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LAUDO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO ESTRUTURAL DE UMA

RESIDÊNCIA NO JARDIM TROPICAL 1, SÃO JOSÉ DE RIBAMAR –


MA
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4
2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................... 4
2.1 Identificação .......................................................................................................... 4
2.2 Período de Vistoria................................................................................................ 4
2.3 Objeto de Inspeção ................................................................................................ 4
2.4 Referências Normativas – Reformas em edificações – Sistema de gestão de
reformas – Requisitos ...................................................................................................... 6
3. PROBLEMÁTICA....................................................................................................... 7
3.1 Fissuras e trincas ................................................................................................... 7
3.2 Deterioração das estruturas de concreto armado .............................................. 12
3.3 Patologias em Revestimentos (Bolhas, descascamentos, manchas e etc.) .......... 15
3.4 Parede do Quarto 1/ Sala de jantar .................................................................... 19
3.5 Shaft..................................................................................................................... 21
4. SOLUÇÕES PROPOSTAS ....................................................................................... 22
4.1 Fissuras e trincas ................................................................................................. 22
4.2 Descascamentos ................................................................................................... 23
4.3 Bolhas .................................................................................................................. 24
4.4 Manchas .............................................................................................................. 24
4.5 Ferragens aparentes ............................................................................................ 24
4.6 Corrosão das armaduras .................................................................................... 24
4.7 Infiltração ............................................................................................................ 25
4.8 Shaft de instalações hidrossanitárias .................................................................. 25
4.9 Parede do Quarto 1/ Sala de jantar .................................................................... 25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 27
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Vista superior da residência. ................................................................................. 5


Figura 2: Vista da fachada da residência............................................................................... 5
Figura 3. Modelo de fluxo de gestão de obras de reformas em edificações............................ 6
Figura 4: Trincas na parede externa da residência ................................................................ 7
Figura 5: Fissuras na parede externa da residência ............................................................... 8
Figura 6: Trincas na parede da área de serviço ..................................................................... 8
Figura 7: Fissuras no muro divisor do terreno (fundo da casa) .............................................. 9
Figura 8: Fissuras no teto da sala de jantar ........................................................................... 9
Figura 9: Fissuras na parede da pia..................................................................................... 10
Figura 10: Fissuras na parede que dá acesso à área de serviço ............................................ 10
Figura 11: Fissuração e descascamento de pinturas ............................................................ 11
Figura 12: Fissuras no teto da área de circulação ................................................................ 11
Figura 13: Fissuras no Ateliê.............................................................................................. 12
Figura 14: Fissuração e avarias na marquise da edificação. ................................................ 13
Figura 15: Ferragens aparentes na marquise. ...................................................................... 13
Figura 16: Ferragens aparentes embaixo da escada. ............................................................ 14
Figura 17: Parte de baixo da escada da residência. ............................................................. 14
Figura 18: Descascamento de pintura na parede da sala. ..................................................... 15
Figura 19: Bolhas na parede da sala ................................................................................... 16
Figura 20: Bolhas e descascamento de pinturas. ................................................................. 16
Figura 21: Manchas nas paredes e teto do ateliê. ................................................................ 17
Figura 22: Descascamento de pintura perto da porta do ateliê............................................. 17
Figura 23: Manchas nas paredes e teto do Quarto 1. ........................................................... 18
Figura 24: Manchas nas paredes e teto. .............................................................................. 18
Figura 25: Fissuras presentes no teto. ................................................................................. 19
Figura 26: Manchas na parte de cima da parede da janela. .................................................. 19
Figura 27: Parede da sala de jantar para demolição............................................................. 20
Figura 28: Verificação da existência de viga de concreto armado. ...................................... 21
Figura 29: Shaft para vedação das instalações hidrossanitárias ........................................... 22
1. INTRODUÇÃO

O presente Laudo Técnico de Avaliação Estrutural foi solicitado diante das avarias
observadas em uma residência localizada na Avenida Tropical, n°9, Jardim Tropical 1, São
José de Ribamar - MA, com área total já construída de aproximadamente 130 m² em terreno
com aproximadamente 172 m², a fim de obter os diagnósticos e terapias para as
manifestações patológicas observadas e também averiguar a possibilidade da ampliação da
cozinha, sem que a estrutura da residência fosse comprometida.

Analisou-se todos os cômodos da residência, fazendo um “check-up” da edificação e


nesse contexto, as não-conformidades representam irregularidades relativa a construção e ao
seu desempenho, no sentido de não atendimento às normas técnicas vigentes e falta de um
projeto estrutural ao realizar a construção da residência, comprometendo assim, a
funcionalidade esperada de cada elemento construtivo, seja em sua função estética, estrutural,
de operação e/ou relativa à saúde e segurança de seus usuários.

2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

2.1 Identificação

Edificação: Casa de 2 (dois) pavimentos (térreo e superior)


Proprietário: Matheus de Castro Moraes
Endereço da edificação: Avenida Tropical, n°9, Jardim Tropical 1, São José de
Ribamar – MA, CEP: 65110-000

2.2 Período de Vistoria

As vistorias técnicas foram realizadas nos dias 30 de julho, 30 de setembro e 19 de


outubro de 2020 no período da manhã e da tarde.

2.3 Objeto de Inspeção

Trata-se de uma residência com 2 (dois) pavimentos (pavimento térreo e pavimento


superior) com área total já construída de aproximadamente 130 m² num terreno com
aproximadamente 172 m². O objetivo principal aqui buscado, é, através da análise visual,
determinar a viabilidade da demolição de uma parede localizada na sala de jantar que
possibilitaria a ampliação da cozinha.

Além disso, o presente laudo visa identificar avarias aos mais diversos componentes
da edificação, bem como apontar as devidas soluções mitigadoras e corretivas as mesmas.

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Além de apontar aspectos pontuais, como a substituição do material de vedação do shaft do
banheiro do pavimento superior.

Figura 1: Vista superior da residência.

Fonte: Google Maps

Figura 2: Vista da fachada da residência.

Fonte: Autores, 2020.

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2.4 Referências Normativas – Reformas em edificações – Sistema de gestão de
reformas – Requisitos

Dado o crescente avanço das cidades, constante avanço da urbanização nas mais
diversas regiões e por consequência o envelhecimento das edificações e dos componentes que
as constituem, torna-se cada vez mais relevante a gestão apropriada dos processos de
manutenção desses aspectos principalmente no que diz respeito a garantir segurança,
qualidade e o devido uso das edificações aos seus usuários.

Levando isso em consideração, o valor econômico e social de cada edifício torna-se


mais relevante, a partir disto a ABNT NBR 16280/14 que regulamenta as reformas em
edificações e sua devida gestão para que transcorra da maneira mais segura e eficiente
possível, traz no seu Anexo B (informativo) (Figura 3) o seguinte modelo de gestão das
reformas em edificações.

Figura 3. Modelo de fluxo de gestão de obras de reformas em edificações

Fonte: ABNT NBR 16280/14

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Conforme mostrado na Figura 3 todas as etapas devem ser muito bem pensadas e
desenvolvidas para que o resultado esperado de tal reforma venha a ser alcançado, deve-se
ressaltar ainda que o desenvolvimento dos processos, principalmente quanto a execução das
interferências na edificação deve ser executada por pessoal habilitado e embasado em
referencial teórico condizente com aquilo que se pede.

3. PROBLEMÁTICA

Através da vistoria técnica, realizou-se a inspeção que é classificada como “Inspeção


Visual”, identificando assim as avarias presentes na estrutura da residência. De antemão o
proprietário da residência informou que a edificação não possui projeto estrutural, o que
facilita ainda mais a ocorrência de manifestações patológicas na edificação.

3.1 Fissuras e trincas

Talvez sejam os tipos de manifestação patológica mais comuns em edificações, aqui


as trincas e fissuras foram encontradas em diversas partes do imóvel.

Iniciando pelo terraço da residência, observam-se fissuras e trincas nas paredes


externas algumas já apresentando abertura acentuada, como mostrado nas imagens abaixo.

Figura 4: Trincas na parede externa da residência

Fonte: Autores, 2020.

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Figura 5: Fissuras na parede externa da residência

Fonte: Autores, 2020.

Figura 6: Trincas na parede da área de serviço

Fonte: Autores, 2020.

8
Figura 7: Fissuras no muro divisor do terreno (fundo da casa)

Fonte: Autores, 2020

Figura 8: Fissuras no teto da sala de jantar

Fonte: Autores, 2020

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Figura 9: Fissuras na parede da pia

Fonte: Autores, 2020.

Figura 10: Fissuras na parede que dá acesso à área de serviço

Fonte: Autores, 2020.

10
Figura 11: Fissuração e descascamento de pinturas

Fonte: Autores, 2020.

Figura 12: Fissuras no teto da área de circulação

Fonte: Autores, 2020.

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Figura 13: Fissuras no Ateliê

Fonte: Autores, 2020.

3.2 Deterioração das estruturas de concreto armado

Tratam-se de manifestações num estágio mais avançado, e nesse ponto já atingem a


armadura presente no concreto, favorecendo a diminuição da vida útil da estrutura, e, que
podem apresentar diversos fatores como causa principal. Este tipo de manifestação foi
observado em dois pontos da edificação.

Na área externa, verificou-se que a marquise da casa se encontrava com fissuração,


além de apresentar ferragens aparentes, muito provenientes da umidade.

12
Figura 14: Fissuração e avarias na marquise da edificação.

Fonte: Autores, 2020.

Figura 15: Ferragens aparentes na marquise.

Fonte: Autores, 2020.

Outro ponto em que se observou este tipo de manifestação patológica foi na escada
interna da casa. As manifestações encontradas são mostradas nas imagens abaixo,
evidenciando a presença de armaduras expostas e fissuração.

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Figura 16: Ferragens aparentes embaixo da escada.

Fonte: Autores, 2020.

Figura 17: Parte de baixo da escada da residência.

Fonte: Autores, 2020.

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3.3 Patologias em Revestimentos (Bolhas, descascamentos, manchas e etc.)

Ocasionadas no revestimento argamassado da edificação, podem atingir elementos


construtivos como as estruturas de concreto armado, paredes, revestimentos, além de portas e
janelas. Este tipo de patologia foi observado nos seguintes espaços.

Na sala, foi verificado, na parte inferior da parede (junto ao rodapé) que dá acesso à
escada, o descascamento da pintura, além de bolhas nas paredes como mostram as figuras a
seguir:

Figura 18: Descascamento de pintura na parede da sala.

Fonte: Autores, 2020.

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Figura 19: Bolhas na parede da sala

¹
Fonte: Autores, 2020.

Na área de circulação que dá acesso ao ateliê, banheiro e quarto1, foi observada a


presença das seguintes manifestações patológicas: bolhas e descascamento de pinturas nas
paredes.

Figura 20: Bolhas e descascamento de pinturas.

Fonte: Autores, 2020.

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No ateliê, observa-se principalmente a presença de manchas nas paredes e teto, devido
à grande umidade do ambiente, além de algumas fissuras como mostram as figuras abaixo.

Figura 21: Manchas nas paredes e teto do ateliê.

Fonte: Autores, 2020.

Figura 22: Descascamento de pintura perto da porta do ateliê.

Fonte: Autores, 2020.

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Em seguida, foi feita a vistoria do Quarto 1, onde foram observadas manchas e mais
avarias em todo cômodo, muito em função da umidade do ambiente.

Figura 23: Manchas nas paredes e teto do Quarto 1.

Fonte: Autores, 2020.

Figura 24: Manchas nas paredes e teto.

Fonte: Autores, 2020.

18
Figura 25: Fissuras presentes no teto.

Fonte: Autores, 2020.

Foram observadas ainda, manchas na parte superior da janela do pavimento superior,


descritas na imagem abaixo.

Figura 26: Manchas na parte de cima da parede da janela.

Fonte: Autores, 2020.

3.4 Parede do Quarto 1/ Sala de jantar

Principal objetivo deste laudo, na qual necessita-se saber a viabilidade da sua


demolição (para que haja ampliação do espaço) sem que haja maiores interferências no
restante da estrutura da edificação.

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Figura 27: Parede da sala de jantar para demolição.

Fonte: Autores, 2020.

A residência apresenta uma parede de alvenaria de vedação entre a sala de estar e um


quarto, sendo desejável a remoção de parte dessa parede com o objetivo de ampliar a cozinha
do imóvel. Dessa forma, realizou-se as devidas verificações no local para avaliar se a
remoção da parede em questão poderia gerar danos a estrutura da edificação. A parede em
questão (divide a sala de jantar e o Quarto 1) se estende um pouco mais até a área de
circulação, em frente ao banheiro.

A parede é composta por tijolos cerâmicos de furo com a finalidade de separar


ambientes da casa e, teoricamente, não possui função estrutura. Em toda a extensão da
parede, não foram observadas trincas ou fissuras que sinalizassem a ocorrência de
sobrecargas inadequadas na alvenaria.

Para analisar a situação da parede, do ponto de vista estrutural, foi removido o reboco
em diferentes pontos e verificou-se a existência ou não de elementos estruturais em concreto
armado embutidos na parede.

Inicialmente, foi realizada a remoção do reboco nas extremidades da parede, pois


estas seriam as posições mais prováveis para os pilares. Embaixo do reboco encontrou-se
concreto, confirmando a existência dos pilares P1 e P2. Também foram realizados ensaios

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esclerométricos a fim de estimar a resistência à compressão superficial do concreto
endurecido obtendo as resistências aproximadas de 25 MPa para o pilar P1, localizado na
extremidade da esquerda, e 24 MPa para o pilar P2, localizado na extremidade da direita.

Posteriormente, realizou-se uma nova verificação removendo o reboco da parte


superior da parede, a fim de averiguar a existência de viga que servisse de apoio para a laje
do pavimento superior descartando, assim, a possibilidade de a parede estudada servir de
apoio para laje e desempenhar uma função para a qual não foi projetada. Foi observado que
no local existe uma viga de concreto armado com uma altura de 8 cm entre o fundo da laje e a
face inferior da viga e armadura longitudinal com diâmetro de 8 cm (Figura 28).

Figura 28: Verificação da existência de viga de concreto armado.

Fonte: Autores, 2020.

3.5 Shaft

Observou-se também o shaft para vedação das instalações hidrossanitárias do


banheiro da suíte do pavimento superior, que foi feita recentemente.

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Figura 29: Shaft para vedação das instalações hidrossanitárias

Fonte: Autores, 2020.

4. SOLUÇÕES PROPOSTAS

4.1 Fissuras e trincas

As trincas mostradas nas Figuras 4 e 6 requerem um pouco mais de atenção, pois se


não tratadas podem gerar danos significativos a estrutura da edificação.

Primeiramente deverá ser realizado o monitoramento das trincas para acompanhar a


evolução destas e identificar se tratam de trincas ativas ou passivas.

Existem vários métodos simples para este acompanhamento, como a colocação de


gesso no interior das trincas ou pedaços de vidro (chamados de placas testemunhas) fixados
com gesso nas bordas das trincas, adequadamente e devidamente marcadas com dados
indicativos dos problemas existentes.

Se a trinca for do tipo ativa, ou seja, as causas não podem ser eliminadas, os
procedimentos são os seguintes:

▪ Medir, através de monitoramento, a amplitude da movimentação da trinca;


▪ Definir se é necessário tratar a trinca ativa como junta móvel;
▪ Selecionar um selante plástico e o comprimento que a junta móvel a ser criada
deve ter para absorver a movimentação da trinca ativa;

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▪ Com um cinzel alargar a trinca ativa para o comprimento calculado da junta
móvel;
▪ Limpar e secar a trinca alargada com jateamentos de água e ar;
▪ Encher cuidadosamente a abertura com o selante plástico.

Nas trincas passivas, onde não existe mais movimentação, os procedimentos


convencionais obedecem às seguintes etapas:

▪ Com um cinzel alargar a trinca;


▪ Limpar a trinca de todos os contaminantes tais como óleos, graxas e qualquer tipo
de partícula, preferencialmente com jato de água;
▪ Secar a trinca com jato de ar;
▪ Encher cuidadosamente a abertura com argamassa com traço semelhante ao
utilizado no reboco existente.
As fissuras observadas nas Figuras 10 e 11 são características da hidratação retardada
de cales, ocasionando fissuras no revestimento argamassado, além de ocasionar
deslocamentos e desagregação (num estágio mais avançado), recomenda-se como método de
reparo

As fissuras observadas na Figura 7 são denominadas de fissuras mapeadas,


comumente encontradas em paredes externas expostas à insolação constante e à umidade de
águas pluviais. É possível corrigir este tipo de fissuras com a substituição do revestimento,
restauração com pintura acrílica ou aplicação de tela poliéster. Pode-se ainda como medidas
complementares a aplicação de sistemas de impermeabilização para minimizar a infiltração
que incide sobre a parede.

Para as fissuras nos componentes de gesso (Figuras 8 e 12), recomenda-se a abertura


das fissuras existentes (para melhor penetração do material que vai ser aplicado), em seguida
deve ser feita a limpeza de todo o pó e componentes residuais da abertura da fissura, em
seguida deve-se utilizar um material semelhante ao anteriormente utilizado, seguindo sempre
as recomendações do fabricante. Após seco faz-se o ligamento e a limpeza da área, para
eliminação do pó.

4.2 Descascamentos

Os descascamentos são caracterizados pela desagregação da pintura que se esfarela


destacando da parede junto com partes do reboco, devido a aplicação da tinta em reboco

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novo, com pouco tempo de cura. Recomenda-se remover as partes afetadas e entorno
(raspagem), corrigir as imperfeições através de novo reboco, logo após aplicar uma demão de
fundo preparador de paredes, e após isso aplicar o acabamento.

4.3 Bolhas

As bolhas ocorrem devido ao mau uso da massa PVA, recomenda-se como solução
para o problema a raspagem da massa (remoção das áreas afetadas) e logo depois aplicar uma
demão de fundo preparador de paredes.

4.4 Manchas

As Manchas encontradas no teto e paredes foram ocasionadas muito provavelmente


devido a umidade presente nos ambientes. Primeiramente deverá ser solucionado o problema
da umidade que incide sobre tais lugares (solução da patologia). Como solução seguinte,
recomenda-se lavar a superfície atacada com uma solução de água com 10% de amoníaco (ou
algum detergente a base dessa substância), ou então a remoção do revestimento danificado,
aplicação duma demão de fundo preparador de parede, bem como execução de novo reboco
ou pintura.

Nas Figuras 21, 23 e 24 as manchas observadas podem ser causadas por umidade de
precipitação que devido a pouca cobertura do beiral do telhado incide sobre as paredes do
nível mais baixo, ocasionando as manchas no interior dos cômodos. A solução aqui seria
ampliar a cobertura do telhado sobre tais paredes, bem como a aplicação de revestimento ou
pintura impermeabilizante na face externa das paredes.

4.5 Ferragens aparentes

As ferragens expostas observadas nas Figuras 14, 15, 16 e 17 evidenciam a ausência


de cobrimento mínimo em ambos os casos, trazendo consigo a consequente corrosão das
mesmas. Recomenda-se aqui como tratamento para as ferragens a mostra, sempre seguir o
cobrimento mínimo exigido pela ABNT NBR 6118/14 que é de 3 mm, evitando assim o
ataque de agentes agressivos e a consequente corrosão da armadura.

4.6 Corrosão das armaduras

Para o devido tratamento da corrosão das armaduras, inicialmente deve-se realizar


medições em diferentes pontos da estrutura atingida a fim de se obter a espessura da camada
atingida. Depois da determinação da extensão do problema, deve-se remover todo o concreto

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de cobrimento da peça até que se atinja a armadura afetada, logo em seguida faz-se a limpeza
através do lixamento e escovação da superfície, até que o aço apresente características isentas
de corrosão. Após a remoção e limpeza do substrato, aplica-se uma ponte de aderência para
que a interface material antigo/material de recuperação seja adequada.

4.7 Infiltração

No caso da marquise (Figuras 14 e 15) um fator agravante é a infiltração


(majoritariamente de água das chuvas) que percola por todo o substrato da peça, favorecendo
a instabilidade e futuramente o colapso da estrutura pela ação da água. Para o correto
tratamento deste tipo de manifestação patológica faz-se necessário o uso de pinturas
impermeabilizantes que atuam como barreira não somente para água ou vapor d’água, mas
também para gases.

4.8 Shaft de instalações hidrossanitárias

Para a vedação das instalações hidrossanitárias pode-se substituir a estrutura de


concreto por uma estrutura de gesso do tipo drywall. Lembrando que, a estrutura de concreto
existente já atende a funcionalidade desejada, a troca seria mais por motivos de estética, caso
fosse o desejo do proprietário.

4.9 Parede do Quarto 1/ Sala de jantar

A partir das observações feitas, chegou-se à conclusão de que a parede poderá ser
removida desde que sejam observadas todas as recomendações a seguir.

Antes de se remover a parte desejada da parede, é necessário que se realize o


escoramento adequado. Assim, deve-se fazer uso de 02 (duas) linhas de escoras, uma do lado
direito e outra no lado esquerdo da parede a ser removida. Recomenda-se que distância entre
escoras de uma mesma linha não seja superior a 01 (um) metro.

Deve-se identificar e sinalizar a localização de vigas e pilares, tendo extremo cuidado


para não derrubar ou danificar os elementos estruturais da residência.

Ao realizar a retirada do escoramento, é de extrema importância que esta operação


seja feita gradualmente, retirando-se, primeiramente as escoras mais internas e,
posteriormente as escoras mais externas, obedecendo a sequência de retirada de dentro para
fora. Dessa maneira, o alívio de cargas ocorre de maneira gradual e evita-se a ocorrência de
flechas excessivas.

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As averiguações foram realizadas visualmente, de modo que, caso seja verificado o
surgimento de trincas ou fissuras no local, manter o escoramento e contatar equipe técnica
responsável.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Estruturas de


Concreto armado - Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16280: Reforma em


edificações – Sistema de Gestão de reformas – Requisitos. Rio de Janeiro, 2014.

COSTA, Vitor Coutinho de Camargo. PATOLOGIA EM EDIFICAÇÕES ÊNFASE EM


ESTRUTURAS DE CONCRETO. 2009. 38 f. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia Civil
da Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2009

HELENE, Paulo R. L. Corrosão em armaduras para concreto armado. 1° Edição - São


Paulo: PINI, 1986.

HELENE, Paulo R. L. Manual para Reparo, reforço e Proteção de Estruturas de


Concreto. 2a ed. Sao Paulo: Pini, 1992. 213 p.

ZAMBONI. Isabela. Como Lidar Com Infiltrações. 2013. Disponível em:


<http://revistacasalinda.com.br/reforma/como-lidar-com-infiltracoes/>. Acesso em 14
novembro. 2017.

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