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COMPARATIVO ENTRE GÊNEROS
RESUMO
O presente estudo teve por objetivo analisar a relação da puberdade com os níveis de
agilidade, comparando os resultados entre os gêneros e as fases. A amostra foi
composta por 26 indivíduos, matriculados no 6º, 9º do ensino fundamental e 3º ano
do ensino médio. Utilizou-se o teste Shuttle run oferecido por Carnaval (2000).
Comparando os gêneros, os dados apresentaram uma diferença significativa no 3º
ano do ensino médio e no 9º ano do ensino fundamental, no entanto, no 6º ano do
ensino fundamental não houve diferença entre os gêneros, sendo que o masculino
executou a tarefa mais rápido do que o feminino, fato este que se repetiu nas idades
seguintes. Comparando as fases o estudo concluiu que a faixa etária favoreceu os
resultados dos meninos, o que não se repetiu com as meninas.
1. INTRODUÇÃO
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Licenciado do Curso de Educação Física do Centro Universitário Vale do Iguaçu – UNIGUAÇU.
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Mestre em Desenvolvimento e Sociedade – UNIARP. Especialista em Treinamento Desportivo e Personal
Training – ISPAE. Licenciado e Bacharel em Educação Física - UNIGUAÇU. Docente da Faculdade Educacional da
Lapa – Fael. Docente do Centro Universitário Vale do Iguaçu – UNIGUAÇU.
durante um período de quatro a cinco anos e em meninos isso vem a acontecer em
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torno de dois anos depois.
Muitas vezes o único contato com o exercício físico de algumas crianças se dá
apenas nas aulas de educação física, sendo um pouco tarde para aquisição de
movimentos fundamentais que se obtém naturalmente na fase inicial (0 a 2 anos) e
elementar (3 ou 4 anos) com estímulos do ambiente e dos que o rodeiam. As
atividades propostas nas escolas são muito aceitas pela maioria por trabalhar de
maneira recreativa, desenvolvendo várias habilidades motoras como correr, saltar,
rolar, equilibrar, entre outras, que em conjunto favorecem na execução de movimentos
complexos, encaminham para determinadas áreas e práticas esportivas (ROSA
NETO, 2002. MALUF, 2004).
As capacidades unem para um mesmo fim e não há dúvida que entre elas, a
agilidade sendo a união de força, velocidade, coordenação e flexibilidade é uma
capacidade física presente em grande parte das modalidades existentes (CARNAVAL,
2000). Ressaltando que um bom desempenho da agilidade poderá fazer a diferença
para formação de um excelente competidor.
Carnaval (2000, p. 143) explica que o conceito de agilidade “É a capacidade que
o indivíduo tem de realizar movimentos rápidos com mudança de direção e sentido”.
E ainda evidencia que é exigido e utilizado em inúmeras modalidades, sejam
individuais ou coletivas.
Fator relevante associado ao desempenho é a faixa etária entre os gêneros, bem
como períodos existentes no decorrer do desenvolvimento do adolescente, como a
puberdade influenciando diretamente no desempenho (MALINA; BOUCHARD; BAR-
OR, 2009).
Rowland (2008, p. 47) deixa claro que “Não há dúvida de que as mudanças
hormonais durante a puberdade podem afetar substancialmente as respostas
fisiológicas ao exercício e desempenho físico nos jovens”. Tornando evidente a íntima
ligação entre a puberdade o desempenho em qualquer atividade que o indivíduo
realiza.
Como explica Carnaval (2000) a agilidade é a combinação de força, velocidade,
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flexibilidade e coordenação, e complementando Rowland (2008) explica que meninas
que já se encontram em período de puberdade conseguem ascender suas
capacidades, enquanto meninos de mesma idade cronológica não possuem o mesmo
pico de ganho, o qual apenas obterão por volta de dois anos depois.
Mesmo com os avanços da humanidade nos últimos tempos, ainda é possível
encontrar atividades sendo destinadas a determinado grupo, gênero ou faixa etária.
Destaca Bompa (2002) ao expor que as mulheres tendem a se opor ao treinamento
de continuidade rigorosa, sem longas interrupções e ainda evidencia a necessidade
de maior atenção a jovens garotas quando comparadas as mais experientes,
enquanto meninos naturalmente vão sendo direcionados a provas de natureza
competitiva, e as atividades exigindo de suas valências motoras e explorando suas
capacidades físicas a fim do melhor desempenho, meninas normalmente estão em
um meio envolvendo mais o lado estético, com pouco contato físico explorando mais
as áreas que envolvem a coordenação motora fina com fins precisos e delicados.
Bompa (2002) reforça ao expor a importância de levar em conta as diferenças
sexuais, e quando trata de capacidade e desempenho a individualidade está
relacionada a idade cronológica como biológica. Pode-se dizer então que
teoricamente as meninas podem ter vantagem em relação aos meninos (até a entrada
deles na fase púbere), e o desempenho das meninas poderá ser superior devido a
entrada antecipada na puberdade, como destacado pelo autor em muitos casos,
durante a fase pós-menstrual o treinamento mostrou-se mais eficaz.
O presente trabalho justifica-se ao ponto em que quantifica o desempenho físico
quanto a agilidade entre os gêneros, associando os dados a fase de puberdade em
que se encontram, com fim de promover dados que auxiliem professores e treinadores
a ajustarem as cargas de trabalho quando trabalhadas com esta faixa etária.
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2. MÉTODO
Nota-se que mesmo no 6º ano, onde não houve diferença significativa, o gênero
masculino executou a tarefa mais rápido do que o feminino, este fato se repetiu nas
idades seguintes, mostrando que o gênero pode influenciar no nível de agilidade.
Tais achados corroboram com Guedes e Mendes (2012) que ao analisar o
crescimento físico e estado nutricional de escolares de 06 a 18 anos perceberam que
para ambos os gêneros, os valores de massa corporal e estatura foram praticamente
iguais até os 10 anos de idade. Após isso, os meninos se mostraram mais pesados e
altos, e referente a estatura observou-se em meninas um aumento até se alcançar um
platô por volta dos 14-15 anos, e como explica a fisiologia, comprovou-se que o
mesmo marco entre os meninos ocorreu dois anos mais tarde (16-17 anos),
evidenciando que as características físicas também são semelhantes em ambos os
gêneros durante o período da infância.
Ferreira, Leal e Brunherotti (2017) ao analisar o desempenho e indicadores
cardiorrespiratórios cuja mostra com idade média de 10,2 anos constatou que quando
comparado IMC, velocidade, consumo máximo de oxigênio e frequência cardíaca
entre os gêneros os resultados são muito próximos, destacando que as alterações
ocorrem ao longo da infância e, até o início da puberdade os meninos apresentam um
ligeiro predomínio. Com a entrada das meninas na puberdade, enfatizam que no caso
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do VO2máx, os valores para os meninos é, em média, cerca de 25% maior quando
comparados as meninas e, por volta dos 16 anos, a diferença é superior a 50%,
justificando que esta diferença pode ser compreendida devido ao maior
desenvolvimento de massa muscular dos meninos, e da maior atividade física voltada
aos meninos.
Ao pesquisar sobre a relação dos saltos vertical, horizontal e sêxtuplo com a
agilidade e velocidade em crianças Coledam et al (2013) obtiveram várias
delimitações de estudo, sendo a maturação sexual uma delas, pois a média da idade
dos indivíduos da amostra foi de 9,5 anos, onde possivelmente nenhum participante
iniciou o processo de puberdade (processo esse que se dá início aos 11 anos)
caracterizando-os em fase pré-pubere. Acarretando assim uma coleta de dados onde
a relação entre o desempenho dos saltos, a velocidade e a agilidade mantiveram-se
linear nas amostras de ambos os sexos.
Ao analisar a aptidão física em relação a saúde de escolares Dumith, Azevedo
Júnior e Rombaldi (2008) realizaram o teste de nove minutos para aferir a capacidade
aeróbia dos integrantes da amostra, concluindo que o principal preditor foi o sexo,
seguido da idade, onde menor a idade maior a proximidade dos dados. Mesmo com
os resultados da influência da idade e sexo, destacaram ainda acreditar que os
professores de Educação Física têm um papel fundamental em trabalhar e aprimorar
esses componentes da aptidão física nas suas aulas.
Ao separar os dados obtidos por gênero, percebe-se diferença significativa (p<
0,001) no gênero feminino, quando comparados as fases (6º x 9º; 6º x 3º; 9º x 3º),
como exposto na tabela 2.
Tabela 2 – Shuttle run Feminino
6º Ano Fundamental 9º Ano Fundamental 3º Ano Médio 9
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DARIDO, S. C.; DE SOUZA JR, O. M. Para ensinar Educação Física. Papirus: 2007.
FLOR, I. (Org). et al. Manual de Educação Fisica: Esportes e recreação por idades.
Rio de Janeiro: Equipe Cultural, 2008.