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Distribuição de Lucros e Prémios – as suas diferenças

Gratificações de balanço

 As gratificações de balanço são um mecanismo que permite às empresas distribuírem


lucros pelos seus trabalhadores desde que a empresa tenha resultados positivos e desde
que seja tomada a decisão na Assembleia Geral para aprovação de contas segundo o
artigo 65.º e o artigo 66.º, nº5, alínea f) do Código das Sociedades Comerciais que
refere que a proposta de aplicação de resultados deve ser devidamente fundamentada.
 O pagamento desta gratificação e o processamento nos recibos de vencimento deve
ocorrer até ao fim de 2024, sob pena de a sua dedução não ser aceite para efeitos fiscais.
 As gratificações de balanço ou distribuições de lucros aos trabalhadores têm vantagens
a nível fiscal para a empresa uma vez que os gastos com a distribuição de lucros são
dedutíveis para efeitos de IRC a pagar de acordo com o previsto no artigo 23º,nº1 e nº2
alínea d) do CIRC (Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas).
 No caso dos trabalhadores (que não sejam membros de órgãos sociais) não existe
limitação fiscal, apenas se deve atender ao disposto na alínea n) do n.º1 do artigo 23.º A
do CIRC, ou seja, o valor atribuído a título de participação nos lucros deve ser pago até
ao final do período de tributação seguinte.
 De acordo com a proposta para o Orçamento de Estado para 2024, a distribuição de
lucros aos trabalhadores estará isenta de IRS, dentro do limite de 4.100 euros mas a
empresa fica obrigada a cumprir uma medida prévia: aumentar os salários à
generalidade dos trabalhadores em, pelo menos, 5%.
 A proposta refere que “ficam isentos de IRS até ao limite de 5 vezes a RMMG, os
montantes atribuídos aos trabalhadores a título de participação nos lucros da empresa,
por via de gratificação de balanço, pagos por entidades cuja valorização nominal média
das remunerações fixas por trabalhador em 2024 seja igual ou superior a 5%”.
 Estes rendimentos são sempre considerados para efeitos de IRS rendimentos de trabalho
dependente (Categoria A) e são tributados quando são pagos ou colocados à disposição.
As empresas devem assim proceder à retenção na fonte de IRS sobre o montante pago a
cada trabalhador.
 Em termos de Segurança Social, a alínea r) do artigo 46º do Código Contributivo carece
de regulamentação (assim é porque refere o n.º 3 do artigo 6.º da Lei n.º 110/2009, de
16 de setembro, que o disposto na alínea r) do artigo 46.º do Código Contributivo só
entrará em vigor depois de regulamentado), pelo que os valores não ficam sujeitos a
contribuições para a Segurança Social. (ver se foi regulamentada)

Prémios
 Prémios de desempenho encontram-se previstos no artigo 260º,nº1, alínea c) do Código
de Trabalho e não são antecipadamente garantidos e não têm qualquer limite de valor
para a atribuição.
 Os prémios atribuídos aos trabalhadores pela prestação ou em razão da prestação do
trabalho, quando atribuídas pela respetiva entidade patronal, são considerados
rendimentos da Categoria A, nos termos do nº2 do artigo 2.º do CIRS, deste modo ficam
sujeitos a retenção na fonte.
 Quanto tenham caráter de regularidade não servirão de base de incidência para as
contribuições para a segurança social.
 Qual é a exceção? – quando se trata de uma periodicidade anual (caso do João),
trimestral ou mensal, os pagamentos do prémio já servem de base para as contribuições
da segurança social de acordo com a alínea d) do nº2 do artigo 46.º do Código
Contributivo.
 Quando é que ganha caráter de regularidade? – segundo o artigo 47.º do Código
Contributivo uma prestação reveste caráter de regularidade quando constitui direito do
trabalhador, por se encontrar preestabelecida segundo critérios objetivos e gerais, ainda
que condicionais, para que este possa contar com o seu recebimento e a sua concessão
tenha lugar com uma frequência igual ou inferior a cinco 5 anos.
 Por último, quando estamos perante a atribuição de prémios a gerentes e
administradores aplica-se o artigo 88.º, nº13, do CIRC que prevê a incidência de
tributação autónoma sobre estes prémios à taxa de 35%. No entanto, se forem
sócios/funcionários não se aplica.

PREP:

Boa tarde,

Uma vez que o trabalhador em questão recebe um valor designado como “prémio de gestão”
alertamos para o facto desta denominação poderem resultar duas consequências alternativas:

1. Se o prémio de gestão atribuído ao trabalhador tiver um caráter de regularidade, ou seja,


se encontrar preestabelecido segundo critérios objetivos e gerais, ainda que
condicionais, em que o mesmo conte com o seu recebimento e seja atribuído com uma
frequência igual ou inferior a 5 anos não servem de base de incidência para as
contribuições sociais;
2. Se o prémio de gestão tiver por exemplo uma periodicidade anual o que nos parece o
caso já servem de base para as contribuições da segurança social de acordo com a alínea
d) do nº2 do artigo 46.º do Código Contributivo.

No entanto, em ambos estamos perante rendimentos da Categoria A, nos termos do nº2 do artigo
2.º do CIRS, deste modo ficam sujeitos a retenção na fonte.

Qual é a desvantagem destes prémios? – não funcionam como as gratificações de balanço ou


distribuições de lucros aos trabalhadores que têm vantagens a nível fiscal para a empresa uma
vez que os gastos com a distribuição de lucros são dedutíveis para efeitos de IRC a pagar de
acordo com o previsto no artigo 23º,nº1 e nº2 alínea d) do CIRC (Código do Imposto sobre o
Rendimento das Pessoas Coletivas). Note-se ainda que, de acordo com a proposta para o
Orçamento de Estado para 2024, a distribuição de lucros aos trabalhadores estará isenta de IRS,
dentro do limite de 4.100 euros.

Qual é a medida prévia que a empresa deve tomar para beneficiar deste regime? – aumentar os
salários à generalidade dos trabalhadores em, pelo menos 5%.

As gratificações de balanço são um mecanismo que permite às empresas distribuírem lucros


pelos seus trabalhadores desde que a empresa tenha resultados positivos e desde que seja
tomada a decisão na Assembleia Geral para aprovação de contas.

O pagamento desta gratificação e o processamento nos recibos de vencimento deve ocorrer até
ao fim de 2024, sob pena de a sua dedução não ser aceite para efeitos fiscais.

Com os melhores cumprimentos,

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