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1 INTRODUÇÃO

Este estudo sobre a tecnologia RFID – Radio-Frequency Identification ou


Identificação por Radio Freqüência tem por objetivo analisar como ocorre o
funcionamento, o histórico e a aplicação desta ferramenta aplicada ao comércio, como
solução para as empresas que desejam agilizar os serviços de logística, controle de
estoque e atendimento ao cliente. A escolha deste tema veio do anseio de conhecer a
fundo este tipo de tecnologia, assim como a sua relevância nestes tempos globalizados.

A RFID (Radio-Frequency Identification ou Identificação por Radio Freqüência)


é um método de identificação automática que usa freqüências de rádio, diferentemente
do feixe de luz usado no sistema de código de barras para captura de dados. O sistema
recupera e armazena dados remotamente através de dispositivos chamados de tags
(etiquetas) RFID (BERNARDO, 2004).

Estas tags (etiquetas), comumente chamada de etiquetas inteligentes e que está


causando grandes evoluções tecnológicas no setor de logística, de acordo com Glover &
Bhatt (2007, p. 21), "são capazes de armazenar dados enviados pelos transmissores.
Elas respondem a sinais de rádio de um transmissor e enviam de volta informações
quanto a sua localização e identificação".

Ainda segundo os mesmo autores, o microchip envia sinais para as antenas, que
capturam os dados e os retransmitem para leitoras especiais, passando em seguida por
uma filtragem de informações, comunicando-se com os diferentes sistemas da empresa,
tais como Sistema de Gestão, Sistema de Relacionamento com Clientes, Sistema de
Suprimentos, Sistema de Identificação Eletrônica de Animais, entre outros.

Esses sistemas conseguem localizar em tempo real os estoques e mercadorias, as


informações de preço, o prazo de validade, o lote, enfim, uma gama de informações que
diminuem o processamento dos dados sobre os produtos quando encontrados na linha
de produção (BERNARDO, 2004).

Diferentemente do código de barras, não é necessário que o tag seja visualizado


diretamente com o leitor, este último, pode, por exemplo, fazer a leitura de diferentes
produtos a uma distância de 2 metros, dependendo da aplicação em que estiver sendo
utilizada. É o tipo de tecnologia em que os benefícios atingirão desde empresário que irá
investir até o consumidor final, onde este pode, por exemplo, entrar em uma loja ou
supermercado onde se aplica RFID, fazer suas compras e passar pelo caixa sem ter a
necessidade de que seja feita a leitura dos produtos separadamente, ou seja, o custo de
tempo será muito mais baixo comparado ao uso do código de barras.

Especialistas acreditam que mais cedo ou mais tarde as etiquetas inteligentes


estarão nos produtos que qualquer consumidor vier a comprar. Afirmam que esses
pequenos chips revolucionarão a logística de estoque. Acreditam também que
revolucionará o rastreamento e o gerenciamento de todo o processo, desde equipamento
industrial a produtos farmacêuticos. (BERNARDO, 2004; FAHL, 2005).

A importância deste estudo reside em compreender os mecanismos de


funcionamento e os usos possíveis até o momento da tecnologia RFID aplicada ao
comércio, para um maior controle e segurança das organizações que a utilizam ou
possam vir a utilizar este sistema de Identificação por Rádio-frequência.

Quanto aos aspectos metodológicos, devido á amplitude do tema, a opção foi por
uma revisão de literatura, de caráter qualitativo, realizando uma pesquisa de cunho
bibliográfico em livros, revistas, internet, com o objetivo de buscar uma fundamentação
teórica para o assunto a ser desenvolvido, com leitura das obras de autores
reconhecidos, seguida de fichamento das idéias principais.
2 TECNOLOGIA RFID

RFID (Radio-Frequency Identification ou Identificação por Rádio Freqüência) é


uma tecnologia que utiliza freqüências de rádio para fazer identificação automática,
podendo executar a monitoração de indicadores, rastrear objetos, identificar produtos e
animais sem a necessidade de um contato físico (CUNHA, 2005).

Costa (2006 apud Heckel, 2007, p.5) “RFID é uma tecnologia usada para a
identificação automática, através de ondas de rádio, recuperando ou armazenando dados
remotamente através de etiquetas (tags) e bases transmissoras, chamadas de leitores”.

Miller (2000 apud SCAVARDA, FILHO, KRAEMER, 2005) destaca que a


tecnologia consiste num sistema como um todo, e não num produto isolado, e que é um
tipo de sistema que transmite informações sem contato e sem linha de visão.

“Devido à sua grande capacidade de identificação de bens materiais em tempo


real e/ou localização de objetos a grandes distâncias, a RFID começou a ter uma forte
influência na indústria e a ter um papel preponderante no comércio mundial” (GOMES,
2007, p.5).

É uma tecnologia que teve descendência nos transponders utilizados na 2ª


Guerra Mundial, no entanto, já vem sendo utilizada em larga escala, e já fazer parte da
rotina diária de muitas pessoas no mundo inteiro. Então, para que possamos melhor
compreender o funcionamento dessa tecnologia, é essencial conhecer seus
componentes, funcionamento, benefícios e como pode melhorar os processos de um
empreendimento comercial (FAHL, 2005; CUNHA, 2005; GOMES, 2007).

2.1 Histórico do RFID

“Nunca é fácil definir de forma rigorosa o nascimento de uma nova tecnologia.


No caso da RFID essa afirmação não pode ser mais verdadeira, pois o seu nascimento é
associado, por alguns, ao nascimento do rádio” (GOMES, 2007, p.5).
A tecnologia RFID tem suas raízes nos radares usados na 2ª Guerra Mundial,
onde alemães, ingleses, americanos e japoneses os utilizavam para avisá-los de aviões,
enquanto estivessem bem distantes, e tudo isso baseado em freqüências de rádio
(CUNHA, 2005; LOES, 2006).

Quental Jr. (2006, p.27) diz que o “RFID vem sendo utilizada desde a segunda
guerra, quando o Reino Unido utilizou dispositivos para diferenciar aeronaves
retornando de batalhas de aviões inimigos”.

Algum tempo depois, o físico escocês Sir Robert Alexander Watson - Watt,
liderou um projeto onde foi desenvolvido o primeiro identificador ativo de amigo ou
inimigo. Era implantando um transmissor em cada avião britânico, e quando os
transmissores recebiam o sinal de sua base, era enviado um sinal de resposta que
identificava o avião como amigo (CUNHA, 2005; GOMES, 2007).

A primeira patente sobre o RFID foi requerida por Mario W. Cardullo que, criou
um sistema ativo que possuía memória regravável. Nesse mesmo ano Charles Walton,
recebeu a patente por um transponder passivo usado para destravar uma porta sem a
utilização de uma chave, onde era feita a leitura de um cartão com um transponder onde,
logo após a leitura ter sido efetuada, o leitor validava um número de identificação e a
porta era destravada através de um mecanismo (GOMES, 2007; CUNHA, 2005).

“A partir da década de 80, a RFID entra definitivamente nos planos da indústria


e do comércio mundial, com o aparecimento dos primeiros sistemas comerciais e uma
panóplia de centros de I&D, um pouco por todo o mundo” (GOMES, p.7, 2007).

Na década de 1980, o Massachusetts Institute of Technology (MIT),


juntamente com outros centros de pesquisa, iniciou o estudo de uma
arquitetura que utilizasse os recursos das tecnologias baseadas em
radiofreqüência, para servir como modelo de referência ao desenvolvimento
de novas aplicações de rastreamento e localização de produtos. Desse estudo,
nasceu o Código Eletrônico de Produtos – EPC (Electronic Product Code). O
EPC definiu uma arquitetura de identificação de produtos que utilizava os
recursos proporcionados pelos sinais de radiofreqüência, chamada
posteriormente de RFID (Radio Frequency Identification) (Bernardo, 2004,
p.3).

O momento crucial para o crescimento do RFID partiu-se da década de 80, onde


marca uma expansão considerável da tecnologia de radiofreqüência, onde o MIT através
de seus estudos e avanços pôde proporcionar uma nova visão para a radiofreqüência.
2.2 Componentes do Sistema RFID

Os componentes básicos da tecnologia RFID são três: Antena, Transceiver ou


leitor e o Transponder que é popularmente conhecido por tag ou etiqueta
(BERNARDO, 2004).

Em seguida veremos o funcionamento padrão de cada um dos componentes:

2.2.1 Etiqueta (Tag):

São dispositivos que estão disponíveis em vários formatos (cartões, argolas,


pastilhas, e em materiais como plástico, epóxi, vidro, etc.) e que servem para identificar
o item no qual está fixado. São geralmente chamados de transponders e podem ser
ativos ou passivos (BERNARDO, 2004).

O tag passivo pode ser do tipo leitura ou leitura/escrita, opera sem bateria, sendo
que sua alimentação é fornecida através do leitor através das ondas eletromagnéticas.
Sua vida útil é praticamente ilimitada, é normalmente usado para curtas distâncias e
requerem um leitor com maior potência. O tag ativo é normalmente do tipo
leitura/escrita, significando que podem ser atribuídas novas informações ao tag. Tem
custo mais alto do que o tag passivo e sua vida limita-se aos 10 anos (FAHL, 2005).

“A tag é composta por um minúsculo chip e uma antena, que normalmente é


feita de cobre. No chip é programada uma informação de acordo com a necessidade”
(CUNHA, 2005, p.13).

O tag (ou transponder) é um pequeno que serve de identificador do objeto que


foi implementado. Quando solicitado pelo reader, devolve a informação contida no
chip. Todavia apesar de ser o método mais comum, existem tags, que transmitem
informação sem a presença do reader.
De um modo geral, podemos definir os tags como identificadores, pois serão os
objetos que irão identificar e retransmitir as informações para os leitores de acordo a
aplicação em que estiverem sendo usados. Abaixo temos o exemplo de um tag (FIG. 1).

FIGURA 1 – Amostra de uma etiqueta (tag) RFID.


Fonte: http://www.drw.com.br/etiquetas_rfid.html

2.2.2 Antena:

A antena é o componente que irá gerar o campo magnético e ativar o tag para
enviar/trocar informações no processo de leitura ou escrita. Existem antenas em
diversos tamanhos e formatos, sendo cada uma relacionada à aplicação em que estiver
sendo usada, possuindo configurações e características distintas (BERNARDO, 2004;
CUNHA, 2005; FAHL, 2005).
Normalmente a antena poderá estar acoplada tanto no tag (FIG. 2) quanto no
leitor, afinal é o componente que será necessário para o envio e recepção das
freqüências de rádio que conterão dados para leitura ou escrita.

Já Gomes (2007) diz que tanto as antenas quanto as aplicações de software, são
consideradas parte integrante do sistema, não havendo necessidade de separá-las num
bloco isolado.
FIGURA 2 – Antena acoplada em um tag RFID.
Fonte:http://www.baboo.com.br/absolutenm/templates/content.asp?articleid=5936&zoneid=24&resumo

FIGURA 3 – Amostra de antena em funcionamento.


Fonte: http://firebits.wordpress.com/2009/02/18/rifd-a-onda-do-futuro-principalmente-para-inventarios-
hw-e-sw/

Na FIG. 3 podemos ver o exemplo de funcionamento de uma antena na qual


envia e recebe sinais do tag.
2.2.3 Leitor:

É o dispositivo que irá fazer a leitura das informações contidas nos tags e
posteriormente essas informações poderão ser decodificadas e enviadas para um
software onde poderão ser armazenadas e visualizadas.

Por ser o responsável pela ligação entre sistemas externos de processamento de


dados e os tags, o leitor pode ser considerado como o cérebro de um sistema RFID, pois
também fará a gestão do sistema (GOMES, 2007).

Pelo fato de operar através de radiofreqüência, o leitor pode ler através de


diversos materiais tais como papel, madeira, plástico, cimento, vidro, dentre outros.
Quando o tag passa pela cobertura da antena, o leitor vai decodificar os dados contidos
nele, passando-os para um computador realizar o processamento (BERNARDO, 2004).

Quental Jr. (2006) afirma que o leitor transmite energia por meio de ondas
eletromagnéticas através de suas antenas e que, o tag que capturar as ondas e converte-
las em energia que servirá para retransmitir as informações armazenadas.

FIGURA 4 – Leitor em forma de túnel fazendo a identificação de caixas.


Fonte: http://www.software-dungeon.co.uk/software.php?id=110898
FIGURA 5 – Leitor usado para aplicações como controle de estoque.
Fonte: http://www.logismarket.ind.br/psion-teklogix/leitor-uhf-rfid/1263878723-1179619242-p.html

Na FIG. 4 existe um leitor em forma de túnel que faz a leitura simultânea de


várias caixas com etiquetas RFID, enquanto que na FIG. 5 temos o exemplo de um
leitor que é normalmente usado para fazer controle de estoque.

2.3 Funcionamento padrão do RFID

Costa (2006 apud HECKEL, 2007, p.5) RFID é uma tecnologia usada para
identificação automática através de suas ondas de rádio, podendo obter ou enviar
informações remotamente através de seus componentes.

O funcionamento básico da tecnologia RFID se dá por meio de freqüências de


rádio onde, ondas em determinadas freqüências dentro de um campo eletromagnético
conseguem transmitir informações sem a necessidade de fios ou até mesmo das
etiquetas estarem visíveis aos leitores. O tag responderá aos sinais enviados pela base
transmissora que envia freqüências de rádio.

Conforme Fahl (2005) a leitura da etiqueta pode ocorrer da seguinte forma: as


antenas são instaladas de forma a gerar um campo magnético em determinada
localidade. Posteriormente as etiquetas serão estimuladas a se comunicarem com o leitor
depois de serem interrogadas. Logo o leitor irá interpretar as informações emitidas pela
etiqueta e passá-las para o sistema responsável pela aplicação.
Ainda não existe uma arquitetura universal, logo a funcionalidade de um sistema
RFID pode ir de um implantes humanos até aplicações industriais.

FIGURA 6 – Funcionamento padrão de uma aplicação RFID.


Fonte: http://www.onium.com.br/rfid.html

3 VISÃO COMERCIAL DO RFID

Para Bernardo (2004), o que justifica tamanha importância em torno da


identificação por radiofreqüência é devido à possibilidade de reconhecimento de
produtos com potenciais ganhos de eficiência e novos horizontes, além de trazer para a
realidade possibilidades que não estavam apenas no imaginário dos grandes
empresários.

Segundo Taylor (2005 apud Quental Jr., 2006 p.3) a idéia é que o RFID venha a
reduzir os custos em todas as áreas e padronizar os processos, visando a cadeia de
suprimentos como um dos segmentos como um desafio com maiores possibilidades de
retorno nos negócios.

“A globalização cada vez mais abre espaço para que as empresas possam
participar e concorrer por mercados até então pouco explorados, é o caso das empresas
especializadas em operações logísticas” (FAHL, 2005, p.12).

A previsão é que a cadeia de suprimentos seja uma das áreas mais promissoras
no que se trata do mercado RFID, afinal tratando-se de estoque, logística e atendimento,
são setores que irão afetar desde o empresário que investe em RFID até o consumidor
que compra seus produtos nos supermercados.

Bernardo (2004) ainda afirma que empresas como Wal-Mart, Gillete, Boeing e
Airbus já estão adotando o RFID partindo dos seus núcleos até seus fornecedores.

São exemplos de grandes empresas que já vem investindo em RFID, e que já


tem uma visão que não se trata mais de teoria, mas sim de uma realidade que já faz
parte da vida de diversas pessoas no mundo todo.

“O mercado prevê que a utilização da tecnologia RFID será ampla em curto


espaço de tempo, especialmente na área de logística e retaguarda, podendo ser utilizado
em carretas, paletes ou mesmo caixas de despacho de produtos” (BERNARDO, 2004).

Para negócios, isto pode significar automação mais rápida, maior controle
sobre os processos e estoques contínuos e precisos. Parceiros de negócios
poderão finalmente compartilhar informações sobre bens do início ao fim da
cadeia de fornecimento e, tão importante quanto isto, identificar
instantaneamente a localização atual e situação dos itens (Glover & Bhatt,
2007, p. 4).

O progresso de implantação do RFID irá depender muito de como as empresas


irão adotar a tecnologia em suas instalações e que tipo de retorno terão diante do seu
uso.

Ainda Bernardo (2004) diz que mesmo com a trajetória do RFID em foco, a
velocidade de sua adoção é totalmente imprevista devido ao valor do chip.

Segundo Fine (1999 apud Quental Jr., 2006 p.4), é comum encontrar empresas
onde não existe um responsável pela cadeia de suprimentos, fazendo com que cada área
de uma empresa trabalhe de maneira independente das outras e tenham objetivos
conflitantes, resultando num processo conhecido por “jogar por cima do muro”.

Esse tipo de comportamento nas empresas trazem consigo pontos negativos,


sendo preciso focar não só na fabricação e muito menos no projeto, mas sim na
integração entre estes dois.

Santana (2005 apud Dresch Jr., Efrom, Grumovski, 2008, p.48) o RFID é uma
tecnologia que desencadeia uma revolução que servirá de base para a identificação de
produtos, com impacto nos processos logísticos da cadeia de abastecimento, na
fabricação, no controle de estoque e até mesmo na compra e venda.

Um futuro que vem se concretizando aos poucos e ao mesmo tempo tornando


possível o aprimoramento das empresas que estão investindo em RFID, tendo sempre
em vista o crescimento em larga escala, o que possibilitará maiores lucros a esses
investidores.

“Enquanto os negócios testam com cuidado o cenário, os padrões e tecnologias


estão rapidamente alcançando as potenciais aplicações” (Glover e Bhatt, 2007, p. 209).

3.1 RFID no mercado atual

Pode-se dizer que hoje uma das poucas tecnologias que estão emergindo é o
RFID, e por isso existem diversas soluções sendo implementadas em vários países além
de seminários e conferências para discutirem o futuro desta mesma (CUNHA, 2005).

Hoje, com a abertura do mercado a novos concorrentes, as empresas já não


sabem mais com quem estão concorrendo, o poder migrou da empresa para o
consumidor, agora é o consumidor quem decide o que comprar e de quem
comprar, a única forma de uma empresa se destacar das outras é mostrar
excelência de seus serviços e a facilidade de realizar o negócio (Quental Jr.,
2006, p.58).

O RFID vêm trazendo grande expectativa de crescimento e a visão de muitos


dos investidores está focado no cliente, que é um dos principais fatores que irão fazer a
diferença no sucesso de uma empresa.

Conforme Quental Jr. (2006, p.59) “Os mercados mudam cada vez mais
rapidamente a cada dia. As empresas continuamente são desafiadas a reduzirem o custo
da sua operação, o tempo que leva para conceber, produzir e entregar um produto”.

“Por se tratar de uma tecnologia tão apetecida em qualquer parte da sociedade


atual, o mercado é um constante “cliente” de novos desafios” (GOMES, 2007, p. 24).

“Atualmente, a tecnologia de identificação por rádio freqüência já está muito


difundida sendo amplamente utilizada no nosso dia-a-dia” (FAHL, 2005, p.14).
A situação atual do RFID no mercado já está com uma base massificada para
quem já investe e quem deseja investir. A utilização está ocorrendo de maneira ampla
assim como os especialistas vem afirmando através de seus estudos realizados.

De acordo Heckel (2007) com a crescente popularização do RFID em diversas


aplicações, faz com que sejam necessários estudos que possam trazer um maior
entendimento a fim de conhecer quais os benefícios proporcionados por tal utilização,
em que áreas seu uso já é considerado seguro e quais características devem ser
corrigidas ou melhoradas.

“De certo modo, os estudos atuais apontam que os consumidores deverão


enfrentar menos filas nos caixas dos supermercados” (FAHL, 2005, p.16).

No atual momento muitas companhias estão na primeira fase, em que


fornecedores estão apenas colocando etiquetas em algumas mercadorias antes
de despachá-las para alguns clientes, sem se obrigarem a integrar dados,
necessitam apenas de seus próprios sistemas, os quais não precisam ser
alterados, reduzindo os investimentos em projetos pilotos (Fahl, 2005, p.16).

Depois de feitos estudos para conhecer a tecnologia com a qual vão trabalhar, dá
pra se ter uma noção de aplicação e reação das pessoas envolvidas. É possível chegar
por exemplo a um conhecimento prévio sobre a tecnologia em estudo e quais métodos
serão necessários para implantação.

3.2 Proposta do mercado para o RFID

Conforme Quental Jr. (2006) o que vai fazer a diferença no mercado serão os
resultados e não a implementação. Quem sobreviverá será aquele que conseguir oferecer
ao mercado melhor qualidade pelo menor preço, ou seja, a performance de uma empresa
dependerá da performance de outras das quais ela depende.

Como dito anteriormente para que a performance de uma empresa seja positiva,
é importante que tenha alguém responsável pela cadeia de suprimentos desta, afinal o
foco no sucesso da empresa depende de tal responsável que venha a oferecer
competência no trabalho realizado, para que os processos que cada um realizar não fuja
do objetivo.
O mercado vem observando com cautela a utilização da tecnologia e também é
sabido q há oportunidades promissoras que vão da logística até a segurança do
consumidor, porém só será possível obter grandes ganhos quando existirem normas
globais que regulem os diferentes aspectos dos equipamentos e sua usabilidade
(BERNARDO, 2004).

Bernardo (2004) ainda indaga que há grande interesse das empresas em conhecer
e utilizar o sistema, onde já existem iniciativas de testes para verificar e analisar a
aplicação e o seu impacto nos negócios, principalmente nas grandes redes de varejo.

Empresas como a Companhia Brasileira de Distribuição (CDB), Gillete,


Procter&Gamble, CHEP e Accenture realizaram um projeto-piloto com o uso de RFID
no Brasil (LOES, 2006).

“Uma estimativa feita pela empresa de consultoria Gartner atesta que em 2010 a
tecnologia de RFID tenha investimento de mais de 3 bilhões de dólares” (HECKEL,
2007, p.5).

Já podemos perceber que mega empresas já estão levando a sério suas iniciativas
de implantação de RFID. Os projetos experimentais são fundamentais para que possam
dar um passo adiante em seus investimentos e realmente saberem quais são os pontos
positivos e negativos que a tecnologia vem a oferecer.

O RFID é considerado mais que uma simples tecnologia de localização e


identificação, mas sim uma tecnologia que oferece uma nova visão no mercado
envolvendo diversos setores. Será uma grande geradora de inovação nos negócios.

Conforme Quental Jr. (2006 apud Prahalad, 2004, p.62) “as empresas devem
medir o futuro tanto quanto o presente e as informações tem de ser baseadas em
informações não apenas sobre consumidores, mas também sobre tendências e
mercados”.

A criatividade e a inovação se integram em processos organizacionais e se


diferem de maneira que, quando falamos de criatividade, estamos tratando de uma
questão individual ou de pequeno grupo, enquanto que inovação trata-se de um processo
coletivo que altera hábitos, crenças e interesses de indivíduos e grupos. É tratada como
uma mudança benéfica e solução criativa de muitos problemas (FAHL, 2005).
4 RFID X CÓDIGO DE BARRAS

Mesmo com funções parecidas com o código de barras e também por se tratar de
um avanço tecnológico, fica cada vez mais comprovado que o RFID venha a
complementar o código de barras e não apenas substituindo-o (FAHL, 2005).

Apesar de ser uma solução parcial da cadeia de suprimentos o código de barras


apresenta algumas limitações que acabam forçando algumas empresas a conhecer e
implementar o RFID, porém não se aposta que essa tecnologia venha a substituir
totalmente o código de barras, mas sim trabalharem paralelamente em algumas
aplicações.

Um dos maiores problemas sempre foi dissuadir os clientes de que RFID não
é uma nova forma de código de barras e sim uma tecnologia que possibilita
visibilidade e fomenta a integração de toda a cadeia de valor da empresa em
tempo real, pois vários clientes vinham com a proposta de substituir o atual
código de barras com RFID (Quental Jr., 2006, p.121).

Segundo indicadores do RFID News Roundup (2007 apud BERNARDO, 2004,


p.6) outro fator interessante é que segundo as pesquisas, ao invés de substituir o código
de barras, as duas tecnologias deverão co-existir, aplicando-se a que for mais
interessante para o uso.

“Até hoje, por mais que se vislumbre imensas oportunidades para o uso das
etiquetas inteligentes na cadeia de suprimento, o preço e o amadurecimento da
tecnologia sempre foram fatores limitantes para a adoção da mesma” (FAHL, 2005,
p.88).

“Devido ao alto custo dos tags em relação à identificação por código de barras,
apenas os objetos de alto valor e unidades de movimentação com grande quantidade de
itens como pallets serão inicialmente identificados” (QUENTAL JR., 2006, p.85).

Existem muitos aspectos em comum entre as tecnologias, porém trata-se de um


processo demorado para a substituição. É necessário uma grande infra-estrutura em
cima dessa migração, além do que o código de barras tem o preço bem mais baixo do
que se comparado ao RFID.
4.1 Diferenças entre RFID e Código de Barras

FIGURA 7 – Código de barras


Fonte: http://pontomidia.com.br/raquel/arquivos/codigo_de_barras.html

Apesar de poderem ser aplicadas no mesmo contexto, podemos notar a diferença


física entre o código de barras e um tag RFID respectivamente nas FIG. 7 e FIG. 8.

FIGURA 8 – Outro exemplo de um tag RFID.


Fonte: http://ubisurv.wordpress.com/2009/02/02/transport-surveillance-1/

Por se tratarem de diferentes tecnologias é natural que encontremos diferenças


entre elas. Uma das principais diferenças está na execução de leitura de ambas, onde por
exemplo o RFID pode fazer a leitura de vários itens e/ou objetos ao mesmo tempo sem a
necessidade de um contato direto com os mesmos.
Conforme Glover e Bhatt (2007) sendo provavelmente o mais familiar
identificador legível por computador, a luz que usa para varrer um laser sobre um
código de barras acabam por impondo limitações, e além de tudo ela requer uma “linha
de visão” direta exigindo que o item esteja bem de frente e na direção correta sem que
algo esteja entre o feixe laser e a barra de código.

Um grande fator positivo para a tecnologia RFID é sua flexibilidade, pois


comparada ao código de barras ganha em confiabilidade, afinal os códigos de barras
tendem a apagarem com o passar do tempo, não deixando de esquecer também que há
uma considerável redução de falha humana no processo de captura de dados (DRESCH
JR., EFROM, GRUMOVSKI, 2008).

O uso do código de barras restringe atualizações da operação, pois ele requer um


sinal infravermelho com uma específica orientação para a leitura e a necessidade de
uma pessoa para alocar o produto na posição correta. Com a etiqueta inteligente
embutida nos produtos a leitura será realizada automaticamente (FAHL, 2005).

FIGURA 9 – Diferenças básicas entre o RFID e o código de barras.


Fonte:http://www.ogerente.com.br/novo/colunas_ler.php?
canal=11&canallocal=41&canalsub2=132&id=144

5 PADRONIZAÇÃO DO RFID

“O RFID ainda não foi adotado amplamente devido aos altos custos de
implementação e a falta de padronização” (FAHL, 2005). Não há uma definição legal
quanto à padronização da tecnologia, e a EPCglobal é uma das entidades mundiais sem
fins lucrativos que defende sua padronização (LOES, 2006).
Quental Jr. (2006, p.31) diz que “a adoção do irá esbarrar em questões como
padronização, segurança e acordos comerciais além de diferenças no nível de
maturidade de TI das empresas”. O mesmo autor diz que analistas acreditam que com a
adoção em massa e padronização, os custos de produção do chip possam reduzir em até
80% que em contrapartida barateia a implantação da tecnologia na empresa.
Cada etiqueta eletrônica possui um número de série único que é conhecido como
EPC (Eletronic Product Code ou Código Eletrônico do Produto). O Auto ID juntamente
com o EAN e o UCC (Associação Internacional de Numeração de Artigos responsável
pela identificação e padronização do sistema de numeração e simbologia adotada no
mundo inteiro) foram os responsáveis por fundamentarem um padrão seguido
mundialmente, onde permite que cada etiqueta nunca se repita (FAHL, 2005).

Já existem sugestões propostas feitas pela ISO para a padronização do RFID,


mas estas ainda se encontram em estado de aprovação (CUNHA, 2005).
Até então algo que já vem acontecendo é que as empresas que estão adotando
deverão criar um padrão próprio, correndo o risco de a freqüência padrão ser alterada,
tendo que ser refeito parte do investimento (FAHL, 2005).
E o fato de nem todos os projetos adotarem o mesmo padrão leva a uma
preocupação futura com questões como a integração dos dados com diferentes cadeias e
também com o desenvolvimento e aceitação da tecnologia pelo mercado (QUENTAL
JR., 2006).
Questões como patentes e licenças ameaçam sempre atrasar mais o processo de
desenvolvimento da tecnologia. Também há algumas dificuldades como por exemplo
questões de regulamentações que variam de país para país que acabam por afetar os
padrões ISO e EPC (Glover e Bhatt, 2007).
As vantagens virão com certeza, mas para isso é necessário que todos utilizem o
mesmo padrão, que toda cadeia produtiva e comercial esteja sintonizada na mesma
freqüência (BERNARDO, 2004, p.8).
De acordo Quental Jr. (2006, p.35) o padrão EPCGlobal define os tags não
apenas por características físicas, como freqüência, mas também pela capacidade de
armazenamento e possibilidades de interação. São elas:
 classe 0: tags passivas apenas de leitura;
 classe 0+: tags passivas com possibilidade de escrita (única) usando
protocolo de classe 0;
 classe 1: tags passivas com possibilidade de escrita (única);
 classe 2: tags passivas com funcionalidades adicionais como encriptação;
 classe 3: tags regraváveis e semi-passivas como sensores e tags com
baterias;
 classe 4: tags regraváveis ativas com possibilidade de comunicação ponto-a-
ponto com outras tags;
 classe 5: tags e leitores que podem ativar classes tags 1, 2 e 3 e podem se
comunicar com tags classes 4 e 5.
A tecnologia RFID tem muito que crescer e apresenta grande potencial para o
mercado. No entanto, a sua padronização é um fator extremamente importante para que
a tecnologia alcance o potencial necessário para se mostrar forte no mercado, todavia
isso é uma questão de tempo e há quem diga de burocracias.

6 RFID NO BRASIL

Atualmente já existe no Brasil uma iniciativa da EAN BRASIL (Associação


Brasileira de Automação) onde foi constituído o Grupo de Trabalho RFID, para
promover o uso da ferramenta no país. Trabalha também ao lado de suas congêneres do
Japão e Reino Unido e outros executivos de companhias de padrão mundial
(BERNARDO, 2004).
Uma das aplicações mais conhecidas da tecnologia de radiofreqüência no Brasil,
é o sistema de pedágio “Sem Parar”, que permite o trânsito livre de veículos por
pedágios, onde o carro passa por um leitor que fica no pedágio e lê o tag contida no
carro. No final do mês o dono da etiqueta recebe sua conta a ser paga (LOES, 2006;
CUNHA, 2005);
O RFID começa a ganhar também espaço no varejo brasileiro, pois o Grupo Pão
de Açúcar juntamente com a Gillete, Procter&Gamble, CHEP e Accenture realizaram
um projeto-piloto com o uso do RFID no Brasil onde a primeira fase foi concluída em
fevereiro de 2005 com duração de cinco meses (LOES, 2006).
Loes ainda diz que esse projeto não envolveu pontos-de-venda e foi testado
somente na área de logística e estoque, no qual foram envolvidos cerca de 1000 pallets.
Os produtos foram monitorados desde a área de armazenamento até as lojas do Grupo
Pão de Açúcar.
Ainda há muito caminho pela frente para o desenvolvimento da tecnologia no
país, um dos fatores que causam uma lentidão no processo de desenvolvimento é a
questão do preço da etiqueta no país, que segundo a EAN chega a custa de 80 centavos
até 1 dólar a unidades, enquanto que nos EUA o preço está na casa dos 25 centavos de
dólar (BERNARDO, 2004).

7 VANTAGENS X DESVANTAGENS

Como padrão de toda tecnologia, sempre existirá suas devidas vantagens e


também as desvantagens. Veremos abaixo quais são os prós e os contras do RFID.

7.1 Vantagens

“Os benefícios primários de RFID são: a eliminação de erros de escrita e leitura


de dados, coleção de dados de forma mais rápida e automática, redução de
processamento de dados e maior segurança” (DRESCH JR., EFROM, GRUMOVSKI,
2008, p.48).
“RFID possui qualidades extras que a tornam mais apropriada do que outras
tecnologias (como código de barras ou tarjas magnéticas)” (GLOVER & BHATT, 2007,
p.3).
Como ressalta Monteiro (2007 apud HECKEL, 2007, p.6) dentre as vantagens
dos sistemas baseados em RFID, uma das mais relevantes é o fato dela permitir a
operação em ambientes onde o código de barras não é eficiente.
Nogueira (2002 apud DRESCH JR., EFROM, GRUMOVSKI, 2008, p.49) diz
que a tecnologia RFID tem características que nenhuma outra oferece, como a leitura
simultânea de diversos itens em um segundo.
Não é necessária intervenção humana na identificação dos tags, que são lidos e
as informações são transmitidas em tempo real aos computadores (CUNHA, 2005).
“Uma varredura não requer uma linha de visão. Isto economiza tempo no
processamento que de outra forma seria gasto alinhando os itens” (GLOVER &
BHATT, 2007, p.4). A principal vantagem da tecnologia RFID é realizar a leitura sem o
contato e sem a necessidade de visualização direta do leitor com o tag (DRESCH JR.,
EFROM, GRUMOVSKI, 2008).
Bernardo (2004) cita algumas vantagens de modo resumido tais como:
 capacidade de armazenamento, leitura e envio dos dados para etiquetas
ativas;
 detecção sem necessidade da proximidade da leitora para o reconhecimento
dos dados;
 durabilidade das etiquetas com possibilidade de reutilização;
 redução de estoque;
 precisão nas informações de armazenamento e velocidade na expedição;
 melhoria no reabastecimento com eliminação de itens faltantes e aqueles
com validade vencida;

7.2 Desvantagens

Bernardo (2004) também mostra que por outro lado o RFID também apresenta
algumas desvantagens, tais como: o custo elevado em relação ao código de barras, que é
um dos principais obstáculos para o aumento da sua aplicação comercial, e também é
algo que implica no preço final dos produtos.
Fahl (2005) também ressalta que o custo de fabricar tanto as etiquetas quanto
leitores e antenas que trabalhem em uma freqüência mais alta é mais caro do que os
equipamentos de baixa freqüência, porém mais barato que os de freqüência ultra-altas.
Outra desvantagem desse tipo de freqüência é que ela não funciona bem em
todos os ambientes, tendo problemas em lugares com materiais metálicos e condutivos,
pois a operação é baseada em campos magnéticos, logo o metal interfere negativamente
no desempenho e a água possui uma propriedade de absorver as ondas eletromagnéticas.
No entanto o MIT já vem estudando formas para superar essas dificuldades
(BERNARDO, 2004; FAHL, 2005).
Questões como padronização das freqüências utilizadas e invasão de privacidade
dos consumidores são também outras duas desvantagens no mercado. No caso da
invasão de privacidade existem técnicas de desativamento da etiqueta RFID e também
de bloqueio automático no momento em que o tag sair da loja (BERNARDO, 2004).

8 RFID NA LOGÍSTICA E NO CONTROLE DE ESTOQUE

8.1 Controle de estoque

“O uso do RFID no rastreio de estoques é uma das aplicações mais comuns. As


empresas colocam tags nos pallets e contêineres que usualmente são difíceis de
localizar ou mesmo administrar” (CUNHA, 2005, p.21).
“A acuracidade dos estoques e a localização rápida e precisa dos produtos dentro
das áreas de armazenagem é algo que deixou de ser apenas uma variante no processo e
passou a ser um diferencial competitivo” (FAHL, 2005, p.13).
O sistema consegue localizar em tempo real os estoques e mercadorias, preço,
prazo de validade, lote dentre outros detalhes contidos na etiqueta RFID (BERNARDO,
2004).
Com o RFID, as empresas poderão trabalhar com informações e que
conseqüentemente poderão deixar de lado a necessidade de armazenamento de estoques
e sim mudá-los de lugar. Trabalhando diretamente com essas informações, as empresas
detectarão a hora de reabastecer os estoques em tempo real (FAHL, 2005; QUENTAL
JR., 2006).
Considerando que certo produto está em baixa no estoque do varejista o
fabricante poderá ter também essa informação e começar a fabricar mais. Se o produto
estiver acabado, o mesmo é enviado para o fornecedor e o distribuidor irá retornar para
o varejista (CUNHA, 2005).
“A ação das empresas foi integrar determinadas funções como: compras,
planejamento de estoques, armazenagem, transportes e distribuição com a área de
manufatura” (CUNHA, 2005, p.27).
Podemos perceber que as estratégias no controle de estoque podem ser
articuladas de diversas maneiras, que também pode trazer várias vantagens para as
empresas que articularem bem suas estratégias.
8.2 Logística

Na década de 90 as grandes corporações começaram a abrir suas portas para os


especialistas em logística e também o efeito da globalização permitiu a abertura de
espaço para a concorrência das empresas em mercados poucos explorados como por
exemplo, operações logísticas (FAHL, 2005).
“O gerenciamento de transportes se difundiu com o gerenciamento de materiais
dando origem à logística” (QUENTAL JR., 2006, p.14).
“A importância de termos ligado à logística e à gestão da cadeia de suprimentos
tem crescido muito recentemente, sendo hoje elementos chaves na estratégia
competitiva das empresas” (SCAVARDA, FILHO, KRAEMER, 2005, p.954).

FIGURA 10 – Aplicação RFID na logística.


Fonte:http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/acessoConteudo.php?nrseqoco=22142
Filho (2005) na figura 10 dá pra se ter uma idéia do funcionamento do RFID na
logística, exemplo: primeiro a etiqueta é fixada na embalagem do produto que depois
passará pela esteira da linha de produção (Ponto 1). No (Ponto 2) um pallet com caixas
de molho de tomate é preparado para o transporte. Quando as mercadorias estão saindo,
os produtos, mercadorias e pallets são associados à fábrica de origem via internet e as
informações são armazenadas em um banco de dados (Ponto 3). As mercadorias são
inspecionadas sem a necessidade de abertura das caixas e logo são despachadas (Ponto
4). Chegado ao supermercado, o carregamento é automaticamente adicionado ao
sistema de estoque e, se constatada algum problema com alguma mercadoria, será
possível fazer a identificação de qual a fábrica responsável e qual o canal de distribuição
utilizado (Ponto 5). Logo mais o cliente não precisa aguardar no caixa, pois um leitor
fará a leitura de suas compras e somá-las. Um dispositivo também listará os produtos e
os preços e por meio de um botão a transação irá se consumar sem a necessidade da
retirada dos produtos do carrinho (Ponto 6). Outro leitor no refrigerador ou na prateleira
poderá identificar qual produto está em falta e adicionar a informação ao banco de
dados e incluir o produto nas próximas compras (Ponto 7). Por fim, depois do produto
descartado, a etiqueta irá auxiliar o centro de reciclagem a identificar a categoria correta
para o encaminhamento e tratamento adequado para o seu processamento (Ponto 8).
A adoção na logística já vem sendo amplamente discutida pelas indústrias, e a
previsão é que a tecnologia irá revolucionar o conceito de logística que conhecemos
hoje (FILHO, 2005).
Baseada nas aplicações e afirmações dos autores, o setor de logística tem um
grande espaço para que realmente revolucione o seu conceito comparado ao que
conhecemos.

9 TENDÊNCIA NO SUPERMERCADOS

O uso do RFID em caixas de supermercado é uma das tendências mais


discutidas. O carrinho de supermercado seria equipado com um pequeno computador e
um leitor, então quando o consumidor colocasse o produto no carrinho, o item seria
acionado à sua compra. Quando este finalizasse a compra, seria feita a passagem do
carrinho por um “túnel” que fizesse a leitura de todos os produtos e computasse o valor
total emitindo automaticamente uma nota e o cliente pudesse escolher a melhor forma
de pagamento (CUNHA, 2005).
Estudos afirmam que provavelmente daqui a dez anos, não será necessário
enfrentar filas enormes e muito menos retirar todos os produtos do carrinho de compra
na hora de passar pelo caixa (FAHL, 2005).
Esse tipo de aplicação pode trazer uma grande comodidade para os clientes nos
chamados supermercados do futuro, e em contrapartida os investidores poderão ter um
retorno financeiro mais rápido tendo em vista que os serviços irão operar em um espaço
de tempo menor do que o normal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O RFID é uma tecnologia com grande potencial e com um vasto campo de


crescimento em diversas de suas aplicações e pode desencadear um processo de efeito
dominó, onde a adoção em massa em determinado setor poderá forçar aos demais para a
sua adoção. Inclusive grandes empresas de vários ramos de atividade já vem fazendo
grandes investimentos para a adoção da tecnologia e também que seus fornecedores
passem a adotar o RFID.
Alguns fatores como custo e padronização acabam causando alguns empecilhos
para o crescimento do RFID que se dá de maneira mais lenta. Com relação à
padronização já vem sendo mobilizadas ações para a regulamentação de normas e
padrões para o uso da tecnologia.
Analisando suas vantagens e desvantagens, é possível fazer uma análise e como
o RFID pode influenciar na agilização dos serviços de atendimento ao cliente em um
supermercado por exemplo. No supermercado do futuro, o cliente enfrentará filas
menores do que as atuais e também terá mais comodidade e rapidez no processo de
compra e atendimento, algo que fará a diferença para todos os consumidores, seguidos
pelo termo “tempo é dinheiro”.
A questão da tecnologia relacionada ao Brasil ainda é delicada, é como uma
criança que está engatinhando e quase aprendendo a andar. Há muitos conceitos a serem
vistos e estudados para uma maior propagação da tecnologia no país.
Os estudos feitos com base no controle de estoque e logística, nos mostra como
o RFID pode revolucionar estas áreas e como dito anteriormente, causar um efeito
dominó em outras áreas.
A dinâmica do controle de estoque faz com que os empresários reduzam gastos e
serviços, oferecendo mais agilidade para este último. A mesma coisa acontece com a
logística, e em contrapartida disso, a sintonia existente entre os dois aumenta
consideravelmente.
O RFID não virá propriamente para substituir o código de barras, em muitas
aplicações ambos irão ser usados paralelamente, até porque não convém gastar com
RFID em alguns serviços, tendo em vista que o código de barras poderá fazer o mesmo
trabalho e por um preço muito menor ainda.
RFID é muito mais que uma questão tecnológica, mas também uma questão
comercial, que depende de aspectos políticos e burocráticos para a adoção em massa. É
bem provável que daqui a 10 anos os impactos que o RFID causará, corresponda às
expectativas previstas.
11 METODOLOGIA

A metodologia é o caminho do pensamento a ser seguido. Ocupa um lugar


central na teoria e trata-se basicamente do conjunto de técnicas a ser adotada para
construir uma realidade. A metodologia adequada permite ao pesquisador chegar às
fontes adequadas que, por sua vez, o levará aos dados pertinentes para responder ao
problema, aos objetivos e hipóteses da pesquisa (SEVERINO, 2002, p. 31).

Este capítulo é dedicado à forma de desenvolvimento da pesquisa. Visa permitir,


através da exposição detalhada dos passos seguidos quando da formulação e
desenvolvimento do estudo em questão, dar ao leitor subsídios para a compreensão e
entendimento do mesmo. Segundo Severino (2002, p. 34), a metodologia é a lógica dos
procedimentos científicos em sua gênese e em seu desenvolvimento, não se reduz,
portanto, a uma “metrologia” ou tecnologia da medida dos fatos científicos.

A metodologia deve ajudar a explicar não apenas os produtos da investigação


científica, mas principalmente seu próprio processo, pois suas exigências não são de
submissão estrita a procedimentos rígidos, mas antes da fecundidade na produção dos
resultados. (GIL, 2002)

11.1 Tipo de Estudo

Para a realização desse estudo, caracterizado por uma revisão bibliográfica, de


caráter qualitativo, foi feita uma pesquisa de cunho bibliográfico em livros, revistas,
internet, com o objetivo de buscar uma fundamentação teórica para o assunto a ser
desenvolvido. Todo material recolhido foi submetido a uma triagem, a partir da qual foi
possível estabelecer um plano de leitura atenta e sistemática que se fez acompanhar de
anotações e fichamentos que, eventualmente, foram utilizados na fundamentação
teórica do estudo em questão.Isso porque, segundo Severino (2002), a pesquisa
bibliográfica tem por objetivo conhecer as diferentes contribuições científicas
disponíveis sobre determinado tema. Ela dá suporte a todas as fases de qualquer tipo de
pesquisa, uma vez que auxilia na definição do problema, na determinação dos objetivos,
na construção de hipóteses, na fundamentação da justificativa da escolha do tema e na
elaboração do relatório final.

De posse dos dados obtidos na pesquisa bibliográfica, teve início a pesquisa de


caráter qualitativo, que segundo Severino (2002, p. 163) “considera que há uma relação
dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo
objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números”.

Ainda em conformidade com o mesmo autor, a interpretação dos fenômenos e


atribuição de significados são básicos no processo qualitativo. Não requer o uso de
métodos e técnicas estatísticas onde o pesquisador é o instrumento-chave. O processo e
seu significado são os focos principais de abordagem.(SEVERINO,2002.

Os sites de busca utilizados foram o Google,Scielo, nas páginas em português,


durante o período de julho a novembro de 2009, em artigos e dissertações , utilizando
como palavras-chave, RFID, Código de barras, Tecnologia rádio freqüência.

Esse estudo teve por embasamento teórico as idéias de diversos autores, citando
os principais: Bernardo (2004); Cunha (2005); Fahl (2005); Scavarda, Filho, Kraemer
(2005); Quental Jr. (2006); Glover e Bhatt (2007); Gomes (2007); Heckel (2007);
Dresch Jr., Efrom, Grumovski (2008);

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