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Curso de

Vistoria de Containers

IICL 5ª Edição
IICL – “Institute of International Container Lessors”

Professor: Renato Marcio dos Santos

2015

1
Sumário
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 4
2 A IMPORTÂNCIA DO VISTORIADOR ....................................................................................... 4
3 O CONTÊINER ............................................................................................................................... 5
4 SEGURANÇA ................................................................................................................................. 6
4.1 Segurança durante a vistoria ..................................................................................................... 6
5 CONHECENDO O CONTÊINER .................................................................................................. 7
5.1 Histórico .................................................................................................................................... 7
5.2 Padronização ............................................................................................................................. 8
6 IDENTIFICAÇÃO DO CONTÊINER .......................................................................................... 11
7 POSICIONAMENTO E LOCALIZAÇÃO EM RELAÇÃO AO CONTÊINER .......................... 13
8 PROCEDIMENTO DE VISTORIA .............................................................................................. 15
9 TERMINOLOGIA TÉCNICA DOS COMPONENTES DO CONTÊINER................................. 16
10 TIPOS DE CONTÊINERES .......................................................................................................... 26
10.1 Dry Van 20’. ............................................................................................................................ 27
10.2 Dry Van 40’. ............................................................................................................................ 27
10.3 Dry Van 40’ High Cubic Ou Simplesmente “Hc” .................................................................. 27
10.4 Open Top. ................................................................................................................................. 28
10.5 Plataform . ............................................................................................................................... 28
10.6 Flat Rack:................................................................................................................................. 29
10.9 Tank. ......................................................................................................................................... 30
10.10 Reefer ................................................................................................................................... 30
10.11 Ventilated. .............................................................................................................................. 31
10.12 Bulk ..................................................................................................................................... 31
10.13 Livestock ............................................................................................................................. 32
11 AVARIAS - CONCEITO, TIPOS E CAUSAS ............................................................................. 32
11.1 Conceito ............................................................................................................................... 32
11.2 Tipos .................................................................................................................................... 32
11.3 Impacto.................................................................................................................................. 32
11.4 Desgaste Natural – Wear And Tear ..................................................................................... 33
11.5 Reparos Impróprios ............................................................................................................. 33
11.6 Causas .................................................................................................................................. 33
12 CRITÉRIO DE VISTORIA ........................................................................................................... 34
12.1 Equipamentos de Vistoria.................................................................................................... 35
12.2 Resumo do Critério de Vistoria IICL – 5 – Original em Inglês .......................................... 36
12.3 Resumo do Critério de Vistoria IICL – 5 – Traduzido ........................................................ 37
13 TIPOS DE VISTORIA .................................................................................................................. 48
13.1 On-Hire Survey.................................................................................................................... 48
13.2 In-Service Survey ................................................................................................................ 48
13.3 Condition Survey ................................................................................................................. 48
13.4 Post-Repair Survey .............................................................................................................. 48
13.5 Off-Hire Survey ................................................................................................................... 48
13.6 Sealed Box ........................................................................................................................... 48
13.7 Padrões Iicl .......................................................................................................................... 49
14 NORMAS E REGULAMENTAÇÕES INTERNACIONAIS....................................................... 49
14.1 Norma ISO de padronização................................................................................................ 49
14.2 Regulamentação TIR ........................................................................................................... 49
14.3 Convenção CSC – ACEP .................................................................................................... 50
14.3.1 Segurança para a vida humana......................................................................................... 50
14.3.2 Segurança para a carga..................................................................................................... 50

2
14.3.3 Segurança para o próprio contêiner ................................................................................. 50
14.3.4 ACEP – “Approved Continuous Examination Program” ................................................ 51
14.4 Tratamento Australiano – TCT (Timber Component Treatment) ....................................... 51
15 REPAROS DE CONTÊINERES ................................................................................................... 52
15.1 A Necessidade do Reparo .................................................................................................... 52
15.2 O Objetivo do Reparo .......................................................................................................... 52
15.3 Regras de Segurança Durante o Reparo .............................................................................. 52
15.4 Tipos de Reparos ................................................................................................................. 53
15.5 Equipamentos de Reparos ................................................................................................... 54
15.5.1 Máquina de solda MIG:. .................................................................................................. 54
15.5.2 Esmerilhadeira: ................................................................................................................ 54
15.5.3 Maçarico: ......................................................................................................................... 55
15.6 PROCEDIMENTOS DE REPAROS .................................................................................. 55
15.6.1 A importância do Reparador ............................................................................................ 55
15.7 CONTROLE DE QUALIDADE NO REPARO ................................................................. 55
15.7.1 A importância do Inspetor de Qualidade ......................................................................... 56
15.7.2 Equipamentos do Inspetor de Qualidade ......................................................................... 56
15.8 CRITÉRIO DE REPARO .................................................................................................... 56
15.8.1 Reparos Alternativos........................................................................................................ 57
15.9 A Escala dos Reparos .......................................................................................................... 57
15.10 Reparo – Equipamentos e Seu Correto Uso ........................................................................ 57
15.11 Técnicas e Métodos de Reparos .......................................................................................... 58
15.12 Elaboração eE Estudo de uma Estimativa de Reparos ........................................................ 58
15.12.1 Cálculo do homem/hora ............................................................................................... 58
15.12.2 Cálculo do material ...................................................................................................... 58
15.12.3 Cálculo do total dos reparos ......................................................................................... 58
16 CONSIDERAÇÕES GERAIS ....................................................................................................... 59
16.1 Precauções de segurança. .................................................................................................... 59
16.2 Princípios gerais envolvidos na execução de reparos. ......................................................... 59
16.3 Preparação da superfície ...................................................................................................... 60
16.4 Ferramentas ......................................................................................................................... 60
16.5 Solda .................................................................................................................................... 60
17 PROCEDIMENTOS GERAIS DE REPAROS ............................................................................. 61
17.1 Desamassamento:. ................................................................................................................... 61
17.2 Solda: . ................................................................................................................................. 61
17.3 Desamassamento e solda: ................................................................................................... 61
17.4 Inserção:............................................................................................................................... 61
17.5 Seccionamento: . ..................................................................................................................... 61
17.6 Troca: ..................................................................................................................................... 61
18 UM PROGRAMA DE GERENCIAMENTO E GARANTIA DE QUALIDADE ....................... 61
19 ESTUDO “PASSO-A-PASSO” DO CRITÉRIO DE REPARO SUGERIDO. ............................ 61
20 CÁLCULO DO DÍGITO DE CONTROLE .................................................................................. 62
21 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................... 63

3
1 INTRODUÇÃO

Os altos investimentos feitos em conteinerização se pagam e o tráfego de contêineres continua


crescendo. Apesar de o crescimento não ser tão descontrolado quanto no passado, este continuará até que
todas as operações convencionais de transporte, dentro dos limites de capacidade e peso de um contêiner,
sejam conteinerizadas. Isto significa que ainda há muito que crescer em relação a contêineres e que não irão
faltar unidades para serem vistoriadas.

Vistoriar contêiner é uma arte, pois exige talento e conhecimento profundo do assunto bem como um
preparo exclusivo e específico, sempre focando a reutilização do equipamento no menor espaço de tempo
possível e, se for o caso, com o menor custo, reutilização esta limitada somente pelas avarias que o contêiner
apresentar durante a vistoria.

O segredo de uma vistoria de excelência não é somente apontar as avarias que colocam o contêiner fora
de uso, mas é, principalmente, conhecer e apontar o melhor método de reparo que irá garantir que sua
integridade física e estrutural seja restituída dentro dos padrões exigidos.

Somado a tudo isso, quanto mais o vistoriador conhecer sobre os tipos de contêineres, tipos de cargas,
navios e demais equipamentos e segmentos que envolvem o uso de contêineres no transporte marítimo, melhor
será a sua performance na tomada de decisão em classificar o contêiner como OK ou avariado, sempre baseado
no critério de vistoria de seu cliente.

2 A IMPORTÂNCIA DO VISTORIADOR

O vistoriador é o juiz mais importante da condição de um contêiner. É responsabilidade do vistoriador


identificar se uma avaria necessita ser reparada ou não bem como indicar o reparo adequado para corrigir e
eliminar a avaria. O vistoriador também deve identificar condições de desgaste e deterioração para que reparos
sazonais possam ser feitos a fim de prolongar a vida útil de um contêiner, sempre consultando os critérios de
vistoria de seus representados.

Ser vistoriador exige, acima de tudo, um controle emocional e raciocínio lógico. Cada avaria deve ser
analisada de forma única e imparcial e o reparo deve ser solicitado se a avaria exceder a tolerância do critério de
vistoria. O vistoriador também deve ser paciente e possuir uma boa concentração, pois qualquer análise exige
uma profunda reflexão para uma tomada de decisão rápida e acertada.
Uma condição física apropriada e uma postura de movimentos são detalhes importantes para que o
vistoriador não sofra lesões imediatas ou a longo prazo, provocadas por movimentos e esforços repetitivos.
Ser pró-ativo, estudioso e ávido por informações com certeza irá contribuir em muito para uma vistoria
perfeita, bem como para o crescimento profissional.

4
3 O CONTÊINER

O propósito de um contêiner é carregar carga de maneira segura e eficiente. Um contêiner deve estar
apto a suportar todos os rigores aos quais é submetido durante o transporte intermodal, seja este marítimo,
ferroviário, rodoviário etc., inclusive a movimentação em terminais de contêineres cheios ou vazios sob várias
situações e condições físicas e climáticas. O contêiner é um elemento modular de um sistema de movimentação
de frete. A preservação de suas dimensões dentro das tolerâncias recomendadas e dentro de sua integridade
estrutural é fundamental para que o sistema possa operar.
O contêiner é construído com materiais duráveis, mas não é invulnerável às avarias e deterioração e
desgaste de seus componentes.

O Decreto Legislativo nº 237, de 1991, do Congresso Nacional e Senado Federal diz em seu Artigo 2:
Para fins da presente convenção, a menos que haja disposição em contrário:

1- Contêiner significa um artigo de equipamento de transporte:


a) de caráter permanente e suficientemente forte para ser usado por diversas vezes;
b) projetado especialmente para facilitar o transporte de mercadorias, por uma ou mais
modalidades de transporte, sem recarregamento intermediário;
c) projetado para ser seguro e/ou prontamente manuseado, tendo os encaixes de canto para esses
fins.
d) O termo contêiner não inclui veículos nem empacotamento, entretanto os contêineres
carregados em chassis estão incluídos.
2- Encaixe de Canto significa uma série de aberturas na parte superior e/ou na parte inferior de
um contêiner, para fins de manutenção, empilhamento e segurança.
3- Relação ou peso bruto operacional máximo ou “R” significa o peso combinado máximo
permitido do contêiner e sua carga.
4- Tara significa o peso do contêiner vazio, incluído o material auxiliar, fixado ao mesmo com
caráter permanente.
5- Carga útil máxima permitida ou “P” significa a diferença entre o peso bruto operacional
máximo e a tara.

Também podemos adotar, entre muitas, a seguinte definição para contêiner:

“Contêiner é um equipamento naval, modular, intermodal, logístico, de dimensões padronizadas,


reutilizável e destinado ao transporte seguro de carga.”

5
4 SEGURANÇA
Segurança deve ser sempre a palavra de ordem número 1 para qualquer trabalho e, entre estes, vistoriar
contêineres também está incluído. Portanto, toda atenção e todo respeito às normas, pois sua vida ou de seus
companheiros de trabalho podem depender disto.

4.1 Segurança durante a vistoria

Se você está vistoriando um contêiner, provavelmente você está em um terminal e, como todo terminal,
há movimentação constante de caminhões e equipamentos pesados, principalmente as empilhadeiras, sejam de
pequeno, médio ou grande porte. Então, toda atenção é necessária. Concentre-se em seu trabalho, mas não
esqueça que você é o item mais importante e mais precioso.

ATENÇÃO

✓ Evite ficar de costas para o tráfego de veículos;


✓ Sempre informe os operadores de empilhadeira e os encarregados de pátio que você está por perto;
✓ Fique somente o tempo necessário entre os contêineres, principalmente o primeiro e o segundo
contêiner da fila de vistoria;
✓ Nunca fique sob um contêiner içado pela empilhadeira para vistoriar a estrutura inferior. Se necessário,
use cavaletes em local reservado;
✓ Posicione-se sempre ao lado do operador quando estiver inspecionando a estrutura inferior com o
contêiner içado na empilhadeira;
✓ Use luvas, óculos e botas de proteção apropriadas, principalmente se estiver inspecionando áreas com
muita corrosão;
✓ Não esqueça: seu uniforme também é um item de segurança;
✓ Inspecione o teto do contêiner sempre a um-de-alto, ou seja, sempre com o contêiner ainda no chão;
✓ Abra as portas e aguarde alguns minutos para entrar no contêiner, permitindo uma renovação de ar;
✓ Nunca deixe as portas abertas após terminar sua vistoria. Além de causar avarias durante a
movimentação, acidentes podem ocorrer e o contêiner pode vir a tombar a empilhadeira;
✓ Recomenda-se que todo terminal tenha uma área especialmente reservada para a vistoria dos
contêineres;

6
5 CONHECENDO O CONTÊINER

5.1 Histórico

Em Maio de 2001, Malcolm P. McLean, o “Pai da Conteinerização”, faleceu aos setenta e sete anos de
idade. Ele costumava dizer que tinha a idéia de racionalizar as mercadorias transportadas evitando o constante
carregamento e descarga de um meio de transporte para outro. Para começar, McLean embarcaria caminhões
inteiros em navios, a fim de transportá-los o mais próximo possível de seu destino. O desenvolvimento de
contêineres e chassis padronizados, movidos por tratores, tornou possível embarcar apenas os chassis com
contêineres, desta forma economizando espaço e custos. Mais tarde, os chassis também foram deixados para
trás e os navios transportavam apenas contêineres.
O resultado foi tão bom que outros armadores entraram no mesmo caminho da conteinerização, no qual
o próprio McLean tornou-se dono de uma empresa de navegação, a Sea-Land, mais tarde vendida para a
Maersk, que passou a se chamar Maersk Sealand.
A história conta que o “IDEAL X” foi o primeiro navio a carregar contêineres, deixando o porto de Newark
com cinqüenta e oito contêineres, em 26 de Abril de 1956, com destino ao porto de Houston.
O primeiro navio totalmente desenhado para carregar somente contêineres foi o “MAXTON”, com
capacidade para sessenta contêineres no convés.

A técnica do transporte por contêineres consiste em acomodar quantidades de carga no interior de


recipientes metálicos fortes, de dimensões padronizadas e reutilizáveis transportando estes recipientes lacrados
até seus destinatários de maneira a garantir que esta carga chegue íntegra ao seu destino.

A revolução dos contêineres envolvendo rotas marítimas totalmente destinadas a esta finalidade
começou em 1965. Inicialmente foram necessários grandes esforços coordenados por parte dos fabricantes
desses recipientes, das linhas de navegação, das companhias de transporte rodoviário e ferroviário e das
autoridades ligadas ao setor, bem como os terminais de contêineres cheios e vazios, culminando num acordo
quanto às dimensões padrão que os contêineres deveriam ter. Todos os equipamentos de transporte passaram
então a ser projetados de modo a se adaptarem aos contêineres padronizados dessa forma.

Pelos métodos tradicionais de transporte, chamados “a granel”, a carga média para embarque ou
desembarque no transporte marítimo é de aproximadamente 10 toneladas por hora. Com a utilização de
contêineres, uma carga bruta de 34 toneladas pode ser manuseada e armazenada em confortáveis dez minutos,
considerando-se todas as etapas de um processo de embarque ou desembarque, do chão do terminal para o
navio ou vice-versa. Vale lembrar que este tempo é um tempo médio, podendo ser mais rápido ou até mesmo
mais demorado, dependendo das condições de cada terminal, considerando-se suas instalações e
equipamentos, sem esquecer da distância entre pátio de contêineres e navio durante as operações.

Os contêineres oferecem ainda outras vantagens: a carga, lacrada dentro do contêiner, não pode ser
acessada facilmente, chegando ao destinatário em condições íntegras. As camadas inferiores da carga não
sofrem “esmagamento” e os contêineres podem ser manuseados sob quaisquer condições climáticas,
principalmente a chuva. Os custos de mão-de-obra, embalagem e seguro também são reduzidos e os navios
podem retornar ao ponto de origem mais rapidamente. Os aproximados cinco dias necessários para um
embarque ou desembarque “a granel” podem ser reduzidos a um único dia ou até menos, com um
correspondente aumento de lucros.

Nos portos, por sua vez, elimina-se a necessidade de armazéns, uma vez que todos os contêineres
podem ser movimentados sob chuva.

7
5.2 Padronização

Todo contêiner é concebido dentro de normas e padrões aprovados e auditados por entidades
internacionais que garantem que, independente do local de sua fabricação, ele tenha as mesmas dimensões e
segurança necessária para seu uso normal no transporte marítimo.

A padronização das dimensões do contêiner é, sem dúvida, um dos fatores que contribuiu para o seu
sucesso. Essas normas e padrões são chamadas de ISO – INTERNATIONAL STANDARD ORGANIZATION
(Organização de Padronização Internacional).

Diagrama de dimensões e tolerâncias ISO

8
A seguir são apresentadas as dimensões ISO de um contêiner de 20’ e um contêiner de 40’, atualmente
os mais utilizados no transporte marítimo conteinerizado mundial.

• Dimensões externas de um contêiner padrão ISO de 20´ (20 pés) :


• - Comprimento = 6058 (+0 / -6) mm
• - Largura = 2438 (+0 / -5) mm
• - Altura = 2591 (+0 / -5) mm
• Dimensões internas de um contêiner padrão ISO de 20´ (20 pés) :
• - Comprimento = 5910 mm
• - Largura = 2340 mm
• - Altura = 2388 mm
• Abertura das portas:
• - Largura = 2346 mm
• - Altura = 2282 mm

• Dimensões externas de um contêiner padrão ISO de 40´ (40 pés) :


• - Comprimento = 12192 (+0 / -6) mm
• - Largura = 2438 (+0 / -5) mm
• - Altura = 2591 (+0 / -5) mm
• Dimensões internas de um contêiner padrão ISO de 40´ (40 pés) :
• - Comprimento = 12044 mm
• - Largura = 2340 mm
• - Altura = 2388 mm
• Abertura das portas:
• - Largura = 2337 mm
• - Altura = 2280 mm

O Peso bruto, a tara e a capacidade de carga variam e dependem do tipo e do ano de fabricação de
cada contêiner.

Um contêiner de 20’ pesa aproximadamente 2.200 KGS em um contêiner de 40’ pesa aproximadamente
3.800 KGS. O peso bruto máximo de um contêiner “DRY”de 20’ é de 30.480 KGS e o peso bruto máximo de um
contêiner “DRY” de 40’ é de 30.480 KGS. Apesar de a capacidade bruta ser igual, há o ganho no volume a ser
transportado no contêiner de 40´.

O contêiner tem cantoneiras reforçadas, estrutura de aço rígido, painéis de fechamento construídos em
aço e piso geralmente de madeira suportado por travessas de aço. Construído com material bastante resistente
e durável, o contêiner pode ser aquecido, ventilado ou refrigerado. Deve receber a carga de forma que esta não
se desloque em seu interior, o que se consegue com a utilização de calços, bolsas de ar e outros materiais de
peação pertinentes. O meio mais comum de consolidação e unitização de carga é o “pallet”, um estrado de
madeira com dimensões, estrutura e resistência adequadas a cada tipo de carga.

9
As mercadorias podem ser colocadas dentro de um contêiner de forma manual ou mecânica, com o
auxílio de guindastes ou empilhadeiras e devem ser distribuídas de maneira a não se deslocar em seu interior.
Os navios especializados em transporte de contêineres, em sua maioria, acomodam pilhas de até seis
unidades de altura no convés e pilhas de até nove unidades de altura nos porões, aproximadamente. O EMMA
MAERSK é um dos navios com maior capacidade estática, com capacidade para 11.000 TEU’s (Twenty-
Equivalent Unit – Unidade Equivalente de Vinte). Pertence à Maersk Sealand.

A capacidade desses navios é medida em “unidade equivalente de vinte pés”, comumente chamada de
“TEU – twenty-foot equivalent unit”. Assim um contêiner de 20’ equivale a 1 TEU e um contêiner de 40’ equivale
a 2 TEUs.

Os primeiros navios não carregavam somente contêineres. Foram evoluindo à medida que os armadores
e embarcadores sentiam que o novo sistema de transporte de mercadorias seria promissor e de sucesso, sendo
modificados até que carregassem somente contêineres. As figuras a seguir mostram como foi a evolução dos
navios acompanhando o progresso do transporte em contêineres.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Navio “semi-container” - 1ª geração
Carrega contêineres somente no convés e opera com guindastes de bordo

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Navio “full container” - 2ª geração
Carrega contêineres no convés e nos porões e opera com guindastes de bordo

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Navio “full container” de 3ª geração
Carrega contêineres no convés e nos porões e não possui guindastes.
Depende exclusivamente de guindastes e equipamentos de terra para as operações

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

10
6 IDENTIFICAÇÃO DO CONTÊINER
Todo contêiner existente possui uma identificação, determinada ainda na fabricação e registrada nos
órgãos competentes para efeitos de controle e fiscalização.

Conforme a NBR ISO 6346/2002, o sistema de identificação deve consistir somente nos seguintes
elementos (todos obrigatoriamente incluídos):

• CÓDIGO DO PROPRIETÁRIO – deve consistir em três letras maiúsculas, que devem ser únicas e
estar registrado no “Bureau International de Conteneurs” – BIC.
• IDENTIFICADOR DA CATEGORIA DO EQUIPAMENTO – consiste em uma letra do alfabeto latino, a
saber: U – para todos os contêineres padrão; J – para todos os equipamentos móveis associados aos
contêineres de carga; Z – para reboque e chassis porta-contêiner.
• NÚMERO DE SÉRIE – consiste em seis algarismos arábicos. Quando não atingir os seis algarismos,
completa-se antepondo tantos zeros quantos forem necessários.
• DÍGITO DE CONTROLE – o dígito de controle proporciona um meio de verificar a exatidão sobre o
código do proprietário, número de série etc.

Por padrão ISO, a identificação do contêiner é encontrada em locais estratégicos para facilitar a busca e
inventários. O exemplo a seguir mostra a identificação na parte superior da porta direita.

A combinação do CÓDIGO DO PROPRIETÁRIO mais o IDENTIFICADOR DA CATEGORIA DO


EQUIPAMENTO é conhecida como PREFIXO.

PREFIXO NÚMERO DE SÉRIE DÍGITO DE CONTROLE

11
(No final da apostila veja como se calcula o dígito de controle)

Também podemos recorrer ao ISO CODE do contêiner para sua identificação. Ele é próprio para cada
tipo de contêiner e é representado atualmente por quatro símbolos, sendo três algarismos e uma letra, localizado
logo abaixo da identificação. Veja a figura baixo para entender como se usa o ISO CODE:

3o. Dígito:
Cntr Ventilado

1o. Dígito:
Comprimento
do Cntr
20’

2o. Dígito: Letra:


Altura do Cntr Tipo do Cntr
8’6” DRY

Eis o ISO CODE dos contêineres mais conhecidos:

22G1 = DRY 20’


42G1 = DRY 40’
45G1 = DRY 40’ HC (HIGH CUBE)

22U1 = OPEN-TOP 20’


42U1 = OPEN-TOP 40’

22R1 = REEFER 20’


42R1 = REEFER 40’
45R1 = REEFER 40’ HC (HIGH CUBE)

PAINEL DE PESO

O painel de peso também é um componente fundamental para a utilização correta do contêiner, pois
determina as dimensões de capacidade de peso que o contêiner pode suportar. Todo contêiner padrão ISO
contém o painel de peso logo abaixo do ISO CODE, também na porta direita, mencionando valores em unidades
de medida inglesa (LIBRAS) e unidades de medida universal (Kilogramas), sempre na mesma ordem. São as
informações nele contidas:

• MAX. GROSS: Peso bruto total, contêiner mais a carga máxima.


• TARE: Tara, peso do contêiner vazio.
• NET WEIGHT: Peso neto, isto é, carga máxima que o contêiner suporta.
• CUBIC CAPACITY: Capacidade cúbica, espaço interno do contêiner.

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OBS.: Para utilização da capacidade cúbica de um contêiner, deve ser levado em conta o
percentual de “FATOR DE QUEBRA DE ESTIVA”, pois não é possível ocupar 100% do espaço interno,
exceto os contêineres apropriados para granéis líquidos.

Somando-se o PESO NETO (NET WEIGHT) com a TARA (TARE), temos como total o PESO BRUTO
TOTAL (MAX. GROSS). Desta forma, na falta de uma das três informações, podemos encontrá-la através da
operação matemática correspondente, ou seja, adição ou subtração.

A tabela a seguir mostra que, quanto menor o contêiner, maior é o “FATOR DE QUEBRA DE ESTIVA”:

TIPO DE CONTÊINER FATOR DE QUEBRA DE ESTIVA


ISO de 10 pés (3 m) 17%
ISO de 20 pés (6 m) 12%
ISO de 30 pés (9 m) 10%
ISO de 40 pés (12 m) 8,9%

7 POSICIONAMENTO E LOCALIZAÇÃO EM RELAÇÃO AO CONTÊINER


Cada tipo de contêiner é composto por várias peças ou componentes que recebem nomes técnicos de
acordo com a função que desempenham. Desta forma não é tão difícil assimilar a maioria dos termos que
determinam cada parte de sua construção.

É muito importante o conhecimento do padrão de identificação e localização de cada um destes


componentes para que possamos encontrá-los de maneira simples e rápida quando estivermos delineando uma
vistoria ou interpretando uma estimativa de reparos.

As portas do contêiner são as referências bases localizar e determinar cada componente. Por
convenção, as portas determinam a parte traseira do contêiner, diretamente opostas ao painel frontal. Olhando
para as portas, tudo o que está a nossa direita também tem esta referência, por exemplo:

• - Porta direita
• - Lateral direita
• - Longarina superior direita
• - Longarina inferior direita
• - Poste de canto frontal direito
• - Poste de canto traseiro direito
• - Encaixe de canto superior direito frontal
• - Encaixe de canto inferior direito frontal
• - Encaixe de canto superior direito traseiro
• - Encaixe de canto inferior direito traseiro

Logicamente, tudo o que está a nossa esquerda também tem esta referência, por exemplo:

• - Porta esquerda
• - Lateral esquerda
• - Longarina superior esquerda
• - Longarina inferior esquerda
• - Poste de canto frontal esquerdo
• - Poste de canto traseiro esquerdo
• - Encaixe de canto superior esquerdo frontal
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• - Encaixe de canto inferior esquerdo frontal
• - Encaixe de canto superior esquerdo traseiro
• - Encaixe de canto inferior esquerdo traseiro

Na parte frontal temos:


• - Painel frontal
• - Longarina superior frontal
• - Longarina inferior frontal

Na parte traseira temos:


• - Porta esquerda
• - Porta direita
• - Longarina superior traseira ou longarina superior da porta
• - Longarina inferior traseira ou longarina inferior da porta

É também a partir das portas, ou da parte traseira, que numeramos os componentes. Um bom exemplo
são as travessas de fundo (crossmembers) que tem a seguinte numeração:

• - Crossmember no. 1, no. 2... até o último.

Para facilitar o entendimento, veja a figura a seguir que identifica os crossmembers e as longarinas
inferiores a partir das portas do contêiner:

PORTA ESQUERDA PORTA DIREITA

LONGARINA INFERIOR TRASEIRA

CROSSMEMBER Nº 1

LONGARINA INFERIOR DIREITA

LONGARINA INFERIOR ESQUERDA


CROSSMEMBER Nº
6

LONGARINA INFERIOR FRONTAL

14
O mesmo acontece com os painéis, sendo:

- Painel esquerdo no. 1, no. 2... até o último. Veja a próxima figura.

LONGARINA SUPERIOR ESQUERDA LONGARINA SUPERIOR TRASEIRA

POSTE DE CANTO
FRONTAL
ESQUERDO
PORTA
DIREITA

LATERAL
ESQUERDA

POSTE DE CANTO
TRASEIRO
LONGARINA INFERIOR ESQUERDA DIREITO
POSTE DE CANTO
TRASEIRO
ESQUERDO

8 PROCEDIMENTO DE VISTORIA
Para realizar uma vistoria de acordo, garantindo que todas as partes do contêiner serão devidamente
inspecionadas, é necessário se criar um procedimento confiável. Não existe este ou aquele procedimento
intitulado o melhor. O melhor procedimento para o seu trabalho é o que atende as suas necessidades e não
interfere na operação do terminal.

Uma vistoria deve ser efetuada de acordo com uma rotina. Realizar vistorias sempre na mesma ordem
ajudará a assegurar que todos os componentes sejam checados naturalmente. Vistoriar um contêiner para
identificar avarias também inclui a vistoria de limpeza. Se, na opinião do vistoriador, qualquer contaminação,
resíduo, restos de carga, odor ou infestação venham a ser prejudiciais à saúde humana ou à carga futura, o
agente responsável pela entrega deve ser imediatamente localizado. O problema pode estar relacionado
diretamente com a última carga que foi transportada (ex. conforme indicado por adesivos IMO/UN
remanescentes no contêiner). Se algumas destas condições puderem ameaçar a vida ou a saúde humana, o
contêiner pode ser rejeitado no “Gate”. Entretanto, se este contêiner for aceito, deve ser segregado até que uma
condição segura tenha sido estabelecida e o tratamento ou limpeza apropriada tenha sido providenciada.

Vamos entender o procedimento como sendo a melhor maneira de se executar um trabalho.

15
9 TERMINOLOGIA TÉCNICA DOS COMPONENTES DO CONTÊINER

Nenhuma vistoria pode ser concluída se o vistoriador não conhecer, na totalidade, todos os
componentes de um contêiner, pois isto é necessário para a utilização do critério durante a análise da avaria
para se determinar ou não um reparo.

Em princípio, de uma forma geral, temos que considerar uma divisão de componentes em dois grupos:

O primeiro grupo contém as partes estruturais do contêiner. São elas:


• Todas as longarinas, superiores e inferiores;
• Todos os postes de canto, frontais e traseiros;
• Todos os crossmembers e alojamentos do garfo de empilhadeira;
• Todos os encaixes de canto, superiores e inferiores.

O segundo grupo contém, de acordo com o tipo de contêiner, as partes de fechamento e


complementares, que inclui dispositivos e acessórios pertinentes. Seguem as partes de fechamento para um
contêiner DRY 20’:
• Portas;
• Lateral direita;
• Lateral esquerda;
• Painel frontal;
• Teto;
• Piso de madeira;
• Ferragens e acessórios.

As figuras a seguir mostram a diversidade de peças e componentes de um contêiner DRY e de um


contêiner OPEN-TOP, no original em Inglês e também traduzidos para o Português.

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VISTA GERAL DOS COMPONENTES DE UM CONTÊINER “DRY” DE 40’

17
VISTA GERAL DOS COMPONENTES DE UM CONTÊINER “DRY” DE 40’

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VISTA GERAL DOS COMPONENTES DO PISO DE UM CONTÊINER “DRY” 20’

19
VISTA GERAL DOS COMPONENTES DO PISO DE UM CONTÊINER “DRY” 20’

20
DETALHES DOS COMPONENTES DAS PORTAS DE UM CONTÊINER

21
DETALHES DOS COMPONENTES DAS PORTAS DE UM CONTÊINER

22
ESTRUTURA INFERIOR E TÚNEL DE UM CONTÊINER “DRY” DE 40’

23
ESTRUTURA INFERIOR E TÚNEL DE UM CONTÊINER “DRY”

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VISTA GERAL DOS COMPONENTES DE UM CONTÊINER “OPEN-TOP”

25
VISTA GERAL DOS COMPONENTES DE UM CONTÊINER “OPEN-TOP”

10 TIPOS DE CONTÊINERES
Relembrando a definição, contêiner é um equipamento naval, modular, intermodal, logístico, de
dimensões padronizadas, reutilizável e que serve para acondicionar em seu interior, de maneira segura, cargas
a serem transportadas por diversos modais de transporte: marítimo, ferroviário, aéreo ou rodoviário.

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A princípio, dentro do limite de suas dimensões, tipos e capacidade volumétrica, o contêiner pode
receber qualquer tipo de carga, tendo para tal uma grande variedade de tipos, dentre os quais se destacam:

10.1 DRY VAN 20’– Tipo mais comum de contêiner, totalmente fechado por painéis e com portas
na parte traseira para a entrada e saída de carga. Por suas dimensões reduzidas e forte estrutura, é utilizado
para o transporte de cargas pesadas com pouco volume. A carga pode ser unitizada ou solta, inclusive granéis
sólidos e líquidos, desde que acondicionados em embalagens apropriadas, ou ainda com a utilização do
chamado “BIG BAG”. Exemplos de cargas:sacarias, caixas, fardos etc.

10.2 DRY VAN 40’– São utilizados para cargas leves e que ocupam bastante espaço, pois
algumas cargas são de grande volume, mas nem sempre pesam tanto quanto aparentam. Cargas assim pedem
um tipo especial de contêiner, que é o contêiner de 40’. A poucas diferenças para um contêiner de 20’ são o
comprimento e componentes adicionais na estrutura inferior, chamada de túnel. De qualquer maneira, também
podem transportar o mesmo tipo de carga de um contêiner de 20’, desde que sejam respeitados os limites de
peso e espaço.

10.3 DRY VAN 40’ HIGH CUBIC OU SIMPLESMENTE “HC”– Assim como os
contêineres de 40’, são utilizados para cargas leves e que ocupam bastante espaço. Possuem um pé a mais de
altura (aproximadamente 30 cm) em relação ao de 40’ comum, com isso permitindo aumentar ainda mais o
embarque de cargas com pouco peso e muito volume. Também existem contêineres de 20’ HC.

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10.4 OPEN TOP – Contêiner com o teto aberto que se destina ao acondicionamento de cargas
pesadas e irregulares que não sejam possíveis de ser colocadas pelas portas (tratores, caixas com excesso de
altura, blocos de granito, vidro, toras de madeira, barcos etc.). Sua longarina superior traseira é removível para
facilitar ainda mais a colocação destas cargas. Por não possuir teto, tem em sua composição a chamada lona ou
encerado que serve para cobrir a carga, protegendo-a da chuva. Esta lona (tarpaulin) é sustentada por travessas
(roof bows) que se estendem de um lado ao outro do contêiner, também removíveis. Por fim, a lona é fixada ao
contêiner por meio de olhais (eyelets) existentes nos seus extremos e que se encaixam perfeitamente em
argolas (eyelet rings) simetricamente soldadas no lado externo das longarinas superiores. Depois de encaixadas,
lona e argolas, é passado um cabo de aço (TIR cable) no meio das argolas, prendendo a lona ao contêiner. Nas
extremidades do cabo existem terminais (TIR cable end) que possibilitam que o cabo seja lacrado para fins de
fiscalização e controle alfandegário.

10.5 PLATAFORM – Este contêiner se resume em uma plataforma simples e projetada para o
transporte de cargas compridas, largas, sem formas regulares ou com dificuldades de acondicionamento,
normalmente excedendo as dimensões de largura e altura e que não se acomodariam em um contêiner com
laterais. Nada mais é do que uma base formada por vigas laterais (side rails), frontal (front rail) e traseira (rear
rail) confeccionadas em perfil “I”, com travessas de aço (crossmembers) para sustentação do piso de madeira
(wooden floor). É um contêiner com estrutura mais reforçada e sua existência permite que estas cargas
disformes sejam transportadas em navios “full contêiner”.

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10.6 FLAT RACK – Contêiner sem teto e sem laterais, com variação de modelos também
destinados às cargas disformes e mais pesadas. São eles:

Collapsible: desmontável em sua estrutura dos postes frontais e traseiros, transformando-se em plataforma.

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10.7 Spring: painéis frontais e traseiros dobráveis por meio de molas. Estes painéis, montados ou
desmontados, possuem um sistema de travas que não permite que os mesmos se movam aleatoriamente
quando o contêiner é manuseado.

10.8 Fixed end frame: painéis frontais e traseiros fixos, não dobráveis ou desmontáveis. Consiste de uma
plataforma sem os painéis laterais, sem o teto e sem portas.

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10.9 TANK – Possuem diferentes tipos de construção e classificação, dependendo das
características e especificações das cargas que carrega, geralmente, líquido e gases a granel. Acondicionam
tanto produtos alimentícios quanto produtos químicos. Sua principal característica são as especificações de
segurança, uma vez que determinadas mercadorias podem causar sérios danos ao ser humano e ao meio
ambiente caso algum acidente aconteça.

10.10 REEFER – Destinado ao transporte de cargas perecíveis e que necessitam ou de resfriamento


ou aquecimento. O funcionamento do maquinário depende de fornecimento de energia e ambos precisam estar
ligados para que o processo de refrigeração aconteça. Quando for necessário manter o maquinário funcionando
por 24 horas, podem ser acoplados geradores de energia, chamados GENSET (Generator Set). Estes geradores
têm autonomia de 72 horas e funcionam com óleo diesel, com um tanque de capacidade aproximada de 300
litros.

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10.11 VENTILATED – É empregado para mercadorias que necessitem de bastante circulação de ar
para manter seu bom estado de conservação.

10.12 BULK – utilizado para granéis sólidos como cereais, açúcar ou produtos diversos como
enxofre e cimento.

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10.13 LIVESTOCK – utilizado para transportara animais vivos.

11 AVARIAS - CONCEITO, TIPOS E CAUSAS

11.1 CONCEITO

Considera-se uma avaria uma ou mais condições físicas que, de acordo com o critério de vistoria,
impedem que o contêiner seja novamente utilizado, necessitando um reparo corretivo.
É importante que um contêiner em serviço esteja livre de quaisquer defeitos que possam afetar a sua
segurança ou habilidade de carregar carga. A parte principal de uma vistoria é distinguir entre o que é aceitável e
o que não é aceitável, uma vez que o defeito tenha sido identificado. Os tipos de defeito que podem ser
encontrados são avarias de impacto, desgaste natural e reparo impróprio.

11.2 TIPOS

11.3 Impacto

Um ou mais defeitos físicos em um contêiner causados por um simples evento ou uma série de simples
eventos tais como pancada, abrasão, contaminação, queda, mau uso etc.

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PREGOS NO PISO

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11.4 Desgaste natural – Wear and Tear

Um ou mais defeitos físicos causados por deterioração contínua na condição física do contêiner sob
condições normais de uso, tais como a exposição à água do mar e aos agentes naturais. Uso normal significa o
tratamento apropriado e o uso de equipamentos sob condições operacionais para o qual o contêiner foi
especificamente desenhado, empregando-se métodos apropriados para o manuseio, segurança,
armazenamento, transporte e estivagem em navios. A corrosão é o tipo mais comum de desgaste natural.

11.5 Reparos impróprios


É uma condição resultante de um reparo que não foi executado de acordo com os métodos de reparos
recomendados pelo IICL. Para determinar se um reparo se enquadra na condição de reparo impróprio, o
vistoriador deve se basear na última edição do Manual de Reparos publicada pelo IICL.

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11.6 CAUSAS

As causas das avarias podem ser das mais diversas, conseqüentes de manuseio inadequado, reparos
alternativos e fora de padrão ou simplesmente o uso normal e regular do contêiner, tendo como fator
predominante o tempo de vida de cada equipamento.
33
12 CRITÉRIO DE VISTORIA
Não basta apenas ter um procedimento ideal para se vistoriar um contêiner. Devemos saber o que deve
o que não deve ser reparado. É para isso que existem os critérios de vistoria.
Critérios de vistoria são normas e parâmetros previamente estabelecidos pelos proprietários ou usuários
de contêineres para determinar se uma avaria necessita ser reparada ou não.
O contêiner deve estar sempre em condição segura de utilização. O critério contido nas tabelas a serem
estudadas indica limites de avarias que, se excedidos, devem ser reparados.
Somadas ao critério específico a ser estudado, algumas regras gerais normalmente se aplicam.
Primeiramente, a segurança e os padrões de regulamentação incorporados na Convenção Internacional para
Contêineres Seguros (CSC) devem sempre ser observados. Segundo, o contêiner sempre deve estar estanque
à água e à luz quando usado no serviço de transporte comercial. Terceiro, a Convenção do Transporte
Internacional de Mercadorias Sob Vigilância Alfandegária (TIR), requerimentos do Tratamento de Quarentena
Australiano (TCT), e a Organização Internacional de Padronização (International Standard Organization) também
devem ser levados em conta e aplicados como parte integrante do critério de vistoria.
Como exemplo de critério, vamos utilizar o IICL 5, elaborado pelo Institute of International Container
Lessors, órgão internacional composto por várias Companhias de Aluguel (Leasing) de contêineres, utilizado no
mundo todo por essas companhias.

Aplicar um critério de vistoria também exige do vistoriador uma metodologia de trabalho, uma vez que
aqui também é necessário seguir uma seqüência lógica e sistemática para concluir a vistoria de cada
componente.

O primeiro passo é identificar o componente do contêiner, por isso a importância de se conhecer o nome
técnico de cada um deles. Vale lembrar que os critérios de vistoria também são específicos para cada tipo de
contêiner, o que significa que cada tipo de contêiner possui componentes que lhes são específicos e únicos.
Portanto não estranhe se você precisar aprender e ter no seu material de trabalho vários critérios de vistoria.
Certamente há exceções, mas isso depende de cada cliente, cabendo ao vistoriador aplicar o critério de forma
imparcial, pois, como já comentado, o critério não deixa dúvidas e nem proporciona margem para polêmicas.

O segundo passo é verificar a condição física do componente, ou seja, o estado atual que este
apresenta no momento. Neste passo, dependendo do componente, pode ser necessário o uso de equipamentos
de vistoria tais como a régua ou escala e a linha de referência. Se o componente estiver em sua condição
original, nenhuma ação é necessária e o vistoriador deve continuar a vistoria dos demais componentes.
Entretanto, se o componente apresentar qualquer deformação, é necessário analisar a condição e a tolerância
que o critério apresenta para se determinar se o vistoriador está ou não diante de uma avaria. Só será
considerada uma avaria a condição física que exceder a tolerância indicada no critério. Se uma condição física
estiver dentro da tolerância indicada no critério, nada deverá ser feito ou assinalado e nenhum reparo deverá ser
solicitado. Importante observar que para muitas condições físicas não há tolerância e o reparo corretivo deve ser
imediatamente solicitado.

O terceiro passo é aplicar a ação requerida se uma avaria foi encontrada, ou seja, o reparo corretivo
necessário para restituir o componente à sua condição original o mais próximo possível.

Findos estes três passos para todos os componentes do contêiner, está terminada a vistoria e o
vistoriador pode, e deve, ficar satisfeito por ter feito um ótimo trabalho, seguindo tranquilamente para o próximo
contêiner a ser vistoriado.

Seguindo fielmente esta metodologia, dificilmente o vistoriador irá cometer algum engano ou deixará de
solicitar reparos quando realmente forem necessários.
Vamos a um exemplo de vistoria em um painel lateral, componente que, na maioria dos critérios, possui
tolerância:
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No critério do IICL 5, a tolerância para amassamentos em painéis laterais é de 35 mm. Se o vistoriador
verificou que existe um amassamento em um painel, ele deve, primeiramente, utilizar o equipamento de vistoria (
linha de referência e escala neste caso, conforme mostra a figura) para determinar, com precisão, a
profundidade do amassamento. A profundidade encontrada foi de 42 mm.

Analisando os dados e aplicando o critério, temos que pensar da seguinte forma:

Se a profundidade encontrada no painel é maior que a tolerância indicada no critério, existe


comprovadamente uma avaria e o reparo corretivo necessário deve ser solicitado.

Se a profundidade encontrada no painel é menor que a tolerância indicada no critério, não existe
comprovadamente uma avaria e nenhum reparo corretivo é necessário.

No nosso exemplo existe a avaria, pois 42 mm é maior que 35 mm e excede a tolerância indicada no
critério. O reparo corretivo deve ser solicitado.

Então, podemos montar as seguintes equações:

• SE AVARIA > TOLERÂNCIA DO CRITÉRIO = REPARO NECESSÁRIO.


• SE AVARIA < TOLERÂNCIA DO CRITÉRIO = REPARO NÃO NECESSÁRIO.

12.1 EQUIPAMENTOS DE VISTORIA

O vistoriador deve confiar na medição e não em métodos alternativos ou subjetivos ou somente na


experiência para determinar se um contêiner está em condições de uso ou não.
Para que uma vistoria confiável seja executada, o vistoriador deve estar bem preparado para
desempenhar o seu papel. Deve utilizar técnicas e equipamentos de vistoria apropriados e principalmente
conhecer o critério de vistoria a ser aplicado.
Além do Critério de Vistoria, cada vistoriador deve ter ferramentas apropriadas para ajudá-lo na
localização, medição e definição de defeitos e avarias.
Os principais equipamentos são:

• Linha de referência
• Trena
• Régua ou escala, com divisões em milímetros e ponta afinada.
• Piqueta

Sem estes equipamentos é praticamente impossível se efetuar uma vistoria de acordo, salvo se as
condições ou a situação assim o exigirem.
Estes equipamentos são os principais, mas conforme o tipo de avaria e o tipo de contêiner a ser
vistoriado, outras ferramentas e equipamentos podem ser necessários, tais como máquinas fotográficas,
micrômetros, multímetros, manômetros, lupa etc.

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Obviamente podem ser necessários outros tipos de equipamentos, dependendo da necessidade e do
propósito da vistoria.
Hoje em dia podemos observar que é comum o uso de máquinas fotográficas digitais. A tecnologia
permite que o cliente observe a condição do contêiner através de imagens enviadas pela Internet, mesmo
estando a milhares de quilômetros de distância, podendo analisar tais imagens e tomar decisões de maneira
mais acertada e coerente.

12.2 Resumo do Critério de Vistoria IICL – 5 – Original em Inglês

“IICL 5th Edition Inspection Criteria”

Component Tolerance
Panels 35mm dented / 50mm internal cube reduction
ISO+10mm side / ISO+5mm end panels
Doors 35mm dented / 50mm internal cube reduction
Door Hardwares Operable / Sealable
Door Gasket Light, Wind and Watertight
Roof 35mm dented / 50mm internal cube reduction
Roof Corner Plates 50mm internal cube reduction
Roof Extension Plates 50mm internal cube reduction
Roof Bows 50mm dented in any direction
Corner Posts One 25mm dent or Two 15mm dents
ISO+5mm
J-Bar Restricting door operation
Top Rails – Flat bar 25mm dented
Top Rails – Box type 30mm dented (except rear top rail)
Rear Top Rail 35mm dented / Restricting door operation
Rain Gutter Restricting door operation
Bottom Rail Web 50mm dented
Bottom Rail Flange Cracked, cut or torn
Understructure Web 50mm dented in any direction
Understructure Bottom Flange Cracked, cut or torn
Understructure Top Flange 10mm separated from floor at attachment point
Floor Leakage, delamination or splinters
Wooden Floor Gouges 15mm deep up to 150mm wide
5mm deep over 150mm wide
Wooden Floor 5mm difference in height between boards
Wooden Floor Open-Top 10mm difference in height between boards
Threshold Plate 5mm bent upward

FLANGE

WEB

FLANGE
36
12.3 Resumo do Critério de Vistoria IICL – 5 – Traduzido

“Critério de Vistoria IICL – 5a. Edição”

Componente Tolerância
Painéis 35mm amassado / 50mm redução da cubagem interna
ISO+10mm laterais / ISO+5mm frontal e portas
Portas 35mm amassado / 50mm redução da cubagem interna
Ferragens das portas Operável / Lacrável
Borrachas de vedação Estanque a água e luz
Teto 35mm amassado / 50mm redução da cubagem interna
Chapas de canto do teto 50mm redução da cubagem interna
Chapas de extensão do teto 50mm redução da cubagem interna
Travessas de teto 50mm amassada em qualquer direção
Postes de canto Um amassamento com mais de 25mm ou dois com
mais de 15mm
ISO+5mm
Barra “J” Restringindo a operação das portas
Longarina superior – barra chata 25mm amassada
Longarina superior – tipo caixa 30mm amassada (exceto longarina da porta)
Longarina superior traseira 35mm amassada / Restringindo a operação das portas
Calha Restringindo a operação das portas
Longarina inferior – corpo 50mm amassada
Longarina inferior – aba Rachada, cortada ou rasgada
Estrutura inferior - corpo 50mm amassada em qualquer direção
Estrutura inferior – aba Rachada, cortada ou rasgada
Estrutura inferior – aba superior 10mm separada do piso no ponto de fixação
Piso Infiltração, delaminação ou lascas
Depressões no piso 15mm de profundidade até 150mm de largura
5mm de profundidade além de 150mm de largura
Piso de madeira – cntr dry 5mm diferença na altura das tábuas adjacentes
Piso de madeira – open-top 10mm diferença na altura das tábuas adjacentes
Chapa soleira da porta 5mm amassada para cima

ABA

CORPO

ABA

37
A figura a seguir mostra uma das tabelas de vistoria do IICL 5, mostrando o critério no setor do teto e
adjacentes:

Veja a tradução da tabela apresentada:

TABELA 5.5 CRITÉRIO DE VISTORIA DE TETO

COMPONENTE CONDIÇÃO AÇÃO REQUERIDA


Painéis do teto, chapas de extensão Furado, cortado, rasgado ou REPARAR
do teto, chapas de proteção de rachado: componente ou solda
canto e travessas de teto quebrada
Peças ou partes soltas ou faltando REPARAR
Qualquer deformação tal como Se exceder as tolerâncias dimensionais
torção, arqueamento, ISO, REPARAR.
amassamento etc.
Travessas de teto Qualquer deformação tal como Se for maior do que 50mm em qualquer
torção, arqueamento, direção, REPARAR.
amassamento etc.
Chapas de proteção de canto e Qualquer deformação tal como Se as dimensões internas forem reduzidas
chapas de extensão do teto torção, arqueamento, em mais de 50mm, REPARAR.
amassamento etc.
Todos os painéis do teto Qualquer deformação tal como Se for maior do que 35mm de profundidade
torção, arqueamento, em qualquer corrugado, interno ou externo,
amassamento etc. REPARAR.
Qualquer deformação envolvendo Se as dimensões internas forem reduzidas
o comprimento ou a largura do em mais de 50mm, REPARAR.
teto

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Deve ser observado que o critério jamais deixa qualquer dúvida, polêmica ou margem para meios-
termos. Na tabela apresentada fica muito claro que só há duas opções: ou se repara a avaria ou não se faz
nada. O reparo só é solicitado quando a avaria excede a tolerância do critério. Enquanto a avaria estiver dentro
da tolerância do critério, nada será feito e nenhum reparo corretivo será solicitado.

A seguir todas as tabelas do IICL 5, traduzidas e com uma novidade: indicando os reparos mais comuns
e permitidos por cada componente. Dos reparos mencionados, muitos podem ser combinados, por exemplo:
desamassar e soldar, alinhar e inserir, desamassar e inserir, lixar e pintar etc.

TABELA 5.1 CRITÉRIO DE INSPEÇÃO DE LONGARINAS

COMPONENTE CONDIÇÃO AÇÃO REQUERIDA TIPO DE REPARO


Todas as longarinas, Furado, cortado, rasgado ou REPARAR Alinhar, Desamassar, Soldar,
incluindo as longarinas rachado; componente e/ou solda Inserir, Seccionar, Substituir
laterais, frontais e traseiras, quebrada
superiores e inferiores Partes ou prendedores soltos ou REPARAR Fixar, Remover, Soldar,
faltando Desamassar, Substituir
Qualquer deformação tal como Se exceder as tolerâncias dimensionais ISO, Alinhar, Desamassar, Soldar,
torção, arqueamento, amassamento veja a TABELA 5.9 Inserir, Seccionar, Substituir
etc.
Longarinas superiores e Torção ou amassamento dentro de A solda ou conexão com o encaixe de canto Alinhar, Desamassar, Soldar,
inferiores 250 mm de um encaixe de canto deve ser cuidadosamente examinada e Inserir, Seccionar, Substituir
reparada se houver qualquer evidência de
uma quebra, corte, rasgo, rachadura, furo ou
outra avaria
Longarinas superiores Qualquer deformação tal como Se for maior do que 25 mm de profundidade, Alinhar, Desamassar, Soldar,
frontais e longarinas torção, arqueamento, amassamento REPARAR Inserir, Seccionar, Substituir
superiores laterais tipo etc., EXCETO em uma chapa de
“barra chata” extensão do teto ou chapa de
NOTA: para contêineres proteção de canto (Ver tabela 5.5)
“open-top”, veja a TABELA
5.10
Longarinas superiores Qualquer deformação tal como Se for maior do que 30 mm de profundidade, Alinhar, Desamassar, Soldar,
laterais “tipo caixa” torção, arqueamento, amassamento REPARAR Inserir, Seccionar, Substituir
NOTA: para contêineres etc.
“open-top”, veja a TABELA
5.10
Longarinas superiores Qualquer deformação tal como Se for maior do que 35 mm de profundidade, Alinhar, Desamassar, Soldar,
traseiras torção, arqueamento, amassamento REPARAR Inserir, Seccionar, Substituir
NOTA: para contêineres etc., EXCETO em uma chapa de
“open-top”, veja a TABELA extensão do teto ou chapa de
5.10 proteção de canto (Ver tabela 5.5)
Calhas Qualquer deformação tal como Se a operação ou travamento da porta estiver Remover total
torção, arqueamento, amassamento comprometido, REPARAR
etc.
Longarinas inferiores Qualquer deformação tal como Se for maior do que 50 mm de profundidade, Alinhar, Desamassar, Soldar
laterais, frontais e traseiras torção, arqueamento, amassamento REPARAR Inserir, Seccionar, Substituir
etc. NO CORPO
Qualquer deformação tal como Se estiver rasgada, rachada ou cortada, Alinhar, Desamassar, Soldar,
torção, arqueamento, amassamento REPARAR Inserir, Seccionar, Substituir
etc. NA ABA
Longarinas traseiras, Interferência no fechamento, REPARAR Alinhar, Desamassar, Soldar,
superior e inferior travamento ou estanqueidade da Inserir, Seccionar, Substituir
porta componentes, Substituir total

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TABELA 5.2 CRITÉRIO DE INSPEÇÃO DE POSTES

COMPONENTE CONDIÇÃO AÇÃO REQUERIDA TIPO DE REPARO


Todos os postes de canto, Furado, cortado, rasgado ou REPARAR Soldar, Desamassar, Soldar,
incluindo a “barra J” rachado; componente e/ou solda Inserir, Seccionar (Traseiro
quebrada externo somente), Substituir
Partes ou prendedores soltos ou REPARAR Fixar, Remover, Desamassar,
faltando Soldar, Substituir
Qualquer deformação tal como Se exceder as tolerâncias dimensionais ISO, Alinhar, Desamassar, Soldar,
torção, arqueamento, amassamento veja a TABELA 5.9 Inserir, Seccionar (Traseiro
etc. externo somente), Substituir
Todos os postes de canto, Uma única deformação tal como Se for maior do que 25 mm de profundidade, Alinhar, Desamassar, Soldar,
frontais e traseiros torção, arqueamento, amassamento independente de extensão ou localização, Inserir, Seccionar, Substituir
etc. REPARAR
Dois ou mais amassamentos em um Se cada um for maior do que 15 mm de Alinhar, Desamassar, Soldar,
único poste profundidade, independente de extensão ou Inserir, Seccionar (Traseiro
localização, REPARAR externo somente), Substituir
Rachaduras REPARAR Alinhar, Desamassar, Soldar,
Inserir, Seccionar (Traseiro
externo somente), Substituir
Barras “J” Qualquer deformação tal como A porta deve abrir totalmente (270º). Se a Alinhar, Desamassar, Soldar,
torção, arqueamento, amassamento operação ou travamento da porta estiver Inserir, Seccionar, Substituir
etc. comprometido, REPARAR

TABELA 5.3 CRITÉRIO DE INSPEÇÃO DE PAINÉIS FRONTAIS E LATERAIS

COMPONENTE CONDIÇÃO AÇÃO REQUERIDA TIPO DE REPARO


Todos os Painéis laterais e Furado, cortado, rasgado ou REPARAR Alinhar, Desamassar, Soldar,
frontais rachado; componente e/ou solda Remendar, Inserir, Seccionar,
quebrada Substituir
Partes ou prendedores soltos ou REPARAR Fixar, Remover, Desamassar,
faltando Soldar, Substituir
Qualquer deformação tal como Se exceder as tolerâncias dimensionais ISO, Alinhar, Desamassar, Soldar,
torção, arqueamento, amassamento veja a TABELA 5.9 Remendar, Inserir, Seccionar,
etc. Substituir
Qualquer deformação tal como Se for maior do que 35 mm de profundidade, Alinhar, Desamassar, Soldar,
torção, amassamento etc., na REPARAR Remendar, Inserir, Seccionar,
porção lisa do painel de marcação, Substituir
ou na face de um corrugado interno
ou externo
Qualquer arqueamento envolvendo Se as dimensões internas forem reduzidas Alinhar, Desamassar, Soldar,
a largura ou altura de uma lateral em mais de 50 mm, REPARAR Remendar, Inserir, Seccionar,
Substituir

40
Forração interna de painéis Furos em forração de altura total REPARAR Substituir

NOTA: Furos em forração de altura parcial são permitidos e não requerem reparos, contanto que eles não interfiram
com a carga. Forrações de altura total, entretanto, devem ser reparadas de acordo com a regulamentação TIR, por
exemplo, se qualquer furo tiver um diâmetro de mais de 10mm
Cortes, rasgos, rachaduras ou REPARAR Fixar, Substituir
quebraduras; prendedores soltos ou
faltantes
Capas dos ventiladores Quebrado, faltando etc. Se a rachadura ou quebradura for na parte Calafetar, Fixar, Substituir
superior e área não perfurada do ventilador
envolvendo a passagem de ar, REPARAR
OU
Se a avaria exceder o limite de abertura da
regulamentação TIR de 10 mm, REPARAR

TABELA 5.4 CRITÉRIO DE INSPEÇÃO DE PORTAS

COMPONENTE CONDIÇÃO AÇÃO REQUERIDA TIPO DE REPARO


Porta completa, incluindo as Furado, cortado, rasgado ou REPARAR Alinhar, Desamassar, Fixar,
ferragens rachado; componente e/ou solda Soldar, Remendar, Inserir,
quebrada Seccionar, Substituir
componente, Substituir total
Partes ou prendedores soltos ou REPARAR Fixar, Soldar, Substituir
faltando
Qualquer deformação tal como Se a operação ou travamento da porta Alinhar, Desamassar, Soldar,
torção, arqueamento, amassamento estiver comprometida, REPARAR Remendar, Inserir, Seccionar,
etc. OU Substituir
Se exceder as tolerâncias dimensionais ISO,
veja a TABELA 5.9

Emperrado, congelado ou travado Se a operação ou travamento da porta Alinhar, Desamassar, Soldar,


estiver comprometida, REPARAR Lubrificar, Inserir, Seccionar,
Substituir
Falta de estanquedade REPARAR Calafetar, Alinhar, Desamassar
Soldar, Lubrificar, Pressionar,
Inserir, Seccionar, Substituir
Painéis das portas Qualquer deformação tal como Se for maior do que 35 mm de profundidade, Alinhar, Desamassar, Soldar,
torção, amassamento etc. REPARAR Remendar, Inserir, Seccionar,
Substituir
Qualquer deformação envolvendo a Se as dimensões internas forem reduzidas Alinhar, Desamassar, Soldar,
extensão ou altura de um painel, em mais de 50 mm em qualquer ponto, Remendar, Inserir, Seccionar,
REPARAR Substituir
Borrachas das portas Soltas ou faltando REPARAR Fixar, Substituir
Cortada, rasgada, rachada ou Se não estive estanque à água e à luz, Calafetar, Inserir, Seccionar,
queimada REPARAR Substituir

41
TABELA 5.5 CRITÉRIO DE INSPEÇÃO DE TETO

COMPONENTE CONDIÇÃO AÇÃO REQUERIDA TIPO DE REPARO


Painéis do teto, chapas de Furado, cortado, rasgado ou REPARAR Alinhar, Desamassar, Soldar,
extensão do teto, chapas de rachado; componente e/ou solda Remendar, Inserir, Seccionar,
proteção de canto e quebrada Substituir
travessas de teto OBS.: As chapas de extensão
do teto não podem ser
soldadas, inseridas ou
seccionadas. Só podem ser
desamassadas ou
substituídas
Partes ou prendedores soltos ou REPARAR Alinhar, Desamassar, Soldar,
faltando Remendar, Inserir, Seccionar,
Substituir
Qualquer deformação tal como Se exceder as tolerâncias dimensionais ISO, Alinhar, Desamassar, Soldar,
torção, arqueamento, amassamento veja a TABELA 5.9 Remendar, Inserir, Seccionar,
etc. Substituir

Travessas de teto Qualquer deformação tal como Se for maior do que 50 mm em qualquer Alinhar, Desamassar, Soldar,
torção, arqueamento, amassamento direção, REPARAR Remendar, Inserir, Seccionar,
etc. Substituir
Chapas de proteção de canto Qualquer deformação tal como Se as dimensões internas forem reduzidas Alinhar, Desamassar, Soldar,
e chapas de extensão do teto torção, arqueamento, amassamento em mais de 50 mm, REPARAR Remendar, Inserir, Seccionar,
etc. Substituir
OBS.: As chapas de extensão
do teto não podem ser
soldadas, inseridas ou
seccionadas. Só podem ser
desamassadas ou
substituídas
Todos os painéis do teto Qualquer deformação tal como Se for maior do que 35 mm de profundidade Alinhar, Desamassar, Soldar,
torção, arqueamento, amassamento em qualquer corrugado, interno ou externo, Remendar, Inserir, Seccionar,
etc. REPARAR Substituir
Qualquer arqueamento envolvendo a Se as dimensões internas forem reduzidas Alinhar, Desamassar, Soldar,
extensão ou largura do teto em mais de 50 mm, REPARAR Remendar, Inserir, Seccionar,
Substituir

ENCAIXES DE CANTO
CHAPA DE EXTENSÃO DO TETO

LONGARINA SUPERIOR
PAINEL FRONTAL OU TRASEIRA
DO TETO

AVARIA MAIOR DO
QUE 35 mm DE
PROFUNDIDADE,
REPARAR

FACE BLINDADA DO ENCAIXE DE


CANTO

42
TABELA 5.6 CRITÉRIO DE INSPEÇÃO DE PISO

COMPONENTE CONDIÇÃO AÇÃO REQUERIDA TIPO DE REPARO


Piso, incluindo chapa soleira Furado Se infiltrar luz, independente do diâmetro do Alinhar, Desamassar, Soldar,
e espaçador central furo, REPARAR Fixar, Inserir, Seccionar,
Substituir, Calafetar, Remover
(somente para a chapa soleira)
Componente ou solda quebrada; REPARAR Alinhar, Desamassar, Soldar,
parafusos faltando, soltos ou Fixar, Inserir, Seccionar,
protuberantes Substituir, Calafetar, Remover
(somente para a chapa soleira)
NOTA: Nenhum reparo é necessário para soldas quebradas ou rachadas nos espaçadores centrais se não houver
infiltração de luz
Frestas com infiltração de luz entre REPARAR Calafetar, Fixar, Seccionar,
as tábuas Substituir
Piso de madeira Delaminação ou lascas REPARAR Calafetar,Seccionar, Substituir

Depressões (independente de Se for maior do que 15 mm de profundidade, Seccionar, Substituir


extensão) REPARAR
OU
Se for maior do que 5 mm de profundidade
em uma largura maior do que 150 mm,
REPARAR
Alturas diferentes das superfícies de Se a diferença for maior do que 5 mm, Alinhar, Rebaixar, Fixar
tábuas ou painéis adjacentes ou REPARAR
entre as chapas do túnel e NOTA: Para contêineres open-top, ver
alojamentos do garfo das Tabela 5.10
empilhadeiras e tábuas do piso
Pisos de tábuas Rachado ou lascado REPARAR Seccionar, Substituir

Chapa soleira da porta Curvada para cima Se for maior do que 5 mm, REPARAR Alinhar, Desamassar, Soldar,
Fixar, Inserir, Seccionar,
Substituir, Calafetar, Remover

43
TABELA 5.7 CRITÉRIO DE INSPEÇÃO DA ESTRUTURA INFERIOR

COMPONENTE CONDIÇÃO AÇÃO REQUERIDA TIPO DE REPARO


Travessas de fundo, Furado, cortado, rasgado ou REPARAR Alinhar, Desamassar, Soldar,
componentes dos rachado; componente e/ou solda Fixar, Inserir, Substituir
alojamentos do garfo da quebrada OBS.: Somente travessas do
empilhadeira (incluindo as tipo “VIGA I” podem ser
chapas de segurança), seccionadas
travessas e componentes do Partes ou prendedores soltos ou REPARAR Alinhar, Desamassar, Soldar,
túnel faltando Fixar, Inserir, Substituir
OBS.: Somente travessas do
tipo “VIGA I” podem ser
seccionadas
Qualquer deformação tal como Se exceder as tolerâncias dimensionais ISO, Alinhar, Desamassar, Soldar,
torção, arqueamento, amassamento veja a TABELA 5.9 Fixar, Inserir, Substituir
etc. OBS.: Somente travessas do
tipo “VIGA I” podem ser
seccionadas
Qualquer deformação tal como Se for maior do que 50 mm em qualquer Alinhar, Desamassar, Soldar,
torção, arqueamento, amassamento direção,REPARAR Fixar, Inserir, Substituir
etc. NO CORPO OBS.: Somente travessas do
tipo “VIGA I” podem ser
seccionadas
Qualquer deformação tal como Se estiver rasgada, rachada ou cortada, Alinhar, Desamassar, Soldar,
torção, arqueamento, amassamento REPARAR Inserir, Seccionar, Substituir
etc. NA ABA INFERIOR
Qualquer deformação tal como Se a intrusão para dentro do contêiner for Alinhar, Desamassar, Fixar,
torção, arqueamento, amassamento maior do que 50 mm, REPARAR Inserir, Seccionar, Substituir
etc. NA ABA SUPERIOR
ABA SUPERIOR separada da parte Se a separação no ponto de fixação no piso, Alinhar, Desamassar, Soldar,
debaixo da madeira ou piso de aço medida na superfície da aba superior, for Fixar, Inserir, Seccionar,
maior do que 10 mm, REPARAR Substituir
Componentes do túnel e Qualquer deformação tal como Se for maior do que 50 mm, REPARAR Alinhar, Desamassar, Soldar,
chapa superior do alojamento torção, arqueamento, amassamento Fixar, Inserir, Seccionar,
do garfo da empilhadeira etc. Substituir

SE A SEPARAÇÃO NO PONTO DE FIXAÇÃO NO SEPARAÇÃO DA ABA


PISO, MEDIDA NA SUPERFÍCIE DA ABA ACEITÁVEL SE NÃO HOUVER
SUPERIOR, FOR MAIOR DO QUE 10MM, SEPARAÇÃO NO PONTO DE
REPARAR FIXAÇÃO (PARAFUSO DO PISO)

NENHUMA SEPARAÇÃO
NO PONTO DE FIXAÇÃO
MAIOR DO QUE 10 mm

ACEITÁVEL NÃO ACEITÁVEL

44
TABELA 5.8 CRITÉRIO DE INSPEÇÃO DE LIMPEZA

COMPONENTE CONDIÇÃO AÇÃO REQUERIDA TIPO DE REPARO


Interior e exterior Adesivos, incluindo adesivos de REPARAR Remover, Lixar, Pintar
cargas nocivas
Contaminação no interior (nociva ou Se a condição puder ameaçar a vida humana Lavar, Lixar, Pintar
potencialmente nociva) ou saúde, o contêiner deve ser rejeitado na
portaria. Caso contrário, segregar o
contêiner e contatar o agente de entrega
para estabelecer o tipo de contaminação e o
tratamento apropriado. Não tente reparar até
que as instruções sejam recebidas.
Fitas adesivas nos ventiladores REPARAR Remover
Ataque na pintura devido a cargas REPARAR Lixar e pintar total, Lavar
corrosivas ou derramamento
Interior, incluindo laterais, Resíduos de carga orgânica, por REPARAR Remover, Varrer, Lavar
teto e piso exemplo, feijões, grãos etc., dentro
das rachaduras do piso entre as
tábuas ou dentro dos corrugados
laterais
Materiais (exceto sujeira e poeira REPARAR Remover, Varrer, lavar
normais) grudados na calafetação
Restos de embalagens ou material REPARAR Remover, Varrer, Lavar
de peação em excesso do que
normalmente sobraria após uma
varredura
Manchas transferíveis, bolor ou REPARAR Remover, Lavar
fungos (exceto marcas de pneus)
Fitas adesivas ou outro material REPARAR Remover, Lixar, Pintar
solto ou não totalmente aderido
Remendos (de qualquer tamanho) de REPARAR Remover, Lixar, Pintar
adesivos com cola, incluindo fitas
adesivas e qualquer tipo de resíduo
de adesivos
Infestação (exceto bolor não REPARAR Lavar
transferível)
Odor persistente REPARAR Desodorizar, Lavar
Condensação ou água parada REPARAR Remover, Secar
Material de peação de carga, por REPARAR Remover
exemplo, tiras de metal, cabos,
correntes, barbante, corda etc.,
deixados nas barras, argolas, laterais
teto, piso etc.
Grafite Se não estiver obviamente relacionado ao Remover, Lixar, Pintar
carregamento da carga, REPARAR
Exterior Grafite REPARAR Remover, Lixar, Pintar
Derramamento no exterior que REPARAR Remover, Lixar, Pintar, Lavar
sobreponha ou torne ilegíveis as
marcações requeridas pelas
regulamentações

45
TABELA 5.9 CRITÉRIO DE INSPEÇÃO DE ITENS DIVERSOS

COMPONENTE CONDIÇÃO AÇÃO REQUERIDA TIPO DE REPARO


Superfícies pintadas Queimado REPARAR Lixar e pintar
Contaminação devido ao fogo ou REPARAR Lavar, Lixar e pintar
contato com substâncias estranhas
Avaria na pintura expondo o metal, REPARAR Lixar e pintar total
causada por carga solta abrasiva que
afetar totalmente a superfície interior
Pontos de peação de carga Partes e/ou soldas quebradas; partes REPARAR Alinhar, Desamassar, Soldar,
ou prendedores soltos ou faltantes Fixar, Substituir
Tortos Se for maior do que 50 mm para dentro do Alinhar, Desamassar, Soldar,
espaço interno do contêiner, REPARAR Substituir
Marcações requeridas por Faltando, solta ou descaracterizada REPARAR Substituir
regulamentações, padrões
internacionais ou proprietário
Placas de marcação Solta, quebrada, placas ou REPARAR Fixar, Substituir
prendedores faltantes; dados
ilegíveis
Encaixes de canto e soldas Rachado, solto, quebrado; aberturas REPARAR Substituir
anexas fora das tolerâncias dimensionais da
ISO
Contêiner inteiro Qualquer deformação tal como Se a deformação exceder as tolerâncias ISO, Alinhar, Desamassar, Soldar,
torção, arqueamento, amassamento REPARAR Inserir, Seccionar, Substituir
etc. que afetar as dimensões
diagonais requeridas pela ISO entre
as aberturas dos encaixes de canto
Componentes estruturais das Qualquer deformação tal como Se a deformação exceder as tolerâncias ISO Alinhar, Desamassar, Soldar,
extremidades (postes de torção, arqueamento, amassamento mais 5mm , REPARAR Inserir, Seccionar, Substituir
canto, painel frontal, portas, etc. que afetar outras dimensões OBS.: Em relação aos postes
longarinas superiores e requeridas pela ISO de canto, somente o postes de
inferiores frontais e traseiras, canto traseiros externos
encaixes de canto) podem ser seccionados
Contêiner inteiro, exceto Qualquer deformação tal como Se a deformação exceder as tolerâncias ISO Alinhar, Desamassar, Soldar,
componentes estruturais das torção, arqueamento, amassamento mais 10 mm , REPARAR Inserir, Seccionar, Substituir
extremidades etc. que afetar outras dimensões
requeridas pela ISO

46
TABELA 5.10 CRITÉRIO DE INSPEÇÃO DE CONTÊINER OPEN-TOP*

COMPONENTE CONDIÇÃO AÇÃO REQUERIDA TIPO DE REPARO


Longarinas superiores Amassamentos EXCETO na bandeja Se for maior do que 50 mm de profundidade, Alinhar, Desamassar, Soldar,
laterais, frontal e traseira de drenagem ou chapa de extensão REPARAR Inserir, Seccionar, Substituir
do teto
Qualquer deformação tal como Se as travessas de teto não puderem ser Alinhar, Desamassar, Soldar,
torção, arqueamento, amassamento encaixadas, OU se exceder as tolerâncias Inserir, Seccionar, Substituir
etc. ISO, REPARAR
Bandejas de drenagem e Qualquer deformação tal como Se as dimensões internas forem reduzidas Alinhar, Desamassar, Soldar,
chapas de extensão do teto torção, arqueamento, amassamento em mais de 50 mm, OU se a operação ou Substituir
etc. travamento da longarina removível estiver
impedida, REPARAR, OU se exceder as
tolerâncias dimensionais ISO, ver Tabela 5.9
Sem estanquedade quando a lona for REPARAR Substituir a lona
instalada
Longarinas removíveis Dobradiças emperradas ou REPARAR Alinhar, Lubrificar
congeladas
Qualquer deformação tal como REPARAR Alinhar, Desamassar, Soldar,
torção, arqueamento, amassamento Inserir, Seccionar, Substituir
etc. que interferir com a operação da
longarina ou restringir a abertura das
portas
Pinos ou correntes de fixação REPARAR Soldar (correntes), Substituir
faltando ou quebrados
Pinos tortos de uma forma que eles REPARAR Desamassar, Substituir
não se encaixem totalmente nos
orifícios
Vedações não estanques REPARAR Substituir
Travessas de teto e suportes Travessas de teto e suportes que REPARAR Alinhar, Desamassar, Soldar,
não se encaixem um com o outro Substituir
Lonas Furada, cortada, rasgada, faltando, REPARAR Remendar, Substituir
de tamanho impróprio ou não
estanque quando instalada
Olhais faltando ou desalinhados REPARAR Substituir
Remendos não instalados de acordo REPARAR Substituir
com as regulamentações TIR
Cabo TIR Cortado ou torto que não possa ser REPARAR Substituir
passado pelas argolas quando a lona
for instalada
Não longo o suficiente que possa ser REPARAR Substituir
passado por todas as argolas
Terminais das pontas inoperáveis ou REPARAR Substituir
incapazes de ser lacrados
Piso de madeira Alturas diferentes das superfícies de Se a diferença for maior do que 10 mm, Alinhar, Rebaixar, Fixar
tábuas ou painéis adjacentes ou REPARAR
entre as chapas do túnel e
alojamentos do garfo das
empilhadeiras e tábuas do piso

*Nota: O critério na Tabela 5.10 se aplica somente a contêineres OPEN-TOP. O critério nas Tabelas 5.1 até
5.9, inclusive, também se aplicam aos contêineres OPEN-TOP, salvo indicações em contrário nessas
tabelas.

47
13 TIPOS DE VISTORIA

13.1 ON-HIRE SURVEY

É a vistoria de início de aluguel. Acontece sempre que o contêiner passa de um responsável para outro,
seja das Companhias de Leasing (Aluguel) para os Armadores ou de Armador para Armador. O objetivo é
registrar o estado físico do contêiner para fins de redução de custos na devolução. Qualquer cobrança de uma
condição que foi registrada no momento do “ON-HIRE” pode ser recusada, pois já estava presente antes da
efetivação do aluguel. O critério utilizado é o do locador.

13.2 IN-SERVICE SURVEY

É a vistoria do contêiner enquanto este permanecer na frota do armador ou usuário, utilizando seu
próprio critério de vistoria. O objetivo é manter o equipamento sempre disponível com o menor custo possível.
Os critérios “IN-SERVICE” não são muito rigorosos, pois o foco do negócio é a carga e não a manutenção do
contêiner.

13.3 CONDITION SURVEY

É a vistoria que mostra a situação atual do contêiner. O objetivo é informar e registrar a condição física
do equipamento sempre que o seu usuário necessitar. Pode ser feita com o contêiner cheio ou vazio.

13.4 POST-REPAIR SURVEY

É a vistoria feita por um inspetor de qualidade de reparos ou preposto imediatamente após a conclusão
dos reparos solicitados na entrada do terminal. O objetivo é verificar se todos os reparos solicitados na
estimativa foram efetuados e, principalmente, se foram efetuados dentro dos padrões exigidos pelo cliente.

13.5 OFF-HIRE SURVEY

É a vistoria de final de aluguel. O objetivo é detectar se há alguma avaria que exceda o critério de
vistoria. Qualquer avaria que exceder o critério de vistoria do locador será cobrada do locatário, exceto aqueles
itens que foram registrados no momento do “ON-HIRE”.

13.6 SEALED BOX

É a vistoria do contêiner lacrado. O objetivo é informar e registrar a condição física externa do


equipamento e, na maioria das vezes, é necessário anotar o número do lacre.

48
13.7 PADRÕES IICL

É a vistoria de contêineres que são alugados ou recebidos pelas Companhias de Leasing, utilizando-se
o critério do IICL. O objetivo é registrar a condição física no momento da locação (ON-HIRE) ou determinar os
reparos necessários no momento da devolução (OFF-HIRE).

14 NORMAS E REGULAMENTAÇÕES INTERNACIONAIS


Além do critério de vistoria, todas as normas e regulamentações internacionais devem ser observadas ,
uma vez que são, por si só, critérios a serem considerados durante a vistoria.

14.1 Norma ISO de padronização

A Organização Internacional para Padronização (ISO) prescreve dimensões mínimas e máximas que
devem ser preservadas, com tolerâncias positivas e negativas. Para determinar o reparo de avarias que possam
afetar estas dimensões, o IICL permite uma tolerância adicional além da tolerância ISO. São elas:

• 5 mm para os componentes estruturais frontais e traseiros (postes, painel frontal, portas incluindo as
ferragens, longarinas e dispositivos de canto);
• 10 mm para as laterais.

Entretanto, os limites ISO devem ser seguidos para as medidas diagonais entre o centro das aberturas
dos encaixes de canto, para a qual não há tolerância adicional.

As figuras abaixo mostram amassamentos em painéis que caracterizam avarias comumente chamadas
de “FORA DA ISO”, pois acontecem de dentro para fora.

14.2 Regulamentação TIR

A Convenção do Transporte Internacional de Mercadorias Sob Vigilância Alfandegária (TIR) prevê que
todo contêiner deve possuir condições de ser lacrado para facilitar a fiscalização alfandegária nas diversas
fronteiras entre os países onde o contêiner circula, bem como inibir a ação de violação dos lacres e,
conseqüentemente, da mercadoria que está sendo transportada. Esta regulamentação, como outras, está
presente nos contêineres padrão ISO e vem estampada em placas que são fixadas nas portas.

49
O lacre do contêiner, preservado em sua integridade, permite que a fiscalização aconteça sem a
necessidade da abertura do contêiner toda vez que ele passar por uma fronteira ou posto fiscal. Basta confrontar
um ou mais lacres aplicados no contêiner com a documentação para saber se houve algum tipo de violação. Em
se comprovando a integridade e a numeração declarada na documentação, o contêiner é liberado e pode seguir
viagem até o seu destino.

14.3 Convenção CSC – ACEP

A Convenção Internacional para Contêiner Seguros (CSC) prevê que todo contêiner usado no transporte
internacional de carga apresente condições seguras. Aqui esta regulamentação está estampada em uma placa
de aço inox, fixada normalmente na porta esquerda do contêiner. É nesta placa que encontramos a data de
fabricação do contêiner, composta pelo mês e pelo ano.

Quando falamos em condições seguras, destacamos três pontos:

14.3.1 Segurança para a vida humana

Este é o ponto mais importante. Nada vale a vida de um ser humano. O contêiner que está sendo
utilizado deve garantir que nenhuma pessoa venha a sofrer acidentes ou injúria de qualquer natureza enquanto
está sendo manuseado, armazenado ou transportado.

14.3.2 Segurança para a carga

De nada adianta o contêiner se este não estiver em condições de receber uma carga e preservá-la até
sua entrega em seu destino final. O contêiner deve estar preparado para suportar todas as etapas que o
envolvem em sua movimentação, armazenamento e transporte, estando cheio ou vazio, a fim de garantir que a
integridade da carga não venha a ser afetada.

14.3.3 Segurança para o próprio contêiner

Por fim, o contêiner deve também suportar os esforços a que é submetido para que não seja avariado
toda vez que for utilizado ou movimentado. Neste ponto o conhecimento, desempenho e a qualidade do
vistoriador merecem destaque.
50
14.3.4 ACEP – “Approved Continuous Examination Program”

Antes do ACEP, a convenção CSC exigia que todo contêiner passasse por uma vistoria rígida de sua
estrutura e componentes, devidamente registrada na placa de CSC.
Os contêineres saídos de fábrica passariam por esta inspeção após cinco anos a partir de sua data de
fabricação. Após este período, o prazo máximo para esta vistoria era de dois anos e meio.
Quando um contêiner apresenta o ACEP, devidamente localizado na placa de CSC, significa que a
companhia responsável pela operação e utilização deste contêiner mantém estas vistorias sob seu controle,
providenciando que os contêineres sejam vistoriados na época determinada. Isto eliminou a constante
necessidade de remarcação da placa de CSC.

14.4 Tratamento Australiano – TCT (Timber Component Treatment)

Por exigência de países emergentes, mas com grande potencial econômico como a Austrália e a Nova
Zelândia, todos os contêineres fabricados devem possuir o piso de madeira tratado quimicamente para evitar o
alojamento e proliferação de pragas e infestações. O tratamento evita que o contêiner funcione como um meio
de transporte para estes agentes e contamine plantações e criações de animais.

No início, as informações eram encontradas em placas separadas, o que aumentava a incidência de


avarias, principalmente nas áreas perfuradas e rebitadas que seguravam a placa no painel. Atualmente,
conforme mostra a figura abaixo, estas informações estão concentradas em uma única placa, chamada de placa
de dados consolidados.

PLACA TIR PLACA TCT

PLACA DO
PROPRIETÁRIO DATA DE
FABRICAÇÃO
DO CONTÊINER

PLACA CSC

51
15 REPAROS DE CONTÊINERES
A contínua utilização dos contêineres os torna vulneráveis a diversos tipos de avarias e deterioração,
portanto são necessários reparos periódicos visando reconstituir a superfície original da área avariada e ainda
ter, no mínimo, a mesma resistência da área original afetada, sendo que o material utilizado deve ser da mesma
qualidade, espessura e resistência do material reparado.

15.1 A NECESSIDADE DO REPARO

O propósito de um contêiner é carregar uma carga de maneira segura e eficiente. Um contêiner deve
estar apto a suportar os rigores do transporte intermodal, seja este marítimo, ferroviário, rodoviário etc., inclusive
a movimentação em terminais de contêineres cheios ou vazios sob várias temperaturas e condições climáticas.
O contêiner é um elemento modular de um sistema inteiro de movimentação de frete. A preservação de suas
dimensões dentro das tolerâncias recomendadas e dentro de sua integridade estrutural é crucial para a
habilidade de o sistema operar.

O contêiner é construído com materiais duráveis, mas não é invulnerável às avarias e deterioração de
seus componentes. As vistorias do contêiner são feitas com o objetivo de revelar condições que podem ser
inseguras ou que podem reduzir seu tempo de vida útil. Tais condições devem ser reparadas. Resumindo, o
reparo é necessário para colocar o contêiner em uso novamente. É interesse de todos assegurarem que reparos
de qualidade sejam executados, sempre primando pela segurança do ser humano, da carga e do contêiner.

15.2 O OBJETIVO DO REPARO

O objetivo de qualquer reparo é restituir a integridade estrutural do contêiner para que este possa
continuar sendo utilizado seguramente no comércio internacional como um instrumento de transporte intermodal.
A 5ª edição do Manual de Reparos do IICL recomenda procedimentos para reparos de contêineres que permitem
seu retorno ao serviço com a máxima segurança.
Importante ressaltar que os reparos conduzidos devem caminhar lado a lado com o menor custo
possível, contanto que não comprometam sua integridade e segurança.
Resumindo, o objetivo de um reparo é restituir o contêiner à sua forma original o mais próximo possível,
garantindo a integridade física e operacional.

15.3 REGRAS DE SEGURANÇA DURANTE O REPARO

Se você está reparando um contêiner, provavelmente você está em um terminal de contêineres, dentro
de uma oficina de reparos e, como ocorre em toda oficina, há movimentação constante de pessoas,
equipamentos, ferramentas, empilhadeiras e principalmente os contêineres que serão reparados. Então, toda
atenção é necessária. Concentre-se em seu trabalho, mas não esqueça que você é o item mais importante e
mais precioso.
Espera-se que todo o pessoal da oficina observe as regras e normas de segurança enquanto estiverem
reparando contêineres.
ATENÇÃO

✓ Evite ficar de costas para a movimentação dentro da oficina na troca de contêineres “OK” por
“AVARIADOS”. Aguarde até que todos os contêineres estejam posicionados e a movimentação tenha terminado
para começar o seu trabalho.

52
✓ Roupas apropriadas e E.P.I. (Equipamento de Proteção Individual) adequados às tarefas devem ser
usados.
✓ Não use equipamentos elétricos em locais com água parada para evitar possíveis curtos-circuitos.
✓ Providencie para que todos os equipamentos e ferramentas elétricas tenham tomadas e “plugs” em
perfeitas condições.
✓ Nunca fique sob a empilhadeira para reparar a estrutura inferior do contêiner. Sempre use cavaletes.
✓ Posicione-se sempre de modo que o operador de empilhadeira possa vê-lo quando houver
movimentação de contêineres dentro da oficina, ou então fique afastado até que a movimentação tenha
terminado.
✓ Recomenda-se o uso constante de luvas, óculos e botas apropriadas de proteção. Não esqueça: seu
uniforme também é um item de segurança.
✓ Sempre abra as duas portas do contêiner quando estiver efetuando reparos em seu interior. Este
procedimento evita o acúmulo de gases, fumos e vapores resultantes dos cortes, das soldas e das pinturas nos
componentes reparados.
✓ Alguns adesivos, selantes, solventes e lubrificantes podem causar sérios danos à saúde e ao meio
ambiente se não forem manuseados e descartados de maneira correta. Todo o pessoal do reparo deve estar
bem informado sobre estes produtos e suas recomendações para o uso e descarte. Todas as embalagens, por
lei, devem conter este tipo de informação.
✓ Nunca deixe as portas abertas após terminar o reparo. Além de causar avarias durante a movimentação,
acidentes podem ocorrer e o contêiner pode vir a tombar a empilhadeira.
✓ É recomendado que todo terminal tenha uma área especialmente reservada para reparar contêineres e
instalações apropriadas para o pessoal de reparos.

PROTETOR FACIAL PARA PROTETOR FACIAL PARA


USO COM MAÇARICO USO COM ESMERILHADEIRA

PROTETOR FACIAL PARA


USO COM SOLDA MIG

15.4 TIPOS DE REPAROS

São os mais diversos os tipos de reparos em contêineres, cada um apropriado para cada situação e
componente. Dentre os mais comuns destacamos:

• Alinhar • Inserir • Lixar e pintar


• Desamassar • Seccionar • Fixar
• Soldar • Substituir • Lavar
• Desamassar e soldar • Lixar
• Remendar • Pintar

53
Resumindo, cada tipo de reparo será utilizado de acordo com cada avaria, sempre objetivando restituir o
contêiner à sua forma original o mais próximo possível.

15.5 EQUIPAMENTOS DE REPAROS

Os equipamentos de reparos são os mais variados possíveis e necessários a cada tipo de reparo.
Entretanto, nada adianta possuir o melhor equipamento e dispor do melhor material se o profissional responsável
não estiver devidamente treinado e preparado. Como sempre, o elemento humano faz a diferença.

Destacamos a seguir alguns destes equipamentos.

15.5.1 Máquina de solda MIG: funciona alimentada por energia elétrica, conduz um eletrodo
através de um conduíte até a superfície a ser soldada. A solda acontece quando o eletrodo entra em contato
com outra superfície metálica, aquece e derrete, ocasião na qual funde e une duas partes de metal.

15.5.2 Esmerilhadeira:

Ferramenta elétrica de alta rotação, utilizada com acessórios que permitem desde o lixamento até o
corte de uma chapa de metal, com precisão milimétrica.

54
15.5.3 Maçarico:
Funciona com a combinação de dois gases em alta pressão, com chama na extremidade da caneta,
permitindo o corte de metais mais grossos. Também é utilizado para o aquecimento de superfícies metálicas
para facilitar o desamassamento e remodelagem. Pode-se combinar “OXIGÊNIO e ACETILENO” ou “OXIGÊNIO
e GLP”.

15.6 PROCEDIMENTOS DE REPAROS

Assim como para a vistoria, para o reparo também não existe ou aquele procedimento intitulado o
melhor. Um reparo deve ser efetuado de acordo com uma rotina e um procedimento completo. Realizar reparos
sempre na mesma ordem ajudará a assegurar que todos os componentes sejam restaurados dentro dos padrões
requeridos.
Quando estamos falando em procedimento de reparo, estamos falando da melhor e mais barata maneira
de se executar um reparo, entretanto sem comprometer a qualidade deste reparo.
Qualquer reparo executado deve seguir uma regra, ou seja, um passo a passo para que a integridade
estrutural do contêiner seja restituída.
Um bom exemplo de procedimento é a parte da pintura. Não se deve pintar uma superfície sem antes
prepará-la, caso contrário o trabalho estará perdido. Aplicar tinta sobre uma superfície enferrujada de nada
adianta, pois esta não estaria protegida dos agentes naturais. Ao longo deste curso iremos observar
procedimentos de reparos em diferentes partes do contêiner que, juntamente com o critério de reparos, irá
contribuir para um reparo de qualidade garantida.

15.6.1 A importância do Reparador

Para realizar um reparo de acordo e garantir que todas as partes reparadas tenham restituído à
integridade estrutural do contêiner, é necessário que pessoal habilitado e que materiais e equipamentos de
qualidade reconhecida tenham sido utilizados. Tudo isto somado à habilidade, profissionalismo e seriedade do
reparador irá garantir que reparos confiáveis tenham sido executados.

15.7 CONTROLE DE QUALIDADE NO REPARO

É prática dos grandes terminais terem na oficina de reparos um ou mais profissionais responsáveis pela
qualidade dos reparos efetuados, normalmente chamado de inspetor de qualidade. O IICL diz que um programa
assegurado de qualidade ajuda o gerenciamento do terminal a garantir qualidade de reparos consistentemente
satisfatória. Um programa de qualidade pode incluir a checagem de materiais recebidos par o uso em reparos de
contêineres, providenciando que a preparação adequada, autorização e atividades de reparos tome rumo, e
assegurando o término apropriado das estimativas de reparos antes que o contêiner seja retornado ao serviço.

55
15.7.1 A importância do Inspetor de Qualidade

Um dos fatores que mais contribuem para que um reparo não atenda as especificações determinadas
pelo IICL é o cansaço do dia a dia, que leva o profissional a um esgotamento físico e mental, que pode vir a
comprometer a qualidade do reparo. Isto pode se agravar se, somado a isto, as condições para a execução de
um reparo de acordo não forem as ideais, tais como um local bem ventilado, bem iluminado, limpo etc.
Como medida preventiva e para que o contêiner não seja removido da oficina ainda avariado, um
inspetor de qualidade é a pessoa ideal. Seu conhecimento, bom senso e capacidade de investigar a qualidade
de um reparo irão garantir que todos os reparos efetuados estão dentro do exigido.
O inspetor de qualidade tem um papel similar ao do auditor e todo o conhecimento de um vistoriador,
bem como dos critérios e métodos de reparos. Verifica se cada reparo foi efetuado de acordo com a estimativa e
de acordo com norma, neste caso o critério de reparos fornecido pelo cliente. O inspetor de qualidade também é
importante para avaliar a qualidade e condição dos equipamentos e principalmente do pessoal de execução.
Identifica possíveis anomalias no processo e atua sugerindo troca ou ajuste de equipamentos, reavaliação de
métodos e procedimentos de reparos e treinamento de capacitação e qualificação de pessoal. Estando todos os
reparos de acordo com os padrões do cliente, o contêiner é disponibilizado para uso, sendo transferido para a
pilha de disponíveis para aguardar nova liberação.

15.7.2 Equipamentos do Inspetor de Qualidade

Para que seu trabalho seja conduzido de maneira ainda mais satisfatória, o Inspetor de Qualidade deve
fazer uso de equipamentos e ferramentas que o ajudem a identificar e melhorar a qualidade de todos os reparos
executados. Veja algumas das ferramentas e equipamentos usados pelo inspetor de qualidade:

- Trena, Piqueta, Linha de referência


- Escala ou régua, Micrômetro

15.8 CRITÉRIO DE REPARO

Critérios de reparo são normas e parâmetros previamente estabelecidos para garantir que um reparo
será executado de acordo com os padrões internacionais.
Somado ao critério específico a ser estudado, algumas regras e normas internacionais também se
aplicam. São elas: CSC, TIR, ISO e TCT entre outras.
Abaixo temos alguns exemplos de critérios de reparos:
“Apesar de a avaria ter
ocorrido somente em uma
pequena área, o novo setor
deve sobrepor no mínimo
três travessas de fundo ou
alojamentos de garfo da
empilhadeira.”

“Remoção de uma tábua avariada.”


56
“As novas tábuas devem cobrir
no mínimo três travessas de “As tábuas adjacentes não podem
fundo ou alojamentos de garfo terminar na mesma travessa de fundo ou
da empilhadeira.” alojamentos de garfo da empilhadeira.”

“Junção calafetada.”

“As tábuas que não foram avariadas


também devem cobrir no mínimo três
travessas de fundo ou alojamentos de
garfo da empilhadeira.” “Parafusos adicionais no piso.”

“Reparo terminado.”

15.8.1 Reparos Alternativos

Em algumas situações onde um reparo seja necessário para a continuidade do uso de um contêiner,
mas não existam condições e equipamentos apropriados, são efetuados os reparos alternativos, isto é, faz-se o
suficiente para que o contêiner continue sendo usado. Observar que estes reparos são exceções e, como tais,
devem ser estudados caso a caso.

15.9 A ESCALA DOS REPAROS

Ao solicitar qualquer reparo, o vistoriador deve considerar sempre o caminho mais curto e o menor
custo. Deve partir sempre dos reparos mais simples, consequentemente menos onerosos, mas nunca pode
esquecer que o reparo tem que ser o suficiente para restituir o contêiner à sua forma original o mais próximo
possível. A pergunta ser feita diante de uma avaria é se um reparo mínimo irá eliminar esta avaria. Se a resposta
for “SIM”, este reparo mínimo deve ser o solicitado. Se a resposta for “NÃO”, deve-se avançar os degraus da
escala abaixo até que a resposta seja “SIM” novamente, solicitando-se o reparo ideal.
SUBSTITUIR

SECCIONAR

INSERIR

DES / SOLDAR

SOLDAR

DESAMASSAR

15.10 REPARO – EQUIPAMENTOS E SEU CORRETO USO

Agora que já conhecemos o que é um contêiner, suas características principais, seus tipos e já
entendemos o que significa um bom procedimento de vistoria e de reparo, vamos estudar o critério de reparo
utilizado pelas companhias de Leasing no mundo inteiro.
Este é o momento sublime onde o reparador irá testar, aplicar e principalmente, aprimorar o seu
conhecimento para a condução do melhor reparo.
57
O uso constante dos equipamentos de proteção individual e das ferramentas adequadas também irá
garantir que o seu trabalho seja executado com maestria.

15.11 TÉCNICAS E MÉTODOS DE REPAROS

Há uma diferença quando empregamos os termos técnica e método.


Quando estamos falando de reparos, dizemos que técnicas são todas as ações que serão empregadas
nos componentes ou partes do contêiner para restituir sua integridade.
As técnicas vão desde um simples desamassamento até a troca integral do componente. É importante
lembrar que devemos sempre partir do reparo de menor custo. É a chamada escada dos reparos.
Já os métodos se referem às diversas maneiras no emprego das técnicas. Por exemplo: quando
solicitamos um desamassamento não estamos especificando qual método será utilizado. Pode ser um
desamassamento a frio, com o uso de calor, utilizando-se somente um martelo ou até mesmo um esticador
hidráulico para auxiliar no reparo. Entendemos que temos vários caminhos para se chegar ao mesmo objetivo,
que é o de desamassar um componente. Veja um exemplo:

15.12 ELABORAÇÃO E ESTUDO DE UMA ESTIMATIVA DE REPAROS

Com certeza todo tipo de reparo tem um custo. Para compor este custo temos que compreender três
cálculos:

15.12.1 Cálculo do homem/hora

O homem/hora é o valor que é cobrado por uma hora de trabalho, sendo praticado em toda a tabela de
reparos, independente do item de reparo.

15.12.2 Cálculo do material

É o valor de toda a peça ou material envolvido no reparo, do início ao fim, sendo também praticado em
toda a tabela de reparos e com valores definidos para cada tipo de reparo.

15.12.3 Cálculo do total dos reparos

É a soma do valor do homem/hora com o valor do material de cada reparo, obtendo-se o custo total de
cada reparo mencionado na tabela.

Abaixo temos um exemplo bem simples de uma estimativa de reparos que mostra como isto funciona:
58
Localização Descrição do Reparo Homen-hora Custo Material Total

Teto Inserir 30 x 30 – P 2 0.75 15.00 12.00 27.00


Travessa de Fundo Substituir no. 5 2.50 50.00 43.00 93.00
Porta Direita Soldar 5 cm 0.25 5.00 5.00 10.00

Total Geral 3.50 70.00 60.00 130.00


14.4 Escala dos Reparos

16 CONSIDERAÇÕES GERAIS
O manual do IICL recomenda procedimentos para o reparo de contêineres marítimos e leva em conta a
necessidade de uso de contêineres com eficiência, segurança e economia. Entretanto, uma vez que qualquer
operação de reparo depende grandemente das habilidades dos seres humanos, do maquinário empregado, das
condições sob as quais os reparos são efetuados e muitas outras variáveis cuja significância possa não ser
aparente, o Instituto e seus membros e pessoal não podem e não assumem qualquer responsabilidade por
danos a pessoas ou propriedades ou outras conseqüências de quaisquer procedimentos mencionados pelo
instituto, bem como qualquer omissão relativa aos reparos, práticas e procedimentos.
Se as condições pedirem, os procedimentos descritos devem ser revistos ou suplementados
devidamente. Os proprietários podem sugerir métodos alternativos para os descritos.
Uma compreensão básica de contêineres e métodos de reparos é necessária.
O propósito de qualquer reparo é restabelecer a integridade estrutural do contêiner para que ele possa
operar seguramente no comércio intermodal mundial com um instrumento de transporte internacional.

16.1 Precauções de segurança.

O IICL espera que todo o pessoal envolvido observe precauções de segurança adequadas durante a
execução de reparos. Roupas e equipamentos de segurança devem ser usados, incluindo capacetes, óculos,
luvas, protetor auricular, máscaras e qualquer outro dispositivo que possa ser necessário.
Alguns selantes, adesivos, solventes e lubrificantes usados nos reparos de contêineres podem
comprometer o meio ambiente e a segurança pessoal se não forem manuseados e dispensados de uma maneira
responsável e apropriada. Os reparadores devem estar bem informados sobre estes produtos e suas maneiras
recomendadas de aplicação e dispensa.
Primeiramente é preciso conhecer e entender as etapas que fazem parte dos reparos, onde alguns são
mais complexos envolvendo várias etapas e outros são mais simples envolvendo somente uma.

16.2 Princípios gerais envolvidos na execução de reparos.

• Para determinar se uma avaria requer reparo, sempre use um critério de vistoria.
• Se a avaria necessitar de reparos, determine o meio mais econômico que irá corrigir o reparo
satisfatoriamente.
• Selecione as ferramentas apropriadas e providencie suportes ou outros fixadores necessários aos
reparos.
• Temporariamente remova, recoloque ou proteja qualquer componente anexo que possa ser avariado
no processo de reparos, particularmente os pisos de madeira que são altamente suscetíveis a
queimaduras.
• Assegure que qualquer componente de metal não ficará exposto depois que o reparo for
completado, sendo limpo e protegido antes da pintura final.
59
• Assegure que, uma vez pintado, o reparo terminado tenha uma aparência cosmética satisfatória.
• Recoloque temporariamente qualquer componente removido de volta em seu lugar, removendo
qualquer proteção adicionada anteriormente.
• Após o reparo, a resistência da área reparada deve ser maior ou igual a anterior.
• Os materiais usados devem ser de qualidade igual ou superior ao original e da mesma espessura,
oferecendo a mesma resistência.
• Qualquer dúvida sobre como proceder deve ser esclarecida com o proprietário.

16.3 Preparação da superfície

Após completar qualquer reparo que comprometa a camada original de pintura, a área reparada deve
ser limpa e preparada para pintura. Toda sujeira resultante do reparo deve ser removida para proporcionar uma
aderência apropriada da camada final de pintura. Discos de lixa, produtos abrasivos, produtos químicos ou a
combinação destes deve ser usada para remover quaisquer contaminantes, provendo uma superfície de “perfil
âncora” para permitir uma aderência apropriada da camada final de pintura.

16.4 Ferramentas

Antes de começar qualquer trabalho de reparo, assegurar que as ferramentas apropriadas estejam á
mão para prosseguir com o reparo desejado. Exemplos de ferramentas usadas frequentemente são martelos,
macacos hidráulicos, ferramentas de corte, produtos de limpeza, alicate universal, chave de fenda etc.

16.5 Solda

• Toda solda deve ser feita por soldadores qualificados, usando materiais iguais aos utilizados na
fabricação dos contêineres. Se o material de solda for desconhecido, seguir as recomendações do
proprietário.
• As soldas devem estar de conformidade com associações técnicas reconhecidas, como a Associação
Brasileira de Solda.
• A integridade da solda normalmente pode ser verificada visualmente. Se necessário, uma lente de
aumento pode ser usada. A inspeção deve determinar que a solda esteja:

o Estanque e sem porosidade


o Lisa na aparência
o Livre de crateras
o Dimensionalmente acurada
o Sem rachaduras
o Inspecionar a solda para verificar a penetração completa. Se a solda de um dos lados da junção
não atingir uma penetração completa, ambos os lados devem ser soldados.
o Contínua, linear e uniforme.
• Depois de terminada, a solda não deve ser lixada, exceto se for necessário para a colocação de
componentes removidos (ex. painel do teto e longarina superior).

60
17 PROCEDIMENTOS GERAIS DE REPAROS

17.1 Desamassamento: restaurar um componente avariado por meios mecânicos ou hidráulicos o


mais próximo possível de sua forma original sem a remoção de qualquer porção do componente (em alguns
casos componentes adjacentes necessitam ser desparafusados).

17.2 Solda: fundir dois pedaços separados de metal usando calor e um terceiro pedaço de metal.

17.3 Desamassamento e solda: uma combinação de desamassamento seguido de solda.

17.4 Inserção: restituir a um componente avariado sua forma, tamanho e resistência originais cortando
uma porção menor do que o perfil total seccionado, fixando ou soldando material de reposição da mesma forma,
tamanho e resistência no lugar.
Remendo: o mesmo que uma inserção, exceto que o material de reposição é ligeiramente maior que o material
sendo removido, e seus extremos sobrepõem as bordas da área a ser reparada. Obs.: remendos são permitidos
somente para painéis.

17.5 Seccionamento: restaurar a um componente avariado sua forma, tamanho e resistência original
cortando uma porção que se estenda através de seu perfil total seccionado, fixando ou soldando material de
reposição da mesma forma, tamanho e resistência no lugar.

17.6 Troca: remover inteiramente um componente avariado e fixar ou soldar um componente novo em seu
lugar, com a mesma forma, tamanho e resistência que o original.

18 UM PROGRAMA DE GERENCIAMENTO E GARANTIA DE QUALIDADE

Um programa de garantia de qualidade ajuda o gerenciamento do terminal a assegurar reparos de


qualidade consistentemente satisfatória. Tal programa deve incluir a checagem do material recebido para uso no
reparo de contêineres, verificando que a preparação adequada, autorização e atividades de reparos tomem
lugar, assegurando uma completa execução das estimativas de reparos antes que o contêiner seja retornado ao
serviço. A necessidade de programas de garantia de qualidade de reparos não se sobrepõe aos programas de
auditoria conduzidos pelos proprietários ou usuários dos contêineres.

19 ESTUDO E ENTENDIMENTO “PASSO-A-PASSO” DO CRITÉRIO DE REPARO


SUGERIDO.

Primeiramente é preciso conhecer e entender as etapas que fazem parte dos reparos, onde alguns são
mais complexos envolvendo várias etapas e outros são mais simples envolvendo somente uma.
Agora vamos acompanhar reparos em diversas partes do contêiner, passo-a-passo, que são somente
alguns exemplos que permitem ao reparador executar reparos com precisão e qualidade. Como exemplo,
vejamos uma secção de uma borracha da porta.

A – Identificar a parte avariada;


B – Remover a fita de fixação da borracha;
C – Cortar o pedaço avariado, limpar e aplicar uma mão de tinta de fundo;
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D – Aplicar a tinta de acabamento na cor original do contêiner;
E – Colocar um pedaço novo de borracha do mesmo tamanho, modelo e espessura da original;
F – Colocar e rebitar a fita de fixação, calafetando as emendas com adesivo apropriado.

A D

B E

C F

20 CÁLCULO DO DÍGITO DE CONTROLE


Exemplo:
Contêiner ICSU 406550

ICSU = CÓDIGO DO PROPRIETÁRIO – INTEGRATED CONTAINER SERVICE

Entra-se com o código do proprietário de acordo com a tabela abaixo, obtendo-se os seguintes números:

A = 10 H = 18 O = 26 V = 34
B = 12 I = 19 P = 27 W = 35
C = 13 J = 20 Q = 28 X = 36
D = 14 K = 21 R = 29 Y = 37
E = 15 L = 23 S = 30 Z = 38
F = 16 M = 24 T = 31
G = 17 N = 25 U = 32
I = 19
C = 13
S = 30
U = 32

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Ordena-se, colocando a numeração acima obtida seguida do número de série. Em nosso exemplo ficará assim:

19 – 13 – 30 – 32 – 4 – 0 – 6 – 5 – 5 – 0

Multiplica-se cada número acima mencionado pelo fator de ponderação na escala 20 a 29 e assim teremos:

19 x 20 = 19
13 x 2 1 = 26
30 x 22 = 120
32 x 23 = 256
4 x 24 = 64
0x2 5 = 0
6 x 26 = 384
5 x 27 = 640
5x2 8 = 1.280
0 x 29 = 0
----------------------------------------
TOTAL = 2.789

A somatória dos produtos obtidos deverá ser dividida pelo valor modular 11 (onze). O resto encontrado na
divisão será o código de dígito de controle procurado:

2789 11

Resto: 6 253

Em nosso exemplo, o número encontrado foi o resto 6, que corresponde ao código de dígito de controle, ficando
a identificação completa do contêiner assim:

ICSU 406550 – 6

21 BIBLIOGRAFIA
CONTAINERHANDBOOK. Disponível em: http://www.containerhandbuch.de

FEMAR. Fundação de Estudos do Mar. Disponível em: www.femar.com.br

GUIA MARÍTIMO. Grupo Intermodal. São Paulo. Disponível em: http://www.guiamaritimo.com.br

IICL, INSTITUTE OF INTERNATIONAL CONTAINER LESSORS, Guide for Container Equipment


Inspection, – fifth edition, New York, 1996.

IICL, INSTITUTE OF INTERNATIONAL CONTAINER LESSOR, Repair Manual for Steel Freight
Containers, fifth edition, New York, 1999.

ISO. International Organization for Standardization. Disponível em: www.iso.org

63
KUMAR, S.; HOFFMAN, J. Globalization: the maritime nexus. In: GRAMMENOS, C. Th. (ed.) The
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Mewis, F. e Klug, H. The challenge of very large container ships: a hydrodynamic view. Hamburg,
Germany: Hamburgische Schiffbau-Versuchsanstalt GmbH, 2004.

NOBRE, M,; SANTOS, F.R.; ROBLES, L.T. A logística dos contêineres vazios: gestão essencial no
transporte marítimo internacional. São Paulo, 2005. Disponível em: www.unisantos.com.br

ROMANO, L.N. Metodologia de projeto para embalagem. 1996. 193f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Mecânica) – Universidade Federal de Santa Catarina, Faculdade de Engenharia Mecânica,
Florianópolis, 1996.

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PORTLAND, PORT OF. Marine Economic Impact Study: Container Transportation Cost-Benefit
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Tozer, D. Ultra-large container ships: the green ships of the future?: London, United Kingdom:
Lloyd’s Register, 2005. Disponível em: www.lr.co

UNCTAD. United Nations Conference on Trade and Development. Review of maritime transport,
2003. New York and Geneva, ONU, 2003.

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