REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

MINISTÉRIO DO MAR,
ÁGUAS INTERIORES E PESCAS

Relatório
ANUAL
Moçambique

2 0 1 8
Instituto Nacional de Investigação Pesqueira
IIP - Instituto Nacional de Investigação Pesqueira
Av. Mao Tsé Tung nº 389, Maputo
Caixa Postal nº 4603, Maputo, Moçambique
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www.iip.gov.mz

IIP - Relatório Anual 2018

Edição: IIP - Instituto Nacional de Investigação Pesqueira
Coordenação e edição: Elisa Ofinar
Revisão de textos: Comissão Editorial
Comissão editorial: Isabel Chúca, Ascensão Pinto, Rafael Rafael, Jose Halafo e Elisa Ofinar.
Fotos: Delegação de Sofala, Tete, Zambézia, Niassa e Cabo Delgado; Dpartamento de Peixe e Aquacultura
Disp. Registo/Gabinfo-Dec/2009
Produção gráfica: Fligência Djedje
Tiragem: 250 exemplares
Índice
Organigrama ...................................................................................... 4
Introdução .......................................................................................... 5
Localização do IIP .............................................................................. 7
Camarão do Banco de Sofala ............................................................. 8
Fauna Acompanhante do Camarão................................................... 13
Crustáceos de Profundidade: Gamba, Lagostim, Lagosta e
Caranguejo.......................................................................................15
Recursos Acessíveis a Pesca à Linha em Moçambique .................... 19
Pesca de Pequena Escala na Província e Cidade de Maputo .............24
Pronvícia de Gaza ............................................................................ 31
Recursos Acessíveis à Pesca Artesanal na Província de Inhambane.....
.......................................................................................................... 34
Recursos Acessíveis à Pesca Artesanal na Província de
Sofala............................................................................................... 37
Recursos Acessíveis à Pesca de Pequena Escala na Província de Tete
........ ..................................................................................................41
Recursos Acessíveis à Pesca de Pequena Escala na Província da
Zambézia.......................................................................................... 44
Pesquisa de espécies da zona meso pelágicas do norte de
Moçambique na Província de Cabo Delgado .................................... 52
Recursos Acessíveis à Pesca Artesanal na Província de Niassa
..........................................................................................................56
Aquacultura
Aquacultura...................................................................................... 61
Cultivo experimental de mexilhões na Ilha de Inhaca......................... 61
Troca de experiência entre os maricultores da Ilha da Inhaca e Chuiba
no cultivo do mexilão......................................................................... 62
Montagem das Infra-estruturas (long-lines) para o cultivo do mexilhão
.......................................................................................................... 63
Cultivo de mexilhão na Ilha da Inhaca ............................................... 64
Avaliação da taxa de sucesso de reversão sexual............................. 64
Verificação do estado das áreas potenciais para aquacultura marinha...
.......................................................................................................... 65
Repovoamento de Lagoas................................................................ 66
Formulação de dietas alternativas utilização da folha de mandioca na
dieta para Tilápia............................................................................... 68

Administração, Finanças, Planificação

Administração, Finanças, Planificação e Recursos Humanos........... 69

Recursos Humanos
Recursos Humanos ......................................................................... 73

Tecnologia de Informação e Comunicação

Tecnologia de Informação e Comunicação........................................ 79

Repartição de Documentação e Biblioteca

Repartição de Documentação e Biblioteca .......................................80

Divulgação
Divulgação ....................................................................................... 82
 DIRECÇÃO

UGEA
Director
de Serviços
DAA

D. D.
Peixe Invertebrados
DPAF
D.
Crustáceos
R.A R.P.E

Del. Maputo
D.
Estatística

Del. Gaza D.
T.I. Comunicação

Del. Inhambane R.T.I R.D.B

D.
Del. Sofala Aquacultura

Del. Manica
D.R.
Humanos

Del. Tete
R.G.P R.A.E

Departamentos centrais
Del. Zambézia
Repartições centrais

Delegações provínciais

Del. Nampula

Del. Cabo Delgado

Del. Niassa
Introdução

O Instituto Nacional de Investigação Pesqueira (IIP), é uma instituição pública

que realiza pesquisa e monitorização sobre o recursos e ambiente aquático,
bem com pesquisa aquícola, com vista a enformar o uso sustentável dos
ecossistemas aquáticos e seus recursos assim como o desenvolvimento da
aquacultura em Moçambique. A pesquisa e monitorização aquáticas
realizadas versam sobre quatro pilares nomeadamente a Avaliação de
recursos e pescarias; Biologia e ecologia dos recursos aquáticos; Ambiente
aquáticos e biodiversidade e pesquisa em aquacultura.

No primeiro pilar a pesquisa permite ao IIP aconselhar a administração e

gestão de pescarias nacionais, bem assim como ao público em geral, sobre o
estado de exploração dos recursos aquáticos (Principalmente pesqueiros),
suas respectivas pescarias assim como estimar o potencial de pesca existente
no país. No pilar sobre Biologia e Ecologia dos recursos aquáticos, o IIP leva a
cabo um conjunto de estudos sobre os ciclos de vida recursos aquáticos tais
que permite a adopção de medidas de gestão tais como as restrições espácio e
temporal (Veda, defeso, moratória, assim como a identificação de áreas
sensíveis ao recursos pesqueiros (áreas de desova, crescimento, reprodução
e migração, assim como suas épocas). No Pilar sobre o Ambiente e
Diversidade, são levadas a cabo um conjunto de pesquisas para responder as
necessidades de preservação do ambiente aquático (poluição, conservação
de ecossistemas marinhos como ervas marinhas, recifes de corais, mangais,
estuários assim como áreas húmidas), bem como para a conservação de
biodiversidade que resultam na declaração de áreas protegidas (AMP, áreas
de gestão comunitária, santuários, entre outros), em alinhamento com o ODS
14, na meta 14.5 que versa sobre a necessidade de se conservar, pelo 10% da
área marinha, are 2020. Por fim, o último pilar implica estudos materiais para o
desevonvlimento da aquacultura em Moçambique e é nesta base que foi criado
o Centro de pesquisa em Aquacultura (CEPAQ) que é um centro de excelência,
na pesquisa de sementes melhoras da tilapia, com destaque para a tilapia de
Moçambique (Oreochromis mossambicus), que é um espécie indígena de
Moçambique e cujo aproveitamento em aquacultura traz muitas vantagens.

No espirito de sistematização e partilha de conhecimento produzido, o IIP

publica uma série de revistas, com destaque para a Revista Moçambicana de
Investigação Pesqueira (RIP) que, sendo uma das mais antigas do país, tem
compilado artigos científicos produzidos pelos técnicos desta instituição, assim
como por técnicos que, não sendo do quadro do IIP, pretendam publicar seus
artigos nesta revista. Publica, igualmente, a revista Relatórios de Cruzeiros,
que é uma compilação dos resultados dos cruzeiros científicos realizados
pelos IIP, anualmente.

De entre as revistas publicadas, o Relatório anual é a revistas que apresenta,

anualmente, as principais realizações do IIP. Esta revista em particular,
apresenta as realizações do IIP em 2018 que destaca a realização do estudo
sobre a biologia reprodutiva do Caranguejo do Mangal, realizado na província
da Zambézia, que constitui uma importante contribuição para gestão deste
recursos que, ultimamente têm se destacado, como bastante procurados por
exportadores estrangeiros, resultando assim, no aumento da sua exploração.
Esta edição desta também as actividades de melhoramento genético da tilapia
de Moçambique realizadas pelo CEPAQ.
 Pesca responsável, Pesca com futuro!

O Corpo Directivo

Jorge Mário Mafuca

Director Nacional

Isabel Chauca
Directora Nacional Adjunto
Chefes de Serviços, Departamentos e Repartições:

Nilza Dias
(Serviços de Avaliação de Recursos Pesqueiros e Departamento de
Avaliação de Crustáceos);
Osvaldo Chacate
(Departamento de Avaliação de Peixes);
Emídio André
(Departamento de Ambiente Aquático);
José Murama
(Departamento de Aquacultura),
Xavier Manussa
(Departamento de Tecnologias de Informaçāo e Comunicaçāo);
Florestina Majante
(Departamento de Administração, Planificaçāo e Finanças);
Sheila Mulembwe
(Departamento de Recursos Humanos);
Elisa Ofinar
(Repartição de Documentação e Biblioteca.)

Delegados:
António Pegado
(Niassa);
Sérgio José
(Cabo Delgado);
Daniel Mualeque
(Zambézia);
Gilberto João Manico
(Nampula);
Alice Inácio
(Sofala);
Claque Maude
(Tete);
Avene Uetimane
(Inhambane);
Alberto Halare e Rafael Rafael
(Gaza);
Teresa Cuna
(Maputo).
 LOCALIZAÇÃO DO IIP EM MOÇAMBIQUE

MAPA DE MOÇAMBIQUE
N
TÂNZANIA

Rio Rovuma CABO

Lago
Niassa DELEGADO

a
ng
ge
Lu
Pemba

io
R
ZÂMBIA Lichinga NIASSA
Metangula
MALAWI
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Rio L
NAMPULA
TETE
Nampula
Lago
Songo Chirua
Rio Zambezi
Rio

Tete
Ch

Angoche
ZAMBÉZIA
ire

Albufeira de
Cahora Bassa

R
io
Za
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be
MANICA zi

ZIMBABWÉ
Quelimane

Chimoio SOFALA

Beira
OCEANO
ÍNDICO
Rio Save

INHAMBANE
Ri
o
Li
m
po
po

GAZA
Inhambane
ÁFRICA DO SUL

MAPUTO Xai-xai

Sede do IIP
Maputo Delegação
SUAZILÂNDIA
 Recursos Acessíveis a Pesca Industrial e Semi-industrial

Camarão do Banco de Sofala

Localização

Banco de Sofala - área compreendida entre Angoche e a foz do rio

Save.

Objectivos

• Avaliar o recurso de camarão do Banco de Sofala acessível à

pesca industrial e semi-industrial congeladora e realizar a
monitorização da pescaria;

• Monitorizar o recurso do camarão com base nos dados da frota

semi-industrial (com conservação a gelo) e artesanal;

• Elaborar recomendações para a gestão desta pescaria.

Introdução estratificada aleatória dos dias e

A monitorização e avaliação do
recurso de camarão do Banco de
Sofala é feita anualmente com base
na informação sobre: (1) captura e
esforço de pesca fornecida pelas
empresas de pesca através do Diário
de bordo, entregue à Administração
Nacional das Pescas (ADNAP) após
cada viagem, (2) dados de produção
enviados decenalmente pelas
empresas à ADNAP, (3) amostragens
biológicas realizadas aos embarques
e desembarques das principais
empresas de pesca, nas delegações
de Zambézia e de Sofala para a
recolha de dados biológicos das
principais espécies de camarão.
Também é obtido dados da pescaria
artesanal relativa às capturas,
esforço de pesca e composição por
espécies, obtidos usando um
esquema de amostragem
locais de amostragem. Outra fonte
importante é obtida através (4) dos
cruzeiros de investigação de
camarão realizados anualmente no
início de cada ano, durante a época
de veda, para monitorar as variações
dos índices de abundância das
principais espécies de camarão e
conhecer o seu recrutamento que
ocorrem nesse período.
Resultados
Em 2017, as capturas estimadas para
a pesca artesanal registaram um
crescimento em 3% (Figura 1),
passando de 3537 t em 2016 para
3654 t em 2017 e representando 47%
do total da captura alcançanda da
pescaria.
Contrariamente ao ano de 2016 a

Figura 1. Capturas por sector da pescaria do Banco de Sofala, para

o período 1980-2016

8
captura da pesca artesanal na zona
de Angoche registou uma diminuição
passando de 166t para 116t em 2017,
correspondendo a uma redução de
18%. A zona central, de Moma a
Nicoadala continuou a ser a mais
importante nas capturas de camarão
proveniente da pescaria artesanal
tendo contribuído com uma captura
de 2512 t (45%) de um total de 3654 t
produzido em toda pescaria artesanal
do Banco de Sofala. Na segunda
zona mais importante (Quelimane a
Chinde) também ocorreu um
aumento significativo de mais que o
dobro da captura registada em 2017,
passando de 146 t para 364 t. A
terceira zona central (Marromeu a
Muanza) contrariamente ao ano
anterior registou um decréscimo de
71% na captura de camarão
passando de 429 t para 125 t
comparativamente a 2016. Na zona
semi-industrial a sul de Dondo e
Machanga, a captura da pesca
Figura 2: Capturas da frota semi-industriais a gelo (a esquerda) e o número
de embarcações (a direita), durante o período 1992-2017
71% na captura de camarão
passando de 429 t para 125 t
comparativamente a 2016. Na zona
semi-industrial a sul de Dondo e
Machanga, a captura da pesca
artesanal também decresceu 59%
passando de 982 para 403t, embora a
nova espécie P. sculptitis continue
como uma das espécies significativas
nessa área.
artesanal também decresceu 59%
passando de 982 para 403t, embora a
nova espécie P. sculptitis continue
como uma das espécies significativas
artesanal também decresceu 59%
passando de 982 para 403t, embora a
nova espécie P. sculptitis continue
como uma das espécies significativas
nessa área.
captura da pesca artesanal na zona
de Angoche registou uma diminuição
passando de 166t para 116t em 2017,
correspondendo a uma redução de
18%. A zona central, de Moma a
Nicoadala continuou a ser a mais
importante nas capturas de camarão
proveniente da pescaria artesanal
tendo contribuído com uma captura
de 2512 t (45%) de um total de 3654 t
produzido em toda pescaria artesanal
do Banco de Sofala. Na segunda
zona mais importante (Quelimane a
Chinde) também ocorreu um
aumento significativo de mais que o
dobro da captura registada em 2017,
passando de 146 t para 364 t. A
terceira zona central (Marromeu a
Muanza) contrariamente ao ano
anterior registou um decréscimo de
nessa área.
Em 2017, novamente, nenhuma
embarcação semi-industrial de
camarão operou na zona de
Angoche. Em contraste com a
situação de Angoche, na zona da
Beira dedicada à pesca semi-
industrial, a frota continua a operar. A
captura das embarcações semi-
industriais a gelo nesta zona especial
da Beira decresceram registando o
valor mais baixo em 2017 de 34 t,
representando um decréscimo de
45% em relação a 2016, sendo este é
9
 o nível de stock mais baixo estimado
para este sector, nos últimos anos,
(Figura 2). O esforço teve uma
redução de 1 embarcação (16) em
relação ao ano anterior quando
operaram 17 embarcações.
Em 2017, na pesca industrial, foram
registadas 49 embarcações (40
industriais e 9 semi-industriais
congeladoras) de acordo com uma
alocação de 3703 m de comprimento
de cabo mestre, tendo na maior parte
dos meses da campanha de pesca
operado entre 42 a 48 embarcações.
A captura total da pesca industrial
(incluindo as embarcações semi-
industriais congeladoras) registada
em 2017 foi de 4054 t, representando
uma melhoria significativa de 60% em
relação a 2016 (2533 t), com 2009 t de
P. indicus depois de ter registado um
nível baixo de captura em 2016 (1087
t). Também ocorreu uma melhor
captura de M. monoceros, no entanto
isso foi devido ao aumento do
esforço, dado a maior parte das
embarcações terem permanecido na
pesca até o final da campanha em
relação a 2016.
O cruzeiro de 2018 realizado antes da
campanha de pesca mostrou que o
primeiro recrutamento, com 19.505
milhões de camarões foi inferior ao de
2017 (35.420 milhões) assim como o
tamanho médio mais pequeno com
32.2 mm de comprimento de
carapaça. A distribuição de
comprimentos observada sugere que
alguns dos pequenos recrutas de
2018 eram camarões do primeiro
recrutamento (em Março) que
entraram mais cedo e alguns dos
camarões maiores presentes
provinham de 2017. Esta diminuição
no número de camarões do primeiro
recrutamento corresponde a uma
pesca densa na campanha de pesca
de 2017, que permitiu a redução do
primeiro stock desovante, do qual
resultaram os recrutas de 2018.
Os vários modelos usados na
avaliação desta pescaria foram
actualizados com os dados de 2017:
modelos de avaliação bioeconómico,
a avaliação baseada na deplecção do
tamanho anual do stock, as
avaliações das relações Stock
Desovante – Recrutamento. Estes
modelos servem para determinar o
estado actual dos stocks e para
proporcionar uma série de
informações necessárias para apoiar
todo o processo de decisões de
gestão do Governo e aconselhamento
à Indústria.
Os modelos indicam que o principal
stock P. indicus sofreu uma severa
sobrepesca de recrutamento, tanto
em 2012 como em 2013. Níveis
semelhantes de recrutamento baixos
voltaram a ocorrer de 2015 a 2017 e
provavelmente mantenha-se em
2018 (Figura 3a). Estes níveis de
stock esgotado corresponderam a um
aumento tanto do comprimento do
cabo mestre do TAE bem como do
número de embarcações,
aparentemente devido a
constrangimentos legais que

Figura 3: (a). Relação entre o primeiro stock desovante estimado a partir da biomassa do
cruzeiro antes da campanha de pesca (em toneladas) e o primeiro recrutamento gerado
(1 ano de idade) dos recrutas do cruzeiro antes da campanha de pesca (em toneladas)
no ano seguinte, dos cruzeiros realizados entre 1990 e 2017 (a esquerda). (b) Relação
entre o segundo stock desovante estimado a partir da biomassa residual em Agosto e
o recrutamento anual total no ano +1, que inclui ambas coortes de recrutamento
(primeira e segunda). Os pontos a vermelho indicam os anos de desova 2011-2017
10 quando ocorreu recrutamento anormalmente baixo (a direita).
permitiram que um número de navios
historicamente licenciados
pudessem retornar à pesca desde
2014 a 2018.
A avaliação da relação Stock
Desovante – Recrutamento (SRR)
em 2017 (a segunda relação SRR e
que analisa os nívies de stock
remanescente em Agosto), confirmou
que o recrutamento de P. indicus
decresceu novamente para o nível
mais baixo de 2016 (Figura 3b). O
nível de recrutamento em 2017
também teve o impacto do esforço
ainda mais alto (309.000 horas
ajustadas padronizadas) devido a um
aumento do TAE (778.000 cabo
mestre metros dias em 2017) que
permitiu a operação de uma frota de
49 navios (acima de 37 navios em
2013). Este esforço aplicado durante
uma campanha de pesca de Abril a
Outubro, teve como resultado que o
segundo e principal stock desovante
em 2017 esteve sujeito a taxas de
exploração muito altas e reduziu o
stock em 2017 a um nível muito
próximo de 2012.
Recomendações
As recomendações e opções de
gestão para as campanhas de pesca
2018/2019 foram: Para o sector
artesanal, recomendou-se que:
Todas as zonas
1. Que a veda da pesca
artesanal de rede de arrasto e
de emalhar de superfície seja
de 5 meses e meio (16 de
Outubro a 31de Março) e seja
aplicada a todas as zonas de
pesca.
2. Que seja feita a fiscalização
às infra-estruturas de
processamento e congelação
ao longo da costa, durante o
período de veda, para impedir
a congelação e exportação de
camarão capturado
ilegalmente pela pescaria
artesanal durante o período
de veda, e
3. Que seja feita a fiscalização a
toda a pesca ilegal incluindo a
pesca com redes mosquiteiras
Para o sector semi-industrial,
recomendou-se que:
Zona de Angoche
1. Que as embarcações semi-
industriais licenciadas para peixe,
que operam em Angoche, sejam
limitadas ao desembarque de
apenas peixe, de modo a não
competirem com os operadores
industriais ou os pescadores
artesanais tradicionais naquela
área.
Zona de Dondo a Machanga (Beira)
2. Q u e a m o d a l i d a d e d e
funcionamento da campanha
de pesca para as
embarcações semi-
industriais a gelo na zona de
Dondo a Machanga (Beira)
seja permanentemente
estabelecida de 1 de Abril a 15
de Outubro.
3. Que o programa de apoio ao
sector artesanal para
embarcações artesanais
"motorizadas" seja
interrompido ou as embarcações
em causa sejam restritas ao
uso de artes de pesca com
tamanho de malha> 75 mm,
ou seja, somente possível a
captura de peixe.
4. Se o ponto 3 não puder ser
alcançado, então estas
embarcações devem ser
licenciadas como parte da
frota semi-industrial de
camarão, ou seja, serem
obrigadas a operar sob as
regras de semi-industriais de
camarão (campanha de
pesca de Abril a Outubro, a
uma milha da costa e sujeitas
ao controlo do cabo mestre).
Para o sector industrial, recomendou-
se que:
1. Que o TAE para 2019 esteja
ao nível estabelecido pelo
Plano de Gestão de 2.100 m de
comprimento de cabo mestre
(equivalente a 23 a 28
embarcações médias actuais)
ao longo de uma campanha de 11
 pesca de 210 dias (ou seja,
TAE = 441.000 metros.dias)
3.
2. Que a campanha de pesca
seja iniciada a 1 de Abril e
terminada a 15 de Outubro
para 2019. Note que a
duração desta campanha de
pesca assume que o
comprimento do cabo mestre
seja reduzido para 2.100 m e
em média as embarcações
devem operar durante 24 dias
12
por mês)
Que sejam implementadas
as políticas e sistemas
administrativos para limitar o
acesso e o estabelecimento
das “partes” (shares) das
empresas na pescaria, antes
do início do período de
licenciamento para a
campanha de pesca de 2019.
Fauna acompanhante de camarão

Localização
Banco de Sofala, área compreendida entre Angoche e a foz
do rio Save, sendo capturada juntamente com o
camarão.

Objectivos

• Estimar a captura total e captura rejeitada de fauna

acompanhante na pescaria industrial de camarão;
• Estudar a composição específica da fauna acompanhante
de camarão;
• Estudar a proporção de camarão em relação à fauna
acompanhante.

No Banco de Sofala pertencentes a 80 famílias. As

a) Composição específica
As amostragens aos desembarques
da Fauna Acompanhante de
Camarão (FAC) foram efectuadas
nos 7 meses da campanha de pesca
(Abril a Outubro) tendo sido
analisadas 157 espécies
famílias que mais contriburam foram
SCIANIDAE (corvinas e macujanas)
com cerca de 18%, PORTUNIDAE
(caranguejos) com 10%,
TRICHIURIDAE (peixes fitas) e
HAEMULIDAE (Peixes pedras e
gonguris) com cerca de 5% (figura
15).

Figura 1: Composição em percentagem das familias mais representativas

na amostras da fauna acompanhante de camarão
na Provincia de Sofala em 2018

b) Distribuição de comprimento percentagem registada nas classes 5

das espécies mais
representativas
A figura 16, mostra a variação de
comprimentos totais das principais
espécies da fauna acompanhante de
camarão (FAC). De referir que estas
fazem parte das amostras de FAC
enviadas ao IIP mensalmente pelas
empresas. Para a espécie Otolithes
ruber, os indivíduos registaram
comprimentos totais que variaram de
4cm a 25 cm, sendo a maior
e 18 cm., o comprimento médio foi de
14,9 cm. A espécie Jhonius
amblicephalus, os comprimentos
totais variaram de 4 a 22 cm, o
tamanho médio foi de 11,5 cm e a
maior frequência foi observada nas
classes de 10 cmm e de 12 a 14cm. A
terceira espécie (Jhonius dussumieri)
a semelhança da espécie Jhonius
amblicephalus os comprimentos
totais variaram de 4 a 22 cm, com
uma moda nas classes 10 a 12 cm e
uma média de 11,5 cm.
13
 Figura 2: Variação dos comprimentos médios das espécies Otolithes ruber (corvina dentuça),
Johnius amblycephalus (corvina sinoide) e Johnius dussumieri (macujana), na pesca de fauna
acompanhante de camarão ao longo do banco de Sofala 2018.

14
Crustáceos de Profundidade: Gamba, Lagostim, Lagosta
e Caranguejo
Localização
Na pescaria de crustáceos de profundidade operam dois tipos de
pescaria: pescaria de arrasto de fundo e pescaria de gaiolas. A
pescaria de arrasto de crustáceos de profundidade e fauna
acompanhante é exercida no Banco de Sofala, entre os paralelos
16 º Sul e 21º Sul para além das 12 milhas náuticas da costa e a
profundidades a partir de 250 metros e fora do Banco de Sofala, a
Norte do paralelo 16 º Sul e a Sul do 21º Sul, para além de 3 milhas
náuticas da costa e a profundidades a partir de 250 metros, nos
o
termos do Diploma Ministerial n 45/2015, de 18 de Fevereiro. A
pescaria de gaiolas para a captura da lagosta de profundidade é
efectuada a Sul do paralelo 21° Sul para além das 3 milhas náuticas
da costa e a profundidades de 100 a 250 metros. Recentemente foi
aprovada a pesca experimental do caranguejo de profundidade
que opera na mesma área de exercício da pesca de arrasto.

Objectivos

• Realizar a monitorização e avaliação da pescaria de crustáceos

de profundidade

• Recomendar medidas de gestão de modo a garantir uma

exploração sustentável dos recursos

Introdução serviu para avaliar os impactos da

Dentro do programa de investigação
de crustáceos de profundidade têm
sido aplicadas formas alternativas de
se proceder à avaliação do impacto
da pesca nos recursos bem como
nos seus habitats utilizando-se
diferentes metodologias. De modo a
realizar a monitorização e avaliação
da pescaria, procedeu-se ao
processamento regular do Diário de
Bordo proveniente das frotas
pesqueiras e dos dados de produção
compilados pela Administração
Nacional das Pescas - ADNAP, bem
como a informação biológica
proveniente da amostragem a bordo
e dos desembarques das capturas
comerciais.
Em 2018 foi feita a avaliação a
pescaria usando a ferramenta BMT
(Benchmarking and Traking Tool) que
tem em vista dar a conhecer o estado
da pescaria tendo em conta os
princípios do MSC (Marine
Stewardship Council. A avaliação
mesma com as mudanças no padrão
de pesca de arrasto de profundidade,
olhando para os três princípios que
definem a certificação pela MSC em
que o primeiro (P1) versa sobre o
estado e sustentabilidade do stock
(pesca continua sem risco de
sobrepesca), o segundo (P2) sobre a
minimização impactos ambientais e o
terceiro (P3) sobre a gestão efectiva
dos recursos.
Resultados
Na pescaria de arrasto de fundo, no
último ano, 2018, houve uma ligeira
redução do esforço de pesca em
número de dias (566 dias),
acompanhado de uma redução nas
capturas de gamba (Figura 1). A
captura total de gambas foi de 1697t,
representando uma redução de cerca
de 11% em relação ao ano anterior
(1916t). Apesar da ligeira redução da
captura por unidade de esforço de
gamba no ano de 2017 este, regra
15
 geral tem estado a decrescer para os
níveis mais baixos dos últimos 20
anos, Figura 2. Com base nos
resultados da avaliação do ano 2017,
foi recomendado uma TAC de 1467 t
de gambas para permitir a
recuperação da biomassa deste
recurso. A captura em 2018 excedeu
em cerca de 15%.
geral tem estado a decrescer para os
níveis mais baixos dos últimos 20
anos, Figura 2. Com base nos
resultados da avaliação do ano 2017,
foi recomendado uma TAC de 1467 t
de gambas para permitir a
recuperação da biomassa deste
recurso. A captura em 2018 excedeu
em cerca de 15%.
A captura da lagosta, lagostim e do
caranguejo quando comparadas com
o ano de 2017, reduziram em cerca de
16%, 28% e 30% respectivamente.
Esta redução das capturas em geral
pode estar relacionado com a falta de
disponibilidade do recurso na área de
pesca, uma vez que foi empreendido
um esforço acima do recomendável
nos últimos cinco anos.

Figura 1: Evolução das capturas totais dos principais crustáceos

de profundidade da pescaria industrial de 2006 a 2018.

Figura 2: Esforço de pesca (dias); capturas (T) e rendimentos

(kg/dia) do total de gamba na pescaria.

O esforço de pesca foi caracterizado dias de pesca, visto que em 2018

por uma redução de número de
barcos na pescaria relativamente ao
ano anterior dado que em 2018
operaram 22 barcos e houve uma
redução considerável do número de
foram registados 3682 dias que
resultaram em uma redução de cerca
de 13% em relação a 2017 (4248
dias) (Figura 6).

16
 Figura 3: Esforço de pesca em dias de pesca e número de barcos
na pescaria de 1994 a 2018.

A captura por unidade de esforço de nas áreas de Bazaruto A, Boa Paz e

gamba (461 kg/dia) registado no ano
2018 teve um aumento em cerca de
10 kg/dia quando comparado com
2017 na qual foi observado um
rendimento na pescaria de 451
kg/dia, Figura 5.
Inhaca. Cerca de 10 espécies
compõem as capturas desta
pescaria. O caranguejo de fundo
contribui com cerca de 60% da
captura total, Figura 7.

Pesca experimental do caranguejo

de profundidade

A pesca ocorre com maior incidência

Figura 4:Composição específica da arte de gaiola da pesca experimental

de caranguejo de profundidade

17
 Tabela 1. Percentagem da captura em função da profundidade

Nome comum Espécie 250-350 350-450 450-550 550-650 650-750 850-950

Cava cava Scyllarides elisabethae 91.09 7.84 0.00 0.35 0.72 0.00
Lagosta Palinurus delagoe 64.32 29.04 3.76 0.31 0.46 1.49
Caranguejo de fundo Ibacus novemdentatus 0.00 100.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Caranguejo aranha Lithodes somn 0.00 99.25 0.75 0.00 0.00 0.00
Caranguejo de fundo Chaceon macphersoni 5.86 32.70 13.60 27.67 20.08 0.09
Cava cava Scyllarides batei 7.25 18.31 74.33 0.00 0.11 0.00
Garoupa Garoupa 0.00 0.00 100.00 0.00 0.00 0.00
Raia Raia 0.00 0.00 0.00 27.52 72.48 0.00
Caranguejo aranha Lithodes mamillifer 0.00 0.00 0.00 14.46 85.54 0.00

* Os quadrados pintados representam as profundidade onde o recurso foi mais capturado

Capturas dominadas por indivíduos comprimento da carapaça do

do sexo masculino em cerca de 95% caranguejo variou de 17 a 198mm
(fêmeas devolvidas ao mar). O (média = 108mm).

Figura 5: Composição de comprimentos de caranguejo

de profundidade n a pesca experimental em 2018.

Recomendações • Elaborar o plano de gestão dos

recursos de profundidade de modo a
• Dar continuidade a Monitorização permitir alocar o esforço de pesca
das pescarias, através de tendo em conta a biologia de recurso.
embarques a bordo e informação de
todas as capturas e do esforço da Conclusão
pescaria;
• A pesca de gamba continua a ser
• Realizar um cruzeiro de explorada no valor limite, estando o
investigação para actualizar a recurso completamente explorado.
estimação actualizada de índices de
abundância das espécies e com
informação independente da pesca;

18
Recursos acessíveis a pesca à linha em Moçambique

Localização
A sul do Save (26° 30’S à 21°S), no Banco de Sofala (21°S à
16°S) e a norte do Banco de Sofala (16°S à 10°30’S).

Objectivos
• Monitorizar a actividade da pesca semi-industrial e industrial de
linha;

• Avaliar o estado de exploração das espécies alvo e recomendar

medidas de gestão com vista a sua exploração sustentável.

Introdução assim como os detalhes sobre a área

A pesca semi-industrial e industrial à
linha decorre na zona a Sul do Save
desde os anos 1980 e no Banco de
Sofala desde o ano 2002; tendo
como alvo peixes demersais de
fundos rochosos (ou recifes) de
elevado valor comercial. Em 2018, na
zona Sul, operaram 16 barcos semi-
industriais e 3 barcos-recreio,
enquanto no Banco de Sofala
operaram 8 barcos semi-industriais e
1 barco industrial. Nesse ano, o IIP
realizou a monitorização dos
recursos acessíveis a estas
pescarias através de amostragem à
bordo das embarcações semi-
industriais em ambas zonas e abordo
da embarcação industrial do Banco
de Sofala. Esta amostragem é a
principal fonte de dados biológicos
sobre os recursos e de composição
específica das capturas.
O IIP realizou a monitorização dos
recursos acessíveis a estas
pescarias através de amostragem à
bordo das embarcações semi-
industriais em ambas zonas e abordo
da embarcação industrial do Banco
de Sofala. Esta amostragem é a
principal fonte de dados biológicos
sobre os recursos e de composição
específica das capturas. Outra
ferramenta usada na monitorização
foram os diários de bordo,
preenchidos pelos capitães das
embarcações, declarando entre
outros, os dados de produção diária,
onde decorreu pesca. Esta constitui a
principal fonte de dados de captura e
esforço de pesca. Barcos recreio que
passaram a exercer a actividade de
pesca comercial, tendo sido
reclassificados como artesanais de
convés aberto, sujeitos ao regime de
gestão aplicável a frota semi-
industrial.
Barcos recreio que passaram a
exercer a actividade de pesca
comercial, tendo sido reclassificados
como artesanais de convés aberto,
sujeitos ao regime de gestão
aplicável a frota semi-industrial.
- Esforço de pesca, captura e
rendimento (Captura por Unidade de
Esforço)
Em 2018, a produção total da pesca
semi-industrial e industrial a linha no
País foi de cerca de 686 toneladas.
Comparativamente ao ano anterior,
houve um aumento tanto no esforço
de pesca total assim como na captura
total em -20% e -18%,
respectivamente (Tabela 1).
A Sul do Save, o esforço de pesca
total aumentou em 29%
comparativamente à 2017 (Tabela 1).
Este aumento no esforço de pesca foi
também acompanhada por aumento
da captura e rendimento médio
(CPUE) em 40% e 7%,
respetivamente (Tabela 1). 19
 No Banco de Sofala o esforço de CPUE da zona Sul representou
pesca total reduziu em -6% em pouco menos que a metade da CPUE
relação ao ano 2017. A redução do do Banco de Sofala (rácio 1:2,2). Na
esforço foi acompanhada por uma zona Sul a tendência decrescente da
redução da captura em -8% e CPUE inverteu-se para o ano de
redução da CPUE em -1% (Tabela 1). 2017, enquanto no Banco de Sofala
este parâmetro tem sofrido
A análise da evolução dos flutuações, mas com tendência a
parâmetros nos últimos quatro anos estabilizar-se em torno dos 240kg/dia
mostra que, na zona Sul o esforço de (Tabela 1).
pesca continua a ser mais alto em
relação ao esforço do Banco de Na zona Norte prevaleceu em 2017 a
Sofala, mas que contrariamente a ausência de pesca comercial por
s u a C P U E c o n t i n u a meio de embarcações semi-
significativamente mais baixa industriais e industriais.
(Tabela 1). Nota-se que em 2018, a

Tabela 1. Esforço de pesca, capturas e rendimento da pesca nos anos 2014 à 2018, por frota
e zonas de pesca.

Área Frota Esforço (dias de pesca) Capturas (t) CPUE (Kg/dias de pesca)
2014 2015 2016 2017 2018 2014 2015 2016 2017 2018 2014 2015 2016 2017 2018
Sul Semi- 2.301 2.221 2.532 1.875 2.593 357,5 369,8 341 218 311,6 155,4 166,5 134,7 116,2 120,2
Industrial
Barcos 77 97 180 181 74 5,6 7,2 12,9 8,8 6,3 72,9 74 71,7 48,8 86,1
Recreio
Total 2.378 2.318 2.712 2.056 2.667 363,1 377 353,9 226,8 317.9 152,7 163 130,5 110,3 119,1
Banco Semi- 2.006 1.951 1.877 1.433 1.372 487,8 450 404 342,2 329,3 243,2 231 169 238.8 240
de Industrial
Sofala Industrial 252 196 67 240 185 68,7 66 15 59,5 38,9 272,8 336 223,9 247,8 210.5

Total 2.258 2.147 1.944 1.673 1557 556,5 516 419 401,7 368,2 246,5 240 215,5 240,1 236,4

- Composição específica das costeiros que constituíam áreas

capturas tradicionais de pesca.
Na zona a Sul do Save, a composição
das capturas foi dominada por No Banco de Sofala, a composição
cachucho (Polysteganus das capturas foi dominada por pargos
coeruleopunctatus), seguidos de (Família Lutjanidae) destacando-se o
robalo (Cheimerius nufar), marreco pargo vermelhão (Lutjanus
(Chrysoblephus puniceus) e peixe sanguineus) e pargo rosa
serra (Scomberomorus commerson) (Pristipomoides filamentosus) (Figura
(Figura 1). No geral prevalece a 1). À semelhança de 2017 nota-se
dominância de esparídeos (Família que há uma tendência de baixa
Sparidae que inclui o marreco, robalo contribuição do cachucho e forte
e cachucho) nesta área (Figura 1). À dominância de pargo vermelhão na
semelhança do que vem composição das capturas. Este facto
a c o n t e c e n d o d e s d e 2 0 11 , o resulta, em parte, da melhoria na
cachucho, espécie que ocorre a captação de dados por via de
profundidades superiores a 80 m amostragem em embarcações semi-
(plataforma exterior e talude), industriais de pequeno porte, que
apresentou uma contribuição alta operaram frequentemente em áreas
comparativamente ao marreco e ao relativamente pouco profundas
robalo que são espécies de (plataforma interior e média), aonde
plataforma continental interior (20-50 domina o pargo vermelhão e também
m) e média (50-80m). Esta são encontrados ladrões (Lethrinus
dominância relativa de cachucho sp., Gymnocraius sp.), o pargo verde
nesta área surge em consequência (Aprion virescens) e xaréus
do aumento da frequência da frota (Carangoides sp., Caranx sp.). Esta
semi-industrial em zonas de recifes composição deriva também da baixa
profundos, localizados mais operacionalidade da frota industrial
afastados da costa, face a diminuição que frequentemente pesca na
20 dos rendimentos de pesca em recifes plataforma exterior (muito afastada
da costa no Banco de Sofala) com cachucho e pargos de profundidade
composição específica típica dos géneros Pristipomoides sp. e
composta predominantemente por Etelis sp..

Figura 1: Composição específica, em peso, da pesca à linha na zona a Sul do rio Save
(Semi-industrial) e no Banco de Sofala (Semi-industrial e Industrial).

- Variação anual do comprimento O cachucho da zona Sul apresenta

das espécies monitorizadas
A Figura 2 mostra que as três
principais espécies (marreco, robalo
e cachucho), estão a ser exploradas
com tamanho médio (CFméd ou Lméd em
milímetros) acima do tamanho da
primeira maturação (L50); o que é
apropriado. Contudo, há que notar
com alguma preocupação o facto da
amplitude de separação destes
parâmetros não ser muito alta, sendo
o facto evidente para o robalo, que
nos últimos tem estado na ordem dos
4cm (Figura 2).
maior amplitude de separação pelo
facto de à várias décadas a frota
concentrar-se em pesqueiros abaixo
da plataforma exterior (<80 m).
Contudo, em consequência do
aumento da frequência da frota semi-
industrial em zonas de recifes
profundos, iniciado em 2011, nota-se
uma tendência de redução do
comprimento médio da espécie nesta
região (Figura 2). Por volta do ano
2012 o comprimento médio do
cachucho estava a cerca de 10cm
acima do L50.

Figura 2: Variação do comprimento à fúrcula médio (CFméd), do marreco (n=1.393), robalo

(n=1.884) e cachucho (n=3.302) capturados na zona a Sul do Save, e do cachucho
(n=29) capturado no Banco de Sofala versus os respectivos tamanhos
da primeira maturação (L50). Valores de n (número de peixes amostrados)
referentes ao ano 2018. 21
 O comprimento médio das outras áreas, está apresentado na Tabela 2.
espécies monitorizadas, em ambas

Tabela 2. Variação do comprimento à fúrcula médio (mm) de outras espécies monitorizadas

(comprimento médio total aplicável para a garoupa). Valores de n (número de peixes
amostrados) referentes ao ano 2018 entre parenteses.

Zona Espécie 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Ladrão relâmpago 350 320 305 320 (158) 319 (78) 432 (103)
Garoupa de Bordo Branco 495 510 535 445 (76) 638 (101) 521 (61)
Sul do Save
Pargo rosa - 335 395 345 (143) 333 (49) 370 (39)
Serra 985 1005 805 740 (131) 1041 (282) 906 (91)
Ladrão relâmpago - - - - 359 (23) 614 (14)
Pargo rosa 375 350 365 400 (840) 383 (436) 411 (802)
Banco de Sofala
Pargo cauda dourada - 460 465 425 (30) 425 (30) 589 (63)
Pargo dentuço - - - - 626 (45) -

Estado de Exploração dos obtidas pelo cruzeiro ao longo do

Recursos
Em 2017 foram conhecidos os
potenciais dos recursos acessíveis a
pesca a linha nas zonas centro
(Banco de Sofala) e norte de
Moçambique, estimados com base
nas taxas de captura obtidas por via
de cruzeiro de pesquisa, com arte de
linha e anzol, realizado no segundo
semestre do ano 2016.
A zona norte, devido a reduzida área
plataforma continental que é estreita,
teve um potencial estimado em 260
toneladas/ano. Apesar de
relativamente baixo, o potencial
estimado representa 2,5 vezes o
potencial anterior de 100 ton/ano
estabelecido empiricamente para
esta região onde até a data, não há
registo de operações de pesca por
meio de embarcações semi-
industriais e industriais. Portanto,
nesta área os recursos estão sujeitos
a exploração moderada feita por
meio de pequenas embarcações
artesanais.
Na zona do Banco de Sofala, a
grande extensão da plataforma
continental e as taxas de captura
relativamente altas concorreram
para a estimação de um potencial de
cerca de 1700 toneladas/ano, seis
vezes maior que o potencial da costa
Norte. O potencial estimado desta
zona representa um incremento em
cerca de três vezes ao potencial
anteriormente em vigor de 600
toneladas/ano. Assim, os recursos
nesta área estão sujeitos a
exploração moderada. A análise da
22 variação das taxas de captura
perfil de profundidade mostraram que
os maiores rendimentos de pesca são
conseguidos na plataforma exterior
(80-200m), localizada muito afastada
da costa (devido a plataforma rasa e
larga que caracteriza o Banco de
Sofala) e por isso sofrer pouca
pressão de pesca até a data.
Na zona a Sul do Save (zona C), área
para a qual existe uma serie robusta
de dados de monitorização, os
resultados da avaliação feita com
base nos dados de 2011 a 2015
sugeriam que, a pescaria se
encontrava sujeitos a sobre-
exploração esforço de pesca acima
do esforço máximo recomendado
(1800 dias de pesca). Assim uma vez
que o esforço exercido nos anos
subsequentes (Tabela 1) continuou a
exceder o valor máximo
recomendado (1800 dias de pesca)
assume-se que os recursos nesta
região permanecem sujeitos a sobre-
exploração. Análises mais
detalhadas, realizadas no exercício
de avaliação 2011-2015 mostram
haver uma sobre-exploração
localizada, com os principais
recursos de pesqueiros pouco
profundos (robalo e garoupa de bordo
branco) sujeitos a sobre-exploração
(F a c t u a l >F 0 . 1 e F m a x ), enquanto o
cachucho, que é uma espécie de
águas relativamente profundas (>70
m), está a ser explorado abaixo do
nível óptimo (Factual<F0.1).
Conclusões
A Sul do Save
Na zona Sul, a análise dos
parâmetros monitorizados (tanto de
parâmetros monitorizados (tanto de
pesca como biológicos), mostram,
nos últimos anos, uma tendência de
agravamento da condição dos
recursos; com decréscimo
acentuado da CPUE; mudança na
dominância específica das capturas
em resultado da mudança de área
para “pesqueiros não tradicionais”,
mais afastadas da costa; e redução
do tamanho médio das espécies.
A tendência actual dos parâmetros
monitorizados reforça os resultados
da avaliação do estado de
exploração dos recursos 2011-2015
que apontam que os principais
recursos costeiros (plataforma
interior e média) estão sujeitos a
sobre-exploração;
Embora os recursos da plataforma
exterior estejam em melhor estado,
nota-se uma tendência de redução
acentuada do comprimento médio do
cachucho, o que pode significar alta
pressão da pesca sobre os recursos
desta região batimétrica, nos últimos
anos.
No Banco de Sofala
As capturas actuais de cerca de 500
toneladas/ano registadas no Banco
de Sofala estão abaixo do potencial
existente, estimado em 1700
toneladas/ano, significando que no
geral os recursos estão sujeitos a
exploração moderada.
Os rendimentos de pesca nesta área
tem sido muito melhores
comparativamente a zona Sul, o que
reforça a ideia de que os recursos
estão em melhores condições; ou
seja sujeitos a exploração moderada.
A análise da composição actual das
capturas mostra dominância de
espécies de águas relativamente
pouco profundas como reflexo da
concentração da frota ao longo da
extensa plataforma interior e média;
contudo a plataforma exterior com
altas e a talude continuam a ser alvo
de baixa exploração nesta área
devido ao seu afastamento da costa.
Na zona Norte
Existe um potencial estimado de
cerca de 260 toneladas/ano na costa
norte acessível a pesca semi-
industrial de linha.
Recomendações para a gestão
das pescarias
Na zona Norte, onde até a data não
há registo de operações de pesca
semi-industrial e industrial,
recomenda-se a promoção da pesca
por meio de uma capacidade
correspondente a 13 barcos semi-
industriais de linha (operacionais por
2600 dias de pesca), para o
aproveitamento do potencial
existente.
Na zona do Banco de Sofala
recomenda-se o incremento da
capacidade de pesca existente até ao
correspondente a 27 barcos de pesca
a linha, sem exceder-se os 5400 dias
de pesca, como forma de se
maximizar o aproveitamento do
potencial existente. Contudo, para
que este nível de esforço
recomendado não gere sobrepesca
localizada, sobretudo pela
concentração da frota em pesqueiros
localizados na plataforma interior e
média, recomenda-se a adoção de
medidas conducentes a distribuição
do esforço de pesca pelas diferentes
batimétricas ao longo da extensa
plataforma do Banco de Sofala.
Na zona a Sul do Save, recomenda-
se a redução do esforço de pesca
actual, para 1.800 dias de pesca ano-
1
, através do licenciamento de um
máximo de 15 barcos conforme o
plano de gestão da pescaria, e TAC
de 400 toneladas. Recomenda-se
ainda o zoneamento da zona C em
duas subzonas; C1 sub-zona de
profundidades inferiores ou iguais a
70 m (9 barcos a operarem por 1000
dias) e C2 sub-zona de
profundidades superiores a 70 m (6
barcos a pescarem por 1000 dias).
23
 Pesca de Pequena Escala na Província e Cidade de
Maputo
Localização
Província e Cidade de Maputo

Objectivos

• Monitorizar as pescarias Semi-inmdustrial de camarão,

Artesanal, Desportiva e Recreativa;

• Avaliar o estado de exploração das espécies alvo e

recomendar medidas de gestão com vista a sua exploração
sustentável.

Introdução ano, este recurso foi igualmente

A monitorização da pesca a nível
da província e cidade de Maputo
engloba as pescarias semi-
industrial de camarão, a pesca
artesanal, a pesca desportiva e
recreativa.
As acções de monitorização
consistem na análise das
tendências de produção com base
em dados das Fichas de Captura
Diária (FCD) e em sessões de
amostragem à bordo na pesca
semi-industrial de camarão;
amostragem ao desembarque na
pesca artesanal; cobertura para
registo de dados em concursos de
pesca desportiva e na recolha de
fichas na pesca recreativa.
Complementarmenmte, estudos
de Avaliação do Estado dos
Stocks tem sido conduzidos sobre
os recursos de camarão de
superficie e a sardinha Hilsa kelee
(Magumba), em virtude de
suportarem as mais importantes
pescarias da Baia de Maputo.
No âmbito da Monitorização das
pescarias, foi realizado pela
primeira vez na Baia de Maputo,
um cruzeiro de investigação do
camarão convista a estimar o
recrutamento inicial, e por
conseguinte, permitir a monitoria
anual da biomassa das principais
espécies de camarão. No mesmo
24
alvo de um Estudo de Avaliação do
Estado do Stock, no qual são
recomendadas medidas para uma
exploração sustentável.
Por outro lado, o ano 2018 foi
igualmente marcado pela
ausência de informação da pesca
artesnal em virtude de uma
reforma ao sistema de
monitorização desta pescaria, que
consistiu na transferência do
SNAPA do IIP para as Direcções
Provinciais do Mar, Águas
Interiores e Pescas (DPMAIPs),
assim como a implementação do
ArtFISH em substituição do
PESCART.
Monitorização
Pesca semi-industrial decamarão
De acordo com os dados colhidos
através das Fichas de Captura
Diária (FCD), a frota semi-
industrial de camarão na Baía de
Maputo esteve activa em 3140
dias de pesca, produzindo 288 t de
pescado na campanha de 2018.
Os melhores rendimentos de
camarão estiveram concentrados
nos meses de Março, Outubro e
Novembro (57 e 48 kg/dia*barco),
registando uma tendência mais ou
menos estacionária em torno de
36 kg/dia*barco) na maior
extensão da campanha de pesca
(Figura 1).
A tendência é fortemente atribuída
a alta intensidade de pesca sobre
a biomassa em fase de
recrutamento, sugerindo que uma
fracção relativamente baixa de
indivíduos atinge o estágio adulto
e consequentemente uma baixa
contribuição em peso nas
a)
capturas no final da campanha. O
rendimento médio de camarão ao
longo da campanha foi estimado
em 41 kg/barco*dia,
representando uma redução na
ordem de 25 % comparativamente
ao ano 2017.
b)

Figura 1: Evolução do esforço de pesca, capturas e rendimentos da pesca semi-industrial

de camarão na Baía de Maputo (a, b) ao longo da campanha de pesca 2018.

Composição das capturas desembarques desta pescaria),

Da produção total desembarcada na sendo a composição das espécies
Baía de Maputo (288 t), estima-se representada conforme a tabela
que o camarão tenha contribuído abaixo.
com cerca de 128 t (44% dos

Tabela 1. Contribuição das espécies de camarão na captura da frota Semi-industrial 2018.

Nome Científico Nome vulgar Peso (ton) %

Penaeus indicus Camarão branco 49 38
Metapenaeus dobsoni Camarão tripa 30 23
Metapenaeus monoceros Camarão castanho 25 19
Penaeus monodon Camarão tigre gigante 12 10
Metapenaeus stebbingi Camarão peregrino 5 4
Penaeus semisulcatus Camarão tigre 3 3
Parapenaeopsis sculptillis Camarão arco-iris 3 3
Penaeus japonicus Camarão flor 1 1
Total 128 100

A fauna acompanhante de camarão comum) 27 t, Otolithes ruber (Corvina

foi estimada em 160 t (56% da dentuça) 14 t, Pomadasys kaakan
produção desembarcada), sendo ( P e i x e p e d r a ) 11 t , J h o n i u s
dominada pelas espécies dussumieri (Macujana de barba) 10 t,
Leiognathus equluus (Patana tal como evidencia a Figura 2, abaixo.

25
 Figura 2: Composição específica da fauna acompanhante do camarão na Baía
de Maputo (% de peso) para cada espécie. O grupo “Outros recursos” representa o
conjunto de espécies com contribuição inferior a 1%

Composição dos tamanhos de 22 mm, Metapenaeus dobsoni (n=

camarão na Baía de Maputo
Na Baía de Maputo os tamanhos de
camarão variaram entre 10 a 48 mm
de comprimento da carapaça, sendo
o comprimento médio da carapaça
para as espécies monitorizadas:
Penaeus indicus (n= 818) 27 mm,
Metapenaeus monoceros (n= 1085)
2698) 15 mm e Parapenaeopsis
sculptilis (n= 94) 26 mm. A frequência
de indivíduos nas diferentes classes
de tamanho para as principais
espécies de camarão
desembarcadas é apresentada na
Figura 3.

Figura 3: Distribuição dos tamanhos de camarão na Baía de Maputo 2018.

Pesca Desportiva e Recreativa No ano de 2018 foi realizado na

Pesca Desportiva
A pesca desportiva é monitorada ao
nível da Cidade e Província de
Maputo nos Distrito de Matutuíne -
ponta do Ouro, Santa Maria e nos
Clubes de desportos (Marítimo,
Naval e Waterfront), sempre que
estes organizam.
26
Província de Maputo (Santa Maria)
um concurso de pesca, onde se
registou uma captura de 1399.5 Kg
com a participação de 237
pescadores todos provenientes de
África do Sul e um rendimento médio
estimado em 6 Kg/pescador. Na
Cidade de Maputo, foram cobertos
dois concursos de pesca, onde se
registou uma captura total de 30.9
Kg, com participação de 76
pescadores, todos de nacionalidade
moçambicana e filiados a um clube
de desportos da cidade de Maputo. O
rendimento por pescador foi
estimado abaixo de 1 Kg.
Composição específica
Na Província de Maputo, foram
registadas cinco espécies, de onde
dominou o peixe serra
Figura 4: Composição específica das capturas
da pesca desportiva na Província de Maputo.
Composição dos tamanhos de
peixe serra (Scomberomorus
commerson) proveniente da
pesca desportiva
A frequência dos indivíduos
capturados nas diferentes classes de
comprimento, encontram-se
representados na figura 6. Os
tamanhos capturados de
Figura 6: Composição por comprimentos de Scomberomorus
commerson capturado na pesca desportiva.
(Sco mb e ro mo ru s co mme rso n )
contribuindo com 1046.9 Kg (75%) na
captura total (Figura 4).
Na Cidade de Maputo, foram
igualmente registadas cinco espécies
onde o atum (Thunnus albacares)
destacou-se contribuindo com 13.3
Kg (43%) seguido do dourado
(Coryphaena hippurus) com 13 Kg
(42%) na captura total (Figura 5).
Figura 5: Composição específica da captura
da pesca desportiva na Cidade de Maputo.
Scomberomorus commerson na
pesca desportiva variaramm de 76
cm a 196 cm, com um comprimento
médio de 94.5 cm. De acordo com o
Fish Base, esta especie inicia a sua
actividade reprodutiva aos 85 cm,
podendo se concluir que a pesca
desportiva incide sobre individuos
maduros.
27
 Pesca Recreativa
Assim como a pesca desportiva, a
pesca recreativa é monitorada na
Cidade de Maputo e no Distrito de
Matutuíne. Este tipo de pesca pode
ser realizado na margem, à bordo de
uma embarcação, com uso de canoa
e em motas de água.
A monitoria desta actividade e
realizada com a colaboração das
estâncias turísticas e clubes de
desportos no tocante ao registo e
informação, atendendo o modo de
operação da própria actividade que
não facilita a logística para a
presença de um técnico das pescas a
fazer o registo. Neste contexto, os
A nível da província de Maputo,
concretamente no distrito de
Matutuine, a monitoria desta
pescaria e realizada em colaboração
com a Reserva Marinha Parcial da
Ponta do Ouro (RMPPO), ao abrigo
de um memorando de entendimento
com o IIP no qual assumiram a
responsabilidade de recolher os
dados em todos os locais onde fazem
a sua monitoria e a partilhar com o IIP.
Durante o ano de 2018, foi registada
uma captura de 2917.84 Kg para um
esforço de pesca de 7225
pescadores, o que se traduziu em um
Figura 7: Composição específica da Pesca Recreativa na Cidade de Maputo,
monitorada a partir do Clube Marítimo de Desportos.
No distrito de Maputo, foram
registadas cerca de 19 espécies, das
quais nove apresentaram uma
contribuição acima de 2%. Destas,
destacam-se as espécies
28 Scomberomorus commerson (serra)
próprios pescadores registam os
dados na ficha fornecida pela
clube/estância turística, o que limita
algum detalhe de informação. As
espécies são registadas pelo nome
vulgar/comum e na maior parte dos
casos, o peso é estimado.
Na Cidade de Maputo, é realizada a
monitoria dos pescadores recreativos
associados a Clubes de desportos
(Clube Marítimo), onde foi registada
uma captura de 717.3 Kg para um
esforço de 72 pescadores ao longo de
2018, que se traduziu em um
rendimento por pescador estimado
em 10 Kg/pescador.
rendimento de cerca de 0.4 Kg por
pescador.dia.
Composição específica
Das espécies registadas, o atum
mostrou-se dominante nas capturas,
representando 28% (198.5 Kg),
seguido do peixe serra com 16% (116
Kg) (16%), Garoupa e Xereu com
15% (110.5 Kg) e 15% (105.3 Kg),
respectivamente. Todos os registos
com percentagem inferior a três,
foram agrupados em um grupo de
outros (Figura 7).
com uma contribuição de 35% (1012
kg), seguido de Thunnus albacares
(atum) com 28% (830 kg) e
Acanthocybium solandri (Cavala
gigante) com 10% (297 kg) (Figura 8).
 Figura 8: Composição específica da Pesca Recreativa na Província
de Maputo no ano 2018.
Cruzeiro de Investigação
No âmbito da monitorização da
Pescaria de camarão da Baia de
Maputo, foi realizado (pela primeira
vez) um cruzeiro de Investigação
abrangendo parte do período de
veda do recurso (Fevereiro de 2018).
O mesmo teve como objectivos
estimar o tamanho do stock inicial
disponível para a campanha de
pesca e, por conseguinte, permitir a
monitoria dos níveis de biomassa das
principais espécies de camarão de
ano para ano. Para o efeito, foi usada
uma embarcação de pesca semi-
industrial que opera localmente, e as
sessões de amostragem consistiram
em campanhas de pesca diária nos
quadrantes da Baia de Maputo,
usando o sistema aleatório
estratificado. A biomassa do camarão
foi estimada com base no método da
Área varrida; e o tamanho do stock
por sua vez, baseado no número total
de indivíduos recrutados e a
contribuição relativa de juvenis nas
áreas de pesca. Os resultados
indicaram uma biomassa de
camarão de 28 t, sendo P. indicus a
espécie dominante com 17 t. O
tamanho do stock, por outro lado, foi
estimado em 247 mil indivíduos, dos
quais cerca de 12 mil correspondem
a novas entradas (indivíduos com
CC<21 mm), pertencendo ao grupo
etário Juvenil. Relativamente a
projecção da campanha de 2018,
pouco se pode inferir sobre a
dinâmica das capturas em virtude da
ausência de estimativas históricas de
Biomassa através de cruzeiros de
investigação nesta área.
Avaliação do estado do stock do
camarão da Baia de Maputo
No ano 2018 foi realizada uma
Avaliação do estado do stock de
camarão na Baia de Maputo, convista
a aferir o quão adequado é o padrão
de exploração exercido pelas
diferentes artes de pesca, para
manter o stock a níveis sustentáveis.
Para o efeito, foram usadas
combinações de modelos de
produção dinâmicos e modelos
estruturais para analisar o estado da
pescaria e do stock de camarão na
Baia de Maputo. Os resultados
mostraram que a pescaria do
camarão na Baia de Maputo
encontra-se sobre explorada, com o
MSY de 522 t e fMSY de 5108 dias de
pesca, indicando que o recurso está a
ser explorado acima do seu nível
máximo. A taxa de exploração
-1
corrente é de 0.63 ano , se
mostrando superior em relação a taxa
que seria optima para manter o stock
-1
em níveis sustentáveis (0.50 ano ). O
manancial do camarão P. indicus
(espécie alvo principal) encontra-se
sobre explorado com uma biomassa
residual que representa 10% da
biomassa virgem, se mostrando
inferior ao limite mínimo de biomassa
ecologicamente sustentável (30%).
Os resultados realçam a extrema
necessidade de contenção do
esforço de pesca, que poderá ser
feita por meio da extensão do período
de veda para 5 meses,
compreendendo os meses de
Novembro à Março; padronização
das medidas das redes de emalhar
fundeadas (comprimento máximo da
29
 rede estabelecido em 500 metros e o
tamanho mínimo da malha, em 60
mm).
Conclusões
• A biomassa de camarão no início
da campanha 2018 foi de 28 t,
sendo P. indicus a espécie
dominante com 17 t (247 mil
recrutas);
• A captura de camarão na frota
30
semi-industrial na campanha 2018
foi de 128 t, sendo P. indicus
representando 38% do volume
total de camarão desembarcado;
• O manancial do camarão P.
indicus (especie alvo principal)
encontra-se sobre explorado
(Bresidual < 30% B.Virgem), realçando a
necessidade de contenção do
esforço de pesca das frotas semi-
industrial de camarao e artesanal.
Recursos Acessíveis a Pesca Artesanal e Semi-industrial
Província de Gaza
Localização
Chòckwé, Mapapa
Objectivos
• Realizar o melhoramento genético de Oreochromis
mossambicus (tilápia mossambica);
• Produzir alevinos de Oreochromis niloticus (Tilápia do nilotica)
de alta qualidade e sexualmente revertidos para as explorações
piscícolas;
• Desenvolver protocolos de produção e treinamento.
Introdução
O Instituto Nacional de Investigação
Pesqueira, Delegação de Gaza que
está sedeada no Centro de Pesquisa
em Aquacultura (CEPAQ), instituição
que funciona com fundos internos e
externos vindos do Governo
Norueguês com estreita ligação com
a Embaixada Norueguesa em
Maputo. Sob orientação Norueguesa
e mediante um memorandum de
entendimento com o Instituto
Nacional de Investigação Pesqueira
(IIP) a Norges Vel (Royal Norwegian
Society for Development) é gestora
dos fundos externos.
Diversos aspectos afetaram a
operação normal do CEPAQ no
segundo semestre de 2018, que
foram paulatinamente resolvidos. Os
principais problemas eram o
fornecimento de consumíveis, falta
de alguns equipamentos (como
jarros de incubação de ovos),
abastecimento de água para fins
higiênicos e pagamento de salários
atrasados ​para os trabalhadores
subcontratados para operações
gerais do CEPAQ (da CTS),
Moçambique e trabalhadores para
segurança, na SOS (Sistema de
Operações e Segurança). Mesmo
assim, a Norges Vel manteu o pleno
f u n c i o n a m e n t o d o C E PA Q
resolvendo problemas práticos
através de pagamentos de diversas
formas mas com um controlo rigoroso
dos recursos alocados e conseguiu-
se avanços no melhoramento
genético de Oreochromis
mossambicus (tilápia mossambica),
na produção de alevinos de
Oreochromis niloticus (Tilápia
nilótica) de alta qualidade e
sexualmente revertidos para as
explorações piscícolas e no
desenvolvimento de protocolos de
produção e treinamento.
Melhoramento genético
Nos últimos anos, o melhoramento
genético de tilápias vem
apresentando resultados
significativos no aumento da taxa de
crescimento, medidas corporais
padronizadas, aumento de
resistência a factores de stress, etc. O
CEPAQ faz o melhoramento genético
da O. mossambicus como forma de
responder com as características
necessárias para a produção
comercial desta espécie. Neste
momento, o maior objectivo é obter
um peixe com uma maior taxa de
crescimento, redução de tamanho da
cabeça e consequentemente
aumento da parte do músculo.
Em 2018 foi produzido a geração 2
(G2) de O. mossambicus e a
conclusão da produção da G2, sua
avaliação de desempenho e
características morfológicas vai-se
estender até princípios de 2019.
Os resultados revelaram que os
31
 experimentos de melhoramento em
hapas foram bem-sucedidos e muito
eficazes na produção duma geração
pura devido ao isolamento/segregação
adequados.
Produção de Alevinos
Ao longo de 2018 foram cruzados
reprodutores (fêmeas e machos) em
diferentes lotes durante o verão onde
as temperaturas estavam acima de
25°C. O número de animais
envolvidos nos cruzamentos
dependia das necessidades de
alevinos solicitados previamente. E,
esses reprodutores eram acasalados
com base em combinações dos
grupos A e B (lotes diferentes) para se
evitar a consanguinidade.
Em geral, faz-se acasalamento num
dia e passado 7 dias começa-se a
colheita semanal de ovos durante 3
semanas e logo depois, o lote é
deixado para um repouso mensal. Os
parâmetros de água: temperatura,
oxigénio, transparência da água, cor
da água e o nível de água são
monitorados regularmente e
corrigidos em caso de se observar
algum desvio do óptimo
recomendado. A tabela 1 indica a
produção obtida durante o segundo
semestre.

Tabela 2. Produção de ovos e Alevinos de Setembro a Dezembro 2018

Mês Ovos Ovos Alevinos Alevinos Alevinos Produção em valores
eclodidos eclodidos revertido produzidos vendidos percentuais
Ovos Alevinos Alevinos
eclodidos revertido vendidos

Set. 237.000 74.429 67.441 67.441 67.441 31% 91% 100%

Out. 531.460 199.828 187.232 127.469 124.101 38% 94% 97%
Nov. 806.002 429.513 144.612 103.648 97.687 53% 34% 94%
Dez. 640.809 206.964 64.406 64.406 57.013 32% 31% 89%
Total 2.215.27 910.734 463.691 362.964 346.242
1
Média 553.818 227.684 115.923 90.741 86.561 38,5% 62,5% 95%

O nível de mortalidade observado Desenvolvimento de protocolos e

(Tabela 1) não é crítico e pode ser
considerado normal em um processo
de produção de alevinos, desde a
coleta de ovos até a embalagem. A
mortalidade é originada por diversos
fatores, tais como: temperatura,
conhecimento limitado de algumas
etapas do processo de manipulação
de ovos, desde a coleta de ovos até a
embalagem.
A alevinagem funcionou a um nível
que pode ser considerado normal,
excepto durante o inverno (Junho-
Agosto), no entanto, o nível de
produção podia ter sido maior que o
ilustrado acima se for comparado
com alevinagens similares por um
lado devido a procura e por outro lado
devido as restrições gerais de
operação do CEPAQ (equipamentos
e insumos, desembolsos, etc.).
treinamento
Os tanques foram povoados entre os
meses de Janeiro a Agosto de 2018.
O povoamento foi variável de 2500 a
7000 alevinos, para testar o
desempenho na engorda a diferentes
densidades. Os peixes são
alimentados 2 vezes por dia (9 e 14 h)
segundo o peso médio resultantes
das amostragens quinzenais.
Diariamente faz-se a medição de
parâmetros de qualidade de água
(oxigénio, temperatura e
transparência de água). Estes
parâmetros ajudam gerir a qualidade
de água durante a engorda. Ao longo
do ano, poucas vezes observou-se
parâmetros de água fora dos padrões
óptimos para cultura de peixe excepto
baixas temperaturas durante o
inverno.

32
A pesca do peixe adulto foi iniciado
em Agosto a medida que os ensaios
terminavam. E, em Dezembro foi
esvaziado quase todos os tanques
para se repetir as algumas
experiencias.
Durante a engorda, foram
observados ectoparasitas nos peixes
do tanque 2 na fase terminal de
cultura. Como tratamento: reduziu-se
a densidade do peixe; fez-se a
mudança de água (água a entrar e
sair durante 24 h); e aplicou-se 15 kg
de sal numa profundidade de 50 cm
durante 24 horas (banho de água
salgada). Depois desse tratamento
os ectoparasitas não foram mais
observados.
Recomenda-se uma monitoria
constante de doenças na estação e
uma amostragem correcta nos
reprodutores, alevinos e na engorda
para o estudo de doenças dos peixes
incluindo o TiLV.
Em colaboração com o Instituto
Superior Politécnico de Gaza (ISPG),
o tanque 7 foi cedido aos estudantes
por um período de 6 meses para eles
desenvolverem diversas
experiencias de culminação de
estudos de Engenharia em
Aquacultura. Os resultados desses
estudos serão apresentados no
relatório de 2019.
Outros 4 estudantes do ISPG
estiveram no regime de estágio
académico durante um semestre.
33
 Recursos Acessíveis à Pesca Artesanal na Província
de Inhambane
Localização
Baía de Inhambane (distritos de Jangamo, Morrumbene,
Municípios de Maxixe e Inhambane), praia do Tofo, distrito de
Govuro, parte continental dos distritos de Vilanculo, Inhassoro e o
Arquipélago de Bazaruto.

Objectivos

• Monitorizar a actividade pesqueira na costa marítima da

província de Inhambane através da colheita e análise de esforço
de pesca e captura;

• Reposição e Replantio da Floresta de Mangal na Província de

Inhambane em 2018
Produção da Pesca Artesanal a uma execução de % e um
Produzidas cerca de 32.321,8 crescimento de % comparando com o
toneladas de pescado diverso de um mesmo período de 2017.
plano de toneladas que corresponde

Tabela 3. Dados comparativos de produção pesqueira de 2018 vrs 2017

Quantidades (toneladas)
Produto de Realização Variação
pescaria Plano do (%) (%)
Real 2017 Real 2018
ano de 2018

Lagosta 15,9 18,4 98,9 537,5 522,0

Caranguejo 957,5 1.101,6 2.377,6 215,8 148,3
Peixe Marinho 26.767,1 28.360,6 27.321,9 96,3 2,1
Camarão 159,6 179,6 212,1 118,1 32,9
Cefalópodes 1.139,0 1.182,8 2.042,5 172,7 79,3
TOTAL 29.039,1 30.843,0 32.053,1 106,6 11,9
Fonte: Instituto Nacional de Investigação Pesqueira

A tabela 4 retracta a produção da nove meses do ano de 2017 Vrs 2018

pesca artesanal da Província de por distritos e por recurso.
Inhambane durante os primeiros

Tabela 4 : Produção anual Preliminar da pesca artesanal por distrito e por recurso de 2018
Camarao
DISTRITOS Camarão N/Penaideo Peixe Cefalopodes Caranguejo Tubarão Lagosta Outros Subtotal
Municipio de I'bane 0,0 0,0 2532,0 204,7 310,0 0,0 13,4 0,0 3060,0
Jangamo 130,5 0,0 648,5 8,0 186,2 0,0 3,5 0,0 976,6
Maxixe 17,7 0,0 5140,8 412,8 252,0 0,0 0,0 0,0 5823,3
Morrumbene 61,0 0,0 950,6 12,0 259,0 0,0 0,0 0,0 1282,7
Vilankulos 0,0 0,0 4759,1 753,8 841,1 0,0 0,0 0,0 6354,1
Inhassoro 1,0 0,0 7485,4 651,1 0,9 0,0 82,1 0,0 8220,5
Govuro 2,0 0,0 5805,6 0,0 528,4 0,0 0,0 0,0 6335,9
Total 212,1 0,0 27321,9 2042,5 2377,6 0,0 98,9 0,0 32053,1

Fonte: Instituto Nacional de Investigação Pesqueira

34
Tabela 5 . Produção Preliminar da pesca artesanal por distrito e por recurso do IV trimestre de 2018
Camarão
DISTRITOS Camarão N/Penaideo Peixe Cefalópodes Caranguejo Tubarão Lagosta Outros Subtotal
Municipio de I'bane 0,0 0,0 580,9 81,1 85,7 0,0 0,0 0,0 747,8
Jangamo 77,5 0,0 203,1 8,0 133,0 0,0 0,6 0,0 422,1
Maxixe 2,2 0,0 491,9 20,4 13,5 0,0 0,0 0,0 528,0
Morrumbene 3,0 0,0 195,8 0,8 33,2 0,0 0,0 0,0 232,7
Vilankulos 0,0 0,0 1029,9 191,8 101,0 0,0 0,0 0,0 1322,7
Inhassoro 0,0 0,0 2392,3 37,5 0,4 0,0 43,3 0,0 2473,6
Govuro 0,4 0,0 1255,0 0,0 173,6 0,0 0,0 0,0 1429,0
Total 83,0 0,0 6149,0 339,6 540,4 0,0 44,0 0,0 7155,9

Fonte: Instituto Nacional de Investigação Pesqueira

ACTIVIDADES INSCRITAS NO
PLANO ECONOMICO E SOCIAL • Monotoria dos dados biológicos
NO ÂMBITO DA INVESTIGAÇÃO das espécies economicamente e
PESQUEIRA socialmente importantes em
Závora, Pomene e Inhassoro, no
• Mapeadas e defenidas 6 áreas âmbito do projecto para a criação
de intervenção (2 em Jogó, em de resilência costeira às mudanças
Salela, Malembwane, Chalambe e climáticas.
Guitambatune) para a reposição e
plantio do mangal na Baía de • Realizadas campanhas de
Inhambane. sensibilização contra habituais
cortes/podas de mangal na
perferia da cidade municipal de
• Produzidos 52 canteiros com um Inhambane o que resultou na
total de 19.500 mudas de mangal recuperação de 15 hectares de
das espécies: Avicenia Marina, mangal e repovoamento com
Ceriops tagal, Brugiera gimnoriza, 10.740 mudas numa área de 23,5
numa estufa localizada em hectares perfazendo um total de
Malembwane (taxa média de 38,5 hectares até Novembro de
sobrevivência por canteiro 98%); 2018 nos distritos da cidade
municipal de Inhambane (21,9 he);
• Reabiltada a estufa de Massinga (4,5 he); Vilankulo (4 he)
Malembwane com material local, e Inhassoro (8,1 he). Participaram
vandalizada por desconhecidos neste evento 167 pessoas (119
em princípios de Janeiro de 2018 homens e 48 mulheres) de entre
(mobilização de estacas de eles funcionários dos sectores
simbire, barotes, ripas e macute públicos, Organizações não-
entre outros materiais). governamentais; alunos dos
ensinos primários e secundários;
estudantes do ensino técnico
• Estudo de testagem da eficiência profissional e universitários;
e sustentabilidade ecológica do líderes comunitários entre outros,
uso de gaiolas na pesca artesanal vide tabela a seguir:
em Inhassoro no âmbito do PRO-
pesca;

35
 Tabela 6. Repovoamento do mangal em 45 hectares

Área Por Hectare N° de Mudas

Distritos
Plano 2018 Real 2018 Real % 2018 Plano 2018 Real 2018 Real % 2018
Baía de Inhambane 28 21,9 78,2 8.532 3.155 37
Massinga 5 4,5 90 1.523 2.056 135
Vilankulo 4 4 100 1.218 1.828 150
Inhassoro 8 8,1 101,2 2.437 3.701 152
Total 45 38,5 86 13.710 10.740 78,3

taxa de sobrevivência situa-se a

• Estabelecidas 6 parcerias com
ONG´s (Alma, Amamuclima,
Mahlahle, Ocean Revolution,
Acudes, Mega Fauna), cujas
actividades encontram-se
focalizadas nas áreas de
conservação dos ecossistemas
marinhos e costeiros,
• Realizadas 20 monitorias em
todas as áreas reabilitadas onde a
cerca de 87%.
• Divulgados 2 programas
radiofónicos semanais e 3
televisivos relacionados com a
educação ambiental sobre a
preservação do ecossistema
marinho (redução do abate do
mangal).

36
Recursos Acessíveis à Pesca Artesanal e Semi-Industrial
na Província de Sofala
Localização
Distritos de Machanga, Búzi, Beira, Dondo e Muanza

Objectivos

• Monitorizar as capturas de pesca de pequena escala artesanal;

• Propor medidas de gestão para uma exploração sustentável dos

recursos

Introdução informação que nos é facultada

No ano de 2018 as actividades de
investigação na Delegação de
Sofala, foram orientadas
essencialmente para os recursos
acessíveis a pesca industrial de
camarão, semi-industrial e pesca
artesanal.
A Delegação continuou a monitorar a
pesca artesanal no respeitante a
composição específica das capturas
e distribuição de comprimentos das
principais espécies monitoradas. As
artes sujeitas a monitorização neste
período foram o arrasto para a praia,
arrasto para bordo, chicocota,
emalhe de superfície e de fundo,
pesca à linha e palangre. As espécies
cujo tamanho é monitorizado são
Hilsa kelee (marora ou magumba) e
Sardinella gibbosa (sardinha
dourada) Arius dussumieri (bagre),
Thryssa vitrirostris (ocar de cristal)
Penaeus indicus (camarão branco) e
Parapenaeopsis sculptilis (camarão
arco-iris).
Na pesca industrial e Semi-industrial
de camarão para além de embarques
são também colhidas amostras de
camarão e fauna acompanhante de
camarão (FAC) aos desembarques
como forma de complementar a
através dos diários a bordo. Durante
os embarques são efectuadas
amostragens biológica (composição
específica e a distribuição de
comprimento) das espécies mais
frequentes. No presente relatório
constam também actividades
realizadas na área administrativa
(finanças e recursos humanos).
Resultados
1. Recursos acessiveis a Pesca
Artesanal
Composição especifica das
capturas
No geral, de um universo de cerca de
62 famílias capturadas em todos os
distritos as mais representativas
foram CLUPEIDAE (magumbas e
sardinhas), ENGRAULIDAE (Ocares)
e SCIAENIDAE (corvinas e
macujanas). Nos distritos da Beira e
Buzi as famílias SCIAENIDAE e
CLUPEIDAE foram as dominantes
com cerca de 30 % e 31%
respectivamente. Machanga a família
CLUPEIDAE com 48%, Muanza a
família ENGRAULIDAE (Ocares)
com cerca de 23% e no distrito de
Dondo a família SCIANIDAE teve
maior contribuição com cerca de
23%, figura 2.

37
 Figura 9: Captura de uma arte de chicocota nas Palmeiras
- distrito da Beira (Fonte: Leonardo Baltazar)

Figura 10: Composição em percentagem das famílias mais capturadas na província

de Sofala em 2018.

b) Distribuição de comprimento das tamanhos muito próximos e abaixo

espécies monitoradas
Nas espécies cujo comprimento é
monitorizado foi verificado que a
espécie Thryssa vitrirostris é
capturada pela arte de Chicocota
com tamanhos menores que o da
primeira maturação (L50=12). A Hilsa
38 kelee por sua vez capturada com
da primeira maturação. O contrário
verifica-se com a Sardinella gibbosa
capturada pelo emalhe de superfície
e o Arius dussumieri capturado pela
linha de mão e palangre, onde
registam-se capturas de indivíduos
com tamanhos maiores que da 1ª
maturação (Figuras 11 e 12).
 Figura 11: Variação dos comprimentos médios de Thryssa vitrirostris (Ocar de cristal)
e Arius dussumieri (Bagre) capturado nas artes de arrasto a praia, arrasto
a bordo, chicocota, emalhe de superficie, linha de mão e palangre.

Figura 12: Variação dos comprimentos médios da Hilsa kelle (Magumba ou Marora)
e Sardinella gibbosa (Sardinha dourada) capturadas no Emalhe de superfície.

Recursos Acessíveis a Pesca (Peixe -fita); PORTUNIDAE e

Semi-industrial
a) Composição específica das
capturas
De um total de 48 espécies
pertencentes a 24 famílias a fauna
acompanhante contribuiu com 87% e
o recurso alvo (camarão) com 13%. As
famílias que mais contribuíram na
fauna acompanhante foram:
SCIANIDAE com 13% representada
pela espécie Otolithes ruber (corvina
dentusa); TRICHIURIDAE 6%,
representada por Trichiurus lepturus
CYNOGLOSSIDAE ambas com 3 %
representadas pelas espécies
Portunus sanguinolentus (caranguejo
sangrador) e Cynoglossus attenuatus
(linguados) respectivamente. Em
relação ao camarão as espécies mais
representativas foram Penaeus indicus
e Metapenaeus monoceros, com cerca
de 7 e 6 % respectivamente. No grupo
de Outras famílias com 45% foram
agrupadas todas as famílias que
tiveram menos de 2% de
represntatividade nas capturas, (figura
13).

Figura 13: Composição em percentagem das espécies mais capturadas 39

na pesca Semi industrial de camarão na Provincia de Sofala no ano 2018.
 b) Distribuição de comprimento
das espécies de camarão
Os tamanhos do camarão amostrado
em 2018 variou de 14 a 50 mm de
comprimento de carapaça. Para a
espécie Penaeus indicus, . de um
universo de 988 individuos desta
espécie, os comprimentos variaram
de 20 a 50 mm, tendo como media 29
Figura 14: Variação dos comprimentos médios das espécies, Penaeus indicus (camarão
branco) e Metapenaeus monoceros (camarão castanho) para ambos sexos (femea e macho)
Conclusão
• A arte de Chicocota continua a
registar capturas de Ocar de
cristal (Thryssa vitrirostris) com
comprimento abaixo da 1ª
maturação.
• A arte de emalhe de superfície
está a registar capturas de
Magumba/Marora (Hilsa kelee)
com comprimento abaixo da 1ª
maturação.
• As espécies de camarão
capturadas na pescaria semi-
40
e 27mm para fêmeas e machos
respectivamente.. Em relação a
espécie Metapenaeus monoceros
dos 1438 indivíviuos amostrados, os
comprimentos variaram de 14 mm a
48 mm, tendo como média 27 e 28mm
para fêmeas e machos
respectivamente. encontravam-se no
estado juvenil, (figura 14 ).
industrial apresentam tamanhos
variáveis desde o juvenil até a fase
adulta.
Recomendação
• Que a arte de Chicocota seja
banida, pelo facto de esta
continuar a capturar espécies
juvenis.
• Recomenda-se a revisão sobre a
malhagem da rede de emalhe de
superfície, por estar capturar
juvenis.
Recursos Acessíveis à Pesca de Pequena Escala na
Província de Tete
Localização
Distritos de Machanga, Buzi, Beira, Dondo e Muanza
Objectivos
• Monitorizar os recursos pesqueiros explorados pela pesca
artesanal;
• Monitorizar a pescaria semi-industrial de Kapenta e;
• Monitorizar o estado do ambiente aquático onde os recursos
explorados habitam.
Introdução
O Instituto Nacional de Investigação
Pesqueira (IIP), tem por objectivo
essencial realizar a gestão científica
dos recursos pesqueiros das águas
jurisdicionais de Moçambique. Para a
realização desse objectivo cabe ao
IIP várias acções, entre as quais, o
desenvolvimento de trabalhos de
investigação necessários ao
conhecimento científico dos recursos
pesqueiros, tendo em vista a sua
gestão, conservação e optimização
da sua exploração.
Durante o período em análise a
Delegação do IIP Tete realizou as
seguintes actividades:
Objectivos
Ambiente Aquático
• Realização de Cruzeiro de
Limnologia
• Lançamento de dados
Ambientais provenientes da
empresa H.C.B.
Pesca Artesanal
• Elaboração do Protocolo de
Biologia Reprodutiva de,
Oreochromis niloticus,).
• Estudo específico (Ocorrência e
distribuição de Lagostim da Água
doce-Cherax quadricarinatus).
• Hábitos alimentares de peixe
tigre (Hidrocynus Vitattus)
Desenvolvimento
No âmbito da monitorização do
ambiete aquático da Albufeira de
Cahora Bassa ,foram realizados
dois 02) cruzeiros de limnologia,
nos meses de Abril e Outubro do
corrente ano. Quanto a análise
das amostras dos Cruzeiros
realizados, foi determinada a
distribuição espacial do fito e
Zoplâncton na Albufeira de Cahora
Bassa.
Foram introduzidos dados
ambientas colhidos e fornecidas
pela empresa H.C.B (fostatos,
Nitratos, Turbidez e Anidrato
Carbonico CO2 livre) de Janeiros a
setembro. De salientar que ainda
aguardamos a recepção dos
meses em falta.
Quanto ao Estudo especifico
(ocorrência e distribuição de
Lagostim da Água doce-Cherax
quadricarinatus). Foram
identificados locais de ocorrências
deste recurso, em alguns estratos
ao longo da albufeira de Cahora
Bassa, onde neste momentos
estamos na fase final de colheitas
de amostras.
41
 Figura 17: Lagostim fêmea no seu estado
de ovulação.
Quanto ao projecto de Cadeia de
Valores do pescado, impora referir
que este protocolo já está na sua fase
conclusiva depois de colher
subsídios da Direcção Provincial.
Está em curso o processo da
elaboração do Protocolo da biologia
reprodutiva de (Oreochromis
niloticus, Bricynus imberi). O trabalho
visa determinar L50 destas espécies.
Em curso o estudo de hábitos
alimentares de hidrocynus vitattus.
Actividades programadas
• Recolha, processamento e
lançamento de amostras para o
estudo biológico de kapenta
• Lançamento de dados históricos
Figura19. Recolha de amostras
42
Figura18: Lagostim Macho
de kapenta, (Limnothrissa
miodon).
• Avaliação do manancial de
kapenta (Cruzeiro biomassa e
mapeamento de área de pesca ao
longo da Albufeira de Cahora
Bassa).
• Estudo de Distribuição espacial e
temporal de kapenta.
Durante o período em análise foram
colhidos amostras dos doze (12)
meses (Dezembro/2017 –
Dezembro/2018) nas duas (02)
empresas; Crijul Pesqueiro e Malawi
Kapenta. uma situada mais a jusante
da bacia do Chicoa e outra próxima a
bacia de Mágoe. A escolha dessas
duas empresas foi para garantir a
obtenção de dados de forma mais
Figura 20. Processamento de amostras
de kapenta no laboratório do IIP
na empresa Crijul Pesqueiro
Quanto ao lançamento de dados
históricos de kapenta, foram
lançadas 1.231 fichas na base de
dados que corresponde as
empresas: Emicochi, Kapenta de
Moçambique, Aqua Industries, Pesca
do Interland, Pesca Safaris,
Organizações Kapenta, Pesca de
Nova Chicoa, Chicoa NSCZ, Pescas
Confianças, Cazindira Fisheries e
Angelus DL e Organizações
Figura 21: Recolha de Figura 22: Leitura da sonda
amostra de água.
Para análise de fitoplâncton
e zooplâncton
Palmeiras. de referir que está em
curso a seleção de fichas já
introduzidas no ficheiro Excel para
evitar a dupla digitação.
Foi realizado o Cruzeiro de biomassa
de kapenta e mapeamento da área de
pesca ao longo da Albufeira de
Cahora Bassa) entre os dias 24 a 30
do ano corrente.
Figura 23: Preparação
hidroacústica. do CTD
(aparelho para registo
de parâmetros)
43
 Recursos Acessiveis à Pesca de Pequena Escala na
Província da Zambézia
Localização
A Província da Zambézia é constituída pelos distritos costeiros de:
Pebane, Maganja da Costa, Namacurra, Nicoadala, Quelimane,
Inhassunge e Chinde perfazendo uma linha de costa de 278km.
Objectivos
• Fornecer informações referentes a actividade da pesca artesanal
Introdução
O Instituto de Investigação Pesqueira
(IIP) é uma instituição do estado
subordinada ao Ministério do Mar,
Águas Interiores e Pescas e tem
como objectivos, entre outros, o
desenvolvimento de trabalhos de
investigação necessários ao
conhecimento científico dos recursos
pesqueiros das águas jurisdicionais
de Moçambique, tendo em vista o
cumprimento de um dos objectivos
plasmados no programa quinquenal
do governo para o sector, que é,
assegurar a gestão sustentável e
transparente dos recursos naturais e
do ambiente, através da
investigação.
Na província, as actividades do IIP
estão mais direccionadas a monitoria
da pesca e do ambiente aquático e
estudos específicos para a melhoria
do conhecimento dos recursos
pesqueiros. Neste contexto, o
presente relatório pretende
descrever as principais actividades
realizada pela instituição no primeiro
semestre de 2018.
Principais actividades desenvolvidas
Estudos específicos
Para melhorar o conhecimento dos
recursos pesqueiros e apoiar a
exploração sustentável dos mesmos,
continuou-se com os estudos
iniciados no ano de 2017. De
salientar que os projectos de
investigação propostos para este ano
44
não foram dotados de orçamento por
parte da Direcção Provincial de
Economia e Finanças, e os correntes
estão sendo feitos com apoio dos
parceiros.
Biologia reprodutiva do caranguejo
de mangal (Scylla serrata, Forskal,
1775) na província da Zambézia,
Moçambique
Com este estudo pretendia-se saber
a época do ano em que ocorre a
desova e com que tamanho os
indivíduos começam a desovar. Esta
informação é útil para propor um
período de defeso, para proteger os
reprodutores e definição do tamanho
mínimo de captura deste recurso na
província. O relatório concluiu que:
A espécie tem um ciclo reprodutivo
contínuo, isto é, desova todos os
meses, contudo o pico ocorre no mês
de Abril e entre Setembro e Outubro,
quando os indivíduos atingem 9,80
cm da largura da carapaça;
O intervalo de maturação gonadal
desta espécie foi estimado entre 9,50
e 10,12 cm da largura da carapaça;
A época de recrutamento, que indica
o período em que novos indivíduos
são incorporados à população, ocorre
nos meses de Janeiro ao mês de
Março.
E com base nessas conclusões, foi
recomendado, o seguinte:
Estabelecimento de período de
defeso nos meses de Abril, Setembro
e Outubro e veda nos meses de
Janeiro a Março, de modo a proteger
os reprodutores e juvenis, isto
permitirá que as fêmeas põem os
ovos e cuidem das posturas e os
juvenis cresçam, garantido, um bom
recrutamento a pescaria;
Interdição de captura de fêmeas
ovadas e indivíduos abaixo de 10 cm
da largura da carapaça, isto
assegurará que todos indivíduos
sejam capturados depois de terem
desovado pelo menos uma vez,
garantindo assim, a manutenção do
manancial.

Figura 24: Técnicos do IIP durante amostragem laboratorial e amostra de caranguejo

mostrando um dos estágios de maturação.

Este relatório foi submetido ao principais espécies de tubarão

Conselho Técnico (CT) do IIP para a
apreciação. Por sua vez, o CT fez
algumas sugestões para a melhoria,
as quais foram feitas e reenviado de
novo ao CT e está-se para a última
avaliação.
Biologia reprodutiva do tubarão na
Zambézia de duas principais
espécies: Sphyrna zygaena e
Carcharhinus leucas
(Sphyrna zygaena e Carcharhinus
leucas) incluindo a biologia
reprodutiva, no distrito de Quelimane
(Zalala) província da Zambézia.
Durante o período foram amostrados
1519,2 Kg de diferentes espécies e
para além das que são objecto deste
estudo, todas em recurso ao emalhe
de fundo (Tabela 1) e o relatório está
previsto para o mês de Dezembro.

Neste estudo pretende-se

caracterizar a exploração de duas

Tabela 8: Resumo das capturas de tubarão desembarcadas no centro de pesca e

desembarque de Zalala entre Janeiro e Março de 2018.

Espécie F M Total (t)

Carcharhinus falciformis 15.40 34.37 529.28
Carcharhinus leucas 2.78 8.70 11.48
Carcharhinus limbatus 209.80 340.73 550,53
Carcharhinus sealei - 7.60 7.60
Loxodon macrorhinus - 2.20 2.20
RHINOBATIDAE 14 0 14
Rhvnchobatus dieddensis 18.90 13.30 32.20
Sphyrna lewini 171.10 200.81 371.91
Total 417.98 607.71 1519,2

Os indivíduos capturados pertencem há captura também de indivíduos em

as diferentes classes de tamanhos, o fases avançadas de desenvolvimento
que significa que a pesca é feita num das gónadas (Figura 25).
local de reprodução e crescimento e

45
 Figura 25: Amostra de uma captura de diferentes espécies de tubarão com predominância
de juvenis (1) e outros em estágios avançados de desenvolvimento gonadal (2).

Exploração sequencial de rosenbergii. Outras espécies que não

camarão no Banco de Sofala
Este estudo pretende saber o efeito
das artes da pesca artesanal no
sobre o recrutamento do camarão no
Banco de Sofala. Foram amostradas
31,7 kg de camarão de diferentes
espécies, sendo 75% de Penaeus
indicus, 15,5% de Metapenaeus
monoceros, 6,9 de Parapenaeopsis
sculptilis, e 1,5% de Macrobrachium
foi possível identificar devido ao
tamanho diminuto foram
conservadas e enviadas ao
Departamento de Crustáceos do IIP-
sede. Igualmente foram amostras 8,9
kg de fauna acompanhante de
diferentes espécies (Tabela 9). Foram
também amostradas 8,9 kg da fauna
acompanhante. O relatório está
previsto para 2º trimestre de 2019.

Tabela 9. Camarão amostrado no estudo “Exploração Sequencial de camarão no Banco de

Sofala entre Junho a Novembro de 2018 no distrito de Quelimane

Espécie Peso (g) %

Penaeus indicus 4.322 75.0
Metapenaeus monoceros 895 15.5
Parapenaeopsis sculptilis 400 6.9
Penaeus monodon 55 1.0
Macrobrachium rosenbergii 84 1.5
Outras 5 0.1
Total 5.761 100.0

Cruzeiros de investigação campanha de pesca de 2018 poderá

Cruzeiro de estimação de
biomassa de camarão no Banco de
Sofala
Os resultados do relatório indicam
que para o princípio da campanha de
2018 estará disponível uma
biomassa total de camarão estimada
em 914 t, com um rendimento médio
de 19,2 kg/h. Isto representa uma
redução de 49% da biomassa em
relação 2017 (1852 t). Os resultados
indicam ainda que o manancial está
num estado crítico e a captura da
46
estar entre os valores da campanha
de 2016 (2533 ton) e 2014 (3579 ton),
dependente do recrutamento que
acontece em Março e a fauna
acompanhante representou 89,7%. E
recomenda-se, a redução do esforço
de pesca, da situação actual de 3515
m para o nível estabelecido pelo
Plano de Gestão de 2.100 m de
comprimento de cabo mestre
(equivalente a 23 a 28 embarcações)
ao longo de uma campanha de pesca
de 210 dias (ou seja, TAE = 441.000
metros/dias).
 Figura 26: Amostras de camarão obtidas durante o cruzeiro
de estimação de biomassa no Banco de Sofala no mês de
Fevereiro de 2018.

Cruzeiro Dr. Fridtjof Nansen suporte financeiro da FAO e é de

Cinco técnicos participaram no
cruzeiro de investigação na costa
Moçambicana num período de 35
dias. Esta actividade foi feita com
carácter regional. Os dados brutos do
cruzeiro indicam um decréscimo da
biomassa dos mananciais
comparativamente aos resultados do
cruzeiro realizado em 2014.

Figura 27: Técnicos da Delegação do IIP da Zambézia, abordo do navio F. Nansen, fazendo
análise gonadal e do conteúdo estomacal de algumas espécies de peixes e posterior
registo nas fichas para o seu armazenamento na base de dados do Nansen,
em Março de 2018.

Monitorização da pesca mais abundantes, seguidas de

Amostragem laboratorial
De Maio a Julho foram amostrados
no total 217,6 kg de camarão de
superfície (3692 machos e 2612
fêmeas) de diferentes famílias e
espécies, sendo que a família
Penaeidae foi composta por seis
espécies. Destas, o camarão branco
(Penaeus indicus) e arco-íris
(Parapenaeopsis sculptilis), foram as
camarão castanho (Metapenaeus
monoceros) (Figura 5a). Foram
também amostrados 259,4kg da
fauna acompanhante, a qual foi
dominada pela família Engraulidae
(Thryssa vitrirostris) e Scianeidae
(Johnius dussumieri, Johnius
amblycephalus) e a família
Trichiuridae (Trichiurus lepturus)
(Figura 28b).

47
 Figura 28: Principais espécies de camarão de superfície capturadas pela Krustamoz (a)
e respectiva fauna acompanhante (b).

Relativo ao camarão de profundidade 5%, respectivamente. A amostra da

(gamba), foram amostrados 20,5 Kg,
composta por apenas duas
espécies, Aristaeomorpha foliácea
(gamba vermelha) e Aristeus
antennatus (gamba rosada), com 95 e
fauna acompanhante foi de 16,8 Kg, a
qual foi dominada pelas espécies
Polynemus indicus (Barbudo do
índico) com 55% (Figura 29).

Figura 29: Composição específica da fauna acompanhante da gamba obtida

a partir das amostras fornecidas pela empresa Krustamoz, Moz, Lda.

Amostragem abordo para a família Penaeidae.

Foram amostrados abordos dos
navios da empresa Krustamoz Moz,
Lda, 1.058,3 Kg de Camarão de
diferentes espécies e estágios de
maturação gonadal, com destaque
Adicionalmente, foram também
amostrados 244,6 Kg de fauna
acompanhante, representada
maioritariamente pelas famílias
Sciaenidae, Engraulidae e
Trichiuridae (Tabela 10).

Tabela 10. Resumo da amostragem realizada abordo dos navios da empresa Krustamoz, Moz,
Lda, entre os meses de Maio a Setembro de 1018.

Embarque Total
Item
I II III
Camarão (Número indivíduos) 7294 4257 6330 17881
Camarão (Kg) 516 417.3 125 1058.3
Fauna acompanhante (Kg) 19 95.6 130 244.6
Fichas (Número) 70 32 53 155

48
Monitoria da pesca de caranguejo
Foram amostrados 192,4 kg de
caranguejo do mangal (58,7 kg
fêmeas e 133,7 machos). A monitoria
das capturas diárias das empresas
pelo IIP iniciou em Junho e os dados
Figura 30: Capturas diárias do caranguejo do mangal (Scylla serrata)
por empresas entre Junho e Dezembro de 2018, na província da Zambézia.
Restauração e conservação do
ecossistema do mangal
Criação da Unidade de
coordenação distrital de
Quelimane
Foi criada a Unidade de
Coordenação da Implementação da
Estratégia do Mangal (UdC) para o
distrito de Quelimane – Província da
Zambézia. Este órgão tem como
tarefas, coordenar e garantir que as
acções e actividades de
desenvolvimento, pesquisa,
restauração e capacitação no âmbito
do ecossistema do mangal, sejam
abrangentes, inclusivas e integradas.
A estratégia adotada pelo IIP nesta
actividade será por meio de
pagamento de serviços das
Organizações da Sociedade Civil
vocacionada nesta área, a qual deve
garantir o envolvimento da
comunidade local de modo a
assegurar a sustentabilidade do
processo. Neste sentido, foi assinado
indicam uma captura registada de
72,68 toneladas. Das sete empresas
que operam na província, apenas três
fornecem informação, em virtude das
outras estarem num período de
interrupção (Figura 30).
um contrato entre o IIP e a ANAMA
para a Restauração de 100 ha no
distrito de Quelimane. Nesta
actividade, o sector tem a
responsabilidade de dar assistência
técnica e financeira a ANAMA, para
além da monitoria permanente da
actividade. Já foram desembolsados
cento e sessenta e três mil, trezentos
e trinta e três meticais e trinta e três
centavos (163.333,33Mt),
correspondente o pagamento de
primeira prestação que será usado
para a construção do viveiro com a
capacidade de 100.000 mudas do
mangal branco (Avicenia marina).
Identificação e quantificação das
áreas degradadas do mangal
A área de cobertura de mangal no
distrito de Quelimane (cidade e
arredores) foi estimada em 14.900
ha. Desta área 63% (9.400 ha)
encontra-se desmatada e apenas
37%, correspondente a 5.500 ha é
que possui mangal vivo (Figura31).
49
 Figura 31: Área de mangal intacto (em verde) e área de mangal degradado
a vermelho, no município e distrito de Quelimane.
Monitoria das actividades de
restauração do mangal
Foram feitas visitas de monitoria em
zonas onde há iniciativas de
repovoamento do mangal pelo
projecto ICEI no distrito de Mocubela
e Pebane. Foi estimada a área
reflorestada com base em
coordenadas geográficas em 23 ha.
As principais espécies restauradas
foram Avicenia marina, Ceriops tagal
e Rhizophora mucronata, através do
plantio directo por meio de propágulos
e plântulas.
Estabelecimento do viveiro de
mangal
Em curso, o estabelecimento de um
50
viveiro de mangal na comunidade da
Madal, distrito de Quelimane. A
previsão da capacidade do viveiro é
de 100.000 mudas de mangal da
espécie Avicenia marina. Este viveiro
está sendo construído pela ANAMA
(Associação de Amigos e Naturais da
Madal), a qual assinou um
memorando de entendimento com o
IIP para estabelecer o viveiro e
restaurar com envolvimento da
comunidade cerca 100 ha de mangal
no ano de 2019. Neste processo, a
Delegação do IIP terá a
responsabilidade de fazer assistência
técnica e monitorização da actividade,
enquanto o IIP sede fará o suporte
financeiro.
 Figuraa 32: Lançamento do primeiro pilar do viveiro comunitário
de mangal de Massangano (Madal)

Assistência técnica aos feito o controlo da qualidade da água

piscicultores
No âmbito da promoção e fomento
das actividades de piscultura, tem-se
feito a monitoria de parâmetros
ambientais nos tanques piscícolas na
província. Nesta monitoria tem-se
(pH, transparência da água, oxigénio
dissolvido e temperatura (figura 33).
Resultados indicam valores abaixo
em relação ao recomendado na boa
qualidade das águas dos tanques
piscícolas, excepto a temperatura.

Figura 33: Leitura de transparência de água (a esquerda) e medição de pH ( a direia).

51
 Pesquisa de espécies da zona meso pelágicas do norte
de Moçambique na Província de Cabo Delgado

Localização
As ilhas de Vamizi, Metundo e Quifuque, estão localizados no
distrito costeiro de Palma e estas ilhas fazem parte do
Arquipélago das Quirrimbas

Objectivos
• Reforçar a eficácia da gestão do Santuário da Comunidade
Vamizi

• Geração de conhecimento de ecossistemas profundos

Proteção de espécies ameaçadas

Introdução coordenação com Instituto Nacional

No âmbito do Projecto Oceano Vivo,
foi realizado entre os dias 16 a 31 de
Agosto do ano em curso, o trabalho
de pesquisa de espécies marinhas
em arredor das ilhas de Vamizi,
Metundo e Quifuque, esta pesquisa
foi levada acabo pela Barco de
pesquisa "Angra Pequena" (fig.1)
liderada pela wild Ocean em parceria
com a Universidade Lúrio, em
de Investigação Pesqueira.
A equipe de trabalho foi composta por
pesquisadores sul-africanos, um
Técnico do Instituto nacional de
Investigação Pesqueira, um docente
e uma estudante ambos da
Universidade Lúrio.

Figura 1: Barco de pesquisa Angra Pequena.

52
Matérias e Métodos
Área de Estudo
As ilhas de Vamizi, Metundo e
Quifuque, estão localizados no
distrito costeiro de Palma e estas
ilhas fazem parte do Arquipélago das
Quirrimbas, a área em estudo é rico
em biodiversidade marinha e é uma
importante zona de multiplicação de
corais.
A pesquisa esta sendo desenvolvida
na região norte de Moçambique, no
distrito de Palma entre as ilhas de
Vamiz, Metundo e Quifuque e na
Africa do sul em Durban na região de
Isimangaliso fig.2, e tem uma duração
de 2 anos (2019-2020).

Figura 2: Área de estudo.

Metodologia de suporte ( fig. 3), o aparelho era

O trabalho consistiu em realizar
amostragens subaquáticas com
recurso a um aparelho designado por
BRUVs ( Baited remote underwater
video surveys ) que consistiu em
acoplar um conjunto de camaras
submersíveis, iscos e lanterna com
uma iluminação led a uma estrutura
mergulhado em profundidades que
variava de 10 m a 500 m de
profundidade , para poder atrair os
cardumes, foi usado iscos (carapau),
as lanternas led serviram para poder
dar visibilidade as imagens filmadas
pelas camaras na zona afótica.

Figura 3: A- BRUVs já preparados para o lançamento no mar, B- momento em que

os técnicos faziam o lançamento do BRUVs no mar).

53
 Foram desenhadas trajetórias em
ziguezague paralelos a costa e logo
em seguida foram marcados pontos
de amostragem com recurso a GPS
do Navio, as profundidades foram
divididas em três categorias: 10m a
30m de profundidade denominou-se
zona de aguas rasas, de 30m a 50 m
de profundidade chamou-se de
aguas pouco profundas e de 50m a
500 m de profundidade foi
denominado aguas profundas.
Os aparelhos eram mergulhados
num período de uma hora, em cada
zona de amostragem, onde
posteriormente eram retirados e em
seguida retirava se as camaras do
aparelho para uma visualização dos
vídeos e as espécies visualizadas
eram identificadas com base em
literaturas disponíveis tais como
guias de identificação de espécies
marinhas (fig. 4).
Em cada local de amostragem, eram
recolhidos dados tais como: espécies
identificadas, profundidade e
coordenadas e tipo de habitat.

Figura 4: Técnicos no processo de identificação das espécies

filmadas por BRUVs

A B

Figura 1: Processo de preparação da isca (A- Corte do carapau

e pequenos pedaços, B- processo de trituração)

54
 C D

Figura 2: C- Acoplagem do dispositivo da isca no BRUVs, D- lançamento

da corda com guincho para retirada do BRUVs no mar.

E F

Figura 3: Alumas espécies filmadas por BRUVs (E- Tubarão Marracho

F- Garoupa gingante)

Considerações Finais pela equipe de trabalho da Wild

No final de cada amostragem os Ocean e partilhados para todos os
dados recolhidos eram organizados intervenientes que fizeram parte da
numa folha de Excel, onde pesquisa.
posteriormente serão analisados

55
 Recursos Acessíveis à Pesca Artesanal na Província
de Niassa

Localização
Lago Niassa (distritos de Lago e Lichinga)

Objectivos

• Monitor a actividade da pesca artesanal

• Desenvolver estudos específicos sobre a biodiversidade do

Lago Niassa

Introdução Cyprinidae, Ciclidae, Claridae e

O Instituto Nacional de Investigação
Pesqueira delegação de Niassa,
desenvolve estudos de investigação
e pesquisa científica na área
pesqueira e aquícola convista a
promover um desenvolvimento
sustentável. Neste contexto, no ano
de 2018 as actividades de
investigação foram orientadas
essencialmente para os recursos
acessíveis à pesca artesanal, bem
como acções dirigidas a
biodiversidade no Lago Niassa.
O presente relatório descreve as
principais actividades da delegação,
nomeadamente a monitoria da pesca
artesanal, estudos específicos para a
melhoria do conhecimento dos
recursos pesqueiros, recursos
humanos e administração e finanças
Monitorização da pesca artesanal
A pesca artesanal no Lago Niassa é
exercida com recurso a cinco
principais artes de pesca: (Emalhe,
Cerco/Chilimila, Arrasto a praia,
Palangre e Linha de mão). As
principais espécies alvas da pesca
artesanal são das famílias
Bagridae.
Segundo a última actualização, o
potencial pesqueiro do Lago Niassa
foi calculado em 20.772
toneladas/ano. Deste valor, a
Engraulycipris sardella (usipa) e
Copadichromis spp (utaka)
representam as espécies mais
capturadas.
Em 2018, as capturas da família
Cyprinidea cujo recurso alvo é
Engraulycipris sardella representam
cerca de 71% das capturas total do
Lago Niassa. As espécies
Copadichromis spp e Oreochromis
spp (Chambo), dois grupos
pertencentes à família ciclidade
tiveram uma contribuição de 27% da
captura total no Lago Niassa.
As famílias Claridae (0,5%) e
Bagridae (0,4%), cujos seus
representantes são os peixes barba
vulgarmente conhecidos por catfish,
representaram uma captura total
abaixo de 1% no Lago Niassa,
conforme ilustra a figura 1.

Figura 34: Composição especifica das famílias capturas

56 pelas cinco artes de pesca
Composicação especifica das
famílias capturadas por artes
de pesca
Neste capitulo fez-se a descrição da
percentagem da composição
especifica das espécies por grupo de
famílias de todas as artes usadas no
Lago Niassa com excepção de linha
de mão,que em 100% das suas
capturas é representada pela família
cichlidae, que inclui os géneros da
Ramphochromis ssp (Ntcheni),
Copadichromis ssp ( Utaka),
Dimidiochromis kiwinge (Binga) e
Buccochromis notataenia (Khota)
Arrasto a praia
A Figura 35 ilustra a composição
específica das famílias das espécies
capturadas com recurso a arrasto a
praia. Esta arte tem a particularidade
de ser executada no período diurno e
nocturno. Tanto no período no diurno
assim como noturno (realiza-se com
recurso à fonte luminosa), o principal
recurso alvo é a usipa, espécie da
família (Cyprinidae 86,52%). A família
cichlidae (12,46%) cujas principais
espécies são do género
Copadichromis ssp representa o
segundo grupo de espécies mais
capturadas desta arte.

Figura 35: Composição especifica das famílias capturas

pelo arrasto a praia

Chilimila/cerco alvo a usipa, um ciprinídeo cuja

A Chilimila/cerco pode ser
considerada a principal arte
praticada pelos pescadores
artesanais no Lago Niassa. Esta arte,
geralmente executada com recurso a
fonte luminosa, tem como recurso
abundância é determinante nas
capturas total do Niassa. Em 2018,
esta arte contribuiu com 82% das
capturas das espécies da família
Cyprinidea (Figura 36).

Figura 36: Composição especifica das famílias capturas

pelo Chilimila/cerco

57
 Palangre/ Long Line
As principais espécies (Clarias
garienpensis, Bathyclarius
nyassensis e Clarias gariepinus),
vulgarmente conhecidas por peixe
Figura 37: Composição especifica das famílias capturas pelo Palangre
Emalhe
A emalhe é uma arte passiva que no
lago Niassa representa a maior
captura das familias das especies
alvos pelos pescadores
artesanais.Ela é normalmente
Figura 38: Composição especifica das familias capturas pela emalhe
Estudos específicos
Por forma a melhorar a gestão,
conservação dos recursos
pesqueiros, foram desenvolvidos
seguintes estudos:
a) Monitorização da qualidade
água de Tanques piscolas
Durante o período em análise, foi
analisada a qualidade de água de
quatro tanques píscolas de três
unidades de produção aquícola do
sector privado localizados nos
distritos de Sanga (tanques 1 e 2),
Lichinga (tanque 3) e cidade de
Lichinga (tanque 4). A actividade
enquadra-se na contribuição do IIP
58
barba, todos da família Claridae
(75%), representam o grupo de
espécies mais capturadas pelo
palangre, Figura 37.
colocada nas tardes e recolhida na
manhã do dia seguinte. As principais
especies alvos são o chambo e
ntcheni, todas da familia Cichlidae,
como indica a figura 38.
na melhoria da produção aquícola e
visava aferir os parâmetros físicos,
químicos e biológicos da qualidade
de água. Os resultados apresentados
na tabela 1 indicam que no tanque 4,
foi identificado presença de
coliformes fecais. Este dado pode se
dever o facto de esta unidade
localizar-se numa zona residencial
densamente habitada e ser
atravessada por um pequeno riacho.
Para evitar possível contaminação
humana por consumo de peixe,
medidas preventivas como
renovação de água/esvaziamento de
tanque, deverão ser tomadas.
Tabela11. Parâmetros da água dos tanques piscícolas

Nitrito Condutividade Coliformes

Parâmetros Nitrato Alcalinidade pH Oxigénio eléctrica Turvação
(mg/1) fecais
(mg/1) (mg/1) (µmhos/cm)
Padrão <0,15 mg/1 =10 40-200mg/1 6--9
Tanque 1 0,66 4,4 30 6,8 42,2 67,2 15 0
Tanque 2 0,66 4,4 30 6,8 43,1 70,9 17 0
Tanque 3 0,125 15 40 6,8 45,5 97 10 0
Tanque 4 0,125 15 40 6,8 46,5 222,4 14,4 3

b) Levantamento de zonas de quantidade, cobrindo 21 centro de

ocorrência de outros recursos
aquáticos não pesqueiros
(hipopótamos e crocodilos)
O objectivo deste trabalho é servir de
base para um futuro mapeamento da
zona de ocorrência dos recursos
aquáticos não pesqueiros
(hipopótamos e crocodilos) no Lago
Niassa e, prevenir futuros conflitos
homem-animal. O estudo consistiu
no preenchimento de fichas com
indicação do nome das espécies,
pesca coberto pelo sistema de
amostragem da pesca artesanal nos
distritos (Lago e Lichinga) banhado
pelo Lago Niassa.
O relatório preliminar do
levantamento indica que nas regiões
de Chicoa e Tchissanga (todos
pertencentes ao estrato de Ngoo,
distrito de Lago) há predominância de
crocodilos e hipopótamos, conforme
ilustra a tabela 12.

Tabela 12. Algumas zonas de predominância de hipopótamos e crocodilos

Regiões
Animais Total
Chicoa Tchissanga
Crocodilos 6 0 6
Hipopótamos 6 1 7
Total 12 1 13

c) Estudo da Diversidade e Metangula (Seli, Chuanga, Thungo) e

abundância da ictiofauna do
Lago Niassa
Dando continuidade a actividade
iniciada em 2016,em colaboração
com a SAIAB, durante o presente ano
(setembro e outubro), foi feito o
levantamento da Diversidade,
através do lançamento das camaras
subaquáticas cobrindo as áreas de
Meluluca (Meluluca sede e Lussefa),
totalizando cerca de 190 vídeos. A
análise de vídeos e o relatório final
desta actividade será apresentado
em 2019. Com este trabalho,
pretende-se melhorar a identificação
taxonómica, monitorar e aferir a
ocorrência e abundância da
ictiofauna no Lago Niassa.

Figura 39: Sistema de duas camara subaquáticas utilizadas no Lago Niassa em 2018

59
 Considerações finais
Os resultados das acções de
monitoria da pesca artesanal,
indicam-nos que a pesca no Lago
Niassa é sustentável. Entretanto,
decorrente da falta de disponiblidade
financeira do orçamento do estado,
60
persistem desafios no que toca a
monitoria permanente dos recursos
pesqueiros sobretudo na realização
de estudos para aferir o impacto das
mudanças climáticas na
produtividade, abundância e
distribuição dos recursos pesqueiros.
Aquacultura
Objectivos:
• Realizar o teste de reversão sexual de alevinos de Oreochromis
niloticus
• Selecionar reprodutores vindos de Tailandia
• Montagem de biofiltros e funcionamento da Incubadora CEPAQ

Introdução Interiores e Pesca, composta por

No plano de actividades de 2018, o
Departamento de Aquacultura
planificou o cultivo experimental de
mexilhões na Ilha de Inhaca,
repovoamento de lagoas na
província de Inhambane, avaliação
da taxa de sucesso de reversão
sexual, formulação de dietas
alternativas com folhas de moringa e
folhas de mandioqueira. O presente
relatório, apresenta o balanco das
actividades realizadas pelo
departamento durante o período em
análise, Janeiro a Dezembro do ano
em referência.
CULTIVO EXPERIMENTAL DE
MEXILHÕES NA ILHA DE
INHACA
técnicos do IIP, Direcção Provincial e
IDEPA deslocam-se a Ilha da Inhaca
para dar continuidade ao Plano de
Desenvolvimento da Ilha da Inhaca.
Durante o período de permanência na
Ilha de Inhaca houve um encontro no
edifício da Educação e contou com a
presenta de mais ou menos 40
pessoas, foram elas constituídas por
Vereador, pescadores, comerciantes,
autoridades da Ilha (chefe de
quarteirão, representante da policia,
médico, entre outros) e a equipa do
MIMAIP.
Durante o encontro fez-se a
apresentação do projecto de cultivo
de mexilhão na Ilha da Inhaca e
mercado de peixe.

Apresentação do projecto de
cultivo de mexilhão as entidades
da Ilha da Inhaca e o público-alvo
(futura associação)
No dia 09 de Maio de 2018 uma
equipa do Ministério do Mar Águas

Figura 40: Lado frontal do mercado da Ilha de Inhaca

61
 Troca de experiência entre os
maricultores da Ilha da Inhaca e
Chuiba no cultivo do mexilhão
Na sequência das fases e etapas do
processo de cultivo de mexilhão na
Ilha de Inhaca, foi elaborado um
relatório que recomendou a troca de
experiências entre os maricultores de
Chuiba (Cabo Delgado) que já tem
alguma experiência no cultivo de
mexilhão e os da Ilha de Inhaca.
Chuiba fica Localizado a 7 Km do
Município de Pemba, ao longo da
Baia de Pemba, o bairro de Chuiba foi
o local escolhido pela Associação
Unida de Mulheres de Chuiba, para
implementação do projecto de cultivo
de mexilhão. As actividades de troca
de experiencias em Chuiba foram
antecedidas por um encontro com os
membros da associação em alusão
onde se falou da importância da troca
de experiência como forma de criar
capacidade e transferência de
tecnologias para as comunidades
pesqueiras para alavancar o
desenvolvimento e da maricultura
como fonte de geração de renda para
o alívio da pobreza.

Figura 41: Trabalho de limpeza das redes-saco com mexilhão

Em Chuiba a espécie cultivada é Inhaca. O crescimento das sementes

Modiolus philippinareum (mexilhão de mexilhão cultivado é relativamente
da areia) é diferente da espécie Perna maior comparativamente ao do
perna que se prevê cultivar na Ilha de ambiente natural.

Figura 42: Um dos maricultores mostrando o tamanho

do mexilhão-Chuiba

62
Montagem das infra-estruturas
(long-lines) para o cultivo do
mexilhão
Em seguimento do processo de
cultivo de mexilhão na Ilha de Inhaca,
uma equipa composta por técnicos
do IIP, IDEPA e DPMAIP-Maputo, se
deslocaram a Ilha da Inhaca para
montar as infra-estruturas do cultivo
de mexilhão com o apoio da
associação de maricultores da Ilha
composta por 10 pessoas (7 homens
e 3 mulheres).

Figura 43: Verificação da quantidade de material para as long-lines, que já estava no IDEPA

Figura 44: Corte do cordão principal das “long-lines”

Figuras 45 e 46: Terminação dos cordões das “long-line” acabadas

Figuras 47 e 48: Poitas ou âncoras por preencher com cimento (1) e poitas já feitas (2) 63
 Figuras 49 e 50: Costura de sacos de mexilhão
As 10 long-lines estão prontas para
serem colocadas na área reservada
para o cultivo de mexilhão, não foram
colocadas anteriormente devido ao
mau tempo que se fez sentir na Ilha
durante o período de montagem.
Após o mau tempo a equipe retornou
a Ilha de Inhaca para a montagem da
estrutura, aguardando o processo de
colocação de mexilhão. Durante todo
o período de trabalho, a associação
esteve completa e participou em
todas as fases de montagem do
sistema para o cultivo de mexilhão.
Cultivo de mexilhão na Ilha da
Inhaca
Este projecto deu início no final de
Figura 51: As infraestruturas (long-lines)
Avaliação da taxa de sucesso
de reversão sexual
Foi realizada a a avaliação da taxa de
sucesso de reversão sexual de
alevinos da empresa Xibaha
Limitada. Os alevinos de Tilápia
nilótica, (Oreochromis niloticus)
analisados apresentaram um peso
médio de 8,64 gramas.
A avaliação da reversão sexual foi
64
2017 e agora em finais de 2018 se
encontro na FASE 5 que é o
povoamento das long-lines
(estruturas que se coloca as cordas
de mexilhão para engordar) Fig 51.
Este FASE 5 contou com duas
equipes, a equipe que foi a província
de Gaza coletar as sementes de
mexilhão e a equipa que levou as
sementes para Ilha da Inhaca e
semeou nas cordas das long-lines.
Neste momento das 10 long-lines 7 já
estão povoadas, e as ultimas 3 será
feito no primeiro trimestre de 2019.
realizada no laboratório do IIP, para
tal, seguindo a metodologia
recomendada, os peixes foram
sacrificados recorrendo a golpes na
cabeça com um objecto contundente,
de seguida fez-se um corte
abdominal para a remoção de
gónadas. Depois de removidas as
gónadas, estas foram preparadas em
lâminas de microscópio, fixadas
usando um kit “RAPIDIFF stainset”
composto por 3 soluções usadas
para rápida diferenciação de células
sanguíneas e citologia no geral. As
três soluções são nomeadamente:
Figura 52: Kit de soluções para diferenciação das gónadas
No total foram analisadas 178
amostras, onde houve 126 machos
correspondentes a 70,79 %, e um
total de 45 fêmeas que
Figura 53: Visualização pelo microscópio
do IIP, gónadas femininas
A proporção mínima de machos
aceitáveis é de 90%, no entanto da
análise feita aos peixes da empresa
Xibaha Limitada, a proporção foi de
70,79% de machos, que esta abaixo
do desejável. Assim sendo o
resultado da análise de taxa de
sucesso de reversão sexual da
empresa não é aceitável, conforme
mostra o boletim de resultados em
anexo.
Verificação do estado das áreas
potenciais para aquacultura
marinha
Com vista a dar a conhecer o estado
actual das zonas identificadas como
potenciais para Aquacultura Marinha
Rapidiff Fixative (incolor), Rapidiff 1
(vermelho), Rapidiff 2 (azul).
Posteriormente as lâminas foram
secas e examinadas ao microscópio.
correspondem a 25,28 %. Verificou-
se também o intersexo em 7
indivíduos correspondente a 3,93%.
Figura 54: Visualização pelo microscópio
do IIP, gónadas masculinas
em Moçambique, estudo este
realizado pelo INAQUA em 2011, foi
feito um trabalho de campo na
província da Zambézia
concretamente no distrito de Chinde
no mês de Maio de 2018 para auferir a
situação actual das áreas
No distrito de Chinde foram
identificados dois pontos como
potênciais para aquacultura marinha
nomeadamente na zona de Pambane
com solos areno-argilosos com
potencial para aquacultura em
tanques de terra, e na zona da praia
junto a sede distrital com condições
adequadas para o cultivo de algas
marinhas.
65
 Durante a visita, constatou-se que
duma forma geral a via de acesso no
distrito de Chinde é deficitária aliado
também ao facto deste distrito ser
constituído por algumas ilhas o que
faz com que maior parte das zonas a
ligação seja feita por via fluvial e a
Figura 55: Zona do estuário junto a praia de Chinde
Não foi possível visitar a zona do
Pambane pelo facto do acesso a esta
zona ser feita pelo rio e passando por
alguns canais. Canais estes que no
momento da maré baixa torna-se
difícil a navegabilidade.
Para a prática da aquacultura a via de
acesso joga um papel importante
porque serve para o transporte de
todos insumos necessários para a
produção desde ração, o transporte
do próprio produto final para o
mercado consumidor e não deve
estar condicionado sob risco de
prejudicar o processo produtivo.
Repovoamento de Lagoas
Em relação a repovoamento das
lagoas, em 2018 foi possível realizar
a actividade na província de
Inhambane concretamente no
Figura 56: Três hapas na Lagoa Thuzi localizada no distrito de Inharrime
66
marítima. A zona da praia junto a sede
distrital é uma zona de estuário com
água salobra e na maré baixa fica
exposta em água (figura 55). Esta
área foi identificada para cultivo de
algas marinhas.
Distrito de Inharrime onde a Lagoa
Thuzi localizada no distrito de
Inharrime, foi repovoada
experimentalmente. A missão foi
realizada pelos técnicos do IIP
nomeadamente José Pais Murama,
Rafael Rafael, Delegado do CEPAQ,
José Vilanculos e a técnica- Márcia
Cumbane, da Direcção Provincial do
Mar, Águas Interiores e Pescas
(DPMAIP Inhambane). Esta
actividade enquadra-se nas
recomendações de uma das
actividades do PES-2011. Esta
actividade, foi realizada com o
objectivo de povoar alevinos da
Tilápia de Moçambique (Oreochromis
mossambicus) na lagoa Thuzi,
estimar a taxa de sobrevivência dos
alevinos povoados nas três hapas
(Fig. 56) e monitorar a qualidade da
água na lagoa.
Para avaliar a taxa de sobrevivência
dos alevinos, foram instaladas três
hapas onde foram povoados 100
alevinos retirados aleatoriamente em
cada saco plástico e os restantes
alevinos foram soltos para a lagoa.
No dia seguinte iniciou-se
amostragem sobre a taxa de
sobrevivência através de a contagem
de números de alevinos mortos para
a estimação da taxa de
sobrevivência, um processo que
durou 10 dias.
Para o povoamento da lagoa foram
usados alevinos não revertidos da
espécie da Tilápia de Moçambique
(Oreochromis mossambicus)
provenientes do Centro de Pesquisa
em Aquacultura (CEPAQ) localizado
em Mapapa no distrito de Chókwè,
Província de Gaza.
O repovoamento da Lagoa Thusi
ocorreu com sucesso, no total foram
povoados 10 mil alevinos não
revertidos de Tilápia de Moçambique
(O.mossambicus).
Figura 57: Os participantes do mini- curso realizada em Wageningen, Holanda
Para assegurar uma boa gestão da
lagoa foram proposto o
estabelecimento de seguintes
medidas de gestão:
• Interrupção temporária da pesca
na lagoa por um período de 4
meses depois do primeiro
repovoamento realizado
(Dezembro 2018-Março 2019)
para garantir o crescimento do
peixe.
• Colheita mensal de dados
estatísticos da pesca da lagoa a
ser feita pelo extensionista do
SDAE em colaboração com a
DPMAIP- Inhambane.
• O uso de rede de pesca de
malhagens acima de 2 mm de
malha para permitir que os peixes
de menor tamanho escapem.
Foi possível efetuar o repovoamento
da lagoa com sucesso tendo sido
verificada uma taxa de sobrevivência
alta de 99.99%.
67
 Formulação de dietas alternativas
Utilização da folha de mandioca
na dieta para tilápia
Para esta actividade, foram
desenvolvidos contactos com a
empresa de Tilapia do Bilene a qual
culminou com a assinatura de um
memorando de uma acordo d
implementação entre a Empresa
Tilapia do Bilene e o IIP. O acordo ora
assinado estabelece os termos e
condições que vão reger o seu
relacionamento e partilha de dados e
Consideracões finais
De um modo geral, o balanco das
actividades de 2018 e positivo,
tendo-se verificado uma execução
em torno de 85 %. Cultivo
experimental de mexilhões,
68
informações sobre o desenvolvimento
de fórmulas de dietas para tilápia e
realização de experiencias de
desempenho dessas dietas em tilápia
nos termos e condições seguintes
acordadas pelas partes. As partes
envolvidas comprometeram-se a
adoptar medidas adequadas que
visam promover a materialização do
objecto estabelecido no presente
memorando e abster-se de tomar
quaisquer medidas que possam
prejudicar os pressupostos do objecto.
povoamento de lagoas e verificação
do estado actual das áreas potenciais
para aquacultura marinha constituem
as principais execuções do ano para
o departamento de aquacultura.
Administração Finanças, Planificação

Execução Financeira

Gaza
A mudança das rotinas
administrativas e a morosidade da
percepção pela DAF de que devia
ajustar a gestão administrativa do
esta com a dos doadores dificultou a
gestão de fundos durante a fase de
transição. Quase todos os técnicos
acabaram sendo envolvidos directa
ou indirectamente nas aquisições
para permitir a celeridade na compra
dos materiais e equipamentos
necessários para o funcionamento
do CEPAQ.
Armazém
Reorganizou-se o armazém, sendo
neste momento fácil a sua gestão
mas falta avaliar o valor monetário
contido no armazém.
Inhambane
A Delegação recebeu no exercício
económico de 2018 para o seu
funcionamento orçamento
proveniente de fundos de Estado no
valor de 4.608.807,83 mt (Quatro
milhões, seiscentos e oito mil
oitocentos e sete meticais e oitenta
e três centavos) subdividido da
seguinte forma:

Salários e remunerações _______________________2.699.827,83

Outras despesas com pessoal ____________________842.850,00
Sub. Combustível _______________________________20.880,00
Combustível __________________________________361.500,00
Bens ________________________________________159.800,00
Serviços _____________________________________214.200,00
Comunicações ________________________________170.000,00
Subsídio de Funeral_____________________________21.250,00
Bolsa de Estudo ________________________________00.000,00
Construções __________________________________000.000.00
Maquinaria e Equipamento ______________________138.500,00

Para fazer face às actividades da cento setenta e sete meti cais e

instituição, houve um gasto no valor oitenta e três centavos) dividido
de 4.458.177,83 mt (quatro milhões, segundo a tabela abaixo:
quatrocentos cinquenta oito meticais

Tabela 15: Situação financeira do orçamento do IIP – Delegação de Inhambane no primeiro

trimestre do ano
Rúbricas Dotação inicial Dotação disponível Gastos Saldo
Salários e remunerações 2.699.827,83 2.699.827,83 0,00
Outras despesas com pessoal 822.850,00 822.850,00 0,00
Sub. Combustível 20.880,00 20.000,00 880,00
Combustível 361.500,00 361.500,00 00
Bens 159.800,00 159.800,00 00
Serviços 214.200,00 214.200,00 0,00
Comunicações 170.000,00 170.000,00 0,00
Subsídio de Funeral 21.250,00 10.000,00 11.250,00
Bolsa de Estudo 00.000,00 0,00
Construções 000.000.00 0,00 0,00
Maquinaria e Equipamento 138.500,00 0,00 138.500,00
Total 4.608.807,83 4.458.177,83 150.630,00
69
 Nota: de salientar que do valor
comunicado para o orçamento do
presente exercício económico que
era de 4.604.260,00 para cobertura
de despesas de funcionamento e
Investimento, foi retirado 200.000,00
para despesas de grandes Inventos
da Província nos seguintes projectos
de Investimento
Plantio de Mangal--------- 100.000,00
Maquinarias e Equipamento-----------
---------------------------------100.000,00
Sendo que a real disponibilidade de
orçamento para o presente exercício
económico é de 4.608.807,83
conforme ilustra a tabela a cima.
Sofala
Para o ano 2018 foi dotado um
orçamento de 6.340,22 para o
funcionamento das actividades da
delegação, tendo sido disponibilizado
e gasto um total de 7.169,50, como
ilustra a tabela abaixo.

Tabela 16: Resumo da Execução financeira

Dot. Execução
Dot. Inicial Execução
Rúbricas Disponível Reforço (10³) (%)
(10³) (10³)
(10³)
Salários e remunerações 3.889,80 3.306.33 00 5.222,00 157.93

Ajudas de custo dentro 315,61 284,05 00 121,40 42,70

Ajudas de custo fora 00 00 00 00 00

Subsídio de Combustível 19,20 17,28 00 17,28 100

e Manutenção de Viatura
Subsídio de Telefone 7,68 6,91 00 6,91 100
Celular
Bens 238,37 214,53 00 214,53 100

Combustíveis e 122,40 110,16 00 110,16 100

Lubrificantes
Serviços 352,92 317,63 00 317,63 100

Comunicação Geral 62,56 56,30 00 56,29 99,98

Transferências correntes 31,68 28,51 00 5,00 17,5
Investimento 1.300,00 1.170,00 00 1.098,30 00
Total 6.340,22 5.511,70 00 7.169,50

Tete Salientar que a instituição beneficiou

Foi concluído o concurso para
fornecimento de maquinarias e
mobiliários.
Salientar que os bens adquiridos
deste concurso são para o
apetrechamento do bloco técnico.
Do orçamento atribuído ao IIP-
D e l e g a ç ã o d e Te t e p a r a
funcionamento e investimento,
88,42% já foi disponibilizado e
executado, como ilustra a tabela 2.
de reforço orçamental em Bens e
Serviços por parte da Direcção
Provincial de Economia e Finanças
no valor de 50.000,00Mt.
UGEA
Durante o período em análise, foram
elaborados 12 contratos conforme o
planificado.
No âmbito de receitas consignadas,
proveniente da Direcção Provincial
do Mar, Aguas Interiores e Pescas de
Tete, foram adquiridos bens tabela 1:

70
Tabela 17. Bens adquiridos no âmbito de receitas consignadas.

Nº Bem Localização Observação

1 2 Motorizadas Honda 125X Songo
2 1 Máquina fotocopiadora semi-industrial Songo
3 1 Congelador de 434 litros Songo
4 1 TV plasma 39” Songo
5 3 Ar condicionado 12000btus Songo
6 60 litros de Óleos e lubrificantes Songo

Ainda neste período, foi elaborada contrato de construção de bloco

o
uma carta contenciosa á 37F000541/N /09/2017, para
Procuradoria Distrital de Cahora Instituto Nacional de Investigação
Bassa, para a resolução relativa ao Pesqueira- Delegação de Tete.

Tabela 18. Balanço Financeiro do IIP-Delegação de Tete.

Orçamento de funcionamento e Investimento

Salários e Outras Des. Bens e Comb. E Transf.

UBG Designação Total Global Remun. c/ Pessoal Serviços Lubrif. Comunicações Correntes Interno Externo

OE 2018 6191.50 164664 383.90 907.14 306.00 100.00 17.82 2830.00 0.00
IIP REO 2018 6102.63 157367 383.90 907.14 306.00 100.00 10.00 2821.92 0.00
%Execução 98.56 95.57 100.00 100.00 100.00 100.00 56.12 99.71 0.00

PATRIMÓNIO DO IIP - DELEGAÇÃO DE TETE

Bens Móveis
Nº Bem Localização Estado de conservação Observação
1 Barco Kapenta 115 Cavalos Cahora Bassa Bom
2 Viatura Toyota Hilux(MMH 54-94) Songo Mau
3 Viatura Toyota Hilux(MMR 53-76) Songo Bom
4 Viatura Toyota Hilux(ADH 064-MP) Songo Bom
5 Motorizada Honda 125X Songo Bom
6 Mororizada Honda 125X Songo Bom
7 1 Reboque tanque Songo Bom
8 1 Motor de barco 115 cavalos Songo Razoável

Bens Imóveis
Nº Bem Localização Estado de conservação Observação
1 1 Bloco Administrativo Songo Bom
2 1 Bloco Técnico Songo Em construção
3 1 Residência Songo Bom

71
 Zambézia
A Delegação foi dotada um
orçamento de quatro milhões,
novecentos e sessenta e três mil,
cento e noventa meticais
(4,973,190.00Mt). Deste valor, foi
gasto para as diversas despesas de
funcionamento, cinco milhões,
novecentos e quatro mil, duzentos e
vinte e sete (5.904,227.00Mt), o que
corresponde a uma execução de
118.724% do valor disponibilizado
(Tabela 5). De salientar que essa
execução deveu-se a componente
de salários e remunerações que foi
necessário um reforço relativamente
ao valor disponibilizado inicialmente,
o que resulta num balanço negativo
de novecentos setenta e um mil,
duzentos quarenta e sete meticais
(Tabela 5).
Do valor disponibilizado, adiciona-se
duzentos e cinquenta mil meticais
(250.000,00Mt) (Tabela 6), que foi
disponibilizado para o pagamento do
aparelho multiparamétrico, uma
despesa que tinha sido programada
no ano de 2017 e não foi paga devido
a insuficiência financeira e só foi paga
este ano (Tabela 6).

Tabela 20. Resumo de execução do orçamento de funcionamento de Janeiro a Dezembro

de 2018.

Classificação CED Disponivel Executado até % Saldo

orçamental Dezembro Realização
Salários & 110000 3,505,770.00 4,477,017.00 127.70 -971,247.00
Remunerações
Outras desoesas com 112 154,920.00 131,710.00 85.02 23,210.00
pessoal
Bens 12100 347,800.00 347,800.00 100.00 0.00
Serviços 12200 620,200.00 620,200.00 100.00 0.00
Combustiveis & 121001 306,000.00 306,000.00 100.00 0.00
Lubrificantes
Comunicações em gera 122001 21,500.00 21,500.00 100.00 0.00
Subsídio de funeral 143401 17,000.00 0.00 00.00 17,000.00
TOTAL 4,973,190.00 5,904,227.00 118.72 -931,037.00

Tabela 21. Resumo de execução do orçamento de funcionamento de Janeiro a Dezembro

de 2018.

Classificação orçamental CED Disponível Executado até % Saldo

Junho Realização
Fornecimento de KIT de 110000 250,000.00 245,267.10 98.11 4,732.90
acessórios YSI 556 MPS
TOTAL 250,000.00 245,267.10 98.11 4,732.90

Cabo Delgado
Balanço da Execução Financeira

Tabela 14.Resumo da Execução financeira

Dotação Execução (%)

Rúbricas Realizado
disponível
Salários e Remunerações 2.210.281,69 2.210.281,69 100
Bens e Serviços 541.320,00 541.320,00 100
Total 2.751.601,69 2.751.601,69 100

72
Recursos Humanos

O Instituto Nacional de Investigação científica de recursos pesqueiros das

Pesqueira, adiante designado por IIP, águas jurisdicionais moçambicanas
é uma instituição pública, dotada de conta com 226 funcionários a nível
personalidade jurídica e autonomia nacional, dos quais 70 são da Sede.
administrativa, responde pela gestão

IIP-Sede
Tabela 22. Promoção, Progressão e Mudança de Carreira

Promoção Progressão Mud. Carreira Total

Plan Real Plan Real Plan Real Plan Real
16 16 19 19 4 4 39 39
Total 16 16 19 19 4 4 39 39

Plano de formação actividades a nível do Instituto

Com o objectivo de melhorar os Nacional de Investigação Pesqueira
conhecimentos técnicos e científicos está em curso a formação dos
exigidos para o desempenho das seguintes funcionários:

Nível A. de A.
N.° Sexo Actual Curso frequência Conclusão
1 Masculino Médio Gestão Ambiental 3. ano 2019
2 Femenino Médio G. De Recursos Humanos 4. ano 2019
3 Femenino Médio Estatística 3. ano 2019
4 Masculino Médio Biblioteconomia 4. ano 2019
Maneio e conservação da
5 Femenino Mestrado biodiversidade; 2. ano 2019
6 Femenino Médio Administração Pública 3. ano 2019

Tabela 23

Processos Disciplinares instruídos e sansões aplicadas por tempo de serviço

Tempo de serviço por sexo

Sansões Mais de
aplicadas 0-2 3 -10 11 - 20 21 - 30 31 - 35 35 Total
H M H M H M H M H M H M H M
Absolvição
Advertência
Repreensão
pública 1 0 1 0
Multa
Despromoção
Demissão
Expulsão
Arquivados
Total 1 0 1 0

Tabela 24

73
 Número de FAE premiados e distinguidos

Tipo de Distinção
Premiações Distinções /Prémio Total
Nome
Distinção Prémio Valor do
H M H M Prémio H M
Osvaldo Chacate 1 1 1
Claque Maude 1 1 1
Rafael Rafael 1 1 1
Maria Ascenção
Pinto 1 1 1
Daniela
Macuacua 1 1 1
Horácio
Chilemane 1 1 1
José Cuna 1 1 1

Total

Tabela 25

Funcionários da Administração Estatal que possuem o cartão de AMM

Nº total de Nº total de Nº total

FAE que FAE que não FAE que se FAE que não se de
Tipo de Possuem o
Possuem o beneficiaram de beneficiaram de Funcionários
vínculo cartão de cartão de AMM AMM
AMM AMM
Funcionário 70 0 70 70
Agente
70 0 70 70
Tabela26

Gaza transferido para esta delegação o Sr.

Em 2018 a instituição funcionou com
13 trabalhadores na secção do
melhoramento genético (1 de estado,
10 do CTS e 2 expatriados); 17
trabalhadores na alevinagem (3 do
estado, 14 do CTS e 1 expatriado); 5
trabalhadores na engorda (3 da CTS
e 2 estagiários) e na administração,
manutenção, motoristas e limpeza
tivemos 20 trabalhadores (11 do
estado e 9 do CTS).
Por decisão superior foram
transferidos de volta aos seus
quadros de origem os Srs. Cardoso
Bulafo e Cláudio Matavel. Nos
meados do mês de Maio de 2018, a
Delegação recebeu do Instituto
Nacional de Investigação Pesqueira
– Sede o despacho de cessação de
funções do Sr. Alberto Halare o qual
exercia as funções de Delegado
Provincial, tendo na ocasião sido
Rafael Miguel Rafael para em
comissão de serviço exercer tal
função.
Realizou-se concursos para a
realização de actos administrativos, o
que resultou em 4 progressões, e 10
mudanças de carreiras para
diferentes escalões e carreiras,
estando todos os beneficiários a
auferirem segundo a tabela salarial
em vigor na função pública.
Criar uma forma de abonar horas
extras as pessoas que trabalham
mais de 48 h por semana por
necessidade de serviço.
Inhambane
O IIIP – Delegação de Inhambane
conta com 13 funcionários todos
integrados no quadro de pessoal da
província conforme o ilustrado na
tabela 2 abaixo.

74
Tabela 27. Situação do enquadramento dos funcionários no quadro do IIP – Delegação
de Inhambane.

P. Cart
Promoções Progressões Mud. Carreira Nom. defin For Car
disciplinares . Cart
Nível académico H M maç ach
trab AMM
ão ás
Pgr Real Pgr Real Pgr Real Pgr Real Pgr Real al
Superior 3 2 2 1 1 1 0 0 0 0 0 3 1 3 3 3

Médio 4 1 0 1 1 4 0 0 0 0 0 1 3 1 4 4 4
Básico 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1
Elementar 5 0 0 5 3 0 0 0 0 0 0 4 1 0 5 5 5
Subtotal 13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 5 3 13 13 13
Total 13 3 2 7 5 7 0 0 0 0 0 8 5 4 13 13 13

Em 2018 foram planificados 18 actos Todos eles estão devidamente

administrativos sendo 3 promoções, nomeados definitivamente, possuem
8 progressões e 7 mudanças de cartão de assistência médica
carreira, dos quais apenas 2 medicamentosa e crachás.
promoções e 5 progressões já
tiveram despacho no TA de Não tivemos nenhum processo
Inhambane, estando em tramitação disciplinar, tivemos 13 transferências,
junto ao TA de Maputo por imperativo sendo 11 no âmbito da restruturação
da Lei o remanescente de 1 do sector do Mar Águas Interiores e
promoção, 3 progressões e 7 Pescas e 2 ao pedido próprio para
mudanças de carreira. Dois dos melhor enquadramento na carreira da
actos planificados, não será possível especialidade. Até esta altura, todos
realizar neste exercício económico os funcionários auferiram os seus
devido a falta do certificado de ordenados.
habilitações literárias para um e do
erro ocorrido durante a instrução do Realizamos 5 estudo de legislação no
processo no último ano. Sendo assim sector onde participaram em 4
e já fora do calendário, só poderão reunião de gestores de RH entre
ser realizados no próximo ano, caso outras.
haja disponibilidade financeira para
tal.

Sofala

O Instituto Nacional de Investigação quais 7 são mulheres, o que

Pesqueira delegação de Sofala tem corresponde a 36.84% do total dos
um efectivo de 18 funcionários dos funcionários.

Tabela 29. Nível Acadêmico por Gênero

Nível Académico Instituto Nacional de Investigação Pesqueira

Homens Mulheres Total
Mestrados 0 1 1
Licenciados 6 3 9
Médios 3 3 6
Básicos 1 0 1
Elementares 1 0 1
Total 11 7 18

75
 Tabela 30. Actos Administrativos no ano 2018

Acto
Administrativo Planificado Realizado Observação
Admissões 5 0 Falta de Cabimento Orçamental

Progressões 3 3 100%

Promoções 7 7 100%

Mudança de Carreira 5 5 100%

Estudo de Legislação 12 10 As Sessões são realizadas 1 vez por mês

Petições 13 Pedido de Estágio de Estudantes (4 IFAPA,

3 UP, 1 UEM, 1 UNILURIO, 4IIP
Aposentação 0 0 Não tivemos esse caso

Transferência 0 0 Não tivemos esse caso

Tete

Actualmente a Delegação funciona profissionais, Destes 13 funcionários,

com 13 funcionários dos quais 3 3 são do sexo feminino. Tabela 3.
técnicos superiores, 7 técnicos

Nr Nome Cargo Nivel Sexo Carreira

1 Claque Jone Maunde Delegado Mestrado Masculino Investigador assistente

2 Nelson Altino Segredo Chefe DAFP Téc. Profissional Masculino Técnico
3 Francisco José Gabriel Chefe. Rep.amb.Aquát. Téc. Profissional Masculino Técnico
4 Antónia M. C.Betencourtt Chef. Rep.Kapenta Téc. Superior Feminino Técnica Sup N1
5 Lázaro Chassonga Lucas Técnico Planificação Téc. Profissional Masculino Técnico
6 Gilberto João Manico Técnico RH Téc. Profissional Masculino Técnico Profissional
7 Lourinho Noveche Pinhoro Técnico Téc. Superior Masculino Assistente Técnico
8 Herdito Semo Saide Técnico UGEA Tec. Profissional Masculino Técnico profissional
9 Kiki Fernando Luis Pinto Técnico Rep. Kapenta Téc. Profissional Masculino Técnico
10 Teodato Tomás Sampaio Técnico de Património Tec.Profissional Masculino Técnico
11 Mário João António Marinheiro Basico Masculino Assistente Técnico
12 Fernanda Tungadza Foia Agente de Serviço Médio Feminino Tecnica
13 Rosa Maria J. Paizano Macie Secretária Médio Feminino Técnica

Foram realizadas sessões de estudo Foi concluído o processo de pedido

que versaram sobre os seguintes de contagem de tempo de 8
temas; funcionários. Neste momento estão
• Medidas de contenção de ainda em tramitação processos
despesa pública (Decreto atinentes a dois funcionários.
75/2017), Está a ser tramitado o processo da
transferência do funcionário Nelson
• Actualização da Tabela Salarial Altino Segredo para o Instituto
(Decreto 25/2018), Nacional de Inspeção do Pescado.
E no âmbito de mobilidade de quadro,
• Operaciolização dos actos está em processo a transferência da
administrativos (Decreto 49/2018) funcionária Olimpia Marlene de
e Resolução 15/2018. Nobrega Vaz, da Direcção Provincial
do Mar, Águas Interiores e Pescas da
• As alterações verificadas no novo Zambézia para esta Delegação.
EGFAE
76
No que se refere aos processos de
actos administrativos planificados
para o ano em curso, estão sendo
terminados satisfatoriamente.
Promoções e Progressões que
perfazem um número de quatro (4)
processos todos foram
Zambézia
A Delegação conta actualmente com
20 funcionários, embora dois estejam
em processo de transferência por
mobilidade, uma funcionária para IIP-
sede e outro para Direcção Provincial
do Mar, Águas Interiores e Pescas,
onde vai assegurar a implementação
do SNAPA. Decorre um concurso
para a efectivação dos actos
administrativos ao nível da
Delegação (Tabela 4). Durante o ano
não houve nenhuma ação que
merecesse a instauração de
Tabela 32. Resumo dos actos administrativos e fóruns dos gestores de recursos humanos
Designação Plano
2018
Promoções automáticas
Progressões por tempo de serviço
Mudanças de carreira
Novas Admissões
Fóruns Provinciais de Gestores de
Recursos Humanos
Prova de vida
Avaliação de desempenho
Em termos de níveis acadêmicos, 11
(55%) são de nível superior, entres
mestres e licenciados, onde se
verifica que as mulheres têm pelo
menos nível médio profissional
(Tabela 5). Dois técnicos que
estavam em formação no curso de
Licenciatura em Produção Pesqueira
na Universidade Eduardo Mondlane
d e s p a c h a d o s ;
Mudança de carreira seis (6) do
universo de oito (8) processos foram
visados, faltando apenas dois (2) que
estão neste momento no Tribunal
Administrativo da Província de Tete
para serem visados.
procedimento disciplinar. Importa
referir que todos os funcionários têm
cartões de Assistência Médica
Medicamentosa e fizeram prova
devida. Em termos de desligamento e
aposentação, nenhum funcionário
reúne requisitos. No período em
análise foram realizados 7 fóruns
provinciais de gestores de recursos
humanos, sendo um deles orientado
pela Ministra da Administração
Estatal.
Realizado % Observações
Realização
0 0 0
4 1 25
5 3 60 Fatla de cabimento de verba
para os outros 2.
0 0 0
12 7 66.6 A Delegação participou
todos convocados
20 20 100
20 20 100
em Vilanculos, devido ao mau
desempenho, a bolsa foi cancelada
pelo Ministério e já voltaram aos seus
postos de trabalho. Dos 20
funcionários, uma encontra-se a
estudar a conta própria, no curso de
Licenciatura em Administração
Pública.
77
 Tabela 33. Resumo dos funcionários da Elegação do IIP da Zambézia em termos de níveis
de escolaridade e sexo no ano de 2018.

Nível de escolaridade Mulheres Homens Total %

Mestrado 1 3 4 20
Licenciatura 1 6 7 35
Médio profissional 2 2 4 20
Médio geral 0 2 2 10
Básico 0 1 1 5
Elementar 0 2 2 10
Total 4 16 20 100

Niassa

A Delegação de Niassa tem um total do quadro de pessoal do IIP – sede e

de 11 funcionários:6 amostradores (1) em processo de transferência
do SNAPA geridos pela DPMAIP, (1) para Niassa.

Tabela 13. Número Total dos Funcionários

Processo.
Mudança disciplinar Nomeação
Progressõ
Promoções de
es Definitiva
Carreira
Nível Prog Rea Pgr Real Pgr Real Tra Não Pgr Real Forma Crac
H M
académico ramado lizado mito tramit ção ha
ado

Superior 3 3 3 5 5 2 1 0 0 0 0 5 1 0 0

Médio 7 2 0 0 0 2 0 0 0 0 0 5 0 5 7
Básico 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0
Total 11 3 0 0 0 2 0 0 0 3 3 10 1 5 7

78
Tecnologia de Informação e Comunicação
Objectivos:
• Desenvolver sistemas de informação para o processamento de
dados e realizar a sua montagem e manutenção;
• Gerir os meios informáticos do IIP e garantir a provisão do
respectivo material de consumo;
• Garantir a manutenção preventiva do equipamento informático;
• Coordenar, com os restantes departamentos, a execução das
diferentes actividades conjuntas e planificadas;
• Garantir a segurança da informação e dados registados e a
manutenção dos programas de software instalados;
• Providenciar o apoio técnico aos utilizadores na utilização dos
meios informáticos disponíveis.

Actividades realizadas Nova Aplicação no Âmbito do

As principais actividades do
Departamento têm-se caracterizado
por actividades de rotina,
fundamentalmente no âmbito do
desenvolvimento e manutenção dos
meios informáticos em termos de
software e hardware usados nas
diferentes áreas de actividade da
instituição.
Neste contexto foram realizadas as
seguintes actividades:
Bases de dados – Pesca
Industrial
1. Concepção/desenho e
desenvolvimen-to da Base de
Dados dos Cruzeiros
2. Migração da Base de Dados da
Pesca Industrial (Captura Diária e
Dados Biológicos)
Projecto de Melhoramento do
Pescart.
Bases de dados – Biblioteca
1. Concepção/desenho e
desenvolvimen-to da Base de
Dados da Biblioteca
Bases de dados – UGEA
1. Desenvolver a Aplicação da
Base de Dados de Procurement.
Internet
• Manutenção e actualização do
Portal do IIP.
• Desenho e desenvolvimento do
Interface para acesso à Bases de
Dados Históricos na plataforma de
partilha de dados e informação
entre a sede e delegações
(Intranet/Extranet).

Bases de dados – Pesca Trabalhos de rotina

Semi-Industrial 1. Assistência aos utilizadores na
1. Desenvolvimento/manutenção resolução de problemas de
da Bases de Dados da Pesca utilização dos sistemas
Linha informáticos (HelpDesk);

Bases de dados – Pesca 2. Manutenção dos computadores

Artesanal
1. Manutenção das Bases de
Dados da Pesca Artesanal
(Pescart) nas Delegações
Provinciais de Maputo, Inhambane
e Niassa.
2. Desenho e desenvolvimento de
e respectivo software de sistemas
e pacotes de aplicação;
3. Administração da Rede Local &
Internet (gestão de tráfego de
dados, garantir conecção à rede
local & Internet permanentemente);
79
 Repartição de Documentação e Biblioteca
Objectivos:
• Adquirir, organizar e divulgar informação técnica e científica com
relevância para o sector pesqueiro, bem como, manter em arquivo
todos os trabalhos publicados no IIP;
• Colaborar na edição de trabalhos a serem publicados pelo IIP;
• Coordenar a participação da instituição em eventos científicos
para divulgação das suas actividades;
• Promover as acções relativas a comunicação e a imagem do IIP.

Durante o ano de 2018 o sector de Em relação ao Repositório Digital do

documentação e biblioteca deu
continuidade as suas actividades
rotineiras nomeadamente:
• Adquirir, organizar e divulgar
informação técnica e
científica com relevância para
o sector pesqueiro bem como
manter em arquivo todos os
trabalhos publicados no IIP;
• Colaborar na edição de
trabalhos a serem publicados
pelo IIP;
• Coordenar a participação da
instituição em eventos
científicos para divulgação
das suas actividades.
Principais actividades desenvolvidas:
Biblioteca Central
A Biblioteca deu continuidade com a
recepção, tratamento e disposição
dos documentação aos utentes,
actualizaçao e classificação de
documentos.
A base de dados em uso, por não
permitir novos registos, estão em
curso diligências para aquisição de
uma base de dados que permitirá dar
seguimento ao processo de registo e
garantir o acesso online. A proposta
aguarda pela disponibilidade de
fundos com vista a sua aquisição.
80
IIP em parceria com a Universidade
Eduardo Mondlane, para o acesso
online de todas as publicações
produzidas pela instituição desde a
sua criação, o mesmo também
aguarda pela disponibilidade de
fundos com vista a sua materialização.
Devido a indisponibilidade de fundos,
a monitoria convista a adequação das
bibliotecas provinciais não foi
realizada passando a actividade para
2019.
Durante o periodo em referência
foram recebidos 39 documentos,
sendo 10 livros, 28 periódicos e uma
colectânea em CD de trabalhos
técnicos e científicos. Nesta unidade
foram atendidos 110 utentes de
instituições públicas e privadas
contra 62 do ano anterior. Os utentes
fizeram 317 consultas de
documentos diversos contra 241 do
ano anterior.
Actualmente o acervo bibliográfico é
composto de 3749 publicações.
Arquivo Central
As reuniões técnicas de sistematização
do Plano de Classificação de
Documentos (Actividade-fim do IIP) não
foram realizadas devido a falta de
fundos para efectuar as reuniões a nível
nacional.
Edição, Comunicação e
Imagem
A secção de edição editou e distribuiu
o Boletim de Divulgação Pesqueira n˚
62; Boletim Informativo Trimestral do
IIP Out-Dez de 2017, Jan-Mar, Abril-
Jun e Jul-Set de 2018, Relatório
Interno de Investigação Pesqueira
n˚37 editado, faltando a distribuição;
Relatório anual 2017 editado e
distribuido em formato electrónico
faltando a impressão; em
maquetização o Relatório Anual
2 0 1 6 , e d i ta d o o Bo l e ti m d e
Divulgação 63.
Actividades de divulgação
continuaram ao nível das províncias,
distritos e centros de pesca no que
respeita à divulgação dos resultados
de investigação na pesca artesanal e
monitoria da pesca artesanal,
avaliação de recursos, ambiente
aquático e desenvolvimento de
estudos no cultivo e povoamento em
aquacultura.
No âmbito da promoção institucional
o IIP participou na FACIM 2018 cujo
objectivo era a divulgação e
promoção das actividades realizadas
pelo CEPAQ.
81
 Divulgação
Objectivos:
• Divulgação da informação de natureza técnica e científica de
importância para o sector pesqueiro
• Publicações – Instituto Nacional de Investigação Pesqueira
Relatório Interno de Investigação
Pesqueira
HAGY, B; MONTANHA, C; AMADE,
S. 2018. Mapeamento das Áreas de
Pesca da Província da Zambézia,
distritos de Inhassunge, Quelimane,
Namacurra, Mocubela, Maganja da
Costa e Pebane. Relatório Interno de
Investigação Pesqueira n.37, 64p.
Resumo
Este trabalho foi realizado no âmbito
do projecto ProDIRPA que tem como
objectivo promover e assegurar os
direitos de acesso aos recursos
naturais às comunidades que
dependem da pesca artesanal. Na
qualidade de instituição parceira de
implementação o Instituto Nacional
de Investigação Pesqueira propôs -se
a realizar o mapeamento das áreas
de pesca e dos recursos pesqueiros
de modo a responder a um objectivo
específico cuja meta global é o
fortalecimento do mapeamento, a
documentação e o registo dos direitos
de acesso aos recursos naturais das
comunidades de pescadores
artesanais. O objectivo deste estudo
foi mapear as áreas de pesca da
província da Zambézia tendo sido
abrangidos os distritos de
Inhassunge, Quelimane, Namacurra,
Maganja da Costa, Mocubela e
Pebane. Para tal recorremos ao
método descrito por Close e Hall
(2006), que considera a incorporação
do conhecimento local fornecido
pelos pescadores no método
científico através da aplicação do
Sistema de Informação Geográfica
82 (GIS). Os pescadores indicaram as
suas áreas tradicionais de pesca nas
cartas naúticas e de seguida fez-se
uma intrevista que culminou com o
preenchimento de uma ficha de
inquérito correspondente a cada área
de pesca. Esta ficha continha
informação sobre as características
das áreas de pesca nomeadamente:
a sua localização, o tipo de arte de
pesca utilizado, os recursos
pesqueiros capturados etc. Fez-se
ainda incursões na água a bordo de
uma embarcação com vista ao registo
das coordenadas limites das áreas de
pesca com auxílio de um GPS. No
final foram identificadas e mapeadas
213 áreas de pescas localizadas nos
estuários, ao longo da praia e no mar
aberto. As áreas foram classificadas
de acordo com o tipo de arte de pesca
utilizada pelos pescadores. Foi ainda
possível especificar as espécies mais
importantes por área de pesca.
P a l a v r a s - c h a v e : P r o D I R PA ,
Mapeamento, Áreas de pesca, Zambézia
SAMUCIDINE K; NREPO, M;
CHACATE, O. 2018. Estado da
Pescaria e do stock de camarão na
Baía de Maputo – Moçambique.
Relatório Interno de Investigação
Pesqueira n.39, 64p.
Resumo
A pescaria de camarão na Baia de
Maputo figura entre as principais
fontes de emprego e apoio a
segurança alimentar das
comunidades costeiras. A produção
de camarão proveniente da pesca
formal (licenciada) é estimada em
400ton, contribuindo activamente na
economia local com cerca de 1.5 – 2
milhões de USD/ano. Todavia, é
igualmente reconhecida a ocorrência
cada vez crescente de operadores
informais, podendo ocasionar
algumas imprecisões nas estimativas
do potencial do recurso, e por
conseguinte uma ameaça a sua
sustentabilidade. Assim, o presente
estudo visou avaliar o estado do stock
de camarão, assim como aferir o
quão adequado é o padrão de
exploração exercido pelas diferentes
artes de pesca, para manter o stock a
níveis sustentáveis. Para o efeito,
foram usadas combinações de
modelos de produção dinâmicos e
modelos estruturais para aferir sobre
o estado da pescaria e do stock de
camarão na Baia de Maputo. Os
resultados mostraram que a pescaria
do camarão na Baia de Maputo
encontra-se completamente
explorada, com o MSY de 480 t e
fMSY de 4002, indicando que o
recurso está a ser explorado no seu
nível máximo.
de camarão proveniente da pesca
formal (licenciada) é estimada em
400ton, contribuindo activamente na
economia local com cerca de 1.5 – 2
milhões de USD/ano. Todavia, é
igualmente reconhecida a ocorrência
cada vez crescente de operadores
informais, podendo ocasionar
algumas imprecisões nas estimativas
do potencial do recurso, e por
conseguinte uma ameaça a sua
sustentabilidade. Assim, o presente
estudo visou avaliar o estado do stock
de camarão, assim como aferir o
quão adequado é o padrão de
exploração exercido pelas diferentes
artes de pesca, para manter o stock a
níveis sustentáveis. Para o efeito,
foram usadas combinações de
modelos de produção dinâmicos e
modelos estruturais para aferir sobre
o estado da pescaria e do stock de
camarão na Baia de Maputo. Os
resultados mostraram que a pescaria
do camarão na Baia de Maputo
encontra-se completamente
explorada, com o MSY de 480 t e
fMSY de 4002, indicando que o
recurso está a ser explorado no seu
nível máximo.
A taxa de exploração corrente é de
0.65 ano-1, se mostrando superior em
relação a taxa que seria optima para
manter o stock em níveis sustentáveis
(0.50 ano-1). O manancial do
camarão P. indicus (espécie alvo
principal) encontra-se sobre
explorado com uma biomassa
residual que representa 10% da
biomassa virgem, se mostrando
inferior ao limite mínimo de biomassa
ecologicamente sustentável (30%)
para a recuperação plena do stock na
campanha do ano seguinte. Os
resultados realçam a extrema
necessidade de contenção do esforço
de pesca, que poderá ser feita por
meio da extensão do período de veda
para 5 meses, compreendendo os
meses de Novembro a Março;
padronização das medidas das redes
de emalhar fundeadas (500 metros de
comprimento e 60 mm de malha).
Essas medidas constituem
instrumentos basilares para uma
fiscalização efectiva da pesca
informal, visando a redução do
esforço efectivo de pesca e por
conseguinte a recuperação dos níveis
de biomassa do recurso.
Palavras-chave: Penaeus indicus,
sobre-explorado, Emalhe de fundo
(Chitlhamutlhamu), Baía de Maputo.
Revista Moçambicana de
Investigação Pesqueira
Halafo, José S.2018.Variações Sazonais
na Pescaria da Usipa (Engraulicypris
sardella Gunther, 1968) na Costa
Moçambicana do Lago Niassa. Revista
Moçambicana de Investigação pesqueira
n. 37: 2-23p.
Resumo
Neste trabalho faz-se a avaliação das
variações sazonais na pescaria do
peixe usipa (Engraulicypris sardella)
no período compreendido entre Julho
de 2006 e Junho de 2007 para as
artes de pesca do arrasto para a praia
e chirimila. Os dados foram recolhidos
em seis estratos de pesca (Chigoma,
Ngoo, Metangula I, Metangula II,
Chiloelo e Meponda) estabelecidos
pelo IIP para a realização da
amostragem de pesca artesanal na
costa moçambicana do Lago Niassa.
O CPUE médio mensal
registado para as artes de pesca de
arrasto para a praia e chirimila foi de 83
 22,16 kg e 24,84 kg respectivamente.
O CPUE mais alto verificou-se no mês
de Julho para o arrasto para a praia e
Setembro para chirimila. Foram
registadas diferenças significativas
(P=0,0016) entre os CPUE’s médios
mensais na arte de arrasto para a
praia. Não se registaram diferenças
significativas (P=0,2268) entre os
CPUE’s médios mensais na arte de
chirimila. A captura total de usipa
estimada foi de 686,18 toneladas,
61,4% das quais provenientes do
Distrito do Lago e 38,6% do Distrito de
Lichinga. Cerca de 76,4% das
capturas de usipa provêm do período
seco (Maio a Outubro), enquanto as
restantes 23,6% de capturas são do
período chuvoso (Novembro a
Abril).Os estratos de pesca
localizados na zona sul do Lago
Niassa, nomeadamente os de
Metangula II, Chiloelo e Meponda,
são os que apresentam capturas
elevadas, com cerca de 78% da
produção total. A pescaria de usipa
pode ser realizada durante todo o ano
porque este é um peixe com múltiplas
desovas ao longo do ano. Há apenas
que acautelar o uso da rede
mosquiteira.
que acautelar o uso da rede
mosquiteira.
Palavras chave: Engraulicypris
sardella, usipa, CPUE, chirimila,
arrasto para a praia.
Fernando, Stela. 2018. Estado de
exploração de bivalves da zona entre-
marés de Cabo Delgado: Pemba,
Quissanga e Olumbi. Revista
Moçambicana de Investigação
pesqueira n. 37: 2-27p.
Resumo
Com o objectivo de avaliar o
estado actual de exploração dos
bivalves em Pemba, Quissanga e
Olumbi foi estudada a diversidade,
abundância e o estado actual de
exploração dos bivalves nos três
locais no período de Dezembro de
2013 a Janeiro de 2014. O estudo
foi feito com base em inquéritos
semi-estruturados dirigidos aos
colectores activos assim como aos
vendedores nos mercados locais
próximo dos locais de
84
desembarque deste recurso, de
modo a obter dados auxiliares
sobre as capturas, número de
colectores, frequência de colecta
assim como o destino das
capturas. A amostragem nas áreas
de ocorrência de bivalves foi feita
por meio de quadrículas (25
Quadriculas em cada área) ao
longo de transectos
perpendiculares á linha de costa
(cinco em cada área).Foram
registadas dez espécies de
bivalves sendo, seis em Olumbi,
quatro em Quissanga e duas em
Pemba. Destas espécies,
predominam três espécies,
Pinctada imbricata, Choromytilus
meridionalis e Modiolus
philippinarum, exploradas
comercialmente.
A maior diversidade foi registada em
Olumbi 0.325, seguido de Quissanga
com 0.248 e por fim Pemba com 0.105
do índice de Simpson. As densidades
e biomassas médias de bivalves
obtidas nas três áreas amostradas
foram significativamente diferentes (p
<0.01), tendo Olumbi apresentado
maior densidade para M.
philippinarum (10ind/m2), seguido de
Pemba (22ind/m2) e por fim
Quissanga com 22ind/m2 de P.
imbricata. Em todos locais
amostrados, as classes de tamanhos
de bivalves nas quadrículas variaram
de 11-60mm (Pinctada imbricata),11-
70mm (Choromytilus meridionalis) e 0-
50mm (Modiolus philippinarum) que
não são muito diferentes das amostras
colhidas dos colectores onde, os
comprimentos mais frequentes de
Pinctada imbricata variaram de 31-
50mm. A CPUE registada nas áreas
de amostragem foram Olumbi
(39kg/colector/dia) seguido de
Quissanga (28kg/colector/dia) e por
último em Pemba (7kg/colector/dia).
Maior parte das capturas é destinada a
venda assim como para o consumo.
<0.01), tendo Olumbi apresentado
maior densidade para M.
philippinarum (10ind/m2), seguido de
Pemba (22ind/m2) e por fim
Quissanga com 22ind/m2 de P.
imbricata. Em todos locais
amostrados, as classes de tamanhos
de bivalves nas quadrículas variaram
de 11-60mm (Pinctada imbricata),11-
70mm (Choromytilus meridionalis) e
0-50mm (Modiolus philippinarum) que
não são muito diferentes das
amostras colhidas dos colectores
onde, os comprimentos mais
frequentes de Pinctada imbricata
variaram de 31-50mm. A CPUE
registada nas áreas de amostragem
foram Olumbi (39kg/colector/dia)
seguido de Quissanga
(28kg/colector/dia) e por último em
Pemba (7kg/colector/dia). Maior parte
das capturas é destinada a venda
assim como para o consumo.
Palavras cheve: zona entre-marés,
estado de exploração, invertebrados
Boletim de Divulgação
UETIMANE, Avene Eduardo. 2018.
Estabelecimento do período de veda
da pesca artesanal do camarão
penaeideo na Baía de Inhambane.
Boletim de Divulgação n° 63.18p.
Resumo
O estudo para o estabelecimento do
período de veda da pesca artesanal de
camarão penaeideo na Baía de
Inhambane, província do mesmo
nome a sul de Moçambique, foi
realizado entre Junho de 2013 e Maio
de 2014, abarcando quatro centros de
pesca ao longo da Baía, que foram
pré-definidos como locais de
captura/desembarque de camarão na
área de estudo. A obtenção dos
espécimens para o trabalho foi feita
mediante a aquisição aos pescadores
das redes de arrasto para a praia até
perfazer um total de 100 indivíduos de
cada espécie em cada um dos 2 dias
de amostragem, cobrindo períodos de
maré viva e morta de cada mês
durante 12 meses consecutivos. O
objectivo consistiu em estudar
aspectos da biologia reprodutiva e
estrutura de tamanhos camarão
branco (Fenneropenaeus indicus),
com vista ao estabelecimento do
período de veda para a protecção de
juvenis na Baía de Inhambane.
Dados mensais extraídos na base de
dados da pesca artesanal “Pescart”,
ao longo de uma série de cinco anos
consecutivos desde 2009, mostraram
que Fenneropenaeus indicus dominou
as capturas com uma média de mais
de 65%. Em todos os locais de
amostragem a variação dos
comprimentos não foi significante,
apesar de se verificar uma abundância
muito grande em Jogo, seguida de
Nhaduga. As classes com maior
frequência estão compreendidas entre
11 e 18 mm, pelo que se pode colocar
a hipótese de que os juvenis de
Fenneropenaeus indicus na Baía de
Inhambane não permanecem durante
muito tempo nesta área. A estrutura da
população da espécie estudada
mostra, que a amplitude da variação
do comprimento de carapaça das
fêmeas situa-se entre as classes 5 e
29 mm, com modas nas classes 10 e
15 mm e com um valor médio de 15,8
mm enquanto que os machos variam
de 5 a 28 mm com um valor médio de
15,1 mm.
Dados mensais extraídos na base de
dados da pesca artesanal “Pescart”,
ao longo de uma série de cinco anos
consecutivos desde 2009, mostraram
que Fenneropenaeus indicus dominou
as capturas com uma média de mais
de 65%. Em todos os locais de
amostragem a variação dos
comprimentos não foi significante,
apesar de se verificar uma abundância
muito grande em Jogo, seguida de
Nhaduga. As classes com maior
frequência estão compreendidas entre
11 e 18 mm, pelo que se pode colocar
a hipótese de que os juvenis de
Fenneropenaeus indicus na Baía de
Inhambane não permanecem durante
muito tempo nesta área. A estrutura da
população da espécie estudada
mostra, que a amplitude da variação
do comprimento de carapaça das
fêmeas situa-se entre as classes 5 e
29 mm, com modas nas classes 10 e
15 mm e com um valor médio de 15,8
mm enquanto que os machos variam
de 5 a 28 mm com um valor médio de
15,1 mm.
O período de veda poderá ser definido
para toda a Baía de Inhambane a ser
implementada a partir do mês de
Outubro a Fevereiro, para possibilitar
que camarão pequeno que dá entrada
nesta área de pesca possa crescer e
atingir tamanho maior e produzir
quantidades sustentáveis de stock
desovante.
Palavras-chaves: camarão,
Fenneropenaeus indicus, Baía de
Inhambane, período de veda e
85
 Moçambique.
Relatório de Cruzeiro
Delegação de Tete. 2018. Relatório
do Cruzeiro Realizado de barco de
investigação - Kapenta de 07 á 11
de Julho de 2016. Relatório de
cruzeiro n. 54. 12p.
Resumo
O presente relatório pretende
retratar os resultados do cruzeiro
de biomassa de kapenta realizado
no mês de Julho de 2016. O
cruzeiro foi realizado a bordo do
barco de investigação “Kapenta”
com o uso de uma sonda acústica
montada ao lado do barco. que se
deslocava ao longo de transectos
pré-estabelecidos ao longo da
albufeira, com uma velocidade
média de sete nós.
Segundo os resultados deste
cruzeiro, existem diferenças em
relação a abundância de kapenta
(Limnothrissa miodon), ao longo da
albufeira, com maior concentração
de kapenta nas Bacias de
Garganta (61.577peixes/ha) e
Carinde (56.719peixes/ha), sendo
que a média estimada para toda a
albufeira foi de 42.776peixes/ha
(+20.532) com a biomassa
desovante de 5.399 tonelada (+
2.282). Os resultados demostram
uma redução da biomassa. Este
cenário é notável nos resultados
obtidos nos cruzeiros anteriores
realizados pelo IIP – Tete.
velocidade média de sete nós.
Segundo os resultados deste
cruzeiro, existem diferenças em
relação a abundância de kapenta
(Limnothrissa miodon), ao longo da
albufeira, com maior concentração
de kapenta nas Bacias de
Garganta (61.577peixes/ha) e
Carinde (56.719peixes/ha), sendo
que a média estimada para toda a
albufeira foi de 42.776peixes/ha
(+20.532) com a biomassa
desovante de 5.399 tonelada (+
2.282). Os resultados demostram
uma redução da biomassa. Este
cenário é notável nos resultados
obtidos nos cruzeiros anteriores
realizados pelo IIP – Tete.
86
Publicações em outros
periódicos e seriados
- Quatro Boletins Informativos
Trimestrais, relativos aos meses de
Janeiro/Março de 2018, Abril/Junho
de 2018, Julho/Setembro de 2018,
Outubro/Dezembro de 2018.
- Relatório Anual 2017.
-Estado de Exploração dos
Recursos Pesqueiros de
Moçambique 2016-2017.
Apresentações
Outras Reuniões e seminários
O IIP participou no workshop para
a preparação da sessão anual
IOTC e compilação de relatórios.
IIP participou na Vª Conferência
sobre o Maneio Comunitário dos
Recursos Naturais.
IIP participou no Simpósio
científico sobre a Biodiversidade e
desenvolvimento.
IIP participou no Seminário sobre
Produção Agrícola e
Desenvolvimento Pesqueiro para
os Países Lusófonos.
O IIP participou no Curso de
Tr e i n a m e n t o R e g i o n a l e m
Introdução à Programação R.
O IIP participou da reunião da
economia progresso.
Responsabilidade da aquacultura
para o desenvolvimento de
segurança alimentar e progresso
económico- (Responsible
aquaculture development for food
security and economic progresso).
IIP participou no workshop sobre
Avaliação de Capturas.
O IIP participou no workshop de
Revisão e validação dos dados de
tubarões, raias e quimeras.
O IIP participou das 9ªs Jornadas
Científicas de Ciências e
Tecnologias.
O IIP participou no Workshop em
Guayaquil_Equador sob os
auspícios das Nações Unidas para
apoiar o processo regular para
avaliação do estado do ambiente
marinho: Second round of
Workshops in 2018 to Assist the
Regular Process for Global
Reporting and Assessment of the
State of the Marine Environment,
including Socioeconomic Aspects”.
O IIP participou no Workshop
sobre Comunidades Locais e
Utilização do Ambiente Marinho.
O IIP participou no Seminário de
Avaliação do Estágio do
Zonamento das Áreas de Pesca
O IIP participou no Seminário de
sensibilização comunitária sobre
santuários marinhos.
O IIP participou no Seminário de
revisão de REPMAR e REPAI
entre 20 e 21 de Março.
O IIP participou em 4 reuniões
multissectoriais sobre boas
práticas de conservação de
mangal na cidade de Inhambane;
O IIP participou em 3 palestras no
âmbito da Feira Científica
Provincial sobre a importância do
plantio do mangal e conservação
da biodiversidade marinha;
• O IIP realizou 3 palestras no
âmbito da Feira Científica
Provincial sobre a importância do
plantio do mangal e conservação
da biodiversidade marinha;
• O IIP participou no seminário de
sensibilização comunitária sobre
santuários marinhos de Muniga
em coordenação com a WWF.
• O IIP participou no seminário de
Avaliação do Estágio do
Zonamento das Areas de Pesca
entre o dia 18 e 22 de Junho de
2018 em Maputo.
• O IIP realizou 2 reuniões com
moradores do Bairro de
Malembwane e aredores onde
estiveram presentes
representantes governamentais:
SDAE, ADMAR, DPMAIP, ONG –
Ocean Revolutin.
• O IIP realizou 4 reuniões
multissectoriais sobre boas
práticas de conservação de
mangal na cidade de Inhambane;
• Realizado de 19 a 24 de Março
em Maputo, Curso intensivo sobre
conceitos de recolha,
armazenamento, processamento,
análise e desseminação de dados
estatísticos das pescas.
O IIP participou no workshop sobre
Comunidades Locais e Utilização
do Ambiente Marinho, entre os
dias 5 a 7 de Fevereiro de 2018,
nas instalações do Instituto
Nacional de Desenvolvimento das
Pescas (INDP), no Mindelo, Ilha de
São Vicente, em Cabo Verde.
O IIP participou na formação sobre
responsabilidade de
desenvolvimento da Aquacultura -
“ Responsible aquaculture
development for food security and
economic progresso”. No período
de 26 de Novembro a 14 de
Dezembro na Holanda.
• O IIP realizou duas reuniões de
forum com vista a sensibilização
da comunidade do bairro de
Chalambe e outros, ao abandono
da prática equivocada de abate do
mangal em redor da perferia da
cidade de Inhambane.
• O IIP realizou 4 campanhas de
limpeza do lixo marinho em
parceria com algumas ONG’S
(ALMA e AMAMUCLIMA) nos
Distritos de Inhambane, Maxixe,
Morrumbene e Praia do Tofo.
• O IIP capacitou em metodologias
de conservação do ecossistema, 87
 quarenta alunos (18 meninos e 22
meninas provenientes do Parque
Nacional de Zinave, Nhamua e
Bazaruto no âmbito da feira
científica provincial sobre a
biodiversidade promovida pela
BIOFUND e parceiros, em Agosto
do ano corrente.
Palestras:
E s t a d o a c t u a l d o C E PA Q .
Perspectivas. Apresentado nas VII
Jornadas científicas do ISPG. Por
Rafael Rafael. Apresentado em
ISPG, Chókwè.
88
Informe sobre as actividades
desenvolvidas pelo Centro de
Pesquisa em Aquacultura em
Mapapa. Por Rafael Rafael,
Apresentado na Sessão do
Governo do distrito de Chókwè.
Por ocasião das jornadas
científicas da Universidade Lúrio, o
IIP proferiu uma palestra em
Unango, distrito de Sanga. Com o
tema Ocorrência e Abundância
Relativa da Ictiofauna no Lago
Niassa.