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Entrevista Aristides de Sousa Mendes
Entrevista Aristides de Sousa Mendes
E: Olá, como está Aristides, é um prazer estar aqui consigo para esta entrevista inédita .
A: Tudo começou a 19 de julho de 1885 em Cabanas De Viriato, foi lá que eu nasci e é desde
essa altura que se despertou em mim a vontade de ajudar o outro. Em 1907 após me ter
formado em Direito pela Universidade de Coimbra, mudei-me para Lisboa. Um ano após esta
mudança casei-me com a minha prima Angelina com quem tivera catorze filhos.
A: Existem algumas coisas a dizer sobre esse assunto. Para começar Portugal era uma nação
alegadamente neutra o que levou o governo a fazer chegar a todos os diplomatas portugueses
na Europa a “Circular 14” que ordenava a suspensão dos vistos aos refugiados Judeus, Russos
e apátridas. Esta circular previa que, para emissão de vistos a russos, judeus, polacos, apátridas
e outros que eram perseguidos pelo regime nazi, fosse necessário pedir aprovação da PVDE.
Em junho de 1940, o cônsul encontrou-se com o rabino Kroger que escapara a uma Polónia
ocupada. Ali, prometeu-lhe fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para persuadir o governo
de Lisboa, liderado por Salazar, a retirar o mandado de suspensão dos vistos. Tomei uma
decisão "Daqui em diante irei emitir vistos sem distinção de “raça ou religião”.
A: Passei o resto da minha vida a viver na miséria tendo de vender todos os meus bens para
pagar dividas. Nunca me foi reconhecida a bondade dos meus atos em vida abril. O meu estado
outrora habituado a luxos, era tão miserável, ainda hoje tenho medo de ser enterrado sem
fato, num traje cedido por caridade.
E: Obrigado, Aristides, foi uma honra poder ver respondidas estas minhas questões
A: Obrigado