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17/03/2023

Pragas
■ No Brasil, apesar da ocorrência de muitas
PRAGAS E SEU espécies de insetos em bananais, poucas
causam danos significativos à produção, sendo
CONTROLE necessária a identificação das principais pragas e
o seu monitoramento populacional, para
Prof Luis Aurelio Sanches subsidiar a adoção de medidas de controle.

Broca-do-rizoma – Cosmopolites Broca-do-rizoma


sordidus
■ Coleóptero ■ É a principal praga da bananeira;
■ Família Curculionidae ■ Na forma adulta, esse inseto é um besouro de cor
preta, que mede cerca de 11 mm de
■ Também conhecido como “Moleque da bananeira” comprimento e 5 mm de largura, sendo
encontrado, durante o dia, em ambientes úmidos
e sombreados.

Broca-do-rizoma Broca-do-rizoma
■ As fêmeas colocam os ovos a 1 ou 2 mm da ■ As larvas são responsáveis pelos danos à planta,
epiderme, em torno do rizoma, geralmente ao construírem galerias no rizoma;
próximo da região de inserção das bainhas
foliares.
■ Após um período de 7 a 10 dias, eclodem as
larvas, que apresentam coloração branca e não
têm pernas.

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Broca-do-rizoma Broca-do-rizoma
■ As galerias no rizoma enfraquecem as plantas, ■ A população de adultos pode ser estimada por
tornando-as mais sensíveis ao tombamento. meio de amostragens com iscas atrativas. As
Plantas infestadas normalmente apresentam iscas podem ser confeccionadas a partir de
desenvolvimento limitado, amarelecimento e pseudocaule ou de rizoma. As iscas de rizoma
posterior secamento das folhas, redução no peso são mais eficientes do que as de pseudocaule.
do cacho e morte da gema apical. ■ As iscas devem ser confeccionadas a partir de
■ Em variedades mais suscetíveis, como a Nanica, plantas que já produziram, no máximo Até 15
as perdas decorrentes da redução no peso e no dias após a colheita.
tamanho dos frutos chegam a 80%.

Broca-do-rizoma Broca-do-rizoma
■ As iscas de pseudocaule mais comuns são as dos ■ Recomenda-se o emprego de 20 iscas/ha e que
tipos queijo e telha. As iscas tipo queijo são as coletas sejam semanais, com renovação
preparadas cortando-se o pseudocaule a quinzenal das iscas.
aproximadamente 30 cm do nível do solo, ■ Em algumas regiões, o nível de controle com base
■ As iscas telha consistem em pedaços de no número de insetos encontrado por isca
pseudocaule de 40 a 60 cm de comprimento, encontra-se estabelecido, variando de 2 a 5
cortados ao meio no sentido longitudinal. A isca insetos/isca no Estado de São Paulo.
queijo é cerca de 10 vezes mais eficiente do que
a telha; entretanto, a facilidade de obtenção das
iscas telha favorece o seu emprego.

Broca-do-rizoma Broca-do-rizoma
■ Dispersão ocorre pelas mudas infestadas pela
praga.
■ Recomenda-se a seleção criteriosa das mudas e
uma imersão em uma calda contendo algum
inseticida registrado para o controle da broca.
■ Uma alternativa é a imersão em água à 54°C por
20 minutos (para cultivos que não utilizem
defensivos agrícolas, como o orgânico por
exemplo)

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Broca-do-rizoma
■ Controle
– Utilização de iscas (as mesmas do
monitoramento), em maior quantidade (de 40
Insetos atacados pelo fungo Beauveria bassiana
a 100 iscas/ha)
– Utilização de inseticida, sendo aplicado em
plantas colhidas e desbastadas, com auxilio
da Lurdinha
– Controle biológico, fungo entomopatogênico
Beauveria bassiana, a aplicação deve ser feita Lurdinha ou broca saca gema
em iscas e distribuídas na área (50 iscas/ha)

Tripes da Erupção dos Frutos Tripes da Erupção dos Frutos


■ Ordem: Thysanoptera ■ Frankliniella brevicaulis Hood e F. fulvipennis
■ Família: Aelothripidae Moulton são as espécies mais comum no Brasil.
■ Os ovos são colocados individualmente na
epiderme da casca de frutos jovens (menos de
duas semanas de idade).
■ A forma jovem apresenta cor branca ou amarela
clara e, assim como o adulto, é muito ativa. Os
adultos apresentam coloração marrom-escura e
são encontrados geralmente em flores jovens
abertas.

Tripes da Erupção dos Frutos Tripes da Erupção dos Frutos


■ O ciclo de desenvolvimento (ovo a adulto) varia de ■ Os danos provocados por esses tripes
13 a 29 dias. A pupação ocorre no solo, manifestam-se nos frutos em desenvolvimento,
principalmente na área de projeção do cacho. na forma de pontuações marrons e ásperas ao
■ Apesar do pequeno tamanho (cerca de 1 mm de tato, o que reduz o seu valor comercial, mas não
comprimento) e da grande agilidade, são interfere na qualidade da fruta.
facilmente vistos por causa da coloração branca
ou marrom-escura.

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Tripes da Erupção dos Frutos


■ A despistilagem (retirada dos restos florais) e a
remoção do coração reduzem a população
desses insetos.
■ A aplicação de inseticidas via solo é citada na
literatura como método de controle desse inseto.
■ Recomenda-se a utilização de sacos impregnados
com inseticida, no momento da emissão do
cacho, para reduzir os prejuízos causados pelo
tripes da erupção dos frutos.

Tripes da Ferrugem dos Frutos Tripes da Ferrugem dos Frutos


■ Chaetanaphothrips spp., Caliothrips bicinctus ■ São insetos pequenos (1,0 a 1,2 mm de
Bagnall, Tryphactothrips lineatus Hood comprimento), que vivem nas inflorescências,
– Ordem: Thysanoptera entre as brácteas do coração e os frutos.
– Família: Thripidae ■ Seu ataque provoca o aparecimento de manchas
de coloração marrom (semelhante à ferrugem)

Tripes da Ferrugem dos Frutos Tripes da Ferrugem dos Frutos


■ O dano é causado pela oviposição e alimentação ■ Para o controle desses insetos, deve-se efetuar o
do inseto nos frutos jovens. Em casos de forte ensacamento do cacho e a remoção de plantas
infestação, a epiderme pode apresentar invasoras, tais como Commelina sp. e Brachiaria
pequenas rachaduras em função da perda de purpurascens, hospedeiras alternativas desses
elasticidade. insetos.
■ Esses tripes provocam a ferrugem dos frutos, o
que diminui sua qualidade, embora o dano não
afete a polpa da banana. Entretanto, frutos
atacados não são aceitos para exportação.

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Lagartas Desfolhadoras Lagartas Desfolhadoras


■ Caligo spp., Opsiphanes spp. ■ As principais espécies de Caligo que ocorrem no
– Ordem: Lepdoptera Brasil são C. brasiliensis, C. beltrao e C. illioneus.
No estágio adulto, Caligo sp. é conhecida como
– Família: Nymphalidae
borboleta corujão, pois a disposição das escamas
■ Antichloris spp. na face ventral de suas asas lembra os olhos de
– Ordem: Lepdoptera uma coruja.
– Família: Arctiidae ■ Na face dorsal, as asas apresentam coloração
azul metálica. As lagartas, no máximo
desenvolvimento, chegam a medir 12 cm de
comprimento e apresentam coloração parda.

Lagartas Desfolhadoras Lagartas Desfolhadoras


■ No gênero Opsiphanes, registram-se no Brasil as
espécies O. invirae e O. cassiae.
■ Na fase adulta, são borboletas que apresentam
asas de coloração marrom, com manchas
amareladas.
■ Na fase jovem, as lagartas possuem coloração
verde, com estrias amareladas ao longo do corpo,
alcançando cerca de 10 cm de comprimento.

Caligo sp

Lagartas Desfolhadoras Lagartas Desfolhadoras


■ O terceiro grupo de lagartas que atacam a
bananeira pertence ás espécies Antichloris
eriphia e A. viridis.
■ Os adultos são mariposas de coloração escura,
com brilho metálico.
■ As lagartas apresentam fina e densa pilosidade
de coloração creme, medindo 3 cm de
comprimento.

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Lagartas Desfolhadoras Lagartas Desfolhadoras


■ Controle:
– Inimigos naturais;
– Uso de inseticida deve ser realizado com cautela
para não matar os inimigos naturais.
■ Caligo:
– Hemimasipoda sp. (Diptera: Tachinidae)
– Spilochalcis sp. (Hymenoptera: Chalcididae).
■ Opsiphanes:
– Apanteles sp. (Hymenoptera: Braconidae),
– Horysmenus sp. (Hymenoptera: Eulophidae),
– Spilochalcis sp. e Xanthozona melanopyga
(Diptera: Tachinidae)

Lagartas Desfolhadoras Lagartas Desfolhadoras


■ Antichloris: ■ As lagartas pertencentes ao gênero Caligo e
– Telenomus sp. (Hymenoptera: Scelionidae), Opsiphanes provocam a destruição de grandes
áreas, enquanto que as do gênero Antichloris
– Calocarcelia sp. (Diptera: Tachinidae),
apenas perfuram o limbo foliar
– Meteorus sp. (Hymenoptera: Braconidae).

Abelha Arapuá Abelha Arapuá


■ Trigona spinipes ■ Conhecida também como abelha cachorro,
– Ordem:Hymenoptera apresenta coloração preta, com 5 a 6 cm de
comprimento.
– Família:Apidae
■ É bastante frequente em bananais na fase de
floração. O ataque às flores e frutos jovens
provoca o aparecimento de lesões irregulares,
principalmente ao longo das quinas, o que
deprecia seu valor comercial.
■ A eliminação do coração, após a formação do
cacho, auxilia a diminuir os danos causados por
esse inseto.

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Abelha Arapuá Broca-Rajada


■ Metamasius hemipterus
– Ordem: Coleoptera
– Família: Curculionidae

Broca-Rajada Broca-Rajada
■ O adulto é um besouro de coloração marrom com ■ Não possui grande relevância econômica a
listras longitudinais pretas, com cerca de 15 mm cultura do bananal.
de comprimento. ■ É susceptível ao fungo B. bassiana (o mesmo do
■ Está frequentemente associada ao bananal, contole do moleque da bananeira). Podendo seu
sendo atraída pelas iscas utilizadas na captura controle ser realizado facilmente junto com o
de adultos da broca-do-rizoma. controle da broca do rizoma.
■ É normalmente encontrada em pseudocaules ■ Ajuda na dispersão do fungo, ajudando no
tombados, controle do moleque.

Ácaros de Teia Ácaros de Teia


■ Tetranychus spp. ■ O ataque dessa praga torna a região infestada
– Ordem: Acari inicialmente amarelada; posteriormente, torna-se
necrosada, podendo secar a folha.
– Família: Tetranychidae
■ Na forma adulta, medem cerca de 0,5 mm de
comprimento. Apresentam coloração
avermelhada, com pigmentação mais acentuada
lateralmente. Os ácaros formam colônias na face
inferior das folhas, tecendo teias no limbo foliar,
normalmente ao longo da nervura principal

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Ácaros de Teia Traça da Bananeira


■ São citados como inimigos naturais dessa praga ■ Opogona sacchari
alguns ácaros predadores da família Phytoseiidae – Ordem: Lepidoptera
e os coleópteros Stethorus sp. e Oligota sp.
– Família: Lyonetiidae
■ Sendo os inimigos naturais a forma mais viável
de controle, pois não há produtos registrados
para o controle dessa praga. Embora em alguns
países se recomenda a utilização de acaricidas
misturados ao óleo utilizado para o controle da
Sigatoka-amarela.

Traça da Bananeira Traça da Bananeira


■ No Brasil, sua ocorrência é restrita aos Estados ■ Inseto pode atacar todas as partes da planta,
de São Paulo e de Santa Catarina. O ciclo de exceto raízes e folhas. A lagarta penetra no fruto,
desenvolvimento (ovo a adulto) é em torno de 55 construindo galerias na polpa, resultando no
dias no Estado de São Paulo. As mariposas apodrecimento do fruto. Consequentemente, o
medem 13-14 mm de comprimento e 30 mm de produto perde o valor comercial, sendo também
envergadura, e apresentam coloração marrom- recusado para exportação.
clara com as asas posteriores acinzentadas.

Traça da Bananeira Nematóides


■ Práticas culturais como eliminação do engaço, ■ Os nematóides são organismos tipicamente
seccionamento do pseudocaule em pedaços vermiformes, não segmentados, e a maioria
pequenos, despistilagem, utilização de completa seu ciclo de vida no solo.
variedades cujas extremidades dos cachos sejam ■ Não são vistos a olho nu, devido à sua coloração
“limpas” e aplicação de inseticidas em filhotes transparente e ao tamanho minúsculo.
desbastados com a lurdinha, cerca de 30 dias
antes do florescimento, auxiliam no controle da
praga

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Nematoide Cavernícola Nematóide Cavernícola


■ Radopholus similis
– As plantas infectadas apresentam-se
amarelecidas. O lançamento do cacho pode
ser abortado e, quando ocorre, os frutos são
pouco desenvolvidos.
– O sistema radicular é reduzido e observam-se,
ao longo do rizoma, necroses castanho
avermelhadas

Nematoide das Lesões Nematoide das Lesões


■ Pratylenchus Coffeae
– Os sintomas são muito parecidos com os
causados por R. similis, porém o
desenvolvimento das lesões ocorre de forma
mais lenta.
– O relato de sua ocorrência em bananais no
Brasil, causando declínio, tem sido restrito a
determinadas áreas de cultivo.
– Sua disseminação ocorre por mudas
infectadas, mas também pela presença de
outras plantas hospedeiras cultivadas
anteriormente na área, como, por exemplo, o
cafeeiro

Nematoide Espiralado Nematoide Espiralado


■ Helicotylenchus multicinctus
– Os sintomas constituem-se de pequenas
lesões acastanhadas, com pontuações
superficiais, não mais profundas que 2 mm.
– Em infecções mais severas, as lesões podem
coalescer, assemelhando-se à infecção
causada por R. similis.
– Pode causar extensos danos em bananais e
estar presente em nível populacional elevado,
sem, contudo, ser detectado, devido à falta de
conhecimento pelos produtores.

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Nematoide das Galhas Nematoide das Galhas


■ Meloidogyne spp
– Os sintomas mais evidentes do nematoide
das galhas são as nodulações de tamanhos
variados que ocorrem nas raízes infectadas.
– Essas galhas podem ser diminutas ou atingir
diâmetro superior a 15 mm. Algumas vezes,
pode ocorrer a formação de galhas no ápice
das raízes.
– Ao efetuar-se um corte longitudinal nessas
raízes, pode-se observar um pequeno halo
enegrecido ao redor da fêmea, no interior das
raízes

Nematoides Discussão
■ Controle: ■ Quais a principais pragas da bananeira?
– Controle cultural ■ Qual o controle do moleque da bananeira?
– Variedades resistentes ■ Porque não se dá grande importância à broca
– Mudas certificadas rajada ?
– Adubação orgânica ■ Qual o local deve ser aplicado a maior parte dos
– Adubos verdes (crotalárias) defensivos na cultura da banana para combate
– Pousio de pragas?
– Rotação de cultura ■ Qual a principal dificuldade em relação ao ataque
de nematoides?

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