel Christina de Avelar Silva
Coordenador Adjunto
Prof. Walmir Soares da Silva Júnior
Coordenação de Curso
Prof. José Souza Barros
Coordenação Pedagógica
Profa. Maria Vitória Ribas de Oliveira Lima
Gerente de Projetos
Profa. Patrícia Lídia do Couto Soares Lopes
Administração do Ambiente
José Alexandro Viana Fonseca
Equipe de Design
Anita Sousa/ Gabriela Castro/Renata Moraes/ Rodrigo Sotero
Coordenação de Suporte
Afonso Bione/ Wilma Sali
Prof. José Lopes Ferreira Júnior/ Valquíria de Oliveira Leal
Edição 2013
Impresso no Brasil
capítulo 1
Introdução à Zoologia
OBJETIVO
Ao final desse capítulo 1, o aluno deve ser
capaz de:
INTRODUÇÃO
O capítulo 1 oferece uma apresentação
resumida do histórico da Zoologia como
introdução aos conceitos de Zoologia Sis-
temática. São apresentados o Código Inter-
nacional de Nomenclatura Zoológica e uma
discussão sobre a formação de nomes zo-
ológicos. A parte referente à classificação e
à filogenia dos animais explica os princípios
da taxonomia animal e como eles são aplica-
dos na taxonomia evolutiva e na cladística.
capítulo 1
2. HISTÓRICO DA ci contribuiu, conduzindo autópsias em seres
humanos e assim podemos considerá-lo um
ZOOLOGIA biólogo.
Linnaeus escreveu, ao longo da sua vida cientí- Os botânicos adotaram um código similar para
fica, várias publicações com listagens de espé- plantas em 1813, o Théorie Elémentaire de
cies de animais descritas e nomeadas, denomi- la Botanique (Teoria Elementar da Botânica, o
nando essas publicações de Systema naturae. qual originou, em 1930, o International Code
A versão publicada no ano de 1758 é a 20ª of Botanical Nomenclature (Código Interna-
edição, na qual ele listou todos os animais co- cional de Nomenclatura Botânica). Da mesma
nhecidos por ele, até aquele momento e incluiu forma, os bacteriologistas possuem um código
guias para classificar os organismos. Em 1753, de nomenclatura em separado.
Linnaeus tinha publicado uma listagem para
plantas, denominando-a de Species Plantarum. A ICZN (Comissão Internacional de Nomencla-
tura Zoológica) estabeleceu o dia 1º de janei-
Linnaeus foi o primeiro naturalista (estudioso ro de 1758 (o ano da 20ª edição do Systema
da natureza) a enfatizar o uso das similarida- Naturae de Linnaeus) como a data do início da
des entre as espécies ou outros níveis taxonô- moderna nomenclatura zoológica.
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capítulo 1
A ICZN considera as seguintes categorias taxo-
nômicas denominadas de Táxon (plural Táxons).
2. Um táxon só pode ter um nome pelo qual 6. O nome do gênero deve ser escrito com
é conhecido. inicial maiúscula. Ex. Musca domestica
3. Dois gêneros (dentro do mesmo código) 7. O epíteto específico (espécie) deve ser es-
não podem apresentar o mesmo nome (os crito com inicial minúscula. Quando se re-
nomes de gêneros são únicos) e duas es- ferir ao nome de uma pessoa, poderá ser
pécies dentro de um mesmo gênero não escrito com inicial maiúscula.
podem apresentar o mesmo nome (os bi-
nômios são únicos). Exemplo: Uma espécie de protozoário de-
nominada em homenagem ao grande pes-
4. Os nomes científicos são escritos em Latim. quisador Osvaldo Cruz: Tripanossoma cruzi
Ex. Canis familiaris Figura 3. Os binômios ou Tripanossoma Cruzi
são escritos em latim (ou latinizados), por-
que no século 18, as publicações científi- 8. Quando ocorrer uma variação em uma es-
cas eram escritas em Latim, considerada a pécie, poderá se propor uma sub-espécie,
linguagem universal das pessoas cultas da neste caso a nomenclatura passa a ser tri-
época. nomial (tri = três). O nome da subespécie
deve ser escrito depois do nome da espé-
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capítulo 1
cie e sempre com inicial minúscula, mesmo publicação científica. Seu nome deve ser
que seja o nome de uma pessoa. escrito após o nome da espécie e com o
ano em que foi publicado.
Exemplo: Tricolia affinis cruenta Figura 5
Exemplo: Pisaster giganteus (STIMPSON, 1857)
Figura 8 – A concha do
11. O autor de um nome científico é a pessoa molusco gastrópode Arca noae.
quem primeiro descreveu o animal, no-
meou e publicou sua descoberta em uma
11
capítulo 1
Veja agora um exemplo de classificação com- do conhecimento, resguardando seus relacio-
pleta da mosca doméstica: namentos evolucionistas e, assim, eles podem
ser vistos como hipóteses evolucionistas.
Reino Animalia
Filo Artrópoda 4.1.1 Os critérios para o reconhecimento de
Classe Insecta uma espécie:
Ordem Diptera
Subordem Brachycera 1. descendência de todos os membros de
Família Muscidae uma população ancestral comum;
Gênero Musca
Espécie Musca domestica Linnaeus, 1758 2. compatibilidade reprodutiva (capacidade
de cruzar-se dentro da espécie e incompa-
3.1 INSTRUMENTOS PARA CLASSIFICAR AS tibilidade reprodutiva entre espécies;
ESPÉCIES
3. manutenção de uma coesão genotípica e
Os modernos sistematas usam uma grande fenotípica entre os membros da espécie,
variedade de instrumentos, para classificar as não havendo diferenças abruptas nas fre-
espécies e estudar o parentesco entre os tá- qüências alélicas entre as populações nem
xons. Estes instrumentos incluem não somente entre as características dos organismos.
a anatomia funcional e comparada mas tam-
bém os métodos de embriologia, imunologia, 4.2 OS DIVERSOS CONCEITOS DE ESPÉCIE
bioquímica, genética molecular e de popula-
ções, fisiologia e ecologia comportamental. 4.2.1 Conceito morfológico de espécie
A anatomia funcional e comparada, estuda as Antes de Charles Darwin, as espécies eram de-
várias formas e tamanhos com que as estru- finidas por meio de características essenciais e
turas se apresentam nos diversos organismos, fixas (normalmente morfológicas) interpreta-
como também a sua origem no seu desenvol- das como um padrão ou arquétipo “criado por
vimento embrionário; utiliza-se tanto de orga- uma divindade”, portanto, imutável ao longo
nismos atuais quanto de fósseis. do tempo.
“Uma espécie é um conjunto reprodutivo de popula- b) Parafiletismo: um táxon que inclui o ances-
ções (isoladas reprodutivamente de outras) que ocu- tral comum mais recente do grupo e alguns,
pam um nicho específico na natureza”. mas não todos, os descendentes desse ances-
tral. Figura 10
4.2.3 Conceito evolutivo de espécie
capítulo 1
Uma população em evolução pode utilizar-se logos, para refletir hipóteses evolucionistas, re-
de recursos do ambiente de uma forma com- presentam um grupo natural de espécies que
pletamente nova, se esta população modificar- possuem um ancestral e uma descendência
-se na sua estrutura (forma) e no seu com- comum, compartilhando uma história genéti-
portamento, isto é, atingindo uma nova zona ca. Desse modo, as espécies são consideradas
adaptativa. seres biológicos autênticos, unidades evolu-
cionistas nas quais os limites são definidos no
Por exemplo, os pingüins ocupam uma zona tempo e no espaço pela natureza.
adaptativa distinta dentro da Classe Aves,
porque a linhagem ancestral mais recente de Os táxons em nível de Família tendem a ser
todos os pingüins sofreu mudanças funda- agrupamentos taxonômicos estáveis e são re-
mentais na forma do corpo e nas asas, para conhecidos pelas pessoas leigas. Por exemplo:
possibilitar a troca da locomoção aérea (o vôo humanos (Hominidae); gatos (Felidae); cães
das aves), por uma locomoção aquática (a na- (Canidae).
tação dos pingüins).
5.3 AS ETAPAS PARA CONSTRUIR UM
5.2 SISTEMÁTICA FILOGENÉTICA CLADOGRAMA
O biólogo George Gaylord Simpson definiu a sis- 1. Selecione um grupo taxonômico para ser
temática como ”o estudo das espécies e da diversi- analisado: ex. Vertebrados.
dade da vida na Terra e do parentesco entre elas”.
2. Para cada membro do grupo, determine as
O objetivo da análise filogenética é a busca estruturas que serão analisadas ( os cará-
do nível taxonômico apropriado em que um ters) e anote os seus “estados” O estado
determinado estado de um caráter é uma si- de um caráter é “uma ou duas possíveis
napomorfia. formas que esse caráter pode apresentar.
Por exemplo, para o caráter “nadadeira”,
De acordo com a teoria de Charles Darwin da os possíveis estados podem ser “presente”
descendência comum, as estruturas que cha- ou “ausente”. Para o caráter “número de
mamos de homólogas representam caracte- dedos”, os estados possíveis podem ser
rística herdadas, com algumas modificações, 1,2,3,4 ou 5.
de uma característica correspondente em um
ancestral comum. 3. Para cada caráter, determine qual estado
é ancestral (primitivo ou também chama-
HOMOLOGIA: quando um mesmo órgão (es- do plesiomórfico) e qual caráter é deriva-
trutura) ocorre em organismos diferentes, po- do (chamado de apomórfico). Este é ge-
rém variando em forma e função. Ex. patas ralmente determinado por comparação
anteriores dos morcegos modificadas em asas. com aquele organismo relacionado mais
distante na evolução, chamado de “grupo
SINAPOMORFIA: um caráter deriva do compar- externo”. Este caráter é hipoteticamente
tilhado pelos membros de um clado. Os sistema- aquele compartilhado com o grupo exter-
tas usam as sinapomorfias como uma evidência no mais distante na evolução e é o caráter
de homologia, para inferir que um determi- considerado “antigo” ou plesiomórfico.
nado grupo de organismos forma um clado. Da mesma maneira, as características que
são diferentes do grupo externo são con-
CLADO: uma unidade de descendentes co- sideradas como tendo surgido quando o
muns que evoluíram a partir de um único an- grupo estudado se ramificou do ancestral
cestral; inclui todos os descendentes de uma comum compartilhado com o grupo exter-
determinada linhagem ancestral. no, e também são prováveis características
derivadas ou apomórficas.
Na sistemática filogenética, todas as catego-
rias taxonômicas acima de subgênero são 4. Agrupe os táxons pelos estados dos caracte-
agrupamentos de espécies reunidos pelos bió- res derivados em comum (sinapomorfias).
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capítulo 1
5. Quando estiver em dúvida, escolha o tendo evoluído ou tendo sido perdido so-
diagrama mais parcimonioso, ou seja, mente em casos raros. Portanto, quando
aquele que apresente a solução mais sim- houver dúvidas, escolha um caminho que
ples e direta. Estruturas similares podem minimiza o número de vezes que a carac-
evoluir independentemente em linhagens terística pode ser postulada como tendo
separadas, em razão de pressões seleti- surgido (ou sido perdida) separadamente.
vas similares (evolução convergente), este
é um evento considerado raro. A maioria Um exemplo de construção de cladograma
das estruturas principais (olhos, chifres, para Vertebrados:
caudas, pele, etc.) são consideradas como
No exemplo acima, os sapos compartilham to- suem quantidade de pêlos similares, enquanto
das as principais características com o grupo os humanos e os cangurus assumiram a postu-
externo (isto é, aquele que apresenta as carac- ra bipedal (caminham sobre duas patas).
terísticas ancestrais ou plesiomorfias), exceto
por possuírem pernas e um cérebro um pouco Assim, como nós sabemos qual o grupo des-
maior. Estas duas últimas características são ses três organismos? Primeiro nós podemos
apomorfias que estão largamente distribuídas verificar que possuir pêlos, eventualmente em
na linhagem dos vertebrados. Os sapos prova- quantidades reduzidas, reforça a ligação dos
velmente ramificaram-se da linhagem principal humanos com os ratos e cangurus. Segundo,
dos vertebrados relativamente cedo no proces- nós podemos olhar para as outras caracterís-
so evolutivo. ticas desses grupos e verificar que tanto os
ratos quanto os humanos apresentam desen-
As tartarugas apresentam modificações pos- volvimento placentário e, portanto perderam
teriores do grupo externo, principalmente a a bolsa (marsúpio) e estão mais relacionados
presença de um ovo com a casca dura assim entre si do que com os cangurus.
como uma maior tendência de crescimento no
tamanho do cérebro; por essa razão, nós po- Você pode notar que no quadro acima a ten-
demos sugerir que sua linhagem ramificou-se dência para uma postura bípede foi considera-
próximo à linhagem ancestral. da como tendo evoluído duas vezes; uma na
linhagem dos marsupiais (cangurus) e outra
Todos os três grupos remanescentes são ca- na linhagem dos placentários (humanos). Es-
racterizados por um ovo que se desenvolve no ses caracteres são chamados de análogos e são
interior da mãe, sugerindo que compartilham resultado de uma evolução convergente. Con-
um ancestral comum não compartilhado por tudo é possível desenhar um cladograma no
sapos e tartarugas. Os ratos e os cangurus pos- qual os humanos e os cangurus são conside-
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capítulo 1
rados como compartilhando um ancestral bí- • Calcula-se que 90% das espécies nativas de
pede comum e não relacionado com os ratos. regiões tropicais ainda não foram nomea-
Mas nessa solução a tendência para o desen- das e descritas;
volvimento placentário que requer mudanças
importantes na forma anatômica (ausência de • A perda rápida da biodiversidade em virtu-
bolsa) pode ser considerada como ocorrendo de da destruição das florestas tropicais; o
duas vezes, uma na linhagem dos ratos e outra que significa a perda do seu potencial uso
na linhagem dos humanos. Como a solução para a alimentação, medicamentos e ou-
utilizada necessita de mais passos evolutivos tros produtos úteis para os seres humanos;
para ser estudada do que a seqüência propos-
ta aqui, esta solução pode não ser tão eficiente • Várias instituições de pesquisa no mundo
ou “parcimoniosa” como a solução inicial. todo têm treinado sistematas, para reali-
zar o mais rápido possível um inventário
da ameaçada reserva natural de genes das
6. A ATUAL IMPORTÂNCIA áreas tropicais.
DA SISTEMÁTICA
7. OS FILOS ATUAIS
• As recentes descobertas do grande poten-
cial anticancerígeno, antibiótico e outros Atualmente, são reconhecidos 24 Filos entre In-
importantes fármacos em espécies de ani- vertebrados e Vertebrados. Apresentamos uma
mais e plantas; listagem dos Filos e Classes de Metazoários,
segundo publicou Brusca & Brusca em 2003.
CLASSIFICAÇÃO ANIMAIS REPRESENTANTES ESPÉCIES
Filo Porifera Esponjas 5.500
Classe Calcarea
Classe Hexactinellida
Classe Demospongiae
Filo Placozoa Placozoários (Trichoplax) 1
Filo Monoblastozoa Monoblastozoários 1
Filo Rhomobozoa Rombozoários 70
Filo Orthonectida Ortonectídeos 20
Filo Cnidaria Cnidários 10.000
Classe Hydrozoa Hidróides, hidromedusas, sifonófo-
ros, mixozoários
Classe Anthozoa Anêmonas-do-mar, leques mari-
nhos, corais
Classe Cubozoa Cubomedusas
Classe Scyphozoa Medusas verdadeiras
Filo Ctenophora Ctenóforos 100
Filo Platyhelminthes Vermes chatos 20.000
Classe Turbellaria Planárias
Classe Monogenea Fascíolas
Classe Trematoda Tênias
Classe Cestoda
Filo Nemertea Nemertíneos, vermes arco-íris 900
Classe Anopla
Classe Enopla
Filo Rotifera Rotíferos 1.800
Classe Digonota
Classe Monogononta
Filo Gastrotricha Gastrotricos 450
Filo Kinorhyncha Quinorrincos 150
Filo Nemata (=Nematoda) Nematóides (vermes arredondados) 25.000
Classe Adenophorea (=Aphasmida) Ascaris lumbricoides
Classe Secernentea (=Phasmida)
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capítulo 1
capítulo 1
CLASSIFICAÇÃO ANIMAIS REPRESENTANTES ESPÉCIES
Filo Chaetognatha Quetognatos, vermes flecha 100
Filo Hemichordata Hemicordados 85
Classe Enteropneusta Vermes língua
Classe Pterobranchia Pterobranquios
Classe Planctosphaeroidea Planctosphaera pelágica
Filo Chordata Cordados 49.693
Subfilo Urochordata (=Tunicata) Tunicados
Classe Ascidiacea Ascídias
Classe Thaliacea Tunicados pelágicos, salpas
Classe Appendicularia (=Larvacea)
Classe Sorberacea Larváceos
Subfilo Cephalochordata (=Acrania) Sorberáceos
Subfilo Vertebrata Anfioxos
Classe Myxini
Classe Cephalaspidomorphi
Classe Chondrichthyes Feiticeiras
Classe Osteichthyes Lampréias
Classe Amphibia Tubarões, raias
Classe Reptilomorpha (=Sauropsida) Peixes ósseos
Classe Mammalia Sapos, salamandras
Répteis e Aves
Mamíferos
Característica Lampréia
1 Notocorda
2 Caixa craniana
3 Quatro patas
4 Glândulas mamárias
5 Placenta
6 Bípede
capítulo 2
Os Protistas
OBJETIVO
Ao final desse capítulo, você deverá ser ca-
paz de:
INTRODUÇÃO
Este capítulo apresenta o reino Protista e a
sua diversidade de grupos filogenéticos.
capítulo 2
2. ALGAS Protozoa estava formado por organismos mui-
to diferentes entre si, sendo subdividido em,
São protistas que possuem células semelhan- pelo menos, sete Filos.
tes a plantas, possuem celulose na parede ce-
lular e cloroplastos que são similares àqueles Atualmente o Reino Protista reúne todos os
das plantas multicelulares. As algas são clas- organismos eucariotes unicelulares semelhan-
sificadas em diferentes grupos, baseando-se tes a animais e às algas unicelulares em um
primariamente, nos tipos de pigmentos fotos- grupo parafilético.
sintetizantes que apresentam. As plantas mul-
ticelulares desenvolveram-se das algas verdes. A Sociedade dos Protozoologistas publicou,
As algas variam em tamanho, desde organis- em 1980, uma classificação dos protozoários,
mos unicelulares a grandes estruturas multi- reconhecendo sete Filos distintos:
celulares, embora as algas multicelulares não
apresentem um nível verdadeiro de organiza- 1. Filo Sarcomastigophora (Gr. Sarkos, carne,
ção tecidual. + mastix, flagelo, + phora, possuir). Flagelos,
pseudópodes ou ambos; geralmente com um
tipo de núcleo; não formação de esporos; re-
3. “MOFO” DE ÁGUA E produção sexuada, quando presente, ocorre
“MOFO” DE LAMA por singamia. Abrange os seguintes Subfilos:
Mastigophora (Euglena, Leishmania), Opali-
Foram classificados como fungos, porém es- nata (Opalina), Sarcodina (Amoeba, Gromia,
tudos recentes do rRNA mostraram que es- Globigerina). FIGURA 1
tão mais próximos aos protistas. Não realizam
fotossíntese. A morfologia desse grupo inclui
unicelulares, cadeias de células filamentosas,
agregados de células e células multinucleadas
rodeadas por uma única membrana plasmá-
tica. Alguns “mofos” podem apresentar mais
do que uma forma em diferentes estágios do
ciclo de vida.
3. Filo Apicomplexa (L. apex, ponta ou topo, + CARACTERES GERAIS DOS FILOS
complex, trançado, + a, sufixo). Apresenta, na PROTOZOÁRIOS
extremidade anterior, um conjunto de organe-
las chamado de complexo apical; ausência de 1. São unicelulares. Alguns coloniais e alguns
cílios e de flagelos, exceto por microgametas com estágios multicelulares no ciclo de
flagelados presentes em alguns grupos; geral- vida.
mente cistos estão presentes; todos parasitas.
Inclui a Classe Sporozoea de esporos ou oo- 2. Microscópicos, porém representantes como
cistos, contendo esporozoítos infecciosos. Ex. o Paramecium podem ser vistos a olho nu.
Gregarina, Plasmodium, Toxoplasma, Babesia.
FIGURA 3 3. De simetria oval, esférica ou assimétrica
(amebas).
capítulo 2
mos são nucléolos que permanecem como
corpos distintos durante a mitose, caracte-
rísticos de fitoflagelados, amebas parasitas e
tripanossomos.
4. REPRODUÇÃO
Dentre os protozoários ocorre reprodução se-
xuada, inclusive intercaladas com reprodução
assexual, porém sem existir o desenvolvimento
de embriões. Os processos sexuais incluem a
divisão reducional do número de cromosso-
mos de um número diplóide para um haplóide,
o desenvolvimento de gametas ou de núcleos
gaméticos e uma fusão de núcleos gaméticos.
Os vacúolos contráteis funcionam, principal- 1. Fissão binária: quando a divisão celular re-
mente, na osmorregulação, aparecendo prin- sulta em duas células de mesmo tamanho.
cipalmente em protozoários de água doce e
menos nas espécies marinhas e nas endossim- 2. Brotamento: quando a célula-filha é me-
biontes, onde o meio circundante é relativa- nor do que a célula-mãe e aumenta de ta-
mente isosmótico (mesma pressão osmótica) manho posteriormente.
com o citoplasma. A excreção de resíduos me-
tabólicos é feita por difusão, através da mem- 3. Fissão múltipla ou esquizogonia: após vá-
brana, e o principal produto é a amônia. rias divisões do núcleo, ocorre a divisão do
citoplasma (citocinese), gerando grande
Os vacúolos contráteis mais complexos podem número de indivíduos.
ser visualizados no Paramecium e localizam-se
em uma posição fixa abaixo da membrana ce- 4. Esporogonia: ocorre quando a fissão múl-
lular, com um poro excreto,r que se abre para tipla é precedida ou associada à união de
fora da célula, sendo circundado por ampo- gametas.
las de cerca de seis canais coletores. Os canais
coletores são rodeados por túbulos finos com REPRODUÇÃO SEXUADA
cerca de 20nm (nanômetros) de diâmetro que
ligam os canais coletores ao sistema tubular do A vantagem da reprodução sexuada é man-
retículo endoplasmático. A presença de feixes ter a variação genética nas populações e nas
de fibrilas permite a contração dessas estrutu- espécies. Os protistas desenvolveram uma va-
ras. A contração da ampola enche o vacúolo, riedade de métodos, para realizar reprodução
que se contrai e libera o seu conteúdo para o sexuada, porém nem todos resultam em ime-
exterior. FIGURA 10 diata produção de indivíduos. Quando ocorre a
meiose, células haplóides ou nucleares são pro-
duzidas e a fusão restaura a condição diplóide.
capítulo 2
dos (conjugação) ou por uma reformulação de 3. Morfologia: película flexível de fibras pro-
uma núcleo geneticamente “novo” dentro de téicas abaixo da membrana. Apresenta dois
um único indivíduo (autogamia) são mais bem flagelos: um mais longo, emergente, e outro,
conhecidos entre os ciliados. Alguns foraminí- mais curto, não emergente, com um cinetos-
feros apresentam alternância de gerações ha- somo na base de cada flagelo. Há um vacúolo
plóide e diplóide (meiose intermediária). contrátil, que se esvazia em um reservatório na
base dos flagelos. Para orientação em relação
ENCISTAMENTO à luz, possuem um estigma ou mancha ocelar
vermelha. No interior do citoplasma, há cloro-
A sobrevivência dos protistas em condições plastos ovais que possuem clorofila e dão ao
difíceis está relacionada com a habilidade de organismo a cor verde. Corpos de paramilo de
formar cistos. Os cistos são formas latentes, vários formatos são locais de armazenamento
com revestimentos externos resistentes e inter- de alimento semelhante ao amido. FIGURA 11
rupção quase total do metabolismo. As formas
parasitas também formam cistos, para enfren- Flagelo
tar condições difíceis dentro dos hospedeiros.
Fases reprodutivas como fissão, brotamento e
singamia, podem ocorrer nos cistos de algu- Estigma Segundo
flagelo
mas espécies.
Reservatório Vacúolo
Núcleo contrátil
DIVERSIDADE MORFOLÓGICA:
Menbrana
TIPOS MAIS REPRESENTATIVOS Cloroplasto
Faixas de
1. Filo Sarcomasthigophora (gr. mastix = chico- proteínas Pirenóide
te; phoros = portador) Esse grupo inclui os pro- Grânulo de
tozoários, que se locomovem utilizando flagelos paramilo
(Subfilo Mastigophora) e aqueles que se movem Figura 11 - Morfologia de Euglena viridis do filo Sarcomas-
por pseudópodes (Subfilo Sarcodina). Alguns re- tigophora.
presentantes podem utilizar ambas as formas de
locomoção em alguma etapa da vida. 4. Outros representantes são: Volvox, Goniau-
lax, Noctiluca. FIGURA 12 FIGURA 13
Os protozoários flagelados estão divididos em
fitoflagelados (Classe Phytomastigophorea),
que geralmente apresentam clorofila e se asse-
melham a plantas, e os zooflagelados (Classe
Zoomastigophorea), que não possuem clorofi-
la e são holozóicos ou saprozóicos, sendo se-
melhantes aos animais.
DESTAQUE
• A membrana forma minúsculas vesículas que trans- O Subfilo Sarcodina está representado pelos
portam o alimento para o citoplasma (meio alcalino); protozoários amebóides e se caracteriza pela
ausência de organelas locomotoras permanen-
• O vacúolo gradualmente se contrai e o material não tes e pela presença de pesudópodes, que são
digerido é expelido pela célula; expansões citoplasmáticas temporárias utiliza-
das para capturar presas e para locomoção.
A nutrição saprozóica é a absorção de molé- Habitam o solo, a água (lagos, córregos, rios,
culas de substâncias dissolvidas no meio, por estuários e oceanos). Podem ser parasitas ou
meio de difusão ou transporte ativo (pinocito- de vida livre. FIGURA 15
se), através da membrana.
• Os fitoflagelados marinhos produzem 70% Quanto aos tipos, os pseudópodes são deno-
do oxigênio da atmosfera terrestre; minados de lobópodos (curtos e largos), filó-
podos (longos e finos) e reticulópodos (ramifi-
• São produtores primários na teia alimentar cados). A forma do corpo pode ser indefinida
aquática; com uma membrana celular muito flexível,
como nas amebas ou apresentar uma proteção
• São simbiontes em recifes de coral, como externa, denominada de testa ou carapaça. A
as Zooxantelas, responsáveis pela fixação testa pode se apresentar de várias formas: com
do nitrogênio; material particulado do ambiente fixado à sua
superfície (Difflugia), com material secretado
• No ambiente marinho causam o fenôme- pela própria célula (Arcella), de material orgâ-
no da bioluminescência FIGURA 14 nico (quitina), carbonato de cálcio (em forami-
níferos) ou de sílica (radiolários).
27
capítulo 2
Os representantes do Subfilo Sarcodina podem Toxoplasma gondii, parasita de gatos, mas que
apresentar variação no modo de nutrição. Os pode causar infecções sérias em humanos com
heterotróficos podem ser herbívoros ou carní- o sistema imunológico deprimido e em mulhe-
voros; já os endosimbiontes e os parasitas po- res grávidas. O representante mais conhecido
dem ser encontrados em artrópodes, anelídeos é o Plasmodium causador da malária.
e vertebrados (incluindo seres humanos), cau-
sando patologias Ex. Entamoeba histolytica.
5. FILO CILIOPHORA
Podem ser reconhecidos dois modos de repro-
dução: assexuada por fissão primária, múltipla Os ciliados são protozoários adaptados à vida
e sexuada somente nos foraminíferos. livre e também para viver agrupados em co-
lônias e fixos ao substrato. Apresentam como
Os foraminíferos (Classe Granuloreticulosea) características principais a presença de nume-
apresentam uma carapaça externa; são encon- rosos cílios utilizados na locomoção, a boca
trados em todos os oceanos e mais raramen- celular (citóstoma) e 2 tipos de núcleo: o ma-
te’’ na água doce e salobra. FIGURA 16 cronúcleo vegetativo envolvido na síntese de
RNA e DNA e o micronúcleo reprodutor res-
ponsável pela síntese de DNA.
5.1 MORFOLOGIA
Como exemplo, vamos estudar a morfologia
do Paramecium. FIGURA 18
capítulo 2
Alguns ciliados permanecem fixos ao substra- O Complexo vascular contrátil é um sistema de
to, ou seja, são sésseis. São exemplos: Vorti- pequenas vesículas ou túbulos, o espongioma,
cella, Stentor, Carchesium. que coleta o fluido intracelular e conduz ao
vacúolo contrátil que o expele do organismo,
A Vorticella se fixa ao substrato através de através de um poro temporário ou permanen-
um longo pedúnculo que contém um feixe te. Por exemplo, em Paramecium caudatum,
de microfilamentos contráteis, os mionemas, ocorre um ciclo a cada 6 segundos e o volume
que repousam sobre a película. Na sua movi- corporal é trocado a cada 15 segundos.
mentação, o ciliado se retrai, encolhendo seu
pedúnculo como uma mola e depois se esten- Nos ciliados sem vacúolos contráteis, a água
de com um movi- entra por osmose, a parede celular com celu-
mento repentino. lose exterior à membrana resiste ao inchaço
Recentemente do organismo e estabelece-se uma pressão
verificou-se que os hidrostática interna. Quando essa pressão
microfilamentos iguala-se à pressão osmótica externa não entra
não são compos- mais nenhuma água adicional na célula.
tos pelas proteínas
Actina e Miosina REPRODUÇÃO
como ocorre nos
Os paramécios reproduzem-se somente por
animais, mas, por
fissão binária transversal, na qual o micronú-
uma outra prote- cleo divide-se por mitose, originando dois mi-
ína, a espasmina, cronúcleos, que se movem para extremidades
Figura 21 – Vorticella um ci- que requer ATP opostas da célula. O macronúcleo alonga-se e
liado com pedúnculo.
para sua extensão. divide-se amitoticamente.
FIGURA 21
Porém, podem apresentar certas formas de fe-
5.2 NUTRIÇÃO nômenos sexuais denominados de autogamia
e conjugação.
Os ciliados são carnívoros e se alimentam de
pequenos organismos como bactérias, outros A conjugação é a união temporária de dois indi-
protozoários e matéria orgânica em suspensão víduos para a troca de material cromossômico.
na água. Os ciliados apresentam uma estrutura
A autogamia é um processo de autofecunda-
para ingestão do alimento, citóstoma, ligada a
ção, similar à conjugação, com a diferença de
uma citofaringe, cuja parede é revestida por
não haver troca de núcleos. Após a desinte-
bastões microtubulares (nematodesmos) e que
gração do macronúcleo e das divisões meió-
se separa do endoplasma por uma membrana
ticas do micronúcleo, dois pronúcleos haplói-
que forma o vacúolo alimentar. A presença de
des fundem-se, formando um sincárion, que
cílios bucais produz uma correnteza de água,
é homozigoto.
que leva o alimento em direção à citofaringe.
capítulo 3
Filo Porifera: As Esponjas
OBJETIVO
Ao final deste capítulo, você deverá ser capaz de:
INTRODUÇÃO
Este capítulo apresenta o Filo Porifera e suas
adaptações morfológicas e fisiológicas.
capítulo 3
rios, antitumorais, citotóxicos e antiincrustan-
tes. Participam da produção primária, quando
associados a cianobactérias ou algas. Embora
as esponjas sejam caracterizadas como filtra-
doras de matéria orgânica, e recentemente o
hábito carnívoro foi descrito membros da fa-
mília Cladorhizidae (ex. Asbestopluma).
Sua estrutura corporal está organizada num • Origem comum com outros metazoários,
sistema de canais e câmaras, por onde circu- porém divergiram precocemente numa
la a água, uma matriz gelatinosa enrijecida própria linha evolutiva
por um esqueleto de espículas microscópicas
de carbonato de cálcio ou sílica e fibras de • O coanócito é provavelmente homólogo à
colágeno. célula de colar flagelado de algum ances-
tral coanoflagelado.
A ORIGEM DAS ESPONJAS
• As células exteriores flageladas do ances-
Embora sejam multicelulares, as esponjas tral móvel moveram-se para o interior,
apresentam poucas características em comum transformando-se em Coanócitos.
com os outros filos metazoários. O plano geral
dos poríferos se caracteriza pelo sistema aqüí- • Devido à sua posição filogenética isolada,
fero, totipotência celular, flexibilidade repro- são colocadas no sub-reino Parazoa.
dutiva e pela ausência de tecidos verdadeiros,
órgãos reprodutivos, polaridade corporal (eixo ESTRUTURA CORPORAL E SISTEMA AQUÍFERO
anterior e posterior) e membrana basal. Essas
características combinadas com a presença Todo o corpo do animal é organizado ao redor
de células flageladas, os coanócitos, apontam de um sistema interno de passagem de água,
para a existência de um ancestral protista. o que garante a sua vida através da chegada
de alimentos e de oxigênio em todas as suas
Atualmente os poríferos são considerados células.
como originários de ancestrais protistas flage-
lados, os coanoflagelados. Os coanoflagelados Os poríferos apresentam simetria radial. Esse
apresentam características que os relacionam tipo de simetria é freqüentemente verificado
com as esponjas, verificando-se que as células em animais sésseis, incapazes de se desloca-
com colarinho são muito similares às células rem em uma direção. Em razão de serem inca-
coanócitos das esponjas. FIGURA 2 pazes de movimento para explorar o ambiente,
os poríferos desenvolveram o sistema aqüífero
que bombeia água através do seu corpo.
34
capítulo 3
A maior parte das superfícies internas é consti- d) Miócitos: células localizadas nas bordas
tuída pela Coanoderme, composta por células dos ósculo e nos canais principais, promo-
flageladas chamadas de Coanócitos, responsá- vem contrações, regulando o fluxo hídrico
veis pela circulação de água, obtenção de ali- no interior da esponja. São efetores inde-
mento e digestão. FIGURA 3 pendentes, de resposta lenta e insensíveis
a estímulos elétricos.
capítulo 3
Os poros comunicam o meio interno com Durante o seu crescimento, tanto a pinacoder-
canais que percorrem o corpo da esponja, e me quanto a coanoderme têm a espessura de
esses canais, por sua vez, abrem-se no átrio uma célula. A medida que o mesoílo cresce,
ou espongiocele , uma cavidade interna. Não essas camadas mantêm uma relação entre a
se trata de uma cavidade digestiva, uma vez área de superfície e o volume, que é suficiente
que não ocorrem processos digestivos em seu para manter trocas de nutrientes e excretas em
interior. Há esponjas cujos canais passam por níveis adequados. Na condição asconóide, a
câmaras dilatadas localizadas na parede do camada se mantém simples e contínua.
corpo, antes de se abrirem no átrio central,
as câmaras flageladas, onde se localizam os O dobramento simples da parede corporal
coanócitos. produz a condição Sycon ou siconóide, onde
a água entra por aberturas inalantes denomi-
O átrio se comunica com o exterior por meio nadas de poros dérmicos. Os coanócitos estão
de orifícios maiores e bem menos numerosos restritos a canais específicos ou a divertículos
que os poros, denominados de ósculos. Há um do átrio, canais radiais. Cada canal se abre
contínuo fluxo de água atravessando os ca- para o átrio através de uma abertura chamada
nais, sempre obedecendo ao seguinte sentido: de apópila. O fluxo hídrico em uma esponja
entrada pelos poros, circulação pelos canais e Sycon ocorre da seguinte forma:
câmaras flageladas e saída pelo ósculo.
Poros dérmicos canal inalante prosópilas canal radial
ORGANIZAÇÃO CORPORAL: (câmara coanocitária ou flagelada) apópila átrio ósculo
ASCON, SYCON E LEUCON.
FIGURA 5
O dobramento adicional da coanoderme e
um maior espessamento do córtex produzem
a condição Leucon. A coanoderme encontra-
-se revestindo pequenas e numerosas câma-
ras coanocitárias, organizadas em grupos no
mesoílo mais espesso. Como o córtex é espes-
so, apresentam um sistema de canais, canais
inalantes, que ligam os poros dérmicos até as
câmaras flageladas, através de aberturas cha-
madas de prosópilas.
Figura 5 – Os tipos de organização corporal no filo Porifera: Ascon, Sycon e O átrio está reduzido a uma série de canais
Leucon. exalantes (ou canais excurrentes), que ligam as
câmaras ao ósculo.
Nas esponjas de estrutura corporal mais sim- O fluxo de água, através de uma esponja
ples, Ascon, a espessura da parede corporal é Leucon, é:
muito delgada. A superfície externa é revesti-
da de células achatadas denominadas pinacó-
Poro dérmico canal inalante prosópila câmara
citos. Os orifícios que se abrem na superfície coanocitária apópila canais exalantes ósculo
corporal se comunicam com tubos. Tanto a
borda do orifício como a parede desses tubos
representam uma célula dobrada sobre si mes- A organização leuconóide ocorre na maioria
ma, formando um cilindro. São os porócitos das esponjas calcárias e em toda a Classe De-
curtos e retos que se comunicam diretamen- mospongiae. A maior eficiência na circulação
te com o Átrio, revestido por Coanócitos. A interna de água, que possibilita maior oferta
condição asconóide é encontrada em estágios de oxigênio e de alimentos para as células,
iniciais de desenvolvimento de esponjas calcá- permite que as esponjas do tipo leuconóide
rias e em algumas esponjas calcárias adultas alcancem tamanhos maiores que as esponjas
(Leucosolenia). Raramente ultrapassam 10cm de outros tipos.
de altura.
36
capítulo 3
ATIVIDADE E SENTIDOS
capítulo 3
A difusão do estímulo e da resposta em es- zóide até o óvulo, e a fecundação (fusão dos
ponjas parece ser, apenas, por estimulação gametas masculino e feminino) ocorre no me-
mecânica entre as células ou por difusão de sênquima.
substâncias químicas mensageiras, associadas
à irritabilidade do citoplasma em geral. O desenvolvimento embrionário é interno até
a fase larval, podendo haver, em algumas es-
REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO pécies, liberação de ovos para o meio externo.
A larva livre-natante da maioria das esponjas é
Todas as esponjas são capazes de reprodução a parenquímula. As células flageladas externas
sexuada, podendo ocorrem também processos migram para o interior quando a larva se fixa
de reprodução assexuados. A reprodução as- no substrato, e se tornam os coanócitos das
sexual se faz através do brotamento. Os brotos câmaras flageladas.
crescem ligados ao corpo, podendo se des-
prenderem em determinados momentos e for- CLASSIFICAÇÃO
mar um novo organismo. Em esponjas de água
Segundo Ruppert, Fox & Barnes, 2004
doce da família Spongillidae, são produzidas
pequenas estruturas esféricas, as gêmulas. Ne- Filo Porífera
las, os arqueócitos se juntam no meso-hilo e Subfilo Symplasma (Hexactinnelida)
são envoltos por uma camada de espongina Esponjas-de-vidro, espículas silicosas. Cerca de
incorporada com espículas silicosas. As gêmu- 400 espécies. Ex. Euplectella.
las sobrevivem durante os períodos de conge- Subfilo Cellularia
lamento ou secas intensas. Posteriormente as Classe Demospongiae
células saem por uma abertura, a apópila, e se Espículas silicosas; espongina. Marinhas, estu-
desenvolvem em novas esponjas. arinas e de água doce em todas as profundida-
des, 90% das espécies viventes.
Todas as esponjas são capazes de regenerar Subclasses: Homoscleromorpha, Tetractino-
novos indivíduos a partir de fragmentos. Como morpha, Ceractinomorpha.
são formadas por tecidos pouco diferenciados, Classe Calcarea
as esponjas têm um elevado poder de rege- Esponja calcaria. Espículas de CaCO3, freqüen-
neração. Fragmentando-se o seu corpo em temente não diferenciado em megascleras e
centenas de pequenos pedaços, as células se microscleras. Espongina ausente. Tipos estru-
reorganizam e formam novas esponjas. turais Ascon, Sycon ou Leucon. Todos mari-
nhos. Águas rasas.
A reprodução sexual ocorre através da forma- Subclasses: Calcinea, Calcaronea
ção de gametas, a partir de diferenciação de
algumas células presentes no mesênquima.
Geralmente os espermatozóides surgem da
diferenciação dos coanócitos. Os oócitos tam-
RESUMO
bém se desenvolvem dos coanócitos ou dos As esponjas pertencem ao Filo Porifera (do la-
arqueócitos. Há espécies monóicas e espécies tim porus, poro + ferre, possuir). São essen-
com sexos separados. cialmente aquáticas, e a maioria das espécies é
marinha (5000) com cerca de 150 espécies de
Nas espécies hermafroditas, os óvulos e os água doce. O padrão de crescimento depende
espermatozóides são produzidos em épocas do substrato disponível, do embate das ondas
diferentes, a partir dos amebócitos. Nas espé- e da velocidade das correntes aquáticas. Os
cies gonocóricas, os gametas são produzidos poríferos apresentam simetria radial. A água
na câmara flagelada, onde células se transfor- é bombeada para dentro da esponja, pelo ba-
mam em espermatogonias, que liberam esper- timento dos flagelos dos coanócitos respon-
matozóides na água. sáveis pela circulação de água, obtenção de
alimento e digestão. O sistema aqüífero trans-
A corrente de água leva os espermatozóides porta água pelo interior da esponja, permitin-
para outra esponja, onde um coanócito atua do a captura de alimento e as trocas gasosas.
como veículo de transporte do espermato- Os poros comunicam o meio externo com uma
38
capítulo 3
ATIVIDADES DE LINKS
AVALIAÇÃO www.biodidac.bio.uottawa.ca
www.ufba.br/~zoo1
1. Comente sobre os tipos de reprodução e o
padrão de crescimento das esponjas. SAIBA MAIS
2. Comente sobre a origem das esponjas e FILO PORIFERA: AS ESPONJAS. Capítulo 12. In:
por que estão classificadas como Parazoa. Hickman, C. P.; Roberts, L. S.; Larson, 2003. A.
Princípios Integrados de Zoologia. 11a ed. Ed.
3. No Filo Porifera, quais são as células en- Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 846 p.
contradas em:
a) epiderme PORIFERA. Capítulo 5. In Ruppert, E. E.; Fox, R.
b) mesohilo S.; Barnes, R. D. 2004. Zoologia dos Inverte-
c) câmaras flageladas brados. 7a ed. Roca, S. Paulo, 1023p.
capítulo 4
Animais Radiais:
Cnidaria e Ctenophora
OBJETIVO
Ao final desse capítulo, você deverá ser
capaz de:
INTRODUÇÃO
Este capítulo apre-
senta os Filos Ra-
diados Cnidária e
Ctenophora e suas
adaptações morfo-
lógicas e fisiológi-
cas. FIGURA 1
1. INTRODUÇÃO
A ausência de cavidade digestiva, músculos
e sistema nervoso nas esponjas e placozórios
distingue esses organismos dos demais meta-
zoários. Por essa razão, eles são classificados
como Parazoa (que significa “ao lado”); porém
são considerados o grupo-irmão dos Eumeta-
zoa (que significa animais verdadeiros), que
inclui todos os demais animais multicelulares Figura 3 – Simetria radial da anemo-
na-do-mar.
conhecidos.
capítulo 4
nismos pertencentes a este Filo são também voros ou suspensívoros; alguns com algas
chamados de Coelenterata (do grego koilos, simbióticas intracelulares: as zooxantelas.
oco + enteron, intestino).
• Tamanho: pólipos e medusas apresentam
São animais metazoários com a mais simples desde tamanho microscópico até medusas
complexidade morfológica, mas apresentam de 2 metros de diâmetro e tentáculos de 25
organização ao nível de tecido, na qual há es- metros; as colônias atingem vários metros.
pecialização de células e grupos de células. Ce-
lenterado, significa dotado de cavidade intes- 1.3 CARACTERES
tinal (ou digestiva). Considera-se atualmente MORFOLÓGICOS
que os celenterados foram, do ponto de vista
evolutivo, os primeiros animais que desenvol- A) TIPOS ESTRUTURAIS
veram um tubo digestivo.
Os cnidários caracterizam-se por apresentar,
A maioria dos cnidários vive em ambiente ma- em seu ciclo de vida, dois tipos estruturais que
rinho, embora existam representantes de água podem se alternar dentro de um mesmo gru-
doce. Muitos deles formam colônias gigantes- po ou dominar em outros grupos. Esses tipos
cas, como os corais. Possuem cores e formas estruturais são denominados de pólipo e me-
diversas e muito atraentes. Algumas formas dusa. FIGURA 4
são livres e se movimentam por jatopropulsão,
como as medusas, e outras são sésseis, como
os pólipos.
1.2 CARACTERÍSTICAS DO
FILO CNIDARIA
• Representantes: medusa, anemôna-do-
-mar, coral, hidra, hidróides, leques do
mar, sifonoforos e zoantídeos.
2. TIPOS CELULARES
2.1 CÉLULAS DA EPIDERME
1. Células mioepiteliais: musculares, proteção
e cobertura corporal; são consideradas como
as células musculares mais primitivas entre
os Metazoa. Possuem extensões contráteis
na sua base: os mionemos. Quando estão
localizadas na epiderme, são chamadas de
epitélio-musculares e, quando localizadas na
gastroderme são denomonadas de nutritivo-
Figura 5 – Morfologia da colo-
nia da Classe Hydrozoa. -musculares. Os mionemos de células vizinhas
encontram-se conectados entre si, podendo
formar lâminas longitudinais ou circulares
com a capacidade de se contrair como autên-
2. Medusa: está adaptada para uma nadar ticas camadas musculares.
livremente. Tem o corpo em forma de disco,
guarda-chuva ou caixa, a boca está voltada 2. Intersticiais: originam óvulos e espermato-
para baixo (superfície oral), sendo rodeada pe- zóides e são totipotentes.
los tentáculos. A medusa é solitária, ou seja,
na sua grande maioria, não formam colônias 3. Cnidócito ou Cnidoblasto: defesa, captura
e se reproduzem sexuadamente, lançando os de presas, fixação; a maioria têm diferentes to-
gametas na água. FIGURA 6 xinas, algumas podem afetar seres humanos.
Podem ser de três tipos:
capítulo 4
4. Nervosas: em pequena quantidade.
2.3 MESOGLÉIA
A camada intermediária pode variar nos tipos
estruturais dos cnidários. Pode ser muito sim-
ples, gelatinosa e acelular como nos peque-
nos pólipos das colônias de hidrozoários. Nas
medusas verdadeiras, cifomedusas e cubome-
dusas, a mesogléia é muito espessa e contém
células esparsas. Nos pólipos anthozoários
(anêmonas e corais) é um mesênquima, fre-
qüentemente espesso e rico em células.
Figura 7 – A célula Cnidoblasto após estimulada lança um
filamento com toxinas.
DESTAQUE
capítulo 4
pólipo se contrai, ele fica completamente den- capturar alimento e retrair a parte superior do
tro do coralito. A parede externa do coralito é pólipo durante a contração do corpo. Essas
a teca, o assoalho é a placa basal. As paredes atividades são realizadas pelos músculos epi-
internas do coralito e a placa basal originam dérmicos e pelos músculos gastrodérmicos da
numerosas divisórias calcárias dispostas radial- coluna. Existem, também, músculos circulares
mente: os septos. FIGURA 10 que, trabalhando em conjunto com o esque-
leto hidrostático, distendem os tentáculos e o
corpo.
plementam sua dieta com a atividade das zoo- 2. Nas medusas cifozoárias, um pequeno pó-
xantelas. Corais que vivem em grandes pro- lipo denominado cifístoma produz por um
fundidades onde não existe luminosidade não processo de repetidas fissões transversais, a
dependem das zooxantelas, ao contrário dos estrobilização, jovens medusas denominadas
corais formadores de recife, razão por que so- de éfiras. As éfiras se desenvolvem em cifo-
mente podem existir em águas rasas. A perda medusas adultas e ficam sexualmente maduras
das algas simbiontes, chamada de “branquea- após cerca de alguns meses ou anos, depen-
mento dos corais”, causa a morte dos pólipos dendo da espécie. As cifomedusas são dióicas
e, conseqüentemente, dos recifes. e liberam seus gametas na água, onde ocor-
re a fecundação que dará origem a uma larva
7.2 EXCREÇÃO E TROCAS plânula. FIGURA 12
GASOSAS
Não existem órgãos respiratórios ou excreto-
res. As trocas gasosas (obtenção de O2 e elimi-
nação de CO2) acontecem por difusão simples
assim como a eliminação de resíduos metabó-
licos (principalmente amônia).
7.3 REPRODUÇÃO E
DESENVOLVIMENTO
Nos cnidários, a reprodução está caracteriza-
da pela alternância de gerações entre pólipo
e medusa. O estágio pólipo se reproduz as-
sexuadamente, alternando-se com o estágio
medusa sexuado, que produz a larva plânula.
FIGURA 11
capítulo 4
Os antozoários se reproduzem sexuadamente, • Sem pólipo, somente medusa. Ex. Aglaura
por fertilização interna ou externa. As células
reprodutivas são geradas nos mesentérios. • Sem medusa. Ex. Hydra
Na fertilização interna, os ovos são incubados
pelo pólipo durante dias ou semanas. Uma • Pólipo e medusa, com pólipo reduzido. Ex
larva livre natante é liberada na água e se fixa Crapedacusta
no substrato. Na fertilização externa, os óvu-
los e espermatozóides são liberados na água e 2. Classe Anthozoa
os ovos fertilizados desenvolvem-se em larvas Pólipos solitários ou coloniais, sem etapa me-
livre-natantes. dusóide. Cavidade gastrovascular dividida por
septos ou mesentérios. Gônadas gastrodérmi-
Alguns corais são hermafroditas. Ambos os se- cas. Mesogléia fibrosa, celular. Hábitos: sésseis,
xos ocorrem em uma colônia ou uma colônia natação (Boloceroides),escavador (Cerianthus).
pode ser constituída de indivíduos do mesmo Três Subclasses, treze Ordens:
sexo. A desova é geralmente simultânea, os
pólipos liberam os gametas na água, ao mes- Subclasse Octocorallia (= Alcyonaria)
mo tempo. Esse processo depende de quatro
fatores: época do ano, temperatura da água, • Ordem Alcyonacea
ciclos da maré e ciclos lunares. As desovas de • Ordem Gorgonacea
maior sucesso ocorrem quando há pequena • Ordem Helioporacea
variação entre a baixamar e preamar, porque, • Ordem Pennatulacea
quando a movimentação da água sobre a co- • Ordem Protoalcyonaria
lônia é menor, é maior a probabilidade de os • Ordem Stolonifera
óvulos serem fecundados. • Ordem Telestacea
Ordem Stauromedusae
Ordem Coronatae
Ordem Semaeostomae
Ordem Rhizostomae
CICLOS DE VIDA:
2. Medusa adulta (sexuada) -> ovo fecunda- Figura 15 – A célula colócito do filo
do ->larva plânula -> éfira medusa adulta Ctenophora.
FILO CTENOPHORA
4. estatocisto, órgão situado no pólo aboral
Os ctenóforos são monofiléticos e formam um que contém um estatólito, o qual auxilia o
pequeno filo com cerca de 100 espécies atuais. batimento dos cílios nos pentes e no equi-
São todas marinhas, planctônicas, biolumines- líbrio do animal.
centes, predadoras do zooplâncton e de ovos
e larvas de peixes. FIGURA 14 Com os cnidários compartilham a organiza-
ção diploblástica, cavidade única funcionando
como boca e ânus, cavidade gastrovascular
com canais ramificados. Certas similaridades
podem ser convergentes, refletindo adapta-
ções aos seus estilos de vida. Exibem diferen-
ças bastante curiosas:
capítulo 4
ma, de modo similar à formação do mesên- ( ) A cavidade gastrovascular está preen-
quima primário em equinodermes. Para estes chida por um tecido gelatinoso denomina-
autores, ctenóforos e equinodermes seriam do mesênquima.
grupo-irmãos.
( ) As anêmonas apresentam os nemato-
cistos concentrados nos tentáculos.
RESUMO ( ) Os corais pétreos produzem tecas qui-
Os organismos com simetria radial estão reu- tinosas onde os pólipos se alojam.
nidos no grupo dos Radiata: Cnidaria e Cte-
nophora. Os Echinodermata, como as estrelas- ( ) Na ordem Octocorallia encontramos
-do-mar, têm simetria radial quando adultos, tentaculos pinados.
mas todos têm simetria bilateral na fase de lar-
va. O Filo Cnidária (do grego knide, irritante, + 5. Na morfologia do Filo Cnidaria, identifi-
do latim ária, como ou conectado com) estão que a Classe que apresenta as estruturas
representados por aproximadamente, 10.000 abaixo relacionadas e dê a função:
espécies com um grau de organização e com-
plexidade superior ao dos poríferos. Repre- Estrutura Classe Função
sentantes: medusa, anemona-do-mar, coral,
Hidrorriza
hidra, hidróides, leques do mar, sifonóforos e
zoantídeos. As colônias apresentam reprodu- Hidrante
ção assexuada. Dimorfismo (alternância de ge- Manúbrio
rações): pólipo e medusa. Diploblásicos, me- Ropálio
tazoários, simetria radial primária. A cavidade
Sifonoglife
corporal é a cavidade gastrovascular. Camada
corporal intermediária derivada da Ectoderme, Coralito
chamada Mesênquima ou Mesogléia. Os dois Óstio
tipos estruturais são denominados de pólipo Cenossarco
e medusa. As medusas são solitárias, ou seja, Gonângio
na sua grande maioria não formam colônias
e se reproduzem sexuadamente, lançando os Estróbilo
gametas na água.
REFERÊNCIAS
ATIVIDADES DE BRUSCA, R. C.; BRUSCA, G. J. Os invertebra-
AVALIAÇÃO dos. Editora Guanabara-Koogan, Rio de Janei-
ro, RJ, 2ª ed., 2007. 968 p.
1. Denomine e faça a distinção entre as clas-
ses do filo Cnidaria. Hickman, C. P.; Roberts, L. S.; Larson, 2003. A.
Princípios Integrados de Zoologia. 11a ed. Ed.
2. Quais as células encontradas na epiderme Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 846 p.
e na gastroderme no Filo Cnidaria?
Ruppert, E. E.; Fox, R. S.; Barnes, R. D. 2004.
3. Cite as etapas do ciclo de vida de uma co- Zoologia dos Invertebrados. 7a ed. Roca, S.
lônia hidróide. Paulo, 1023p.
capítulo 4
Multicelular - organismo constituído de várias
células, apresentando tendência a realizar fun-
ções diferenciadas.