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Boudon Cap.7
Boudon Cap.7
RESUMO DO LIVRO de BOUDON, Philippe et al, 2000. Revisão Profa. Maísa Veloso
Neste capítulo, o autor propõe estudar/encarar noções que permitam apreender uma concepção
nos seus detalhes; fazer um aprofundamento no esquema essencial e nos conceitos fundamentais
do modelo arquiteturológico. As ‘escalas” serão acompanhadas de noções operacionais. Estas
noções permitem apreender a concepção arquitetural no que ela pode apresentar de particular em
casos precisos.
RELAIS E CASCADE
(p.239)
“Cascata de escalas”: “casos onde as operações de recorte ou de dimensionamento relacionadas a
uma escala estão ligadas de maneira necessária a novas operações cuja pertinência decorre de
uma outra escala que concerne o mesmo suporte.” Tem como modalidade a sobredeterminação
Corresponde a um momento de concepção, de uma seqüência ordenada de operações que o
projetista tem o poder de limitar.
“Revezamento de escalas”: ocorre quando uma decisão relativa a uma pertinência leva a uma
decisão relativa a uma pertinência diferente, que, por si mesma, suscita uma outra pertinência –
sem que haja entretanto uma necessidade. O que há é uma intencionalidade própria.
“Relais” e “cascade” podem se considerados agrupamentos de escalas como conjuntos de
pertinências religadas remetendo a operações ligadas entre si.
Indução e Inferência
(p.204)
Casos de justaposição de escalas:
Indução – Relação com a ordem de necessidade.
Inferência – Relação com a ordem de intencionalidade do criador.
Nestes casos, há dois níveis de concepção que estão numa situação de autonomia relativa, um
nível influencia o outro.
(ver exemplos)
PARTIDO ARQUITETUROLÓGICO:
(p.241)
Falaremos de “partido arquiteturológico” quando um conjunto de escalas permite precisar as
orientações iniciais de um projeto: trata-se da determinação conjunta de várias escalas
organizadas entre si que permitem ao projetista dar pertinência às intenções iniciais. No espaço
de concepção, o partido arquiteturológico é um nível de concepção (nível global), mesmo quando
os efeitos de escala que definem o partido se baseiam em dimensões locais.
SUPORTE ARQUITETUROLÓGICO
(p.250)
É aquele sobre o qual se exerce efetivamente a representação do trabalho de uma escala. Trata-se
de um recorte do espaço arquitetônico que permite ao arquiteto trabalhar, mas não é forçosamente
figurado.
EFEITO
(p.256)
Os efeitos acompanham as operações de pontos de vista, recortes e dimensionamentos relativos
às escalas. Elas suscitam outras operações, sejam elas induzidas ou intencionais, o que pode gerar
um encadeamento de operações.
As escalas podem ter efeito de operação e de significação, podendo haver também efeitos de
sentidos, ligados ou não à percepção.
MOTIVAÇÃO
(p.257)
Uma escala pode motivar num projeto a proximidade ou vizinhança de dois elementos,
motivando no espaço de concepção uma contigüidade. Por exemplo, uma escala técnica suscita a
contigüidade vertical entre banheiros e cozinhas na sobreposição dos pavimentos.
CAMPO DE VALORIZAÇÃO
(p.258)
Se o espaço de concepção não é homogêneo, é porque o projetista é levado a atribuir valores
diferentes ao nível de concepção onde ele está, valorizando sua concepção. Para ele, uma
dimensão não está jamais isolada, ela pode conter configurações que podem ter valores
diferentes, ou podem valorizar diversamente as medidas afetadas por outras dimensões.
Assim, num mesmo espaço de concepção, existem campos de valorização que motivam certas
escolhas. A existência destes campos vem do fato que todo elemento arquitetônico pode entrar no
espaço de concepção, onde as configurações não são fixas e podem ser mudadas pelo projetista.
VARIANTE
(p.259)
Existe concepção, por partido, porque existem escolhas. Uma variante aparece como uma
diferença de intenção. Num jogo de concepção acontece que p projetista pode experimentar
muitas variantes, muitas intenções. As variantes podem ser motivadas por mudança no nível de
concepção, necessidade de compatibilidade, efeito do campo de valorização, ou ainda, podem ser
motivadas por uma escala.