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Apresentação
O computador não nasceu para o entretenimento ou a escrita de e-mails, mas para resolver uma grave crise
de processamento de números. Em 1880, a população dos EUA havia crescido tanto que levou mais de sete
anos para tabular os resultados de um censo realizado. Em razão dessa demanda, o governo buscou uma
maneira mais rápida de realizar o trabalho, dando origem assim aos primeiros computadores.
De máquinas enormes (como o computador Eniac) a dispositivos móveis, a computação viu mudanças
tecnológicas incrivelmente rápidas. Atualmente, os notebooks, smartphones e tablets que temos possuem
mais poder de computação do que os disponíveis nesses primeiros modelos.
Essas atualizações de hardware significariam pouco, no entanto, sem o nascimento e o desenvolvimento dos
softwares. De sistemas operacionais e planilhas a aplicativos e jogos para dispositivos móveis, você interage
com o software sempre que usa um computador.
Objetivos
Descrever as origens dos computadores modernos, suas aplicações a partir de um breve histórico e a
evolução dessas máquinas;
Ilustrar os componentes básicos de um computador: hardware, dados e software;
Discutir brevemente a metodologia para a resolução de problemas com o apoio de computadores.
Computadores Digitais Modernos
A ideia de computação como vemos atualmente pode ser creditada ao matemático britânico Alan
Turing, cuja invenção, datada de 1937, consiste em um dispositivo de computação universal, então
chamado de Máquina de Turing. Apesar do interesse inicial na descrição matemática e filosófica da
computação, o modelo de Turing serviu de base para o que hoje conhecemos como computador
(FOROUZAN; MOSHARRAF, 2011).
Conhecido também como máquina universal de Turing, a ideia principal por trás desse dispositivo é
que ela pode realizar qualquer cálculo se descrevermos como realizar o cálculo (ou seja, o programa)
e fornecermos os dados de entrada. Apesar de sua simplicidade, a máquina pode simular qualquer
algoritmo de computador, não importa o quão complicado seja!
Uma das características nos computadores baseados no modelo de Turing é que os dados são
armazenados em sua memória. Entretanto, a primeira demonstração prática de um computador
digital ocorreu por volta de 1944–1945 pelo matemático húngaro John von Neumann.
Tendo como base a máquina de Turing, o modelo von Neumann parte do princípio de que, se o
programa e os dados são logicamente os mesmos, seus programas podem ser armazenados
juntamente com os dados na memória do computador.
Esse é um conceito totalmente diferente da arquitetura dos primeiros
Outra característica dessa arquitetura é relacionada com a forma com que as instruções são
executadas. Um programa no modelo von Neumann é composto de um número finito de instruções
executadas uma depois da outra.
Histórico
A história da computação e dos computadores pode ser dividida em três períodos:
O período até 1930 se caracterizou por máquinas mecânicas de computação com pouca
semelhança com o moderno conceito de computador. Uma das primeiras máquinas projetadas
para auxiliar as pessoas em cálculos foi o ábaco.
Em 1642, Blaise Pascal (um famoso matemático francês) inventou uma máquina de calcular com
base em engrenagens mecânicas em que os números eram representados pelas engrenagens das
rodas. O inglês Charles Babbage inventou, na década de 1830, a máquina diferencial, que, além
de realizar as cinco operações aritméticas, também resolvia equações polinomiais. Em 1890,
Herman Hollerith projetou e construiu uma máquina programável para ler, registrar e ordenar
automaticamente dados armazenados em cartões perfurados.
Em 1939, o computador chamado ABC, inventado por John Vincent Atanasoff e Clifford Berry, foi
projetado para resolver um sistema de equações lineares. Naquele mesmo período, uma
máquina de propósito geral chamada Z1 foi projetada pelo matemático alemão Konrad Zuse. Na
década de 1940, o inglês Alan Turing inventou o computador chamado Colossus, projetado
especificamente para decifrar códigos de guerra. Em meados da década de 1940, foi fabricado o
Eniac, o primeiro computador de propósito geral totalmente eletrônico.
A primeira geração (1950–1959) foi marcada pelo surgimento dos computadores comerciais.
Disponíveis somente em grandes corporações e construídos a partir de tubos de vácuo, eles eram
extremamente grandes e operados por poucos profissionais altamente especializados.
A quarta geração (1975–1985) foi marcada pelo surgimento dos microcomputadores (decorrente
de avanços na indústria eletrônica) e das redes de computadores, em particular a Internet. Já a
quinta geração teve início em 1985, perdurando até os dias atuais. Neste período, observamos a
evolução dos computadores pessoais até os dispositivos móveis, a popularização da rede mundial
de computadores e uma gama de serviços oferecidos pelas tecnologias de informação.
Dados e informação
Segundo Aguilar (2008), do ponto de vista simples, um computador processa os dados e os converte
em informação significativa. Considerados a unidade básica da informação, os dados são compostos
por valores brutos e números, não transmitindo assim uma mensagem que possibilita o entendimento
de dada situação. São facilmente obtidos por máquinas, quantificáveis e estruturados. Já a informação
são os dados processados, ou seja, é o resultado da análise e interpretação sob determinada ótica.
Hardware
Com base na arquitetura proposta por von Neumann, podemos classificar as partes que compõem o
computador em três amplas categorias: a unidade central de processamento (UCP), a memória
principal e o subsistema de entrada e saída.
A unidade de controle (UC) é responsável pelo bom funcionamento dos demais subsistemas,
determinando que operações devem ser realizadas e em que ordem, além de controlar e sincronizar
todo o processamento do computador.
Memória Principal
Com base no modelo de von Neumann, a memória é responsável pelo armazenamento de programas
e dados durante o processamento. As memórias podem ser divididas em dois grandes grupos:
A memória RAM é considerada volátil, ou seja, tudo o que é armazenado nela é perdido quando o
computador é desligado. Em geral, a informação nela armazenada pode ser de dois tipos: as
instruções de programas e os dados sobre os quais alteram as instruções.
Já a memória ROM contém instruções fundamentais que não podem ser alteradas pelo usuário, ou
seja, ela não é volátil. Dada essa característica, geralmente essas memórias são utilizadas para
armazenar os programas do sistema de forma permanente (firmware), que serve para iniciar o uso do
computador. Um exemplo de memória ROM é o sistema básico de entrada e saída (BIOS, do inglês
basic input output system), utilizado durante o processo de inicialização de computadores.
Dispositivos de armazenamento
2
Dispositivos que não são de armazenamento permitem que a CPU/memória se comuniquem com o
mundo externo, mas não podem armazenar informações. Como exemplo, podemos citar o teclado, o
monitor e a impressora.
Magnéticos
Ópticos
Considerados uma tecnologia relativamente recente, os dispositivos óticos utilizam luz de laser
para armazenar e recuperar dados. Uma das vantagens desses dispositivos em relação aos meios
magnéticos é a durabilidade dos dados. Como exemplo de dispositivos óticos, podemos citar os
CDs e DVDs.
Software
Em uma versão mais simples, arquitetura de Turing poderia representar um computador de propósito
específico, máquinas predominantes nas décadas de 1930 e 1940. No entanto, um computador de
propósito geral proposto por Turing é mais bem-representado com a adição de um componente: o
programa.
Resumidamente, um programa consiste de uma sequência de instruções, cada uma delas operando
em um ou mais itens de dados.
01
Digite um número
02
Digite um número
03
04
Exiba o resultado
Softwares de aplicações
Desenvolvimento de softwares
Modelagem de Problemas
De acordo com De SOUZA et al. (2011), a criação de algoritmos é uma tarefa essencialmente
intelectual. A partir de uma extensa e minuciosa leitura do enunciado do problema, o objetivo é
construir um algoritmo que o resolva. O processo de resolução de problemas envolve a análise e
síntese da solução.
1
Análise
Com base nisso, realizamos a modelagem do problema, podendo ser formalizada e enriquecida com
equações e desenhos gráficos, resultado de um plano de ação.
2
Síntese da solução
Com base no plano de ação definido na etapa anterior, na síntese representamos o problema por meio
de um algoritmo. Ao executar o código, procuramos verificar se os resultados produzidos são os
esperados.
Caso contrário, devemos analisar todo o código, realizar as alterações necessárias e executar
novamente o algoritmo. Esse passo se repete até que o algoritmo esteja em conformidade com suas
especificações.
Traduzidos em especificações técnicas de software, os requisitos dos clientes servem de base para o
desenvolvimento do programa. Tipicamente essa tarefa é dividida nas seguintes etapas:
Análise
Projeto
Implementação
Testes
Após a construção do software, são realizados testes para verificar a conformidade com os
requisitos estipulados na etapa inicial.
Como o cliente explicou
Assim, um algoritmo descreve de forma clara e correta as instruções que um programa deverá conter
para que nos dê os resultados esperados. O exemplo a seguir ilustra uma sequência de passos para o
cálculo da área de um triângulo.
Exemplo
Início
Ler valores para a base e a altura;
Calcular a área do triângulo, dada pela multiplicação da base pela altura dividida por 2;
Exibir a área calculada.
Fim
Atividade
1. Qual foi o primeiro dispositivo de computação digital programável eletrônico?
a) Máquina analítica
b) Máquina de diferença
c) Colossus
d) Eniac
2. Qual é o nome da arquitetura geral que a maioria dos computadores usa nos últimos 40 anos?
a) Arquitetura de Turing
b) Arquitetura Hopper
c) Arquitetura Numa
d) Arquitetura von Neumann
3. Sobre a organização dos computadores, correlacione os conceitos com os respectivos termos.
b) A seção da UCP que seleciona, interpreta e cuida da execução das instruções do programa.
c) Unidade responsável por registrar as informações fornecidas pelo usuário e enviá-las para a
CPU.
Referências
FOROUZAN, B.; MOSHARRAF, F. Fundamentos da ciência da computação. São Paulo: Cengage Learning,
2011.
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