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FUNDAMENTOS DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

Uma pequena jornada de imersão nos fundamentos da ciência da informação


(CI) nos traz até aqui para destacar que durante essa trilha alguns frutos foram
colhidos. Atento agora ao eixo temático “Objeto de pesquisa da CI/ Investigações da
área” pela inquietude que o ser e o objeto da ciência da informação desperta.
Primeiro precisamos jogar luz, em uma perspectiva filosófica e necessária,
para a compreensão desse campo e tentar responder questionamentos como, qual
é o papel do uso e da produção da informação em meio aos grupos sociais,
econômicos e políticos? Esses questionamentos precisam preceder qualquer
reflexão a respeito do que venha a ser a CI e qual seu objeto de estudo, tendo em
vista a amplitude que a informação se constitui e por seu caráter de bem simbólico.
Kobashi e Tálamo (2003) tratam a informação como um fenômeno e objeto de
estudo da sociedade contemporânea, contudo a informação não é contemporânea,
ela perpassa todo o surgimento do ser e como nos lembra Floridi o ser é a
informação. Tomar hoje a informação como objeto de estudo é o que todas as
sociedades sempre fizeram, o que na nossa contemporaneidade ocorre são
delimitações de julgo sob valores e produção de valores. É importante
compreendermos que a informação no seu papel e como objeto de estudo no
campo da ciência está em fluxo contínuo, uma vez que o seu papel é justamente
objeto de estudo.
Dentro desse fluxo é possível separar seu estado de ação e de objetificação.
Enquanto objeto de estudo, a informação se apresenta multifacetada, com inúmeros
conceitos e definições do que ela venha a ser, no entanto, chamo atenção para
olharmos além desse suporte físico trazido, por exemplo, pelo Le Coadic. É de
conhecimento daqueles que apreciam a ciência da informação que, a informação
está sempre sendo gerada, transmitida, armazenada e interpretada, entretanto essa
ação nos diz respeito a um objeto material e nessa contemporaneidade pós-
moderna precisa-se de uma imersão nos processos de sua estruturação de fluxo e
recepção. A informação nesse instante da história assume um valor que perpassa a
ideia do registrado.
A dinâmica da informação nesse recorte assume um papel sócio-político-
econômico que intima os cientistas da informação a tratá-la como objeto de controle
e produtora de bens. Esse momento informacional requer que tratemos a
informação como fator de responsabilidade social e cidadã. Perceba-se que nesse
contexto não temos mais a informação apenas como elemento de saciedade da
necessidade de poucos, ou de grupos exclusivos. Ela se torna um bem que, mesmo
que não se esgote, se não obtida, direcionada e democratizada, causa fome tal qual
os alimentos que nos geram energia. Isso implica que a informação enquanto objeto
não só deve ser vista no que está registrado, mas enfaticamente ser observado os
elementos subjacentes que a moldam, como é criada, disseminada e compreendida.
É importante nos atermos ao paradigma social que Capurro (2003) discute,
pois, a informação é moldada pelas estruturas sociais, culturais e políticas, com isso
a equação de quem gera a informação e sua carga cultural não pode ser dissociada.
Esse é um ponto importante a se enfatizar, pois a informação não pode ser um bem
individual, a informação deve ser tratada como um bem coletivo. Nesse sentido é de
suma importância que a visão “tecnológizada” da informação incorpore em si uma
regra epistêmica que consiga tratar a informação não mais esclusa das pessoas,
mas uma informação onde o sujeito cognoscente seja primordial, assim constituindo
uma informação decolonial e interativa. Percebemos assim a informação não mais
como objeto geral mecanizado, mas como objeto formado de complexibilidade e
construção específica do dado momento, local e tempo.
Mergulhar nos fundamentos da informação faz perceber que a informação,
embora fragmentada por seu caráter interdisciplinar, tem um centro de ação e
formação que se solidifica mesmo que mutável e que sintetiza as diversas formas
de representação da informação enquanto objeto

REFERÊNCIAS.

KOBASHI, N. Y.; TÁLAMO, M. F. G. M. Informação: fenômeno e objeto de estudo


da sociedade contemporânea. Transinformação, Campinas, v. 15, edição especial,
p. 7-21, set./dez. 2003.
FRANCELIN, Marivalde Moacir; PELLEGATTI, Caio. Filosofia da Informação: reflexos
e reflexões. Transinformação, Campinas, v. 16, n. 2, p. 123-132, maio/ago. 2004.

Critérios de avaliação:
1 – Ter no máximo 2 (duas páginas) e no mínimo 1,5 (uma página e meia) [0,5 ponto] –
Sua nota: 0,5

2 – Ser escrito com as palavras do/a discente; usando, de forma controlada, até 3 citações
diretas curtas, à luz das pessoas teóricas discutidas no tema da aula escolhida da disciplina
[1,0 ponto] – Sua nota: 1,0
3 – Expor, de forma sintética, as ideias centrais discutidas no tema escolhido [1,5 ponto e
meio] – Sua nota: 1,5
4 – Concluir o texto, ressaltando o que aprendeu durante a disciplina e apontando as
possíveis aproximações e distanciamentos, entre as ideias centrais dos/as autores/as [1,0
ponto] – Sua nota: 0,9
5 – Formatação: Arial 12, espaçamento entre linhas 1,5, recuo de início de parágrafo 1,25,
texto justificado, margem direita 3cm, esquerda 2cm, superior 3cm, inferior 2cm [0,5 ponto]
– Sua nota: 0,5

Nota final: 4,4

Parabéns pelo esforço intelectual! No entanto, é importante ficar atento às normas da ABNT, como a
NBR 10520 e a NBR 6023. Você cita autores no texto, mas esquece de fazer as devidas referências
bibliográficas.

Gostei das suas reflexões!!

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